POTENCIALIDADES ESTADUAIS das ARTES VISUAIS do RIO
GRANDE do SUL e o CONTINUUM das
EXPRESSÕES de sua AUTONOMIA.
MONUMENTO
JÚLIO de CASTILHO – ARMAS do RIO GRANDE do SUL e ASSINATURA de Décio
VILLARES foto as 15h31 26.12.2017
Fig. 01 – A busca dos valores
simbólicos competentes para conferir uma forma coerente com a
ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL parece ser uma dos projetos e das tarefas que
despontam com novos ambientes adequados. O MUSEU da
FUNDAÇÂO IBERÊ CAMARGO parece competente para esta tarefa e projeto. Certamente
o currículo deste artista merece todo destaque e atenção, Vindo do interior do
Rio Grande do Sul, com formação na capital e com longa e intensa passagem pela
capital federal, o seu retorno para a sua terra de origem e criação de uma instituição
de ARTES VISUAIS testemunha a potencialidade deste sul-rio-grandense nas suas
escolhas, nas suas obras e na fidelidade ao seu projeto.
SUMÁRIO
01 – ARTE com ENTE LINGUÍSTICO. 02 – CONTÍNUUM das EXPRESSÕES de sua AUTONOMIA 03 –
CONTRADIÇÕES e COMPLEMENTARIEDADES no RIO
GRANDE do SUL 04 –
TODA ESCOLHA é uma PERDA -
05 - -
CAMINHANDO no MEIO do PELOTÂO 06- O POTENCIAL do GÊNERO nas ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL. 07 O POTENCIAL de AUTONOMIA
POSSIVEL nas ARTES VISUAIS do RIO GRANDE
do SUL 08 – As POLARIZAÇÕES nas ARTES
VISUAIS do RIO GRANDE do SUL e o POTENCIAL de COMPLEMENTARIEDADES entre
EXTREMOS ESTÉTICOS 09 - As
ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL distantes de ALFINETES e ADJETIVOS. 10 – A OBRA
como PRIMORDIAL nas ARTES
do RIO GRANDE do SUL: -11 FONTES BIBLIOGRÁFICAS e
DIGITAIS
01 – ARTE como um
ENTE LINGUÍSTICO.
Admite-se
que a ARTE também constitui um ENTE
LINGUÍSTICO que se usa na NARRATIVAS
HUMANAS sem que a RAZÃO atinja a sua compreensão plena. EXPRESSÕES LINGUÍSTICAS nas quais é possível
verificar aquilo que se APROXIMA, AFASTA ou COTRADIZ e que a RAZÃO admite
como ARTE. No contraditório estas mesmas EXPRESSÕES LINGUÍSTICAS são
FENÔMENOS que ATINGEM os SENTIDOS HUMANOS. Do lado da RAZÃO existe uma CONSTRUÇÃO
MENTAL que FILTRA estes FENÔMENOS que ATINGEM os SENTIDOS HUMANOS. A criatura
humana possui a liberdade de escolher o MUNDO SENSORIAL ou se FIXAR no MUNDO
IDEAL. Para entender as conexões que se
passam no mundo empírico dos sentidos humanos e diferenciá-lo que se passa no
mundo da RAZÃO, Platão ensinava (1985, 2º vol, p.128)[1] que:
“estudaremos
a astronomia, assim como a geometria, por meio de problemas, e abandonaremos os
fenômenos do céu, se quisermos aprender verdadeiramente esta ciência e tornar
útil a parte inteligente de nossa alma, de inútil que era antes”.
Na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL são cada vez mais evidentes os aforismos da HERMENÊUTICA expressos nas CONCEPÇÕES de LINGUAGEM no caminho Ludwig WITTGENSTEIN[2]
[1] PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J.
Guinsburg 2º volume . São Paulo :
Difusão Européia do Livro, 1985, 281 p.
