quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

278 –ISTO é ARTE - GUERRA ESTÉTICA

Fig. 01 – O grupo de artistas visuais, denominado BODE PRETO, buscou contrariar o denominado “BOM GOSTO” VULGAR e explorar alternativas estéticas para a cultura e arte sul-rio-grandense Não só se posicionou contra e os extremos estéticos, da época, que eram a escolha MANIQUEISTA ente o FIGURATIVO ou NÂO FIGURATIVO. O GRUPO BODE PREO com o objetivo de propôs alternativas para as  ARTES VISUAIS começou demolindo. No contraditório a esta demolição buscou caminhos estéticos mais coerentes com  a identidade do Rio Grande do Sul.


O CONFLITO entre “ISTO é ARTE” e  “ISTO NÃO É ARTE”

01 – PROBLEMA: o MANIQUEÍSMO ESTÉTICO  -  02 – ARTE com ENTE PRIMITIVO do DISCURSO,  03 – Nem todas as culturas possuem e cultivam o  ENTE PRIMITIVO da ARTE - 04– A COLONIZAÇÃO das culturas que NÃO possuem o ENTE PRIMITIVO da ARTE  05– Não existe da ARTE: EXISTEM MANIFESTAÇÕES que se aproximam deste ideal  06 –  Um agudo SENTIMENTO de AUTO CRÍTICA a guerra estética consigo mesmo 07 – O ARTISTA com PRÍNCIPE na GUERRA ESTÉTICA    -08  –
As EXCOMUNHÕES RECÍPROCAS dos PRÍNCIPES  09 – As ARTES NOBRES e a GUERRA ESTÉTICA  10  – MOMENTOS de LUCIDEZ no MEIO da GUERRA ESTÉTICA. 11  – PERSONAGENS LÚCIDOS no MEIO da GUERRA ESTÉTICA 12 O Rio Grande do Sul como laboratório das GUERRAS ESTÉTICAS . 13  –  LOGÍSTICA do PRESENTE TEXTO
SARAIVA Glaucus (1921-1983) Mostra de Folclore Infanto-juvenil: catálogo em prosa e verso Glaucus Saraiva – Porto Alegre:  Instituto Gaúcho de tradição e Folclore 1980 111 p. Il. Co

Fig. 02 – O retorno para o mundo infantil no qual convivem ainda todas as formas de expressão estética põe tabua rasa entre as veleidades eruditas e MANIQUEÍSMO  longamente cultivados na cultura e na arte sul-rio-grandenses Era a proposta das ESCOLINHAS de ARTE e as expressões ínsitas numa determinada população com códigos, repertórios e competências que não só são lhes próprias, mas que a universaliza na humanidade.

1 – PROBLEMA: o MANIQUEÍSMO ESTÉTICO  

 O MANIQUEÍSMO[1] está presente e ativo na ARTE nos discursos e concepções pessoais.  
Este MANIQUEÍSMO  é uma estratégia de PODER, de CONQUISTA e DOMÍNIO de certos CAMPOS das FORÇAS ESTÉTICAS. Estas FORÇAS ESTÉTICAS empreendem BATALHAS, AVANÇOS e RECUOS para a conquista de PROSÉLITOS, CLIENTES e CRENTES favoráveis ou contrários à CERTAS MANIFESTAÇÕES que se convencionou de denominar de ARTE.
Na maioria das vezes este MANIQUEÍSMO ESTÉTICO É fruto de LONGAS INCULCAMENTOS SUBLIMINARES, Estas INCULCAMENTOS não passam de condicionamentos coloniais e de treinamento cultura de outro LUGAR, TEMPO e TEMPO.
No Rio grande do Sul o exemplo clássico são as manifestações estéticas das REDUÇÕES dos GUARANIS, que não adquiriram identidade própria e que abandonaram toda esta carga estética exógena, logo que desapareceram os seus mentores.
Ruth SCHNEIDER – (1943-2003) - obra da artista no Museu de Passo Fundo com seu nome

Fig. 03 –A SOCIEDADE, o TEMPO e o LUGAR fornecem os mais amplos estímulos e meios estéticos para que uma população possa EXERCER O SEU DIREITO de PESQUISA ESTÉTICA Ruth SCHNEIDER (1943-2003) incendiou o seu imaginário com o tema do “CASSINO DA MAROCA” que ela traduziu em instalações e imagens visuais mesmo sem jamais ter vivido diretamente a experiências

 02 – ARTE como ENTE PRIMITIVO do DISCURSO.

