sexta-feira, 31 de agosto de 2018

242 – ESTUDOS de ARTE.


FRUSTRAÇÕES de PROJETOS nas ARTES VISUAIS no RIO GRANDE do SUL
SUMÁRIO
01 – - PROJETOS POLÍTICOS FRUSTRADOS no RIO GRANDE do SUL 02 PROJETOS das ARTES VISUAIS no RIO GRANDE do SUL  no REGIME COLONIAL e SERVIL - 03 – PROJETOS das ARTES FUSTRADOS que DEVERIAM INDUZIR a UNIDADE e a IDENTIDADE ESTADUAL - 04 – PROJETOS DISPERSOS das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL  05 –  ÓTIMOS PROJETOS nas ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL são CORROMPIDOS  -  06 – O RIO GRANDE do SUL nunca foi INDEPENDENTE e a FALSA AUTONOMIA das suas ARTES  07 – O FRUSTRAÇÕES INSTITUCIONAIS nas  ARTES VISUAIS O RIO GRANDE do SUL 08 – SEQUÊENCIA de FRUSTRAÇÕES EMPRESARIAIS e as  ARTES VISUAIS O RIO GRANDE do SUL 09 – SEQUÊNCIA de FRUSTRAÇÕES EMPRESARIAIS e as  ARTES VISUAIS O RIO GRANDE do SUL. 10 – A QUEIMA da BANDEIRA do RIO GRANDE do SUL e a PROIBIÇÂO do SEU HINO -11 - As CONTRADIÇÕES e COMPLEMENTARIDADES nas ARTES VISUAIS  RIO GRANDE do SUL -   FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÈRICAS e DIGITAIS
CORREIO do POVO em 19.07.2011 p. 17 - MISSÕES e INDÌGENA -
Fig. 01 –  O gigantesco projeto dos SETE POVOS das MISSÔES JESUÍTICAS do RIO GRANDE do SUL jaz como um aviso perene de um PROJETO FRUSTRADO e ABANDONADO em seu MAIOR ESPLENDOR.  Projeto VOLUNTARISTA e CENTRADO nos interesses IBÈRICOS de DOMINAÇÂO do MUNDO a qualquer CUSTO e SACRIFÍCIO, fracassou e como tal, é remorado ativamente  na memória coletiva sul-rio-grandense ainda, nos dias atuais. .

01 - PROJETOS POLÍTICOS FRUSTRADOS no RIO GRANDE do SUL.

O grandioso projeto das MISSÕES JESUÍTICAS está colocado como um marco do que é POSSIVEL e daquilo que NÃO é POSSIVEL no RIO GRANDE do SUL. 
O VOLUNTARISMO e TEMERÁRIO PROJETO de um LADO. Do  OUTRO lado um REPERTÓRIO de uma POPULAÇÃO EMOTIVA mas sem AUTONOMIA da VONTADE e da INTELIGÊNCIA. POPULAÇÂO LOCAL incapaz de levar adiante por tempo indeterminado e os seus próprios meios conceituais, aquilo que achavam magnifico. Uma população indígena incapaz de formular leis, contratos e projetos que sentissem como  seus próprios e coerentes com a sua sociedade, seu local e o seu tempo.
 O problema não se restringe, especifico e se limita nas fronteiras das MISSÕES JESUÍTICAS. O SISTEMA COLONAL manifestou a sua MONOCRACIA, CENTRALISMO ABSOLUTO e PERSONALISMO nas micro e macro estruturas sociais, políticas e econômicas.
O movimento e guerra Farroupilha certamente trouxe muitas frustrações. O que ninguém esperava que, um século depois, um ex-presidente sul-rio-grandense, queimasse a bandeira do seu Estado de origem.   