Fig. 02 – A cenografia para
receber algumas obras de arte das Missões Jesuíticas no contexto da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Esta demonstra que possui a potencialidade de inserir e a competência de buscar no passado as obras de
arte mais significativas, projetá-las no presente e lhes oferecer um suporte
intelectual e técnico que lhes garante
um futuro. A cenografia de Luís
Antônio CARVALHO da ROCHA[1] no ambiente do MARGS
evidencia como várias épocas distintas das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL
possuem competência e potência ara se ressaltarem reciprocamente
02 CONTÍNUUM das EXPRESSÕES de sua AUTONOMIA.
Evidente que esta circulação - entre o
EMPÍRICO e o IDEAL- é de alta interação
e sem se fixar num único ponto definitivo. A passagem pela ERA AGRICOLA
PASTORIAL e pela ERA INDUSTRIAL trouxeram um contínuo de mudanças de
mentalidades, de práticas e de técnicas também para as ARTES VISUAIS
SUL-RIO-GRANDENSES.
A
presente postagem ressalta que a aproximação da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL está
trazendo consigo um grande POTENCIAL e um CONTINUUM das EXPRESSÕES de sua
AUTONOMIA para as ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul. Neste CONTINUUM ressalta-se
que as técnicas, as práticas das mudanças e das mentalidades que configuram e
pertencem à ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Técnicas e mentalidades que permitem apropriar das ARTES VISUAIS do passado da ERA INDUSTRIAL e
AGRO-POSTORIL e projetá-las em direção ao futuro. Os recursos técnicos da
eletrônica, da informática e os recursos numéricos digitais[2],
que caracterizam a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL, possuem esta potencialidade de ir ao
passado selecionar o que faz sentido testar e consolidar, no presente os seus documentos no
presente para projetá-los para outra
vida ainda desconhecida.
Fig. 03 – As obras do escultor Francisco STOCKINGER
(1919-2009) e o pintor Iberê CAMARGO
(1914-1994) dois nomes icônicos das ARTES VISUAIS em exposição face a face
numa galeria de Arte de São Paulo – SP[1].
É uma demonstração como a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL possui a potencialidade e a
competência de buscar no passado as obras de arte mais significativas,
projetá-las no presente e lhes oferecer um suporte intelectual e técnico que lhes garante um futuro. Especialmente
recorre a diversas e incisivas formas visuais de identidade e de contrato
coletivo
03 - CONTRADIÇÕES e COMPLEMENTARIEDADES no RIO GRANDE do SUL
O líder Oswaldo Aranha registrou no seu
“Breviário Cívico
Conceitos referentes ou aplicáveis ao atual momento político”[2] que no Rio Grande do Sul:
“este fenômeno de integração do Rio Grande não me
espanta. Sempre existiu uma razão de congraçamento mais forte do que a razão da
divergência. Eu comparo o regime rio-grandense ao regime dos ventos. Na
superfície sopram corrente desencontradas, que circulam em rumos diversos e
contrários. Mas, no alto, muito acima desta superfície, há um vento só, que
corre num sentido único. Assim somos nós, as corrente partidárias se agitam em
baixo. Mas quando soa a hora da raça, um só pensamento nos domina nas alturas
do nosso civismo: é o pensamento do Rio Grande”.
Da mesma forma as pequenas guerras
estéticas, as opiniões e as tendências artísticas de superfície do Rio Grande do Sul
desaparecem na medida em ascendem para as alturas de um PROJETO conectado, em
rede, com uma CIVILIZAÇÃO MUNDIAL. CIVLIZAÇÃO potencialmente mais humana e pacífica no agir da ARTE.
[1] XICO e IBERÊ na GALERIA FRENTE - SÃO PULO SP https://www.galeriafrente.com.br
[2] Porto Alegre: Revista do Globo, nº
18, 12 de out de 1929 fl 01
Fig. 04 – A artista ZORÁVIA
BETTIOL evidencia as suas escolhas no âmbito da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Distante de qualquer
acomodação, conforto e subordinação suas obras possuem a potencialidade e
a competência de buscar no passado as
obras de arte mais significativas, projetá-las no presente e lhes oferecer um
suporte intelectual e técnico que lhes
garante um futuro. Especialmente recorre a diversas e incisivas formas visuais competentes
para conferir visibilidade, surpresa e
contrato coletivo sem perder a sua identidade
04 - TODA ESCOLHA é uma PERDA .
