16.0 - Uma
OBRA de LIBINDO FERRÁS como índice da origem
da PINACOTECA do INSTITUTO de ARTES da UFRGS.
Continuação e complemento de:
O projeto imperial é substituído pelo projeto republicano
sul-rio-grandense
Dos primórdios do ILBA-RS e a sua
Escola de Artes
16.1 – Libindo Ferrás como artista, docente e
agente institucional 16.2 – Um dos
fundadores do Instituto Livre de Belas Artes do Rio Grande do Sul. 16.3 – Conflitos e concorrentes de Libindo Ferrás.
16.4 – A obra de Libindo Ferras como metáfora da perda da natureza pelo homem
urbano 16.5 – Leituras estilísticas da obra de Libindo Ferrás. 16.6 – A obra de
Libindo na diacronia e sincronia. 16.7 – A obra institucional das artes
plásticas na vida de Libindo Ferrás 16.8 – As busca de Libindo para formara um
sistema de Artes visuais em Porto Alegre a partir da Escola de Artes 16.9 -O legado institucional de Libindo
Ferrás
Libindo FERRÀS Ponte do Riacho - 1929 - aquarela 26 x 44.5 cm Acervo Pinacoteca Aldo Locatelli
Fig. 01 – Libindo FERRAS foi coerente com
as suas tintas e seus pinceis e fiel à sua opção de arte. Como
pintor organizou o SALÃO, de 1929, do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do
Sul. Com a obra, acima reproduzida
ele compareceu a este evento. A ponte do Arroio
Dilúvio foi tema recorrente na pintura de Poro Alegre A sua imagem é
metáfora da cidade antiga e do trânsito terrestre e aquático da cidade, Esta
obra pictórica também é metáfora dos difíceis dias de 24 de outubro de 1929 até 24 de outubro de 1924,
ou seja, a quebra da Bolsa de Nova York e o triunfo da revolução de 1930 que
partiu da capital sul-rio-grandense. .
16.1 Libindo Ferrás como artista, docente e agente institucional.
Impossível mitificar ou naturalizar a PINACOTECA do INSTITUTO de ARTES
da UFRGS sem se
referir, estudar e entender a sua origem, desenvolvimento e reprodução
até os dias atuais. A VIDA, o TRABALHO e
a OBRA de LIBINDO FERRAS (1877-1951) fornecem valiosos e significativos documentos desta origem, desenvolvimento e reprodução. A vida,
o trabalho e a obra de Libindo Ferrás são documentos das possibilidades e dos
limites que as artes visuais encontraram institucionalizados ao longo de
República Velha em Porto Alegre. No estudo, entendimento e nas referências à
sua vida, ao seu trabalho e à sua obra se contorna o MITO da PINACOTECA BARÂO de
SANTO ÂNGELO ideal e oco e no, lado
oposto, a sua naturalização, a sua entropia e a sua morte institucional.
Libindo Ferrás era o único
artista plástico entre os 25 membros Comissão Central do Instituto Livre de
Belas Artes do Rio Grande do Sul (CC-ILBA-RS). Neste Instituto a Escola de
Artes (EA) recebeu forma institucional a partir da ação de Libindo, ao mesmo
tempo em que ele continuou a produzir a sua obra pictórica e gráfica.
Atelier da Escola Folder do IBA-RS de 1915
Fig. 02 – O PRIMEIRO ATELIER PÚBLICO de ARTES PLÁSTICAS do RIO GRANDE do SUL foi
iniciativa de Libindo FERRAS, Como
conservador do IBA-RS ergueu o andar sobre o antigo sobrado da Loja Maçônica de
Carlos von Kozeritz. Para modelos de desenho da figura humana encomendou moldes gesso a Escola Nacional de
Belas Artes através de Eduardo de Sá e para Giuseppe Gaudenzi (1875-1966) do
Instituto Técnica da Escola de Engenharia de Porto Alegre.
Na construção institucional das
artes em Porto Alegre, Olímpio Olinto Oliveira e Libindo foram solidários e
complementares em vários momentos. Libindo dedicou-se, durante quase três
décadas, à tarefa da construção institucional para que as artes plásticas
tivessem o que a cultura local lhe poderia oferecer naquele momento. Libindo desempenhou a liderança no âmbito da
EA a semelhança do que Olinto exercia do ILBA-RS.
Libindo FERRÁS - Vista de exposição-Revista Madrugada de 25.09.1926, p. 16.
