O PENSAMENTO de
TASSO BOLÍVAR DIAS CORRÊA
ASSUME as FUNÇÕES de LÍDER.
. 14 – APOIO DISCENTE a TASSO CORRÊA
..15 - O CONTRATO
CONTROVERSO de FERNANDO CORONA
. 16 - O DIRETOR ASSUME suas EFETIVAS FUNÇÕES.
Alice SOARES realiza, ao vivo, o retrato de Tasso
Corrêa – Revista da Globo, nº 242, dia -26.06.1943, p. 20
Fig. 36 – Alice
SOARES foi docente do IBA-RS e com carreira de artista plástica profissional em
PORTO ALGRE Sob a administração de Tasso Corrêa cuidou de projetos dos seus colegas e depois dos seus estudantes
para terem uma visão do mundo da arte por meio de visitas presenciais para
países do Rio da Prata e do Brasil. Era
prima do cantor brasileiro Dorival Caimi.
14 – APOIO
DISCENTE a TASSO CORRÊA.
Tasso Corrêa percebeu e
ativou eficazmente o espaço discente no IBAR-S. Ele próprio conferiu um corpo
institucional para esta representação no dia 03 de junho de 1932. Agiu como
estudante da Faculdade de Direito de Porto Alegre, sob a batuta jurídica do Desembargador
André da Rocha e amparado legalmente no Decreto Federal Nº 19.851, de 11 de
abril de 1931. Este mesmo corpo institucional, dos estudantes do IBA-RS, foi
imediatamente acionado, no dia 24 de outubro de 1933, após a demissão sumária
do paraninfo. Este Centro Acadêmico
tomou o seu nome no dia 24 de setembro de 1943.
Na sessão do dia 28 de junho de 1943 as atas
registraram um voto de agradecimento à Alice Soares pelo retrato: “c- Foi
apresentado o retrato do Dr. Tasso, patrono de nosso Centro, feito pela colega
Alice Soares do 4º ano de Artes Plásticas. Aqui deixo lavrado um voto de louvor
e gratidão, em nome do Diretório, à colega Alice A. Soares, pela magnífico
trabalho”. ·
O nome do Centro Acadêmico Tasso Corrêa (CATC)
rende homenagem ao nome abreviado de Tasso Bolívar Dias Corrêa. Os estudantes
do IBA-RS seguiram a tradição, na atribuição do nome de sua entidade de classe,
de render homenagem a um dirigente da instituição e costume de outras entidades
estudantis de Porto Alegre. Os
estudantes do IBA-RS seguiam, neste gesto. o exemplo da Faculdade de Medicina e
de Direito de Porto Alegre que se denominam respectivamente Sarmento Leite e
André da Rocha [1].
[1] - O Centro Acadêmico da
Faculdade de Medicina rendia homenagem a um dos seus diretores na pessoa de
Sarmento Leite. O da Faculdade de Direito foi dedicado ao seu diretor (1904-1935) Manoel André da Rocha, em 1942, ano do seu
falecimento. Ambos foram membros ativos do CC-ILBA-RS.
Um documento da administração Tasso
Corrêa aos cuidados e guardados no
Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 37 – Tasso
Corrêa recebe estudantes e professores do INSTITUTO de BELAS ARTES do RS na sua
residência situada na esquina da Avenida 24 de Outubro com Av. Felix da Cunha
POA-RS. Esta personalização das relações administrativas, docentes,
familiares e pessoais constitui um traço herdado por Tasso Corrêa da sua
educação no Regime da Republica Velha no qual estes hábitos não conheciam
limites e facilmente se misturavam para o bem e para o mal .
15 - O CONTRATO CONTROVERSO de FERNANDO CORONA.
O contrato de Fernando
Corona como professor de um pretendido Curso Superior foi um ato de alta
coragem e ousadia da parte de Tasso Corrêa. Fernando Corona não escondia de
ninguém que a sua formação escolar não tinha ido além da 4ª série primária.
