sexta-feira, 21 de novembro de 2014

100 - ISTO é ARTE

ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA 
um BICENTENÁRIO sem POVO


Fig. 01 – Uma imagem presumida de Antônio Francisco Lisboa e realizado por  Euclásio Penna Ventura. O retrato individual e o uso das tintas a óleo eram proibidos no Brasil ao súdito.  A presente imagem, como produto clandestino, possui uma longa história de trocas, leilões até chegar à sua institucionalização.

Minoria insignificante de brasileiros deve ter alguma notícia de que no dia 18 de novembro de 2014 ocorria a data dos 220 anos da morte de uma das maiores e desconhecidas pessoas que atuou no campo das artes no Brasil. E se a teve, esta informação não repercutiu no seu repertório da identidade nacional brasileira.
Fig. 02 – O cenário vazio dos 12 profetas sobre uma colina da cidade de Congonhas do Campo é uma imagem da respeitosa distância de um povo que as naturalizou como se estivessem sempre no mesmo lugar. o As explicações mal decoradas e repetidas como mantras pelos guias turísticos profissionais mostram o grau de MITIFICAÇÂO e de TOTEMIZAÇÂO. Mitificações socorridas, promovidas e sustentadas por autoridades distantes e rer4fugiados em cômodos gabinetes refrigerados de ar condicionado e cercados de uma literatura fossilizada..

 Desconhecido internamente no Brasil e completamente ignorado no mundo. Ignorância não motivada pela natureza e magnitude de sua obra. Ignorância sustentada pelo NEOCOLONIALOISMO ávido para impor outros paradigmas estéticos mais coerentes com seus interesses de HEGEMONIA material e simbólica. HEGEMONIA que necessita desesperada e urgentemente da HETERONOMIA e da ESCRAVIDÃO dos povos, das culturas e das estéticas as quais necessita desqualificar para fazer brilhar e impor os seus valores.
Fig. 03 –A ignorância das circunstâncias, estética e motivações que guiaram e orientaram a produção de Aleijadinho é um dos bloqueios mais fortes para o cultivo de sua memória. Em primeiro lugar esta obra é de cunho religioso n sua totalidade. Em segundo esta obra resulta de um período religioso especifico e do qual poucos possuem notícia segura ou querem admitir essa carência. Em terceiro lugar este período do Barroco trona-se irrecuperável se lhe falta um esclarecimento seguro das competências da Propaganda da Fé e da Contra Reforma. Esteticamente ela foi superada pelo Iluminismo e culto da Razão. Em quinto ela foi abandonada a favor do um Neoclássico oficial e mal assimilado pela cultura nacional brasileira do Regime Imperial que tinha toda a motivação para desqualificar o que tinha sido produzido no Regime Colonial.

No dia 18 de novembro de 1814 desaparecia o escultor, arquiteto e toreuta apelidado como ALEIJADINHO. Apesar do seu gigantesco  esforço pessoal nas artes de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA começou a ter letra de forma 40 anos após a sua morte. Até novembro de 2014 esta obra e esforços pessoais são vistos e divulgados mais pelo lado da indústria simbólica do que um valor humano intrínseco no que a “ARTE ESTÁ em QUEM a PRODUZ e NÃO no QUE PRODUZ”.
Fig. 04 – A fachada da Igreja de São Francisco de Ouro Preto ostenta uma majestosa simetria e a concepção formal que podem ser percorridos com a régua e o compasso enquanto a mente marca e destaca as suas preciosas proporções comandadas pela média e extrema razão (Proporção Áurea ou Divina Proporção.  Esta Proporção Áurea se afirma entre a equilibrada distribuição dos cheios e dos vazios. Os cheios dos relevos atraia os olhares enquanto os espaços não ocupados os deixam descansar .

Na contramão a explosão solitária, de um único que produz arte, é capaz de iluminar toda uma geração, um povo e constituir-se motivo de identidade e orgulho de uma nação civilizada. Luz que não conhece fronteiras se for mantida acesa, conduzida e multiplicada adequadamente
Fig. 05 – A fachada da a Igreja de São Francisco de Ouro Preto- com a sua majestosa simetria e a concepção formal e estética e a sua intensa e movimentada policromia das obras de sua nave –  escondem a surpresa do Lavabo da Sacristia. A mente e as mãos experientes de um mestre transfiguram a pedra sabão numa obra de arte única..

