quarta-feira, 17 de outubro de 2018

252 ESTUDOS de ARTE


CONTROLE de QUALIDADE JURÍDICA das ARTES NOBRES no RIO GRANDE do SUL
SUMÁRIO
01 – NATUREZA das  ARTES  NOBRES no RIO GRANDE do SUL.   02 – A FORMAÇÂO de QUEM quer EXERCER as  ARTES NOBRES no RIO GRANDE do SUL.  03 O ARTISTA como PRÍNCIPE. 04   Controle de qualidade JURÍDICA  das ARTES NOBRES . 05 -  ARTES NOBRES e a LIBERDADE. 06- As ARTES NOBRES e as INSTITUIÇÕES do RIO GRANDE do SUL 07 As ARTES NOBRES do RIO GRANDE do SUL,08 –  PROJETOS,  LACUNAS e  RUPTURAS no CONTÍNUO das ARTES NOBRES do RIO GRANDE do SUL. 09 - A QUALIDADE das ARTES NOBRES do RIO GRANDE do SUL entre o ELOGIA BARATO e a HISTÓRIA PERVERSA 10 – SUL-RIO-GRANDENSES contribuem para QUALIFICAR as ARTES NOBRES BRASILEIRAS   11 - Uma CULTURA É HISTÓRICA na MEDIDA dos seus PROJETOS 12 - – QUANDO as INTITUIÇÕES de ARTE contribuem para QUALIFICAR as ARTES NOBRES  SUL-RIO-GRANDENSES - FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS.

Fig. 01–  O MARGS constitui uma instituição que se dedica a colecionar, estudar e socializar MANIFESTAÇÕES das ARTES VISUAIS. A sua  natureza se distingue das instituições dedicadas ao ARTESANATO, à MODA ou OBJETOS OBSOLETOS ,  fora da validade da aplicação, do uso e destinados ao descarte . Para tanto o MARGS  busca agir diante da  qualidade própria da OBRA de ARTE que é o de DURAR e GANHAR QUALIDADE e NOBREZA na medida em que TEMPO PASSA. Assim  seu ,acervo  constitui um patrimônio que se diferencia  dos PRODUTOS destinados ao CONSUMO e ao DESCARTE e que se conservam apenas  como  CURIOSIDADES do PASSADO

01 – NATUREZA das  ARTES NOBRES no RIO GRANDE do SUL.  
Entende-se por ARTES NOBRES aquelas manifestações estéticas em contraste e complemento do ARTESANATO e das TÉCNICAS INDUSTRIAIS[1]. Devem-se este conceito, e esta distinção, a Joaquin Le Breton em carta ao Conde da Barca[2] do dia 16 de junho de 1816. Nesta carta ele recomendava a Dom João VI instaurar no BRASIL o ensino numa ESCOLA das ARTES NOBRES como culminância civilizatória e fonte de outra ESCOLA associada das ARTES e OFÍCIOS.  Estas recomendações partiam das observações de Humboldt no México.
No Rio Grande do Sul  manifestações estéticas - possíveis de denominar ARTES NOBRES - são aquelas exercidas sem vínculo externo como econômico, político, social ou de qualquer outra natureza. O artista as exerce livre e autonomamente pelo fato de gostar de Arte.
A VIDA e a PINTURA de Oscar BOEIRA  constitui um caso exemplar das ARTES NOBRES no Rio Grande do Sul. Este artista  orientou e consagrou a sua existência a produzir OBRAS de ARTE sem visar lucro, fama ou querer agradar a não ser a si mesmo.
Este estado conceitual autônomo - de não visar lucro, fama ou de querer agradar a não ser a si mesmo - concede um grande espaço para o PROJETO de buscar meios para expressar o seu TEMPO, o seu LUGAR e a sua  SOCIEDADE por meio de sua inteligência, vontade e sensibilidade. O artista torna-se assim uma testemunha fidedigna e as suas obras constituem documentos  únicos.


[1]  - Esta escola só iniciou as suas atividades no Rio de janeiro  em 1855 sob a denominação de Liceu de Arte e Ofícios https://pt.wikipedia.org/wiki/Liceu_de_Artes_e_Ofícios_do_Rio_de_Janeiro

Bella ALDORF assistente do Professor Fernando CORONA e estudante  Arquivo do Instituto de Artes da UFRGS
Fig. 02–  A formação erudita - para o exercício das  ARTES VISUAIS - exige um projeto que necessita de  instituições apropriadas, com direção especifica de artistas experientes,  espaço e  equipamentos adequados . Instituição cuja natureza que se dedica a prepara pessoas que serão PRINCIPES e PRINCEASA na medida em PRINCIPIAM outras FORMAS FÌSICAS destinados a  SENTIR, a,  QUERER e a ENTENDER o MUNDO.

