O PENSAMENTO de TASSO BOLÍVAR DIAS CORRÊA PASSA para o MUNDO EMPÍRICO
11 – A UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA
.12 – APOIO DOCENTE a
TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA).
João FAHRON - Retrato
de Tasso Bolívar Dias Corrêa.
Fig. 17 – Em todos os tempos e lugares o papel desempenhado pelo líder é primordial[1].
Este papel não é só propositivo, mas também possui o papel passivo daqueles
prosélitos e súditos confiam seu destino, trabalho e eventuais lucros a um deles. No aspecto mais trágico o líder é
escolhido com CULPADO de TUDO. Tasso Corrêa desempenhou este papel
oficialmente ao longo de 22 anos além
daqueles onde ele se preparou meticulosamente para estas funções
A Universidade Brasileira e, concretamente a
Universidade de Porto Alegre, abriram a porta para Tasso Corrêa. Ele aproveitou
esta oportunidade para colocar as Artes na ordem do dia e cujo projeto havia defendido
publicamente no dia 24 de outubro de 1933. Este ambiente institucional da
“ORDEM UNIVERSITÁRIA” era o terreno fértil que o pensamento de Tasso Corrêa
necessitava para as Artes e a energia
que ele soube aproveitar no momento oportuno.
11 – A UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA
O Decreto, nº 5.758, de 28 de novembro de 1934, assinado, pelo general Flores da Cunha,
interventor do Rio Grande do Sul, criava
a Universidade de Porto Alegre (UPA). Esta Universidade era constituída pela a)
Faculdade de Medicina com suas Escolas de Odontologia e Farmácia; b)
Faculdade de Direito com sua Escola de Comércio; c) Escola de Engenharia; d)
Escola de Agronomia e Veterinária; e)
Faculdade d Educação, Ciências e Letras f) Instituto de Belas Artes. O
número de seis instituições superiores era o mínimo exigido pelo Decreto Nº
19.581 de 11.04.1931 para constituírem uma universidade.
FAC SÍMILE do Diploma da fundação da UPA em 28.11.1934
Cópia pertencente à Fac.
Odontologia UFRGS Foto do autor em 04.04.2014[1]
Fig. 18 – O diploma que criava a Universidade
de Porto Alegre (UPA) foi assinado, em 28 de novembro de 1934, pelo general Flores da Cunha interventor do
Rio Grande do Sul . Sob esta assinatura está a de João Carlos Machado Secretario do Interior
do Estado do Rio Grande do Sul e presidente da Comissão Central do
IBA-RS. Quando Santa Maria e Pelotas tiveram cursos afilhados aqueles de Porto
Alegre passou a se designar UNIVERSIDADE do RIO GRANDE do SUL (URGS). Com a
criação de universidades nestes locais, a URGS passou para a competência
federal, em 1962, passou a se designar de UNIVERSIDADE FEDERAL do RIO GRANDE do
SUL (UFRGS) fez o caminho inverso do INSTTUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do
SUL (IBA-RS) para uma unidade local e específica de Porto Alegre.
A criação da Universidade de Porto Alegre envolveu
o general Flores da Cunha interventor do Rio Grande do Sul. Esta assinatura foi
assistida por João Carlos Machado, no exercício do cargo de Secretario do
Interior e Exterior, a quem competia a Instrução Pública do Rio Grande do Sul e
presidente da Comissão Central do IBA-RS. Sob o olhar do Desembargador Manuel
André da Rocha que seria o primeiro reitor da UPA e na ocasião vice-presidente
da CC-IBA-RS.
[1] O autor do desenho do diploma é obra de Francisco Bellanca (1895-1974)
primeiro estudante formado professor pela Escola de Artes do IBA-RS.
SILVA, Pery Pinto Diniz da, et SOARES, Mozart Pereira. Memória da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: 1934-1964. p.226.
