ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA
um BICENTENÁRIO sem POVO
Fig. 01 – Uma imagem
presumida de Antônio Francisco Lisboa e realizado por Euclásio Penna Ventura. O retrato individual e
o uso das tintas a óleo eram proibidos no Brasil ao súdito. A presente imagem, como produto
clandestino, possui uma longa história de trocas, leilões até chegar à sua
institucionalização.
Minoria
insignificante de brasileiros deve ter alguma notícia de que no dia 18 de novembro de 2014 ocorria
a data dos 220 anos da morte de uma das maiores e desconhecidas pessoas que
atuou no campo das artes no Brasil. E se a teve, esta informação não repercutiu
no seu repertório da identidade nacional brasileira.
Fig. 02 – O cenário vazio
dos 12 profetas sobre uma colina da cidade de Congonhas do Campo é uma imagem
da respeitosa distância de um povo que as naturalizou como se estivessem sempre
no mesmo lugar. o As explicações mal decoradas e repetidas como mantras
pelos guias turísticos profissionais mostram o grau de MITIFICAÇÂO e de
TOTEMIZAÇÂO. Mitificações socorridas, promovidas e sustentadas por autoridades
distantes e rer4fugiados em cômodos gabinetes refrigerados de ar condicionado e
cercados de uma literatura fossilizada..
Desconhecido internamente no Brasil e
completamente ignorado no mundo. Ignorância não motivada pela natureza e
magnitude de sua obra. Ignorância sustentada pelo NEOCOLONIALOISMO ávido para
impor outros paradigmas estéticos mais coerentes com seus interesses de
HEGEMONIA material e simbólica. HEGEMONIA que necessita desesperada e
urgentemente da HETERONOMIA e da ESCRAVIDÃO dos povos, das culturas e das
estéticas as quais necessita desqualificar para fazer brilhar e impor os seus
valores.
Fig. 03 –A ignorância das
circunstâncias, estética e motivações que guiaram e orientaram a produção de Aleijadinho
é um dos bloqueios mais fortes para o cultivo de sua memória. Em primeiro lugar
esta obra é de cunho religioso n sua totalidade. Em segundo esta obra resulta de
um período religioso especifico e do qual poucos possuem notícia segura ou
querem admitir essa carência. Em terceiro lugar este período do Barroco
trona-se irrecuperável se lhe falta um esclarecimento seguro das competências
da Propaganda da Fé e da Contra Reforma. Esteticamente ela foi superada pelo
Iluminismo e culto da Razão. Em quinto ela foi abandonada a favor do um
Neoclássico oficial e mal assimilado pela cultura nacional brasileira do Regime
Imperial que tinha toda a motivação para desqualificar o que tinha sido
produzido no Regime Colonial.
No dia 18
de novembro de 1814 desaparecia o escultor, arquiteto e toreuta apelidado como
ALEIJADINHO. Apesar do seu gigantesco
esforço pessoal nas artes de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA começou a ter
letra de forma 40 anos após a sua morte. Até novembro de 2014 esta obra e
esforços pessoais são vistos e divulgados mais pelo lado da indústria simbólica
do que um valor humano intrínseco no que a “ARTE
ESTÁ em QUEM a PRODUZ e NÃO no QUE PRODUZ”.
Fig. 04 – A fachada da
Igreja de São Francisco de Ouro Preto ostenta uma majestosa simetria e a
concepção formal que podem ser percorridos com a régua e o compasso enquanto a
mente marca e destaca as suas preciosas proporções comandadas pela média e
extrema razão (Proporção Áurea ou Divina Proporção. Esta Proporção Áurea se afirma entre a
equilibrada distribuição dos cheios e dos vazios. Os cheios dos relevos atraia
os olhares enquanto os espaços não ocupados os deixam descansar .
Na contramão a
explosão solitária, de um único que produz arte, é capaz de iluminar toda uma
geração, um povo e constituir-se motivo de identidade e orgulho de uma nação
civilizada. Luz que não conhece fronteiras se for mantida acesa, conduzida e
multiplicada adequadamente
Fig. 05 – A fachada da a
Igreja de São Francisco de Ouro Preto- com a sua majestosa simetria e a
concepção formal e estética e a sua intensa e movimentada policromia das obras
de sua nave – escondem a surpresa do
Lavabo da Sacristia. A mente e as mãos experientes de um mestre transfiguram a pedra
sabão numa obra de arte única..
A obra e
pessoa de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA correm duplo risco. De um lado esta obra caminha para ser
abandonada e estar cada vez mais sujeita a erosão pelas forças da entropia.
