quinta-feira, 28 de abril de 2016

169– O PENSAMENTO de TASSO CORRÊA

O PENSAMENTO de TASSO BOLÍVAR DIAS CORRÊA ASSUME as FUNÇÕES como CONSTRUTOR



...18 - TASSO CORRÊA o CONSTRUTOR
. 19 - TASSO CORRÊA  CONSELHEIRO de EDUCAÇÃO e CULTURA do RIO GRANDE do SUL
  20 - TASSO CORRÊA PROPÕE a UNIVERSIDADE das ARTES

2   - TASSO CORRÊA o CONSTRUTOR.

O pensamento de TASSO CORRÊA necessitava ganhar o mundo material. Nada melhor do que a materialização em prédios e edificações específicas para a institucionalização e na reprodução das Artes no Rio Grande do Sul.
Um documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 43 –  Tasso Corrêa assina o contrato da construção do prédio do INSTITUTO de BELAS ARTES do RS. Em agosto de 1941 o IBARS transferiu suas funções para a Ra da Paria, nº 1.511. No dia 04.09.1941 iniciou a demolição do antigo prédio. No dia 22.08.1941 José Lutzenberger (no centro da foto ao fundo) indicou a firma José Maria Carvalho para construção do novo prédio. No dia 15 de novembro de 1941 foi lançada a pedra fundamental deste prédio.    .

Tasso Corrêa exerceu as funções de líder numa época de estados e governos unipessoais. O Estado Novo brasileiro, o partido único e o feroz patrulhamento ideológico se refletiam, reproduziam concorriam no espaço interno do IBA-RS para dar corpo, alimento e sustento ao pensamento de Tasso Corrêa. Nestas circunstâncias o pensamento de Tasso Corrêa construiu uma sólida base política, econômica e social sob o abrigo da Arte. A materialização do seu pensamento foi erguido com ferro, concreto, tijolos e vidros.
O prédio, erguido entre 1941 e 1943, em plena IIª GUERRA MUNDIAL, serve  para a institucionalização e para a reprodução das Artes no Rio Grande do Sul até e os dias do ano de 2016 e assim parece que irá permanecer por muito tempo.

Fig. 44 –  Entre 15 de novembro de 1941 e 30 de julho de 1943 foi construído, equipado e inaugurado o primeiro bloco  do prédio do INSTITUTO de BELAS ARTES do RS,. Este bloco abrigava a portaria, o auditório e oito andares incluindo o bar. O segundo bloco foi construído em 1952 e que compreende pinacoteca, as salas de artes visuais e o salão de festas. No final da administração de Tasso Corrêa foi adquirido um pequeno prédio comercial em cujo porão situava-se o Acervo do Arquivo do IBA-RS.

Alguns professores[1] do Instituto hipotecaram as suas próprias residências no dia 02 de outubro de 1941, no 5º cartório de Porto Alegre[2]. Essa hipoteca foi realizada um mês após a demolição do antigo prédio, e destinava-se a obter aval de um empréstimo de 400:000$000 da Caixa Econômica Federal. Esse gesto foi traduzido nas palavras do  líder do IBA-RS  que resumiu essa campanha e o seu espírito  numa entrevista concedida, em 1942, no Rio de Janeiro, e estampada no jornal Correio da Manhã[3]:
“Esse edifício é uma obra de gaúchos amantes da sua terra para gozo do povo, coadjuvados por brasileiros de outros estados dedicados ao Rio Grande do Sul. Resulta da aplicação dos recursos do Instituto – venda da sua velha sede, empréstimo de quatrocentos contos de réis na Caixa Econômica, com garantia do seu patrimônio – da doação de quinhentos e muitos contos por uma legião de abnegados sul-rio-grandenses, cujos nomes devem ser escritos com letras de ouro nas páginas da nossa arte, e do amparo dado por numerosos artistas plásticos brasileiros que ofertam trabalhos para, com o produto de sua venda – que já sobe a vários contos de reis – ser aumentado o fundo financeiro; esses companheiros de idéias serão perenemente lembrados no próprio edifício. A cerca de mil e trezentos contos ascende o custo do edifício – construção e aparelhamento”. (TASSO CORRÊA, 1942).



