Fig. 01 – A
REVISTA de ANTROPOFAGIA foi o último esforço coletivo do grupo que organizou,
realizou e divulgou a SEMANA de ARTE MODERNA de fevereiro de 1922. O cabeçalho, acima,
é da “PRIMEIRA DENTIÇÂO da REVISTA” que circulou em 10 números de maio de 1928 até fevereiro de 1929. Esta
experiência foi seguida por uma “SEGUNDA DENTIÇÂO” apoiada pelo Diário de São
Paulo.
ANTROPOFAGIA e
a EXPRESSÂO do TODO.
SUMÁRIO
01 - A REVISTA de ANTROPOFAGIA: MAIO de 1928 -
02 REVISTAS BRASILEIRAS CRIADAS e
CIRCULANDO da DÉCADA de 1920 - 03 O BRASIL entre as DUAS
GUERRAS MUNDIAIS - 04 NACIONALISMO MUNDIAL da DÉCADA de 1920
– 05
O BRASIL se DEBATENDO no CONTEXTO DA VELHA REPÙBLICA - 06
As
CONEXÔES CULTURAIS BRASILEIRAS na DÉCADA de 1928
-07 As EXPRESSÕES ARTÍSTICAS BRASILEIRAS no CONTEXTO da DÉCADA de 1920 - 08 A POESIA de EXPORTAÇÂO NACIONAL BRASILEIRA na DÉCADA de 1920 - 09 –
O QUE PERMANECE é o PENSAMENTO - 10 A EDUCAÇÂO e a CULTURA no PROJETO NACIONAL da
DÉCADA de 1920 11
-- O QUE de FATO MUDOU ao LONGO da DÉCADA de
1920 - 12 - TESE, ANTÍTESE e SINTESE na EDUCAÇÂO e na
CULTURA BRASILEIRA da DÉCADA de 1920 -
FONTES BIBLIOGRÁFICAS e DIGITAIS
01 - A REVISTA de ANTROPOFAGIA: MAIO de 1928.
A REVISTA da
ANTOPOFAGIA cumpre, em 2018, os seus 90 anos da “PRIMEIRA DENTIÇÃO”.
O GRUPO - do
qual esta REVISTA buscava visibilidade - era formado pela intelectualidade a
mais identificada com a EXPRESSÃO COERENTE com o TODO BRASILEIRIRO.
Simultaneamente era movido pelas forças mais atuantes de um mundo cada vez mais
conectado. Neste CONJUNTO MUNDIAL buscavam aquilo que poderia ser marca da
identidade brasileira.
Na verdade a
ANTOPOFAGIA era praticada, onde se situa o atual território do Brasil, por
apenas algumas tribos Estas só sacrificavam guerreiros inteiramente mergulhados
neste ritual primitivo.
O próprio
cristianismo sancionava este ritual com a frase “se não comerdes a minha carne e beberem o meu sangue...”. De outro
lado a Europa toda conhecia as venturas
e desventuras de Hans STADEN – ocorridas nos primórdios da descoberta europeia
do atual território do Brasil.
Apesar de todos
estes eventos somados e aparentemente coerentes não se trabalha no presente
texto com comparações, influências reciprocas e hierarquias. Supõe-se que todas
as comparações são odiosas, nas influências sempre existe o perigo da hegemonia
de um deles e as hierarquias necessitam de um paradigma único para ordenar e
qualificar.
Prefere-se as
coordenadas X Y Z da relatividade das forças em jogo. O X da DIACRONIA na sua
passagem universal e normal do TEMPO. O Y da SINCRONIA do que acontece
simultaneamente. O Z da TERRITORIALIDADE distingue os lugares e das sociedades
que apesar da DIACRONIA e SINCRONIA vivem, produzem e se reproduzem na sua
autonomia do ESPAÇO GEOGRÁFICO distinto com todas as variáveis de clima, de
ecologia e hábitos humanos locais.
Fig. 02 – Tarsila
do AMARAL produziu a OBRA de ARTE de que conferiu um visual ao MANIFESTO e à REVISTA de ANTROPOFAGIA e
que ela denominou ABAPORU[1] . O desenho desta obra conata no meio do texto do
MANIFESTO ANTROPOFÀGICO de 1928. Esta obra pertence ao Museu de Arte de Buenos Aires.
