segunda-feira, 25 de abril de 2016

166 – O PENSAMENTO de TASSO CORRÊA


O PENSAMENTO de TASSO BOLÍVAR DIAS CORRÊA PASSA para o MUNDO EMPÍRICO

11 – A UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA
.12 – APOIO DOCENTE a TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA).


João FAHRON - Retrato de Tasso Bolívar Dias Corrêa.
Fig. 17 –  Em todos os tempos e lugares o papel desempenhado pelo líder é primordial[1]. Este papel não é só propositivo, mas também possui o papel passivo daqueles prosélitos e súditos confiam seu destino, trabalho e eventuais lucros  a um deles. No aspecto mais trágico o líder é escolhido com CULPADO de TUDO. Tasso Corrêa desempenhou este papel oficialmente  ao longo de 22 anos além daqueles onde ele se preparou meticulosamente para estas funções

A Universidade Brasileira e, concretamente a Universidade de Porto Alegre, abriram a porta para Tasso Corrêa. Ele aproveitou esta oportunidade para colocar as Artes na ordem do dia e cujo projeto havia defendido publicamente no dia 24 de outubro de 1933. Este ambiente institucional da “ORDEM UNIVERSITÁRIA” era o terreno fértil que o pensamento de Tasso Corrêa necessitava para as Artes e a energia  que ele soube aproveitar no momento oportuno.
11 – A UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA
O Decreto, nº 5.758, de 28 de novembro de 1934,  assinado, pelo general Flores da Cunha, interventor do Rio Grande do Sul,  criava a Universidade de Porto Alegre (UPA). Esta Universidade era constituída pela a) Faculdade de Medicina com suas Escolas de Odontologia e Farmácia; b) Faculdade de Direito com sua Escola de Comércio; c) Escola de Engenharia; d) Escola de Agronomia e Veterinária; e)  Faculdade d Educação, Ciências e Letras f) Instituto de Belas Artes. O número de seis instituições superiores era o mínimo exigido pelo Decreto Nº 19.581 de 11.04.1931 para constituírem uma universidade. 



[1] ALMEIDA PRADO, J. F. Tomas Ender. São Paulo: Melhoramentos, 1955. p.383.

FAC SÍMILE do Diploma da fundação da UPA  em 28.11.1934  Cópia pertencente à  Fac. Odontologia UFRGS Foto do autor em 04.04.2014[1] 
Fig. 18 –  O diploma que criava a Universidade de Porto Alegre (UPA) foi assinado, em 28 de novembro de 1934,  pelo general Flores da Cunha interventor do Rio Grande do Sul . Sob esta assinatura está a de João Carlos  Machado Secretario do  Interior  do Estado do Rio Grande do Sul e presidente da Comissão Central do IBA-RS. Quando Santa Maria e Pelotas tiveram cursos afilhados aqueles de Porto Alegre passou a se designar UNIVERSIDADE do RIO GRANDE do SUL (URGS). Com a criação de universidades nestes locais, a URGS passou para a competência federal, em 1962, passou a se designar de UNIVERSIDADE FEDERAL do RIO GRANDE do SUL (UFRGS) fez o caminho inverso do INSTTUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL (IBA-RS) para uma unidade local e específica de Porto Alegre.

A criação da Universidade de Porto Alegre envolveu o general Flores da Cunha interventor do Rio Grande do Sul. Esta assinatura foi assistida por João Carlos Machado, no exercício do cargo de Secretario do Interior e Exterior, a quem competia a Instrução Pública do Rio Grande do Sul e presidente da Comissão Central do IBA-RS. Sob o olhar do Desembargador Manuel André da Rocha que seria o primeiro reitor da UPA e na ocasião vice-presidente da CC-IBA-RS.



[1] O autor do desenho do diploma é obra de Francisco Bellanca (1895-1974) primeiro estudante formado professor pela Escola de Artes do IBA-RS.