[1]No dia dois de Outubro assinavamos na Caixa Econômica o emprestimo de quinhentos contos de reis. Para que constasse a legalidade da hipoteca, assinaram conosco as nossas esposas. Os fiadores fomos:  Tasso Corrêa, Enio de Freitas e Castro, Oscar Simm e eu Fernando Corona”. Diário de Fernando Corona, ano de 1941,  fl. 425
De fato conseguiram o empréstimo de  400.000$000  da Caixa Econômica, conforme o Livro de Atas do CTA.

[2] - Livro nº II das atas do CTA, f. sessão de 6f 31.10.1941. O livro de atas omite os nomes dos que praticaram tal gesto de desprendimento.

[3] - Diário de Manhã, RJ, dia 15.08.1942 {recorte no AGIA {079 Obr}}.

Um documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 45 –  Um carnê distribuído aos 2.000 “legionários” comprometidos economicamente com a CAMPANHA da construção do prédio do  INSTITUTO de BELAS ARTES do RS. No dia 17. 07. 1940 Tasso Corrêa  recebeu do CTA-IBA-RS[1] a licença para lançada a Campanha pró novo prédio. Neste ato o CTA institui categorias de contribuintes: Legião Pró-Construção e Legião de Benfeitores de Honra e Beneméritos Esta mobilização se inspirava nas mobilizações nacionais correntes no Brasil ao declarar guerra ao Eixo e mandar efetivos (pracinhas ou legionários) para o teatro da II Guerra Mundial

Tasso Corrêa conduziu esse empreendimento como um político experiente [2] e limitado pelo tempo do seu segundo mandato, durante o qual deveria entregar a obra.  Para essa realização, ele coordenou e emprestou o seu próprio nome ao empreendimento e correndo pessoalmente os riscos provenientes dessa opção. Tasso não só enfrentou o estigma da tradicional resistência cultural de investimentos significativos em instituições permanentes para a formação de artistas, como aqueles enfrentados, em 1908, pelos criadores do Instituto, mas ele tinha contra a sua iniciativa, o panorama mundial da Segunda Guerra Mundial, além das consequências locais da enchente que, em 1941, assolou Porto Alegre[3].
18 - TASSO CORRÊA  CONSELHEIRO de EDUCAÇÃO e CULTURA do RIO GRANDE do SUL

Tasso Corrêa foi nomeado membro do Conselho Estadual de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul por meio do Decreto no 2.018, de 06.09.1946, pelo Interventor Federal do Rio Grande do Sul, publicado no Diário Oficial do Estado no dia 10.09.1946[4] Esta nomeação ainda era realizada por um agente do Estado Novo, apesar deste regime haver terminado no ano anterior. A Educação e a Cultura permaneceram, no Rio Grande do Sul no âmbito da Secretaria do Interior.