Assim o ABA PORU tonou-se item de exportação da poesia
brasileira. Esta obra de Tarsila do AMAERLA
cumpre o papel da integração entre as diversas culturas nacionais quando
ingressam na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL e a ARTE cumprem o papel de troca simbólicas
02 REVISTAS
BRASILEIRAS CRIADAS e CIRCULANDO na DÉCADA
de 1920
A ERA INDUSTRIAL
fornecia a infraestrutura gráfica enquanto as empresas e indústrias a motivação
da proliferação de jornais, revistas e livros em tiragens para o âmbito
brasileiro
A REVISTA da ANTROPAFAFIA era gerenciada pelo
SUL-_RIO-GRANDENSE RAUL BOPP e integrada pelas expressões aglutinadas ao redor
das repercussões da SEMANA de ARTE MODERNA de 1922 e daqueles que buscavam a
continuidade deste projeto.
Fig. 03 – CAPA
do 1º número da REVISTA de ANTROPOFAGIA na
sua “SEGUNDA DENTIÇÂO” reproduziu o
MANIFESTO ANTRIPOFÁGICO. A ILUSTRAÇÃO é do livro de HANS STATEN. Estas apropriações
procuravam reforçar argumentos para
expor uma faceta da CULTURA RECEPTIVA e ASSIMILADORA da MENTALIDADE BRASILEIRA
do indígena e da POPULAÇÂO BRASILEIRA em GERAL. Esta “SEGUNDA DENTIÇÂO” foi
impressa no Diário de São Paulo e circulou, em 15 números, de 15 de março até
01 de agosto de 1929. A CRISE do CAFÈ e a QUEBRA da BOLSA de Nova YORK
inviabilizaram a sua continuidade posterior.
03 - O BRASIL entre as DUAS GUERRAS MUNDIAIS –
O projeto da
identidade brasileira era coerente com outros projetos nacionais provenientes de latitudes diferentes.
Projetos que também estavam acumulando
argumentos para construir os seus projetos nacionais. Nos Estados Unidos estes
argumentos foram expressos por Mary
FOLLET que
escreveu, conforme CARVALHO, (1979,
p.60) que:
“só teremos democracia verdadeira quando os jovens
não mais forem doutrinados, mas formados no caráter da democracia. Portanto o
meu dever como cidadão não se esgotou naquilo que trago para o Estado. Meu
teste como cidadão é quão plenamente o todo é expresso em mim ou através de mim”.
Evidente que as
forças entrópicas do COLONIALISMO e da ESCRAVIDÂO latente permitiram que apenas
um grupo minúsculo recebesse esta mensagem e entre as que a receberam um número
mínimo entendesse este pensamento. Porém o que permanece é o pensamento. Este
pensamento se reproduz enquanto circular e fecundar outros pensamentos. A
ESCRAVIDÂO e o COLONIALISMO são barreiras para esta circulação e reprodução no
TEMPO, no ESPAÇO e na SOCIEDADE.
Fig. 04 – As
“DUAS DENTIÇÔES” da REVISTA de ANTROPOFAGIA foi o último esforço coletivo do
grupo que organizou, realizou e divulgou a SEMANA de ARTE MODERNA de fevereiro
de 1922.. Os acontecimentos políticos, econômicos e
culturais, dos anos de 1929 e 1930, evidenciaram as verdades que este grupo
vinha apontando. Verdades que ao mesmo tempo solaparam um suporte
institucional, identidade e coerência interna do MOVIMENTO. Para tanto basta
seguir a trajetória individual de cada membro do grupo e os projetos aos quais
se filiaram.
[Clique sobre
o gráfico para ler]
04 NACIONALISMO
MUNDIAL na DÉCADA de 1920
As consequências da PRIMEIRA GUERRA
MUNDIAL fizeram se sentir de ambos os lados. A Alemanha mergulhou num terrível caos
econômico e social. Nos países vencedores a euforia resultante trouxe a
onipotência e a temeridade econômica e política. Esta temeridade resvalou para
o abismo da QUEBRA da BOLSA em NOVA YORK em outubro de 1929. Na Alemanha o
surgimento de um Salvador da Pátria (Führer) levou ao mais radical NAZISMO
NACIONALISTA e GENÓFOBAGO. Ambos os lados usaram a máquina do ESTADO NACIONAL para
remédio coerente com a mais pura lógica da ERA INDUSTRIAL Ambos correram para
fabricar armas e equipamentos bélicos com jamais a humanidade havia visto.
Nunca a humanidade fabricou armas que não usasse. Esta ocasião veio no final da
década de 1939 com a Segunda Guerra Mundial.
Fig. 05 – A aparente lógica da distribuição dos eventos num plano é
perigosa pois há pouco realce á TERRITORIALIDADE (Z) que distingue os lugares e as sociedades que ali se desenvolvem. A LINHA DIACRONIA (X) diz da passagem universal
e normal TEMPO. A SINCRONIA (Y)
diz da simultaneamente do que acontece
em culturas sem contato ou influências recíprocas[1].