Porém ele possuía uma intensa vida intelectual e cultural reconhecida por todos
e expresso num vasto currículo materializado nas suas obras arquitetônicas e
escultóricas.
Um documento da administração Tasso
Corrêa aos cuidados e guardados no
Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 38 – A
experiência no mundo imobiliário sul-rio-grandense e arquitetônico de Fernando
Corona foram de extrema valia para o pensamento de Tasso Corrêa se materializar
em realizações arquitetônicas. Tasso Corrêa, como músico, soube
reconhecer os seus limites nas ARTES PLÀSTICAS. As supriu com a ação de Ernani
Corrêa, de Joseph Lutzenberger, Edivaldo Piava e mediados por Fernando Corona. Por sua vez,
este time, trouxe, aos cursos Técnicos e Superiores do IBA-RS, uma plêiade de
docentes e estudantes que marcaram época em Porto Alegre.
Nesta primeira sessão do Conselho Técnico
Administrativo do IBA-RS, integrado na Universidade de Porto Alegre, estão
presentes apenas professores e docentes do Curso de MÚSICA – antigo
Conservatório. A eles foi submetido o concurso e o contrato de professores de
ARTES PLÁSTICAS – antiga Escola de Artes. Tasso Corrêa –sob o conselho Manoel André da Rocha- havia eliminado as suas respectivas diretorias e concentrando
estas direções em suas mãos.
Manoel André da Rocha já
havia renunciado ao cargo de reitor da UPA na data desta sessão do CTA do IBA-RS, em protesto contra o ESTADO NOVO. Ele seguia a esteira do José Antônio
FLORES da CUNHA[1]
que diante das ameaças da implantação do Estado Novo[2]
renunciara ao seu cargo de governador do Estado do Rio Grande do Sul para o
qual tinha sido eleito em abril de 1935. Ele havia sido interventor, entre 1930
até 1935, período no qual assinou a fundação da UPA.
A leitura desta ata do CTA-IBA-RS é um índice do clima político e social do Estado Novo com as ações e
reações no campo das Artes. Neste clima é coerente o discurso de Tasso Corrêa
que transfigurava “UM VOTO” numa “MERA EXPRESSÃO
PESSOAL” e sem arrependimento ou consequências para um decisão que ele já
tomara antes.
Termo de abertura
LIVRO de ATAS nº I do Conselho Técnico
Administrativo(CTA) do IBA-RS
Servirá este livro para nelle serem lavradas as actas das sessões
ordinárias e extraordinárias do Conselho Technico Administrativo deste Instituto.
Contém o mesmo 50 (cincoenta) folhas numeradas d-*e um a cincoenta, rubricadas
com a rubrica Tasso que uso.
Instituto de Bellas Artes da Universidade de Porto Alegre, aos 25 de
abril de 1938.
Tasso Corrêa
Director
Folhas 01 até 05 frente e
verso
Acta da primeira sessão ordinaria do Conselho
Téchnico Administrativo.