Fig. 19 – Assinatura do diploma que criava a
Universidade de Porto Alegre (UPA). A Lei Estadual nº 5.758 foi
assinada definitivamente em 28 de novembro de 1934 sob olhar atento de
Leonardo Macedônio ( Direito), Sarmento Leite (Medicina - Membro da CC-IBA-RS e
seu secretário), do repórter Fontoura (Correio do Povo), do Desembargador André
Rocha (centro da foto e que viria ser o primeiro Reitor da UPA e na ocasião era
vice presidente da CC-IBA, pelo general José Antônio Flores da Cunha
(interventor do Rio Grande do Sul, sentado e com charuto na boca) No ângulo direito da foto está João Carlos Machado Secretario do Interior
do Estado e presidente da Comissão Central do IBA-RS que se integrava
como unidade fundadora dessa primeira universidade do Rio Grande do Sul.
Este ato representava o sinal verde para Tasso
Corrêa transformar o IBAR-RS em Instituto universitário nos paradigmas
prognosticados pela lei Federal nº 19.851, de 11 de abril de 1931. Para avançar
nesta direção teve de esperar a primeira expulsão do IBA-RS da UPA que se
concretizou no dia 05 de janeiro de 1939.
Fig. 20 – O
complexo, mutante e contraditório cenário - em que brotou, ganhou forma e se
divulgou a pensamento de Tasso Corrêa - é muito rico e mais inesperado do que
aquilo que passou para acervo dos DOCUMENTOS do ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES
da UFRGS e aquilo que vem sendo divulgado em relação ao seu pensamento. Se
de um lado houve parca e truncada PESQUISA ESTÈTICA AUTÔNOMA e ORIGINAL em
compensação se avolumou e acelerou a atualização da inteligência, da estética e
da economia impulsionados pelos meios de comunicação cada vez mais
instantâneos, porém pontuais e de pouco sentido para a PESQUISA AUTÔNOMA
[clique sobre o o gráfico para poder ler]
Os diversos agentes do Instituto julgavam efetivar
este projeto por meio da sua participação na criação (1934) e na instalação
(1936) da Universidade de Porto Alegre e como fórmulas conciliatórias de toda
ordem. Neste meio tempo Tasso Corrêa foi nomeado, pelo governo estadual[1],
para ocupar o cargo chave de diretor
executivo do IBA-RS, depois de haver retornado à vida de docente no
Conservatório[2].
O evento, protagonizado por Tasso Corrêa, possui
todos os componentes para expressar a autonomia da arte e mostrar a importância
que o artista concede ao exercício efetivo no seu campo. Essa autonomia ganhou
visibilidade nas expressões contra sistemas e estruturas alienantes do fazer
artístico. No IBA-RS, a expulsão e a readmissão de Tasso é um dos eventos mais
significativos da luta entre um paradigma esclerosado e um novo emergente. De
um lado, a CC-ILBA-RS, detentora da propriedade e da administração do
Instituto; de outro lado, um jovem docente desafiando publicamente os administradores
do campo das artes e propondo uma nova vida institucional através de uma
aliança com aqueles que detinham o poder. Mas, na prática, essa terceira via
não era possível, como foi visto. A escolha deveria ser a contraposição de um
paradigma inteiro e diferente em oposição a outro também inteiro e diferente. A
solução procrastinadora seria outra fórmula do “ecleticismo” fulminado por Mário da Andrade.
A solução procrastinadora mantida pela Comissão
Central ILBA-RS, sinalizava que ela bastava-se a si mesma, como tal era
soberana e um paradigma inteiro. A ele opunha-se o paradigma inteiro da
universidade brasileira, vinculada ao Estado nacional, sustentando a esperança
e a ação política do docente. Mas quando os docentes o atingiram, surgiu a
pronta desilusão pela impossibilidade da universidade garantir a autonomia para
a arte, muito menos a financeira[3].
Foi necessário continuar o confronto de Tasso Corrêa com a CC-ILBA-RS. Assim, o
evento do dia 24 de outubro de 1933, pode ser visto como a pré-estreia de um continuum das relações
tumultuadas que o Instituto teve de implementar quando esse passou da antiga
mantenedora estruturada sob o modelo dos ‘Cursos
Superiores Livres’, para a ‘mantenedora
universitária’ sustentada pelo poder público.