02  A FORMAÇÃO de QUEM quer EXERCER as  ARTES NOBRES no RIO GRANDE do SUL.  

Como a “ARTE ESTÁ em QUEM PRODUZ[1] a formação apropriada para o exercício para a carreira e para o  pertencimento dos produtores das ARTES NOBRES, é diferente daquela dos ARTESÃO e dos TÉCNICOS.
Neste aspecto o artista que produz a ARTES NOBRES está no mesmo nível, mesma exigência e erudito de qualquer profissão de alto nível ou SUPERIOR. Assim o ARTISTA DEVE IR para a UNIVERSIDADE no CONSELHO de MARCEL DUCHAMP[2].
   Depois de um século emancipado, o Artista de hoje se apresenta como um homem livre, dotado das mesmas prerrogativas que o cidadão comum e falando de igual para igual com o comprador de sua obra.  Naturalmente, esta liberação do Artista possui a contrapartida de algumas responsabilidades  que ele  podia ignorar quando era um paria ou um ser intelectualmente inferior. Entre essas responsabilidades, uma das mais importantes é o da EDUCAÇÃO do intelecto, ainda que o intelecto, profissionalmente, não seja a base da formação do gênio artístico. Evidentemente que a profissão do Artista tomou o seu lugar na sociedade atual em um nível comparável a aqueles das profissões «liberais». Não é mais, como antes, uma espécie de artesão superior. Para ficar nesse nível e para se sentir igual aos advogadas, aos médicos, etc., o Artista deve receber a mesma formação universitária. Além do mais, o Artista desempenha um papel na sociedade moderna muito mais importante do que de um artesão ou de um palhaço.  Ele se encontra diante de um mundo fundado sobre um materialismo brutal onde tudo evolui em função do BEM-ESTAR MATERIAL e onde a religião, depois de perder muito terreno, não é mais a grande dispensadora dos valores espirituais.   Hoje o Artista é um curioso reservatório de valores para-espirituais em oposição absoluta como o FUNCIONALISMO quotidiano pela qual a ciência recebe a homenagem de uma admiração cega.
      A formação superior e universitária, para esta qualificação para as ARTES NOBRES se deu, no RIO GRANDE do SUL,  nos primórdios do Regime Republicano. Esta formação, ao longo do Regime Imperial deveria ser feita  na corte ou então nos centros europeus hegemônicos.    


[1] É idêntica a uma capacidade de produzir que envolve o reto raciocínio. Toda arte visa a geração e se ocupa em inventar e em considerar as maneiras de produzir alguma coisa que tanto pode ser como não ser, e cuja origem está no que produz, e não no que é produzido. A arte não se ocupa nem com as coisas que são ou que se geram por necessidade, nem com as que fazem de acordo com a natureza. A arte é uma questão de produzir e não de agir.” Ética à NICOMANO ARISTÓTELES (384-322). Ética a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p.

[2] DUCHAMP, Marcel  Duchamp du signe –Escritos -  Reunidos a apresentados por Michel Sanouillet. Paris : Flammarion, 1991. pp. 236-239
Fig. 03–   O pintor, desenhista e professor FRANCIS PELICHEK numa sessão de VERNISSAGEM de suas OBRAS. Os seu fieis observadores e compradores de suas obras o cercam como um verdadeiro “PEQUENO PRÍNCIPE”   Francis PELICHEK. Que possuía uma   cuidadosa formação erudita em PRAGA soube transmitir  elevação, valorização e criteriosos valores estéticos. As OBRAS deste MESTRE continuam  a transmitir esta aura até os dias atuais, Obras presentes em varias instituições prestigiosas e em coleções que se orgulham do legado deste PRÍNCIPE das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL.

03  – O ARTISTA como PRÍNCIPE.

