APONTAMENTOS do
PENSAMENTO de
TASSO BOLÍVAR
DIAS CORRÊA (1901-1977)
nas
CIRCUNSTÂNCIAS INSTITUCIONAIS da ARTE do RIO
GRANDE do SUL
CÍRIO
SIMON
O TEMA desta NARRATIVA.
“A investigação histórica admite, desde os
primeiros passos, que o inquérito tenha já uma direção. De início está o
espírito. Nunca, em ciência alguma, foi fecunda a observação passiva. Supondo,
aliás, que seja possível”.
[1] BLOCH, Marc (1886-1944) .
Introdução à História. [3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa
:Europa- América 1976 179 p.
TASSO,
ERNANI CORREA e JOÂO FAHRION –por Aldo Locatelli – 1958 – Salão de Festas 8ª andar do
IA-UFRGS
Fig. 01 – As figuras
de TASSO CORRÊA, de seu irmão ERNANI DAS CORRÊA e do silencioso JOÂO FAHRION
figuram numa das paredes do 8º andar do prédio d0 Instituto de Artes a Rua
Senhor dos Passos, nº 248 de Porto Alegre. Prédio erguido pela comunidade local
e nacional, ao longo da 2ª Guerra Mundial, graças à persistência, à visão
econômica, social e política mantida coerente
transformados em ações
perceptíveis por estas três figuras de artistas. Tasso Corrêa permaneceu na
direção do IBA-RS de 1936 até 1958. Este
pensamento permanece vivo, não só nas constantes e renovadas expressões de
autonomia, mas no próprio espaçoo físico do prédio em pleno e renovado uso
diário.
A presente série de
postagens inicia no dia 22 de abril de 2016, data na qual o Instituto de Artes
da UFRGS (IA-UFRGS) completa 108
anos de existência. Esta série dedica-se a estudar, sistematizar e socializar o
pensamento de Tasso Corrêa um das suas múltiplas energias, problemáticas e realizações.
Esta instituição deve, a este pensamento, múltiplas expressões de autonomia das
artes, projetos e realizações que repercutem e são usados até a presente data.
O pensamento em ARTE possui
pressupostos no seu estudo, sistematização e socialização problemas diferentes
daqueles das CIÊNCIAS EXATAS. Estas prosseguem numa direção unívoca, linear e
são cumulativas. Na medida em que a ARTE expressa o pulsar da vida e as suas
circunstâncias passageiras o pensamento é sempre vivo mutante e múltiplo. As ARTES
e as CIÊNCIAS possuem em comum o espírito humana expresso nos seus respectivos
projetos e que tornam históricas a ambas.
O desafio do projeto da
HISTÓRIA da ARTE é transformar EXPRESSÕES VIVAS e MUTANTES para conferir-lhes a
FORMA da COMUNICAÇÃO humana. As narrativas da HISTÓRIA da ARTE sucedem-se,
superam-se e tomam formas novas segundo o TEMPO, o LUGAR e SOCIEDADE nas quais
são vividas, produzidas e reproduzidas. É um trabalho permanente, o que
justifica plenamente a profissionalização do HISTORIADOR de ARTE.
Pretende-se encontrar
vestígios do pensamento de Tasso Bolívar Dias CORRÊA,
registrá-los e conferir-lhe uma narrativa mínima. Este
pensamento se inscreve no TEMPO da
1ª metade do século XX. O seu LUGAR
é o Rio Grande do Sul. A sua SOCIEDADE
de origem exibe tênues sinais da sua potencialidade para emergir no campo das
forças das ARTES, pois ela é nova, confusa e ainda carente de um pacto
coletivo.
Ao
coletar estes dados, no mundo empírico,
robustece-se na hipótese do autor da presente narrativa, de que o
pensamento, ou espírito de Tasso Corrêa tinha uma direção que movia e orientava
seus projetos e ações. Direção que se interpreta como a busca de AUTONOMIA do
campo da ARTE praticada no Rio Grande do Sul e com múltiplas expressões e
iniciativas. EXPRESSÕES de AUTONOMIA conscientes das suas competências e dos seus
limites.