Evidente que ARTE NÃO EXISTE. Existem MANIFESTAÇÕES mais aproximados ou distantes deste IDEAL. Este IDEAL da ARTE é um ENTE PRIMITIVO necessário ao DISCURSO, à RETÓRICA e à GRAMÁTICA que ninguém consegue definir de uma forma unívoca e universal. Este ENTE PRIMITIVO da ARTE nem existe em muitas culturas.
Assim o artista está livre para recorrer ao seu imaginário pessoal ou coletivo para as manifestações em obras físicas que são testemunhos apesar estarem distantes do mundo mimético da Natureza.
É o caso das manifestações da arte sacra que constitui 80% das manifestações das artes plásticas. Neste plano as tendências religiosas possuem os mais radicais conflitos à semelhança do movimento Iconoclasta ou as radicais tabus que proíbem ou desviam de todas as expressões estéticas que envolvem ou se inspiram no ENTE PRIMITIVO do sagrado.
De outra parte estas crenças podem apagar ou proibir qualquer tentativa estética com medo do encantamento, receio do furto da alma ou pela incapacidade de lidar com qualquer tendência estética devido ao fato que as necessidades básicas humanas ainda não foram satisfeitas.
20 de setembro de 2011 - DIÁRIO POPULAR de PELOTAS

Fig. 04 – O conflito entre o campo da erudição e a população mais intuitiva, não encontrou ainda condições de uma RUPTURA ESTÉTICA e muito menos de um PONTO de EQUILÍBRIO HEMOSTÁTICO. Enquanto a erudição sul-rio-grandense[1] projeta e se aferra um atrelamento e um colonialismo ao modo da REDUÇÔES GUARANIS a população deixa-se fascinar pelo que lhe proposto com pronto, resultante de uma pseudo-tradição de uma única etnia[2], Em ambos os lados é notório o MANIQUEÍSMO interno[3] e externo e confrontos surdos e um de costas para o OUTRO.

03 – Nem todas as culturas possuem e cultivam o ENTE PRIMITIVO da ARTE

Nas culturas nas quais existe o ENTE PRIMITIVO ARTE travam-se GUERRAS ESTÉTICAS no plano dos DISCURSOS com profundas repercussões no IMAGINÁRIO tanto dos produtores como dos seus observadores. O conflito é entre “o QUE PERTENCE é ARTE” e do resto que “NÃO é ARTE”. Este  conflito beira o MANIQUEISMO que NÃO ADMITE meios TONS e nem possíveis MATIZES. 
Nestas GUERRAS ESTÉTICAS leva sempre o MELHOR quem elaborou, internalizou e dispõe dos meios logísticos no mundo real para projetar e sustentar estes DISCURSOS. Desta forma torna-se  competente para motivar e  mover o IMAGINÁRIO coletivo e fertilizar a NOVA ETAPA.
O despreparado, o surpreendido e o  dorminhoco leva sempre o PIOR. Este PIOR vale também tiver tudo racionalizado e mitificado como VERDADE ABSOLUTA e IMUTÁVEL.
A ITÁLIA acordou para a ARTE ao se rebelar contra a ARTE BIZANTINA. Assim os primitivos italianos tiveram de realizar uma RUPTURA ESTÉTICA como os padrões externos à sua cultura e ao se modo de viverem, de falar e sentir o MUNDO QUE OS CERCAVAM. Levaram três séculos até atingir este ideal original e coerente com seu MUNDO, seu TEMPO e a sua SOCIEDADE.



[2] SARAIVA Glaucus (1921-1983) Manual do tradicionalista: orientação geral para tradicionistas e centros de tradições gaúchas. Porto Alegre : Sulina, 1968, Coleção Meridional nº 09

Gastão TESCHE (1932-2005) -São Miguel das Missões
A ausência de um projeto estético próprio mais consistente e consciente de sua identidade levou as populações indígenas do Rio Grande do Sul a aderir a um projeto fortemente consciente de si mesmo e com largas experiências nas GUERRAS ESTÉTICAS europeias. No entanto esta experiência e capacidade de criação autônoma não foram repassadas ao hábil guarani. Este GUARANI não tinha um lugar e um nome para a ARTE além do artesanato que não fazia mais sentido na ausência do colonizador. Assim o GUARANI voltou ao seu mundo no qual a ARTE não fazia sentido. Os arqueólogos tem dificuldade em perceber ARTE nos vestígios da arte indígena sul-rio-grandense anteriores aos europeus


04– A COLONIZAÇÃO das culturas que NÃO possuem a ARTE como ENTE PRIMITIVO.

Não se contamina pela COLONIZAÇÃO aquele que souber impor o seu IMAGINÁRIO e a sua GRAMATICA ESTÉTICA inédita, elaborada numa preparação prévia longa e minuciosa. Esta autonomia não é dada ao dorminhoco, ao surpreendido e ao despregado.
 A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL se caracteriza pelo trabalho com o MUNDO SIMBÓLICO no qual a ARTE é EXPRESSÃO SUPERIOR. No entanto esta ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL só faz sentido para quem equacionou e é competente no uso das conquistas anteriores da ERA INDUSTRIAL e a ERA AGRÍCOLA.
As OBRAS de ARTE únicas da ERA AGRÍCOLA estão nos museus da ERA INDUSTRIAL.
É impossível o salto para a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL para as culturas que NÂO possuem a ARTE como ENTE PRIMITIVO. Resta a COLONIZAÇÃO e viver dos restos dos descartes de CULTURAS HEGEMÔNICAS. Chega-se a esta condição de “FAZ de CONTA” pela falta de uma memória e de uma identidade Nestas áreas reina a OBSOLESCÊNCIA de PRODUTOS e da ARTE de. Em outros termos tornam-se SIMPLES COLÔNIAS ESTÉTICAS,
     Assim também se compreende as GUERRAS ESTÉTICAS em permanente alerta contra imposições vindas de fora mesmo que seja sob a forma de ATUALIZAÇÕES das INTELIGÊNCIAS
Luís Carlos XAVIER, e Vasco PRADO  - SÃO LEOPOLDO monumento do sesquicentenário da imigração 21.12.1974

