segunda-feira, 30 de outubro de 2017

217 – ESTUDOS de ARTE

O PENSAMENTO de 
ALDO OBINO (1913-2007).
SUMÁRIO
1 –  Natureza do   PENSAMENTO de Aldo OBINO.... 2 –  Obstáculos sociais e culturais que  Aldo OBINO teve de enfrentar no cultivo e na divulgação de seu PENSAMENTO  estético_ 3 – O contexto social, político, econômico e estético do PENSAMENTO de  Aldo OBINO no Rio Grande do Sul_  4 –   Aldo OBINO afirma o seu  PENSAMENTO e colabora na formação da consciência  estética no contexto sul-rio-grandense apesar das fragilidades,  resistências  e silêncio oficial._  5 – Leituras e narrativas  estilísticas do PENSAMENTO de Aldo OBINO _ 6 – O profissionalismo, a projeção e a permanência   do PENSAMENTO  de . Aldo OBINO._ 7 – Etapas da transição do   PENSAMENTO de Aldo OBINO o mundo prático e empírico._ 8 -  Permanência do potencial do PENSAMENTO de Aldo OBINO apesar da sua ausência física, _ 09 – O pensamento de Aldo OBINO  introduz outras ESTRATÉGIAS  para se tornar AUTÔNOMO do MUNDO OFICIAL e assim ampliar o seu potencial do intelectual e esteta e se aproximar da lógica da livre iniciativa da ERA INDUSTRIAL._  10 - O PENSAMENTO de  Aldo OBINO e o seu legado institucional  .   FONTES BIBLIOGRÁFICAS relativas . Aldo OBINO..  FONTES BIBLIOGRÁFICAS TEÒRICAS CITADAS  - FONTES NUMÉRICAS  DIGITAIS
Fig. 01 –   Aldo OBINO foi um atento e continuador observador, cronista e crítico de gerações daqueles que se dedicaram ou transitaram pelas Artes Visuais  do Rio Grande do Sul.   Ele iniciou as suas “NOTAS de ARTE”  em 1934 e levou este projeto até 1984 quando o jornal passou para outra administração

1 –  Natureza do   PENSAMENTO de Aldo OBINO

Não é possível atribuir ao pensamento de Aldo OBINO um tom conciliador. Com formação nas Ciências Jurídicas, em Filosófica, prática de docência e com o exercício do jornalismo manteve um projeto amplo, fundamentado e com recursos próprios. Com este atividade ampla reuniu recursos próprios para se desviar de qualquer alfinete classificatório que alguém quisesse cravar nas suas costas para fazê-lo figurar num quadro rígido de um museu.

No mundo das artes ele estava aberto à ATUALIZAÇÃO de sua inteligência. De outro lado, o destino e o endereço do seu pensamento, não ultrapassavam as fronteiras do Rio Grande do Sul. Nas visuais sul-rio-grandenses e buscando a PESQUISA ESTÉTICA possível nestas fronteiras.  Fazia-se todo atenção, tempo, ouvidos e olhos para as práticas artísticas dos músicos e as pesquisas dos produtores locais.

Regeu o seu pensamento pelo humanismo mediterrâneo tributário e continuador de um pensamento de imigrantes avulsos e com certa erudição italiana. O avô arquiteto construiu a igreja de Bagé. O pai a Hidráulica Guaibense de Porto Alegre, passando a ser gerente de Estrada de Ferro para Gramado e depois do Correio do Povo.

Nesta erudição  Aldo OBINO era capaz de prestar atenção[1], registrar por escrito,  qualificar e discriminar minuciosamente todas as obras de uma exposição de artes visuais. A sua qualificação dirigia-se mais aos aspectos formais deixando e convidando o expectador e o leitor para exercer realizar os seus juízos e qualificações estéticas das obras expostas a um público aberto e indiscriminado. Já pela escolha do nome de sua coluna jornalística como “NOTAS de ARTE” evidencia-se um distanciamento e um contorno da “CRÍTICA de ARTE”. Sabia os limites e as competências de um pensamento muito próximo e interativo com o que se passava na SOCIEDADE LOCAL e agindo numa tecnologia de um TEMPO em acelerada evolução. Ficou fiel à tecnologia do seu TEMPO. Criou as suas “NOTAS de ARTE” na sua máquina de escrever, com textos revistos editados por outros transformados em chumbo pelas linotipos, com poucas imagens e impressos na linha de montagem do jornal. A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL encontrou Aldo OBINO como apreciador exigente e atento de música erudita executada ao vivo e que ele usufruía como ouvinte atento sem divulgar os seus juízos ou pensamento.