A obra e pessoa de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA correm duplo risco.  De um lado esta obra caminha para ser abandonada e estar cada vez mais sujeita a erosão pelas forças da entropia. Nesta condição se reduz à pura matéria primária e assim se naturalizada misturada com aquilo que ruma para a obsolescência. No lado oposto correm céleres para se transformar em MITOS e TOTENS sem conteúdo objetivo e tangível. Nesta condição de TOTEM e de MITO esta obra está cada vez submersa em ideologias baratas e gastas pelo uso e repetição pela repetição de nomes sonoros e vazios. Vítima de marketing incoerente e insustentável. Objeto de uma  divulgação por meio de uma propaganda focada naquilo que é alheio à natureza da obra e da pessoa de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA. 
Foto de Horácio COPPOLA 1945
Fig. 06 – A pedra sabão - que não importava de forma alguma aos caçadores de ouro - é matéria prima da região que a mente e as mãos experientes de um mestre transfiguram em obra de arte única. O artista a deixa respirar a aparecer livremente depois de  arrancar dela o que sobrava da imagem que o mestre trazia na sua mente.

O povo de Congonhas do Campo desfila cotidianamente diante das esculturas de Aleijadinho com algo que SEMPRE esteve sempre ali. Este povo não entende o enlevo do intelectual ou do turista erudito diante destes objetos que percebem como em MITOS e TOTENS e lhe é indiferente. Erudição que possui imensa dificuldade para encontrar nexos coerentes entre aquilo que o meio empírico oferece aos sentidos humanos com o mundo do pensamento e das ideias universais
Fig. 07 –  O observador e estudioso necessita atenção redobrada para penetrar no seu ambiente de origem da obra  de Antônio Francisco Lisboa. Isto significa no mínimo decifrar e entender o seu TEMPO (ZEITGEIST) e o âmbito das suas fronteiras geográficas  (WELTGEIST) fechadas hermeticamente do Brasil sob o regime colonial. Além disto, não é possível passar sobre as leis, as  proibições e daquilo que era vedado ou permitido ao súdito (VOLKSGEIST)   Evidente que a obra de arte autêntica paira soberana e insubstituível e acima destas circunstâncias do VOLKSGEIST, do WELTGEIST e do ZEITGEIST de sua origem.  Porem é este mesmo esforço da busca de superação destas circunstâncias que conferem as energias para a afirmação da autonomia de uma obra de arte autêntica e que permitem inscrevê-la no âmbito da  sua universalização.

 O apelido ALEIJADINHO foi mais mortalha do que documento para esta conexão entre o mundo empírico e mundo das ideias. A consciência nacional brasileira tomou pouco a sério os esforços do deputado mineiro Rodrigo José Ferreira Bretas que elaborou, a pedido  de Manuela Araújo Porto-alegre, breve noticia após quarenta anos após a morte deste mestre mineiro. O tema foi retomado pelos Modernistas de 1922 seguidos pelos estrangeiros Blaise Cendrars ou de  um Germain Bazin e uma série de prosélitos que foram pouco além de Bretas.
Fig. 08 – A estética do final do Barroco derivando para as tendências denominadas Recocó. O interior da Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto continua e coerente com o equilíbrio da fachada entre cheios (magens + molduras) com vazios (paredes brancas).

 Estes prosélitos em relação aos quais pode-se afirmar que ajudaram a embalsamar a pessoa do artista e as suas obras em produtos da indústria cultural e com obsolescência garantida. Obsolescência que obscurece e apaga definitivamente a essência de um autêntico projeto civilizatório compensador brasileiro.  O sistema político, econômico e social brasileiro é incapaz de incluir a pessoa do artista e as suas obras de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA num pacto nacional ou para fundamentar algo, em novembro de 2014, que faça sentido e seja fértil para o PODER ORIGINÁRIO BRASILEIRO. 
Fig. 09 – Diante de uma obra - como da imagem acima - é mais que evidente que qualquer ideologia mal informada, mal intencionada ou apenas ao serviço de uma determinada patrulha ideológica possui argumentos suficientes para acusar ‘toda obra de Aleijadinho estar a serviço da religião’. Porém, na medida em que nos informarmos do VOLKSGEIST, admitirmos or argumentos do seu  WELTGEIST e do ZEITGEIST de sua origem,  caem as muralhas estéticas.  Esta obra foi concebida e ganhou corpo material numa estética que busca emocionar o maior número possível de sentidos humanos. Emoção (EIFUHLUNG)procura arrastar o seu observador para o campo de conflito entre a CULPA e o PERDÃO, entre a DÌVIDA imemorial e a sua EXPIAÇÂO  para pairar na permanente ABSTRAÇÃO mística e da transcendência. Deste conjunto social, cultural e místico de sua época não é possível separar o drama pessoal do próprio artista atingido e constrangido pelos seus cinco sentidos atingidos por um mal concreto e objetivo.