Fig. 03 – Libindo FERRAS foi fiel e
coerente com a sua opção pela arte. Com as suas tintas e pinceis, organizava exposições
nas quais ele rivalizava com a sua atividade administrativa Além deste espaço
expositivo público não descurava da
multiplicação impressa. Com este meio as suas exposições ganham espaço e
imagens na mídia impressa. Esta produção também se destinava para ilustrações
de periódicos como a capa da Revista da Editora
do Globo, ano 1, nº 23, de 14.12.1929
A presença de Libindo nos eventos culminantes
artísticos de Porto Alegre mostra essa vontade de contribuir para tornar mais
consistente o campo artístico[1].
A sua interação, com o meio artístico local, chegou ao auge na década de 1920.
Nesta década a sua presença foi destacada nas revistas, como aquele número
inaugural da revista Madrugada
(25.09.1926, p, 16) com uma fotografia de sua exposição na qual são visíveis 35
quadros seus. Libindo também apareceu no número inaugural da Revista do Globo[2]
ao final de 1929, numa montagem fotográfica de página inteira. Nesta página
figuram grupos dos alunos da EA em atividades de aprendizagem artística[3].
As fotografias dos mestres Libindo e Francis Pelichek aparecem nos ângulos da
imagem, como os dois únicos professores da Escola na época.
[1] - Além de expor a sua produção em Porto
Alegre, Libindo a vendia, como é
possível verificar na sua exposição de 1921 e nas duas de 1924 nas quais vende
64 pinturas (Doberstein, 1999, f. 156). Essas obras de Libindo, pintor da temática
paisagística sulina, sustentam um certo tipo de comércio de arte, em Porto
Alegre, ainda no final do século XX. Não se deve ignorar a sua ação de
publicitário a favor da arte como é possível verificar nas revistas Madrugada e do Globo.
[2] - Escola de Artes do ILBA-RS Revista do Globo. Porto Alegre ano 1, no 1, fl. 21, dez.
1929 . Ver a íntegra da Revista do Globo
[3] - Na Revista do Globo. Porto Alegre ano 1, no 1, fl. 21, dez.
1929 esta estampada a foto de
alunos em aula de paisagem em Teresópolis
ESCOLA de ARTES do IBA-RS -Foto na Revista da Globo nº 01 05.01.1929
Fig. 04 – Na página 21 da Revista da
Editora Globo de nº 01, de 05 de janeiro de 1929 os professores Libindo FERRAS e
Francis PELICHEK são destaques entre fotos de suas atividades na ESCOLA de
Artes do Instituto de Be\as Artes do Rio Grande do Sul esta
Escola iria completar em 1930 vinte anos de atividades consecutivas. Neste
período Libindo foi único professor,
diretor da escola e conservador do IBA-RS
O administrador, o docente e o artista plástico
formavam, na vida de Libindo, funções inseparáveis. A sua administração oficial iniciou no dia 01
de julho de 1909[1]
como Conservador Geral[2]
do Instituto. Foi designado e assumiu, como diretor da EA, no dia 10 fevereiro
de 1910[3].
Ao renunciar ser membro da CC-ILBA-RS, ficaram lhe pertencendo as funções de
Conservador Geral na Diretoria, sem o título, pois não há registro posterior de
alguma eleição para o cargo de Conservador Geral do Instituto.
[1] - Supõe-se que Libindo tenha
participado das tratativas para o aluguel e a adaptação do prédio da Rua Senhor
dos Passos. Ele foi eleito oficialmente para o Cargo de Conservador Geral por 7
votos das 9 pessoas presentes à reunião do dia 01.07.1909 (Livro nº I das Atas
da CC-I. B. A f. 7v), portanto 4 dias antes da abertura oficial do
Conservatório de Música que ocorreu no dia 05.07.1909.
[2] - As funções do Conservador Geral do Instituto eram
reguladas pelo primeiro Estatuto nos seguintes termos:“Art. 27º - O Conservador-geral superintende e dirige os serviços da
Biblioteca e dos Museus e coleções do Instituto, competindo-lhe:1º organizar
essa repartição com os seus respectivos regulamentos, e provê-las do pessoal
necessário, de acordo com a Diretoria; 2º - apresentar ao Presidente
requisições para a compra de livros e outros objetos de acordo com as propostas
dos Diretores e Professores das Escolas; 3º apresentar um relatório dos seus
serviços a seu cargo; 4º assumir a Presidência, nas condições do art. 17, §3º.”