Evidente
que esta mudança - e este meio novo e inédito - possuem os seus riscos e o seu
preço. Entre os maiores riscos está falta do domínio técnico de QUEM PRODUZ a ARTE e de QUEM a RECEBE.
De uma forma geral esta falta cava abismos
entre os que dominam esta nova linguagem e os que não a dominam. De certa forma
a distinção continua na divisão artificial entre acadêmicos universitários e
artistas intuitivos. Ainda que o domínio técnico das permanentes
atualizações técnicas e lógicas nas ARTES VISUAIS tenha caído consideravelmente de preçoe se universalizado, existem fortes resistências motivadas por resistências e
escolhas pessoais anacrônicas e conceitualmente limitadas.
As resistências e as escolhas pessoais anacrônicas e
conceitualmente limitadas atingem tanto acadêmicos universitários e
artistas intuitivos. Acadêmicos universitários presos a formas e formulários
que em algum ponto foram exitosos, mas, que no instante seguinte, não possuem
mais o menor sentido para um novo TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE. Este ponto de êxito ainda é estreito para os artistas intuitivos e que passam a plagiar de si mesmos e se repetir vida
afora de maneira acrítica.
Ambos
necessitam pagar o preço de uma atualização. Preço que significa escolhas
novas, criativas, deixar as zonas de conforto de antigas biografias e a busca de êxitos
em outro contexto, tempo e sociedade.
Muito poucos sobrevivem a esta rápida obsolescência e conseguem ter
êxito na escolha de uma nova tecnologia, mentalidade e estética coerente com o
aqui e o agora.
Fig. 05 – Nesta imagem de Porto Alegre
são evidentes os signos da passagem da ERA INDUSTRIAL que marcou a passagem
precipitada e forçada para o meio urbano, modelando a plástica dos seus prédios
despojandos de qualquer outro simbolismo além do utilitário e enfiou os meios
de transporte industriais numa cidade
vinda da ERA AGRÍCOLA PASTORIL A desproporção humana se evidencia quando uma cidade não é competente para apresentar
e orientar o ser humano por meio de uma obra de arte como um índice do seu modo
de ser. No contraditório a carência de identidade estética abre o potencial que
as ARTES possuem de buscar na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL a potencialidade e
a competência oferecendo-lhes no
presente OBRAS, mesmo efêmeras, instalações e eventos.
Eventos, instalações e OBRAS efêmeras com um adequado suporte intelectual e técnico virtual que lhes garante um futuro como OBRAS
CONCEITUAIS bem elaboradas e que gozam das potencialidades das obras da MUSICA
e do TEATRO constantemente reinterpretadas e encenadas.
05 - CAMINHANDO no MEIO
do PELOTÃO.
A ERA
INDUSTRIAL disseminou o MITO da VANGUARDA REVOLUCIONÁRIA e PROPRIETÁRIA. O resto era plágio, repetição e
“déjà vu”. A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL incorporou este o MITO da VANGUARDA como relativo a uma
época, de algumas poucas sociedades e de certos centros voluntariosos que queriam demonstrar
a sua hegemonia estética sobre os demais a qualquer preço e com o objetivo de serem notadas
e destacadas na mídia.
A
rede mundial, a atualização estética permanente e o fantástico acúmulo de
informações necessitaram de um base bem mais sólida, ampla do que um lampejo
pontual e fulgurante de algum “NOVO GÊNIO” de um "DEMIURGO UNIVERSAL" e de um “NOVO GÊNIO” pontual, que resulte e dependa desta
VANGUARDA insaciável e implacável.
Esta VANGUARDA PROPRIETÁRIA - insaciável e implacável - era, na realidade, uma nova fórmula de colonialismo e
servilismo, nefasto e esterilizante, especialmente, para toda e qualquer
CULTURA REGIONAL.
A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL retomou e deu mais atenção ao PELOTÃO do MEIO, ao que foi possível - técnica e logisticamente - pela fantástica capacidade de gerar, armazenar e socializar informações. Assim surgiram milhares de artistas, obras de arte e tendências que haviam sido atropelados por esta VANGUARDA insaciável e implacável.