Aldo OBINO estava muito consciente do seu TEMPO. Assim declarou a CIDA GOLIN no final de uma longa entrevista (2002, p 44) que:

“Hoje tudo está muito sofisticado. Minha formação não chegou a tanto. Meu sobrinho trabalha em computador. Eu ainda sou da máquina manual de datilografia. Não estou usando-a no momento mas, a qualquer hora, quero pegá-la novamente. Antes de ir embora, ainda tenho de escrever alguma coisinha”



[1] _ há evidentes lapsos nestes registros mentais com aquele em que Fernando Corona o denomina de “DISTRAÌDO” pelo registro equivocado de um título.
Fonte  da imagem:  ALDO OBINO por  Cida GOLIN, 2002 - p012
Fig. 02 –   O fato de Aldo OBINO ceder para a  jornalista Cida GOLIN é revelador e índice profundo do PENSAMENTO deste critico da arte. Na mitologia o herói não possui berço nem túmulo, nas gestas heroicas ou nas narrativas do FAR WEST. Ele aparece adulto, inteligente e guerreiros conforme o nascimento de ATENAS emergindo, esplendorosa, da mente de ZEUS, No polo antagônico uma parte do cristianismo cultua uma CRIANÇA no BERÇO. Pois o VERBO que pé DEUS se FEZ CARNE. Esta foi a grande contribuição de São Francisco de Assis ao disseminar o culto do PRESÈPIO.   Presépios que se tornou tema recorrente do RENASCIMENTO contrariando a tradição bizantina do “DEUS na GLÓRIA” (PANTOCRATOR)[1] No plano material, o cuidado com a infância, é o índice mais expressivos de uma civilização mediterrânea..

2 –  Obstáculos sociais e culturais que  Aldo OBINO teve de enfrentar no cultivo e na divulgação de seu PENSAMENTO  estético

O jornalista, professor e filósofo  Aldo OBINO teve de assimilar, se definir e  continuar  um pensamento próprio num ambiente com poucos mas fortes concorrentes de todas as matizes, forças e densidades.

Na afirmação e sobrevida do seu pensamento próprio não transigia, nem adotava um ecletismo fácil ou buscava brilhar pelo marketing e propaganda do seu nome. Esta autonomia do seu pensamento próprio rendeu-lhe raros estudos de sua obra, pensamento e legado. O pesquisador de sua obra, do seu pensamento e da sua pessoa necessita sair de sua couraça conceitual para expor-se, explorar os caminhos que estão fora dos mapas da moda e do pensamento hegemônico, carimbado e pasteurizado.
Fig. 03 –  Aldo OBINO nasceu, se educou e residiu na legendária RUA DO ARVOREDO (Fernando Machado).. Foi aluno do COLÈGIO ROSÀRIO quando este funcionava ainda no atual prédio da Cúria Metropolitana

A autonomia e a identidade do pensamento de Aldo OBINO não se desviaram ou se quebraram diante das torrentes e dos tsunamis - dos mais variados matizes ideológicos, étnicos e técnicos - que periodicamente varrem cidades periféricas como Porto Alegre. Este rumo não foi mudado mesmo pelos grandes movimentos políticos, culturais internos do Rio Grande do Sul. Evidente que trouxeram ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA e adicionaram contribuições que foram filtrados, aproveitados e divulgados, por Aldo OBINO. sem que  mudassem o seu rumo.


3 – O contexto social, político, econômico e estético do PENSAMENTO de  Aldo OBINO no Rio Grande do Sul. 

Os produtores e pesquisadores  das artes visuais no Rio Grande do Sul encontraram um  interlocutor atento no jornalista, professor e filósofo  Aldo OBINO.  Ele levava a sua presença física constante aos projetos e às práticas estéticas socializadas pelos artistas visuais, músicos e teatrólogos para um público local. Para quem o procurava para divulgar a sua obra ele não questionava idade, ideologia, poder econômico, social ou político. Era presença certa no centro histórico ou na periferia urbana onde ocorria a manifestação. Bastava um singelo convite.

Aldo OBINO colocava-se como um mediador honesto num  mundo da arte ainda ralo. Neste mundo da arte ele interagia com público social e economicamente em ascensão, porém muito distante de uma consolidação de uma PESQUISA confiável e de permanência assegurada. Nestas condições precárias mantinha a honestidade consigo mesmo, com os artistas e com os apreciadores, consumidores e as instituições.

