sexta-feira, 22 de abril de 2016

163 – O PENSAMENTO de TASSO CORRÊA



APONTAMENTOS do PENSAMENTO de
TASSO BOLÍVAR DIAS CORRÊA (1901-1977) nas CIRCUNSTÂNCIAS INSTITUCIONAIS da ARTE do RIO GRANDE do SUL

CÍRIO SIMON 


O TEMA desta NARRATIVA.

A investigação histórica admite, desde os primeiros passos, que o inquérito tenha já uma direção. De início está o espírito. Nunca, em ciência alguma, foi fecunda a observação passiva. Supondo, aliás, que seja possível
                                                                              Marc Bloch 1976, pp. 60/61.[1].



[1] BLOCH, Marc (1886-1944)  . Introdução à História. [3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa- América  1976  179 p.

TASSO, ERNANI CORREA e JOÂO FAHRION –por Aldo  Locatelli – 1958 – Salão de Festas 8ª andar do IA-UFRGS
Fig. 01 –  As figuras de TASSO CORRÊA, de seu irmão ERNANI DAS CORRÊA e do silencioso JOÂO FAHRION figuram numa das paredes do 8º andar do prédio d0 Instituto de Artes a Rua Senhor dos Passos, nº 248 de Porto Alegre. Prédio erguido pela comunidade local e nacional, ao longo da 2ª Guerra Mundial, graças à persistência, à visão econômica, social e política mantida coerente  transformados em  ações perceptíveis por estas três figuras de artistas. Tasso Corrêa permaneceu na direção do IBA-RS  de 1936 até 1958. Este pensamento permanece vivo, não só nas constantes e renovadas expressões de autonomia, mas no próprio espaçoo físico do prédio em pleno e renovado uso diário.


A presente série de postagens inicia no dia 22 de abril de 2016, data na qual o Instituto de Artes da UFRGS (IA-UFRGS) completa 108 anos de existência. Esta série dedica-se a estudar, sistematizar e socializar o pensamento de Tasso Corrêa um das suas múltiplas energias, problemáticas e realizações. Esta instituição deve, a este pensamento, múltiplas expressões de autonomia das artes, projetos e realizações que repercutem e são usados até a presente data.
O pensamento em ARTE possui pressupostos no seu estudo, sistematização e socialização problemas diferentes daqueles das CIÊNCIAS EXATAS. Estas prosseguem numa direção unívoca, linear e são cumulativas. Na medida em que a ARTE expressa o pulsar da vida e as suas circunstâncias passageiras o pensamento é sempre vivo mutante e múltiplo. As ARTES e as CIÊNCIAS possuem em comum o espírito humana expresso nos seus respectivos projetos e que tornam históricas a ambas.
O desafio do projeto da HISTÓRIA da ARTE é transformar EXPRESSÕES VIVAS e MUTANTES para conferir-lhes a FORMA da COMUNICAÇÃO humana. As narrativas da HISTÓRIA da ARTE sucedem-se, superam-se e tomam formas novas segundo o TEMPO, o LUGAR e SOCIEDADE nas quais são vividas, produzidas e reproduzidas. É um trabalho permanente, o que justifica plenamente a profissionalização do HISTORIADOR de ARTE.
Pretende-se encontrar vestígios do pensamento de Tasso Bolívar Dias CORRÊA, registrá-los e conferir-lhe uma narrativa mínima. Este pensamento se inscreve no TEMPO da 1ª metade do século XX.  O seu LUGAR é o Rio Grande do Sul. A sua SOCIEDADE de origem exibe tênues sinais da sua potencialidade para emergir no campo das forças das ARTES, pois ela é nova, confusa e ainda carente de um pacto coletivo.
Ao coletar estes dados, no mundo empírico,  robustece-se na hipótese do autor da presente narrativa, de que o pensamento, ou espírito de Tasso Corrêa tinha uma direção que movia e orientava seus projetos e ações. Direção que se interpreta como a busca de AUTONOMIA do campo da ARTE praticada no Rio Grande do Sul e com múltiplas expressões e iniciativas. EXPRESSÕES de AUTONOMIA conscientes das suas competências e dos seus limites.