O ARTISTA é PRINCIPE na medida em PRINCIPIA uma estética, propõe novos caminhos pela sua obra original e torna-se único e indispensável por meio e através de sua OBRA.
Esta proposta de novo SENTIDO da VIDA, de um novo CAMINHO e de  AUTONOMIA é possível para aquele que propõe a não visar lucro, fama ou de querer agradar.
O PROJETO de buscar meios para expressar o seu TEMPO, seu LUGAR e sua  SOCIEDADE  necessita um LUGAR EXTERNO. A  sensibilidade superior e elevada do ARTISTA, na qualidade de PRINCIPE, faz com que o sofrimento humano repercute profundamente no seu  ânimo.  Situado à margem dos interesses pessoais, este ARTISTA está apto - como PRINCIPE - para criar uma OBRA de ARTE e dizer uma palavra que ultrapassem o seu TEMPO, seu LUGAR e sua  SOCIEDADE.
 Este PROJETO de não visar lucro, fama ou de querer agradar com a SUA OBRA de ARTE, possui, no Rio Grande do Sul, uma legião que se enquadra critério. Este PROJETO  é um DIVISOR de ÁGUAS impreciso, mas existem aqueles mais ou menos nos extremos de escala ou de uma curva estatística normal.
O que é certo é - aqueles que AGEM e PRODUZEM como PRINCIPES - abrem CAMINHOS NOVOS. As suas OBRAS SERÃO NOBRES na medida em que conferem SENTIDO para a VIDA e são DOCUMENTIOS AUTÊNTICOS do seu TEMPO, do seu LUGAR e da sua  SOCIEDADE.
Fig. 04–   O Aldo Locatelli confere a  medalha de ouro em escultura no 1º Salão Popular de Belas Artes de Caxias do ano de 1959. Ao lado do pintor, crítico e professor Ângelo agem como verdadeiros PRÍNCIPES das ARTES NOBRES   assumindo a qualificação de MANIFESTAÇÔES POPULARES.  Com este gesto transmitem criteriosos valores estéticos. Esta indução -  exercida pelas  ARTES NOBRES sobre as ARTES POPULARES, o ARTESANATO e as ARTES APLICADAS -  já estava prevista, em 12 de junho de 1615, no projeto de Joaquin LE BRETON[1] 

04  Controle de qualidade JURÍDICA  das ARTES NOBRES. 
O ARTISTA assume o papel e a instância de controle do campo das FORÇAS ESTÉTICAS na medida em que o Estado - e os demais agentes - perdem força, eficácia e vão se ausentando da ARTE. Para o ARTISTA este papel, risco e  os devidos prêmios do seu campo de forças  não são nenhuma novidade. Já Platão registrava (Diálogos, 1991, p.417)[2] que:
veríamos desaparecer completamente todas as artes, sem esperança alguma de retorno, sufocada por esta lei que proíbe toda pesquisa. E a vida que já é bastante penosa, tornar-se-ia então totalmente insuportável
Como juiz, do seu campo de forças estéticas, o artista evidentemente possui o seu próprio um código de ética. Código de ética competente para transformar o TABU em TOTEM.
O Rio Grande do Sul assistiu, em 2018,  os desdobramentos éticos, jurídicos e sociais de  exposição denominada QUEER-MUSEU[3] e demonstra como o artista lida com o TABU, o CONTRADITÓRIO que ele  é competente para transfigurar em TOTEM a ser venerado  e COMPLEMENTARIDADE a ser cultivada
Evidente que continuam a existir os grandes problemas da corrupção pela fama e pela onipotência  de PENSAR ter CHEGADO até a ARTE quando o artista está muito distante da sua VERDADE. Este pseudo artista está muito  longe de qualquer OBRA de ARTE que sobreviva ao seu autor, seu tempo e à sua  sociedade.


[2] PLATÃO ( 427-347) DIÁLOGOS – (5ª ed.) São Paulo : Nova Cultural, 1991 – (Os pensadores)


João do Couto e Silva. - igreja Nª Srª da CONCEIÇÂO Porto Alegre
Fig. 05–   O mestre João COUTO e SILVA[1] trouxe de sua formação lusitana o hábito e o direito de assinar as suas obras Libreto da guilda coletivizante , da servidão e da escravidão o ARTISTA VISUAL estava tentando recupera três séculos de colonialismo. Evidente que a sua clientela da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul soube preservar poucas e raras obras deste toreuta lusitano ativo em Porto Alegre no final do Regime Imperial Brasileiro, Este mesmo Regime também não estimulou que discípulos ou prosélitos auferissem  a qualificação que o mestre COUTO e SILVA trouxe da Europa. 