A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL retomou e deu mais atenção ao PELOTÃO do MEIO, ao que foi possível - técnica e logisticamente - pela fantástica capacidade de gerar, armazenar e socializar informações. Assim surgiram milhares de artistas, obras de arte e tendências que haviam sido atropelados por esta VANGUARDA insaciável e implacável.
No Rio Grande do Sul não só foram descobertas,
estudadas e disseminadas biografias de artistas, de obras de arte e de tendências
que haviam sido atropelados por esta VANGUARDA PROPIETÁRIA. Além disto surgiram outros tipos de estudiosos, pesquisadores e de um outro público fascinado por temas, tendências e estéticas que eram tabus na ERA INDUSTRIAL.
Na época PÓS-INDUSTRILAL surgiram afirmações do gênero na arte, aqueles fora de série, o marginal e o contra o sistema. Estes não se
tornaram padrões e reivindicaram qualquer hegemonia. Apenas buscam o seu lugar
ao Sol. Este potencial certamente é uma das tantas fronteiras possíveis para a CAMINHADA
das ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul.
Fig. 06 – O caminho e a obra da
artista Maria Lídia dos SANTOS MAGLIANI (1945-2012) evidenciam o potencial que
as ARTES VISIUAIS do Rio Grande do Sul oferecem. Nunca aceitou como
condicionante absolutos de sua ARTE as circunstâncias de ser oriunda do interior do estado, afro
descendente e mulher . Ao contrário, estas circunstâncias, foram
forças potencializadas e orientadas para transcendê-las por meio da sua ARTE Outro currículo desta artista também
merece todo destaque e atenção, Vindo do interior do Rio Grande do Sul, com
formação na capital e com longa e intensa passagem pela antiga capital federal,
testemunham a potencialidade de uma artista
sul-rio-grandense nas suas escolhas, suas obras e a fidelidade ao seu
projeto até
o último momento de sua curta e produtiva vida
06 – O POTENCIAL do GÊNERO nas ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do
SUL.
A produção
de obras de arte visuais devidas ao olhar e mãos femininas esta se
desenvolvendo simetricamente com a sistematização e a socialização da pesquisa desta temática
Um
geração de artistas no feminino reagiu aos mitos arcaicos e coloniais de que o trabalho com as mãos é tabu para as classes superiores
coloniais. Nestes mitos coloniais a exposição pública da mulher era vista com reservas e preconceitos. O pensamento, a deliberação e a decisão eram predicados masculinos.
No
contraditório - esta afirmação feminina nas ARTES VISUAIS SUL RIO GRANDENSES - não
significa a menor reivindicação ou imposição de uma VANGUARDA PROPRIETÁRIA proveniente de "DEMIURGOS" e das premissas e da lógica da ERA INDUSTRIAL. Afirmação feminina é proveniente
de um equilibrado PROJETO CIVILIZATÓRIO que passa distante de qualquer
devastação ou atropelo de uma eventual
oposição ou desconfiança.
Este
potencial é uma forte esperança e uma certeza nas ARTES VISUAIS do Rio Grande
do Sul. Esperança com lastro em OBRAS como PINTURAS e DESENHOS que concluíram e levaram
até os seus últimos dias a fidelidade a escolha da ARTE com meio de vida. Certeza
confirmada nas atuais trajetórias femininas nas ARTES VISAAIS em pleno curso
com projeções estaduais, nacionais e internacionais.
Fig. 07 – O escultor Francisco STOCKINGER e o pintor Iberê CAMARGO são dois nomes
icônicos das ARTES VISUAIS índices de
uma legião de nomes e de trajetórias das
potencialidades que as forças da expressão estética oferece Rio Grande do Sul. Evidente que os seus
caminhos foram árduos e cheios de imprevistos e até tropeços. Os dois nomes
icônicos já pertencem ao passado. No
presente os seus currículos ensinam que não basta optar por este caminho único
nas ARTES VISUAIS. Este caminho apenas aponta para uma eventual POTENCIALIDADE
nas ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul. .
07 – O POTENCIAL de
AUTONOMIA POSSÍVEL nas ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL.
Na
medida em que o artista se libertou da guilda medieval, do artesanato servil da
religião, do regime militar ou da burguesia também é competente para contornar a erudição
acadêmica ou de um mercado de arte subalterno apenas ao patrimonialismo.