SILVA, Pery Pinto Diniz da, et SOARES, Mozart Pereira. Memória da Universidade  Federal do Rio Grande do Sul: 1934-1964.  p.226.
Fig. 19 –  Assinatura do diploma que criava a Universidade de Porto Alegre (UPA). A Lei Estadual nº 5.758  foi  assinada definitivamente em 28 de novembro de 1934 sob olhar atento de Leonardo Macedônio ( Direito), Sarmento Leite (Medicina - Membro da CC-IBA-RS e seu secretário), do repórter Fontoura (Correio do Povo), do Desembargador André Rocha (centro da foto e que viria ser o primeiro Reitor da UPA e na ocasião era vice presidente da CC-IBA, pelo general José Antônio Flores da Cunha (interventor do Rio Grande do Sul, sentado e com charuto na boca)  No ângulo direito da foto  está João Carlos  Machado Secretario do  Interior  do Estado e presidente da Comissão Central do IBA-RS que se integrava como unidade fundadora dessa primeira universidade do Rio Grande do Sul.

Este ato representava o sinal verde para Tasso Corrêa transformar o IBAR-RS em Instituto universitário nos paradigmas prognosticados pela lei Federal nº 19.851, de 11 de abril de 1931. Para avançar nesta direção teve de esperar a primeira expulsão do IBA-RS da UPA que se concretizou no dia 05 de janeiro de 1939.
Fig. 20 –  O complexo, mutante e contraditório cenário - em que brotou, ganhou forma e se divulgou a pensamento de Tasso Corrêa - é muito rico e mais inesperado do que aquilo que passou para acervo dos DOCUMENTOS do ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UFRGS e aquilo que vem sendo divulgado em relação ao seu pensamento. Se de um lado houve parca e truncada PESQUISA ESTÈTICA AUTÔNOMA e ORIGINAL em compensação se avolumou e acelerou a atualização da inteligência, da estética e da economia impulsionados pelos meios de comunicação cada vez mais instantâneos, porém pontuais e de pouco sentido para a  PESQUISA AUTÔNOMA
 [clique sobre o o gráfico para poder ler]

Os diversos agentes do Instituto julgavam efetivar este projeto por meio da sua participação na criação (1934) e na instalação (1936) da Universidade de Porto Alegre e como fórmulas conciliatórias de toda ordem. Neste meio tempo Tasso Corrêa foi nomeado, pelo governo estadual[1],  para ocupar o cargo chave de diretor executivo do IBA-RS, depois de haver retornado à vida de docente no Conservatório[2].
O evento, protagonizado por Tasso Corrêa, possui todos os componentes para expressar a autonomia da arte e mostrar a importância que o artista concede ao exercício efetivo no seu campo. Essa autonomia ganhou visibilidade nas expressões contra sistemas e estruturas alienantes do fazer artístico. No IBA-RS, a expulsão e a readmissão de Tasso é um dos eventos mais significativos da luta entre um paradigma esclerosado e um novo emergente. De um lado, a CC-ILBA-RS, detentora da propriedade e da administração do Instituto; de outro lado, um jovem docente desafiando publicamente os administradores do campo das artes e propondo uma nova vida institucional através de uma aliança com aqueles que detinham o poder. Mas, na prática, essa terceira via não era possível, como foi visto. A escolha deveria ser a contraposição de um paradigma inteiro e diferente em oposição a outro também inteiro e diferente. A solução procrastinadora seria outra fórmula do “ecleticismo” fulminado por Mário da Andrade.
A solução procrastinadora mantida pela Comissão Central ILBA-RS, sinalizava que ela bastava-se a si mesma, como tal era soberana e um paradigma inteiro. A ele opunha-se o paradigma inteiro da universidade brasileira, vinculada ao Estado nacional, sustentando a esperança e a ação política do docente. Mas quando os docentes o atingiram, surgiu a pronta desilusão pela impossibilidade da universidade garantir a autonomia para a arte, muito menos a financeira[3]. Foi necessário continuar o confronto de Tasso Corrêa com a CC-ILBA-RS. Assim, o evento do dia 24 de outubro de 1933, pode ser visto como  a pré-estreia de um continuum das relações tumultuadas que o Instituto teve de implementar quando esse passou da antiga mantenedora estruturada sob o modelo dos ‘Cursos Superiores Livres’, para a ‘mantenedora universitária’ sustentada pelo poder público.
Até o momento de sua integração na UPA circulava ainda, na comunidade e os profissionais das Ciências Jurídicas, a mentalidade proveniente do Decreto Federal nº 1.232, de 02.01.1891 que permitia a criação e manutenção das Escolas Livres. O Decreto Lei nº 19.851 de 11.04.1931 dispunha que o “ensino superior no Brasil obedeça de preferência ao sistema universitário”. Bastou o conselho vindo do centro do poder.
As relações do IBA-RS com a universidade local são de um significado ímpar para o pensamento de Tasso Corrêa. Como profissional das Artes e na busca da autonomia e do reconhecimento da  essência, do SABER ESTÉTICO encontrou no pensamento de Tasso Corrêa resistências no âmbito de uma universidade que não passava de um conjunto de CURSOS SUPERIORES desconexos. Resistiu ao longo dos seus 22 anos de direção do IBA-RS a várias tentativas de reintegração neste tipo de universidade. Não questionava as competências universitárias e sabia que a lei nº 19.851, de 11.04.1931, aconselhava que os cursos superiores fossem desenvolvidos em ambiente universitário.. Contudo para o que estava acontecendo em Porto Alegre, percebia apenas um aglomerado de cursos superiores profissionalizantes.  As relações entre essas duas concepções permitem contemplar o continuo de exemplos concretos de expressões de autonomia da arte, surgidos em meio de confrontos, negociações e etapas de avanços e recuos do ideal que o artista se representava como necessário para afirmar as normas internas do campo artístico. A vida e a teleologia institucional imanente que sustentavam essas expressões traduziram-se numa sequência de expressões de rupturas com a ordem estabelecida, construção de novas normas, excomunhões recíprocas e integrações. Expressão de autonomia que, no seu conjunto, geraram uma consciência pública, com a ajuda da qual foi possível construir, finalmente, um contrato que respeitasse tanto o campo artístico como qualificou a pretensão universitária em Porto Alegre. Nessa sequência, o Instituto não foi um ator indiferente e, como tal, colheu os frutos dessa caminhada de trabalho árduo.