05  ARTES NOBRES e a LIBERDADE 
O termo “LIBERDADE”  remonta a sua origem etimológica  aos costumes hábitos romanos. No momento em cidadão atingia a idade fértil a sociedade, ou o PÁTRIO PODER,  conferia-lhe o direito de gerar outros patrícios herdeiros do estatuto de PATRÍCIOS. Este fato era comemorado com um evento no qual, o candidato a PATRÍCIO, recebia a LIBRÉ legal deste estatuto.   Os escravos eram reproduzidos e sem direitos hereditários dos nomes dos seus antepassados
Os artistas visuais atingiram a “LIBERDADE” quando começaram a assinar as suas obras, a reivindicar a propriedade de suas obras e os direitos autorais sobre elas.
Os agentes e os produtores das ARTES NOBRES reforçavam e consagravam, por meio desta "LIBERDADE", a sua condição de PRÍNCIPES do campo de FORÇAS ESTÉTICAS.
Fig. 06–   O governo federal cedeu, em comodato, um dos seus prédios históricos num dos pontos mais nobres do centro histórico de Porto Alegre. Este domicílio  de prestigio confere às OBRAS de ARTES - que ali são admitidas - uma coerência com a sua natureza intrínseca. Assim o MUSEU de ARTE do RIO GRANDE do SUL se eleva acima de nomes pessoais, de grupos, de estéticas e de interesses MENOS NOBRES do que as OBRAS que abriga e eventualmente expõe.  
06 - As ARTES NOBRES e as INSTITUIÇÕES do RIO GRANDE do SUL.
Por mais forte, ativo e livre que seja o ARTISTA como PRÍNCIPE,  ele é solitário, vulnerável e limitado no TEMPO e no ESPAÇO.  Por mais expressiva, verdadeira e original que  seja a sua obra, esta obra  corre o perigo de desaparecer da memória e no espaço físico, sem vestígio e retorno.
Para suprir este limite pessoal o  artista ganhou o seu papel as INSTITUIÇÕES. Compete, a elas, dar continuidade, articular e socializar as OBRAS de ARTE para sucessivas gerações e mundo afora. O papel destas INSTITUIÇÕES é o de conjurar o risco de os artistas e a sua obra  se constituírem em expressões pontuais e voluntaristas apenas. Para estas operações estas INSTITUIÇÕES criam a atmosfera, a vida e as condições de se reproduzirem a identidade de uma cultura no âmbito de uma civilização.
Em contrapartida a OBRA de ARTE é melhor e o BEM mais permanente de uma civilização e de uma cultura. Estas OBRAS de ARTE constituem o prêmio das instituições, dos seus colecionadores e ENOBRECEM na medida em que são NOBRES.
O RIO GRANDE do SUL entrou nesta rota, da qualificação de suas ARTES NOBRES, na medida da qualidade dos seus colecionadores particulares, das instituições de arte e dos projetos que contemplam a produção dos seus artistas.
Artistas e estudantes de arte no MAC-RS no dia 10 de dezembro de 2011
Fig. 07–   O Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC_RS)[1] proporciona,  abriga experimentos, pesquisas e projetos de grupos ativos e em plena produção de sua obra. Esta instituição busca ampliar o numero e a qualidade do campo das ARTES VISUAIS em rápida e passagem de das condicionantes de ERA INDUISTRIAL para os vetores que comandam a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Neste sentido o próprio prédio que abriga esta instituição sofreu esta passagem e recondicionamento de uma FUNÇÂO UTILITÀRA para uma FUNÇÂO SIMBÒLICA da ARTE

07 – As ARTES NOBRES do RIO GRANDE do SUL
As sucessivas gerações de ARTISTAS VISUAIS do RIO GRANDE do SUL reforçam o contínuo das expressões de autonomia, de liberdade e do direito à pesquisa permanente. 
A autonomia, a liberdade e o direito à pesquisa permanente que são características do artista criador e que se materializam em poucas sociedades, lugares e em tempos muito curtos.

Em tempos muito curtos emergem artistas isolados, grupos e projetos que renovam as OBRAS de ARTE.
  As ARTES NOBRES do RIO GRANDE do SUL são uma realidade muito recente, pouco conhecida  e pouco densa. Colaboram nesta raridade, desconhecimento e confusão a vida sul-rio-grandense  muito próxima da Natureza, das necessidades básicas não satisfeitas e a erupção permanente e impositivas de estéticas alheias.
As próprias instituições - destinadas nominalmente para as ARTES NOBRES - são vítimas  deste COLONIALISMO CULTURAL, da falta de ATENÇÃO à sua natureza e continuidade e carência de projetos consistentes por TEMPO INDETERMINADO. Assim não são de estranhar os PROJETOS vazios, as  LACUNAS inexplicáveis e as  RUPTURAS no CONTÍNUO das ARTES NOBRES do RIO GRANDE do SUL.   