Até o momento de sua integração na UPA circulava
ainda, na comunidade e os profissionais das Ciências Jurídicas, a mentalidade
proveniente do Decreto Federal nº 1.232, de 02.01.1891 que permitia a criação e
manutenção das Escolas Livres. O Decreto Lei nº 19.851 de 11.04.1931 dispunha
que o “ensino superior no Brasil obedeça
de preferência ao sistema universitário”. Bastou o conselho vindo do centro
do poder.
As relações do IBA-RS com a universidade local são
de um significado ímpar para o pensamento de Tasso Corrêa. Como profissional
das Artes e na busca da autonomia e do reconhecimento da essência, do SABER ESTÉTICO encontrou no
pensamento de Tasso Corrêa resistências no âmbito de uma universidade que não
passava de um conjunto de CURSOS SUPERIORES desconexos. Resistiu ao longo dos
seus 22 anos de direção do IBA-RS a várias tentativas de reintegração neste
tipo de universidade. Não questionava as competências universitárias e sabia
que a lei nº 19.851, de 11.04.1931, aconselhava que os cursos superiores fossem
desenvolvidos em ambiente universitário.. Contudo para o que estava acontecendo
em Porto Alegre, percebia apenas um aglomerado de cursos superiores
profissionalizantes. As relações entre
essas duas concepções permitem contemplar o continuo de exemplos concretos de
expressões de autonomia da arte, surgidos em meio de confrontos, negociações e
etapas de avanços e recuos do ideal que o artista se representava como
necessário para afirmar as normas internas do campo artístico. A vida e a
teleologia institucional imanente que sustentavam essas expressões
traduziram-se numa sequência de expressões de rupturas com a ordem
estabelecida, construção de novas normas, excomunhões recíprocas e integrações.
Expressão de autonomia que, no seu conjunto, geraram uma consciência pública,
com a ajuda da qual foi possível construir, finalmente, um contrato que
respeitasse tanto o campo artístico como qualificou a pretensão universitária
em Porto Alegre. Nessa sequência, o Instituto não foi um ator indiferente e,
como tal, colheu os frutos dessa caminhada de trabalho árduo.
[1] Decreto Est. nº 6.193 de 27. 04. 1936 nomeia Tasso Corrêa como diretor do IBA no lugar do
presidente da Comissão Central do IBA
[2] - Pode-se argumentar que os
laços familiares de Tasso com os governantes da época, suas vinculações com a
política local e sua formação na capital federal, continuada na Faculdade de
Direito local, favoreceram a sua atitude e a ocupação do posto institucional.
Mas não foram determinantes, pois existiam
outros atores sociais, com créditos semelhantes ou superiores aos de
Tasso, que não os transformaram em ação a favor da autonomia da arte. É o caso do seu irmão mais velho, Ernani, que
teve as mesmas condições, mas preferiu seguir outro caminho.
[3] - Na própria ENBA o Conselho
Nacional de Educação teve de lembrar, ainda em 1951, que e “na autonomia concedida, não pode estar
compreendida a financeira”,
como diz o parecer no
244 / 951
Fig. 21 – O
prédio da Faculdade de Direito da UFRGS materializou o projeto de um CURSO
SUPERIOR de CIÊNCIAS JURÍDICAS no Rio Grande do Sul. Este projeto seguiu as
normas republicanas da lei nº 173 de 10 de setembro de 1893 na sua
concretização no dia 17 de fevereiro de 1900
A sua mantenedora mobilizou as forças da sociedade local e que
respondeu com subsídios para construir o seu prédio. Neste prédio Tasso Corrêa
completou a sua formação jurídica em 1933. A parte térrea, deste prédio, serviu
para abrigar a reitoria da Universidade de Porto Alegre na criação em 1934.
A sede da Reitoria da UPA estava alojada no térreo
do Prédio da Faculdade de Direito. Esta obra foi construída, entre 1908 e 1910[1],
com a participação da comunidade e os profissionais das Ciências Jurídicas. A
concepção da manutenção desta reitoria vinhas das seis unidades que integravam
a universidade. Com a centralização do poder nacional a reitoria tornou-se um
elo cada vez mais fortalecido da presença do Estado na universidade. As
unidades universitárias perderam cada vez a sua autonomia em face desta
inversão e intervenção do Estado através da reitoria. Diante do poder central do Estado estas
unidades ficaram sem voz e nem vez. Este
fato se evidenciou cada vez mais no IBA-RS na situação de fora da universidade,
a partir de 06 de janeiro de 1939. Contudo o pensamento de Tasso Corrêa
inverteu esta lógica dominadora estabelecendo canais de interlocução direta com
o poder central do Estado brasileiro e sem mediação da reitoria de uma
universidade que lhe era cada mais adversa.