[Clique sobre
o gráfico para ler]
Poucas nações escaparam a esta febre guerreira
de impor as “SUAS” ideias pela força da
armas.
As artes responderam a esta febre
guerreira nacionalista no seu modo de impor “SUA” estética, o “SEU” pensamento
e “SUAS” políticas. O NAZISMO NACIONALISTA e GENÓFOBAGO tentou erradicar da
cultura germânica toda rica sementeira de inovações estéticas da sua própria
criação que desqualificou e condenou
como “DEGENERADAS”. Requentou uma estética unívoca e linear que alimentou com
PROPAGANDA massiva e radical sustentada
pelos meios industriais da cultura de massa. No lado contrário, as artes se
contaminaram por um nacionalismo que ostentava a LIBERDADE, a DEMOCRACIA e num
POPULISMO oportunista e concorrencial a qualquer preço.
[1] DIACRONIA e
SINCRONIA nas ARTES VISUAIS http://profciriosimon.blogspot.com.br/2016/08/175-iconografia-iconologia-das-arte.html
Fig. 06 – O
autêntico indígena brasileiro estava muito distante de qualquer ritual
ANTROPOFÁGICO RONDON
e depois LEVI STRAUSS demonstraram em contato direto com estas culturas nas
quais não encontraram o mínimo traço de ANTROPOFAGIA muito menos de CANIBALISMO.
Permaneceu a fama e precauções infundadas para
aproximações entre o dito civilizado. Este se aproveitou da
CULTURA
RECEPTIVA e ASSIMILADORA do indígena como também é da MENTALIDADE BRASILEIRA em
geral.
05 O BRASIL se DEBATENDO no CONTEXTO DA
VELHA REPÚBLICA -
Esta dialética se instalou nas artes
que o ESTADO NACIONAL BRASILEIRO num mistura eclética muito distante de um
autêntica pesquisa proveniente de sua
SOCIEDADE, TEMPO e LUGAR. Mario de ANDRADE sentiu este caldo e resumiu [in Andrade 1955, fl.
13] como “acomodatício e máscara de todas
as covardias”[1] Esta frase foi
escrita em 1938, na época do Estado Novo[2],
que oscilava entre os dois tipos de nacionalismos que estavam chegando aos
extremos antes de mergulhar no banho de sangue de 1939.
Por seu lado os
legionários da SEMANA de ARTE MODERNA haviam tido as últimas sintonias e
trabalhos coletivos com a REVISTA ANTRIPOFÁGICA em 1928- 1929. A partir deste
ponto alguns mergulharam num patriotismo do INTEGRAGRALISMO liderado por Plínio
Salgado. Outros tiveram profunda
decepção com ESTADO NACIONAL que emergiu com a Revolução de 1930. Assim a
derrota dos CONSTITUCIONALISTAS fez convergir para estruturar a UNVERSIDADE de
SÂO PAULO (USP) a quem destinaram os bens arrecadados da população em 1932.
de Estudos
Folclóricos, 1955. 119 f.
[2] O ESTADO
NOVO e a ARTE em PORTO ALEGRE. http://profciriosimon.blogspot.com.br/2014/09/093-isto-e-arte.html
Fig. 07 – A
mente indígena estava povoada de mitos e era facilmente maleável com qualquer
conceito que alguém estranho expressasse ao seu respeito Isto abria um enorme espaço simbólico
para que o colonizador explorasse e divulgasse o que desejasse a respeito destas
culturas primitivas brasileiras. Assim a CERIMÔNIA do BATIZADO de MACUNAIMA de
TARSILA do AMARAL era uma evidente projeção da cultura europeia sobre esta
cultura indígena brasileira que desconhece a prática e o sentido desta
cerimônia cristã.
