terça-feira, 10 de novembro de 2009

Os SIMON há 180 ANOS de VIDA na NAÇÃO BRASILEIRA

SIMON e os seus CONTERRÂNEOS no BRASIL há 180 ANOS.

Os recursos da tecnologia numérica digital permitem, para quem queira usá-los adequadamente, trazer os frágeis dados e valores do passado, para o nosso presente e incluí-los na mentalidade do seu futuro.

Pelos recursos da tecnologia numérica digital podemos, também, conectar-se com uma rede de pessoas e de mentalidades que permitem saber donde viemos, o que somos e para onde temos intenções e condições de ir. Com a família Simon não é diferente. Ela completa os seus 180 anos de vida, ações e esperanças depositadas, em 2009, na nação brasileira. Nação que compõe o poder originário a partir de um mosaico de culturas, etnias e de projetos de vida. Culturas, etnias e de projetos de vida que constituem e alimentam instituições com o intuito de buscar a felicidade de uma civilização mais humana e digna

Há dois séculos o terremoto político da Revolução Francesa, sob os efeitos da primeira revolução industrial e visível nas marchas dos exércitos de Napoleão Bonaparte, provocou uma diáspora européia que se derramou sobre a América, África, Austrália e continente asiático.

A urgência da busca destas novas terras é visível, também, nas tragédias 1816 como aquela pintada (1819) na jangada da “Medusa” de Theodore Gericault (1791-1824).

A família Simon também viu, em 1828, o seu Mathias (1788-1866)[1] enfrentar os mares revoltos e traiçoeiros e levando esposa e filhos para o Novo Mundo. Ele habitava o vilarejo de Hermeskeil onde exercia o ofício de moleiro. Na juventude havia marchado até as portas de Moscou com os exércitos napoleônicos na condição de guarda do Imperador.

A região banhada pelo rio Mosela e seus afluentes, já não representava, um ideal romântico para os jovens. Estavam prensados, no que foi a fronteira romana em Trier (Treveris e sua Porta Nigra) e dependentes das duas potências antagônicas com a França unificada e do outro lado do Reno os estados autônomos com a língua alemã em comum.

Eles precisavam das terras desconhecidas e de oportunidades inesperadas. Não era apenas um sentimento isolado, mas era uma mentalidade que impregnava um grupo humano na busca de um lugar novo e desafiador. No seu conjunto planejaram o desafio e assumiram lotar o navio Olbers[2] na sua viagem inaugural, no final do verão alemão e partindo de Bremen Hafen[3]. O veleiro de três mastros[4], planejado para transportar emigrantes, atracou no Rio de Janeiro no início do verão meridional em 17 de dezembro de 1828. Muitos destes emigrantes colocaram os seus pés na terra de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, no dia 13 de março de 1829.

Não eram os primeiros emigrantes alemães a chegar ao lugar. Receberam terra na localidade de capela Rosário, hoje do município de São José do Centro.

Olhando retrospectivamente haviam se despedido da sua terra natal, tanto assim que ninguém cultiva e reivindica a sua dupla cidadania. A sua unidade étnica não era barreira para uma interação com aqueles que já estavam aqui. A Capela Rosário é habitualmente uma invocação das irmandades negras. Mas o legado subliminar, que trouxeram foi a mentalidade disseminada pela Revolução Francesa do fim da servidão medieval e o contrato - que tinha tomado a peito – de não terem escravos ao seu serviço.

Algum tempo, após a chegada da família Simon, estes valores da LIBERDADE IGULDADE e FRATERNIDADE serão agitados e irão tomar conta das coxilhas do Rio Grande do Sul. Os seus lideres irão adaptá-los para LIBERDADE IGUALDADE e HUMANIDADE. Este lema figura, até hoje, no centro da bandeira oficial sul-rio-grandense. Hoje parecem naturais e são defendidos, sem contestações significativas, no espaço público e individual.

Contudo, sem o suporte silencioso e continuado do poder originário, seriam mais um lema no museu das ideologias ultrapassadas, como tantas outras que o século XX viu nascer, serem agitadas e morrerem.

A mentalidade da LIBERDADE IGUALDADE e HUMANIDADE presente e ativo, em 2009, nos descendentes de Mathias Simon, permite-lhes continuar a vereda. Vereda aberta há 180 anos no seio da nação brasileira e viva por meio das suas ações e esperanças nela depositadas.




[1] - O site da Família WERLANG http://www.editorawerlang.com.br/simon.aspa expõe a genealogia de Matias e os seus descendentes diretos

[2] Veja o site da família ROCKENBACH http://penta2.ufrgs.br/rockenbach/documentos/Olbers.htmque cujas antepassados também viajaram no navio OLBERS

[3] - O blog da família VOLTZ http://familiavoltz.blogspot.com/2009/05/olbers.html descreve a espera em Bremen, imagem do navio novo e a chegada ao Rio de Janeiro

[4] - Referências em http://www.fineartemporium.com/se-Fedeler-CJH.htm e http://www.artnet.com/artist/604797/carl-justus-harmen-fedeler.html ao artista pintor de marinhas e navios Carl Justus Harmen Fedeler (1799 - 1858)

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