Aldo OBINO mantinha AUTONOMIA política, econômica e estética. Assim artistas das mais variadas tendências estéticas, níveis econômicos e ideologias encontravam guarida e acolhida nas suas “NOTAS de ARTE”. Nesta  coluna jornalística os estudantes desvalidos e titubeantes encontravam especialmente uma acolhida segura.

Fig. 04 –  Aldo OBINO exerceu o magistério de FILOSOFIA no prestigioso GINÀSIO JÚLIO de CASTILHOS de Porto Alegre entre 1938 até 1969. Quando OBINO iniciou, este GINÁSIO  ocupava um imponente prédio ao lado da FACULDADE de DIREITO e a ESCOLA de ENGENHARIA para a qual preparava os estudantes. Magistério selecionado especificamente para este estabelecimento considerado modelar para a educação escolar do Rio Grande do Sul.. Posteriormente os estudantes egressos deste estabelecimento ocuparam cargos nas mais variadas funções determinantes na vida regional e nacional.

4 –   Aldo OBINO afirma o seu  PENSAMENTO e colabora na formação da consciência  estética no contexto sul-rio-grandense apesar das fragilidades,  resistências  e o silêncio oficial.

Aldo OBINO enfrentou a sua formação humanística no ambiente de Porto Alegre. Seguiu o caminho de Mário de Andrade que também nunca atravessou o Atlântico. Certamente teve de pagar um alto preço por esta escolha diante do olhar superior dos adventícios estrangeiros e pelos representantes das classes abonadas.  Classes abonadas e estrangeiras que eram contaminadas pela mentalidade colonialista e escravocrata. Classes abonadas que vinham com as suas valises portadoras dos vírus coloniais ou, retornavam, com as suas mentes afiadas e municiadas pelas culturas hegemônicas para remeter os nativos para a servidão conceitual, econômica e política.
Impunha-se  a todo o instante reconstruir e formar uma consciência  estética, o contexto sul-rio-grandense contra esta servidão política, econômica e conceitual. O trabalho do jornalista, professor e filósofo certamente estava muito distante de reforçar estas    fragilidades,  vencer as resistências  e convencer o mundo  oficial que a ARTE era a EXPRESSÃO MAIOR de um PROJETO CIVILIZATÓRIO.
 Evidente que este PROJETO CIVILIZATÓRIO ia contra os interesses dos DONOS do PODER  no Rio Grande do Sul  que podiam continuar a praticar a VIOLÊNCIA SIMBÓLICA, ECONÔMICA e SOCIAL. A ARTE dos DONOS do PODER, no Rio Grande do Sul,  era, e continua sendo,  aquela que  seu baixo repertório estético se deixava atropelar por marqueteiros e propagandistas de qualquer tendência estética. Do único critério do qual entendiam e queriam admitir  que esta tendência estética estivesse muito bem cotada no MERCADO de ARTE e abundantemente regada pela mídia diária da grande imprensa internacional.
Fonte  da imagem:  ALDO OBINO por  Cida GOLIN, 2002 - p014
Fig. 05 –  Advogado formado em ciências JURICAS da FACULDADE de DIREITO sob a direção do Desembargador Manuel André da ROCHA  . Dirigiu este saber erudito para o magistério na condição de professor de Filosofia, para o jornalismo voltado para o mudo das ARTES.

5 – Leituras e narrativas  estilísticas do PENSAMENTO de Aldo OBINO

As “NOTAS de ARTE” de Aldo OBINO permitem as mais variadas leituras devido a abertura conceitual praticadas pelo seu autor. Direcionadas para um público de um jornal informativo - tanto urbano como rural - fixava-se no noticiário das práticas artísticas que ocorriam na capital de Estado.
Assim o pensamento de Aldo OBINO orienta-se pelas narrativas jornalísticas praticadas nas demais sessões deste periódico. Evidentemente que a sua formação filosófica -  e a sua prática na sala de aula - permitiam-lhe contornar intrigas previsíveis. Previsíveis entre os variados e contraditórios repertórios, formações e profissões praticadas pelos seus leitores, como acontecia nas suas comunicações em sala de aula. Nas leituras estilísticas da arte, praticadas em Porto Alegre, havia outros profissionais concorrentes tanto na Filosofia da sala de aula como na redação do jornal. No magistério conviveu, e repartia aulas, com Armando Câmara como Ernani Maria Fiori[1]. Na redação do jornal trabalhou ao lado de Fábio de Barros como com Carlos Scarinci que também era professor de Filosofia e Estética..
Fig. 06 –  Uma amostra da coluna NOTAS de ARTE criada  mantida por Aldo  OBINO no CORREIO do POVO. O próprio jornal mantinha uma Galeria de Artes. A matéria e a foto é o registro e amostra oficial do resultado estético obtido pela Associação Araújo Porto Alegre na sua gira pelo estado do Rio Grande do Sul (missões),Bahia (Salvador) e Minas Gerais (cidades históricas)
Nas tentativas de leituras estilísticas dos textos jornalísticos é necessário dar-se conta de que as “NOTAS de ARTE” são TRABALHOS de Aldo OBINO destinados ao consumo. Não desejavam serem OBRAS ao modo de construções estéticas em si mesmas.  Não queriam serem construções estéticas e literárias que se bastam a si mesmas ao modo de uma poesia ou uma crônica intemporal.