Em
25-IV-1938
Aos 25 (vinte e cinco) dias de abril, mil
novecentos trinta e oito, às vinte
horas, no gabinete da direcção do Instituto de Bellas Artes da Universidade de
Porto Alegre, no prédio onde funciona, presentes o senhor doutor Director e os
senhores professores conselheiros Oscar Simm, Antonio Tavares Côrte Real e Nair
Sgrillo, especialmente convocados na
forma do Regulamento, realizou-se a
primeira sessão ordinária do Conselho Technico Administrativo com a seguinte
Ordem do Dia: a) contracto dos professores Luiz Maristany de Trias, José
Lutzenberger e Fernando Corona; b) proposta de aquisição de um piano de cauda; c)
organização dos programas e instruções para a realização dos proximos concursos
de professor cathedráticos; d) requerimento da alumna Manoela Alves de Oliveira
solicitando novo exame. Declarados abertos os trabalhos pelo diretor que, na
fórma da Regulamento, os presidia, pediu a palavra o
conselheiro professor Antonio Tavares Côrte Real para dizer o
seguinte. “Snr. Presidente. Com o
offício de dois do mez de Abril corrente, que V. Excia se dignou ouvir-me, considero-me
officialmente scientificado da minha nomeação para membro do Conselho Technico
Administrativo desta casa. Aceitando tal cargo, faço-o em cumprimento de um
dever, imposto pela confiança a mim outorgada pela emérita Congregação deste
Instituto e pelo benemérito Governo do Estado. Da arduosidade do cargo
dir-nos-à a complexidade dos assumptos a tratarmos. Entretanto, senhor Presidente, sinto-me confortado pela certeza
de que V. Excia e os illustres collegas que integram este Conselho, manterão
invariavelmente uma conducta de nobreza, mesmo quando, por ventura, a convicção
de qualquer for abalada por argumento de
mais solida razão. Congratulo-me com V. Excias e com os meus illustres collegas, pela instalação
dos trabalhos deste Conselho. Disse.” -
Terminado, o conselheiro Antonio Tavares Côrte Real requereu que, ouvidos os
outros membros do Conselho, fossem as suas palavras transcriptas na acta da
sessão. Posto o requerimento a votos foi elle approvado, motivo por que se faz
a transcripção acima. Ninguem mais desejando fazer uso da palavra, o senhor doutor
Presidente declarou que se passava á Ordem do Dia. “Tratando do primeiro
assumpto constante da ordem do dia, o snr. doutor Director disse que ha cerca de treis meses, providenciando no
preenchimento provisorio de treis cadeiras vagas do Curso de Artes Plasticas e
julgando ser do interesse do Instituto
de Bellas Artes que essas cadeiras fossem entregues a artistas de nomeada,
capazes de, pelo seu valor e trabalhos profissionaes, tornar mais
prestigioso o estabelecimento como, aliás,
já acontecera no anno anterior, em que algumas dessas cadeiras foram, com
grande proveito para o ensino, entregues a profissionaes de innegavel conceito,
que, porém, por força da lei das accumulações, optaram por cargos em que tinham
maiores vantagens e estabilidade, resolvera indicar para as cadeiras de
“Anatomia Artistica”, “Geometria Descritiva e Perspectiva e Sombras” e “Esculptura e Modelagem”,
respectivamente os senhores Luiz
Maristany de Trias, Dr. José Lutzenberger e Fernando Corona, cujas
credenciais, na sua opinião, justificavam
plenamente essa indicação. Animado pois, unicamente, pelo proposito de bem
attender aos interesses do ensino do Instituto, indicara ao Governo os nomes
dos citados profissionais, vastamente conhecidos através dos seus trabalhos. Continuando
na sua exposição, o senhor doutor Director explicou que, depois de haver o
expediente transitado pelas repartições competentes, foi autorisada a lavratura
dos contractos em questão, por despacho do senhor doutor Secretario da Educação
e Saúde Pública, datado de 12 do mezcorrente. Entretanto, embóra se tratasse de
assumpto tratado por elle,
Director, antes da nomeação do
Conselho, trazia-o a esta reunião, por isso que havia recebido do snr. doutor
Reitor da Universidade um officio, datado de 22 do corrente, no qual referindo-se ao despacho
do snr. doutor Secretario da Educação e Saúde Pública mandando lavrar os
contractos com os profissionais indicados, determinava fossem essas indicações
ratificadas pelo Conselho Technico Administrativo, conforme precceitúam os
Estatutos da Universidade. Assim, embóra fosse sua opinião pessoal a de que
esse assumpto, por ter sido resolvido antes da Constituição do Conselho,
escapava à alçada do mesmo, o submettia á ratificação dos senhores