Fig. 06 – As ALTAS ESFERAS e CÍRCULOS SUSPENSOS orientam e dão sentido às  multidões em movimento da conquista de uma nova terra para ser transformada em civilização, num novo lar seguro.  Atos círculos e esferas suspensas e inalcançáveis nas que orientam, racionalizam os esforços coletivos e as ações individuais.

05– Não existe ARTE:  EXISTEM MANIFESTAÇÕES que se aproximam deste ideal.   

Um dos instrumentos das IMPOSIÇÕES  ESTÉTICAS, vindas de fora, acontece na forma de ATUALIZAÇÕES das INTELIGÊNCIAS dos potenciais colonizáveis,
A confusão e o engodo tornam-se perfeitos quando esta ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA se limita a apresentação de PRODUTOS e OBRAS prontas.
O recurso contra este engodo e imposição colonial está   na concepção de Aristóteles[1]  (1973: 243 114a 10 ) que afirmava que   “toda a arte está no que produz, e não no que é produzido.
        O ARTISTA está no CAMINHO de algo que lhe exige todas as energias do seu ENTE no seu MODO de SER  mesmo que estas cintilações das MANIFESTAÇÕES apenas se aproximem do ideal que se denomina ARTE.  De outra parte ele sabe que os “CAMINHOS



[1]              - ARISTÓTELES (384-322). Ética a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p.

MARGS em 07.08.2019 -  Foto de Luís Eduardo Robinson ACHUTTI

Fig. 07 – A volumosa obra de Francisco STOCKINGER (1919-2009)[1] possui “O GUERREIRO” de PÉ e VIGILANTE por tema central. Esta PRONTIDÂO distingue FAZER e do AGIR. No FAZER é pratica-se a LUTA ABERTA e IMPREVISÍVEL. No AGIR pratica-se a “ARTE de VENCeR a GUERA SEM  LUTAR”[2]  Assim STOCKINGER venceu a guerra com os seus GUERREIROS prontos para lutar no sentido do ditado romano “SI VIS PACEM PARA BELUM”


06 –  Um agudo SENTIMENTO de AUTO CRÍTICA e a guerra consigo mesmo
A formação na UNIVERSIDADE é NECESSÁRIA ao artista. Para que o artista SAIBA RESISTIR e se MOVER no MEIO das GUERRAS ESTÉTICAS Marcel DUCHAMP [3] lhe aconselhava:
Dotado de uma formação universitária, o artista não precisa temer o  assalto de complexos nas relações com os seus contemporâneos. Graças a esta educação, ele terá ao seu dispor ferramentas adequadas para opor-se a estas questões materialistas por meio do EU cultivado no quadro dos valores espirituais”..
Trata-se da FORMAÇÃO e NÂO da SINGELA ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA e da RAZÃO. Existe um abismo entre INTELIGÊNCIA e SABEDORIA que se adquire pela FORMAÇÃO.
De outra parte esta FORMAÇÃO ARTÍSTICA não CONHECE FORMATURA,  FOLGA, FÉRIAS, FIM de SEMANA ou APOSENTARIA.  A falta de EXERCÍCIO CONSTANTE reconduz o artista rapidamente de volta para a NATUREZA e a ENTROPIA UNIVERSAL
 Cada exposição publica, socialização e enfrentamento dos seus concorrentes é um exercício de formação e um ATO de GUERRA CONSIGO MESMO. Trazem a quebra da ONIPOTÊNCIA, da ONISCIÊNCIA, do sentimento de ETERNIDADE e de ONIPRESENÇA.
Para  Max WEBER a razão de o artista procurar a UNIVERSIDADE cujo valor máximo  é cultivo do HÁBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL. Ele afirmou (1989: 70)  [4] que
 O único elemento, entre todos os autênticos pontos de vista essenciais que elas (as universidades) podem, legitimamente, oferecer aos seus estudantes, para ajudá-los em seu caminho pela vida afora, é o hábito de assumir o dever da integridade intelectual; isso acarreta necessariamente uma inexorável lucidez a respeito de si mesmos    

O HÁBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL, de Max WEBER. conjuga-se também com a INTEGRIDADE ESTÉTICA e MORAL Esta INTEGRIDADE lhe fornece as competências de um PRÍNCIPE.
 Evidente que NÃO se trata do lugar burocrático, com o título de fachada de  UNIVERSIDADE  e de fato uma fábrica de prosélitos[5], na qual a ARTE possui pequeno sentido e prática ainda mais restrita. A UNIVERSIDADE BRASILEIRA é de criação recente e foi imposta de cima para baixo e tardiamente[6]. Nesta sua precariedade é incapaz de cultivar o HÁBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL, MORAL e ESTÉTICA. Deste lugar o candidato a artista só leva ilusões, heteronomia e perda de tempo.