Os atores da Comissão Central do ILBA-RS também não
podem ser considerados indiferentes. É necessário creditar-lhes a capacidade de
salvar o essencial da teleologia imanente do seu ILBA-RS, mesmo sem que
admitissem ou entendessem as mudanças necessárias e a totalidade das
potencialidades do Instituto. Eles foram capazes de doar o seu nome, o seu
tempo e parte significativa de suas energias e posses, para que a arte pudesse
se constituir numa instituição formal. Ambiente cultural indiferente, ao seu
ideal civilizatório, senão hostil, em muitas ocasiões. Mas, na medida em que grupo da CC-ILBA-RS se
institucionalizava e se reproduzia, foi
perdendo esse ideal e a unidade fundadora.
12 – APOIO DOCENTE a TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE
em PORTO ALEGRE.
O Conservatório de Música do IBA-RS,
além de contar dez estudantes de Música para um da Escola de Artes, tinha um
quadro docente de primeira linha. Desde a contração do Henrique Penasse em Paris
por intermédio do seu diretor Araújo VianNa, manteve sucessivos contratos com
músicos de grande experiência e conhecimento. Entre eles estavam José
Joaquim de Andrade Neves, Assuero Garritano, Oscar Simm, Amodeo Lucchesi, Demophilo Álvaro Xavier,
Nair Sgrillo, Gustavo Adolfo Fest, Alayde Pinto Siqueira, Carlos Krower, Antonina de P. Maineri, Célia Ferreira Lassance,
Ida Brandt
Olinta Braga, Olga de S. Pereira, Júlio
Grau.
Do lado docente, a sua organização e a construção
da sua unanimidade foram lentas e tateantes. As dúvidas são visíveis na
diferença do número e das pessoas que assinaram o primeiro e o segundo memorial
dirigido à CC-ILBA-RS para a adaptação do Instituo às leis federais. O primeiro
memorial encaminhado, em 16 de junho de 1932, levava apenas a assinatura de
seis professores. Já o projeto de estatuto, encaminhado, no dia 17 de maio de
1934, após o evento em que um deles havia sido defenestrado do Instituto,
contava com a totalidade das quinze assinaturas dos docentes[2].
Não houve manifestação da Congregação da Escola de Artes (EA) do IBA-RS, na
época reduzida a dois docentes dos quais um era o Diretor.
[1] - Histórico do prédio da faculdade de Direito http://www.ufrgs.br/predioshistoricos/predios/primeira-geracao/direito
[2] - Nessa lista estava Olinta Braga, uma das fundadoras do
Instituto, integrante da CC-ILBA-RS, em
1908, agora reduzida a uma simples docente subalterna. O que chama atenção é o
nome que encabeça a lista. Trata-se da assinatura do próprio diretor do
Conservatório, e que, algum tempo antes, não se opunha à exclusão de Tasso
Corrêa do quadro docente do Instituto. CD-ROM Disco 5- LEIS. Arquivo 1934b p.9
Tasso Corrêa,- Demophilo Xavier e Luís Cosme.
Fig. 22 – O
músico cultiva com muito mais intensidade o seu PERTENCIMENTO a um grupo ao
contrário do artista plástico que produz mais isolado no seu atelier. Apesar
destes membros de grupo serem concorrentes, são estes que percebem este
PERTENCIMENTO, que o entendem e o valorizam. Tasso Corrêa valorizou e
entendeu este grupamento, pois percebeu esta necessidade intrínseca a esta
campo de forças desta ARTE.