[3] - “O Dr. Vice-presidente convida a organizar e dirigir a Escola. O que
este acceita, apresentando então a sua demissão de membro da Comissão e da
Directoria”. Livro nº I das Atas da CC-I. B. A, f. 8f, reunião do dia
10.02.1910
.
LOGO da Escola de Artes do IBA-RS - 1914
Fig. 05 – Libindo FERRAS foi fiel e
coerente com a sua opção pela arte. Como pintor
suas tintas e pinceis, organizou e comparece com esta obra ao SALÃO de
1929 sem declarar de que lado eram. Transfigura esta manifestação armada e
política visto e registrado como um
evento pictórico objetivo
16.2- Um dos fundadores do
Instituto Livre de Belas Artes do
Rio Grande do Sul
Não se conhecem textos teóricos de Libindo. O
melhor da sua vida foi dedicado ao exercício do magistério, da sua arte e da
administração. Deixou documentação detalhada do exercício do magistério e da
administração. Estes relatórios receberam, entre 1910 até 1936, as suas maiores
preocupações burocráticas. Relatório que revelam o predomínio o administrador
sobre o artista e o teórico. Na concepção de Max Weber o sacerdote preserva uma
verdade enquanto o profeta instaura uma nova verdade. Libindo foi mais
sacerdote administrador do que profeta-artista que instaura uma nova verdade na
arte.
Na criação da Escola de Artes, em 1910, até 1913,
Libindo era diretor e único professor.
Entre 1913-1936 tinha um ou dois docentes colaboradores. Entre 1922 e
1936 o único docente que ele disponha na Escola era Francis Pelichek. Na Escola
colocou em prática a ampliação e a consolidação dos agentes culturais no estado
por meio da docência, pois o último estágio da aprendizagem da Escola de Artes,
era o magistério. Estes agentes culturais iriam implementar a lógica da
reprodução, multiplicação e consolidação do campo das artes plásticas, que
também cultivaram de forma continuada.
O cargo de Libindo, como diretor da EA, foi extinto
quando a presidência da CC-ILBA-RS foi desconsiderada pela direção da
Universidade de Porto Alegre (UPA) e pelo Instituto. Depois que morreu
Pelichek, seu colega docente, Libindo pediu a aposentaria, não pelo Instituto,
mas como funcionário dos Correios e Telégrafos[1].
Seguiu para o Rio de Janeiro, onde faleceu em 1951. O seu ex-presidente do
Instituto, Olímpio Olinto de Oliveira, também aí residia desde 1919 e que
desapareceu dois anos depois de Libindo.
As razões que motivaram o grupo dos 25 fundadores
do Instituto são perceptíveis na atividade administrativa de Libindo. Na sua
ação, ele conseguiu captar, viver e reproduziras finalidades imanentes à esta
instituição. Quando ele se retirou oficialmente deste grupo, no dia 10.02.1910,
passou a assumir e a exercer uma espécie de missão para concretizar no mundo
prático, as ideias e a teleologia que a CC-ILBA-RS queria imprimir ao
Instituto. O registro desta dessa sintonia materializando a teleologia da
Comissão Central encontra-se nos detalhados relatórios[2],
destinados ao Presidente da Comissão Central, entre 1912 e 1925.
[1] - Livro de protocolos do
IBA. n° 1 – ofício com a data de 26.01.1938.
[2] - Relatórios de Libindo Ferrás ao Presidente
do ILBA-RS entre 1912-1926.
Os DOZE ESTUDANTES da Escola de Artes do IBA-RS em 1918
Fig. 06 – O Relatório da Escola de Artes do do Instituto de Belas Artes do Rio
Grande do Sul (IBA-RS) do ano de 1918 elaborado e desenhado por Libindo FERRAS destinava-se ao Presidente do IBA-RS . Este,
por sua vez, remetia estes dados ao
Presidente do Estado. Servia de base para o projeto orçamentário do ano de 1919
a ser submetido à Assembleia dos Representantes do Estudo elaborar este
orçamento. O Instituto dependia destas
verbas além dos parcos recuros provenientes dos seus estudantes, Entre estes
havia
Francis Pelichek apresentava-lhe os seus relatórios
anuais como único docente e subordinado imediato[1] O
administrador Libindo contradisse tudo aquilo que se escrevera antes a seu respeito[2].
Passou da volubilidade juvenil para o compromisso e a determinação adulta.
Conseguiu provar que a sua vocação e todas as suas energias, deveriam
devotar-se à instituição, que nasceu por sua proposta[3].