[1] - Livro de Atas nº I  pp. 42f-43f
[2] - Durand descreve 1989, p. 161 o perfil do novo político em cuja agir é necessário “observar o timing do moderno político que apresenta peculiaridades interessantes, sugeridas por Bruand. O uso do orçamento de governo para capitalizar reconhecimento público em uma carreira política individual só ganha sentido se evitar com empenho o risco de a obra ser capitalizada por um sucessor. ´E, portanto a lógica dos gastos das corporações econômicas e das famílias ricas, cujas dotações são mais metódicas e estimuladas por incentivos mais continuados, como os tributários, ou derivados de um gosto que se apurou ao longo de muito tempo e que reponde pela montagem demorada de coleções”.                                               
[3]  - O pesquisador recolheu, numa conversa informal com Cecília Zíngano do Amaral, que procurou Tasso Corrêa, no final de 1941, para se candidatara ao vestibular do Curso de Artes Plásticas. Ela expôs, ao diretor do Instituto, a sua impossibilidade de pagar o curso, pois os seus pais, que moravam no bairro Navegantes, haviam perdido tudo que possuíam, na enchente de 1941. Ela se prontificava a acertar  tudo após a recuperação econômica da família. Tasso aceitou a palavra da aluna mandou prosseguir a sua preparação para o vestibular e sem menor perda de tempo,  se oferecendo como avalista de um cursinho particular que preparava para o vestibular com sede na frente do IB A- RS e mantida pela professora  Judith FORTES  e ex-aluna da Escola de Artes do IBA-RS.  Cecília ZINGARO do Amaral - https://books.google.com.br/books?id=kCMt9AjKLqEC&pg=PA38&lpg=PA38&dq=Cec%C3%ADlia+Z%C3%ADngano+do+Amaral&source=bl&ots=z-xGF7EX9Z&sig=kEuBJFusJcMmuz9NlwgpxF7bp4c&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjOi66Q4rHKAhXKHZAKHbhtDnQQ6AEINDAH#v=onepage&q=Cec%C3%ADlia%20Z%C3%ADngano%20do%20Amaral&f=false
[4] - Decreto no 2.018,  de 06.09.1946,  do Interventor Federal do Rio Grande do Sul, publicado no Diário Oficial do Estado no dia  10.09.1946
Um documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados na Pinacoteca do IA-UFRGS
De esquerda para direita:  João Fahrion( autor do desenho), Benito Castañeda, Tasso Corrêa,  Fernando Corona. Ângelo Guido, Joseph Lutzenberger (no alto), Maristany de Trias e Ernani Corrêa – Do acervo da Pinacoteca do IA-UFRGS.
Fig. 46 –  A gigantesca figura sentada de Tasso Corrêa é uma metáfora do poder que cercava o Diretor do IBA-RS. Poder que ele acumulou ao longo de 22 anos da sua administração sem ter Vice diretor ou dar conta para uma Universidade que expulsara, do seu convívio, o INSTITUTO de BELAS ARTES do RS seis vezes. Tasso Corrêa compartilhava amplamente - com  os seus pares da Música mas especialmente com os agentes das Artes Plásticas - esta autonomia  administrativa conquistada com tantos sacrifícios e empenhos.

Para Tasso Corrêa era um cenário ideal para dar corpo e expandir seu pensamento
A Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande dos Sul (SEC-RS) é posterior ao Ministério de Educação e Saúde Publica (MESP). Neste estava ativo Olímpio Olinto de Oliveira o fundador do IBA-RS.
Tasso CORRÊA assumiu a função, deste CONSELHO de EDUCAÇÃO CULTURA, como membro nato na medida do seu cargo no IBA-RS. Instituição que reunia EDUCAÇÃO e CULTURA com abrangência estadual.   O pensamento que Tasso Corrêa fomentou neste cenário e desenvolveu ações importantes para a institucionalização das Artes no Rio Grande do Sul. Prestando atenção apenas às Artes Visuais este pensamento, deste conselheiro, foi ativo e determinante na constituição do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS).
Foto original aos cuidados  e guardado no Arquivo do MARGS
Fig. 47 –   O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) foi criado em 1954 logo após a contratação  e a vinda efetiva de Ado MALAGOLI ao IBA-RS por iniciativa de Tasso Corrêa que também era conselheiro de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul. O quadro cima é reconhecimento e  agradecimento a TASSO BOLIVAR CORRÊA e AO IBA e exposto na ocasião da sua primeira exposição pública realizada em 1957 no foyer do Theatro São Pedro

Ação que resultou no corpo jurídico administrativo da DIVISÃO de CULTURA da SEC-RS e na prática no embrião da futura Secretaria de NEGÓCIOS da CULTURA do RIO GRANDE do SUL.
Desta ação resultaram as bases do contrato de Ado Malagoli e de Aldo Locatelli para o IBA-RS e para o mundo cultural sul-rio-grandense. O contrato de Malagoli irá permitir configurar um corpo institucional ao MUSEU de ARTE (MARGS) e que hoje leva o seu nome. Já Locatelli será o responsável pela conclusão interior do Palácio do Governo. Ambas as obras permanecem como índices culturais do Rio Grande do Sul