O PENSAMENTO de TASSO BOLÍVAR DIAS CORRÊA

A busca dos vestígios do pensamento de Tasso Bolívar Dias CORRÊA é motivada na medida em que este personagem agiu no âmbito da institucionalização e na reprodução das Artes no Rio Grande do Sul. Esta busca de dados se encontra na esteira das pesquisas relativas à tese “ORIGENS do INSTITUTO de ARTES da UFRGS”[1]. Esta tese investigava as EXPRESSÕES de AUTONOMIA das ARTES no RIO GRANDE do SUL no processo de sua institucionalização e da sua reprodução.

Contorna-se a biografia de Tasso Corrêa para privilegiar os diversos horizontes, cenários e os percalços desta institucionalização e desta reprodução da ARTE no Rio Grande do Sul. O problema é  de um lado contornar, na presente narrativa, os percalços que se refletem na mitificação e a confusão entre o personagem e o IBA-RS. Do outro lado evita-se não ser arrastado para os abismos do silêncio nos quais a memória deste personagem está mergulhada como fruto da sua naturalização abusiva e até pelo seu descredito. Descrédito, naturalização e silêncio que se seguiram a retirada de Tasso Corrêa do cenário público e especialmente após o seu desaparecer.



[1] TESE: SIMON, Cirio  - Origens do Instituto de Artes da UFRGS: etapas entre 1908-1962 e contribuições nas constituição de expressões de autonomia dos sistema de artes visuais no Rio Grande do Sul Porto Alegre : Orientação KERN, Maria Lúcia Bastos .PUC - RS, 2003—570 p..- versão 2012. em DVD  Disponível digitalmente:  http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1

Fig. 02 –  As ações perceptíveis do pensamento de TASSO CORRÊA mostram maior intensidade  entre os primórdios da Revolução de 1930 e as vésperas do Golpe de 1964 Nesta etapa a maior visibilidade do seu pensamento está associada ao exercício do cargo de Diretor do IBA-RS que ele ocupou no período de 1936 até 1958.  Neste cargo desta instituição de ARTES ele era a instância superior e última no aspecto politico e econômico.

Esta entropia e obsolescência da memória é algo natural numa cultura na heteronomia ainda carente de um pacto ou um contrato cultural, econômico e social definido e unívoco. Culturas desta natureza vivem e se reproduzem no âmbito do seu parco e frágil conhecimento do seu próprio “AQUI e AGORA” e ao sabor das culturas hegemônicas. Estas culturas fortes tornam-se hegemônicas na medida em que ditam para as frágeis o que é possível pensar, querer e sentir mantendo-as na sua heteronomia por tempo que for possível e lhes derem lucro. Culturas hegemônicas que aproveitam o frágil espaço das inconscientes de si mesmas as quais impõem  os “SEUS” próprios valores de forma aberta ou subliminarmente. Culturas hegemônicas que impõem suas sobras e os restos do seu ontem.  Culturas hegemônicas que também rebaixam ao “LIXO da HISTÓRIA” aqueles que se dedicam à pesquisa e à reprodução deste descarte do seu ontem.
Em hipótese alguma se deseja transformar Tasso Corrêa em algo exemplar ou criar um mito. O seu pensamento é um precioso índice do TEMPO, do LUGAR e da SOCIEDADE com as suas instituições de ARTE possíveis nestas circunstâncias. Instituições de ARTE criadas antes de Tasso Corrêa e com o objetivo de durarem por “TEMPO INDETERMINADO” num ambiente pioneiro e adverso. Neste “TEMPO INDETERMINADO” a origem destas instituições pertence a uma etapa anterior a Tasso Corrêa e não se esgotaram com ele, pois na sua ausência elas continuam  produtivas.
Documento da pasta de Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS em 2005
Fig. 03 –  Este DOCUMENTO do ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UFRGS é coerente com a esperança de TASSO BOLÍVAR DIAS CORRÊA alimentava em relação Estado Nacional Brasileiro Esta esperança política se manifestava nas suas escolhas estéticas pessoais e que transmitia para aqueles que se aproximavam dele. O ano de 1931, quando esteve na frente da Sala Beethoven, os repertórios brasileiros e seus intérpretes acentuaram este traço de Tasso Corrêa e que provara que não era simples fachada.

