PORTO
ALEGRE e suas REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS. Os ARTISTAS que muito ou POUCO “OLHARAM” para a CIDADE.
Fig. 01 – A pratica da PINTURA ao AR LIVRE ou “PLEIN
AIRE”[1] em PORTO ALEGRE por uma turma da ESCOLA de
ARTES do IBA-RS posicionada onde hoje é o Hospital Espirita conforme o
testemunha de Olga Paraguassu uma das participantes deste experiência Esta
foto faz parte da Matéria da REVISTA da GLOBO ano 1 nº 001 de05.01 1929
SUMÁRIO
01 – A "IMAGO"no LUGAR daquilo
que NÃO EXISTE MAIS . 02
– A PAISAGEM NASCE TARDIAMENTE nas ARTES VISUAIS
de PORTO ALEGRE 03 – CARACTERÍSTICAS da PAISAGEM de PORTO ALEGRE . 04 Os PINTORES
de PORTO ALEGRE anteriores à FOTOGRAFIA - 05 O ATELIER RECEBE a
FOTOGRAFIA e a PINTURA torna-se AUTÔNOMA–06- ? De que
PORTO ALEGRE estamos falando?. 07 A PINTURA ao AR LIVRE em PORTO ALEGRE 08 – Os
TEMAS RECORRENTES dos PINTORES de PORTO ALEGRE 09 -
- Os PINTORES de DOMINGO de PORTO ALEGRE. 10 – A PAISAGEM de PORTO ALEGRE entre o
“OLHAR” e o “VER” 11 - Com a IMAGEM NÃO SE
DISCUTE : -12 –A LOGISTICA da MEMÒRIA da PAISAGEM de PORTO ALEGRE- FONTES BIBLIOGRÁFICAS e DIGITAIS
01 – A “IMAGO” no
LUGAR daquilo que NÃO EXISTE MAIS.
A “IMAGO” era aquela tabuleta pintada, na técnica de encáustica, com o
retrato do falecido romano e que substituía a tradição egípcia dos caros e demorados processos de
embalsamento dos mortos quando Roma conquistou o vale do rio NILO.
No caso da PINTURA da
PAISAGEM ocorre algo semelhante. A OBRA
VISUAL FIGURATIVA substitui algo que não existe daquilo que meio urbano
transformou e já não existe mais do
mundo natural.
Assim a PINTURA da
PAISAGEM por si mesma e com estatuto
autônomo é algo recente posterior ao Renascimento italiano e paralela à crescente urbanização europeia que destruiu a paisagem rural.
Fig. 02 – A paisagem de PORTO ALEGRE de Jean Baptiste
DEBRET e que ele denominou como sendo PARANAGUÀ.. O equivoco foi desfeito
por várias pesquisas como a de MELLO[1]
02 – A PAISAGEM NASCE TARDIAMENTE nas ARTES VISUAIS de PORTO ALEGRE.
Em Porto Alegre não
existem registros de PAISAGENS até a época da independência do Brasil. A sua
prática se instalou com passagem e a vinda de pintores europeus. No Brasil a
Missão Artística Francesa a introduziu
gradativamente com as lições, técnicas e
obras e a legitimou como um dos "gêneros" nos Salões oficiais de Artes Visuais.
De outra parte a prática
do “PLEIN AIRE” ganhou impulso com as tintas fornecidas em bisnagas comerciais
principalmente a partir do Impressionismo Francês, um movimento estético que se
originou e se afirmou com a PINTURA ao
AR LIVRE.
[1] MELLO, Bruno César Euphrasio de “A cidade de Porto Alegre entre 1820 e1890: as transformações físicas da capital a partir das impressões dos viajantes estrangeiros” [ dissertação: Orientação de SOUZA, Célia Ferraz de} Porto Alegre: Faculdade de Arquitetura das UFRGS. 2010, 213 fl. Il. 30 cm https://www.archdaily.com.br/br/01-8843/lancamento-do-livro-porto-alegre-1820-a-1890-aspectos-urbanisticos-atraves-do-olhar-dos-viajantes-estrangeiros-de-bruno-cesar-euphrasio-de-mello-porto-alegre-rs
Fig. 03 – Francis PELICHEK praticando a pintura da paisagem
ao AR LIVRE .. Ao mesmo tempo pede
que alguém capte a cena numa imagem numa
câmara fotográfica da sua propriedade . Pelichek
foi aluno da Escola de Arte de Praga,
foi ator de filmes mudos tchecos e em
Porto Alegre, ganhava a vida como ilustrador de revistas e de livros, além de
professor da Escola de Arfes Nas horas
vagas pintava, expunha e vendia suas
pinturas e desenhos.
A antiga e tradicional
CÂMARA ESCURA deu origem gradativamente fotografia. Esta se tornou estável quando a Química desenvolveu produtos foto-sensíveis que emulsionavam chapas
de vidro. As primeiras imagens fixadas, por este processo, são paisagens rurais
e urbanas.
Os primeiros estúdios
fotográficos de Rio Grande e Porto Alegre são também ateliers de pinturas. Assim
estes ateliers irão fixar aspectos importantes da paisagem urbana de Porto
Alegre da segunda metade do século XIX[1].
[1] DAMASCENO.
Athos (1902-1975) Artes plásticas no Rio
Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre : Globo, 1971, 520 p
--------------------Fotógrafos em Porto Alegre no século XIX 1947
Fig. 04 – O quadro de
Pedro WEINGÄRTNER, do ano de 1911, denominado de “ MARICÀS” faz uma espécie de
arqueologia da paisagem ANTES de PORTO ALEGRE. No entanto além das
primorosas qualidades pictóricas desta obra ela chama atenção para tema e a paisagem do PARQUE do ESTUÁRIO formado pelas ILHAS FONTEIRAS
da cidade são pouco notadas e incluídas
no repertório da PAISAGEM da capital sul-rio-grandense.