As frustrações políticas vieram com a retomada do REGIME centralista IMPERIAL. Este foi frustrado pelo GRÊMIOS REPUBLICANOS que demostraram a inviabilidade nas instituições imperiais de artes estaduais. A Revolução de 1930 frustrou a Velha República e as suas instituições personalistas. O ESTADO NOVO e  Golpe de 1964 acabaram com qualquer veleidade  estética com um controle estatal que frustrou o gozo de qualquer autonomia  de EXPRESSÕES AUTÊNTICAS de ARTE.
Cristo (sic) barroco madeira policromada, h> 23 cm Lote 182 do espolio de EMILIO NEHME – CASARÃO AZUL
Fig. 02 –   No REGIME COLONIAL e SERVIL BRASILEIRO nem a obra e nem artesão gozavam qualquer estatuto de autonomia. A peça sacra é parte da PROPAGANDA da FÈ no interior de um cenário e fora do qual perde os seus referenciais e sentidos. O artesão é um especialista em técnicas de cenários. Com tal ele não assina as peças e que  pertencem à sua oficina que as repete com pequenas variações sempre atento às MESA da CONSCIÊNCIA e os ditames do SANTO OFÌCIO. O mercado de arte, da ÉPOCA PÓS_INDUSTRIAL, transformam estas peças em patrimoniais conforme a sua raridade, antiguidade e eventual estado de conservação.   

02 - PROJETOS das ARTES VISUAIS no RIO GRANDE do SUL  no REGIME COLONIAL e SERVIL

As ARTES VISUAIS estavam na absoluta heteronímia neste SISTEMA MONOCRÁTICO, CENTRALISTA e PERSONALISTA.
ARTESÕES, carentes de direitos autorais e sem poder assinar as suas obras enquanto os temas eram rigidamente controlados pela INQUISIÇÃO e pelas MESAS de CONSCIÊNCIA. Sem imprensa, com o uso da tinta a óleo proibida, sem escolas ou mesmo qualquer de livre associação de artistas visuais além daqueles comandados pelo mestres de obras.
Certamente as  atuais ARTES praticadas no Rio Grande do Sul refletem ainda, não só as frustrações, mas, na contramão, recebe  decididos projetos a serem realizados numa precária autonomia, venha de quem vier e de onde vierem.
Antônio PARREIRAS (1860-1937)  Depois do duelo
Fig. 03 –   Com toda certeza uma PROJETO CIVILIZATÒRIO compensador da VIOLÊNCIA teria evitado, no Rio Grande do Sul, muita BARBÁRIE, TRAIÇÔES e DEGOLAS e contornado o VOLUNTARISMO CEGO e PERSONALISTA. Estas DEGOLAS, TRAIÇÔES e BARBÁRIE marcaram fundo o imaginário, a vontade e a sensibilidade do artista visual sul-rio-grandense..

03 - PROJETOS das ARTES FUSTRADOS que DEVERIAM INDUZIR a UNIDADE e a IDENTIDADE ESTADUAL.

Certamente não faltam desculpas, procrastinações e desvios intencionais  nas ARTES que deveriam serem praticadas no Rio Grande do Sul. A ARTE e a CULTURA pende muito mais favoravelmente aos uruguaios do que para os sul-rio-grandenses. O vizinho ESTADO SOBERANO do URUGUAI conta com uma infraestrutura, com uma economia e técnica em constante interação. Enquanto isto o Rio Grande do Sul conta com uma população três vezes superior e com recursos naturais iguais  ou superiores ao Uruguai.
A esfarrapada desculpa de o RIO GRANDE do SUL estar em permanente PÈ de GUERRA foi desfeita por ATHOS DAMASCENO ao dispara contra os “gaúchos em disponibilidade e rebater  este argumento afirmou(1971, p.449) [1]  que: 
 certamente, as lutas que tivemos de sustentar desde os tempos recuados da Colônia, na defesa de nosso território e na fixação de suas fronteiras, em muito entorpeceram e retardaram nosso processo cultural. Não, porém, tanto quanto seria natural que ocorresse, uma vez evidenciada historicamente a belicosidade crioula, arrolada por aí, com um abusivo relevo, entre virtudes que nos compõem a fisionomia moral. Nossa história está realmente pontilhada de embates sangrentos. Mas lutas e guerras não foram desencadeadas por nós, senão que tivemos de arrostá-las compelidos pelas circunstâncias. Nunca deixamos de ser um povo amante da paz. E, em nossos anseios de construção, sempre desejosos dela. Tropelias e bravatas de certos gaúchos em disponibilidade forçada, não têm o menor  lastro Histórico:  pertencem aos domínios da anedota que os próprios rio-grandenses exploram, com malícia, para a desmoralização daqueles que o fazem, com  malignidade.
 O que de fato está em jogo é a MUDANÇA NECESSÁRIA para sair do MUNDO NATURAL e EMPÍRICO.  MUDANÇA NECESSÁRIA para atingir algo que PERMANECE, pois é portador de  “ALGO  por DENTRO”. Este é o PAPEL da autêntica OBRA de ARTE que se torna UNIVERSAL, ATRAVESSA o TEMPO, as SOCIEDADES e CARREGA o TRESTEMUNHO de quem a GEROU e lhe deu FORMA socialmente aceita e louvada por todos.
A UNIDADE e a IDENTIDADE constituem a recompensa para quem PRODUZ a AUTÊNTICA OBRA de ARTE.