[1] ALVES de Almeida, José Francisco (1964). STOCKINGER – Vida e obra . Porto Alegre : MultiArte 2012 - 308 p. il

[3]MARCEL DUCHAMP¿ O artista deve ir para a universidade ?[3]

  - WEBER, Max. Sobre a universidade. São Paulo : Cortez, 1989.  152 p.
[6] CUNHA, Luiz Antônio,  Universidade temporã : o ensino superior da Colônia à Era          Vargas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1980, 295p
Iberê Bassani CAMARGO -  (1914-1994) – autorretrato

Fig. 08 – Iberê CAMARGO (1914-1994) foi uma das expressões vivas do “PRINCIPE nas ARTES”. Conduzindo a sua vida e sua obra como uma GUERRA DIÁRIA, consigo e com o mundo, impregnou cada gesto, fala e pensamento com o cheiro da pólvora e da explosão solitária do seu ENTE no seu MODO de SER. Esta constante vigilância e prontidão permanente para a LUTA tornou certamente Iberê CAMARGO o artista sul-rio-grandense com maior projeção nacional internacional 

07 –  O ARTISTA com PRÍNCIPE na GUERRA ESTÉTICA 

O conceito de ARTES NOBRES foi introduzido no Brasil pela Missão Artística Francesa[1] que vinha ao Brasil depois de perder a GUERRA ESTÉTICA da era de NAPOLEÃO BONAPARTE, No Brasil este conceito de ARTES NOBRES contrapunha-se com a falta de autonomia dos artistas brasileiros, sem direito ao nome e inteiramente dependentes e dominados por uma estética colonial que os reduzia a artesões para copiar ou se fechar em normas estéticas impostas pelo Estado e pela Igreja unidos. Os ensinamentos  desta Missão Artística foram fundamentais para Manuel Araújo Porto-alegre que além de conduzir as suas pesquisas como um PRÍNCIPE contra todos os hábitos colônias e escravocratas. Estas atitudes de PRÍNCIPE das LETRAS e das ARTES foram reconhecidas pelo Estado Imperial Brasileiro que lhe conferiu o título nobiliárquico de BARÃO de Santo Ângelo..
Como pessoa, da qual provém a ARTE, Marcel DUCHAMP conferiu[2] ao artista esta qualidades de QUEM PRINCIPIA ALGO NOVO e INÉDITO. Assim escreveu que:
sob a aparência, estou tentado dizer sobre o disfarce, de um dos membros da raça humana, o indivíduo é de fato sozinho e único e no qual as características comuns a todos os indivíduos, tomados no conjunto, não possuem nenhuma relação com a explosão solitária de um indivíduo entregue a si mesmo.
O artista, na solidão da sua criação original, deve abdicar preliminarmente de qualquer onisciência, onipotência, onipresença e sentimento postiço de eternidade. Nietzsche   é radical este despojamento de qualquer empréstimo de qualquer recurso postiço  quando afirma(2000, p.134)[3] que:
 “a arte não pode ter sua missão na cultura e formação, mas seu fim deve ser alguém mais elevado que sobre passe a humanidade. Com isso deve satisfazer-se o artista. É o único inútil, no sentido mais temerário

Porém na medida em que o artista abdica da parafernália externa cresce a sua capacidade de se aceitar como PRÍNCIPE, ou seja, aquele que é competente para PRINCIPIAR da ESSÊNCIA e da ORIGEM da ARTE, pois a ARTE ESTÁ em QUEM PRODUZ.



[2] - Texto de uma alocução em inglês pronunciada por Marcel Duchamp, num colóquio organizado em Hofstra em 13 de maio de 1960. Consta em SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et présentés par.. Paris Flammarrion, 1991, pp. 236-239
                  
[3]  NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900)  Sobre el porvenir de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179.      