6 – O profissionalismo, a projeção e a permanência  do PENSAMENTO  de  Aldo OBINO.

A extensa produção do jornalista Aldo OBINO reveste-se de um profissionalismo e é marcada pelo contrato não só com a empresa jornalística como pelo seu público. Público a quem o professor  e o filósofo  não sonegava a informação, ao mesmo tempo em que não fazia proselitismo ou buscava infundir uma determinada estética.
Neste profissionalismo e projeto para alguns era algo chato e “dejá vu”. Numa reclamação contra ao autor das “NOTAS DE ARTE”, feita ao proprietário da empresa jornalística, este foi enfático “PODEM DESPEDIR a MIM, mas não ao Aldo OBINO”.

Fig. 07 –   O retrato “Para o grande amigo Aldo OBINO  assinado por Iberê CAMARGO é um reconhecimento pelo  acompanhamento  atento e seguro da carreira deste artista sul-rio-grandense.. Magistério

Se o PENSAMENTO de Aldo OBINO não se consolidou num corpo estético inovador e fora da curva, em contrapartida o seu trabalho jornalístico constitui-se num imenso documento daquilo que aconteceu no mundo das artes em Porto Alegre ao longo de meio século.
Não é possível ignorar o seu trabalho de arquivista eventual do Correio do Povo e as resenhas anuais daquilo que acontecia ao longo do ano nas artes em Porto Alegre. Como arquivista, descobriu o pensamento de Olympio Olinto de OLIVEIRA a quem continuou em outra época e circunstâncias.  Conviveu e interagiu com Fábio De BARROS.
Fonte  da imagem:  ALDO OBINO por  Cida GOLIN, 2002 - p016
Fig. 08 –  A baixa remuneração do magistério de FILOSOFIA - mesmo  no prestigioso GINÀSIO JÚLIO de CASTILHOS - fez com que Aldo  OBINO tivesse de exercer simultaneamente o jornalismo  . Sei magistério era a vocação o jornalismo tornou-s profissão e oportunidade da atingir um público distante da sala de aula. Profissão que o manteve na casa que seu pai administrava depois de construir a Hidráulica GUAIBA de Porto Alegre e empreitado a construção da catedral de Bagé.

7 – Etapas da transição do  PENSAMENTO de Aldo OBINO e o mundo da ÉPOCA PÓS-INDUSTRAL

A presente postagem possui todas as características e a natureza do mundo da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Neste mundo NUMÉRICO DIGITAL busca-se refletir sobre o imenso espaço da fronteira cultural  que era o Rio Grande do Sul na época de  Aldo OBINO  Este jornalista, professor  e filósofo  viu desfilar diante de seus olhos, ouvidos e mente a  mais variadas tendências. Não tomou outro compromisso além dos profissionais. 
 Nesta dimensão profissional houve etapas bem marcadas. Porém toda a sua trajetória profissional ocorreu ao abrigo técnico e operacional da ERA INDUSTRIAL. Assim esta grande etapa cessa na entrada da ÉPOCA PÒS-INDUSTRIAL. Cessa quando ingressou a ERA DIGITAL e da INFORMÁTICA e as REDES SOCIAIS
 De outro lado a  ERA INDUSTRIAL no Rio Grande do Sul é tardia e que perdeu forças e hegemonia muito cedo para outros centros culturais mais informatizados, concentradores de capital, de tecnologia nas mãos de empresas de mídia.
Esta marginalidade sul-rio-grandense também silenciou a memória de  Aldo OBINO
Um dado certamente interessante para sublinhar é que entre - os compromissos profissionais de  Aldo OBINO - não existe, pelo que saiba, nenhum LIVRO de sua lavra, edição e divulgação.  Certamente intuía o MUNDO de SEBOS, de LIVROS ENCALHADOS, DESCARTADOS e RECICLADOS que caracteriza o LIVRO no mundo da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Isto não o impediu de adquirir a biblioteca do médico psiquiatra, jornalista e professor de História da Arte Dr. Fábio de BARROS.  
Fonte  da imagem:  ALDO OBINO por  Cida GOLIN, 2002 - p039
Fig. 09 –  Para  Aldo  OBINO a vocação de arquivista manifestou-se na conservação do acervo de jornais do Correio do Povo, a sua recensão anual para publicação no final do ano e organização dos seus próprios documentos  . Não publicou um livro autoral confiando que a sua memória estaria na sua trajetória jornalística cujos originais ajudou a organizar e preservar.