03 – CARACTERÍSTICAS da PAISAGEM de PORTO
ALEGRE .
Albert Camus denominou Porto Alegre como mais
um “LUGAR de uma CIVILIZAÇÂO num
BANHADO”. Ele havia feito uma palestra no Instituto de Belas Artes[1],
em 1947, vindo de um giro pela América do Sul.
Aparentemente como um
desabafo de um francês existencialista, cansado da viagem, ele inclui Porto
Alegre entre cidades como Veneza, Amsterdam, Londres, Hamburgo ou São
Petersburgo.
Muito antes de Camus
o pintor Pedro WEINGÄRTNER pintou, em 1911,
os seu quadro “MARICÁS”[2].
A união entre a ATMOSFERA, a ÁGUA e A VEGETAÇÃO compõe as CARACTERÍSTICAS PAISAGÍSTICAS de PORTO
ALEGRE. A ATMOSFERA saturada de vapores suspensos no ar formam um
prisma no qual os raios solares se fragmentam em milhares e inesperadas gamas
de cores
[1] ALBERT CAMUS em PORTO ALEGRE http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/camus-quando-o-intelctual-ainda-falava.html
[2] “MARICÁS”,1911 - O CENTENÁRIO de uma PINTURA
http://profciriosimon.blogspot.com.br/2011/12/isto-e-arte-016.html
Fig. 05 – A luz solar incide num ângulo inclinado sobre
a paisagem de PORTO ALEGRE. A densa atmosfera, carregada de umidade, faz o
papel de prisma que separa as cores desta luz solar.. Assim esta densa
atmosfera de Porto Alegre - situado no paralelo 30º Sul e carregado da
evaporação das águas que cercam a cidade - propicia uma atmosfera com matizes
em constante mutação e que chegam aos espetaculares nascer e Por do Sol.
Este
prisma gera os múltiplos e inesperados os decantados espetáculos do NASCER e do
POR do SOL em Porto Alegre. Porém um olhar atento e acostumado percebe estas
mesmas nuances nas sombras coloridas, nos reflexos e num SOL atenuado por estas
camadas de ATMOSFERA saturada de umidade. Se há queixas com os ardores estivais
de Porto Alegre e dias frios e úmidos de inverno, existe a compensação do
espetáculo das luzes, dos reflexos das cores e seus matizes de infinitas cambiantes.
Fig. 06 – A atmosfera
de PORTO ALEGRE facilita e medeia o reflexo e projeção das cores sobre superfícies de objetos que lhe são adjacentes . Estes reflexos são capazes, inclusive, de tornar azuis celestes as águas do GUAIBA
normalmente carregadas de detritos das erosões dos cursos de agua que escorrem entre o arquipélago
das ilhas preservadas.
A ÁGUA abriga todas as formas primárias da vida e as
alimenta de uma forma constante e continuada. A VEGETAÇÂO dos MARICÁS e a VIDA
se levando e se expandindo para além deste condicionamento.
Na verdade o atual
terreno de Porto Alegre era o fundo de um lago cujas aguas escoavam para o
oeste em direção o Rio Uruguai até o momento de se romper a barreira de
elevações e cujos vestígios são visíveis nos morros que estreitam o canal do
Itapuã. O centro de Porto Alegre está numa cota de 4 metros acima do nível do
mar
Giovanni
FALCONE, - Professor da Escola de Agricultura e Viticultura de Taquari -
Guaíba-S/d. ..óleo sobre tela 95,0 x 197,0 cm
Fig. 07 – A paisagem de PORTO ALEGRE por Giovanni FALCONE[1]
Athos Damasceno dedica ao italiano um estudo (1971, pp,302- 305)[2]
muito atento. Como professor ensinou
em várias escolas inclusive teria sido convidado
para o primeiro curso superior do Rio
Grande do Sul que foi a Faculdade no de Agronomia de Taquari cuja estrutura
institucional nunca chegou a prosperar[3]
04 – Os
PINTORES de PORTO ALEGRE anteriores à FOTOGRAFIA
Não há registro de
paisagens de Porto Alegre ao longo do REGIME COLONIAL.
Com a Abertura dos Portos,
em 1808 , com a MISSÃO ARTISTICA FRANCESA, em 1816, os sucessivos viajantes
científicos, comerciais, militares, curiosos, repórteres e pesquisadores começaram a ter POTO ALEGRE como um dos seus pontos nos roteiros. Entre eles estavam artistas que
procuravam mercado para a sua produção artesanal e na busca de transmitir algo para eventuais
interessados.
São estes que o jovem
Manuel Araújo encontra em Porto Alegre e com os quais começa os rudimentos da
perspectiva e do desenho além de cenários, pinturas decorativas para uma
eventual atividade cênicas ou peça teatral.
Os
gravadores que a Missão Artística trouxeram conhecimentos e técnicas de Paris que começaram a usar para multiplicar
as obras originais dos seus mestres.
[1] Giovane FALCONE http://www.camarapoa.rs.gov.br/noticias/camara-consegue-reaver-duas-pinturas-antigas-da-capital
[2] DAMASCENO.
Athos (1902-1975) Artes plásticas no Rio
Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre : Globo, 1971, 520 p
[3] Escola Superior da
AGRICULTURA e VITICULTURA de TAQUARI http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/pt/verbetes/escagtaq.htm
Otto DINGER
(1860-1928) As lavadeiras da Praia do
Riacho, óleo sobre tela, 1899.