No
contraditório nenhuma destas condicionantes é capaz de fazer sucumbir uma
inteligência, uma vontade e o sentimento de alguém que delibara e decide sobre os
limites destas mesmas condicionantes impositivas. Certamente a condição humana,
a sobrevivência física e moral são condicionantes bem mais implicáveis e brutais que também são
necessários transformar em ARTE e CIVILIZAÇÃO para merecer o estatuto de
ARTISTA.
Assim
se o ARTISTA “deve ir para uma universidade”[1]
ele está plenamente consciente que ao se submeter a um programa acadêmico esta
heteronomia é por tempo determinado e para buscar algo que sobrepasse a sua
condição de estudante. De outra parte, caso ele contorna o estudo erudito, sabe conduzir suas ações obras como um príncipe ou como aquele
que principia algo inédito e único e no qual empenha todas e as suas melhores
forças, vontade e sentimentos.
Este
empenho é perfeitamente legível num grande e qualificado grupo de artistas
visuais do Rio Grande do Sul.
[1] DUCHAMP, Marcel Duchamp du signe –Escritos - Reunidos a apresentados por Michel
Sanouillet. Paris : Flammarion, 1991.
pp. 236-239
ALVES de Almeida, José Francisco (1964). A Escultura
pública de Porto Alegre – História, contexto e significado – Porto
Alegre : Artfólio, 2004 246 p.
Fig. 08 – A obra do escultor
Francisco STOCKINGER contrasta com a
Natureza do Parque Marinha do Brasil de Porto Alegre. Esta obra é uma das
amostras como as ARTES VISUAIS possuem um potencial de humanizar, orientar e
civilizar A civilização sempre é algo humano e artificial a ser renovado em
cada época, lugar e sociedade. O lugar geográfico do RIO GRANDE do SUL possui
seu clima específico, seu relevo sua hidrografia condicionam manifestações
próprias e eu caminham para serem índices destes conjunto de circunstâncias.
08 – As POLARIZAÇÕES
nas ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL e
o POTENCIAL de COMPLEMENTARIEDADES entre EXTREMOS ESTÉTICOS.
No contraditório as declaradas guerras estéticas, as
polarizações extremas e as excomunhões reciprocas continuadas distanciam as ARTES
VISUAIS do RIO GRANDE do SUL, de qualquer ecletismo, do elogio recíproco e sombra de
covardia.
O PROBLEMA da OPINIÃO PONTUAL e da TESE colidem com a declarada ANTÍTESE. Este
contraste TESE x ANTÌTESE é potencialmente
competente para iluminar uma SÍNTESE.
Esta
SÍNTESE não é instantânea ou mecânica. Gerações
de cronistas, de críticos e historiadores de arte necessitam serem mobilizados
para encontrarem, evidenciarem e socializarem as causas, as consequências
destas POLARIZAÇÕES
nas ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL.
Ao mesmo tempo abrir canais e caminhos nos quais seja possível progredirem para
o campo neutral no qual a POTENCIAL COMPLEMENTARIEDADE entre EXTREMOS ESTÉTICOS
faça sentido e coerência coma a sociedade, tempo e lugar.
Canais e caminhos que passem distantes de
qualquer armadilha do “ECLETISMO acomodatício
e máscara de todas as covardias” na expressão de Mario de Andrade (1955,
fl. 13][1]. Certamente neste ponto os EXTREMOS ESTÉTICOS - nas
ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL - ganham sentido e potencialidades imprevistas e diametralmente contrárias ao
“déjà vu” , à repetição e ao plágio.
[1] ANDRADE, Mário. Curso de Filosofia e História da Arte. São Paulo: Centro de Estudos
Folclóricos, 1955. 119 f
PINTURA de Jones CHRIST em exposição no Centro
Cultural Érico VERÍSIIMO - CEEE no segundo
semestre do ano de 2018
Fig. 09 – Um dos projetos da ERA
INDUSTRIAL foi a busca desesperada de um
TIPO uniforme de ARTE à qual seria aplicável o adjetivo e o alfinete de “GAÚCHA”, facilmente identificável e
marcante. Como qualquer lei ou normativa unívoca e
linear mais atrapalhou as potencialidades e a
competência de QUEM produz ARTE e que necessita da AUTONOMIA e da
LIBERDADE de recorrer a diversas e incisivas formas visuais de identidade e de
contrato coletivo
09 –As ARTES
VISUAIS do RIO GRANDE do SUL distantes de ALFINETES e ADJETIVOS.