[1]       DAMASCENO, Athos. Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900)  Porto  Alegre :  Globo, 1971. 540p.

Fig. 04 –   Araújo Porto-alegre foi vítima do seu  VOLUNTARISMO e do DEMASIADO BEM QUERER fora do seu TEMPO. LUGAR e SOCIEDADE. Muito a FRENTE do SEU TEMPO provocou uma SOCIEDADE ESCRAVOCRATA MONOCRÁTICA e UGNORANTE que não popupu e atacou com caricaturas que ele havia introduzida na IMPRENSA BRASILEIRA      

04 - PROJETOS DISPERSOS das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL  
As variadíssimas fontes de origem das manifestações das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL contitui um fato concreto e objetivo. As fontes culturais ameríndios, africanas, europeias soma-se e se adensam com a presença e o pensamento oriental.
Esta atomização e esta cultura sul-rio-grandenses em migalhas, podem frustrar especialmente quem acalenta algum projeto HEGEMÔNICO, REDUCIONISTA e DEFINITIVO.
Estes projetos “DEFINITIVOS, REDUCIONISTAS e HEGEMÔNICOS”, são obras de desavisados, preguiçosos e energúmenos totalitários. Estes projetos “DEFINITIVOS, REDUCIONISTAS e HEGEMÔNICOS” mostram as suas ruínas por todo o território do RIO GRANDE do SUL e mesmo além fronteiras. Nestas  além fronteiras, o sul-rio-grandense desavisado,  torna-se objeto de chacotas.
Alfred Huber ADLOFF (1874-??)[1] escultura “MOÇA com CÂNTARO”  - frente à prefeitura entre 1925 e 1935
Fig. 05 –   A escultura “MOÇA COM CÂNTARO”  colocada, em 1925 para comemorar o CENTENÀRIO da IMIGRAÇÂO  na frente ao prédio da Prefeitura de Porto Alegre (Praça Montevideo) foi rebatizada impropriamente como a “SAMARITANA”[2]. Este hábito de qualquer um nomear e rebatizara as obras de arte ao sabor do seu gosto corrompe o seu sentido, desorienta e no final desqualifica a própria obra de arte  

05 – ÓTIMOS PROJETOS nas ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL  são CORROMPIDOS.