06 As CONEXÕES CULTURAIS BRASILEIRAS na DÉCADA de 1920 -
Na década de 1920 chegou ao auge a
dialética entre os ESTADOS REGIONAIS SOBERANOS e a NECESSIDADE de UM ESTADO
NACIONAL UNITÁRIO. Esta contradição se expressava nos planos políticos,
econômicos e culturais brasileiros Com o
DECRETO nº 1, da PROCLAMÇAO da REPUBLICA, em 15 de novembro de 1889[1], os ESTADOS REGIONAIS foram proclamados
SOBERANOS, com COSTITUIÇÃO PRÓPRIA, PRESIDENTE, BANDEIRA, HINO e uma CORTE com PALÁCIO PRESIDENCIAL
Assim qualquer tentativa de alguma CONEXÃO BRASILEIRA de
CULTURAL deveria tomar em
conta as competências e limites dos ESTADOS REGIONAIS da PRIMEIRA REPÙBLICA. A
Revolução de 1930 foi impotente para transitar com facilidades entre estas
potências culturais, econômicas e políticas. Só ato arbitrário do ESTADO NOVO
da QUEIMA das BANDEIRAS, da ABOLIÇÃO das CONSTITUIÇÔES e dos HINOS dos ESTADOS
NACIONAIS, em 19 de novembro de 1937, mostrou o CAMINHO do PARTIDO ÙNICO da
PÀTRIA. Porém como a toda AÇÂO CORRESONDE outra AÇÂO CONTRARIA e com a MESMA INTENSIDADE
reapareceu, após 1945, com toda força com o cultivo dos REGIONALISMOS LOCAIS.
Porém estes REGIONALISMOS LOCAIS perderam rapidamente força diante da
avalanche de PRODUTOS CULTURAIS de NAÇÕES que se queriam hegemônicas. Para
tanto mobilizaram, estudaram e divulgaram a arte praticada no interior dos seus
territórios Neste projeto de hegemonia
investiram séculos de pesquisa, de dinheiro e esforços dos seus agentes e
instituições. Tornavam-se assim aptas para competir e impor os resultados de
uma arte amadurecida no embate entre TESE, ANTÍTESE e SÍNTESE. SÍNTESE
competente e capaz de circular nas mais variadas mídias que se multiplicaram,
sem parar, após a SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.
Para uma cultura, ingênua e primitiva,
torna-se problemática a sua atualização sem cair no laço da DOMESTICAÇÃO, do
COLONIALISMO e da SERVIDÃO diante destas poderosas SÍNTESES dos países
hegemônicos[2]
[1] Decreto nº 1 que Proclama a Republica http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1-15-novembro-1889-532625-publicacaooriginal-14906-pe.html
[2] Se
adaptar aos OUTROS para mudar http://profciriosimon.blogspot.com/2013/09/
Fig. 08 – A marcha
resoluta para a morte dos DEZOITO do FORTE de COPACABANA, na manhã dia 06 de
junho de 1922, foi um evento que expos uma série de contradições da sociedade
brasileira e mostrou, na prática, como o
SISTEMA é capaz de DEVORAR FISICAMENTE
as MAIS NOBRES INTENÇÕES O civil Octávio CORRÊA era de um família de fazendeiros
com propriedades no Rio Grande do Sul e que anualmente passava três meses em
PARIS Lá Otávio envolveu-se com
refugiados russos com os quais acabou num atentado e num duelo[1].
Estas DESCONEXÕES CULTURAIS BRASILEIRAS são visíveis ainda nas UNIVERSIDADES FEDERAIS que se
moldam e se orientam pelo cultivo dos REGIONALISMOS LOCAIS. De outra parte os
ESTADO REGIONAL que mais investiram no estudo, na sistematização e na
circulação dos seus eventos maiores realizaram uma espécie de COLONIALISMO
INTERNO,
Aqui cabe o papel das REVISTAS de
CIRCULAÇÂO NACIONAL e que formaram CONEXÕES CULTURAIS BRASILEIRAS a ultrapassando os REGIONALISMOS
pontuais.
[1] REVOLTA dos 18 do FORTE COPACABANA 05-06.06.1922
OCTÀVIO CORREA um CIVIL entre os 18 do FORTE – o livro- https://www.facebook.com/octaviocorreaOcivil
/
https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/almanaque/noticia/2016/11/onde-esta-o-corpo-de-octavio-8115460.html
Fig. 09 – A
poetisa Cecília MEIRELES definia as oscilações da cultura brasileiras “entre os
polos da EUFORIA do CARNAVAL e da DEPRESSÂO da PAIXÂO”[1]. Assim a “REVISTA O CRUZEIRO” foi lançada em 10 de novembro de
1928 ainda em plena EUFORIA da década que se seguiu nos países vencedores da
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL. Esta mesma EUFORIA pode ser sentida n a REVISTA da ANTROPOFAGIA,
publicada a partir de maio de 1928 até agosto de 1929
07 As
EXPRESSÕES ARTÍSTICAS BRASILEIRAS no
CONTEXTO da DÉCADA de 1920 –
O contexto das CONEXÕES CULTURAIS
BRASILEIRAS a os ESTADOS
REGIONAIS imaginaram, promoveram e fizeram circular aquilo que expressava a
“SUA” CONCEPÇÂO do que seria a IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA.