Coleção Fernando Cacciatore de
Garcia http://profciriosimon.blogspot.com.br/2015/04/estudos-de-arte-014.html
Fig. 08 – As lavadeiras na desembocadura do Riacho
Dilúvio no final do século XIX faziam parte da paisagem de PORTO ALEGRE desde a vinda dos
primeiros casais açorianos em 1752. Juntavam-se aos primeiros abrigos do Porto
do Ornelas Com o aterro esta parte é
o local da Avenida Loureiro da Silva entre Colégio Parobé e os prédios que vão até Câmara Municipal
04– O ATELIER
RECEBE a FOTOGRAFIA e a PINTURA torna-se AUTÔNOMA
Os artistas procuravam
mercado em PORTO ALEGRE para a sua
produção artesanal acolheram a MÁQUINA FOTOGRÁFICA com a qual buscavam
transmitir algo para eventuais interessados[1].
Manuel Araújo
Porto-alegre veio conhecer Jean Baptiste DEBRET cujas obras originais foram
multiplicados por meio da GRAVURA IMPRESSA
que os gravadores que a Missão Artística haviam trazido de Paris. Foi o
próprio Manuel Araújo que fez, em 1857, o elogio da fotografia na condição de
diretor da Imperial Academia de Belas Artes. Interrogava, além disto,
o que os artistas fariam se a fotografia s tornasse colorida o que de
fato ocorreu, em 1863, com as pesquisas de Maxwell.
As ARTES VISUAIS
encontraram o caminho de retorno da
“PINTURA como COISA MENTAL”. O Impressionismo, o Pós-Impressionismo e
principalmente as tendências estéticas, do inicio do século XX, estava voltados
para “PINTURA como COISA MENTAL”.. Com o conceito da “TINTA sobre uma
SUPERFICIE”, esta “SUPERFÌCIE como SUPORTE de CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS" ou então
esta “SUPERFICIE como SUPORTE de SIGNOS ONÍRICOS” reconduziram para retorno para sua origem.
[1] IMAGENS de PORTO ALEGRE do SÉCULO XIX https://www.ufrgs.br/jornaisliterarios/acervodigital/porto-alegre-no-seculo-xix/
VEECK, Marisa - Caixa Resgatando a Memória. Fotos Fernando ZAGO Porto Alegre : Caixa Econômica
Federal, 1998, 163 p.
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/oficinadohistoriador/article/viewFile/19048/12107 +
Fig. 09 – A obra de Oscar BOEIRA (1883-1943) fixa os
arrabaldes de Porto Alegre e a atmosfera colorida que envolve esta paisagem de
PORTO ALEGRE. Talvez o artista sul-rio-grandense mais sensível a estes
matizes e tons e competente para construir uma sólida obra plástica com a sua
palheta coerente com as suas aguçadas percepções visuais
Em síntese é possível
afirmar que a FOTOGRAFIA deu condições para a PINTURA se tornar autônoma e
livre
Esta liberdade e
autonomia repercutiram em Porto Alegre na obra de Oscar Boeira. Este
transcendeu a imagem mecânica da MÁQUINA FOTOGRÁFICA por meio das suas
preciosas tintas sobre a superfície de um quadro coberto com os mais
surpreendentes matizes.
A paisagem, a atmosfera, as suaves elevações, a vegetação e as intervenções e a própria figura humana receberam em Porto Alegre permitiram as mais variadas expressões sobre a superfície de um quadro. No início do século XX o deputado italiano, Vittorio Buccelli em visita a Porto Alegre, encantou-se especialmente com a paisagem de Belém Velho e sua periferia que ele recomendou como um novo tema aos pintores italianos e alternativa das sua obras batidas e repetidas.
A paisagem, a atmosfera, as suaves elevações, a vegetação e as intervenções e a própria figura humana receberam em Porto Alegre permitiram as mais variadas expressões sobre a superfície de um quadro. No início do século XX o deputado italiano, Vittorio Buccelli em visita a Porto Alegre, encantou-se especialmente com a paisagem de Belém Velho e sua periferia que ele recomendou como um novo tema aos pintores italianos e alternativa das sua obras batidas e repetidas.
BUCCELLI, Vittório (1861-1929) - Uma Viagem ao Rio Grande do Sul;
.Brasília: Senado Federal Conselho
Editorial, 2016, 580 p.
04– ? De que PORTO ALEGRE estamos falando ?.
Antes de prosseguir há ‘necessidade de
perguntar ? De que PORTO ALEGRE QUERMOS FALAR e VER a sua IMAGEM?. Temos a Porto Alegre urbana e rural, a dos morros e das planícies
secas e dos banhados, a das rochas e a
aquática, a de 1929 e 2018, além das 100 favelas, mocambos e malocas intercaladas nos bairros nobres..
Fig. 10 – A diversidade da paisagem de PORTO ALEGRE
apresenta contrastes flagrantes entre áreas rurais, áreas preservadas e as urbanas
intensamente ocupadas Assim é sempre
importante salientar de que PORTO ALEGRE estamos falando. Além do mais a
capital do Rio Grande do Sul conta com uma centena de favelas[1], mocambos ou malocas[2] horizontais e
verticais.
Além desta variedade da
paisagem, de Porto Alegre, ela recebeu as mais intensas e variadas expressões
pessoais dos artistas. Expressões que testemunham as vivências, as percepções e
as competências dos artistas em dar FORMA a estes níveis conceituais, os
repertórios e as vivências pessoais dos seus autores.