[1] MUSEU de ARTE CONTEMPORÂNEA do RIO GRANDE do SUL http://profciriosimon.blogspot.com/2011/12/isto-e-arte-018.html

Jailton MOREIRA    Parque MARINHA do BRASIL - obra da  bienal  In ALVES 2004 p. 191[1]
Fig. 08–   Por mais amplo, pretensioso e temerário que seja um projeto ele sempre encontra limites de sua competência. Ignorar estes limites significa ignorar as competências que a sua membrana protetora exige para a sua vida e para a sua reprodução.  O resultado visível é a  esterilidade, o vazio e o rápido desencanto do proponente do projeto e desaparecimento de qualquer discípulo, prosélito ou obra significativa além do registro do vazio, da ruína e do caos primordial.  

08 – PROJETOS,  LACUNAS e  RUPTURAS no CONTÍNUO das ARTES NOBRES do RIO GRANDE do SUL
Os sucessivos PROJETOS CIVILIZATÓRIOS, que se desenvolveram no território do Rio Grande do Sul, estão marcados por abandonos, lacunas e rupturas.
Certamente nenhuma destas etapas atingiu um clímax que as intenções anunciavam. De outra parte ao examinar as origens destes PROJETOS CIVILIZATÓRIOS,  a maioria foi importado e prontos para o seu consumo. Por sua vez estes projetos, importados e acabados, foram substituídos por novas imposições estéticas com raros e tênues justificativas de sua presença e ação. A “EXPORTAÇÃO da POESIA BRASILEIRA” está muito longe de ser realidade
Estas rupturas, lacunas e abandonos certamente enfraquecem a autonomia a autenticidade daquilo que se pretende como ARTES NOBRES do RIO GRANDE do SUL, com também vieram prontas de fora e
A ERA INDUSTRIAL acelerou o processo de desqualificar destruir e aniquilar o período anterior. O "NOVO POSTIÇO" se valeu de intrigas, de impor e de tomar o particular pelo todo ou então gerar “LEGENDAS NEGRAS[2] com o objetivo de demonstrar a superioridade, qualidade e inovação do “ELEITO como  NOVO e SUPERIOR ao ANTERIOR”


[1] ALVES de Almeida, José Francisco (1964).  A Escultura pública de Porto Alegre – História, contexto e significado – Porto Alegre : Artfólio, 2004  246 p.

[2] HISPANOAMERICA tiene una  RELACIÓN PERVERSA con su propia HISTÓRIA
Ruth SCHNEIDER - 1943-2003 - obra da artista no Museu de Passo Fundo 0
Fig. 09–  Ruth SCHEIDERS realizou instalações, , pinturas e letreiros que materializam a sua fantasia, as fofocas e ou aquilo que “OUVIR DIZER QUE..” na periferia de cidade de Passo Fundo. Estas obras continuam, a transmitir o imaterial, o seu  imaginário e esta aura até os dias atuais, apesar do seu desaparecimento precoce. Obra confiada à instituição da Universidade de Passo Fundo, ao município e aos estudiosas de sua formação, carreira e obras

09 – A QUALIDADE das ARTES NOBRES do RIO GRANDE do SUL entre o ELOGIO BARATO e a HISTÓRIA PERVERSA 
As narrativas, que se querem históricas, se debatem entre uma sucessão de palavras onde faltam ideias ou, então,  ideias gratuitas que não encontram um mínimo de lastro nos fatos concretos.
Palavras nas quais as ideias são amparadas pelo ELOGIO RECÍPROCO de GRUPO INTERNOS. Estes GRUPOS INTERNOS, hábeis em se enfeitar com adjetivos pomposos, em manejar alfinetes classificatórios contra GRUPOS EXTERNOS e com estes manter intrigas sem fim e sem proporção.
Ideias gratuitas, jogadas ao vento, que sublinham e alimentam  conspirações e desqualificações capazes de perceber e construir apenas NARRATIVAS  e HISTÓRIAS PERVERSAS
A QUALIDADE da OBRA jaz em úmidos e escuros porões enquanto se perde tempo com ELOGIO RECÍPROCO NARRATIVAS  e com  HISTÓRIAS PERVERSAS.  Escuros porões  nos quais a QUALIDADE das OBRAS espera que os cupins, os fungos e as camadas de poeira devorem e aniquilem estes incômodos e fedorentos arquivos. Nos trópicos o calor, a preguiça humana e a falta de interesse pelas ARTES NOBRES sacramenta este decreto de morte.
O ELOGIO BARATO e a HISTÓRIA PERVERSA somam-se com multiplicação desordenada de projetos personalistas, capengas e sem a menor condição de durar por tempo indeterminado
 No contraditório,  a esta visão pessimista, uma legião de artistas  do RIO GRANDE do SUL sobrepuseram a QUALIDADE das suas OBRAS das ARTES NOBRES ao ELOGIO BARATO e contra a HISTÓRIA PERVERSA. Basta lembra-se da exigência de Iberê CAMARGO para quem um elogio para alguma das suas obras,  era sinal  que esta obra  tinha fracassado e que deveria ser modificada completamente. Ou então Ruth SCHEIDERS para quem era matéria para as suas instalações, pinturas a fantasia, as fofocas e ou o “OUVIR DIZER QUE..”
Fig. 10–   Glauco Otávio de CASTILHS RODRIGUES (1929-2004) foi um dos quatro integrante do GRUPO de BAGÈ[1] Migrou para o centro do Brasil junto como fizeram outros  dois  companheiros Apropriou-se de imagens da HISTÒRIA do BRASIL que buscou atualizar