A “CORRUPÇÃO dos ÓTIMOS é PÉSSIMA” já sentenciavam os latinos. A PIOR CORRUPÇÃO é FINGIR - em SI MESMO - valores, projetos e intenções que não correspondem ao mínimo da realidade. O mestre SÊNECA atacava de RIJO esta CORRUPÇÃO ENDÔGENA  no seu texto da TRANQUILIDADE do ÂNIMO:
penso que muitos poderiam ter atingido a sabedoria, se não se tivessem imaginado ter chegado até ela, se não se tivessem fingido certas coisas em si mesmos, se não passassem por outras com os olhos fechados SÊNECA Da tranqüilidade do ânimo, p. 08
Evidente se CONSELHO FOSSE BOM, NINGUÉM o DARIA de GRAÇA. Assim SÊNECA não conseguiu nada junto ao IMPERADOR NERO seu aluno. Ao contrario só piorou e o seu discípulo o condenou a cometer  suicídio.
Neste caso todo o SISTEMA ESTÁ CORRUPTO e corrompe a todos, conforme o sul-rio-grandense  Hipólito José da Costa. Ele escreve      in CORREIO BRAZILIENSE, novembro de 1814,  p. 710 As pessoas serão  boas ou más, acidentalmente; o sistema é que acusamos de mau radicalmente
A ERA INDUSTRIAL criou SISTEMAS que buscam a sua lógica, motivações e técnicas do mundo das máquinas, na lógica das linhas de montagem e do acúmulo desumano. Se de um lado livra esta criatura humana do esforço físico, do desgaste e da rotina, do outro estas máquinas cobram o seu preço que consiste na imposição da sua lógica, na falta de sentimentos e na proporção humana.
As máquinas criaram imensos sistemas lógicos nos quais as pessoas são descartáveis e não importa que sejam boas ou más, inteligentes ou estúpidas, fracas ou fortes. O que vale é a SEGURANÇA INSTITUCIONAL e não a LIBERDADE, a AUTONOMIA ou BONDADE do CIDADÃO AVULSO.    
A ERA INDUSTRIAL criou SISTEMAS que atingiram as ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul.  SISTEMAS nos quais se acumulam obras de arte em museus, a sua distribuição no mercado de arte padronizado e hierarquizado ou circulando em  espaços da mídia.
Fig. 06 –   A Sociedade de Concertos Haydn foi criado, em 1897,  por Olympio Olinto de OIlveira depois do fracasso da criação do primeiro Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Esta Sociedade se manteve até 1967 quando estava integrada como um departamento  na SOGIPA. Sociedade de Ginástica de Porto Alegre  .

06 – O RIO GRANDE do SUL nunca foi INDEPENDENTE e é FALSA AUTONOMIA das suas ARTES VISUAIS

Mesmo nos momentos mais críticos o RIO GRANDE do SUL lutou pela sua integração digna e honrada no cenário brasileiro. Este era o projeto de Bento Gonçalves, o líder máximo da Revolução Farroupilha quando escreveu, em 1835. ao Regente Padre Feijó.
 Em nome do Rio Grande, como brasileiro eu lhe digo, Senhor Regente, reflita bem antes de responder, porque de sua resposta depende, talvez, p sossego do Brasil. Dela resultará a satisfação dos justos desejos de um punhado de brasileiros que defendeu contra a voracidade espanholam uma nesga fecunda de Pátria e dela também poderá resultar um luta sangrenta, a ruína da Província, ou a formação de um novo estado dentro do Brasil 
  Em ARTES VISUAIS não é diferente. É sabido que as ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL possuem um ritmo do tempo que difere do Brasil.  É sabido que os ARTISTAS VISUAIS do RIO GRANDE do SUL nunca se negaram a levar a sua estética própria ao cenário brasileiro.  É sabido que as ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL possuem a sua sociedade, o seu lugar geográfico. É sabido que os ARTISTAS VISUAIS do RIO GRANDE do SUL - mesmo sofrendo discriminações, incompreensões e silêncios sobre suas obras - nunca deixaram de produzi-las mesmo marcadas por esta necessidade de saltar sobre estes obstáculos.
Fig. 07 –   O percurso das trajetórias pessoais dos artistas em Porto Alegre e Rio Grande do Sul forma uma constelação de nomes digno da maior atenção, estudo e socialização. Muitos deles deixaram instituições de artes, como foi o Conservatório PALESTRINA devido ao maestro Ângelo CRIVELLARO. No entanto uma nova SOCIEDADE, novas TÈCNICAS e outros INTERESSES não atingiram o PENSAMENTO, os PROJETOS e ÂNIMO dos seus fundadores.  .