Esta POLARIZAÇÕES - nas ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL e o
POTENCIAL de COMPLEMENTARIEDADES entre EXTREMOS ESTÉTICOS - afastam a adjetivação das ARTES. Evitam a
sua redução a uma única opinião ou tese ou crença que desprestigiam o imenso e
fecundo campo de forças estéticas.
Os detritos do NEO, da RELEITURA, do MODERNO,
do CONTEMPORÂNEO e de um balaio de adjetivos, poluem não só os mares, a água e a terra, mas também as
mentes humanas.
A
adjetivação das ARTES é um recurso de mediadores, atravessadores e semiotas e
que reduzem tudo a narrativas definitivas, autoritárias e que matam qualquer
fecundidade estética.
É
preferível a revolta, a hermenêutica e o silêncio filosófico de Ludwig
WITTGENSTEIN[1]
aos tratados de Semiótica vitoriosos, vazios e onipotentes do seu professor Ferdinand
SAUSSURE (1857-1913)[2].
Para
o filosofo vienense a adjetivação das ARTES esteriliza e mata antecipadamente
toda possibilidade de uma experiência sensorial autêntica com uma obra de ARTE.
Também este é o pensamento do músico e artista visual Paul KLEE ao sentenciar “A FORMA mata a ARTE”[3].
A autêntica obra de “ARTE está em QUEM a
PRODUZ e não no QUE PRODUZ” na sentença de Aristóteles[4]
WITTGENSTEIN, Ludwig. (1889-1951)Tractatus
Logico-Philosophicus. Trad. Luiz Henrique Lopes dos Santos. São Paulo: EDUSP, 1994.
[2] Ferdinand SAUSURE
(1857-1913) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_de_Saussure
Múmias não são arte http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-22_25.html
ARISTÓTELES (384-322). Ética
a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p.
PINTURA de Jones CHRIST em exposição no Centro
Cultural Érico VERÍSIIMO - CEEE no segundo
semestre do ano de 2018
Fig. 10 – Os meios físicos primordiais
da produção da expressão estética da PINTURA é a TINTA sobre uma SUPERFÌCIE,. A retomada destes
meios físicos “da TINTA sobre uma SUPERFÌCIE” em plena ÉPOCA
PÓS-INDUSTRIAL possui a potencialidade e
a competência de criar formas visuais incisivas de identidade e de contrato coletivo
com o observador da obra.
10 - A OBRA como PRIMORDIAL nas ARTES do
RIO GRANDE do SUL.
Pelo fato de “a ARTE ESTAR em QUE PRODUZ” faz com que a OBRA esteja próxima o
mais íntima possível ao mundo do ARTISTA e das suas CIRCUNSTÃNCIAS. A OBRA de
ARTE se constitui, como tal, num documento primordial para acessar o ENTE que a
PRODUZIU.
A distinção
entre TRABALHO e OBRA confere, a esta última, o não
padecer dos ultrajes de ser consumida e imediatamente ser esquecia. Ao
mesmo tempo o TRABALHO é padecimento, pena e desgaste de TEMPO e de ENERGIAS e
pretende ser esquecido e superado logo que a CRIATURA HUMANA se vê LIVRE dele. Enquanto isto a OBRA
possui, além de sua permanência, a recompensa de desafiar os mais altos recursos
intelectuais e sensíveis de QUEM a PRODUZ e a a APRECIA. Recursos que só aumentam com a passagem do tempo e das
gerações. As novas gerações humanas tomam
a OBRA de ARTE como testemunho, documento do melhor e o mais elevado que as
gerações passadas conseguiram colocar no mundo empírico e sensível .