Nesta condição se reduz à pura matéria primária e assim se naturalizada
misturada com aquilo que ruma para a obsolescência. No lado oposto correm
céleres para se transformar em MITOS e TOTENS sem conteúdo objetivo e tangível.
Nesta condição de TOTEM e de MITO esta obra está cada vez submersa em
ideologias baratas e gastas pelo uso e repetição pela repetição de nomes
sonoros e vazios. Vítima de marketing incoerente e insustentável. Objeto de
uma divulgação por meio de uma
propaganda focada naquilo que é alheio à natureza da obra e da pessoa de ANTÔNIO
FRANCISCO LISBOA.
Foto de Horácio COPPOLA 1945
Fig. 06 – A pedra sabão -
que não importava de forma alguma aos caçadores de ouro - é matéria prima da
região que a mente e as mãos experientes de um mestre transfiguram em obra de
arte única. O artista a deixa respirar a aparecer livremente depois de arrancar dela o que sobrava da imagem que o
mestre trazia na sua mente.
O povo de Congonhas
do Campo desfila cotidianamente diante das esculturas de Aleijadinho com algo
que SEMPRE esteve sempre ali. Este povo não entende o enlevo do intelectual ou
do turista erudito diante destes objetos que percebem como em MITOS e TOTENS e
lhe é indiferente. Erudição que possui imensa dificuldade para encontrar nexos
coerentes entre aquilo que o meio empírico oferece aos sentidos humanos com o
mundo do pensamento e das ideias universais
Fig. 07 – O observador e estudioso necessita atenção redobrada
para penetrar no seu ambiente de origem da obra
de Antônio Francisco Lisboa. Isto significa no mínimo decifrar e
entender o seu TEMPO (ZEITGEIST) e o âmbito das suas fronteiras geográficas
(WELTGEIST) fechadas hermeticamente
do Brasil sob o regime colonial. Além disto, não é possível passar sobre as
leis, as proibições e daquilo que era
vedado ou permitido ao súdito (VOLKSGEIST)
Evidente que a obra de arte autêntica paira
soberana e insubstituível e acima destas circunstâncias do VOLKSGEIST, do WELTGEIST e do ZEITGEIST de sua origem.
Porem é este mesmo esforço da busca de superação destas circunstâncias
que conferem as energias para a afirmação da autonomia de uma obra de arte
autêntica e que permitem inscrevê-la no âmbito da sua universalização.
O apelido ALEIJADINHO foi mais mortalha do que
documento para esta conexão entre o mundo empírico e mundo das ideias. A
consciência nacional brasileira tomou pouco a sério os esforços do deputado mineiro
Rodrigo José Ferreira Bretas que elaborou, a pedido de Manuela Araújo Porto-alegre, breve noticia
após quarenta anos após a morte deste mestre mineiro. O tema foi retomado pelos
Modernistas de 1922 seguidos pelos estrangeiros Blaise Cendrars ou de um Germain Bazin e uma série de prosélitos
que foram pouco além de Bretas.
Fig. 08 – A estética do
final do Barroco derivando para as tendências denominadas Recocó. O interior
da Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto continua e coerente com o equilíbrio
da fachada entre cheios (magens + molduras) com vazios (paredes brancas).
Estes prosélitos em relação aos quais pode-se
afirmar que ajudaram a embalsamar a pessoa do artista e as suas obras em
produtos da indústria cultural e com obsolescência garantida. Obsolescência que
obscurece e apaga definitivamente a essência de um autêntico projeto
civilizatório compensador brasileiro. O
sistema político, econômico e social brasileiro é incapaz de incluir a pessoa
do artista e as suas obras de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA num pacto nacional ou
para fundamentar algo, em novembro de 2014, que faça sentido e seja fértil para
o PODER ORIGINÁRIO BRASILEIRO.
Fig. 09 – Diante de uma
obra - como da imagem acima - é mais que evidente que qualquer ideologia mal
informada, mal intencionada ou apenas ao serviço de uma determinada patrulha
ideológica possui argumentos suficientes para acusar ‘toda obra de Aleijadinho estar a serviço da religião’. Porém, na
medida em que nos informarmos do VOLKSGEIST,
admitirmos or argumentos do seu WELTGEIST e do ZEITGEIST de sua origem,
caem as muralhas
estéticas. Esta obra foi concebida
e ganhou corpo material numa estética que busca emocionar o maior número
possível de sentidos humanos. Emoção (EIFUHLUNG)procura arrastar o seu
observador para o campo de conflito entre a CULPA e o PERDÃO, entre a DÌVIDA
imemorial e a sua EXPIAÇÂO para pairar
na permanente ABSTRAÇÃO mística e da transcendência. Deste conjunto social,
cultural e místico de sua época não é possível separar o drama pessoal do
próprio artista atingido e constrangido pelos seus cinco sentidos atingidos por
um mal concreto e objetivo.