O PENSAMENTO de TASSO BOLÍVAR DIAS CORRÊA
A busca dos vestígios do
pensamento de Tasso Bolívar Dias CORRÊA é
motivada na medida em que este personagem agiu no âmbito da institucionalização
e na reprodução das Artes no Rio Grande do Sul. Esta busca de dados se encontra
na esteira das pesquisas relativas à tese “ORIGENS do INSTITUTO de ARTES da
UFRGS”[1].
Esta tese investigava as EXPRESSÕES de AUTONOMIA das ARTES no RIO GRANDE do SUL
no processo de sua institucionalização e da sua reprodução.
Contorna-se a
biografia de Tasso Corrêa para privilegiar os diversos horizontes, cenários e
os percalços desta institucionalização e desta reprodução da ARTE no Rio Grande
do Sul. O problema é de um lado contornar, na presente narrativa,
os percalços que se refletem na mitificação e a confusão entre o personagem e o
IBA-RS. Do outro lado evita-se não ser arrastado para os abismos do silêncio
nos quais a memória deste personagem está mergulhada como fruto da sua
naturalização abusiva e até pelo seu descredito. Descrédito, naturalização e
silêncio que se seguiram a retirada de Tasso Corrêa do cenário público e
especialmente após o seu desaparecer.
[1] TESE:
SIMON, Cirio - Origens do Instituto de Artes da UFRGS:
etapas entre 1908-1962 e contribuições nas constituição de expressões de
autonomia dos sistema de artes visuais no Rio Grande do Sul Porto
Alegre : Orientação KERN, Maria Lúcia Bastos .PUC - RS, 2003—570 p..- versão
2012. em DVD Disponível
digitalmente: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1
DOMÍNIO
PÚBLICO http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp000043.pdf
Fig. 02 – As
ações perceptíveis do pensamento de TASSO CORRÊA mostram maior intensidade entre os primórdios da Revolução de 1930 e as
vésperas do Golpe de 1964 Nesta etapa a maior visibilidade do seu
pensamento está associada ao exercício do cargo de Diretor do IBA-RS que ele
ocupou no período de 1936 até 1958.
Neste cargo desta instituição de ARTES ele era a instância superior e
última no aspecto politico e econômico.
Esta entropia e
obsolescência da memória é algo natural numa cultura na heteronomia ainda
carente de um pacto ou um contrato cultural, econômico e social definido e
unívoco. Culturas desta natureza vivem e se reproduzem no âmbito do seu parco e
frágil conhecimento do seu próprio “AQUI e AGORA” e ao sabor das culturas hegemônicas.
Estas culturas fortes tornam-se hegemônicas na medida em que ditam para as
frágeis o que é possível pensar, querer e sentir mantendo-as na sua heteronomia
por tempo que for possível e lhes derem lucro. Culturas hegemônicas que
aproveitam o frágil espaço das inconscientes de si mesmas as quais impõem os “SEUS” próprios valores de forma aberta ou
subliminarmente. Culturas hegemônicas que impõem suas sobras e os restos do seu
ontem. Culturas hegemônicas que também
rebaixam ao “LIXO da HISTÓRIA” aqueles que se dedicam à pesquisa e à reprodução
deste descarte do seu ontem.
Em hipótese alguma se deseja transformar Tasso Corrêa em algo exemplar
ou criar um mito. O seu pensamento é um precioso índice do TEMPO, do LUGAR e da
SOCIEDADE com as suas instituições de ARTE possíveis nestas circunstâncias.
Instituições de ARTE criadas antes de Tasso Corrêa e com o objetivo de durarem
por “TEMPO INDETERMINADO” num ambiente pioneiro e adverso. Neste “TEMPO INDETERMINADO” a origem destas instituições pertence a uma etapa anterior a Tasso
Corrêa e não se esgotaram com ele, pois na sua ausência elas continuam produtivas.