Foram os docentes-artistas que procuraram, se
expuseram e correram riscos que acabaram por gerar uma consciência capaz de
assumir o poder interno institucional e exercê-lo por meio das normas
peculiares ao campo artístico. Mas isso não seria possível sem que eles
tivessem, na sua frente, o paradigma que sustentava a universidade e do qual se
valeram com muita habilidade e competência. Nesse paradigma, reencontraram as
concepções do próprio Dr. Olinto de Oliveira, fundador do Instituto de Belas
Artes, que estava empenhado em ajudar o Brasil na construção de uma
universidade adequada. Olinto foi referência[1] para
a Associação Brasileira de Educação (ABE). O fundador do Instituto ocupava um
lugar de destaque[2]
como membro ativo do MESP entre 1930 e 1945[3]. As alianças dos docentes, em favor da
universidade, contra o modelo dos cursos superiores isolados, não paravam na
pessoa do fundador do Instituto. O cunhado de Olinto de Oliveira, Dr. Raymundo
Vianna[4],
membro ativo desde 1912 da CC-ILBA-RS, era um dos lideres do ‘Partido
Universitário’[5].
[1] - Souza Campos, 1940, p.287
e 1954, p. 85.
[2] - O fundador do Instituto de
Belas Artes, Olinto de Oliveira, ocupou entre 1930 e 1945, na capital federal,
um lugar e um posto privilegiado no Ministério de Educação e Saúde Pública
(FIGUEIREDO, 1953, 110 pp). Teve a
oportunidade de socializar as suas concepções sobre a universidade brasileira
que se estava planejando e a centrou sobre o estudante. Caberia investigar o
papel de Olinto de Oliveira nessa vinculação do Instituto com o MESP onde era
interlocutor direto com Getúlio Vargas e seu ministro Capanema. O que se supõe é que, no seu posto de cuidar
da oficialmente da juventude brasileira (Gomes, 2000, pp.223/238), o
criador e o primeiro presidente do Instituto não era indiferente a esse
Instituto e sua intenção de pertencer à nova universidade brasileira.
[3] - Gomes, 2000, pp.221-249.
[4] - Conforme Rocha Almeida,
(1964, p. 234) Raymundo Vianna era cunhado de Olímpio Olinto de Oliveira. Ele
era casado com a 6ª irmã de Olinto, Hercília Olinto de Oliveira (1883-1954).
[5] - Num texto institucional da
UFRGS constava “o movimento pró-criação
da Universidade obteve grande amplitude intelectual e a ele agregaram-se
professores de renome como Francisco Rodolfo Simch e Raymundo Vianna. Daí
resultou a criação em 1932, do Partido Universitário, cujo objetivo precípuo
era a luta pela criação de uma instituição universitária gaúcha” «Universidade Federal do RS: 1934-1984»
Porto Alegre: UFRGS, 1984, p.23.
Fig. 23 – Olinta
BRAGA teve uma carreira internacional, nacional e local. Ela foi intérprete das óperas Carmela de José de
Araújo Vianna (18772-1916). Este foi diretor do Conservatório do IBA-RS até
sua morte precoce. Olinta BRAGA, como Araújo Vianna, foi da COMISSÃO CENTRAL DO IBA-RS em 22 de abril de 1908[1]. Conforme pautava o Estatuto do IBA-RS ambos
se retiraram, desta Comissão, quando assumirem suas funções docentes. Ao final de sua carreira docente Ointa
irá se somar as inciativas de Tasso Corrêa. A sua cidade natal – Santana do
Livramento – atribuiu o seu nome a um
das suas vias públicas .
Certamente não faltaria apoio aos docentes para
assumir o poder completo do Instituto. Entre eles, o decisivo apoio do
interventor federal, general Flores da Cunha[2]. Se
fosse necessário, daquele que o Interventor representava no RS, o próprio
Getúlio Vargas, antigo presidente de honra do Instituto. Ou do desembargador
Manoel André da Rocha, Vice-Presidente do ILBA-RS e depois, primeiro Reitor da
UPA.
Deve se a Tasso Corrêa a iniciativa e elaboração desta minuta de um novo e revolucionário Estatuto para o IBA-RS. Agia como jurista e
colocava a lei antes da realidade inclusive da antiga Comissão Central que o
expulsara do IBA-RS em 24 de outubro de 1933.