Diante destes argumentos é compreensível o SILÊNCIO que cercou o desaparecimento de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA e este que se estabeleceu sobre o BICENTENÁRIO de SUA MORTE. As informações relativas a este artista pertencem - e são reféns - de um repertório hermético de uma casta superior letrada.
Fig. 10 – A oficina, sob a responsabilidade estética e comandada por Antônio Francisco Lisboa, segue  a tradição do trabalho coletivo em arte e sem personalizações. Em Congonhas do Campo os “Passos”  precedem o cortejo das estátuas dos Profetas em pedra sabão. Estes Profetas foram colocados nas intempéries e iluminadas pelo pleno sol presente e batido pelos ventos. Enquanto os “Passos” foram concebidos para o resguardo do interior. Interior que permite a sua carnação, policromia e arranjo conforme a ocasião. Esta policromia permitiu o trabalho em conjunto com o pintor mestre Ataide que já havia colaborado na Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto.

O silêncio opressivo e o vazio de informações biográficas fidedignas o  em relação à vida de Aleijadinho e sua obra são  problemas presentes, suficientes e desafiadores para buscar um sentido e coerência. A coerência da obra e da vida de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA ganha sentido e coerência na medida em que lhe atribuímos um lugar no projeto da “PROPAGANDA da FÉ” um dos programas da “CONTRARREFORMA” que ganhou mundo no BARROCO.  Culturas, pesquisadores de arte e teóricos contornam cuidadosamente este período e regiões geográficas onde se manifestou. Isto se não o atacam de frente o BARROCO, desqualificam e se antagonizam com a CONTRARREFORMA e acusam a PROPAGANDA DA FÉ como tendo se valido da arte para outros fins do que a sua natureza pura, imaculada e sem  fim algum. Este mecanismo de fuga do problema é respeitável e deve ser acatado. De outra parte toda escolha é uma perda.
Fig. 11 – O papel de concepção e da responsabilidade estética de Antônio Francisco Lisboa era ordenado por meio do “risco” preliminar, ou do desenho. Aleijadinho era fiel aos grandes mestres de obras, como Miguel Ângelo, que percebiam no desenho preliminar como um “Dio in Noi” ou o mundo intangível das ideias. Mundo das ideias que tomará corpo no mundo empírico e sustentado pela matéria sensível aos sentidos humanos  na tradição do trabalho coletivo em arte. Trabalho coletivo que se soma as tendências  mundiais do Rococó que explora os movimentos de linhas e curvas de sentido antagônico opostas (CONTRA PONTO)..

Não há nada de extraordinário nestas guerras estéticas. As radicais investidas dos iconoclastas contra as imagens, vem de longa data e ainda não se acalmaram. Os conflitos entre estéticas figurativas  contra a não-figuração são bem atuais. Porém são muito mais potentes e arrasadoras as excomungam recíprocas. Excomunhões que manifestam ao longo das fases da história. Gostos populares (VOLKSGEIST) não são unânimes em todos os territórios (WELTGEIST). Mas especialmente as sucessivas ondas contrárias se digladiam ao longo  do tempo (ZEITGEIST) e carregadas de cargas conceituais, suportes econômicos e de interesses extra estéticos.
Torna-se evidente que a memória da obra e vida de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA é silenciada e oculta por todos estes fatores externos à sua natureza. No contraponto o investimento - nesta memoria da obra e vida de ALEIJADINHO - possui a garantia da SINGULARIDADE. Potencial fortuna que lhe atribuída na medida que é compreendida pelo seu observador e público geral (VOLKSGEIST), e aceita a sua natureza e origem estética o seu tempo (ZEITGEIST) e o seu lugar geográfico (WELTGEIST). Trata-se novamente transformar o TABU em TOTEM. 
Fig. 12 – Um texto manuscrito assinado por Antônio Francisco Lisboa. É índice de que o mestre tinha um mínimo de instrução erudita. No Brasil colonial a alfabetização era uma raridade e um perigo para a dominação.