 07 – FRUSTRAÇÕES INSTITUCIONAIS nas  ARTES VISUAIS O RIO GRANDE do SUL 
 Apesar das brilhantes e reiteradas tentativas de constituir e manter ESCOLAS de ARTES OFÍCIOS no RIO GRANDE do SUL elas foram desativadas uma a uma[1].
Trinfou o bacharelismo, o desprezo pelo trabalho manual e o mandonismo, mesmo com as mínimas condições e com evidentes fracassos.
O mesmo pode ser dito da HISTÓRIA das ESCOLINHAS de ARTE que cumpriram certo ciclo de realizações  e desapareceram
Porém o fenômeno atingiu também os ditos CURSOS SUPERIORES de ARTES, tanto no interior do Estado como na capital.
Não há como fugir do problema das dificuldades  -  não só de montar estas instituições de arte – como a dificuldade em manter e acompanhar as estonteantes mudanças estéticas, técnicas e econômicas da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL
De outra parte, a pura vontade imposta de fora, de maneira temerária e soberana culmina com a MORTE INTITUCIONAL. IMPLANTAÇÂO, DEFINITIVA e IMEDIATA que atropela,  intoxica e mata a EXPERIMENTAÇÃO LENTA e SEGURA. Desta forma qualquer ato temerário, voluntarista ou personalista esteriliza, diminui e, por fim, mata as melhores intenções.


[1] ESCOLAS de ARTES e OFÍCIOS em PORTO ALEGRE (panorâmica).
Francisco BELLENCA – ARBA -  Associação Riograndense de Bellas Artes
Fig. 08 –   No dia 20 de outubro de 1936 Ângelo Guido endereçava uma correspondência para Francisco BELLANCA num papel timbrado com a ASSOCIAÇÂO RIO-GRANDENSE de BELAS ARTES -ARBA -  O logo deste papel havia sido criado por BELLANCA. Não existem informações posteriores em relação e esta associação de artistas visuais. .  
08 – SEQUÊENCIA de FRUSTRAÇÕES de ASSOCIAÇÔES de  ARTISTAS VISUAIS O RIO GRANDE do SUL

O artista visual possui a característica de trabalhar e produzir isolado no seu atelier. Nisto ele difere do MÚSICO e do ATOR que possuem por natureza do seu trabalho  a obra em conjunto
A cada projeto político também existe um projeto estético. Assim os Grêmios Republicanos eram contra o regime imperial e pleiteavam mudanças neste centralismo. Estes Grêmios, depois de empolgaram o poder político, estabeleceram as competências e os limites destas associações e sem subordinação ao trono imperial ou centralismo do poder estatal. Isto é legível no texto legal[1] na Lei de nº 173 do dia 10.09.1893.
O jornalista Arthur Pinto da Rocha realizou no seu jornal “Gazeta do Comércio” uma Mostra Grupal de Arte Plásticas dentre os dias  01 até 24 de março de 1903[2] 
Dez anos depois, em novembro 1913, reuniu se em Porto Alegre, uma efêmera associação, na forma de um “Centro Artístico”, ao redor de uma exposição de Pedro Weingärtner, conforme registro de Doberstein (1999: 91)[3]. .
O Salão de Outono de 1925 também foi fruto de uma associação efêmera, que nasceu dos preparativos do baile de  carnaval da Sociedade de Filosofia (Scarinci, 1982: 35) e que se tentou institucionalizar (Revista Máscara, ano VII, no 7, junho de 1925).
A criação e a manutenção de associações de artistas plásticos sempre foi um acontecimento fora da curva no Rio Grande do Sul[4]. O caso mais notável foi a criação em 1938 , em  pleno Estado Novo, da Associação Francisco Lisboa e  que continua em pelas vigência e efetividade.
Na mesma  época houve a tentativa da criação da ARBA (Associação Rio-grandenses de Belas Arte) que não saiu do papel.


[2] DAMASCENO. Athos (1902-1975) Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre : Globo, 1971, pp. 453-486

[3] DOBERSTEIN, Arnoldo Walter  Rio Grande do Sul (1920-1940): estatuária, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre : PUC-Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1999, Tese 377 f. 