conselheiros, em atenção ás determinações da Reitoria. Posto o caso em votação,
o senhor conselheiro Antonio Tavares Corte Real pediu a palavra e disse o
seguinte: “Justificação de meu voto sobre o contacto dos professores Fernando
Corona, José Lutzenberger e Luis Maristany de Trias, respectivamente para as
cadeiras de “Esculptura e Modelagem” “Geometria descritiva e Perspectiva e
sombras”e “Anatomia Artística”. Considerando inoportuno, por prejudicar o
interesse dos alumnos, a abertura de concurso de títulos no presente momento,considerando
estarem já abertos os concursos de titulos e de provas para o preenchimento normal das cadeiras em questão, concordo com a indicação desses senhores,
apesar de discordar sobre o criterio
seguido em sua escolha, visto ter a Reitoria dirigido instruções a todos os
Institutos da Universidade, relativos ao provimento das cadeiras vagas, determinando que se abrisse
concurso de tí tulos para a seleção dos candidatos a contracto. Apesar de existir
um decreto do Governo Federal, permitindo a inscripção de candidatos
profissional, digo, candidato sem Diploma profissional, para concursos de
musica ou artes plásticas, julgo que só deveriamos lançar mão de taes prerrogativas
em casos excepcionais. Este é o caso do aproveitamento do snr. Fernando Corona,
indicado para a cadeira de “Esculptura e Modelagem”. Levando em conta o seu
inconfundível valor artístico, e não existindo em nosso Instituto, tal cadeira,
não há possibilidade de prejudicar alumnos formados por esta casa, saudo,
portanto de indiscutivel justiça, a sua indicação”. Em seguida tomou a palavra o conselheiro
Oscar Simm, e disse que estava plenamente de acordo com as indicações feitas. A
conselheira Nair Sgrillo, tomou a palavra, declarou que estava de accordo, mas
protestava justifi- car o seu voto, o que faria na proxima reunião. Tomando
novamente a palavra, o doutor Director disse que lembrava aos senhores
conselheiros, que se tratava de assumpto encaminhado por elle antes da
constituição do Conselho e já resolvido pelo Governo do Estado. Ratificadas
assim, as indicações em referência, passava-se ao segundo caso da Ordem do
dia. X [.....]
-
Por ultimo, passou-se ao caso dos
programas e instruções para os concursos
de
professores cathedraticos do Curso de Artes Plásticas. Sobre esse assumpto
ficou resolvido que os Conselheiros estudassem mais detidamente o caso,
marcando-se uma sessão extra- ordinaria para esse fim, e a qual se realizaria
no dia 28 do corrente, quinta-feira proxima, ás 20 horas.Não havendo mais nada
a tratar, o doutor Diretor, encerrou os
trabalhos, levantando a sessão. Do que tudo, para constar eu, Secretario,
lavrei esta acta, que subscrevo. Waldemar Max Lubke, secretario. Tasso Correa Diretor Oscar Simm Antonio T. Côrte Real Nair
Sgrillo
[1] José Antônio Flores da Cunha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Ant%C3%B4nio_Flores_da_Cunha
[2] ESTADO NOVO e JOSÉ ANTÒNIO FLORES da CUNHA em http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=1153&id_coluna=14
Um foto anexa a um documento das
anotações de Fernando Corona aos cuidados
e guardados no Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 39 – O
acervo das obras de arte na sala de Modelagem e Escultura de Fernando Corona
forma um verdadeiro museu e de referências estéticas com o ambiente cultural de
Porto Alegre Em relação ao pensamento de Tasso Corrêa constituem uma
referência material do ambiente das artes visuais que se praticaram e se constituíram ao longo da sua
administração.
Acta
da primeira extraordinária do Conselho Technico
Administrativo - em 28-IV-1938 - folha 4 verso
Aos vinte e oito dias do mez
de Abril de mil novecentos e trinta e oito, as vinte horas, no gabinete da
direcção do Instituto de Bellas Artes da Universidade de Porto Alegre no predio
em que funciona, presentes o snr. doutor Director e os snrs, professores
conselheiros Oscar Simm, Antonio Tavares Côrte Real e Nair Sgrillo,
especialmente convocados na forma regulamentar realizou-se a primeira sessão
extraordinária, do Conselho Technico Admisnitrativo com a seguinte Ordem do
Dia:Organização dos programas e instrucções para os próximos concursos de
professores cathedraticos do Curso de Artes Plasticas. Declarados abertos os
trabalhos da 1ª sessão extraordinaria
pelo doutor director que, na forma regulamentar os presidia, este ordenou a
leitura da acta da sessão anterior, o que foi feito por mim, secretario.