Assim a paisagem Porto
Alegre teve interpretes de altíssimos níveis intelectuais e estéticos se
confrontando as mais ingênuas, intuitivas e diretas.
Planta geral do
município de Porto Alegre: João Moreira Maciel, ano de 1919.
Fig. 11 – Os distritos
de PORTO ALEGRE do ano de 1919 mostram no lado leste do Guaíba a parte
da região urbana (círculo amarelo) a
área indústria ( circulo vermelho) a
área rural ( círculo marrom) e a
área preservada (círculo verde) No
lado Oeste estão o 7º, 8º e 9º distritos que atualmente são ocupados pelos
município de Guaíba, Barra do Ribeiro entre outros
Os altíssimos níveis
intelectuais e estéticos de Oscar Boeira (fig. 09) conduziram as práticas das preciosas
tintas sensíveis aplicadas em pinceladas
para constituir uma imagem de uma paisagem cheia de uma transcendência estética
universal sem perder a sua referência local. Esta obra se confronta com uma
legião de pintores de domingo que produzem
paisagens de Porto Alegre com os meios mais ingênuos, intuitivos e diretos que
indicam o simples prazer de pintar, de gravar ou usufruir do gosto de
materializar um tema que lhes é caro e familiar ao se repertório. Assim uma
gravura de Anestor TAVARES (fig. 18) ganha força própria, sentido e legitimidade na ARTE .
04- A PINTURA ao
AR LIVRE em PORTO ALEGRE.
A prática da PINTURA
ao AR LIVRE ou “PLEIN AIRE” teve plena vigência em PORTO ALEGRE Praticada
isoladamente ou grupos tinha função em si mesma ou eram apontamentos para
trabalho posterior no atelier. Para muitos um simples passatempo. Para outros
uma forma profissional com posterior exposição pública e mercado de Arte.
Fig. 12 – A vida do pintor paisagem nem sempre era
silenciosa e segura. O artista Francis
Pelichek - que se orgulhava das armas de fogo produzidas pelos se patrícios
tchecos - registrou, nos seus diários[1], um momento em que o gaiato a tira das suas
concentração estética. .. Evidente que o artista gostava do barulho, da
boemia e das intrigas que ele transformava em propaganda, marketing e projeção
de sua obra.
O pintor profissional e
erudito Francis PELICHEK levou o “PLEIN AIRE” mais longe em Porto Alegre. Este
pintor tcheco com formação acadêmica em PRAGA,
percorreu o Rio Grande do Sul levando esta prática de Porto Alegre para
Torres e para a serra sul-rio-grandense e fixando as suas paisagens.
[1] DIÁRIOS de FRANCIS PELICHEK http://profciriosimon.blogspot.com/2016/10/184-iconografia-sul-rio-grandense.html
Fig. 13 – A paisagem ampliada do artista Libindo FERRÁS
exposta num parque de PORTO ALEGRE.. Instalação
de rua típica da ÈPOCA PÓS-INDUSTRIAL cuja
característica é o espaço simbólico e a memória alimentados pelo marketing e a
propaganda,, Esta operação se vale tanto dos produto da ERA INDUSTRIAL como do
artesanato da ERA AGRÍCOLA
08 - Os TEMAS RECORRENTES dos PINTORES de PORTO
ALEGRE
Na afirmação do fazer artístico o estimulo reciproco fez com que os PINTORES de PORTO ALEGRE buscassem TEMAS
RECORRENTES nos QUAIS buscavam tanto um repertório comum como também podiam
medir as diferenças conceituais, técnicas e estéticas.
Fig. 14 – Francis PELICHEK já no primeiro ano de sua
estadia em PORTO ALEGRE descobriu a
PONTE de PEDRA . Assim a registrou entre aguadas e pinceladas
de gauche. Obtém por estes meios visuais a junção entre terra, água e atmosfera nos quais situa a vegetação, prédios, barcos e gente.
Assim o tema da PONTE do
RIACHO DILÚVIO foi realizado com tinta á óleo, aquarela, lápis ou então nos enquadramentos os mais insuspeitos e
criativos. Se para estes artistas o tema da PONTE era comum a todos, as variantes estéticas deveriam pautar a
originalidade. As fluidas manchas cromáticas de alguns era contraposto pela
construções lógicas como a Ponte da obra de Ado Malagoli (fig. 16).
Fig. 15 Libindo Ferrás expõe no Salão da ESCOLA de
ARTES do IBA-RS de 1929[1]
outra versão da Ponte de Pedra vista
praticamente do mesmo lugar da obra de 1922 de PELICHEK. Esta pintura de Libindo constou como ILUSTRAÇÂO COLORIDA AVULSA no CATÀLOGO da Exposição e capa da
REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23
14.12.1929
As variadíssimas obras pictóricas da PONTE do
RIACHO são testemunhos dessa afeição que estre equipamento urbano recebeu, culminaram na
“museificação” desta construção quando ela perdeu a sua função devido a
retificação do Arroio Dilúvio deixou de passar entre os seus três arcos.
Fig. 16 – O pintor e professor Ado MALAGOLI (1908-1994)
construiu a imagem da PONTE de PEDRA com espessas camadas de pigmentos aglutinados
com tintas a óleo. A superfícies de quadro
recebeu duras e solidas estruturas geométricas com limitam a sua construção plástica. Estes
elementos estéticos reforçam, certamente,
a percepção desta sólida obra urbanística e viária
Outro elemento visual, que chamou a atenção dos artistas, foi o limite entre o mundo da terra e o mundo da água em Porto Alegre. O caprichos e em constante movimento da água
gerou o forte e continuado fluxo das margens. Fluxo fixado no cais do porto e nos armazéns que tiveram os mais variados registros como do pintor catalão MARISTANY
de TRIAS (fig. 17)
ou pelo alemão Otto DINGER (fig. 08)
em Porto Alegre
De outra parte a própria
denominação “ Porto Alegre” induziu e motivou e preferir este tema para
registra este limite entre o mundo da água e da terra firme.