Diante
destes argumentos é compreensível o SILÊNCIO que cercou o desaparecimento de
ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA e este que se estabeleceu sobre o BICENTENÁRIO de SUA
MORTE. As informações relativas a este artista pertencem - e são reféns - de um
repertório hermético de uma casta superior letrada.
Fig. 10 – A oficina, sob a
responsabilidade estética e comandada por Antônio Francisco Lisboa, segue a tradição do trabalho coletivo em arte e sem
personalizações. Em Congonhas do Campo os “Passos” precedem o cortejo das estátuas dos Profetas
em pedra sabão. Estes Profetas foram colocados nas intempéries e iluminadas
pelo pleno sol presente e batido pelos ventos. Enquanto os “Passos” foram
concebidos para o resguardo do interior. Interior que permite a sua carnação,
policromia e arranjo conforme a ocasião. Esta policromia permitiu o trabalho em
conjunto com o pintor mestre Ataide que já havia colaborado na Igreja de São
Francisco de Assis de Ouro Preto.
O silêncio
opressivo e o vazio de informações biográficas fidedignas o em relação à vida de Aleijadinho e sua obra são
problemas presentes, suficientes e
desafiadores para buscar um sentido e coerência. A coerência da obra e da vida
de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA ganha sentido e coerência na medida em que lhe
atribuímos um lugar no projeto da “PROPAGANDA da FÉ” um dos programas da
“CONTRARREFORMA” que ganhou mundo no BARROCO.
Culturas, pesquisadores de arte e teóricos contornam cuidadosamente este
período e regiões geográficas onde se manifestou. Isto se não o atacam de
frente o BARROCO, desqualificam e se antagonizam com a CONTRARREFORMA e acusam
a PROPAGANDA DA FÉ como tendo se valido da arte para outros fins do que a sua
natureza pura, imaculada e sem fim algum.
Este mecanismo de fuga do problema é respeitável e deve ser acatado. De outra
parte toda escolha é uma perda.
Fig. 11 – O papel de
concepção e da responsabilidade estética de Antônio Francisco Lisboa era ordenado
por meio do “risco” preliminar, ou do desenho. Aleijadinho era fiel aos
grandes mestres de obras, como Miguel Ângelo, que percebiam no desenho
preliminar como um “Dio in Noi” ou o mundo intangível das ideias. Mundo das
ideias que tomará corpo no mundo empírico e sustentado pela matéria sensível
aos sentidos humanos na tradição do
trabalho coletivo em arte. Trabalho coletivo que se soma as tendências mundiais do Rococó que explora os movimentos de
linhas e curvas de sentido antagônico opostas (CONTRA PONTO)..
Não há
nada de extraordinário nestas guerras estéticas. As radicais investidas dos
iconoclastas contra as imagens, vem de longa data e ainda não se acalmaram. Os
conflitos entre estéticas figurativas
contra a não-figuração são bem atuais. Porém são muito mais potentes e
arrasadoras as excomungam recíprocas. Excomunhões que manifestam ao longo das
fases da história. Gostos populares (VOLKSGEIST) não são unânimes em todos os
territórios (WELTGEIST). Mas especialmente as sucessivas ondas contrárias se
digladiam ao longo do tempo (ZEITGEIST) e
carregadas de cargas conceituais, suportes econômicos e de interesses extra
estéticos.
Torna-se
evidente que a memória da obra e vida de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA é silenciada
e oculta por todos estes fatores externos à sua natureza. No contraponto o
investimento - nesta memoria da obra e vida de ALEIJADINHO - possui a garantia
da SINGULARIDADE. Potencial fortuna que lhe atribuída na medida que é
compreendida pelo seu observador e público geral (VOLKSGEIST), e aceita a sua
natureza e origem estética o seu tempo (ZEITGEIST) e o seu lugar geográfico
(WELTGEIST). Trata-se novamente transformar o TABU em TOTEM.
Fig. 12 – Um texto
manuscrito assinado por Antônio Francisco Lisboa. É índice de que o mestre
tinha um mínimo de instrução erudita. No Brasil colonial a alfabetização
era uma raridade e um perigo para a dominação.
Para quem
não quiser perder a natureza da obra e da vida de ALEIJADINHO cabe uma visita
ao BARROCO, para o projeto da “PROPAGANDA DA FÉ” e da dos fundamentos da “CONTRARREFORMA”.
