terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O CHARME da IGNORÂNCIA



Existe um verdadeiro charme na ignorância de uma criança desvendando o mundo ou de uma bela mulher fascinada apenas nos seus dotes físico.


No interior de uma universidade, exibir ignorância, já não possui a menor graça, charme ou fascínio A ignorância começa pelo desconhecimento de uma noção do que seja uma universidade.


As generalizações em distinções entre esquerda e direita. Os diretóides misturando taylorismo, capitalismo fascismo e nazismo Os esquerdóides misturando e não distinguindo marxismo, leninismo, maoismo, trostkismos ou gramscianos. Anarquistas querendo se instituir em organizações ideológicas perenes e realizando atos de proselitismo institucional.


Na semiótica existe a busca do horizonte dos 12 anos da idade mental e de extrema utilidade para o marketing que deseja atingir universalmente as massas ditas populares.


A infantilização das mentes é uma mina de ouro para os populismos de todas as matizes e para todas as finalidades. Quando se trata de gerar um mercado físico ou ideológico consegue-se que países e continentes inteiros sejam forçados a mergulhar abaixo da linha horizonte intelectual dos leitores de um Harry Potter. Trabalha-se depois com o grupo de dentro que mergulhou neste baixo horizonte e que constituem automaticamente os “amigos”. Todos aqueles que estão de fora deste grupo são os “outros” ou os “inimigos” ou os “hereges”.


A imersão neste inconsciente coletivo rebaixado possui múltiplas vantagens além do seu eventual charme quando é autêntico. A primeira é felicidade do paraíso primitivo sem a compulsão ao trabalho e culpa. A segunda é fuga de qualquer sanção moral dos atos praticadas nesta presunção da inocência do coletivo. A terceira é que esta imersão coletiva na ignorância aproxima-se do extremo oposto em que os filósofos mais adiantados confessam “que só sabem que nada sabem”.


Nada adianta o quixotismo de investir e confundir o “rebanho” de ovelhas com os “mouros”. Reinventar batalhas contra os mouros, fora do seu contexto, é tentar repetir a História sob a forma de uma farsa. Muitos direitistas, esquerdistas e centristas estão repetindo batalhas contra os “mouros” e, portanto, repetindo a História como uma farsa.


O charme de ignorância seria algo muito bonito e poético se não escancarasse e deixasse os seus portadores a mercê das mais ferozes paixões humanas de domínio. Domínio que se expressa pela busca de um campo de hegemonia sobre as suas vítimas a semelhança de um rebanho a caminho do matadouro e um “objeto” a ser exaurido pelo dominador em busca das suas próprias vantagens.

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