MISSÕES - São Miguel -140 cm - acervo do IAP da Unisinos

Fig. 09 –A figura policromada do ARCANJO SÃO MIGUEL, proveniente das MISSÕES JESUÍTICAS, evidencia a concepção MANIQUEÍSTA  e expressa LUTA entre o BEM e MAL numa das etapas da cultura e da arte sul-rio-grandenses Materializa o mundo imaginário da PROPAGANDA da FÉ levado por uma ordem religiosa decorrente das concepções militares de conquista das ALMAS e do MEIO FÍSICO no qual  vivem estas ALMAS


08  – As EXCOMUNHÕES RECÍPROCAS dos PRÍNCIPES
 O permanente traçado de COMPETÊNCIAS e de LIMITES de “QUEM PRODUZ ARTE” supõe a renuncia de qualquer traço de súdito, de proselitismo.
Isto significa alerta constante de projeções de concepções e obras de OUTROS PRÍNCIPES em formação e expansão.
A segurança em si mesmo não permite a menor projeção de sobra, ecletismo ou qualquer outra subordinação estética, intelectual e moral. Assim são naturais as guerras estéticas entre PRÍNCIPES expressos em EXCOMUNHÕES RECÍPROCAS.
 De outra parte estas EXCOMUNHÕES RECÍPROCAS confirmam a ideia de Pierre BOURDIEU de que o “ARTISTA PRODUZ PARA O SEU CONCORRENTE”. Este outro, na sua autonomia, reconhece imediatamente o que é original e diferente e reage na forma de uma EXCOMUNHÃO do concorrente. Ou em outros termos reconhece QUEM NÃO é do seu caminho.
Fig. 10 – As movimentadas  figuras posteriores ao monumento a Júlio de Castilhos da PRAÇA da MATRIZ de PORTO ALEGRE são contrastadas pela figura hierática  Justiça obra de Maximiliano FAYETH (1930-2007)[1]Este contraste é índice das intensas lutas estéticas que ocorrem no Rio Grande do Sul De outra parte a FIGURA da JUSTIÇA de FAYET foi oportunidade de intensas lutas estéticas. No entanto “A JUSTIÇ” em si mesma teria a função de arbitrar e equilibrar os CONFRONTOS e, inclusive,  as GUERRAS ESTÉTICAS


09  – As ARTES NOBRES e a GUERRA ESTÉTICA.
          
Em toda guerra, por mais difusa que seja, existem os vanguardeiros e os líderes estratégicos e logísticos.
As assim ditas ARTES NOBRES fazem este papel. Em principio são ARTES NOBRES aquelas que NÃO possuem aplicação e utilitária imediatas. Nesta condição elas possuem disponibilidade para o novo, o autêntico e o eficaz sem se comprometer com o descartável e o resultado do simples TRABALHO com obsolescência imediata.
Ninguém mais perde tempo em discutir ARTES MAIORES e MENORES. POTENCIALMENTE “TODOS SÂO ARTISTAS” e capazes de empreender os CAMINHOS da ARTE.
No entanto poucos avançam muito nestes caminhos de superação edas LUTAS SOBRE-HUMANAS entrevistas por NIETZSCHE,
 Como no esporte a maioria possui o seu destino na torcida na arquibancada. Os que entram e campo são raros e experimentados atletas capazes de se imporem aos seus concorrentes graças à conjugação harmoniosa entre o seu preparo físico, emocional e técnico.
Carlos Alberto do OLIVEIRA;  “O CARLÃO” – (1951 – 2013)  Fábrica de Sapatos

Fig. 11 – A liberdade da criança e do artista - que conduz a sua obra física dentro de um repertório do qual domina as competências e conhece os limites – propiciam preciosos momentos de lucidez e que instauram estéticas não bloqueadas por conflitos e patrulhadas por MANIQUEÍSMOS.  A LIBERDADE da CRIANÇA é a proposta das ESCOLINHAS de ARTE enquanto o ARTISTA INTUITIVO está imune às GUERRAS ESTÉTICAS, ou as contorna sem maiores cerimonias,.

10  – MOMENTOS de LUCIDEZ no MEIO da GUERRA ESTÉTICA.
As sucessivas GUERRAS ESTÉTICAS, as EXCOMUNHÕES RECIPROCAS continuadas e as CRISES SEM FIM, constituem  o combustível e a oportunidade de encontrar o que é sólido e corre o perigo de desmanchar no meio de intrigas, atritos e queimas de etapas. No Brasil este papel coube a Mario de ANDRADE que nunca perdeu tempo em atravessar o oceano e prestar vassalagem aos antigos e empedernidos colonizadores e escravocrata
Ele descreveu, em 1942, os VETORES de uma autêntica ARTE BRASILEIRA numa conferência para a UNE[1],.
O direito permanente à pesquisa estética; a atualização da inteligência artística brasileira; e a estabilização de uma consciência nacional [..] A novidade fundamental, imposta pelo movimento, foi a conjugação dessas três normas num todo orgânico da consciência coletiva
Esta proposta de Mário de Andrade foi feita no âmbito da agitação para resolver o dilema  “se o BRASIL DEVERIA, ou NÃO participar da II GUERRA MUNDIAL”. Ao mesmo tempo ele era uma das mais consequentes expressões da SEMANA de ARTE MODERNA de SÃO PAULO na oportunidade que este evento completava 20 anos da sua realização.
Mário de Andrade não se limitou a historiar, criticar ou revelar bastidores do evento de 1922, Ele  foi direto ao que interessava e em pleno ESTADO NOVO.
O DIREITO À PESQUISA ESTÉTICA sempre foi contornado e especialmente no âmbito do ESTADO NACIONALISTA, com tendência a um PARTIDO ÚNICO e HEGEMÔNICO da NAÇÃO e DEPOIS da QUEIMA das BANDEIRAS ESTADUAIS e da proibição dos seus HINOS.
No BRASIL sempre foi soberana a ATUALIZAÇÃO as INTELIGÊNCIA com a ARTE da CULTURA dos PAÍSES HEGEMÔNICAS. Esto os estrangeiros percebiam como MACAQUICES BIZARRAS e SEM FUNDAMENTOS e SEM FUTURO.
Evidente que a SERVIDÃO e o COLONIALISMO imprimem e conduzem para uma falsa formação da CONSCIÊNCIA COLETIVA que se expressa em EVENTOS, FOLGUEDOS e em ALIENAÇÕES de TODA ORDEM. O BRASIL NUNCA TEVE TANTAS e CONTINUADAS FESTAS como ao longo do PERÍODO COLONIAL, Festas celebradas para encobrir o saque e dependência colonial.