10– SUL-RIO-GRANDENSES contribuem para QUALIFICAR as ARTES NOBRES BRASILEIRAS  
Com certeza que toda OBRA de ARTE produzida no Rio Grande do Sul É BRASILEIRA No entanto  existe um elevado  numero de artistas sul-rio-grandenses que contribuíram e continuam a contribuir para qualificas as ARTES VISUAIS do Brasil.
Desde um Manuel Araújo Porto-alegre até uma atual Regina SILVEIRA, passando por uma legião de artistas  como Glauco Rodrigues, Carlos Scliar, Magliani, Iberê Camargo e Glênio Bianchetti que interferiram diretamente com as sua OBRAS NOBRES no cenário das ARTES VISUAIS brasileiras.
O caso exemplar de Manuel Araújo Porto-alegre  continua a repercutir  e é cultivado como exemplar pela aguda percepção de um artista agindo como um PRÍNCIPE onde tudo ainda está para ser feito. Estas expressões de  autonomia, de renovar e de atualizar é alimentado por artistas locais que nem por isto são menores. Ao contrário constituem um sólido patrimônio estético, moral e documental a ser ainda explorado e devidamente documentado, narrado e socializado. Sólido patrimônio perceptível nos seus projetos e que nem sempre pode ser concretizado no mundo prático.    
Pelópidas TEBANO e Vinicius Vieira  MUSEU do PERCURSO NEGRO – Porto Alegre
Fig. 11 –  Pequenos grupos humanos conseguiram grandes êxitos em se projetar através dos tempos, atrair  povos e se expandir em grandes território por serem portadores de poderosos projeto No  Rio Grande do Sul causa espanto como um pequeno grupo portador de um projeto pode implantar, desenvolver e expandir os SETES POVOS das MISSÔES Os afrodescendentes do Rio Grande do Sul  estão marcando o solo e as ruas de  Porto Alegre com o PRJETO do MUSEU do PERCURSO NEGRO. Estes afrodescendentes, após se livrarem da escravidão possuem um projeto que busca dar forma aos seus mais elevados valores >

11 – Uma CULTURA É HISTÓRICA na MEDIDA dos seus PROJETOS.
Os sucessivos PROJETOS CIVILIZATÓRIOS - que se desenvolveram no território do Rio Grande do Sul - nem sempre puderam ser materializados. Em todos os tempos e lugares não é  possível fazer sempre tudo o que se PROJETA.  No entanto conforme MARC BLOCH avisou  (1976, p.42)[1] que
é tal a força da solidariedade das épocas que os laços da inteligibilidade entre elas se tecem verdadeiramente nos dois sentidos. A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não seja mais útil esforçar-nos por compreender o passado se nada sabemos do presente .
Cabe ao ARTISTA ERUDITO conhecer, explorar e explicar esta “SOLIDARIEDADE das ÈPOCAS ente SI”. Até para que ele não “REINVENTAR a RODA”. Em contrapartida como a “ARTE está em QUEM PRODUZ” cabe o conselho do artista Aldo Locatelli ao escrever na sua tese[2] que;
Não esqueçamos que o homem-artista é o mais apto também no campo social, para demonstrar ideais e rumos, porque, além destas ideais nascerem de uma sensibilidade superior e elevada, em que o sofrimento humano repercute profundamente no ânimo, está ele situado à margem dos interesses pessoais, por isso tem tudo a seu favor para dizer uma palavra, que um pavoroso momento de desordem social e de aguda convulsão dos ânimos como o atual,  mostrará a posição militante e ativa do artista na vida contemporânea”.
 No entanto cabe - ao autentico profissional da HISTÓRIA, da FILOSOFIA e da ÉTICA - auscultar, estudar, comparar, registrar e socializar as OBRAS deste ARTISTA. OBRAS que são documentos primordiais desta aguda SENSIBILIDADE superior, desta ATUALIDADE na vida contemporânea e esta elevada  GRATUIDADE em relação a interesses pessoais de “QUEM PRODUZ ARTE”. GRATUIDADE, ATUALIDADE e SENSIBILIDADE que mantem o ARTISTA AO NIVEL das IDEIAS quando PRODUZ a SUA OBRA. OBRA isenta de PEDANTISMO, PANFLETAGEM ou na HETRONONIA de qualquer PODER EXTERNO.