Fig. 17 – A paisagista Luís MARISTANY de TRIAS
(1897-1964) era originário de Barcelona onde registrou, nas sua pinturas
europeias, uma atmosfera e as cores semelhantes com as condições PORTO ALEGRE.. Dedicado
a observar e registrar esta passagem entre a terra firme o meio líquido envoltos numa luz que se
quebra tanto na atmosfera saturada como
sobre qualquer objeto projetando e desenhando sombras coloridas
No contraponto há
necessidade de se dar conta de que em Porto Alegre há TABUS VISUAIS que mereceram poucas imagens.
De uma forma geral são os temas que cercam a doença, a morte ou do poder
despótico daquilo que já vencido e se tornou obsoleto na memória publica. Assim
não se encontra imagens do Pelourinho de Porto Alegre derrubado e escondido com
a Independência do Brasil. Não há imagem da forca nem do cemitério que cercava
a primitiva Matriz da capital. Como são muito raras as imagens de algum
hospital como da Santa Casa ou da Roda dos Inocentes
VEECK, Marisa - Caixa Resgatando a Memória. Fotos Fernando ZAGO Porto Alegre : Caixa Econômica
Federal, 1998, 163 p.
Fig. 18 – A gravura de Anestor TAVARES (1919-2000) evoca
fragmentos da paisagem de PORTO ALEGRE na
razão maior de ser da cidade expressa no movimento do ambiente do cais. .. A capital do Estado do Rio Grande do
Sul conquistou este equipamento e a o transformou ao nível de um ativo porto oceânico como mostra a
xilografia.
Sobram imagens que
envolvem bens matérias, igrejas ou patrimônio inclusive fotos de lotes de
escravos apresentados como “PEÇAS” para venda no mercado. “PEÇAS” que eram
proibidas de sorrir para a lente do fotógrafo.
De outra parte o simples
prazer do olhar, o voyeurismo[1]
e a mimesis[2]
enchem papeis de desenhos, telas com as
mais esplêndidas cores, paredes, gravuras e fotografias sem que estas
expressões mereçam a categoria de “OBRAS de ARTE”. Assim Porto Alegre possui
legiões de “PINTORES de DOMINGO” e cujas obras passam ao mundo do artesanato,
da decoração e do “déjà vu”[3].
Neste caso o “voyeurismo”, a “mimesis” e
o “déjà vu” constituem FINS que impõem apenas FORMAS FÌSICAS VISUAIS que se bastam a SI MESMAS.
Neste processo o artista
- ou seu espectador - não possuem e nem exercem o direito de um filtro de
AUTONOMIA para DELIBERAR e DECIDIR em relação a este fluxo de informações visuais.
Fluxo que lhes é imposto pela tradição, pelo peso do mercado ou pela hegemonia
de um curador onipotente. Tanto o pretenso artista, como o iludido espectador e o malicioso curador transformam
em mercadoria, fetiche ou instrumento de poder a pretensa obra de arte.
Fig. 19 – José de FRANCESCO (1895—1967) foi um
empresário de PORTO ALEGRE na distribuição de filmes no Rio Grande do Sul. Para
tanto editava e imprimia duas revisitas e fazias os cartazes dos filmes para as fachadas dos cinemas. Nas horas vagas
pintava.. Assim interpretou um desfile militar e uma festa popular
realizado na sua infância na Praça da Matriz de Porto Alegre [1]
04- Os PINTORES de DOMINGO de PORTO ALEGRE.
A separação entre
PROFISSIONAIS e AMADORES da PINTURA DE PAISAGEM de PORTO ALEGRE concebeu a
categoria dos “PINTORES de DOMINGO de
PORTO ALEGRE”. Este alfinete conceitual resultou de FILTRO CONCEITUAL
que lhes foi imposto pela tradição de uma determinada época
No Brasil esta época
resultou das lições, mal assimiladas, da MISSÃO ARTÍSTCA FRANCESA[2].
A PINTURA de PAISAGEM e da “NATUREZA MORTA” eram vistas, no breviário desta
tendência estética, como PINTURA de gênero e inferior a PINTURA da HISTÓRIA[3].
Este HEGEMONIA da PINTURA da HISTÓRIA explica por
que muitos pintores e artistas visuais olhassem sem a menor motivação para paisagem de
Porto Alegre. Envolvidos pela pintura histórica, sacra e utilitária poucas
atrações encontravam na PAISAGEM de PORTO ALEGRE pois lhes aplicavam o alfinete
de um gênero inferior de PINTURA.
Fig. 20 – O
pintor e historiador de Arte ÂNGELO GUIDO (1893-1969) captando um dos momentos da densa atmosfera de PORTO
ALEGRE. Com o tema do espetacular
Por do Sol ele registra nas sua
“manchinha” os matizes de uma atmosfera
carregada da evaporação das águas que cercam a cidade em constante mutação e -situado
no paralelo 30º Sul.
10- Entre o “OLHAR” e o “VER” a PAISAGEM de PORTO
ALEGRE.
As técnicas, os
equipamentos, e mesmo os conceitos, são relativos. Existem verdadeiros desastres visuais tanto
na PINTURA da PAISAGEM de PORTO ALEGRE como na GRAVURA ou FOTOGRAFIA.