O pensamento de Tasso Corrêa, que se deseja evocar aqui, se materializava numa somatória de expressões de autonomia da Arte. Expressões que alguém pode ver e perceber como exageradas, redundantes e retóricas. Porém no contraste, com o pensamento que ele enfrentou e tentou modificar, as suas expressões são necessárias para evidenciar paradigmas institucionais em nítido confronto daqueles que se vinham praticando até aquele momento. O IBA-RS continuou a expressar e trilhar múltiplas veredas - também após Tasso Corrêa -  que não cabem nos paradigmas do pensamento defendidos por ele. A prova disto é o rápido esquecimento a que foi submetido o pensamento de Tasso Corrêa por aqueles que o seguiram, mesmo no cargo da direção do IBA-RS. 

Fig. 04  –  O acervo dos DOCUMENTOS do ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UFRGS no dia 12 de dezembro de 1995.  Este acervo é formado por muitos documentos guardados e   cuidados pela administração de Tasso Corrêa. Este remetia para este Arquivo toda comunicação recebida e as minutas dos documentos emitidos além dos documentos próprios ou atinentes ao Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul.
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Os documentos, os testemunhos e as obras de personagens do pretérito constituem um estorvo senão algo inútil e descartável para uma cultura mergulhada na heteronomia de paradigmas hegemônicos.  Para uma cultura na heteronomia constituem uma carga estranha, pesada e de difícil manejo, na melhor das hipóteses. Estas mentes dominadas buscam e preferem as facilidades oferecidas pelas sobras brilhantes dos restos oferecidos pelas culturas alheias. Sobras brilhantes e ruidosas que abafam os interesses políticos, que obscurecem os valores sociais, alienam do trabalho e da economia locais. A propaganda e o marketing de paradigmas hegemônicos constrangem o estudo, a divulgação e a reprodução dos valores locais. Valores desqualificados pelas máquinas do apelo, da propaganda e da facilitação do dominador.
As formas das instituições e de uma civilização são índices dos valores que uma cultura cria conserva e reproduz. No contraponto existe a explosão solitária de um dos seus agentes que lança brilhos fugazes nas suas circunstâncias. Luzes que rapidamente se diluem na entropia geral e na obsolescência programa por obra de culturas que se querem impor-se às demais. Conseguem êxito neste projeto graças ao seu trabalho continuado. A ERA PÓS-INDUSTRIAL investe no trabalho nestes espaços simbólicos nos quais desponta o fenômeno da ARTE como algo que irá permanecer na fugacidade de explosões solitárias que se renovam sem cessar.
As narrativas transformam em complementariedade a contradição entre a fugacidade das EXPRESSÕES de ARTE e em permanência no MUNDO da COMUNICAÇÃO.  MUNDO da COMUNICAÇÃO que necessita se reconstruir permanentemente por meio das formas institucionais da civilização humana.
No contraditório é necessário reconhecer que as necessidades básicas precárias estão estereotipadas no MUNDO da COMUNICAÇÃO e, na prática estão mal supridas no Rio Grande do Sul. Esta precariedade e esta subordinação ao discurso vazio ainda estão presentes, ativas e são determinantes das suas formas culturais locais e nacionais neste Estado brasileiro periférico. Contudo existe a hipótese de um potencial circuito virtuoso entre a ARTE e as NECESSIDADES BÁSICAS. Ambas são HUMANAS.  A CULTURA de um povo pode-se reconhecer pela sua mesa ou pela forma desta criatura humana satisfazer as suas necessidades básicas. Como observou André Malraux CULTURA se expressa na forma como um operário espanhol prepara e serve uma omelete, como seu almoço, na hora do intervalo no trabalho.
Fig. 05 –  O acervo dos DOCUMENTOS do ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UFRGS no dia 19 de dezembro de 1995 um semana após a foto anterior  Este Acervo, depois de peregrinar por diversas ambientes,  foi depositado no subsolo de um prédio comercial anexo, integrado e comprado pelo IBA-RS em 1962. Portanto após a administração de Tasso Corrêa
As inundações foram sistemáticas,  pois não tinha escoamento de água servida ou pluvial e ficava abaixo da linha da calçada da rua em frente ao prédio do IBA-RS. Ali permaneceu entre 1962 até 1999, quando foi transferido para uma sala arejada de 300 m² do antigo Prédio da Faculdade de Medicina da UFRGS. 