[1] Decreto  Est. nº 6.193 de 27. 04. 1936 nomeia Tasso Corrêa como diretor do IBA no lugar do presidente da Comissão Central do IBA

[2] - Pode-se argumentar que os laços familiares de Tasso com os governantes da época, suas vinculações com a política local e sua formação na capital federal, continuada na Faculdade de Direito local, favoreceram a sua atitude e a ocupação do posto institucional. Mas não foram determinantes, pois existiam  outros atores sociais, com créditos semelhantes ou superiores aos de Tasso, que não os transformaram em ação a favor da autonomia da arte. É  o caso do seu irmão mais velho, Ernani, que teve as mesmas condições, mas preferiu seguir outro caminho.

[3] - Na própria ENBA o Conselho Nacional de Educação teve de lembrar, ainda em 1951, que e “na autonomia concedida, não pode estar compreendida a financeira”,  como  diz o parecer no 244 / 951
Fig. 21 –  O prédio da Faculdade de Direito da UFRGS materializou o projeto de um CURSO SUPERIOR de CIÊNCIAS JURÍDICAS no Rio Grande do Sul. Este projeto seguiu as normas republicanas da lei nº 173 de 10 de setembro de 1893 na sua concretização no dia 17 de fevereiro de 1900  A sua mantenedora mobilizou as forças da sociedade local e que respondeu com subsídios para construir o seu prédio. Neste prédio Tasso Corrêa completou a sua formação jurídica em 1933. A parte térrea, deste prédio, serviu para abrigar a reitoria da Universidade de Porto Alegre na criação em 1934.