As viagens brasileiras de MÁRIO DE
ANDRADE eram secundadas e recebiam eco de SÂO PAULO, um ESTADO BRASLEIRO
HEGEMÔNICO na ECONOMIA, na TÈCNICA e POLÍTICA. A POLÍTICA do “CAFÉ com LEITE” levou. Em 1924, caravanas de paulistas a descobrir o
patrimônio das CIDADES HISTÓRICAS MINEIRAS para mostra-las a Blaise CENDRARS [2].
Estas viagens de descoberta do BRASIL
PROFUNDO irá ganhar roupagem científica com repercussões internacionais ao modo
da obra “TRISTES TRÓPICOS” de LEVI STRAUS[3]. Isto na década de 1930 e com apoio da USP e cujas descobertas
evidenciaram a profunda depressão que atingiu os estados capitalistas,
incluindo o Brasil.
[1] MEIRELLES, Cecília
As
artes plásticas no Brasil: Arte Popular – Rio de Janeiro: Ediouro, 1968, 119 p
[2] BLAISE CENDRARS (1887-1961) no BRASIL http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2207200606.htm
Fig. 10 – O
fotograma do filme Macunaíma - 1969- de
Joaquim Pedro de Andrade ressalta o BANQUETE na casa de Venceslau Pietro PIETRA é a imagem da concorrência, devoração
recíproca e do SERVIDÃO dos SÓCIOS do malvado gigante. SÓCIOS que a qualquer
momento também podem ser devorados pela antropofagia reinante neste ambiente e
com tal liderança amoral. A feijoada – que aceita todos os
ingredientes culinários- é a metáfora dos ecletismos, sincretismos e do pouco
respeito por verdades que não consegue colocar no seu repertório.
08 - A POESIA de EXPORTAÇÂO
NACIONAL BRASILEIRA na DÉCADA de 1920 –
A planejada EXPORTAÇÂO
da POESIA NACIONAL BRASILEIRA tirava
a sua metáfora da massiva exportação do CAFÉ BRASILEIRO e que fez a RIQUEZA com
que ESTADO de SÂO PAULO iniciou a sua ERA INDUSTRIAL.
No
entanto as demais áreas e potencialidades econômicas brasileiras continuavam
entregues às forças entrópicas do COLONIALISMO e da ESCRAVIDÂO latente.
O BRASIL continuou a ser condenado a
ser fornecedor de matérias primas e ser o consumidor de produtos industriais de
outros países se refletiam na sua EDUCAÇÂO, na sua CULTURA e na sua ARTE.
Na ARTE a sonhada EXPORTAÇÂO
de POESIA se limitava
aquilo que era favorável para a INDÚSTRIA CULTURAL dos países hegemônicos. Assim o CARNAVAL, o SAMBA e a
CAIPIRINHA entraram no circuito da CULTURA MUNDIAL sem trazer retornos
financeiros em condições de alavancar a EDUCAÇÂO e a SAÚDE da população que produzia
estes eventos de sobremesa.
Evidente que isto não era privilégio só
brasileiro. Outros países periféricos produziam charutos, destilados alcoólicos
e essências exóticas e cujo retorno ficava nas mãos dos atravessadores..
RAMOS, Paula A modernidade impressa: artistas
ilustradores da Livraria do Globo- Porto Alegre. UFRGS EDITORA, 2016, 656 p
, 1368 il. Color ISBN 978-85-386-0300-9
Fig. 11 – O tema
da imagem da primeira capa nº1 ano I, da REVISTA do GLOBO , de 5 de janeiro de
1929, pode se reportada com a aspiração
de uma comunicação mundial cada vez mais rápida, eficiente e segura Revista de circulação nacional tinha
um suporte empresarial de produção e de distribuição nacional na EDITORA e
LIVRARIA GLOBO de Porto Alegre e nas filiais no Centro do Brasil
09
– O QUE PERMANECE é o PENSAMENTO –
O PENSAMENTO que PERMANECE da REVISTA e
do MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO evidentemente não pertence à maioria do PODER
ORIGINÁRIO BRASILEIRO. Ele pertence a uma pequena elite que se sustenta com o
que restou dos hábitos e das forças do COLONIAS e da SERVIDÂO VOLUNTARIA. SERVIDÂO VOLUNTARIA que mitifica aquilo que
um DIA DESEJA ATINGIR, ou seja, o PODER de MANDAR e DESMANDAR. Assim segue
qualquer um CUJA IMAGEM, GESTOS e BIOGRAFIA se enquadrem no seu pequeno
repertório cultural e político.