Fig. 11 – Sob a assinatura de Décio VILLARES aparece a semiologia oficial do
Estado sul-rio-grandense é proveniente da superação de graves e dolorosas frustrações
que Júlio de Castilhos colocou na 1ª Constituição Estadual no TITULO VI, Artigo único que – “São insígnias oficiais do Estado as do
pavilhão tricolor da malograda República Rio-grandense”[1]. Este projeto e as tarefas atinentes foram incorporadas em novos
ambientes e costumes em contraste com a
ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL
As NARRATIVAS HUMANAS necessitam serem refeitas em cada
novo LUGAR, TEMPO e SOCIEDADE. A ARTE como ENTE LINGUÍSTICO usa as NARRATIVAS HUMANAS para buscar um ponto de repouso e de equilíbrio
homeostático na dialética da circulação entre
polos contrários e opostos do MUNDO EMPÍRICO. Este equilíbrio
jamais é completo, perfeito e definitivo nesta busca de um ponto ideal de repouso.
A
RAZÃO jamais atinge a compreensão plena da ARTE. No entanto nas EXPRESSÕES LINGUÍSTICAS é possível verificar aquilo que se APROXIMA,
AFASTA ou COTRADIZ aquilo que a RAZÃO admite como ARTE.
EXPRESSÕES LINGUÍSTICAS que possuem como tema os FENÔMENOS que ATINGEM os SENTIDOS HUMANOS. Do lado da RAZÃO existe uma CONSTRUÇÃO MENTAL que FILTRA estes FENÔMENOS que ATINGEM os SENTIDOS HUMANOS. Neste plano das EXPRESSÕES LINGUÍSTICAS a criatura humana possui a liberdade de escolher o MUNDO SENSORIAL ou se FIXAR nos paradigmas do MUNDO IDEAL. Entre estes polos extremos o equilíbrio homeostático ou oscilação certamente ainda é aconselhável, produtivo e levam também a ARTE ao campo da dialética hegeliana[2]. Oscilações que permitem socializar os seus conflitos, suas contradições e impasses hermenêuticos.
EXPRESSÕES LINGUÍSTICAS que possuem como tema os FENÔMENOS que ATINGEM os SENTIDOS HUMANOS. Do lado da RAZÃO existe uma CONSTRUÇÃO MENTAL que FILTRA estes FENÔMENOS que ATINGEM os SENTIDOS HUMANOS. Neste plano das EXPRESSÕES LINGUÍSTICAS a criatura humana possui a liberdade de escolher o MUNDO SENSORIAL ou se FIXAR nos paradigmas do MUNDO IDEAL. Entre estes polos extremos o equilíbrio homeostático ou oscilação certamente ainda é aconselhável, produtivo e levam também a ARTE ao campo da dialética hegeliana[2]. Oscilações que permitem socializar os seus conflitos, suas contradições e impasses hermenêuticos.
11 - FONTES
BIBLIOGRÁFICAS.
ALVES de Almeida, José Francisco (1964). A Escultura
pública de Porto Alegre – História, contexto e significado – Porto
Alegre : Artfólio, 2004 246 p.
ANDRADE, Mário.
Curso de Filosofia e História da Arte. São Paulo : Centro
de
Estudos Folclóricos, 1955. 119 f
ARISTÓTELES (384-322). Ética
a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p.
DUCHAMP, Marcel (1887-1968) Duchamp
du signe –Escritos - Reunidos a
apresentados por Michel Sanouillet. Paris : Flammarion, 1991.
HEGEL Jorge Guilherme Frederico(1770-1831). De lo Bello y sus formas
(Estética) Inroduccion -II – Método a
seguir en la inadagación filosófica de
lo bello y dela Arte – Buenos Aires
: Esoasa Calpe Argentina (Coelçaõ Austra – Volume extra) 1946, p. 33.
WITTGENSTEIN, Ludwig. (1889-1951)Tractatus Logico-Philosophicus. Trad. Luiz Henrique Lopes dos Santos. São Paulo:
EDUSP. 1994, 239 p.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS.
A FORMA é a MORTE da ARTE http://profciriosimon.blogspot.com/2012/08/isto-e-arte-044.html
Múmias não são arte http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-22_25.html
CONSTITUIÇÃO
do ESTADO do RIO GRANDE do SUL - 14 de julho de 1891 –
Assembleia
Constituinte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, 14 de julho de 1891, 3° da
República.