A sede da Reitoria da UPA estava alojada no térreo do Prédio da Faculdade de Direito. Esta obra foi construída, entre 1908 e 1910[1], com a participação da comunidade e os profissionais das Ciências Jurídicas. A concepção da manutenção desta reitoria vinhas das seis unidades que integravam a universidade. Com a centralização do poder nacional a reitoria tornou-se um elo cada vez mais fortalecido da presença do Estado na universidade. As unidades universitárias perderam cada vez a sua autonomia em face desta inversão e intervenção do Estado através da reitoria.  Diante do poder central do Estado estas unidades  ficaram sem voz e nem vez. Este fato se evidenciou cada vez mais no IBA-RS na situação de fora da universidade, a partir de 06 de janeiro de 1939. Contudo o pensamento de Tasso Corrêa inverteu esta lógica dominadora estabelecendo canais de interlocução direta com o poder central do Estado brasileiro e sem mediação da reitoria de uma universidade que lhe era cada mais adversa.

Os atores da Comissão Central do ILBA-RS também não podem ser considerados indiferentes. É necessário creditar-lhes a capacidade de salvar o essencial da teleologia imanente do seu ILBA-RS, mesmo sem que admitissem ou entendessem as mudanças necessárias e a totalidade das potencialidades do Instituto. Eles foram capazes de doar o seu nome, o seu tempo e parte significativa de suas energias e posses, para que a arte pudesse se constituir numa instituição formal. Ambiente cultural indiferente, ao seu ideal civilizatório, senão hostil, em muitas ocasiões.  Mas, na medida em que grupo da CC-ILBA-RS se institucionalizava e se reproduzia,  foi perdendo esse ideal e a unidade fundadora.

12 – APOIO DOCENTE a TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE em PORTO ALEGRE.

 O Conservatório de Música do IBA-RS, além de contar dez estudantes de Música para um da Escola de Artes, tinha um quadro docente de primeira linha. Desde a contração do Henrique Penasse em Paris por intermédio do seu diretor Araújo VianNa, manteve sucessivos contratos com músicos de grande experiência e conhecimento. Entre eles estavam José Joaquim de Andrade Neves, Assuero Garritano, Oscar Simm, Amodeo Lucchesi, Demophilo Álvaro Xavier, Nair Sgrillo,    Gustavo Adolfo  Fest, Alayde Pinto Siqueira,   Carlos Krower, Antonina de P. Maineri,   Célia Ferreira Lassance, Ida Brandt  Olinta Braga, Olga de S. Pereira, Júlio Grau.
Do lado docente, a sua organização e a construção da sua unanimidade foram lentas e tateantes. As dúvidas são visíveis na diferença do número e das pessoas que assinaram o primeiro e o segundo memorial dirigido à CC-ILBA-RS para a adaptação do Instituo às leis federais. O primeiro memorial encaminhado, em 16 de junho de 1932, levava apenas a assinatura de seis professores. Já o projeto de estatuto, encaminhado, no dia 17 de maio de 1934, após o evento em que um deles havia sido defenestrado do Instituto, contava com a totalidade das quinze assinaturas dos docentes[2]. Não houve manifestação da Congregação da Escola de Artes (EA) do IBA-RS, na época reduzida a dois docentes dos quais um era o Diretor.



[1] - Histórico do prédio da faculdade de Direito http://www.ufrgs.br/predioshistoricos/predios/primeira-geracao/direito

[2] - Nessa lista  estava Olinta Braga, uma das fundadoras do Instituto,  integrante da CC-ILBA-RS, em 1908, agora reduzida a uma simples docente subalterna. O que chama atenção é o nome que encabeça a lista. Trata-se da assinatura do próprio diretor do Conservatório, e que, algum tempo antes, não se opunha à exclusão de Tasso Corrêa do quadro docente do Instituto. CD-ROM Disco 5- LEIS. Arquivo 1934b p.9
Tasso Corrêa,-   Demophilo Xavier e Luís Cosme.
Fig. 22 –  O músico cultiva com muito mais intensidade o seu PERTENCIMENTO a um grupo ao contrário do artista plástico que produz mais isolado no seu atelier. Apesar destes membros de grupo serem concorrentes, são estes que percebem este PERTENCIMENTO, que o entendem e o valorizam. Tasso Corrêa valorizou e entendeu este grupamento, pois percebeu esta necessidade intrínseca a esta campo de forças desta ARTE.