Para
superar estas catástrofes visuais vale o pensamento de Paul KLEE de que “A FORMA é MORTE da ARTE”[1] na
antítese da tese de Herbert READ “A ORIGEM das FORMAS em ARTE”[2].
Na síntese de que a “ARTE ESTA EM QUEM PRODUZ e NÃO QUE PRODUZ” na expressão de
Aristóteles[3].
Evidente
que a FORMA é o TESTEMUNHO SENSÍVEL da VIDA de QUEM PRODUZ a ARTE e do seu MEIO
SOCIAL, ECONÔMICO e TÉCNICO. Dai o cuidado na FORMA como ÍNDICE eficiente e
competente tanto na PRODUÇÃO como PERCEPÇÃO[4] daquilo
que se pretende como OBRA de ARTE. No entanto esta FORMA não pode mentir ou
iludir. Tanto para QUEM PRODUZ a OBRA de ARTE como aquele que a RECEBE vale o
principio do HABITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL, MORAL e ESTÉTICA. QUEM PRODUZ ou APRECIA uma PINTURA não pode ser desviado da verdade de que se trata de uma superfície coberta ou não com
TINTAS. Para QUEM elabora ou aprecia um
FILME sabe que são 24 IMAGENS por SEGUNDO ao longo de todo tempo. Para QUEM escreve ou aprecia MÚSICA sabe que se trata de
SONS, SILENCIOS em MOVIMENTO.
Neste
sentido a pura e simples EMOÇÃO possui um papel secundário. Goethe afirmava que
“uma novela banal o levava às lágrimas enquanto as peças clássicas do TEATRO
não o EMOCIONAVAM” pois a construção e apreciação de peças clássicas do
TEATRO tem a sua fonte na inteligência.
A
popularização da FOTOGRAFIA DIGITAL sem um aperfeiçoamento do “OLHAR” e a capacidade de “VER” a PAISAGEM
de PORTO ALEGRE é um retorno para a NATUREZA, para o “voyeurismo”, a “mimesis” e o
“déjà vu” sem acrescentar nada para a INTELIGÊNCIA.
Platão
já fazia esta distinção entre os ASTROS empíricos e o conceitual de ASTRONOMIA
ao escrever (Platão,1985, 2º vol, p.128)[5] que:
“Estudaremos a astronomia,
assim como a geometria, por meio de problemas, e abandonaremos os fenômenos do
céu, se quisermos aprender verdadeiramente esta ciência e tornar útil a parte
inteligente de nossa alma, de inútil que era antes”
Nesta
“PARTE INTELIGENTE da PINTURA Da PAISAGEM de PORTO ALEGRE” não importa o tema, a mensagem ou o ângulo
de vista. No entanto quando esta paisagem não consegue se desvencilhar da
hegemonia da COMUNICAÇÃO sobre ARTE estamos
de volta para a NATUREZA, para o
“voyeurismo”, a “mimesis” e o “déjà vu” sem acrescentar
nada para a INTELIGÊNCIA.
Selecionar,
captar o momento certo da “PARTE INTELIGENTE da PINTURA Da PAISAGEM de
PORTO ALEGRE” e construir um corpo estético
coerente com “QUEM” maneja o lápis,
pincel ou equipamento fotográfico exige uma longa e árdua ascese. Ascese, que
além de não permitir nesta paisagem a presença do menor ruído, esta obra é
cimenta e não tolera comparações externas. Certamente “COM a IMAGEM NÃO SE DISCUTE”.
Múmias não são arte http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-22_25.html
[2] ORIGEM das FORMAS em ARTE Herbert READ https://www.sebobrasil.com.br/produtos/view/237711-as-origens-da-forma-na-arte---herbert-read
[4] MARAGONI,
Matteo (1876-1951)– APRENDER a VER.
São Paulo:: IPE 1949, 284 p https://www.estantevirtual.com.br/arteeloy/matteo-marangoni-aprender-a-ver-84796462
[5] PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J. Guinsburg 2º volume . São Paulo : Difusão Européia do
Livro, 1985, 281 p.
Fig. 21 – – Carlos MANCUSO (1930-2010)- um discípulo, assistente e sucessor
do historiador de Arte ÂNGELO GUIDO -
interpretando a paisagem e a densa atmosfera que envolve as cercanias de PORTO ALEGRE. Arquiteto e
professor ele confia as translucidas
manchas da aquarela as cambiantes de uma paisagem carregada de água em
suspensão. Ele encontrou uma atmosfera semelhante no Pantanal de Mato Grosso
11- Com a IMAGEM NÂO SE DISCUTE .
Uma vez que uma IMAGEM
atinge os eu ESTATUTO de OBRA DE ARTE
ela se impõe por si mesma. . “Com a imagem não se discute”. Chartier, 1998 : 179[1]
A IMAGEM era temida pelos povos primitivos
que julgavam que ela “ROUBAVA as suas ALMAS”. O mesmo acontecia com as
religiões monoteístas que condenam a imagem da divindade como SACRILÉGIO a MAGEM da DIVINDADE.
Nas concepções da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL a IMAGEM perde qualquer aura como OBRA
de ARTE devido a sua banalização, a sobrecarga de informações, ao ruído da
redundância descabida e especialmente
pela falta de limites na sua competência intrínseca.