Estes fundamentos são de cunho e de natureza religiosa como é quase a
totalidade da obra de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA. Neste espaço é incontornável a
obra do espanhol Inácio de Loyola. Nestes exercícios este fundador da Companhia
de Jesus insiste em que as mensagens de cunho religioso devem-se dirigir a
TODOS os SENTIDOS HUMANOS. Isto torna-se mais contundente e preciso nos
EXERCÌCIO ESPIRITUAIS, no que ele denominou “QUINTA CONTEMPLAÇÃO” nas sentenças
121 até 125[1].
A obra de Aleijadinho pode ser visto como uma das derradeiras neste projeto
estético. Como se trata de um cenário para todos os sentidos humanos as peças
não possuem sentido e perdem a lógica quando do fora deste contexto. Uma
estátua isolada - colocada aquela no topo de uma coluna da Colunata de Bernini
do Vaticano - só possui sentido neste contexto deste cenário especifico e único.
Uma estátua, uma pintura ou um entalhe das Missões jesuíticas - ou de qualquer
outro conjunto arquitetônico colonial da América Latrina – perdem sentido fora
deste contexto. É o lugar de sua institucionalização e do seu sentido. Fora
deste contexto seria o mesmo do que encontrar um quadro da Mona Lisa pendurado
num galho de uma árvore na frente de uma lavoura mecanizada do Mato Grosso. Á
obra pode ser até autêntica. Mas neste lugar e circunstâncias perde a sua aura
e a possibilidade de constituir um público, conjunto de povo e de apreciadores
fidelizados.
A obra de
ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA constitui um dos pontos finai do trabalho nas praticas
artesanais em grupo projetado com
rígidas hierarquias herdadas da longeva prática da guilda. Assim ALEIJADINHO
não teve prosélitos, discípulos ou produziu uma escola formal ao modelo da era
industrial na sua linha da montagem em séries sucessivas.
Fig. 13 – O mesmo
silêncio e desatenção que caíram sobre a obra e a pessoa de Antônio Francisco
LISBOA caíram, ainda mais cedo, sobre os músicos como José Joaquim Emérico LOBO
MESQUITA. No contexto geral do projeto da PROPAGANDA da FÉ o ouvido é
privilegiado pela RETÓRICA e pelo lado subliminar do TEMPO em MOVIMENTO
atingido pelo ordenamento dos sons. Sons do baixo-contínuo e que na tendência
do Rococó explora o CONTRA PONTO. Contra ponto visível das curvaturas do
desenho rococó (fig.11). Este silêncio foi parcialmente rompido pelas pesquisas
do arquiteto e músico alemão Franz Kurt LANGE (1903-1997) radicado no Uruguai .
O público
- da obra e da vida de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA - se diluiu, naturalizou ou
mitificou na medida da entropia, da superação e desaparecimento das forças e
energias da EMOÇÃO que davam suporte ao BARROCO, à PROPAGANDA da FÉ e à
CONTRARREFORMA. O culto da RAZÃO tomou o lugar da EMOÇÃO (EINFÜHLUNG) na concepção de Worringer. A RAZÃO (ABSTRAKTION) enfrentou - por meio do
ILUMINISMO - os argumentos da PROPAGANDA da FÈ. A CONTRARREFORMA e a REFORMA
começaram a encontrar pontos em de comum acordo e se diferenciaram o amplo
espaço da transcendência abstrata. A lógica da máquina, a linha de montagem, a
propaganda e o marketing aceitaram e promoveram as obras e a vida de
Aleijadinho na medida em que estas se enquadravam no seu paradigma produtivo e
econômico da ERA INDUSTRIAL.
Johann MORITZ RUGENDAS OURO PRETO-
MG em 08 1824 -Lápis 36.7 cm x 25.4cm
Fig. 14 – Um dos
integrantes de uma das expedições de Langsdorf foi o desenhista Johann MORITZ
RUGENTS que desenhou a cidade de OURO PRETO dez anos após a morte de
Aleijadinho e um ano depois de sua elevação oficial como capital da província
de Minas Gerais.