Esta perspectiva é que anima os objetivos do presente projeto. Perspectiva na qual não se espera milagres duma universidade quando ela não possui projeto, profissionais qualificados e nem verbas especificas, para o cultivo de sua própria memória institucional.  Memória que o voluntarismo e o populismo inflam como um balão que se precipita pelo caminho da entropia e que não possui outro sentido além dos eventos comandados pelo marketing e propaganda oca do MUNDO da COMUNICAÇÃO.  Propaganda e marketing que restringe e empacota esta universidade numa avaliação numérica. Universidade que esgota o seu potencial no leque da manutenção de CURSOS SUPERIORES PROFISSIONALIZANTES obsoletos. Ao FAZER seu TRABALHO na penosa manutenção de CURSOS SUPERIORES  PROFISSIONA-LIZANTES obsoletos estas instituições restringem os seus projetos, e as suas ações ao âmbito obsolescência programada da ERA INDUSTRIAL. De outra parte estes CURSOS SUPERIORES comprometem o seu potencial com profissões transitórias para as quais elas apregoam cultivar e fornecer mão de obra. Mão de obra obsoleta para as condições do AQUI e do AGORA.
Contornam-se, aqui, os termos “MODERNO” e “CONTEMPORÂNEO” preferindo os termos “ERA INDUSTRIAL” e “PÓS-INDUSTRIAL”[1]. O pensamento de Tasso Corrêa esteve ativo e  coerente com a lógica unívoca, linear da “ERA INDUSTRIAL” comandada por um SISTEMA com entrada, elaboração, descartes e circulação de produtos da máquinas. O pensamento de Tasso Corrêa apagou-se e se calou antes da emergência das primeiras afirmações, realizações da “ERA PÓS-INDUSTRIAL” e das comunicações e produtos numéricos digitais. O trabalho logístico, do presente texto, consiste em trazer o pensamento de TASSO CORRÊA para a rede mundial da “ERA PÓS-INDUSTRIAL”.



[1] Lúcio Costa questiona o termo “MODERNO” e prefere  a concepção de ERA INDUSTRIAL
OLHAR ELETRÔNICO  vídeo do ano de  1985 –  Arquitetura ¿“Moderna” ou da “ERA INDUSTRIAL”? em:

Os documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS em 2005
Fig. 06 –  O acervo dos DOCUMENTOS do ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UFRGS instalado numa das salas do prédio histórico da Faculdade de Medicina da UFRGS. Este prédio é destinado, no futuro, a abrigar o Instituto de Artes. Esta transferência foi realizada por profissionais da arquivologia a partir de 1999. Este trabalho de transferência, adequação da sala, descarte  e começo da sistematização profissional estendeu-se até 2005. Porém só foi possível por meio do trabalho dedicado de profissionais qualificados e arquivistas com um belo currículo. A origem deste acervo deste arquivo foi possível graças a ação da Comissão Central do IBA-RS – dirigida por secretários do governo do Estado do Rio Grande do Sul e pela ação de Tasso Corrêa que administrou o IB-RS entre 1936 e 1958.