Para quem não quiser perder a natureza da obra e da vida de ALEIJADINHO cabe uma visita ao BARROCO, para o projeto da “PROPAGANDA DA FÉ” e da dos fundamentos da “CONTRARREFORMA”. Estes fundamentos são de cunho e de natureza religiosa como é quase a totalidade da obra de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA. Neste espaço é incontornável a obra do espanhol Inácio de Loyola. Nestes exercícios este fundador da Companhia de Jesus insiste em que as mensagens de cunho religioso devem-se dirigir a TODOS os SENTIDOS HUMANOS. Isto torna-se mais contundente e preciso nos EXERCÌCIO ESPIRITUAIS, no que ele denominou “QUINTA CONTEMPLAÇÃO” nas sentenças 121 até 125[1]. A obra de Aleijadinho pode ser visto como uma das derradeiras neste projeto estético. Como se trata de um cenário para todos os sentidos humanos as peças não possuem sentido e perdem a lógica quando do fora deste contexto. Uma estátua isolada - colocada aquela no topo de uma coluna da Colunata de Bernini do Vaticano - só possui sentido neste contexto deste cenário especifico e único. Uma estátua, uma pintura ou um entalhe das Missões jesuíticas - ou de qualquer outro conjunto arquitetônico colonial da América Latrina – perdem sentido fora deste contexto. É o lugar de sua institucionalização e do seu sentido. Fora deste contexto seria o mesmo do que encontrar um quadro da Mona Lisa pendurado num galho de uma árvore na frente de uma lavoura mecanizada do Mato Grosso. Á obra pode ser até autêntica. Mas neste lugar e circunstâncias perde a sua aura e a possibilidade de constituir um público, conjunto de povo e de apreciadores fidelizados.
A obra de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA constitui um dos pontos finai do trabalho nas praticas artesanais  em grupo projetado com rígidas hierarquias herdadas da longeva prática da guilda. Assim ALEIJADINHO não teve prosélitos, discípulos ou produziu uma escola formal ao modelo da era industrial na sua linha da montagem em séries sucessivas.


[1] Ignácio de LOYOLA (1491-1556)  EXERCÌCIOS ESPIRITUAIS[1] ( 1ª impressão em 1548)
Fig. 13 – O mesmo silêncio e desatenção que caíram sobre a obra e a pessoa de Antônio Francisco LISBOA caíram, ainda mais cedo, sobre os músicos como José Joaquim Emérico LOBO MESQUITA. No contexto geral do projeto da PROPAGANDA da FÉ o ouvido é privilegiado pela RETÓRICA e pelo lado subliminar do TEMPO em MOVIMENTO atingido pelo ordenamento dos sons. Sons do baixo-contínuo e que na tendência do Rococó explora o CONTRA PONTO. Contra ponto visível das curvaturas do desenho rococó (fig.11). Este silêncio foi parcialmente rompido pelas pesquisas do arquiteto e músico alemão Franz Kurt LANGE (1903-1997) radicado no Uruguai   .

O público - da obra e da vida de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA - se diluiu, naturalizou ou mitificou na medida da entropia, da superação e desaparecimento das forças e energias da EMOÇÃO que davam suporte ao BARROCO, à PROPAGANDA da FÉ e à CONTRARREFORMA. O culto da RAZÃO tomou o lugar da EMOÇÃO (EINFÜHLUNG) na concepção de Worringer. A RAZÃO (ABSTRAKTION) enfrentou - por meio do ILUMINISMO - os argumentos da PROPAGANDA da FÈ. A CONTRARREFORMA e a REFORMA começaram a encontrar pontos em de comum acordo e se diferenciaram o amplo espaço da transcendência abstrata. A lógica da máquina, a linha de montagem, a propaganda e o marketing aceitaram e promoveram as obras e a vida de Aleijadinho na medida em que estas se enquadravam no seu paradigma produtivo e econômico da ERA INDUSTRIAL.
Johann MORITZ RUGENDAS  OURO PRETO-  MG em 08 1824 -Lápis 36.7 cm x 25.4cm
Fig. 14 – Um dos integrantes de uma das expedições de Langsdorf foi o desenhista Johann MORITZ RUGENTS que desenhou a cidade de OURO PRETO dez anos após a morte de Aleijadinho e um ano depois de sua elevação oficial como capital da província de Minas Gerais.