Terminada a leitura foi a acta posta em
votação. Concedida a palavra á conselheira
professora Nair Sgrillo, para fazer a justificação do seu voto, pelo que
protestara na sessão anterior. Explicando essa Conselheira que, embóra tenha
dado o seu voto favoravel ao contracto dos professores Luiz Maristany de Trias,
José Lutzenberger e Fernando Corona, para o curso de Artes Plasticas,
subordinando, porém, esse voto a uma justificação reflectira melhor sobre o
assumpto resolvendo fazer a sua ressalva nos seguintes termos: “Snr.
Presidente. Não tendo sido exigido o concurso de títulos para as cadeiras de
“Anatomia artística”, “Geometria descriptiva e Perspectiva e sombras” e
“Esculptura e Modelagem”, medida que reputo justa por facilitar o ingresso no
Instituto de elementos optimos que possuimos, dou, como membro do C.T.A. o meu
parecer. Considerando abertos os concursos de provas para o preenchimento
definitivo das cadeiras em questão, não estou de acordo com o contracto dos
professores Luiz Maristany de Trias, José Lutzenberger e Fernando Corona, pois
a mudança de professor quasi sempre implica em mudanças de methodo, o que virá
acarretar grandes prejuizos aos alumnos. Sou pois de opinião do adiamento de
mais quatro mezes no ensino dessas disciplinas, até seu preenchimento
definitivo com o concurso de provas” ”. Pelo snr doutor director foi dito que
esclarecia á conselheira professora Nair Sgrillo que o praso de quatro meses
éra unicamente para inscripção dos candidatos, de fórma que o preenchimento das
cadeiras iria durar mais algum tempo necessário ao julgamento dos titulos e
realização das próvas, além disso tendo esse assumpto sido votado na sessão
anterior e não constando mais da ordem do dia, a justificação iria constar da
acta, porém não como voto, mas como expressão da opinião da referida
Conselheira”...[...]
16 - O DIRETOR ASSUME as suas EFETIVAS FUNÇÕES.
O IBA-RS teve no
período, entre 28 de outubro de 1934 e 05 de janeiro de 1939, TRÊS DIREÇÕES
SIMULTÂNEAS e sobrepostas. Cada uma delas tinha paradigmas, objetivos e
contextualizações diferentes. A Comissão Central (CC-IBA-RS) era legalmente uma
associação nos moldes da Republica Velha, bastava a si mesma e o seu objetivo
era aquele de amadores da arte. A Universidade de Porto Alegre (UPA) era um
conglomerado institucional das antigas associações de cursos superiores
profissionalizantes. Associações de profissionais com imensa dificuldade para
perceber aquilo que é diferente das respectivas áreas. Cada uma delas estava
voltada sobre si mesma e na preparação de profissionais de sua própria área.
Incapazes de perceber o seu próprio tempo e lugar. Incapacidade que resultou numa
das causas da renúncia do primeiro reitor da UPA após um ano sua posse efetiva
neste cargo.
A
CONGREGAÇÃO do IBA-RS no dia 06 de janeiro de 1939. Diário de Noticias
– Porto Alegre - dia 08.01.1939 p. 10
Fig. 40 – Com a
expulsão do IBA-RS da UPA e a entrega do poder e patrimônio à Congregação do IBA-RS abria-se uma nova etapa de expressões de autonomia iniciava com este grupo
de docentes. De um lado era personalização do poder que se originava na instituição
de artes e no outro extremo a conexão direta com o núcleo do poder nacional sem
depender de mediadores, atravessadores ou auto titulados como autoridades, porém sem experiência ou
conhecimento do campo estético.