Foram os docentes-artistas que procuraram, se expuseram e correram riscos que acabaram por gerar uma consciência capaz de assumir o poder interno institucional e exercê-lo por meio das normas peculiares ao campo artístico. Mas isso não seria possível sem que eles tivessem, na sua frente, o paradigma que sustentava a universidade e do qual se valeram com muita habilidade e competência. Nesse paradigma, reencontraram as concepções do próprio Dr. Olinto de Oliveira, fundador do Instituto de Belas Artes, que estava empenhado em ajudar o Brasil na construção de uma universidade adequada. Olinto foi referência[1] para a Associação Brasileira de Educação (ABE). O fundador do Instituto ocupava um lugar de destaque[2] como membro ativo do MESP entre 1930 e 1945[3].  As alianças dos docentes, em favor da universidade, contra o modelo dos cursos superiores isolados, não paravam na pessoa do fundador do Instituto. O cunhado de Olinto de Oliveira, Dr. Raymundo Vianna[4], membro ativo desde 1912 da CC-ILBA-RS, era um dos lideres do ‘Partido Universitário’[5].



[1] - Souza Campos, 1940, p.287 e 1954, p. 85.
[2] - O fundador do Instituto de Belas Artes, Olinto de Oliveira, ocupou entre 1930 e 1945, na capital federal, um lugar e um posto privilegiado no Ministério de Educação e Saúde Pública (FIGUEIREDO, 1953, 110  pp). Teve a oportunidade de socializar as suas concepções sobre a universidade brasileira que se estava planejando e a centrou sobre o estudante. Caberia investigar o papel de Olinto de Oliveira nessa vinculação do Instituto com o MESP onde era interlocutor direto com Getúlio Vargas e seu ministro Capanema.  O que se supõe é que, no seu posto de cuidar da oficialmente da juventude brasileira (Gomes, 2000, pp.223/238), o criador  e o primeiro presidente do  Instituto não era indiferente a esse Instituto e sua intenção de pertencer à nova universidade brasileira.
[3] - Gomes, 2000, pp.221-249.
[4] - Conforme Rocha Almeida, (1964, p. 234) Raymundo Vianna era cunhado de Olímpio Olinto de Oliveira. Ele era casado com a 6ª irmã de Olinto, Hercília Olinto de Oliveira (1883-1954).
[5] - Num texto institucional da UFRGS constava “o movimento pró-criação da Universidade obteve grande amplitude intelectual e a ele agregaram-se professores de renome como Francisco Rodolfo Simch e Raymundo Vianna. Daí resultou a criação em 1932, do Partido Universitário, cujo objetivo precípuo era a luta pela criação de uma instituição universitária gaúcha «Universidade Federal do RS: 1934-1984» Porto Alegre: UFRGS, 1984, p.23.
Fig. 23 –  Olinta BRAGA teve uma carreira internacional, nacional e local. Ela  foi intérprete das óperas Carmela de José de Araújo Vianna (18772-1916). Este foi diretor do Conservatório do IBA-RS até sua morte precoce. Olinta BRAGA, como Araújo Vianna,  foi da COMISSÃO  CENTRAL DO IBA-RS em 22 de abril de 1908[1].  Conforme pautava o Estatuto do IBA-RS ambos se retiraram, desta Comissão, quando assumirem suas funções docentes. Ao final de sua carreira docente Ointa irá se somar as inciativas de Tasso Corrêa. A sua cidade natal – Santana do Livramento – atribuiu o seu  nome a um das suas vias públicas .