Documento da pasta de Tasso Corrêa aos
cuidados e guardados no Arquivo do
IA-UFRGS em 2005
Fig. 03 – Este
DOCUMENTO do ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UFRGS é coerente com a esperança
de TASSO BOLÍVAR DIAS CORRÊA alimentava em relação Estado Nacional Brasileiro Esta
esperança política se manifestava nas suas escolhas estéticas pessoais e que
transmitia para aqueles que se aproximavam dele. O ano de 1931, quando esteve
na frente da Sala Beethoven, os repertórios brasileiros e seus intérpretes
acentuaram este traço de Tasso Corrêa e que provara que não era simples
fachada.
O pensamento de Tasso
Corrêa, que se deseja evocar aqui, se materializava numa somatória de
expressões de autonomia da Arte. Expressões que alguém pode ver e perceber como
exageradas, redundantes e retóricas. Porém no contraste, com o pensamento que
ele enfrentou e tentou modificar, as suas expressões são necessárias para
evidenciar paradigmas institucionais em nítido confronto daqueles que se vinham
praticando até aquele momento. O IBA-RS continuou a expressar e trilhar
múltiplas veredas - também após Tasso Corrêa -
que não cabem nos paradigmas do pensamento defendidos por ele. A prova
disto é o rápido esquecimento a que foi submetido o pensamento de Tasso Corrêa
por aqueles que o seguiram, mesmo no cargo da direção do IBA-RS.
Fig. 04 – O acervo dos DOCUMENTOS do ARQUIVO do
INSTITUTO de ARTES da UFRGS no dia 12 de dezembro de 1995. Este acervo é formado por muitos
documentos guardados e cuidados pela
administração de Tasso Corrêa. Este remetia para este Arquivo toda comunicação
recebida e as minutas dos documentos emitidos além dos documentos próprios ou
atinentes ao Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul.
.
Os documentos, os
testemunhos e as obras de personagens do pretérito constituem um estorvo senão
algo inútil e descartável para uma cultura mergulhada na heteronomia de
paradigmas hegemônicos. Para uma cultura
na heteronomia constituem uma carga estranha, pesada e de difícil manejo, na
melhor das hipóteses. Estas mentes dominadas buscam e preferem as facilidades
oferecidas pelas sobras brilhantes dos restos oferecidos pelas culturas
alheias. Sobras brilhantes e ruidosas que abafam os interesses políticos, que
obscurecem os valores sociais, alienam do trabalho e da economia locais. A
propaganda e o marketing de paradigmas hegemônicos constrangem o estudo, a
divulgação e a reprodução dos valores locais. Valores desqualificados pelas
máquinas do apelo, da propaganda e da facilitação do dominador.
As formas das
instituições e de uma civilização são índices dos valores que uma cultura cria
conserva e reproduz. No contraponto existe a explosão solitária de um dos seus
agentes que lança brilhos fugazes nas suas circunstâncias. Luzes que
rapidamente se diluem na entropia geral e na obsolescência programa por obra de
culturas que se querem impor-se às demais. Conseguem êxito neste projeto graças
ao seu trabalho continuado. A ERA PÓS-INDUSTRIAL investe no trabalho nestes
espaços simbólicos nos quais desponta o fenômeno da ARTE como algo que irá
permanecer na fugacidade de explosões solitárias que se renovam sem cessar.
As narrativas
transformam em complementariedade a contradição entre a fugacidade das
EXPRESSÕES de ARTE e em permanência no MUNDO da COMUNICAÇÃO. MUNDO da COMUNICAÇÃO que necessita se
reconstruir permanentemente por meio das formas institucionais da civilização
humana.