Fig. 09 –   Porto Alegre possui uma coletânea de OBRAS TEMERÁRIAS que perderam o SENTIDO, as COMPETÊNCISAS e o os LIMITES tornando-se monstruosos esqueletos urbanos dignos de cenários filmes de terror. Esqueletos estimulados por interesses escusos,  pela incompetência de gestores e empresas em franca dissolução
09 – SEQUÊNCIA de FRUSTRAÇÕES EMPRESARIAIS e as  ARTES VISUAIS O RIO GRANDE do SUL

O Rio Grande do Sul NÃO foi poupado da obsolescência, da inadequação e das  falências empresariais típicas do final da ERA INUSTRIAL
O final da VARIG (Viação Aérea do Rio Grande do Sul)[1] foi  o caso mais visível. No entanto centenas de pequenas ou grandes empresas tiveram o mesmo destino e sem alarde.
Outra série de obsolescências, inadequações e falências empresariais - diretamente ligadas às artes visuais - foi o final de bancos nacionais e estrangeiros e que haviam mantido, ao longo de décadas GALERIAS de ARTES em PORTO ALEGRE  .


[1] ALBUQUERQUE  Mário de Berta e os anos dourados da VARIG: uma história de bastidores nunca revelados – Porto Alegre: ed. do Autor 2017 416 p, il 25 cm ISBN 978-85-5697-190-6

- LENÇO FARROUPILHA Museu Júlio de Castilhos     https://pt.wikipedia.org/wiki/Lenço_Farroupilha
Fig. 10 –  O complexo e eclético mundo simbólico do  lenço Farroupilha (1835-1845)  foi produzido e imposto nos países  que dominavam  as máquinas e da Era Industrial.  Porém a temática, os dizeres e os lemas antecipam instalações, pichações  e pesquisas da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Se a REVOLUÇÂO FARROUPILHA frustrou estes projetos, de outro lado este movimento consolidou uma larga consciência coletiva sul-rio-grandense que é remorada e está ativa, ainda, nos dias atuais.
.
10  – A QUEIMA da BANDEIRA do RIO GRANDE do SUL e a PROIBIÇÃO do SEU HINO

O imaginário do  Rio Grande do Sul jamais poderia espera que um filho seu mandasse queimar a BANDEIRA do seu ESTADO NATAL e muito menos tentasse banir toda a memória regional a favor de um ESTADO CENTRAL HEGEMÔNICO e FORTE.
De outra parte a TODA AÇÃO CORRESPONDE uma REAÇÃO IGUAL e CONTRÁRIA. O MOVIMENTOS REGIONALISTAS, de diversas matizes, estruturas e propósitos  que surgiram no FINAL do ESTADO NOVO - constituem reações a esta agressão aos símbolos sul-rio-grandenses
Neste meio tempo milhares e milhões de mentes, de vontades e de sentimentos que nada a ver com isto, foram fulminados e aniquilados por esta politica centralista, monocrática e totalitário que produziu estragos subliminares incalculáveis. Trata-se daqueles que -  de uma hora para outra - tiveram envenenadas, desqualificadas e proibidos os vínculos culturais com os seus antepassados. Com a proibição das línguas maternas interrompeu-se um fluxo de alto nível de ideias, sentimentos e vontades que não mais puderam ser recuperados.
Mentes, vontades e  sentimentos jogados de retorno para uma cultura colonial e servil. Nestas circunstâncias e clima  estas novas gerações, nascidas no Rio Grande do Sul, não puderam refazer este legado dos seus antepassados..
Fig. 11 –   O MARCO ZERO RODOVIÁRIO SUL RIO GRANDENSE junta ícones da ERA AGRÍCOLA como   a FONTE de TALAVERA de 1935  e o prédio da era INDUSTIAL da  Guaspari de 1937. O conjunto desta  imagem sugere que a ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL PODEM mostrar as sua CONTRADIÇÔES como também encaminham para COMPLEMENTARIEDADE entre estéticas sem necessidade de forçar qualquer ECLETISMO.

11  – As CONTRADIÇÔES e COMPLEMENTARIDADES nas ARTES VISUAIS  RIO GRANDE do SUL

O grande problema ARTES VISUAIS  RIO GRANDE do SUL é PENSAR ter CHEGADO até o CONTRATO COLETIVO, até a IDENTIDADE e até  mesmo à ARTE, quando está muito longe disto.