19 - TASSO CORRÊA PROPÕE a UNIVERSIDADE das ARTES

O projeto da UNIVERSIDADE das ARTES era uma constante no pensamento de Tasso Corrêa. Era coerente na medida em este personagem agiu no âmbito da institucionalização e na reprodução. O seu projeto circulou, ganhou as ruas e o público através dos periódicos impressos da capital. O Correio do Povo publicou no dia 14 de novembro de 1947:
Presentemente – diz-nos inicialmente o prof. Tasso Corrêa – o Instituto de Belas Artes é uma verdadeira universidade de Belas Artes, reunindo quase todo o ensino, com os seus cursos completos de música, escultura, arquitetura e urbanismo. Esses cursos, com uma frequência de cerca de 600 alunos, são ministrados por professores e especializados, sendo que muitos deles com cursos de aperfeiçoamento e estudos feitos no Velho Mundo e na América. O Instituto de Belas Artes já fez parte da Universidade local, desde a data da sua fundação até 1939, quando dela foi apartado. Sem que o Conselho Universitário fosse ouvido e mesmo sem seu protesto ou manifestação posterior, foi o Instituto desanexado daquela entidade por um ato governamental, considerado por todos muito infeliz, e que teve ampla repercussão nos meios intelectuais brasileiros, comprometendo, assim a cultura e a inteligência dos homens que dirigiam, naquela época, os destinos do Estado. Essa triste ocorrência, não resta a menor dúvida, trouxe também seus benefícios – há males que vêm para o bem. É que nós, professores reagimos e, com a ajuda do povo, construímos a magnífica sede onde atualmente funciona o Instituto. Com as suas modernas instalações foi possível a ampliação do seu campo educacional criando-se novos cursos – o de arquitetura e o de urbanismo – de que tanto se ressentia nosso Estado, tão pobre sob o ponto de visita arquitetônico e urbanístico”.
 A expressão mais forte de autonomia institucional dos agentes do IBA-RS e que sintetiza toda uma etapa da sua história, se cristalizou na seguinte declaração:
Se o Instituto de Belas Artes não voltar para a Universidade, nada perderá, pois com a ampla autonomia didática e administrativa que lhe é assegurada e concedida aos seus professores, por lei, os mesmos direitos e vantagens dos professores universitários, com liberdade de ação e entusiasmo do nosso trabalho, promoverão a sua transformação em Universidade de Belas Artes”.
Um documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 48  –  Uma perspectiva de Fernando Corona, visualizava, em 1947, o pensamento de Tasso Corrêa  de um prédio para a Universidade de artes  Em 1947, na  concepção da Universidade de Arte se ergueria, no terreno entre o IBA-RS e a Igreja Luterana, o Teatro Municipal com 2.700 lugares. Na esma concepção  a Pinacoteca e o Museu de Arte do Rio Grande do Sul se situariam na parte superior e até a Praça Dom Feliciano

Alguém poderia argumentar que essa ‘Universidade de Belas Artes’ era personalista, individual e reduzida à figura de Tasso Corrêa. Mas parece que esse argumento não é totalmente verdadeiro. No mínimo ele encontrou ativo nesse projeto outro integrante do Instituto, pois Fernando Corona colocou a sua mente e mãos a trabalhar para dar corpo a uma série de projetos detalhados do prédio que deveriam abrigar essa ideia[1].



[1]  - Anteprojeto da ampliação do Instituto de Belas Artes do RS {099.1Proj}
Recorte sem data do jornal Correio do Povo, aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS em 2005
Fig. 49 –  No 15 de junho de 1944 o CTA.do IBA-RS aprovou a proposta de Tasso CORRÊA da compra de um terreno urbano  na cidade de Farroupilha com a mediação de Pedro GRENDENE.  Destinado a uma COLÔNIA de FÉRIAS do IBA-RS deveria se denominar Francis Pelichek. Um artigo do Correio do Povo sobre o tema era ilustrado por uma perspectiva de Fernando Corona desta colônia. Luís Fernando Corona e Paulo Valando detalharam este projeto e realizaram as plantas. Em 1962 este terreno passou para a posse da UFRGS e que posteriormente o vendou para consertar o telhado do antigo Instituto Parobé.