No contraditório é
consenso a universal tendência do prazer do olhar, na imagem e no seu potencial
de levar e enlevar a parte intelectual humana. Aristóteles descreve este enlevo
humano diante da IMAGEM. Assim afirma no capítulo IV da sua “A ARTE POÉTICA e o
seus diversos gêneros ” 5[2]
que
“Os seres humanos sentem prazer em olhar para as
imagens que reproduzem objetos. A contemplação delas os instrui, e os induz a
discorrer sobre cada uma, ou a discernir nas imagens as pessoas deste ou
daquele sujeito conhecido”
Estas concepções
aristotélicas foram reforçadas por GOETHE, por Hannah ARENDT, MAZZOCUT-MIS e por
CHARTIER. GOETHE argumenta (1945 : 1)[3]
que “a imagem desce ao coração da matéria penetrando ali
na realidade do mundo”. Para Hannah ARENDT (1983
: 193)[4]
a “ imagem possui poder pois opera a substituição de uma força exterior na
qual uma força não aparece a não ser para aniquilar uma outra força numa luta
de morte” Já MAZZOCUT- MIS confere (1994: 64)[5]
aos “signos de força nos quais sinais e índices,
que não possuem necessidade de serem vistos, constatados, mostrados depois
contados e recitados para que as forças, dos quais eles são o efeito, seja
acreditadas”. No resumo CHARTIER dispara (1998: 179)
repete-se, aqui, tiro de misericórdia “com a imagem não se discute”.
Resta a questão de, ao mesmo
tempo, se livrar desta tirania do imagético sem deixar de estar equipada com as
chaves e os códigos para acessar a PARTE INTELECTUAL e usar adequadamente e extrair da IMAGEM da
PAISAGEM de PORTO ALEGRE. É o papel da logística na qual a
ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL está municiada pelos mais variados equipamentos, técnicas
e “nuvens” de estocagem recuperáveis e reversíveis no momento, no lugar e na
ocasião na qual a IMAGEM faz sentido,
Há necessidade de
advertir que mediações, contratos e curadorias, que, muitas vezes, afastam mais da PERCEPÇÃO da OBRA de ARTE do
aproximam de QUEM PRODUZIU a OBRA de ARTE. O apreciador da OBRA de ARTE cai na
armadilha do inseto que segue apenas a luz que está do lado de fora e esbarra
contra o vidro da janela e, assim, jamais chega onde pretende ir. Diderot, no
final das suas críticas dos SALÕES de PARIS[6], convidava o seu leitor a ir conferir pessoal e fisicamente as obras originais
que ali estavam expostas.
[1] - CHARTIER, Roger. Au bord de la falaise: l´histoire entre certitudes et inquiétude.
Paris : Albin Michel, 1998. 293p.
[3] GOETHE,Johann Wolfgang von.Teoria
de los colores.Buenos Aires:1945. 466p
[4] ARENDT, Hannah (1907-1975) Condition de l’homme moderne. Londres:
Calmann-Lévy 1983. 369 p. https://fr.wikipedia.org/wiki/Condition_de_l%27homme_moderne
[5] MAZZOCUT-MIS, Madalena, «
Pouvoir et limites de l´imagination» in Revue d´esthétique : Esthétique en
Chantier. Paris :Jean Micel Place, v.24, nº
93, jun.
1994, pp. 59/64.
PREDIOS
REFERENCIAIS - MELHORAMENTOS de PORTO ALEGRE
-GRAVURA DE BALDUÍNO ROHRIG c.1860[1]
Fig. 22 – A paisagem de PORTO ALEGRE cercada de imagens
de prédios urbanos da década de 1860
evidencia a consciência dos seus cidadão de sua identidade e os devidos
referencias.. A capital do Rio Grande do Sul e os seus habitantes foram as
vanguardas nacionais na Guerra do Paraguai
12 –A LOGISTICA da MEMÓRIA da PAISAGEM de PORTO ALEGRE-
O que salva as PAISAGENS
é o poder subliminar e objetivo da “IMAGEM INESQUECÍVEL e INCOFUNDÍVEL” defendida
pelas concepções de ARISTÓTELES, GOETHE, ARENDT,
MAZZOCUT- MIT e por
CHARTIER
No entanto esta operação
possui o seu preço que significa estudar, selecionar e construir objetos
físicos dos quais se retira RUIDOS, REDUNDÂNCIAS e BANALIDADES que a confundem
coam a NATUREZA que NÂO POSSUI NADA por DENTRO[2].
O ESQUECIMENTO NÃO significa a
QUEIMA ou a DESTRUIÇÃO da MEMÓRIA[3].
Ao contrario é municiar a memória humana com a “PARTE
INTELIGENTE da PINTURA aa PAISAGEM de PORTO
ALEGRE”. Este municiamento se dá pela PARTE LOGISTICA. De
um lado o forte e continuado fluxo de
informações, provenientes dos centros hegemônicos, necessita
de um filtro marcado pela AUTONOMIA no DELIBERAR e DECIDIR sobre a PARTE
INTELIGENTE da PAISAGEM de PORTO ALEGRE.
De outro lado os EQUIPAMENTOS,
as TÉCNICAS e as ESTRATÉGIAS disponíveis, na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL, permitem reforçar
a MEMÓRIA, fazer circular documentos, imagens e comunicações interpessoais além
LIVRÁ-LA do que é INUTIL para a INTELIGÊNCIA.
Evidente que esta arte - de não GUARDAR e
ACUMULAR CULTURA INÚTIL para INTELIGÊNCIA - reforça o conselho que “nesta ÉPOCA
não é necessário SABER MUITA COISA, mas SABER ONDE ESTÀ e o MEIOS para chegar a
ESTE SABER ÚTIL” Ninguém deve ter dúvida alguma que isto significa mais
trabalho, muita atenção e um grande poder de discernimento.
FONTES BILIOGRÁFICAS
ARENDT, Hannah (1907-1975) Condition
de l’homme moderne. Londres: Calmann-Lévy 1983. 369 p. https://fr.wikipedia.org/wiki/Condition_de_l%27homme_moderne
ARISTÓTELES (384-322). Ética a
Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p.