Em primeiro lugar a ARTE ESTÁ em QUEM A PRODUZ. Portanto o PRODUTO sempre é algo do PASSADO mesmo que tenha sido elaborado no DIA ANTERIOR.
Em segundo alugar o fenômeno estético sempre chega mediado por algum atravessador, uma outra mídia e no caso das ARTES VISUAIS por IMAGENS
Em terceiro lugar há uma constante leva de pessoas de outros campos que usam o fenômeno estético para seus interesses, seus repertórios e seus naturais limites.
Diante disto cabe o convite de DIDEROT diante do SALÃO de PARIS[1] para que o espectador refaça o caminho até o artista por meio das suas obras originais
Este convite também é valido para as ARTES VISUAIS SUL-RIO-GRANDENES. Elas refletem não só as frustrações, mas os decididas reações, como os projetos de seu realizar na autonomia, venha quem vier e de onde vierem.  Nunca faltou, ao sul-rio-grandense, vontade para se expressar de forma singular para contribuir de uma maneira criativa no grande projeto nacional. Os decididos projetos de autonomia continuam a se configurar com variadíssimas fontes de origem.  As surpreendentes manifestações das ARTES praticadas no Rio Grande do Sul continuam a se projetar continuadamente interna e externamente.  
Neste dimensão e sincronia com a política e a economia as ARTES VISUAIS SUL-RIO-GRANDENES constituem marcas, identidade  e documentos de sua múltipla SOCIEDADE, das suas fertilíssimas TERRAS e de um TEMPO em mudança constante .

FONTES BIBLIOGRÀFICAS
ALBUQUERQUE  Mário de Berta e os anos dourados da VARIG: uma história de bastidores nunca revelados – Porto Alegre: ed. do Autor 2017 416 p, il 25 cm ISBN 978-85-5697-190-6

DAMASCENO. Athos (1902-1975) Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre : Globo, 1971, 520 p

DOBERSTEIN, Arnoldo Walter  Rio Grande do Sul (1920-1940): estatuária, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre : PUC-Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1999, Tese 377 f. 

FONTES NUMÈRICAS DIGITAIS
CORREIO BRAZILIENSE, novembro de 1814,  p. 710
ESCOLAS de ARTES e OFÍCIOS em PORTO ALEGRE (panorâmica).
AUTONOMIA do ARTISTA  e o seu PERTENCIMENTO
DIDEROT e os SALÔES de PARIS

ESTUDOS de CASOS
1 – 1 – CARTA de BENTO GONÇALVES ao REGENTE PADRE FEIJÓ
2 – A QUEIMA da BANDEIRA, PROIBIÇÃO do HINO no ESTADO NOVO; http://profciriosimon.blogspot.com.br/2014/09/
3 - MTG e as IMPORTAÇÕES e IMPOSIÇÕES  da CULTURA PLATINA
4 – A ASSOCIAÇÂO ARAUJO PORTO ALEGRE
5 – ANGELO CRIVELLARO e a  FACULDADE PALESTRINA
6 – A RETOMADA ERUDITA do FOLCLORE BRASILEIRO


2018.08.30- Postagens disponíveis  na  REDE NUMÈRICA DIGITAL de MATERIAL do GRUPO de PESQUISA da AMMARG do ANO e 2018

13.01.2018.. PESQUISA das ARTES VISUAIS INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL.  [projeto de 2018]

19.05.2018.. NO ATELIÊ DOS CONCEITOS: INSTITUIÇÃO / INSTITUCIONALIZAÇÃO  Neusa Rolita Cavedon cavedon.neusa@gmail.com

18.07.2018.. As ARTES VISUAIS INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL e a LEGISLAÇÃO.

27.07.2018.. CONCEITOS e CIRCUNSTÂNCIAS das ARTES  INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL

01.08.2018.. O que PERMANECEU da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no RIO GRANDE do SUL.

06.08.2018.. O PROJETO CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA pela ARTE:

14.08.2018.. ARTE DISTINTA de CULTURA num PROJETO CIVILIZATÓRIO.

21.08.2018.. As ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL  na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL.

27.08.2018.. POTENCIALIDADES das ARTES VISUAIS no RS em 2018:
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