ARTE SACRA no RIO GRANDE do SUL
04 a 07 de fevereiro de 2010
A IMAGEM FOTOGRAFICA na
EXPOSIÇÃO de ARTE SACRA no MUTIRÃO de COMUNICAÇÃO AMÉRICA LATINA e CARIBE: processos de Comunicação e Cultura Solidária.
Neste MUTIRÂO serão mostradas algumas obras da Arte Sacra do Rio Grande do Sul por meio de fotos blotadas. Destas imagens certas serão do tamanho do original.
Há uma feliz coincidência entre logo o do MUTIRÂO e a câmara fotográfica. A imagem da mandala, do logo do MUTIRÂO, poderá se lida como a objetiva de uma câmara fotográfica apontada para o observador representado pelas bandeiras nacionais e vindo de toda a América Latina e Caribe.
A imagem provou o seu potencial único desde os primórdios de todas as civilizações. Na atualidade a imagem fotográfica constitui um dos recursos mais presentes na vida cultural contemporânea. A Fotografia já provou, no uso, o seu potencial por meio da multiplicidade dos seus recursos físicos e mentais. Potencial presente nos recursos presentes no manejo da luz, da cor e da sombra adequadas. Potencial para se constituir em suporte privilegiado de uma idéia e construir uma mentalidade que privilegia a imagem.
No campo do sagrado a imagem fotográfica não teve ainda a oportunidade de demonstrar todo o seu potencial e receber o seu devido reconhecimento. A fotografia, além não ter sido explorado o potencial que oferece, não encontrou o seu lugar no templo. A causa desta falta de reconhecimento - público e universal - talvez decorra do seu destino subalterno de cópia da imagem e devido á reprodução passiva a que sempre a fotografia esteve submetida. Cópia e reprodução passiva corrompido pelo destino emocional barato e inautêntico e pela promiscuidade que alguns pseudo-fotógrafos. Corrupção que permitiram a busca de lucros fáceis e de agrado superficial e destinado à obsolescência da imagem na época da reprodução mecânica e, agora, numérica digital.
Contudo, na breve história da fotografia, sempre existiram aqueles que trabalharam contra esta corrupção. Fotógrafos autênticos que elevaram a fotografia ao nível de arte autônoma. Entre estes autênticos fotógrafos estava quem dominava toda a gramática da imagem fotográfica. Fotógrafos capazes de dizer que, “uma pintura [imagem] é algo mental”. e praticar, com Leonardo da Vinci, esta busca de equilíbrio entre o estímulo sensorial e uma mentalidade que sabe deliberar e decidir.
Por esta razão os fotógrafos ainda não podem ser chamados artistas do sagrado. Contudo a ascese que praticam abrem-lhes o caminho da autonomia para deliberar e decidir em relação o que querem com uma imagem a ser colocada diante do sagrado.
Na tradição iconografia sagrada a fotografia sempre foi relegada para servir como instrumento para enfocar e revelar o tema em questão. Contudo uma obra de arte não é produzida apenas pelo instrumento e nem pelo tema em si mesmo. A tecnologia, sem conteúdo humano, aproxima-se da “Natureza que não possui nada por dentro” na expressão de Fernando Pessoa[1].
O momento mágico - propício para configurar a possibilidade de a fotografia constituir-se em arte - produz-se quando o fotógrafo se reveste da autonomia do artista e atinge o patamar da idéia na qual a arte está “em quem” age. O ente do fotógrafo desperta com a descoberta que no fundo do seu ser é capaz e competente para penetrar no universo do transcendente. Competente para deliberar e decidir sobre os seus próprios meios que permitem ao fotógrafo entregar a sua descoberta da verdade ao seu observador. O fotógrafo inicia o caminho para o universo da transcendência quando os seus instrumentos e a sua mentalidade fazem brotar a obra de arte única, misteriosa e radiante ainda do esplendor da verdade primordial.
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