Luís Antônio
CARVALHO da ROCHA
Ferdinand SAUSURE
(1857-1913)
LOGISTICA NUMÈRICA
DIGITAL
HERMENÊTCA de Ludwig
WITTGENSTEIN https://www.youtube.com/watch?v=FKa1LgPLHsk&feature=youtu.be
XICO e IBERÊ na
GALERIA FRENTE - SÃO PULO SP
IBERÊ
ESTUDOS
de CASOS
1 – A HISTÓRIA
da AAMARGS
2 – GRUPO de
PESQUISA da AAMARGS
3 - A UERGS e
a FUNDARTE MONTENEGRO
2018.08.30- Postagens disponíveis na
REDE NUMÈRICA DIGITAL de MATERIAL do GRUPO de PESQUISA da AAMARGS do ANO
e 2018
13.01.2018..
PESQUISA das ARTES VISUAIS INSTITUCIONALIZADAS no
RIO GRANDE do SUL. [projeto de 2018]
19.05.2018..
NO ATELIÊ DOS CONCEITOS: INSTITUIÇÃO /
INSTITUCIONALIZAÇÃO Neusa Rolita Cavedon
cavedon.neusa@gmail.com
18.07.2018..
As ARTES VISUAIS INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE
do SUL e a LEGISLAÇÃO.
27.07.2018..
CONCEITOS e
CIRCUNSTÂNCIAS das ARTES
INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL
01.08.2018..
O que
PERMANECEU da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no RIO GRANDE do SUL.
06.08.2018..
O PROJETO
CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA pela ARTE:
14.08.2018.. ARTE
DISTINTA de CULTURA
num PROJETO CIVILIZATÓRIO.
21.08.2018.. As
ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL na
ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL.
27.08.2018.. POTENCIALIDADES das ARTES VISUAIS no RS em 2018:
31.08.2018.. FRUSTRAÇÕES
de PROJETOS nas ARTES VISUAIS no RIO GRANDE do SUL
05.09.2018.. ACERTOS
e INSTITUIÇÕES
do PROJETO de UNIDADE e IDENTIDADE do
RIO GRANDE do SUL:
08.09.2018.. PORTO ALEGRE e suas REPRESENTAÇÕES ARTISTICAS. Os
ARTISTAS que muito ou POUCO “OLHARAM”
para a CIDADE
”
[1] CONSTITUIÇÃO do ESTADO do RIO GRANDE do SUL - 14 de julho de 1891 –
Assembleia Constituinte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, 14 de julho de
1891, 3° da República. http://www2.al.rs.gov.br/memorial/LinkClick.aspx?fileticket=frKwldvbn2g%3D&tabid
[2] HEGEL Jorge Guilherme
Frederico(1770-1831). De lo Bello y sus formas (Estética)
Inroduccion -II – Método a seguir en la
inadagación filosófica de lo bello y
dela Arte – Buenos Aires : Esoasa Calpe
Argentina (Coelçaõ Austra – Volume extra) 1946, p. 33.
Este material possui uso
restrito ao apoio do processo continuado de ensino-aprendizagem
Não há pretensão de lucro ou
de apoio financeiro nem ao autor e nem aos seus eventuais usuários
Este material é editado e divulgado em língua nacional
brasileira e respeita a formação histórica deste idioma.
ASSISTÊNCIA TÉCNICA e DIGITAL de CÌRIO JOSÉ SIMON
Referências para Círio SIMON
E-MAIL
SITE desde 2008
DISSERTAÇÃO: A Prática Democrática
TESE: Origens do Instituto de Artes da UFRGS
FACE- BOOK
BLOG de ARTE
BLOG de FAMÌLIA
BLOG “ NÃO FOI no GRITO “ - CORREIO
BRAZILENSE 1808-1822
BLOG PODER ORIGINÁRIO 01
BLOG PODER ORIGINÁRIO 02 ARQUIVO
VÌDEO
CURRICULO LATTES
Nenhum comentário:
Postar um comentário