Certamente não faltaria apoio aos docentes para assumir o poder completo do Instituto. Entre eles, o decisivo apoio do interventor federal, general Flores da Cunha[2]. Se fosse necessário, daquele que o Interventor representava no RS, o próprio Getúlio Vargas, antigo presidente de honra do Instituto. Ou do desembargador Manoel André da Rocha, Vice-Presidente do ILBA-RS e depois, primeiro Reitor da UPA.
Deve se a Tasso Corrêa a iniciativa e elaboração desta minuta de um novo e revolucionário Estatuto para o IBA-RS. Agia como jurista e colocava a lei antes da realidade inclusive da antiga Comissão Central que o expulsara do IBA-RS em 24 de outubro de 1933.
 O Decreto nº 19.851, de 11 de abril de 1931, erá anterior à realidade cuja expressão jurídica era emitido pelo Governo Provisório resultante da Revolução de 1930.
Reproduz a seguir na íntegra esta minuta,  pois este texto é de responsabilidade do pensamento e lavra de Tasso Corrêa. Este texto permite avaliar o seu pensamento institucional na passagem da Republica Velha para um paradigma posterior à Revolução de 1930. Ao mesmo tempo permite avaliar as forças ativas que buscavam a  hegemonia, neste momento, no IBA-RS.



[2] - Essa esperança foi explicitamente citada por Tasso Corrêa no dia 24 de  outubro de 1933 no Theatro São Pedro quando afirma que “entrando nos eixos e com o apoio de s. ex. o gal. Flores da Cunha, chefe do governo riograndense, dentro de pouco tempo, teriamos um estabelecimento modelar, para isso nos valendo, é claro, do prestigioso baluarte do nosso atual presidente eleito, dr. João Carlos Machado, que já deve ter alcançado a deficiência da nossa presente estrutura administrativa”.
Ver relação política entre JOÂO CARLOS MACHADO e  JOSE ANTÒNIO FLORES da CUNHA em

SUMÁRIO dos

TEMAS da SÉRIE de POSTAGENS RELATIVAS ao PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA

Epígrafe: Uma AULA de AUTONOMIA de um ARTISTA.

163 – INTRODUÇÃO


01O PROBLEMA..

02 - HIPÓTESESE...

03 –.. OBJETIVOS

164 - FORMAÇÃO


04 - .O PENSAMENTO de TASSO CORRÊA e a sua ORIGEM FAMILIAR

05  - A FORMAÇÂO SUPERIOR de TASSO e ERNANI entre os anos de 1918 -1924

06 - INÍCIO da ATIVIDADE PROFISSIONAL  de TASSO e de ERNANI no RIO GRANDE do SUL

07 -  A REVOLUÇÃO de 1930 e as ARTES

165 - A UNIVERSIDADE BRASLEIRA e a ARTE


08 - A UNIVERSIDADE no HORIZONTE do BRASIL

09 - O CONFRONTO de 1933 - no THEATRO SÃO PEDRO

10 – O DISCURSO de TASSO CORRÊA como PARANINFO no THEATRO SÃO PEDRO em 24/10/1933

166 - PASSANDO para PRÁTICA


11 – A UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA

.12 – APOIO DOCENTE a TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA)


167 – O PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA EXPRESSO em CONTRATO INSTITUCIONAL


-13 – A LAVRA de um CONTRATO INSTITUCIONAL

-14 – A COMISSÃO  CENTRAL  RETIRA-SE  do CENÁRIO do IBA- RS

168 - ASSUMINDO as FUNÇÕES


. 15  – APOIO DISCENTE a TASSO CORRÊA

..16 - O CONTRATO CONTROVERSO de  FERNANDO CORONA

. 17 - O DIRETOR ASSUME suas EFETIVAS FUNÇÕES.

169 - O CONSTRUTOR


...18 - TASSO CORRÊA o CONSTRUTOR

. 19 - TASSO CORRÊA  CONSELHEIRO de EDUCAÇÂO e CULTURA do RIO GRANDE do SUL

  20 - TASSO CORRÊA PROPÔE a UNIVERSIDADE das ARTES

170- CULMINÂNCIA


   21 – A CULMINÂNCIA da ADMINISTRAÇÂO de TASSO CORRÊA

   22 – O 1º SALÃO PAN-AMERICANO e o 1º CONGRESSO BRASILEIRO de ARTE

   23 – Um DESFECHO INESPERADO

171 – CONCLUSÕES e LOGÍSTICA


CONCLUSÕES
FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS


SIMON, Círio -  Pensamento de Tasso Corrêa  (1901-1977)– Porto Alegre: monografia,  2016 ,
     130 fls -  com DVD,  nº do sistema bibliotecas as UFRGS 000994363
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