No contraditório é
necessário reconhecer que as necessidades básicas precárias estão
estereotipadas no MUNDO da COMUNICAÇÃO e, na prática estão mal supridas no Rio
Grande do Sul. Esta precariedade e esta subordinação ao discurso vazio ainda
estão presentes, ativas e são determinantes das suas formas culturais locais e
nacionais neste Estado brasileiro periférico. Contudo existe a hipótese de um
potencial circuito virtuoso entre a ARTE e as NECESSIDADES BÁSICAS. Ambas são
HUMANAS. A CULTURA de um povo pode-se reconhecer
pela sua mesa ou pela forma desta criatura humana satisfazer as suas
necessidades básicas. Como observou André Malraux CULTURA se expressa na forma
como um operário espanhol prepara e serve uma omelete, como seu almoço, na hora
do intervalo no trabalho.
Fig. 05 – O
acervo dos DOCUMENTOS do ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UFRGS no dia 19 de
dezembro de 1995 um semana após a foto anterior
Este Acervo, depois de peregrinar por diversas ambientes, foi depositado no subsolo de um prédio
comercial anexo, integrado e comprado pelo IBA-RS em 1962. Portanto após a
administração de Tasso Corrêa
As inundações
foram sistemáticas, pois não tinha
escoamento de água servida ou pluvial e ficava abaixo da linha da calçada da
rua em frente ao prédio do IBA-RS. Ali permaneceu entre 1962 até 1999, quando
foi transferido para uma sala arejada de 300 m² do antigo Prédio da Faculdade
de Medicina da UFRGS.
Esta perspectiva é que
anima os objetivos do presente
projeto. Perspectiva na qual não se espera milagres duma universidade quando
ela não possui projeto, profissionais qualificados e nem verbas especificas,
para o cultivo de sua própria memória institucional. Memória que o voluntarismo e o populismo
inflam como um balão que se precipita pelo caminho da entropia e que não possui
outro sentido além dos eventos comandados pelo marketing e propaganda oca do
MUNDO da COMUNICAÇÃO. Propaganda e
marketing que restringe e empacota esta universidade numa avaliação numérica.
Universidade que esgota o seu potencial no leque da manutenção de CURSOS
SUPERIORES PROFISSIONALIZANTES obsoletos. Ao FAZER seu TRABALHO na penosa
manutenção de CURSOS SUPERIORES PROFISSIONA-LIZANTES obsoletos estas instituições restringem os seus projetos, e as suas ações ao âmbito obsolescência programada
da ERA INDUSTRIAL. De outra parte estes CURSOS SUPERIORES comprometem o seu
potencial com profissões transitórias para as quais elas apregoam cultivar e
fornecer mão de obra. Mão de obra obsoleta para as condições do AQUI e do
AGORA.
Contornam-se, aqui, os
termos “MODERNO” e “CONTEMPORÂNEO” preferindo os termos “ERA INDUSTRIAL” e
“PÓS-INDUSTRIAL”[1].
O pensamento de Tasso Corrêa esteve ativo e
coerente com a lógica unívoca, linear da “ERA INDUSTRIAL” comandada por
um SISTEMA com entrada, elaboração, descartes e circulação de produtos da máquinas.
O pensamento de Tasso Corrêa apagou-se e se calou antes da emergência das
primeiras afirmações, realizações da “ERA PÓS-INDUSTRIAL” e das comunicações e
produtos numéricos digitais. O trabalho logístico, do presente texto, consiste
em trazer o pensamento de TASSO CORRÊA para a rede mundial da “ERA
PÓS-INDUSTRIAL”.