Raros foram os integrantes da SEMANA de ARTE
MODERNA que permaneceram ao nível do pensamento expresso no MOVIMENTO
e da REVISTA ANTROPOFÁGICA em 1928- 1929. Entre estes raros Mário de Andrade permaneceu no plano das
ideias mesmo como agente ativo de mudanças. De outro lado as escorregadas no INTEGRALISMO, num
CONSTITUCIONALISMO conservador ou a entrega incondicional e acrítica a uma
CARREIRA BUROCRÁTICA.
O PENSAMENTO de MÁRIO de ANDRADE
permitiu se debruçar sobre uma realidade brasileira sem se confundir com ela.
Isto lhe possibilitou manter as suas concepções com o o mundo amazônico, a
realidade do Nordeste e as sua reflexões relativas à cultura que estava a
espera de mentalidade assim nas cidades históricas de MINAS GERAIS.
As suas contribuições para elevar ao
nível do PENSAMENTO o PATRIMÔNIO ARTISTICO NACIONAL ou se entregar à alegria
infantil de jardim de infância do seu bairro[1].
No entanto este
destaque, a este nome, não significa que
entre os seus colegas da REVISTA de ANTROPOFAGIA seja impossível achar aqueles
que mantiveram a mesma distinção entre o LONGO PENSAR e o FAZER
PRECIPITADO, CONTRADITÓRIO e
INCONSEQUENTE
[1] Uma AULA de MÀRIO de ANDRADE http://profciriosimon.blogspot.com/2015/02/estudos-de-arte-008.html
Fig. 12 – A cidade
mineira da CATAGUASES se colou a altura dos acontecimentos ao lançar a REVISTA
VERDE. Nesta cidade HUMBERTO MAURO experimentou o CINEMA como MEIO de EXPRESSÂO
e CÂNDIDO PORTINARI pintou o DIPTICO de TIRADENTES que se encontra no MEMORIAL
da AMÀRICA LATINA de SÂO PULO. Guilhermino CESAR trouxe a sua inteligência,
atualidade e criatividade ao RIO GRANDE
do SUL mantendo contatos com a intelectualidade mundial e nacional Entre os integrantes desta revista estava o mulato e pobre ROSÁRIO FUSCO
10 A EDUCAÇÂO e a CULTURA no PROJETO NACIONAL da
DÉCADA de 1920
A UNIVERSIDADE, para TODO o TERRITÓRIO BRASILEIRO, decretada, no dia 11
de abril de 1931, pelo GOVERNO PROVISÓRIO da REVOLUÇÂO de 1930, foi preparada
por uma plêiade de educadores.
Plêiade constituída por
intelectuais com ampla experiência, ao longo da DÉCADA de 1920, em CURSOS
SUPERIORES avulsos espalhados por todo território brasileiro.
Aglutinadas
ao redor da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA de EDUCAÇÃO (ABE) criada no dia 15 de outubro
de 1924[1]. A ABE reunia nomes de
todas as áreas e promoveu CONGRESSOS[2] e FAZIA ENQUETES entre os
principais expoentes da EDUCAÇÃO BRASILEIRA. Entre estes estava Olympio OLINTO
de OLIVEIRA (1866-1956)[3] médico pediatra e fundador do Instituto de Belas Artes do Rio
Grande do Sul.
Após a REVOLUÇÂO de como nasceu forças1931 e a CRIAÇÂO da UNIVERSIDADE
para todo o território do BRASIL o MANIFESTO dos PIONEIROS da EDUCAÇÂO NOVA[4] liderado pelo paulista
FERNANDO AZEVEDO garantiu a reprodução e ampliação deste pensamento na EDUCAÇÂO
FORMAL e INSTITUCIONAL BRASILEIRA.
Nas ARTES a DÉCADA de
1920 foi decisiva para as carreiras de Anita MALFATTI, de Tarsila do Amaral, de
Victor BRECHERET, de VILLA LOBOS e foram protagonistas da SEMANA de ARTE
MODERNA de 1922
[1] ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA de EDUCAÇÂO http://www.hcte.ufrj.br/downloads/sh/sh6/SHVI/trabalhos%20orais%20completos/trabalho_005.pdf
[2] CONGRESSOS promovidos pela ABE http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/ASSOCIAÇÃO%20BRASILEIRA%20DE%20EDUCAÇÃO%20(ABE).pdf
[4]
MANIFESTO dos PIONEIROS da EDUCAÇÂO NOVA https://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_dos_Pioneiros_da_Educação_Nova
Fig. 13 – Outra
versão da obra de Tarsila do AMARAL com temática e recursos estilísticos da sua
versão do ABA PORU da REVISTA e MANIFESTO de ANTROPOFAGIA. O
Desenho desta obra de TARSILA do AMARAL foi
divulgado no DIÁRIO de SÂO PAULO
- p.10 - 24.04.1929 -Obra definitiva reproduzida no mesmo no DIÁRIO de SÃO PAULO - p.17 - 10.07.1929 - https://digital.bbm.usp.br/bitstream/bbm/7064/1/45000033273.pdf
11 -- O QUE de FATO MUDOU ao LONGO da DÉCADA de
1920
Se a presente análise permanecer no
plano empírico dos fatos que se sucederam ao longo da década de 1920 ela irá
verificar que permanece a oscilação entre o CARNAVAL (euforia) e a PAIXÃO
(frustração).