8 -  Permanência do potencial do PENSAMENTO de Aldo OBINO apesar da sua ausência física

Não há registro de que Aldo OBINO tivesse recebido alguma honraria, título ou denominação de um lugar público com o seu nome.  Uma das  raras exceções foi o livro lançado em vida que fez uma estudo, prolongada entrevista e uma seleção de suas “NOTAS de ARTE”
Assim o seu PENSAMENTO - materializado e expresso nas suas “NOTAS de ARTE” - constitui uma FONTE potencial de permanência física. FONTE potencial entregue a futuro PESQUISADOR. PESQUISADOR com a sua mentalidade ainda não crestada por interesses subordinados ao colonialismo e à servidão acadêmica. PESQUISADOR gozando e exercendo deliberações AUTONOMAS. Estudante escreve não HISTÓRIA nem faz ARTE. Ele ainda está na HETERONOMIA dos seus orientadores, algemado nas normas acadêmicas e centralistas de Brasília.
Esta HETERONOMIA é tudo o que PENSAMENTO de Aldo OBINO busca fugir. PENSAMENTO que toma distância destas mentes domesticadas e servis de algo que elas próprias não suspeitam. Mentalidades domesticadas pela FAMA ALHEIA, pela REDE MUNDIAL e que não distinguem “ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA” de “PESQUISA ESTÉTICA”. O PENSAMENTO de  Aldo OBINO é terreno FERTIL para quem souber cercar, descobrir o seu potencial genético e trabalhá-lo no âmbito das fronteiras do RIO GRANDE do SUL. O PENSAMENTO de  Aldo OBINO poderá chegar para além deste âmbito regional na medida da fortuna desta PESQUISA, SISTEMATIZAÇÃO, DIVULGAÇÂO e ACEITAÇÂO LOCAL.  Como este POTENCIAL desperta muitas dúvidas para a sua  ACEITAÇÃO LOCAL, é sinal de que ele que exige MUITO  TRABALHO.

09 – O pensamento de Aldo OBINO  introduz outras ESTRATÉGIAS  para se tornar AUTÔNOMO do MUNDO OFICIAL e assim ampliar o seu potencial do intelectual e esteta e se aproximar da lógica da livre iniciativa da ERA INDUSTRIAL.

Aldo viveu no apogeu da ERA INDUSTRIAL e constitui uma das expressões no Rio Grande do Sul da especialização e da distribuição de papeis no campo das forças da arte. Aldo OBINO prestava atenção, registrava por escrito,  qualificava e discriminava minuciosamente todas as obras de uma exposição de artes visuais. A sua qualificação dirigia-se mais aos aspectos formais deixando o expectador na autonomia dos seus próprios juízos de valor. Frente às obras expostas, a um público indiscriminado, as suas narrativas convidam o leitor para exercer realizar os seus julgamentos e qualificações estéticas, e abertas ao contraditório. Já pela escolha do nome de sua coluna jornalística como “NOTAS de ARTE” se evidenciam um distanciamento e um contorno da “CRÍTICA de ARTE”. Sabia os limites e as competências de um pensamento muito próximo e interativo com o que se passava na SOCIEDADE LOCAL e agindo numa tecnologia de um TEMPO em acelerada evolução. Ficou fiel ao seu TEMPO e tecnologia. Criou as suas “NOTAS de ARTE” na sua máquina de escrever, com raras imagens, com textos revistos  editados por outros, transformados em chumbo pelos linotipos e impressos na linha de montagem do jornal. A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL encontrou Aldo OBINO jubilado e afastado do campo profissional e técnico das novas mídias e outro público pouco afeito a prolongadas e profundas leituras críticas.
Fig. 10 –   Uma imagem de  Aldo OBINO e Francisco RIOPARDENSE de MACEDO num evento da Associação Francisco Lisboa  de final de ano de 2002.. Dois mundos profissionais, políticos e ideológicos opostos em muitos pontos, porém unidos pela profissão  de escreve em relação à ARTE.. Ambos conduziram  até o final de suas existências esta dedicação a mundo estético e humanista.