OLHAR
ELETRÔNICO vídeo do ano de 1985
– Arquitetura ¿“Moderna” ou da “ERA
INDUSTRIAL”? em:
Os documento da administração Tasso
Corrêa aos cuidados e guardados no
Arquivo do IA-UFRGS em 2005
Fig. 06 – O
acervo dos DOCUMENTOS do ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UFRGS instalado numa
das salas do prédio histórico da Faculdade de Medicina da UFRGS. Este prédio é
destinado, no futuro, a abrigar o Instituto de Artes. Esta transferência
foi realizada por profissionais da arquivologia a partir de 1999. Este trabalho
de transferência, adequação da sala, descarte
e começo da sistematização profissional estendeu-se até 2005. Porém só
foi possível por meio do trabalho dedicado de profissionais qualificados e
arquivistas com um belo currículo. A origem deste acervo deste arquivo foi
possível graças a ação da Comissão Central do IBA-RS – dirigida por secretários
do governo do Estado do Rio Grande do Sul e pela ação de Tasso Corrêa que
administrou o IB-RS entre 1936 e 1958.
A pergunta, que percorre esta investigação é ¿ como, quando e onde Tasso
Corrêa teve êxito ao transformar em
complementariedades as suas contradições e obstáculos? . A narrativa das respostas a esta
pergunta pode ajudar a esclarecer e dimensionar o problema da mitificação e da
confusão entre Tasso Corrêa e o IBA-RS
Os simples dados – ou o
seu conjunto - pouco ajudam na solução deste problema. Trabalha-se na direção de
que o pensamento de Tasso Corrêa flui, frutificará e se reproduzirá
potencialmente na medida em que ele é transportado para a rede mundial. Nesta
transposição - da “ERA INDUSTRIAL” para a “ERA PÓS-INDUSTRIAL” - ele se
transforma em componente e em COMPLEMENTAR de algo novo e inovador. Mesmo que
esta potencialidade complementar permaneça no âmbito do MUNDO da MEMÓRIA
humana, ela armazena energias a serem transpostas oportunamente para um novo
AQUI e AGORA. Este pensamento mostra no extremo, àquilo que ainda não é
possível fazer neste novo campo, ainda confuso e carente de um pacto coletivo.
O pensamento e o exemplo de Tasso Corrêa evidenciam aquilo que as forças das
ARTES podem esperar e realizar neste campo carente de um pacto coletivo,
confuso e novo.
Para criar forma, para
este conteúdo, é possível captar e registrar expressões do pensamento de Tasso
Corrêa numa revisão dos documentos e
da parca e dispersa bibliografia institucional. Esta revisão, documental e
bibliográfica, busca expressões que evidenciam - no sentido amplo - a soma de
energias para vencer as principais lutas para implantar, manter e reproduzir o
ENSINO APRENDIZAGEM das ARTES num estado periférico e sem grandes e
consolidadas tradições institucionais nesta área. Porém este pensamento de Tasso
Corrêa possui um rumo desde o início. O rumo de seu pensamento orientou-se e
operou coerente com a ERA INDUSTRIAL para a qual ele atingiu a concepção de uma
UNIVERSIDADE das ARTES e de um MINISTÉRIO das ARTES ancorados na crença de um ESTADO
NACIONAL imune de contradições e de eventual obsolescência.
A narrativa, que se
inicia aqui, também é mais um desafio para buscar os documentos, os arquivos,
os museus, os testemunhos e as obras de personagens do pretérito de Porto
Alegre e que dizem respeito a Tasso Corrêa. Este desafio constitui outra
ocasião de transformar a contradição em complementariedade. Se estes documentos
suas instituições e seus testemunhos
forem mantidos e estáticos no passado serão
uma contradição. Quando lidos a partir do AQUI e do AGORA se transfiguram em
complementariedade. A ótica do projeto
da complementariedade permite alargar as circunstâncias da autonomia desta
cultura. Autonomia na contramão da heteronomia da ATUALIZAÇÃO dominada pela
INTELIGÊNCIA ALHEIA na qual são um estorvo e mais uma cultura inútil do que uma
ajuda ou sentido. Complementariedade quando neles se perceber os fundamentos do
DIREITO a uma autonomia PESQUISA ESTÉTICA NACIONAL e REGIONAL.