A obra, o lugar e as circunstâncias da vida de
Aleijadinho perdem a sua aura e a sua possibilidade própria para constituir um
público na medida em que tardaram ou nunca foram institucionalizados por esta
ERA INDUSTRIAL. Esta ERA INDUSTRIAL não é contra a PROPAGANDA, a EMOÇÃO. Bem ao
contrário. Ela incorporou a EMOÇÃO e a PROPAGANDA. Porém, num CONFLITO de
PODER, colocou a RAZÃO e lógica da máquina como dominantes e para gerenciar
estas energias. A ERA PÓS-INDUSTRIAL SUBSTITUIU a MÁQUINA, nesta tarefa, pelo ROBÔ e alimentado INFORMÁTICA
Fig. 15 – A colina que se
ergue na cidade de Congonhas do Campo em Minas Gerais constitui uma verdadeira
ACRÓPOLE e um documento público e visível para todos como herança do Brasil
Colonial de Antônio Francisco Lisboa.
Se os habitantes de Congonhas naturalizaram esta ACRÓPOLE, os
turistas, visitantes e os eruditos a
mitificaram. Nestes extremos da
naturalização como a mitificação há
pouco a esperar até o momento que esta ACRÓPOLE entre como um dos pilares de um
pacto nacional. O silêncio, ao redor do BICENTENÀRIO da MORTE de ALEIJADINHO,
indica que está muito dustante qualquer rumor deste pacto nacional brasileiro..
O caso da
entropia ou mitificação da obra e da vida do ALEIJADINHO é apenas um dos
incidentes do atropelo, do silêncio e da desqualificação do PODER ORIGINÁRIO
BRASILEIRO. Ele indica o pouco e incerto esforço, investimento num pacto
nacional coerente com este mesmo PODER ORIGINÀRIO. Enquanto forem hegemônicos a
ESCRAVIDÃO subliminar e o NEOCOLONIALISMO constituírem as forças determinantes
as obras e vidas, como as de ALEIJADINHO, passam longe de um PROJETO
CIVILIZATÒRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA. VIOLÊNCIA NECESSRIA para manter longe
a ESCRAVIDÃO e o NEOCOLONIALISMO. PROJETO CIVILIZATÓRIO competente e crítico
competente para gerar e manter aceso a
energia de um pacto social, econômico e cultural digno deste nome.
Fig. 16 – A imagem do
aspecto preservado do horizonte da cidade de Ouro Preto do tempo (1823-1897) em
que ela deixou de ser capital de Minas Gerais. A obra e vida de Antônio
Francisco Lisboa terão pouca ou nenhuma expressão nacional na medida em que o
resto do Brasil se debate para achar e configurar o seu pacto social, econômico
e a cultura. Na contramão deste pessimismo esta mesma obra e vida é competente para gerar,
deflagrara e manter energias insuspeitas do PODER ORIGINÁRIO. .
Em resumo permanece e se escancara a contradição e a dificuldade da obra
de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA. Obra produzida
pelo povo e para o povo (VOLKSGEIST)
possui a mesma ou maior dificuldade 200 anos depois (ZEITGEIST)
para chegar este mesmo
povo. A ocasião do BICENTENÁRIO de sua morte é celebrada sem POVO. Certamente
desculpas de plantão para este FRACASSO da FORTUNA de uma figura fora de série
da ARTE e sob variadas formas legitimamente BRASILEIRA
(WELTGEIST).
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
WORRINGER, Wilhelm (1881 - 1965). Abstraccion
y naturaleza. (1ª.ed. em1908). México :
Fondo de Cultura Econômica,
1953. 137p.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
ALEIJADINHO legado
ALEIJADINHO pelas lentes do argentino HORÁCIO
COPPOLA (1906-2012)
http://br.blouinartinfo.com/news/story/831616/as-esculturas-de-aleijadinho-pelas-lentes-sensiveis-do
O BRASIL em NOVEMBRO
de 1814
e 2014 NÃO FOI no GRITO nº 106
CARLOS RUBENS: Pequena História das artes
plásticas no Brasil: não cita Aleijadinho
DESENHO “UN
DIO IN NOI”.
DIÁLOGO entre SAINT-HILAIR e um ESCRAVO
Ignácio de LOYOLA (1491-1556) EXERCÌCIOS
ESPIRITUAIS ( 1ª impressão em 1548)
IGREJA
de SÂO FRANCISCO de OURO PRETO
LINHA
do TEMPO de ALEIJADINHO
MUSEU
ALEIJADINHO
MUSEU de MÙSICA de MARIANA
MÚSICA BARROCA MINEIRA e Franz Kurt LANGE
1903-1997)
OBRA de José Joaquim Emérico LOBO MESQUITA
ORGÃO MATRIZ em TIRADENTES MG
Rodrigo José
Ferreira BRETAS e Aleijadinho
RETRATO de ALEIJADINHO
SAINT
HILAIRE: Minas Gerais no tempo de vida
de Aleijadinho
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Referências para Círio SIMON
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