Dentro das normativas do Instituto local deve-se a Libindo a tentativa de criar
um Salão de Artes e de abrir ao espaço externo, em direção à construção de um
sistema de Artes Plásticas. Na cultura local a presença da produção plástica de
Libindo continua vigente por meio de exposições e vendas de suas obras.
[1] - PELICHEK, Francis:
guardados e seus relatórios de 1930 a 1936.
[2] - (Libindo) “desenha
de todas as formas, pinta de todos os modos, lê todos os gêneros, conhece
quanto instrumento há, joga todas as armas, sabe todos os jogos... não é exímio
em coisa alguma, e, no entanto podia ser um bom, um notável pintor. Libindo, porém, não tem constância,
borboleteia e, por isso, não é um artista consumado, mas um belíssimo, notável
amador, cheio de talento, ao qual se faria um enorme serviço prendendo-o para
obrigá-lo a pintar, pintar e pintar”. Pinto da Rocha in Damasceno, 1971,
p.405.
[3] - “O Sr. Libindo Ferraz propõe a fundação da Escola de Artes do desenho(...) A idéia é aprovada. O Dr. Vice-Presidente
(João Birnfeld) convida o Sr. Libindo Ferraz a organizar e dirigir a nova
escola, o que acceita”. Livro nº I de Atas da CC-I. B. A, p.8f em
10.02.1910. Libindo ficou e administrou
durante 27 anos consecutivos a Escola de Artes. Nem mesmo Tasso Corrêa,
ao dirigir o Instituto de Belas Artes de 1936 até 1958, conseguiu atingir essa
marca de Libindo. As contratações sucessivas de professores eram, na realidade,
como seus auxiliares nessa tarefa.
SALÃO de OUTONO - Revista Máscara
- ano
7, n° 7, jun.1925
Fig. 07 – As presenças no SALÃO de
OUTONO de 1925 são predominantemente
masculinas. Salão realizado na São Nobre
da Prefeitura de Porto Alegre. Contou
com a presença, entre outros, de Fernando Corona (1 de terno branco e braços
cruzados e autor do cartaz do evento), Com Francis Pelichek (2 centro da foto) ao lado esquerdo
de Pelichek está Helios SEELINGER(
reconhecido por Cristina Balbão) nas costas de Pelichek está Ângelo Guido recém
chegado a Porto Alegre. O orador é o Desembargador Manoel André da Rocha (3 com
papel na mão). O evento foi decorrência de um grupo que organizou um baile de
carnaval deste ano e sob o impulso de e ânimo de Seelinger, Pelichek, Mario
Totta e Sotero Cosme. Parece que este grupo é formado pelos “concorrentes” de
Libindo Ferrás, pois há necessidades de mais evidências de sua participação ou de uma obra sua neste evento.
16.3– Conflitos e concorrentes de
Libindo Ferrás
Os conflitos entre Libindo e Augusto Luís de Freitas (1868-1962) são
lembrados no meio cultural de Porto Alegre.
Estes conflitos entre os dois docentes estão registrados em documentos
do Arquivo Geral do Instituto de Artes (AGIA-UFRGS). Libindo solicitou, por
ofício[1]
do início do ano de 1917, de Olinto de Oliveira o contrato para a Escola do pintor riograndino Augusto Luís,
que estava no Rio de Janeiro. Freitas
veio a Porto Alegre e assumiu, no dia 21 de junho de 1917, as aulas que eram
dadas por Oscar Boeira[2]. Quando da ‘gripe espanhola’, em outubro de 1918, Freitas foi para a Europa com
os contratos firmados de painéis para o palácio do governo de estado. Em Roma
Augusto Luís de Freitas pintou estes painéis[3], que
depois foram colocados no Instituto de Educação Flores da Cunha. Ele reapareceu
em Porto Alegre em 1925 pretendendo retomar o seu lugar na Escola de Artes.
Francis Pelichek havia sido contratado, em 1922, para este lugar. A presença de
Freitas tinha simpatias na Escola[4].
Instalou-se um sério conflito que culminou com o afastamento da Escola[5]
de Augusto Luís de Freitas.
[1] - Memorando de Libindo ao
Presidente do ILBA de março de 1917.