Complementariedade que permite objetivar a sua coerência com o seu TEMPO, seu
LUGAR e a sua SOCIEDADE de origem.
Nesta distinção - entre
PESQUISA e ATUALIZAÇÃO - segue-se a proposta
de Mário de Andrade[1] para a
UNE.
“O direito permanente à pesquisa estética; a
atualização da inteligência artística brasileira; e a
estabilização de uma consciência nacional
[..] A novidade fundamental, imposta pelo movimento, foi a conjugação dessas
três normas num todo orgânico da consciência coletiva” (Andrade, 1942, p.45)
A síntese da Semana de
Arte Moderna de 1922, realizada, em 1942, por Mário da Andrade para UNE não era
estranha para Tasso Corrêa. O CTA pautou posteriormente e aprovou a ida de dois
estudantes do IBA-RS para o Congresso da UNE, de 1942[2],
onde esta conferência, não só havia sido lida por Mário, mas também foi
impressa.
Neste particular
percebe-se, no pensamento de Tasso Corrêa, os fundamentos do DIREITO a uma
autonomia PESQUISA ESTÉTICA NACIONAL e REGIONAL. PESQUISA ESTÉTICA orientada e operando de
forme coerente com a ERA INDUSTRIAL. Porém a ultrapassou esta ERA ao apostar no
campo virtual da concepção de uma UNIVERSIDADE das ARTES e de um MINISTÉRIO das
ARTES. Não vieram ao mundo empírico, pois o ESTADO NACIONAL ainda se considera imune
de contradições e de eventual obsolescência e se recusa a mergulhar nas
circunstâncias da ERA PÓS-INDUSTRIAL.
Vislumbra-se um caminho
e os meios significativos para transformar em complementariedade as eventuais
contradições entre a ERA INDUSTRIAL e a ERA PÓS-INDISTRIAL. O PENSAMENTO de
TASSO CORRÊA parece oferecer esta oportunidade. É esta direção que este inquérito persegue. Porém neste fértil tema muitas outras vertentes e direções são
possíveis
A direção do presente
inquérito irá se evidenciar na lista das
postagens a seguir enumeradas.
SUMÁRIO dos
TEMAS da SÉRIE
de POSTAGENS RELATIVAS ao PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA
Epígrafe: Uma AULA de AUTONOMIA de um ARTISTA.
163 – INTRODUÇÃO
01 – O PROBLEMA..
02 - HIPÓTESESE...
03 –.. OBJETIVOS
164 - FORMAÇÃO
04 - .O PENSAMENTO de TASSO
CORRÊA e a sua ORIGEM FAMILIAR
05 - A FORMAÇÂO SUPERIOR de TASSO e ERNANI entre
os anos de 1918 -1924
06 - INÍCIO da
ATIVIDADE PROFISSIONAL de TASSO e de
ERNANI no RIO GRANDE do SUL
07 - A REVOLUÇÃO de 1930 e as ARTES
165 - A UNIVERSIDADE
BRASLEIRA e a ARTE
08 - A UNIVERSIDADE no
HORIZONTE do BRASIL
09
- O CONFRONTO de 1933 - no THEATRO SÃO PEDRO
10 – O DISCURSO de
TASSO CORRÊA como PARANINFO no THEATRO SÃO PEDRO em 24/10/1933
166 - PASSANDO para PRÁTICA
11 – A UNIVERSIDADE de
PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA
.12 – APOIO DOCENTE a
TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA)
167 – O PENSAMENTO de
TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA EXPRESSO em CONTRATO INSTITUCIONAL
-13 – A LAVRA de um CONTRATO INSTITUCIONAL
-14 – A COMISSÃO
CENTRAL RETIRA-SE do CENÁRIO do IBA- RS
168 - ASSUMINDO as FUNÇÕES
. 15 – APOIO
DISCENTE a TASSO CORRÊA
..16 - O CONTRATO
CONTROVERSO de FERNANDO CORONA
. 17 - O DIRETOR ASSUME suas EFETIVAS FUNÇÕES.