Os
docentes efetivos do campo de Artes constituíam uma terceira DIREÇÃO SIMULTÂNEA
e candidata a este comando. Os
professores do IBA-RS estavam emergindo neste meio como uma nova força e
constituída e representada legalmente na forma de congregação. A sua força
apostava no texto da lei nº 19.851, de 11 de abril de 1931, que prescrevia,
entre outros, no seu TÍTULO V capítulo III que a congregação era última
instância da Administração dos Institutos Universitários e evidente no texto do “Art.
31 – A congregação dos institutos universitários constituída pelos professores
catedráticos efetivos, pelos docentes livres em exercício catedrático e por um representante dos
docentes livres eleito pelos seus pares”.
O
novo ciclo, que se abria para o IBA-RS, era contagiado por esse otimismo das
luzes e das cores de uma aurora. Aurora na forma universitária para as Artes
cujo potencial ainda a ser colocada em
prova pela experiência. A forma e o suporte desse otimismo, para chegar ao
mundo, eram prenunciados de forma radicalmente diferentes daquele expresso pelo
restrito mundo da Comissão Central. Diferente também do conglomerado anárquico
da UPA que havia tropeçou duas vezes antes de tomar uma forma legal minimamente
aceitável e cujo texto fundante teve dificuldades ser editado antes de sua
implantação efetiva
Detalhe da foto da CONGREGAÇÃO do IBA-RS no
dia 06 de janeiro de 1939. Diário de Noticias – Porto Alegre - dia
08.01.1939 p. 10
Fig. 41 – Com a remodelação das competências da
antiga Escola de Artes do IBA-RS - transformado em CURSO SUPERIORES DE ARTES
PÁSTICAS graças as iniciativas de Tasso Corrêa - este assimilou e incorporou
nas suas funções de sua direção. A
Congregação com a autonomia do IBA-RS aceitou três nomes do Curso de
Artes Plásticas para constituir mais três membros do CTA. Um deles era
exatamente Fernando CORONA cujo nome havia sido questionado nas sessões do CTA
dos dias 25 e 28 de maio de 1938. Outro era Ângelo Guido que irá se manifestar
de forma devastadora na 1ª sessão do CTA na autonomia. Não há menor registro de
alguma observação de João Fahrion ao longo dos seus sucessivos mandatos
Os sorrisos e o otimismo
deram lugar a algo radicalmente diferente quando da primeira sessão do CTA na
autonomia após o IBA-RS ser excluído da UPA. Os nomes dos três primeiros
conselheiros do Curso Superior de Música simplesmente sumiram dando lugar para
nomes completamente diferentes.
Fig. 42 – O
soturno e introspectivo João FAHRION (1898-1970) era o oposto dos falantes e
temperamentos explosivos de Tasso Corrêa, Fernando Corona e Ângelo Guido Fahrion, em diversas ocasiões, ocupou o cargo
de conselheiro do CTA ao longo da administração de Tasso Corrêa. Nas atas do
CTA não se encontrou uma única frase atribuída a este exímio desenhista, pintor
e docente. Não se localizou a sua tese de cátedra, nem textos seus em
periódicos ou publicações impressas.
Dois, dos três conselheiros do CURSO de ARTES PLÁSTICAS, não compareceram. Mas o Conselheiro ÂNGELO
GUIDO foi devastador, conforme registra o livro das Atas do CTA-IBA-RS nas
folhas 15 (verso) até 17 (frente):
Ata da Primeira Sessão ordinaria do Conselho
Técnico Administrativo do Instituto de Belas Artes 16 - I – 1939.
Aos desesseis dias
do mês de Janeiro de mil novecentos trinta e nove, ás dez horas da manhã no
gabinete da Diretoria do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, sob a
presidencia do senhor doutor Tasso Corrêa, diretor do Instituto, reuniu-se o
Conselho Técnico Administrativo, em sua primeira sessão ordinária, para a qual fôra especialmente
convocado. Estiveram presentes os senhores conselheiros Olga da Siqueira
Pereira, Oscar Simm, Demófilo Alvaro Xavier e Angelo Guido Gnocchi; não
compareceram os membros conselheiros Fernando Corona e João Fahrion, que apre-
sentavam excusas com antecedencia - o primeiro estava ausente da capital e o
segundo estava impedido por motivo de força maior. Declarados abertos os trabalhos, passou o senhor diretor
a explicar os assuntos que deveraim ser tratados nessa sessão.Assim, passou-se á discussão do primeiro, que era:
I
- Tabéla de Taxas e emolumentos a vigorar em 1939
[...]