Tasso Corrêa apoiava sucessivas novidades de cursos Artes no Rio Grande do Sul reforçado pelo desfile de personagens nacionais e internacionais. Além do espaço físico- como a aquisição de uma gleba urbana da cidade Farroupilha, na serra Gaúcha – cuidava da imagem institucional competente para o passo em direção da UNIVERSIDADE das ARTES sob a coordenação nacional de um MINISTÉRIO das ARTES.
Um documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS
Seminário «GRANDES COMPOSIÇÕES» do arquiteto  uruguaio Maurício CRAVOTTO no  IBA-RS julho 1948
Sentados (da esquerda para direita) Luiz Ubatuba de Farias - Evaldo Paiva - Ney Chrisostomo da Costa – Eugênio Gustavo Steinhof - Tasso Bolivar Dias Corrêa- Maurício Cravotto (Uruguai) - Athos Damasceno Ferreira - Ildefonso Arrosteguy (Uruguai) - Fernando Corona
De pé Demétrio Ribeiro Neto - Enilda Ribeiro - Jaime Lima dos Santos - Alfredo Leboutte - Moacyr Zamora - Edgar Graeff - Luis Lampert Gaertner - Fernando Petersen Lunardi. - Jair Amaury Koebe - Paulo Valandro - Tasso Olimpio Pufall - Charles René Hugaud - Antônio Magadan - Bruno Felix Rossi - Emil Achutti Bered - Salomon Sibemberg Kruchin - José Lorenzoni Parreira - Nelson Camargo Costa - Remo José Irace - Jasson Cavalcante Albuquerque - Roberto Felix Veronese - Kurt Günter Hugo Schmeling - Reporter
Fig. 50 –  Tasso Corrêa entre o arquiteto austríaco Eugen STEINHOF (1880-1952) e o urbanista uruguaio Mauricio CRAVOTTO.  Uma autêntica autonomia conseguiu inverter a direção da hegemonia de culturas mais evoluídas sobre culturas que estão ainda na sua potencialidade. Este CURSO SUPERIOR de URBANISMO iniciado e mantido pelo Instituto de Belas Artes do RS foi pioneiro do Brasil e  autorizado a funcionar pelo Decreto Federal Nº 19. 991  de  26. 11. 1945[1]

Oscar Niemeyer transformou a sua fala de paraninfo numa projeção de slides da arquitetura tradicional brasileira. A sua explicação presencial para administração do IBA-RS, aos estudantes e ao público foi uma aula da origem do seu pensamento plástico. Foi a sua derradeira visita e fala no Rio Grande do Sul[2]. Conforme depoimento de Francisco Rio-pardense de Macedo ele se irritou profundamente com as perguntas improcedentes e ofensivas de alguns representantes da imprensa local.
Um documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS[1]
(da esquerda para a direita): Edvaldo Paiva, Luís Artur Ubatuba de Farias, Francisco Rio-pardense de Macedo, desconhecido, Tasso Bolívar Dias Corrêa, Oscar Niemeyer Soares Filho, Coronel Carlos Pandolfo, Sérgio Corrêa, Nelly Peixoto Martins, Desconhecido, Secretário do Instituto Nestor Cortes Paixão (Identificados por Francisco Rio-pardense de Macedo em 05.06.2002)
Fig. 51 –  A FORMATURA dos TRÊS PRIMEIROS URBANISTAS do BRASIL em CURSO SUPERIOR no dia 13 de abril de 1949, foi um do momentos culminantes do pensamento de Tasso Corrêa. Este soube transformar a sua aparente matriz burguesa  em complementariedade diante do pensamento de Oscar Niemeyer com matriz reconhecida e ostensivamente marxista. Evidente não há originalidade nesta complementariedade. Na época Juscelino Kubitschek - prefeito de Belo Horizonte – já havia confiado a Oscar Niemeyer a arquitetura da Pampulha e, depois como presidente, a arquitetura de Brasília. O meio de campo do URBANISMO coube a Lúcio Costa no Brasil e no Rio Grande do Sul a Ernani Corrêa seu colega de ENBA.