 A obra, o lugar e as circunstâncias da vida de Aleijadinho perdem a sua aura e a sua possibilidade própria para constituir um público na medida em que tardaram ou nunca foram institucionalizados por esta ERA INDUSTRIAL. Esta ERA INDUSTRIAL não é contra a PROPAGANDA, a EMOÇÃO. Bem ao contrário. Ela incorporou a EMOÇÃO e a PROPAGANDA. Porém, num CONFLITO de PODER, colocou a RAZÃO e lógica da máquina como dominantes e para gerenciar estas energias. A ERA PÓS-INDUSTRIAL SUBSTITUIU a MÁQUINA, nesta tarefa,   pelo ROBÔ e alimentado INFORMÁTICA
Fig. 15 – A colina que se ergue na cidade de Congonhas do Campo em Minas Gerais constitui uma verdadeira ACRÓPOLE e um documento público e visível para todos como herança do Brasil Colonial de Antônio Francisco Lisboa.
Se os habitantes de Congonhas naturalizaram esta ACRÓPOLE, os turistas,  visitantes e os eruditos a mitificaram.  Nestes extremos da naturalização como a mitificação  há pouco a esperar até o momento que esta ACRÓPOLE entre como um dos pilares de um pacto nacional. O silêncio, ao redor do BICENTENÀRIO da MORTE de ALEIJADINHO, indica que está muito dustante qualquer rumor deste pacto nacional brasileiro..

O caso da entropia ou mitificação da obra e da vida do ALEIJADINHO é apenas um dos incidentes do atropelo, do silêncio e da desqualificação do PODER ORIGINÁRIO BRASILEIRO. Ele indica o pouco e incerto esforço, investimento num pacto nacional coerente com este mesmo PODER ORIGINÀRIO. Enquanto forem hegemônicos a ESCRAVIDÃO subliminar e o NEOCOLONIALISMO constituírem as forças determinantes as obras e vidas, como as de ALEIJADINHO, passam longe de um PROJETO CIVILIZATÒRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA. VIOLÊNCIA NECESSRIA para manter longe a ESCRAVIDÃO e o NEOCOLONIALISMO. PROJETO CIVILIZATÓRIO competente e crítico competente para  gerar e manter aceso a energia de um pacto social, econômico e cultural digno deste nome.
Fig. 16 – A imagem do aspecto preservado do horizonte da cidade de Ouro Preto do tempo (1823-1897) em que ela deixou de ser capital de Minas Gerais. A obra e vida de Antônio Francisco Lisboa terão pouca ou nenhuma expressão nacional na medida em que o resto do Brasil se debate para achar e configurar o seu pacto social, econômico e a cultura. Na contramão deste pessimismo esta mesma  obra e vida é competente para gerar, deflagrara e manter energias insuspeitas do PODER ORIGINÁRIO.  .

Em resumo permanece e se escancara a contradição e a dificuldade da obra de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA.  Obra produzida pelo povo e para o povo (VOLKSGEIST) possui a mesma ou maior dificuldade 200 anos depois (ZEITGEIST) para chegar este mesmo povo. A ocasião do BICENTENÁRIO de sua morte é celebrada sem POVO. Certamente desculpas de plantão para este FRACASSO da FORTUNA de uma figura fora de série da ARTE e sob variadas formas legitimamente  BRASILEIRA (WELTGEIST).

FONTES BIBLIOGRÁFICAS
 WORRINGER,  Wilhelm (1881 - 1965).  Abstraccion y naturaleza.  (1ª.ed. em1908).  México :  Fondo de Cultura   Econômica, 1953. 137p.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
ALEIJADINHO legado
ALEIJADINHO pelas lentes do argentino HORÁCIO COPPOLA (1906-2012)

O BRASIL em NOVEMBRO de 1814 e 2014 NÃO FOI no GRITO  nº 106

CARLOS RUBENS: Pequena História das artes plásticas no Brasil: não cita Aleijadinho

DESENHO “UN DIO IN NOI”.

DIÁLOGO entre SAINT-HILAIR e um ESCRAVO

Ignácio de LOYOLA (1491-1556)  EXERCÌCIOS ESPIRITUAIS ( 1ª impressão em 1548)

IGREJA de SÂO FRANCISCO de OURO PRETO

LINHA do TEMPO de ALEIJADINHO

MUSEU ALEIJADINHO
MUSEU de MÙSICA de MARIANA

MÚSICA BARROCA MINEIRA e Franz Kurt LANGE 1903-1997) 

OBRA de José Joaquim Emérico LOBO MESQUITA

ORGÃO MATRIZ em TIRADENTES MG

Rodrigo José Ferreira BRETAS e Aleijadinho

RETRATO de ALEIJADINHO

SAINT HILAIRE: Minas Gerais no tempo de vida de Aleijadinho
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Referências para Círio SIMON








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