[1] - ANDRADE, Mario O movimento modernista: Conferência lida no salão de Conferências da Biblioteca do Ministério das Relações Exteriores do Brasil no dia 3 de abril de 1942. Rio de Janeiro :Casa do Estudante do Brasil, 1942,  p.45.
                Esta conferência evocava os resultados culturais da Semana de Arte Moderna de 1922. Mario da Andrade havia sido uma das figuras centrais desta Semana. Ele se indispusera em 1938 com o Estado Novo. A conferência ocorria no auge desta ditadura que entrava em guerra com o Eixo.
                Mário coloca a nacionalidade como primeiro principio os concluía com busca da construção de uma consciência coletiva.


Busto de Araújo Porto-alegre e estátua equestre Osório na Praça da Alfândega de PORTO ALEGRE- RS

Fig. 12 – Araújo PORTO-ALEGRE e OSÓRIO foram dois SUL RIOGRANDENSES que estiveram de “PÉ PELO BRASIL” Um  de pé no mundo simbólico da construção ESTADO BRASILEIRO outro pela VIGILÂNCIA e DEFESA de sua Pátria No entanto para decidir se a homenagem das  propostas do busto a Manuel Araújo Porto-alegre[1] era para o LITERATO ou para o ARTISTA VISUAL não deixou de ser uma intensa batalha conceitual[2]

11  – PERSONAGENS LÚCIDOS no MEIO da GUERRA ESTÉTICA
 
 Existem alguns NICHOS ESTÉTICOS que são impenetráveis e que não se comunicam fora de sua competência. São os GRUPOS HERMÉTICOS do ELOGIO RECÍPROCO. Outros buscam a HEGEMONIA por meio da PROPAGANDA e do MARKETING com o objetivo de angariar o maior número possível de prosélitos e de colonizados.
Outros que permitem que PERSONAGENS LÚCIDOS se desenvolvam e produzem a sua obra independente. Para tanto tornam-se surdos  às mais estridentes e ruidosas GUERRAS ESTÉTICAS 
Vasco Prado[3] foi um dos artistas plásticos sul-rio-grandenses que soube fazer o seu caminho sem se importar como as intrigas e as guerras estéticas, Os seus guerreiros também são aqueles da resistência à qualquer heteronomia externa à ARTE.
Esta  lucidez não é fácil diante do PAPEL ambíguo do ESTADO e do seu GOVERNO diante da ARTE e da cultura[4].
Certamente a LEI PRECEDE os fatos de uma civilização e de uma cultura. Porém diante da autonomia do artista é necessário escutar Platão quando afirmou[5] ( Diálogos, 1991, p.417) que veríamos desaparecer completamente todas as artes, sem esperança alguma de retorno, sufocada por esta lei que proíbe toda pesquisa. E a vida que já é bastante penosa, tornar-se-ia então totalmente insuportável  Esta posição de príncipe foi reforçada (2000, p.134) [6]  pela voz radical de NIETZSCHE já se viu.
Este é o território da AUTONOMIA do ARTISTA onde transitam muito poucos privilegiados e lúcidos do que querem, e no qual ninguém pode erguer um lugar perene de CONFORTO e de INSTALAÇÃO DEFINITIVA.



[2] PINTO de COUTO, Rodolfo (1888-1945)  O MONUMENTO ao BARÂO de SANTO ÂNGELO : algumas notas, e informações  do caso das maquetes. Rio de Janeiro: Pimenta de Melo, 1918, 102 p

[3] VASCO PRADO e a sua CIRCUNSTÂNCIA da ARTE e LIBERDADE em PORTO ALEGRE

[4] ¿ O ESTADO é MAU ADMINISTRADOR  ?.   https://www.poder-originario.com/news/governo/
[5] PLATÃO ( 427-347) DIÁLOGOS – (5ª ed.) São Paulo : Nova Cultural, 1991 – (Os pensadores)

[6]NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900)  Sobre el porvenir de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179.      