V-
A seguir, o conselheiro Angelo Guido péde a palavra, dizendo que desejava
tratar de assunto que reputava de grande interesse para o Instituto - o caso do
professor Côrte Real. Que atendendo ao seu método de ensino, que julga
antipedagógico, provocando até mesmo a
propria repulsa por parte dos alunos, que fógem ás suas aulas, propunha que
esse professor fosse considerado em disponibilidade, sem vencimentos, como
aliás, estabelece a sua nomeação. Foi posta essa proposta em discussão, sendo
unanimemente aprovada, ficando, portanto, vaga a cadeira de Pedagogia Musical.
Para preenchimento dessa cadeira se designaria, oportunamente, outro professor,
tendo-se cogitado de professores de Canto Geral e Fundamental, que poderiam ser
aproveitados na forma regulamentar.
VI
- Antes de levantar os trabalhos, o senhor doutor diretor convocou o Conselho
para uma sessão extraordinaria, que se realizará na próxima sexta-feira, dia 20
do corrente , ás 10 (déz) horas.
A seguir, como nada mais houvesse a
tratar e ninguem mais desejasse fazer uso da palavra o senhor doutor diretor
declarou encerrados os trabalhos. De que tudo, para constar, eu secretario do
Instituto, lavrei esta áta, que subscrevo e que é assignada pelos senhores
conselheiros presentes . W. M. Lubke;
Tasso Correa; Olga de S. Pereira; Demophilo Alvaro Xavier; Angelo Guido
Gnocchi; Oscar Simm; João Fahrion (subcreve);
Corona (subscreve)
Estes
vestígios do pensamento de Tasso Corrêa certamente são coerentes tanto o Estado
Novo com o cargo de Ângelo Guido Gnocchi que exercia, nesta data, a censura no
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP-RS). Somente 24 anos depois houve
uma tentativa para reverter esta decisão. Tasso Corrêa se aposentara em 1958.
Ângelo Guido já terminara, em 1962, o
seu mandato de diretor do IBA-RS e o IBA-RS estava incorporado à UFRGS desde
30.11.1962.
Na
mesma página existe o registro que anula esta decisão do CTA do dia 19 de
janeiro de 1939
“A
decisão de que trata a parte final desta ata c/ referência ao Prof. Corte Real,
foi anulada pela Congregação da Escola em sessão de 29/ agosto/ 1964, digo 1963.
Em 28/ fevereiro/1964
M
Rottmann – Secretário”.
Este registro foi realizado
quando o Brasil estava as vésperas do golpe de 01 de abril de 1964.
O professor Corte Real
escreveu os “Subsídios para a HISTÓRIA da MÚSICA do Rio Grande do Sul”[1].
Inclui um belo e proveitoso capitulo da MÚSICA no IBA-RS a partir dos
documentos do arquivo desta instituição. Porém a obra mais conhecida dele é a
reescrita e atualização do HINO do RIO GRANDE do SUL.
As funções de líder,
exercidas por Tasso Corrêa, impõem considerações relativas a uma época singular
e de governos unipessoais de estados. O Estado Novo brasileiro, o partido único
e o feroz patrulhamento ideológico se refletiram e reproduziam no espaço
interno do IBA-RS. Era tudo o que o pensamento de Tasso Corrêa necessitava para
uma sólida base política, econômica e social.
Base que o seu pensamento agitava sob a motivação da autonomia da Arte.
[1] CORTE
REAL, Antônio. «O Instituto de Artes na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (1908-1962)» in Subsídios para a História da Música no Rio Grande do Sul. 2.ed.