A pergunta, que percorre esta investigação é ¿ como, quando e onde Tasso Corrêa teve êxito ao transformar em  complementariedades as suas contradições e obstáculos? . A narrativa das respostas a esta pergunta pode ajudar a esclarecer e dimensionar o problema da mitificação e da confusão entre Tasso Corrêa e o IBA-RS
Os simples dados – ou o seu conjunto - pouco ajudam na solução deste problema. Trabalha-se na direção de que o pensamento de Tasso Corrêa flui, frutificará e se reproduzirá potencialmente na medida em que ele é transportado para a rede mundial. Nesta transposição - da “ERA INDUSTRIAL” para a “ERA PÓS-INDUSTRIAL” - ele se transforma em componente e em COMPLEMENTAR de algo novo e inovador. Mesmo que esta potencialidade complementar permaneça no âmbito do MUNDO da MEMÓRIA humana, ela armazena energias a serem transpostas oportunamente para um novo AQUI e AGORA. Este pensamento mostra no extremo, àquilo que ainda não é possível fazer neste novo campo, ainda confuso e carente de um pacto coletivo. O pensamento e o exemplo de Tasso Corrêa evidenciam aquilo que as forças das ARTES podem esperar e realizar neste campo carente de um pacto coletivo, confuso e novo.
Para criar forma, para este conteúdo, é possível captar e registrar expressões do pensamento de Tasso Corrêa numa revisão dos documentos e da parca e dispersa bibliografia institucional. Esta revisão, documental e bibliográfica, busca expressões que evidenciam - no sentido amplo - a soma de energias para vencer as principais lutas para implantar, manter e reproduzir o ENSINO APRENDIZAGEM das ARTES num estado periférico e sem grandes e consolidadas tradições institucionais nesta área. Porém este pensamento de Tasso Corrêa possui um rumo desde o início. O rumo de seu pensamento orientou-se e operou coerente com a ERA INDUSTRIAL para a qual ele atingiu a concepção de uma UNIVERSIDADE das ARTES e de um MINISTÉRIO das ARTES ancorados na crença de um ESTADO NACIONAL imune de contradições e de eventual obsolescência.
A narrativa, que se inicia aqui, também é mais um desafio para buscar os documentos, os arquivos, os museus, os testemunhos e as obras de personagens do pretérito de Porto Alegre e que dizem respeito a Tasso Corrêa. Este desafio constitui outra ocasião de transformar a contradição em complementariedade. Se estes documentos suas instituições e seus  testemunhos forem  mantidos e estáticos no passado serão uma contradição. Quando lidos a partir do AQUI e do AGORA se transfiguram em complementariedade.  A ótica do projeto da complementariedade permite alargar as circunstâncias da autonomia desta cultura. Autonomia na contramão da heteronomia da ATUALIZAÇÃO dominada pela INTELIGÊNCIA ALHEIA na qual são um estorvo e mais uma cultura inútil do que uma ajuda ou sentido. Complementariedade quando neles se perceber os fundamentos do DIREITO a uma autonomia PESQUISA ESTÉTICA NACIONAL e REGIONAL. Complementariedade que permite objetivar a sua coerência com o seu TEMPO, seu LUGAR e a sua SOCIEDADE de origem.
Nesta distinção - entre PESQUISA e ATUALIZAÇÃO - segue-se a  proposta de Mário de Andrade[1] para a UNE.

O direito permanente à pesquisa estética; a atualização da inteligência artística brasileira; e a estabilização de uma consciência nacional [..] A novidade fundamental, imposta pelo movimento, foi a conjugação dessas três normas num todo orgânico da consciência coletiva (Andrade, 1942, p.45)
A síntese da Semana de Arte Moderna de 1922, realizada, em 1942, por Mário da Andrade para UNE não era estranha para Tasso Corrêa. O CTA pautou posteriormente e aprovou a ida de dois estudantes do IBA-RS para o Congresso da UNE, de 1942[2], onde esta conferência, não só havia sido lida por Mário, mas também foi impressa.
Neste particular percebe-se, no pensamento de Tasso Corrêa, os fundamentos do DIREITO a uma autonomia PESQUISA ESTÉTICA NACIONAL e REGIONAL.  PESQUISA ESTÉTICA orientada e operando de forme coerente com a ERA INDUSTRIAL. Porém a ultrapassou esta ERA ao apostar no campo virtual da concepção de uma UNIVERSIDADE das ARTES e de um MINISTÉRIO das ARTES. Não vieram ao mundo empírico,  pois o ESTADO NACIONAL ainda se considera imune de contradições e de eventual obsolescência e se recusa a mergulhar nas circunstâncias da ERA PÓS-INDUSTRIAL.
Vislumbra-se um caminho e os meios significativos para transformar em complementariedade as eventuais contradições entre a ERA INDUSTRIAL e a ERA PÓS-INDISTRIAL. O PENSAMENTO de TASSO CORRÊA parece oferecer esta oportunidade. É esta direção que este inquérito persegue. Porém  neste fértil tema  muitas outras vertentes e direções são possíveis
A direção do presente inquérito  irá se evidenciar na lista das postagens a seguir enumeradas.



SUMÁRIO dos

TEMAS da SÉRIE de POSTAGENS RELATIVAS ao PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA

Epígrafe: Uma AULA de AUTONOMIA de um ARTISTA.

163 – INTRODUÇÃO

01O PROBLEMA..

02 - HIPÓTESESE...