Helios SEELINGER (1878-1965) – “RIO GRANDE de PÉ PELO BRASIL” pintura- 1925

Fig. 13 – O quadro intitulado “O RIO GRANDE de PÉ pelo BRASIL” antecipa o lema da REVOLUÇÃO de 1930 na qual o Rio Grande do Sul teve um papel predominante e decisivo.  No entanto esta obra de arte é apenas uma das expressões estéticas, ao lado de ideologias, políticas e condicionamentos econômicos em profundo conflito e guerra contra os eternos GOVERNOS CAFÉ com LEITE, da primeira república brasileira e continuadores das mentalidades imperiais

12 – O Rio Grande do Sul como laboratório das GUERRAS ESTÉTICAS

Como toda cultura de periferia os atritos, as fissuras e as GUERRAS ESTÉTICAS se tornam mais perceptíveis nela. Na maioria das vezes estes ABALOS, ATRITOS e REPERCUSSÕES possui como causa os  ATRITOS, os ABALOS e as GUERRAS ESTÉTICAS dos PAÍSES e de CULTURA que se julgam HEGEMÔNICAS, CULTURAS que abalam, desqualificam e atritam culturas de periferia nas quais procuram impor, muito além das suas fronteiras e competências, a sua ARTE e a sua CULTURA como naturais e inquestionáveis
O Rio Grande dos Sul tornou-se conhecido pelas resistências redundantes a estas hegemonias que se julgam naturais e inquestionáveis. Esta resistência muitas vezes lhe valeu a pecha de conservador, de retrógrado e, por cúmulo, como espírito belicoso e agressivo,
 No contraditório a este espírito belicoso e agressivo concorda-se com a expressão de Athos Damasceno (1971, p.449) [1]  de que: 
certamente, as lutas que tivemos de sustentar desde os tempos recuados da Colônia, na defesa de nosso território e na fixação de suas fronteiras, em muito entorpeceram e retardaram nosso processo cultural. Não, porém, tanto quanto seria natural que ocorresse, uma vez evidenciada historicamente a belicosidade crioula, arrolada por aí, com um abusivo relevo, entre virtudes que nos compõem a fisionomia moral. Nossa história está realmente pontilhada de embates sangrentos. Mas lutas e guerras não foram desencadeadas por nós, senão que tivemos de arrostá-las compelidos pelas circunstâncias. Nunca deixamos de ser um povo amante da paz. E, em nossos anseios de construção, sempre desejosos dela. Tropelias e bravatas de certos gaúchos em disponibilidade forçada, não têm o menor  lastro Histórico:  pertencem aos domínios da anedota que os próprios rio-grandenses exploram, com malícia, para a desmoralização daqueles que o fazem, com  malignidade.
Esta experiência guerreira física, do passado, migrou cedo para o mundo simbólico sul rio-grandense transformando-se e alimentando uma série de expressões culturais e inclusive na ARTE. Isto não impediu o desenvolvimento das polaridades que raiam o MANIQUEÍSMO. Traços comuns deste MANIQUEÍSMO são perceptíveis na política, nas ideologias, no esporte e na ARTE sul-rio-grandense.  Traços deste MANIQUEÍSMO evoluem dando origem a EXCOMUNHÕES RECIPROCAS CONTINUADAS.
 No contraditório o artista como príncipe é competente para vivenciar da DIALÉTICA entre a VIDA e a MORTE, entre  “O que É ARTE” e a  NEGAÇÃO “DO que NÃO É ARTE”. Este artista percorre, na sua autonomia, o caminho da TESE- ANTÍTESE – SÍNTESE para ser competente para sacudir todo torpor de um MITO CRIADO para CONSUMO LOCAL, para um determinado REPERTÓRIO e uma CULTURA ESPECÍFICA. Não os despreza ou condena como produto inferior. Ergue-se como o  expressão do seu ENTE no seu MODO de SER
 No entanto a ARTE “COMO ENTE PRIMITIVO” não se deixa aprisionar por nenhuma IDEOLOGIA, se desvia de QUALQUER POSSE ou MITO CONGELADO no TEMPO. “NADA é TRANSMISSÍVEL. a não ser o PENSAMENTO[2]. Contanto que este PENSAMENTO não seja mitificado ou adorado como um FETICHE repetido mecanicamente. De outra parte a ARTE deve se preparar para a GUERRA, pois os GRANDES CONFLITOS ESTÉTICOS, a seu respeito, travam-se no MUNDO do PENSAMENTO.
 COMO sempre a “BELEZA como o ESPLENDOR da VERDADE”, necessita de outra parte, o TESTE, o CONTRADITÓRIO e a GUERRA ESTÉTICA travada no MUNDO do PENSAMENTO.
Caso não houvesse estas lutas, guerras e atritos seriam garantia para o retorno para a NATUREZA, para a ENTROPIA UNIVERSAL e para o “ECLETISMO, acomodatício e máscara de todas as covardias” na expressão de Mário de Andrade[3]  