BUCCELLI, Vittório (1861-1929) - Uma Viagem ao Rio Grande do Sul;
.Brasília: Senado Federal Conselho
Editorial, 2016, 580 p.
CHARTIER, Roger. Au
bord de la falaise: l´histoire entre
certitudes et inquiétude. Paris : Albin
Michel, 1998. 293p.
DAMASCENO. Athos (1902-1975) Artes
plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre : Globo, 1971, 520
p
--------------------Fotógrafos em
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FRANCESCO, José de. Reminiscências de um
artista. Porto Alegre; s/editora. 1961
GOETHE,Johann
Wolfgang von.Teoria de los colores.Buenos
Aires:1945. 466p
MARAGONI, Matteo (1876-1951)– APRENDER a
VER. São Paulo:: IPE 1949, 284 p https://www.estantevirtual.com.br/arteeloy/matteo-marangoni-aprender-a-ver-84796462
MELLO, Bruno César Euphrasio de “A cidade de Porto Alegre entre 1820 e1890: as transformações físicas da capital a
partir das impressões dos viajantes estrangeiros” [ disseratação:
Orientação de SOUZA, Célia Ferraz de} Porto Alegre: Faculdade de Arquitetura
das uFRGS. 2010, 213 fl. Il. 30 cm
https://www.archdaily.com.br/br/01-8843/lancamento-do-livro-porto-alegre-1820-a-1890-aspectos-urbanisticos-atraves-do-olhar-dos-viajantes-estrangeiros-de-bruno-cesar-euphrasio-de-mello-porto-alegre-rs
https://www.archdaily.com.br/br/01-8843/lancamento-do-livro-porto-alegre-1820-a-1890-aspectos-urbanisticos-atraves-do-olhar-dos-viajantes-estrangeiros-de-bruno-cesar-euphrasio-de-mello-porto-alegre-rs
MENEGAT, Ronaldo ATLAS AMBIENTAL de PORTO
ALEGRE (3ª ed.) `Porto Alegre: UGRS 2006 238 p.2006https://www.researchgate.net/publication/283345750_Atlas_Ambiental_de_Porto_Alegre_-_3ed + https://www.traca.com.br/livro/131327/
MIRANDA Luiz Porto ALEGRE ROTRIRO da PAIXÃO - Porto Alegre; Editora da Cidade
2007,, 69 p.
MAZZOCUT-MIS, Madalena, « Pouvoir et
limites de l´imagination» in Revue d´esthétique : Esthétique en Chantier. Paris :Jean Micel Place, v.24, nº 93, jun. 1994, pp. 59/64.
REVISTA
da GLOBO ESCOLA de ARTES do IBA-RS, ano 01, nº 001, dia 05.01 1929
PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução de J. Guinsburg 2º volume . São Paulo : Difusão Europeia do
Livro, 1985, 281 p. http://pt.scribd.com/doc/28055175/Platao-A-Republica-Vol-II-Do-V-ao-X-livro
VEECK, Marisa - Caixa Resgatando a Memória. Fotos Fernando ZAGO Porto Alegre : Caixa Econômica
Federal, 1998, 163 p.
FONTES NUMÉRICAS
DIGITAIS
4º DISTRITO de PORTO ALEGRE e MALOCAS
A FORMA é a MORTE da ARTE
Múmias não são arte
ALBERT CAMUS em PORTO ALEGRE
http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/camus-quando-o-intelctual-ainda-falava.html
ARTES VISUAIS em PORTO ALEGRE (sumário)
http://profciriosimon.blogspot.com/2010/10/sumario-eletronico-do-1-ano-do-blog.html
Balduino
ROHERING
Coleção Fernando Cacciatore de
Garcia
DÉJÀ VU
DIÁRIOS de
FRANCIS PELICHEK
DIDEROT e os SALÕES de PARIS
El olvido que seremos - DAVID RIEFF - y los dilemas da la memoria
“Contra o sistema... A tentação do BEM é pior
do que do MAL”
Escola
Superior da AGRICULTURA e VITICULTURA de TAQUARI http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/pt/verbetes/escagtaq.htm
Giovane FALCONE
IMAGENS de
PORTO ALEGRE do SÉCULO XIX
https://www.ufrgs.br/jornaisliterarios/acervodigital/porto-alegre-no-seculo-xix/
+
https://poavive.wordpress.com/2017/04/
+
ÍNDICES do
SALÃO de 1929
FAVELAS de
PORTO ALEGRE
Fernando
PESSOA – Li hoje
http://arquivopessoa.net/textos/1188
HERRMANN,
Jorge – PARQUE da REDENÇÃO:
http://www.jorgeherrmann.com/?page_id=1617
LE BRETON CARTA ao CONDE da BARCA
“MARICÁS”,1911 - O CENTENÁRIO de uma
PINTURA
PINTURA HISTÓRICA.
PLEIN AIR” ou
PINTURA ao AR LIVRE
ORIGEM das
FORMAS em ARTE -Herbert READ
Otto DINGER e
as LAVADEIRAS do RIACHO 1899
TORQUATO BASSI –“vista de Porto Alegre
VOYEURISMO
[1] Balduino ROHERING https://www.ufrgs.br/jornaisliterarios/acervodigital/porto-alegre-no-seculo-xix/foto-695f/
[2] Fernando PESSOA – Li hoje http://arquivopessoa.net/textos/1188
[3] El olvido que seremos -
DAVID RIEFF - y los dilemas da la memoria
Contra
o sistema... A tentação do BEM é pior do que do MAL.
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