03 –.. OBJETIVOS
164 - FORMAÇÃO


04 - .O PENSAMENTO de TASSO CORRÊA e a sua ORIGEM FAMILIAR

05  - A FORMAÇÂO SUPERIOR de TASSO e ERNANI entre os anos de 1918 -1924

06 - INÍCIO da ATIVIDADE PROFISSIONAL  de TASSO e de ERNANI no RIO GRANDE do SUL

07 -  A REVOLUÇÃO de 1930 e as ARTES

165 - A UNIVERSIDADE BRASLEIRA e a ARTE

08 - A UNIVERSIDADE no HORIZONTE do BRASIL

09 - O CONFRONTO de 1933 - no THEATRO SÃO PEDRO

10 – O DISCURSO de TASSO CORRÊA como PARANINFO no THEATRO SÃO PEDRO em 24/10/1933


166 - PASSANDO para PRÁTICA


11 – A UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA
.12 – APOIO DOCENTE a TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA)


167 – O PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA EXPRESSO em CONTRATO INSTITUCIONAL


-13 – A LAVRA de um CONTRATO INSTITUCIONAL
-14 – A COMISSÃO  CENTRAL  RETIRA-SE  do CENÁRIO do IBA- RS


168 - ASSUMINDO as FUNÇÕES


. 15  – APOIO DISCENTE a TASSO CORRÊA
..16 - O CONTRATO CONTROVERSO de  FERNANDO CORONA
. 17 - O DIRETOR ASSUME suas EFETIVAS FUNÇÕES.


169 - O CONSTRUTOR


...18 - TASSO CORRÊA o CONSTRUTOR

. 19 - TASSO CORRÊA  CONSELHEIRO de EDUCAÇÂO e CULTURA do RIO GRANDE do SUL

  20 - TASSO CORRÊA PROPÔE a UNIVERSIDADE das ARTES

170- CULMINÂNCIA


   21 – A CULMINÂNCIA da ADMINISTRAÇÂO de TASSO CORRÊA

   22 – O 1º SALÃO PAN-AMERICANO e o 1º CONGRESSO BRASILEIRO de ARTE

   23 – Um DESFECHO INESPERADO

171 – CONCLUSÕES e LOGÍSTICA



CONCLUSÕES

FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS


ABREVIAÇÕES usadas nestas POSTAGENS

CAP-IBA-RS: Curso de Artes Plásticas do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul (1936-1970)
CTA-IBA-RS: Comissão Técnica Administrativa do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul (1936-1962)
CC-IBA-RS: Comissão Central  do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul (1908-1939)
DAV-IA-UFRGS: Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS (1968... até hoje)
EA-IBA-RS:  Escola de Artes do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul (1910-1936)
ENBA: Escola Nacional de Belas Artes ( 1889-1931) sucessora da Imperial Academia de Belas Artes (1826-1889)
IA-UFRGS: Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1968... até hoje)
IBA-RS: Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul (1908-1962)
ILBA-RS: Instituto Livre de Belas Artes do Rio Grande do Sul (1908)
MARGS: Museu da Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
MEC: Ministério de Educação e Cultura (1953 até 1985 com criação do Ministério da Cultura)
MESP: Ministério de Educação e Saúde Pública (1930-1953)
PM-POA: Prefeitura Municipal de Porto Alegre
RS: Rio Grande do Sul
SEC-RS: Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul
UPA: Universidade de Porto Alegre
UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
URGS: Universidade do Rio Grande do Sul (abrangendo  Porto Alegre- Pelotas – Santa Maria



[1]- ANDRADE, Mario O movimento modernista: Conferência lida no salão de Conferências da Biblioteca do Ministério das Relações Exteriores do Brasil no dia 3 de abril de 1942. Rio de Janeiro :Casa do Estudante do Brasil, 1942, 81 pp.
Esta conferência evocava os resultados culturais da Semana de Arte Moderna de 1922. Mario da Andrade havia sido umas das figuras centrais desta Semana. Ele se indispusera em 1938 com o Estado Novo. A conferência ocorria no auge desta ditadura que entrava em guerra com o Eixo. Mário coloca a nacionalidade como primeiro principio os concluía com busca da construção de uma consciência coletiva. A biblioteca do IA-UFRGS possui um original deste livro e intensamente anotado a lápis

[2]    “d) .. os representantes do Centro Acadêmico deste Instituto - aluno Tito Alberto Gobato e Adherbal Livi d’Avila - seguiram para o Rio de Janeiro, para tomar parte no Congresso Nacional de Estudantes” Livro de Atas do CTA-IBA-RS 29ª reunião,  em 15.09.1942, folhas 16 (verso) e 17 (frente)..

SIMON, Círio -  Pensamento de Tasso Corrêa  (1901-1977)– Porto Alegre: monografia,  2016 ,
     130 fls -  com DVD,  nº do sistema bibliotecas as UFRGS 000994363

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