10 - O PENSAMENTO de  Aldo OBINO e o seu legado institucional

Para os produtores das artes visuais no Rio Grande do Sul Aldo OBINO continua a se constituir numa referência externa incontornável. Ele era presença física e ocular junto aos projetos e as práticas estéticas levadas ao público pelos artistas visuais, pelos músicos e pelos teatrólogos. Ao  longo seu tempo investia-se do papel de  um mediador honesto  com os apreciadores, com os consumidores e com as instituições.
Aldo Obino viveu numa época  na qual  se geraram e  distribuíram os papeis das expressões no campo das forças da arte no Rio Grande do Sul.  Ao longo de sua vida ele circulou e foi respeitado simultaneamente na MÚSICA, no TEATRO e nas ARTES VISUAIS. Enquanto exercia estas funções estes campos se dividiram e se especializaram.
 Se não é possível atribuir ao pensamento de Aldo OBINO um tom conciliador também está muito distante de afirmar que se fechou sobre si mesmo e se bastou a si mesmo. Com a sua formação nas Ciências Jurídicas, em Filosófica, na prática de docência e com o exercício do jornalismo não era fácil admitir qualquer capricho intelectual, delírio mental e/ou ideológico. Se um lado permanecia na defensiva contra estas investidas extemporâneas, do outro lado sabia que por mais evidente que fosse a contradição, sempre existia um TEMPO e um LUGAR para transfigurar estas energias contrárias em complementares. Com este amplo projeto manteve um PENSAMENTO fundamentado e com recursos próprios
.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS relativas a Aldo OBINO

FONTE BIBLIOGRÁFICA

OBINO, Aldo. Notas de arte. Org, Cida Golin.  Porto Alegre : MARGS/Caxias do Sul : Nova Prova EDUCS,   2002, 152 p. https://www.ucs.br/site/editora/catalogo/artes/aldo-obino-notas-de-arte/

DEPOIMENTOS ao AUTOR DESTA POSTAGEM
OBINO, Aldo. Depoimento informal na APLUB em 1999 1) em relação ao seu pediatra dr. Olinto de Oliveira que atendeu na sua especialidade de uma paralisia infantil. 2) confirmou que foi testemunho do discurso de Tasso Corrêa no Theatro São Pedro no dia 24 de outubro de 1933 e das consequentes repercussões

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS




O ÙLTIMO FUNDADOR da ARI


“Quem” fez? “o que”? “onde”/ “quando?” “como?” “por que?”




PLÁGIO é CRIME

Ernani Maria FIORI
 http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/ufrgs-pretende-republicar-obras-do-professor-ernani-maria-fiori



PROPOSTA de ESTUDO dos PENSADORES das ARTES VISUAIS do RS


Estudado,  no dia 24.08.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 03

Olinto Olympio de OLIVEIRA (1866-1956)


Estudado,  no dia 19.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 09

Fábio de BARROS (1881-1951)


Estudado,  no dia 28.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 07

Ângelo GUIDO GNOCCHI ( 1893-1969)


Estudado,  no dia 21.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 06

Fernando CORONA (1895-1979)


Estudado,  no dia 14.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 05

Tasso Bolívar Dias CORRÊA (1901-1977)


Estudado,  no dia 05.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 08

Athos DAMASCENO FERREIRA (1902-1975)


Estudado,  no dia 31.08.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 04

Herbert CARO (1906-1991)


Estudado,  no dia 26.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 10

Alice SOARES (1917-2005)


Estudado,  no dia 16.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 12

Francisco Rio-pardense MACEDO (1921-2007)


Estudado,  no dia 23.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 13

Frei Antônio do Carmo CHEUICHE (1927-2009)


Estudado,  no dia 07.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 15

Carlos SCARINCI (1932-2015)


Estudado,  no dia 30.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 14

Walmir AYALA (1933-1991)


Estudado,  no dia 14.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 16

João Carlos TIBURSKY (1950 -+17.04.2011)


Estudado,  no dia 21.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 17

SINTESE das postagens dos PENSADORES das ARTES VISUAIS do RS

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DISSERTAÇÃO: A Prática Democrática
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