13  –  LOGÍSTICA do PRESENTE TEXTO

As frequentes ESTRATÉGIAS para PENETRAR no TERRITÓRIO das GUERRAS ESTÉTICAS, participar delas ou procurar contornar ou ignorá-las, supõe um ARSENAL LOGÍSTICO de experiências, conhecimentos e recursos adequados e coerentes com todas as GUERRAS ESTÉTICAS, Em primeiro lugar é necessário reconhecer que existem, como se comprova no presente texto. Em segundo lugar supõe a capacidade da avaliar a sua força, a sua persistência e os meios de que se valem. Em terceiro lugar ser portador de UM PROJETO CIVILIZATÓRIO competente para fazer frente a elas. Não se trata de PROCESSO CIVILIZATÓRIO PASSIVO, mas de um PROJETO ATIVO, NOVO e COERENTE com os MEIOS LOGÍSTICOS oferecidos pelas suas circunstâncias.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS
ALVES de Almeida, José Francisco (1964). STOCKINGER – Vida e obra . Porto Alegre : MultiArte 2012 - 308 p. il

ANDRADE, Mário. O movimento modernista. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do  Brasil, 1942, 81 p.

----Curso de Filosofia e História da Arte. São Paulo: Centro   de Estudos  Folclóricos, 1955. 119 f.

ARISTÓTELES (384-322). Ética a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p
CUNHA, Luiz Antônio,  Universidade temporã : o ensino superior da Colônia à Era          Vargas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1980, 295p.

DUCHAMP. Marcel “O artista deve ir à universidade?”[4] in SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et présentés par Michel Sanouillet Paris: Flammarrion, 1991, pp. 236-239

MACHADO, Antonio (1875-1939) Antología poética.  Madrid : Alianza, 1995, p.66
NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900)  Sobre el porvenir de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179.   

PINTO de COUTO, Rodolfo (1888-1945)  O MONUMENTO ao BARÂO de SANTO ÂNGELO : algumas notas, e informações  do caso das maquetes. Rio de Janeiro: Pimenta de Melo, 1918, 102 p

PLATÃO ( 427-347) DIÁLOGOS – (5ª ed.) São Paulo : Nova Cultural, 1991 – (Os pensadores)
SARAIVA Glaucus (1921-1983) Manual do tradicionalista: orientação geral para tradicionlistas e centros de tradições gaúchas. Porto Alegre : Sulina, 1968, Coleção Meridional nº 09
----------  Mostra de Folclore Infanto-juvenil: catálogo em prosa e verso Glaucus Saraiva – Porto Alegre:  Instituto Gaúcho de tradição e Folclore 1980 111 p. Il. Col
WEBER, Max. Sobre a universidade. São Paulo : Cortez, 1989.  152 p.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
GUERRA ESTÈTICA JOGOS de GUERRA
MANIQUEISMO. 
¿ O ESTADO é MAU ADMINISTRADOR  ?. 

PESQUISA ESTÈTICA ONG SALADERO
Os REQUINTES do COLONIALISMO EUOPEU. 

Carta de LEBRETON ao CONDE da BARCA

Uma obra de Manuel Araújo Porto-alegre


A ESCOLHA da PRDESIDENTE do MTG está na JUSTIÇA


HELIOS  SEELINGER- “O RIO GRANDE de PÉ pelo BRASIL

A obra “JUSTIÇA” de Justiça de Maximiliano FAYETH

ZUN TZU- A ARTE da GUERRA

VASCO PRADO e a sua CIRCUNSTÂNCIA na ARTE e LIBERDADE em PORTO ALEGRE

MARCEL DUCHAMP¿ O artista deve ir para a universidade ?[1]
A UNIVERSIDADE: a FÁBRICA de PROSÉLITOS. 

[1]Nada é transmissível , a não ser o pensamentoLe Corbusier[1] in Boesiger, 1970, p.168.



[1] -DAMASCENO, Athos. Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900)  Porto  Alegre :  Globo, 1971. 540p.

[2]Nada é transmissível , a não ser o pensamentoLe Corbusier[2] in Boesiger, 1970, p.168.

[3] ECLETISMO que Mário de Andrade fustigava  em 1938,  na época do Estado Novo como “acomodatício e máscara de todas as covardias”. -  [in Andrade 1955, fl. 13]
ANDRADE, Mário. Curso de Filosofia e História da Arte. São Paulo: Centro   
        de Estudos  Folclóricos, 1955. 119 f.

                        [4] - Texto de uma alocução em inglês pronunciada por Marcel Duchamp, num colóquio organizado em Hofstra em 13 de maio de 1960.
                    Consta em SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et présentés par.. Paris Flammarrion, 1991, pp. 236-239
                    Traduzido para Victor Hugo Guimarães Rodrigues - professor da FURG -  por Círio Simon em 27 de junho de 2004 no contexto do 1o Colóquio dos Dirigentes das Instituições Superior de Arte do Rio Grande o Sul realizado entre 24 e 26 de junho de 2004 no Instituto de Artes da UFRGS.

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