Em 1949 estava-se delineando a GUERRA FRIA que também jogou a cultura sul-rio-grandense num maniqueismo avassalador e reducionista, não só na pesquisa estética como na própria atualização da inteligência local. Conflito mundial que tirou o convívio e o pensamento de Eugen Gustav Steinhof[2] de Porto Alegre e da Escola de Engenharia da URGS.
O projeto de Tasso, da UNIVERSIDADE das ARTES, não se limitava a eventos, cursos e discursos. No mundo empírico Tasso Corrêa registrou no seu relatório, editado em agosto de 1956, que além a sua preocupação com o espaço físico, interessava também o conteúdo na forma de uma Pinacoteca:
Criação da primeira Pinacoteca pública do Estado. É importante a coleção de obras de arte que integram o patrimônio do Instituto. Figuram nela trabalhos dos maiores artistas brasileiros e alguns estrangeiros. A Galeria de Arte compreende: pintura (112 obras), Desenho (29), Gravura (19) e Escultura (29) num total de 189”.
Entre 1951-56 foram incorporadas 38 obras, segundo o relatório Tasso Corrêa relativo ao  Patrimônio artístico. Obras incorporadas ao patrimônio artístico do Instituto no quinquênio a que se refere o presente relatório: 24 pinturas, 4 esculturas, 4 gravuras, 4 desenhos e 2 peças decorativas”. As obras mais divulgadas da Pinacoteca do Instituto são as pinturas de Ângelo Guido, Castañeda, Maristany de Trias e Helios Seelinger e incorporadas, à Pinacoteca do IBA-RS, nessa época.
Nestas suas investidas mundo material o pensamento de TASSO CORRÊA ganhava forma e consistência. Porém quem lucrava, por tempo indeterminado, era a pesquisa, o ensino e a reprodução das Artes no Rio Grande do Sul. A sua institucionalização destas atividades era garantida pela materialização em prédios e edificações específicas para as Artes e usadas até os dias atuais para tal fim.



[1] - Livro de Atas de formatura do Curso de Arquitetura do Instituto de Belas Artes
SUMÁRIO dos
TEMAS da SÉRIE de POSTAGENS RELATIVAS ao PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA

163 – INTRODUÇÃO

01O PROBLEMA..
02 - HIPÓTESESE...
03 –.. OBJETIVOS

164 - FORMAÇÃO

04 - .O PENSAMENTO de TASSO CORRÊA e a sua ORIGEM FAMILIAR
05  - A FORMAÇÂO SUPERIOR de TASSO e ERNANI entre os anos de 1918 -1924
06 - INÍCIO da ATIVIDADE PROFISSIONAL  de TASSO e de ERNANI no RIO GRANDE do SUL
07 -  A REVOLUÇÃO de 1930 e as ARTES

165 - A UNIVERSIDADE BRASLEIRA e a ARTE


08 - A UNIVERSIDADE no HORIZONTE do BRASIL
09 - O CONFRONTO de 1933 - no THEATRO SÃO PEDRO
10 – O DISCURSO de TASSO CORRÊA como PARANINFO no THEATRO SÃO PEDRO em 24/10/1933

166 - PASSANDO para PRÁTICA

11 – A UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA
.12 – APOIO DOCENTE a TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA)


167 – O PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA EXPRESSO em CONTRATO INSTITUCIONAL

-13 – A LAVRA de um CONTRATO INSTITUCIONAL
-14 – A COMISSÃO  CENTRAL  RETIRA-SE  do CENÁRIO do IBA- RS

168 - ASSUMINDO as FUNÇÕES

. 15  – APOIO DISCENTE a TASSO CORRÊA
..16 - O CONTRATO CONTROVERSO de  FERNANDO CORONA
. 17 - O DIRETOR ASSUME suas EFETIVAS FUNÇÕES.

169 - O CONSTRUTOR

...18 - TASSO CORRÊA o CONSTRUTOR
. 19 - TASSO CORRÊA  CONSELHEIRO de EDUCAÇÂO e CULTURA do RIO GRANDE do SUL
  20 - TASSO CORRÊA PROPÔE a UNIVERSIDADE das ARTES

170- CULMINÂNCIA

   21 – A CULMINÂNCIA da ADMINISTRAÇÂO de TASSO CORRÊA
   22 – O 1º SALÃO PAN-AMERICANO e o 1º CONGRESSO BRASILEIRO de ARTE
   23 – Um DESFECHO INESPERADO

171 – CONCLUSÕES e LOGÍSTICA

CONCLUSÕES
FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS

SIMON, Círio -  Pensamento de Tasso Corrêa  (1901-1977)– Porto Alegre: monografia,  2016 ,
     130 fls -  com DVD,  nº do sistema bibliotecas as UFRGS 000994363

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