[1]              BLOCH, Marc (1886-1944)  . Introdução à História.[3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa- América  1976  179 p.

[2] LOCATELLI Aldo (1915-1962) “MURAL”ANÁLISE – CONSIDERAÇÕES, MÉTODO E PENSAMENTOSCORREIO DO POVO, Caderno de Sábado. Volume X, ano V, nº 232
Francisco BELLANCA  (1895-1974)- estudo para cofre de joias .
Fig. 12 –  Francisco BELLANCA foi o primeiro artista que concluir um curso superior de Artes Visuais mantido no  Rio Grande do Sul. Suas atividades profissionais se mantiveram no âmbito  das ARTES VISUAIS.  Bellanca transitou entre as ARTES NOBRES e os OFICIOS. Nestes OIFICIOS  concebia insígnias simbólicas a serem distribuídas a quem demonstrasse  mérito e escudos pra Porto Alegre e Passo Fundo. Nas ARTES NOBRES se dedicou à pintar paisagens de Porto Alegre   . A sua  dupla  ação e suas  obras seguiam o projeto da  MISSÂO ARTÌSTICA FRANCESA que trouxe ARTISTA ERUDITOS  e  profissionais dos OFÌCIOS .   

12– QUANDO as INSTITUIÇÕES de ARTE contribuem para QUALIFICAR as ARTES NOBRES  SUL-RIO-GRANDENSES
 Quando o autor de um trabalho  PENSA em ter CHEGADO até a ARTE” ele cria um grande obstáculo para uma OBRA merecer o titulo de ARTE NOBRE. Em grande número de casos  este autor está longe disto. Para corrigir este equivoco mortal - desta chegada prematura ao vazio -  as instituições se constituem em referenciais impessoais. A busca da impessoalidade institucional estava em pauta quando os criadores do INSTITUTO de ARTES escreveram, em 01.05.1908, na folha 3, verso  do Livro de Atas nº 01 da Comissão Central do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul
O que constitui a pessoa jurídica em associação do tipo da nossa, não é propriamente o conjunto dos sócios; é antes o seu patrimônio, o qual no caso ocorrente, será formado pelas doações e liberalidades das pessoas que verdadeiramente se interessem pelo desenvolvimento das artes entre nós”.
É papel das instituições estudar o acúmulo sucessivo do patrimônio das ARTES NOBRES do Rio Grande do Sul. Neste estudo e olhar retrospectivo é de sua potencialidade entender o efeito destas doações e liberalidades realizadas por pessoas que de fato se interessaram e gostam de ARTE.
Ao admitir que a “ARTE ESTÁ em QUEM A PRODUZ” é necessário perceber como -  e de que forma - quem a recebeu reagiu, se modificou ou permaneceu indiferente.
 Mesmo a preocupação com os MUSEUS de ARTE[1] - presente após o incêndio e destruição do MUSEU NACIONAL[2] – não supre a PESQUISA ESTÉTICA. Caso esta preocupação - museológica e patrimonialista - vier a ser dominante, condena a “QUEM PRODUZ a ARTE” a retornar para a heteronomia colonialista. Heteronomia na qual o ARTISTA retorna para a SERVIDÂO num mundo de interesses extra estéticos.
A diversidade dos projetos civilizatórios instalados no Rio Grande do Sul - ou aqui iniciados - são oportunos e importantes.  Nas postagens anteriores buscou-se entender a consagração implementada ao longo desses projetos civilizatórios. Verificou-se o seu continuo desta consagração  promovido por meio das suas instituições e dos seus agentes. Nestas instituições os instrumentos, desta busca, foram o pensamento relativo às Artes Visuais expresso na crítica impressa no jornalismo, as exposições e o mercado de Arte. Em particular estudou-se a migração das obras das ARTES VISUAIS para se constituir em BENS nobres, públicos e democráticos.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
ALVES de Almeida, José Francisco (1964).  A Escultura pública de Porto Alegre – História, contexto e significado – Porto Alegre : Artfólio, 2004  246 p.