Porém no plano das mentalidades estas
oscilações trouxeram um acúmulo de ideias, pensamentos e projeto que ainda não
foram assimilados.
A longa gestação da UNIVERSIDADE para
TODO o BRASIL, no bojo da constatação das ineficazes SOBERANIAS dos ESTADOS REGIONAIS
é um dos pontos.
No plano da criação de REVISTAS de
circulação nacional - como o CRUZEIRO e a REVISTA do GLOBO – existem da busca
da unidade brasileira e que certos setores estavam percebendo a realidade que
estava acima da dialética entre CARNAVAL e PAIXÃO, entre CULPA e PERDÃO e entre
ENTROPIA NEGATIVA e CONSTRUÇÂO POSITIVA.
A
Revista do GLOBO nasceu com a participação e o estimulo direto de Getúlio
VARGAS enquanto os Diários Associados de Assis CHATEAUBRIANDT alavancaram O
CRUZEIRO. Ambas as publicações chegaram até década de 1960. Os DIARIOS
estimularam museu regionais de artes
visuais entre eles a Pinacoteca RUBEN BERTA de PORTO ALEGRE[1]
A Revista do GLOBO teve uma sobrevida
na REVISTA MANCHETE para o qual se transferiram vário profissionais de Porto Alegre. Destino semelhante tevê a
empresa aérea VARIG que iniciou as suas atividades na década de 1920. Ela se
manteve voando graças a farta propaganda das REVISTAS, dos JORNAIS e depois da
TV[2].
O que parece um traço comum, a estas revistas, empresas e conglomerados, é
a ANTROPOFAFIA. Na sua lógica concorrencial foram se entredevorando e no final
acabaram sendo devorados no grande banquete organizado e comandado pelo malvado
gigante VENCESLAU PIETRO PIETRA.
Na antítese poucas instituições brasileiras
podem sobreviver nesta AMBIENTE ANTROPFÁFICO sem um contrato coletivo, um
projeto e uma identidade capaz de lhes garantir uma SOBREVIDA por TEMPO INDETERMINADO.
[1] PINACOTECA RUBEN BERTA Um LEGADO de um PARAIBANO ao RIO GRANDE do SUL http://profciriosimon.blogspot.com.br/2013/12/078-isto-e-arte.html
[2] ALBUQUERQUE Mário de Berta e os anos dourados da VARIG:
uma história de bastidores nunca revelados – Porto Alegre: ed. do Autor 2017
416 p, il 25 cm ISBN 978-85-5697-190-6
Fig. 14 – O
BRASILEIRO balança perigosamente sobre a
feijoada que aceita todos os ingredientes culinários inclusive ele que “VEM
PULANDO na FORMA de COMIDA” do banquete
na casa do gigante Venceslau Pietro PIETRA . Brasileiro que se
balançando precariamente sobre o
ecletismos, o sincretismos e do pouco respeito por verdades que ele não
consegue colocar no seu repertório. Balanço que não poupa rico ou pobre, jovem
ou velho, indígena ou estrangeiro
12 - TESE,
ANTÍTESE e SINTESE EDUCAÇÂO e a CULTURA BRASILEIRA da DÉCDADA
- CONCLUSÕES – SEIS ANEXOS -
FONTES BIBLIOGRÁFICAS e DIGITAIS
No plano da infraestrutura material pode-se
afirmar que a década de 1920 foi mais um passo da passagem da ERA AGRÍCOLA para
a ERA INDUSTRIAL no BRASI. Passagem da MONOCULTURA para a DIVERSIFICAÇÃO e do
ARTESANATO para a SÈRIE de PRODUTOS INDUSTRIAIS
As revistas brasileiras refletem esta
mudança como PRODUTOS das SÉRIES INDUSTRIAIS de produtos rigorosamente iguais
entre si. PRODUTOS em SÈRIES IGUAIS - não só no conteúdo, nos temas e nas pautas - mas também nos meios
técnicos de produção gráficas, na sustentação econômica como na distribuição
nacional uniforme.