169 - O CONSTRUTOR
...18 - TASSO CORRÊA o CONSTRUTOR
. 19 - TASSO CORRÊA
CONSELHEIRO de EDUCAÇÂO e CULTURA do RIO GRANDE do SUL
20 - TASSO CORRÊA PROPÔE a UNIVERSIDADE das
ARTES
170- CULMINÂNCIA
21 – A
CULMINÂNCIA da ADMINISTRAÇÂO de TASSO CORRÊA
22 – O 1º SALÃO PAN-AMERICANO e o 1º
CONGRESSO BRASILEIRO de ARTE
23 – Um DESFECHO INESPERADO
171 – CONCLUSÕES e LOGÍSTICA
CONCLUSÕES
FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS
ABREVIAÇÕES
usadas nestas POSTAGENS
CAP-IBA-RS:
Curso
de Artes Plásticas do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul (1936-1970)
CTA-IBA-RS:
Comissão
Técnica Administrativa do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul
(1936-1962)
CC-IBA-RS:
Comissão
Central do Instituto de Belas Artes do
Rio Grande do Sul (1908-1939)
DAV-IA-UFRGS:
Departamento
de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS (1968... até hoje)
EA-IBA-RS: Escola de Artes do Instituto de Belas
Artes do Rio Grande do Sul (1910-1936)
ENBA:
Escola
Nacional de Belas Artes ( 1889-1931) sucessora da Imperial Academia de Belas
Artes (1826-1889)
IA-UFRGS:
Instituto
de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1968... até hoje)
IBA-RS:
Instituto
de Belas Artes do Rio Grande do Sul (1908-1962)
ILBA-RS:
Instituto
Livre de Belas Artes do Rio Grande do Sul (1908)
MARGS: Museu da
Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
MEC:
Ministério
de Educação e Cultura (1953 até 1985 com criação do Ministério da Cultura)
MESP:
Ministério
de Educação e Saúde Pública (1930-1953)
PM-POA:
Prefeitura
Municipal de Porto Alegre
RS:
Rio
Grande do Sul
SEC-RS:
Secretaria
de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul
UPA:
Universidade
de Porto Alegre
UFRGS:
Universidade
Federal do Rio Grande do Sul
URGS: Universidade
do Rio Grande do Sul (abrangendo Porto
Alegre- Pelotas – Santa Maria
[1]- ANDRADE, Mario O movimento modernista:
Conferência lida no salão de Conferências da Biblioteca do Ministério das
Relações Exteriores do Brasil no dia 3 de abril de 1942. Rio de Janeiro :Casa
do Estudante do Brasil, 1942, 81 pp.
Esta conferência evocava os resultados culturais da Semana de Arte
Moderna de 1922. Mario da Andrade havia sido umas das figuras centrais desta
Semana. Ele se indispusera em 1938 com o Estado Novo. A conferência ocorria no
auge desta ditadura que entrava em guerra com o Eixo. Mário coloca a
nacionalidade como primeiro principio os concluía com busca da construção de
uma consciência coletiva. A biblioteca do IA-UFRGS possui um original deste
livro e intensamente anotado a lápis
[2] “d)
.. os representantes do Centro Acadêmico
deste Instituto - aluno Tito Alberto Gobato e Adherbal Livi d’Avila - seguiram
para o Rio de Janeiro, para tomar parte no Congresso Nacional de Estudantes”
Livro de Atas do CTA-IBA-RS 29ª reunião,
em 15.09.1942, folhas 16 (verso) e 17 (frente)..
SIMON, Círio - Pensamento de Tasso Corrêa (1901-1977)– Porto Alegre: monografia, 2016 ,
130 fls - com DVD, nº do sistema bibliotecas as UFRGS 000994363
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restrito ao apoio do processo continuado de ensino-aprendizagem
Não há pretensão de lucro ou
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