ARISTÓTELES(384-322).Ética a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p.

BLOCH, Marc (1886-1944)  . Introdução à História.[3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa- América  1976  179 p.

DUCHAMP, Marcel  Duchamp du signe –Escritos -  Reunidos a apresentados por Michel Sanouillet. Paris : Flammarion, 1991 - pp. 236-239

LOCATELLI Aldo (1915-1962) “MURAL”: ANÁLISE – CONSIDERAÇÕES, MÉTODO E PENSAMENTOSCORREIO DO POVO, Caderno de Sábado. Volume X, ano V, nº 232

PLATÃO ( 427-347) DIÁLOGOS – (5ª ed.) São Paulo : Nova Cultural, 1991 – (Os pensadores) http://pt.scribd.com/doc/12868010/Colecao-Os-Pensadores-Platao

FONTES NUMÈRICAS DIGITAIS
AGORA CORREM apressados para ENCOBRIR as RUINAS, o MAL FEITO e testemunhos da sua INCOMPETÊNCIA em GOVERNAR e SABER AGIR no TEMPO e no LUGAR CERTO.
AS CINZAS do MUSEU NACIONAL e PELÉ
CARTA de LE BRETON ao CONDE da BARCA
GRUPO de BAGÈ
João COUTO e SILVA

HISPANOAMERICA tiene una  RELACIÓN PERVERSA con su propia HISTÓRIA
LIBERDADE ARTE

MUSEU de ARTE CONTEMPORÂNEA do RIO GRANDE do SUL http://profciriosimon.blogspot.com/2011/12/isto-e-arte-018.html
MUSEUS de ARTE no BRASIL
MUSEU do PERCURSO NEGRO – Porto Alegre
QUEER MUSEU e REPERCUSSÔES INTERNACIONAIS
TERRAE BRASILIS

ESTUDOS de CASOS
1 – LEGISLAÇÃO da OSCIP e ás ARTES

2 -  ONGS e a ARTE VISUAIS do BRASIL

3 – HISTÓRIA do MUSEU OSCAR NIEMEYER (MON)  Curitiba

4 - MUSEU de ARTE do Rio de Janeiro (MAR)


Postagens disponíveis  na  REDE NUMÉRICA DIGITAL de MATERIAL do GRUPO de PESQUISA da AAMARGS do ANO e 2018

13.01.2018.. PESQUISA das ARTES VISUAIS INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL.  [projeto de 2018]

19.05.2018.. NO ATELIÊ DOS CONCEITOS: INSTITUIÇÃO / INSTITUCIONALIZAÇÃO  Neusa Rolita Cavedon cavedon.neusa@gmail.com

18.07.2018.. As ARTES VISUAIS INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL e a LEGISLAÇÃO.

27.07.2018.. CONCEITOS e CIRCUNSTÂNCIAS das ARTES  INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL

01.08.2018.. O que PERMANECEU da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no RIO GRANDE do SUL.

06.08.2018.. O PROJETO CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA pela ARTE:

14.08.2018.. ARTE DISTINTA de CULTURA num PROJETO CIVILIZATÓRIO.

21.08.2018.. As ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL  na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL.

27.08.2018.. POTENCIALIDADES das ARTES VISUAIS no RS em 2018:

31.08.2018.. FRUSTRAÇÕES de PROJETOS nas ARTES VISUAIS no RIO GRANDE do SUL

05.09.2018.. ACERTOS e INSTITUIÇÕES do  PROJETO de UNIDADE e IDENTIDADE do RIO GRANDE do SUL:

08.09.2018.. PORTO ALEGRE e suas REPRESENTAÇÕES ARTISTICAS. Os ARTISTAS que muito ou POUCO  “OLHARAM” para a CIDADE

20.09.2018.. POTENCIALIDADES ESTADUAIS das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL  e o CONTINUUM das EXPRESSÕES de sua AUTONOMIA.

29.09.2018.. O POTENCIAL de NOVAS e de ANTIGAS INSTITUIÇÕES de ARTE no RIO GRANDE do SUL.

03.10.2018. Potencialidades ADMINISTRATIVAS das ECONOMIAS SIMBÓLICAS no RIO GRANDE do SUL

09.10.2018. POTENCIALIDADES OPERACIONAIS e ECONÔMICAS das ARTES no RIO GRANDE do SUL
12.10.2018. SUMÁRIO do 9º ANO do BLOG: ISTO é ARTE.
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