Nesta distribuição uniforme as revistas
brasileiras formaram redes, consórcios e empresas de abrangência nacional.
Neste ambiente macro concorrencial há poucas oportunidades de circulação
nacional periódica para publicações micros tiragens como da REVISTA de
ANTROPOFAGIA ou para uma constelação de outras com potencial logístico ainda
menor ou igual.
O que não se pode negar a este grupo é
a sincera tentava de EXPRESSAR o TODO BRASILEIRO. Nesta tentativa recorreram à metáfora
da ANTROPOFAGIA
presente deste os rituais cristãos,
passando pelas primeiras narrativas
divulgadas na Europa em relação aos habitantes da terra até os esforços dos
artistas românticos com a temática indigenista com os temas dos primórdios
brasileiros.
Neste contexto o
PENSAMENTO - da frágil e efêmera REVISTA
da ANTOPOFAGIA nos 90 anos da sua
“PRIMEIRA DENTIÇÃO” - ainda possui competência para preparar a mesa do
banquete simbólico e servir inteligência, sensibilidade vontade para outros
cresçam. Cresçam por meio de contrato coletivo, por um projeto e numa
identidade capaz de lhes garantir uma SOBREVIDA por TEMPO INDETERMINADO para a nova geração
brasileira.
FONTES BIBLIOGÁFICAS
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uma história de bastidores nunca revelados – Porto Alegre: ed. do Autor 2017
416 p, il 25 cm ISBN 978-85-5697-190-6
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São Paulo: Centro de Estudos
Folclóricos, 1955. 119 f.
CARVALHO, Maria Lúcia R.D.
Escola e Democracia. Subsídios para Um Modelo de Administração
segundo as Ideias de M.P. Follet. São
Paulo: E.P.U. Campinas, 1979. 102p.
MEIRELLES, Cecília As artes plásticas no Brasil:
Arte Popular – Rio de Janeiro: Ediouro, 1968, 119 p
MORAIS, Fernando (1940- ) Chatô : o rei do Brasil,
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656 p , 1368 il. Color ISBN
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REVISTA ANTROPOFÁFICA
ABA PORU
REVISTA VERDE de
09.1927 – 025.1929
REVISTA o
CRUZEIRO dede 10.11.1928
REVOLTA dos 18 do
FORTE COPACABANA 05-06.06.1922
OTÀVIO CORREA um CIVIL entre os
18 do FORTE – o livro- https://www.facebook.com/octaviocorreaOcivil/
07.09.1922
Primeira transmissão de rádio no Brasil
REVOLUÇÂO de 1923
entre Janeiro setembro
MANIFESTO
ANTROPOFÁGICO
MANIFESTO
PAU-BRASIL - 1924
SALÂO MODERNISTA
de SETEMBRO de 1931
COLUNA PRESTES
1925-1927
TARSILA do AMARAL nos EE UU
+
+no MOMA
RAUL BOPP (1896-1984)
ABOBOPORU
MANIFESTO
ANTROPOFÁGICO
Dialetica
OPÇÕES por
IDENTIDADE
BATIZADO de
MACUNAIMA
Filme
MACUNAIMA 1969 – de Joaquim Pedro de
ANDRADE
Se adaptar aos OUTROS para
mudar
DIACRONIA e SINCRONIA nas ARTES
VISUAIS
O ESTADO NOVO e a ARTE
em PORTO ALEGRE.
Uma AULA de
MÀRIO de ANDRADE
ASSOCIAÇÂO
BRASILEIRA de EDUCAÇÂO http://www.hcte.ufrj.br/downloads/sh/sh6/SHVI/trabalhos%20orais%20completos/trabalho_005.pdf
CONGRESSOS
promovidos pela ABE
O
PENSAMENTO de OLYMPIO OLINTO de
OLIVEIRA nas ARTES do RIO GRANDE do SUL
MANIFESTO dos PIONEIROS da
EDUCAÇÂO NOVA https://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_dos_Pioneiros_da_Educação_Nova
PINACOTECA
RUBEN BERTA Um LEGADO de um PARAIBANO ao RIO GRANDE do SUL
Decreto nº 1 que Proclama a
Republica no BRASIL
BLAISE CENDRARS (1887-1961)
no BRASIL http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2207200606.htm
TRISTES
TRÓPICOS
DE STIJL
MARCHA de MUSSOLINI sobre ROMA
08-09 de outubro de 1922
PUTSCH de
MUNIQUE 08 -09.11.1923
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