Porto Alegre: Movimento, 1984. pp.234-289.
http://www2.al.rs.gov.br/biblioteca/LinkClick.aspx?fileticket=Wkgkt9hhXcs%3D&tabid=5281
SUMÁRIO dos
TEMAS da SÉRIE
de POSTAGENS RELATIVAS ao PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA
Epígrafe: Uma AULA de AUTONOMIA de um ARTISTA.
http://profciriosimon.blogspot.com.br/2013/05/001-expressoes-de-autonomia-na-arte.html
163 – INTRODUÇÃO
01 – O PROBLEMA..
02 - HIPÓTESESE...
03 –.. OBJETIVOS
164 - FORMAÇÃO
04 - .O PENSAMENTO de TASSO
CORRÊA e a sua ORIGEM FAMILIAR
05 - A FORMAÇÂO SUPERIOR de TASSO e ERNANI entre
os anos de 1918 -1924
06 - INÍCIO da
ATIVIDADE PROFISSIONAL de TASSO e de
ERNANI no RIO GRANDE do SUL
07 - A REVOLUÇÃO de 1930 e as ARTES
165 - A UNIVERSIDADE
BRASLEIRA e a ARTE
http://profciriosimon.blogspot.com.br/2016/04/165-o-pensamento-de-tasso-correa.html
08 - A UNIVERSIDADE no
HORIZONTE do BRASIL
09
- O CONFRONTO de 1933 - no THEATRO SÃO PEDRO
10 – O DISCURSO de
TASSO CORRÊA como PARANINFO no THEATRO SÃO PEDRO em 24/10/1933
166 - PASSANDO para PRÁTICA
11 – A UNIVERSIDADE de
PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA
.12 – APOIO DOCENTE a
TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA)
167 – O PENSAMENTO de
TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA EXPRESSO em CONTRATO INSTITUCIONAL
-13 – A LAVRA de um CONTRATO INSTITUCIONAL
-14 – A COMISSÃO
CENTRAL RETIRA-SE do CENÁRIO do IBA- RS
168 - ASSUMINDO as FUNÇÕES
. 15 – APOIO
DISCENTE a TASSO CORRÊA
..16 - O CONTRATO
CONTROVERSO de FERNANDO CORONA
. 17 - O DIRETOR ASSUME suas EFETIVAS FUNÇÕES.
169 - O CONSTRUTOR
...18 - TASSO CORRÊA o CONSTRUTOR
. 19 - TASSO CORRÊA
CONSELHEIRO de EDUCAÇÂO e CULTURA do RIO GRANDE do SUL
20 - TASSO CORRÊA PROPÔE a UNIVERSIDADE das
ARTES
170- CULMINÂNCIA
21 – A
CULMINÂNCIA da ADMINISTRAÇÂO de TASSO CORRÊA
22 – O 1º SALÃO PAN-AMERICANO e o 1º
CONGRESSO BRASILEIRO de ARTE
23 – Um DESFECHO INESPERADO
171 – CONCLUSÕES e LOGÍSTICA
CONCLUSÕES
FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS
SIMON, Círio - Pensamento de Tasso Corrêa (1901-1977)– Porto Alegre: monografia, 2016 ,
130 fls - com DVD, nº do sistema bibliotecas as UFRGS 000994363
Este material possui uso
restrito ao apoio do processo continuado de ensino-aprendizagem
Não há pretensão de lucro ou
de apoio financeiro nem ao autor e nem aos seus eventuais usuários
Este material é editado e
divulgado em língua nacional brasileira e respeita a formação histórica deste
idioma.
ASSISTÊNCIA TÉCNICA e DIGITAL de CÌRIO JOSÉ SIMON
Referências para Círio SIMON
E-MAIL
SITE desde 2008
DISSERTAÇÃO: A Prática Democrática
TESE: Origens do
Instituto de Artes da UFRGS
FACE- BOOK
BLOG de ARTE
BLOG de FAMÌLIA
BLOG
CORREIO BRAZILENSE 1808-1822
BLOG PODER ORIGINÁRIO 01
BLOG PODER ORIGINÁRIO 02 ARQUIVO
VÌDEO
Nenhum comentário:
Postar um comentário