O Decreto nº
19.851, de 11 de abril de 1931, erá anterior à realidade cuja expressão jurídica
era emitido pelo Governo Provisório resultante da Revolução de 1930.
Reproduz a seguir na íntegra esta minuta, pois este texto é de responsabilidade do
pensamento e lavra de Tasso Corrêa. Este texto permite avaliar o seu pensamento
institucional na passagem da Republica Velha para um paradigma posterior à
Revolução de 1930. Ao mesmo tempo permite avaliar as forças ativas que buscavam
a hegemonia, neste momento, no IBA-RS.
[2] - Essa esperança foi
explicitamente citada por Tasso Corrêa no dia 24 de outubro de 1933 no Theatro São Pedro quando
afirma que “entrando nos eixos e com o
apoio de s. ex. o gal. Flores da Cunha, chefe do governo riograndense, dentro
de pouco tempo, teriamos um estabelecimento modelar, para isso nos valendo, é
claro, do prestigioso baluarte do nosso atual presidente eleito, dr. João
Carlos Machado, que já deve ter alcançado a deficiência da nossa presente
estrutura administrativa”.
Ver relação política entre JOÂO CARLOS MACHADO e JOSE ANTÒNIO FLORES da CUNHA em
SUMÁRIO dos
TEMAS da SÉRIE
de POSTAGENS RELATIVAS ao PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA
Epígrafe: Uma AULA de AUTONOMIA de um ARTISTA.
163 – INTRODUÇÃO
01 – O PROBLEMA..
02 - HIPÓTESESE...
03 –.. OBJETIVOS
164 - FORMAÇÃO
04 - .O PENSAMENTO de TASSO
CORRÊA e a sua ORIGEM FAMILIAR
05 - A FORMAÇÂO SUPERIOR de TASSO e ERNANI entre
os anos de 1918 -1924
06 - INÍCIO da
ATIVIDADE PROFISSIONAL de TASSO e de
ERNANI no RIO GRANDE do SUL
07 - A REVOLUÇÃO de 1930 e as ARTES
165 - A UNIVERSIDADE
BRASLEIRA e a ARTE
08 - A UNIVERSIDADE no
HORIZONTE do BRASIL
09
- O CONFRONTO de 1933 - no THEATRO SÃO PEDRO
10 – O DISCURSO de
TASSO CORRÊA como PARANINFO no THEATRO SÃO PEDRO em 24/10/1933
166 - PASSANDO para PRÁTICA
11 – A UNIVERSIDADE de
PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA
.12 – APOIO DOCENTE a
TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA)
167 – O PENSAMENTO de
TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA EXPRESSO em CONTRATO INSTITUCIONAL
-13 – A LAVRA de um CONTRATO INSTITUCIONAL
-14 – A COMISSÃO
CENTRAL RETIRA-SE do CENÁRIO do IBA- RS
168 - ASSUMINDO as FUNÇÕES
. 15 – APOIO
DISCENTE a TASSO CORRÊA
..16 - O CONTRATO
CONTROVERSO de FERNANDO CORONA
. 17 - O DIRETOR ASSUME suas EFETIVAS FUNÇÕES.
169 - O CONSTRUTOR
...18 - TASSO CORRÊA o CONSTRUTOR
. 19 - TASSO CORRÊA
CONSELHEIRO de EDUCAÇÂO e CULTURA do RIO GRANDE do SUL
20 - TASSO CORRÊA PROPÔE a UNIVERSIDADE das
ARTES
170- CULMINÂNCIA
21 – A
CULMINÂNCIA da ADMINISTRAÇÂO de TASSO CORRÊA
22 – O 1º SALÃO PAN-AMERICANO e o 1º
CONGRESSO BRASILEIRO de ARTE
23 – Um DESFECHO INESPERADO
171 – CONCLUSÕES e LOGÍSTICA
CONCLUSÕES
FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS
SIMON, Círio - Pensamento de Tasso Corrêa (1901-1977)– Porto Alegre: monografia, 2016 ,
130 fls - com DVD, nº do sistema bibliotecas as UFRGS 000994363
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