[2] - Relatório de Libindo ao
Presidente de 15.12.1917. Freitas tomou iniciativas inusitadas, no estreito
ambiente da Escola. Introduziu nas aulas de Desenho Figurado do Curso Superior,
o ‘Modelo Vivo’ e gestionou para que houvesse aulas gratuitas à noite. Essas
começam a funcionar na noite de 12 de setembro e foram até 14 de novembro de
1917 ocorrendo nas 2ªs, 3ªs e 6ª feiras das 20h00 até 22h00. No ano seguinte
funcionaram de 11 de julho até 28 de outubro de 1918. No ano seguinte Oscar
Boeira reassumiu, até a chegada de Eugênio Latour, em 12 de maio de 1919.
[3] - Para os murais do Palácio
Piratini, Antônio Parreiras esteve aqui,
antes da Iª Guerra Mundial,
pintando os painéis e que de fato foram entregues (Proclamação da República do Piratini e Prisão de Tiradentes) mas não maruflados. Freitas, depois da
Guerra, fixou-se na saga dos Açorianos
e no Combate da Azenha. Aldo Locatelli, depois da I1a Guerra, interpretou o tema do Negrinho do Pastoreio.
[4] - O relatório de Libindo Ferrás a Presidência
do Instituto em dezembro de 1920 diz “Em
trinta de Novembro a alumna Yolanda Trebbi, não satisfeita com a nota que
obtivera, no exame de Anatomia Artística (aliás plenamente grau 7) desrespeitou
grosseiramente a mesa examinadora, e, em particular ao Director da Escola, que
procurava attenciosamente, na presença dos demais alumnos, fazer-lhe ver que o
seu procedimento injusto estava se tornando inconveniente. Por este motivo foi
suspensa a referida alumna por trinta dias”..
[5] - Entre a 1ª estada de
Freitas em, 1917/1918 e a 2a, de 1925, houve, em 1920, o registro de
um incidente entre Libindo e a aluna
Yolanda Trebbi que parece tomada de simpatia pelo mestre riograndino e uma
rebeldia incontrolável contra o diretor da Escola. Parece haver uma relação
entre os dois casos, pois Athos Damasceno (1971 : 368) descreve o entusiasmo
devotado pela aluna Yolanda Trebbi, pelo mestre Augusto Luís de Freitas
enquanto, na sua formação, ela passa inteiramente para a sombra a figura de
Libindo. Porém nesse momento do incidente Freitas estava em Roma. Yolanda
Trebbi será uma das artistas que irá expor no Salão de Outono de 1925. A
revista Máscara (ano 7, n° 7
jun.1925) classifica-a como amadora.
Origem da
imagem: ENCICLOPÉDIA RIO-GRANDENSE. Porto Alegre
: Sulina Editora, 1968, 2 vol, p.198
Fig. 08 – A denominada “PAISAGEM
SUL-RIOGRANDENSE” de Libindo FERRAS é
uma imagem construída com tinta e pincel sob o impulso da perda e da saudade da Natureza anterior às cercas,
às lavouras e sua posterior urbanização.
No aspecto do Weltgeist sul-rio-grandense colabora com o paralelo 30º Sul e a grande impregnação de
umidade da atmosfera. Estas propriedades transfigura este ambiente geográfico num grande prisma na qual os raios incidentes
do Sol provocam milhares de matizes e tons e difíceis de encontrar em outras
latitudes e altitudes
16.4 A obra
de Libindo Ferras como metáfora da perda da natureza pelo homem urbano
Uma obra de Libindo Ferrás constitui-se numa metáfora dos demais valores culturais
do período. Esta obra corresponde aos valores cultivados pelos seus
observadores, ao exemplo do límpido sol de manhã, visível na “Paisagem Rio-grandense” aqui
reproduzida. A obra deste artista abstém-se de qualquer ruptura ou imposição de
uma nova estética à uma sociedade que busca o hedonismo visual e a elegância
formal. A obra de Libindo cultivava o prazer visual da linha requintada, numa
perfeita mimese social que busca a satisfação dos sentidos humanos. Esta linha
pode encerrar o máximo de conteúdo no mínimo da forma.
A obra de Libindo foi elaborada com instrumentos,
matérias e técnicas que permitiram ao artista manter em primeiro plano a natureza formal da sua atividade
gráfica. Nesta atividade gráfica ele usava um lápis, com uma ponta fina e longa[1],
cujo traço era ideal para a técnica da
aquarela.
[1] - Depoimento da sua aluna
Cristina Balbão. Para ela este lápis era um verdadeiro terror, pois, a ponta
longa e fina, rompia-se com a menor tentativa de desenhar com este
instrumento.
DIPLOMA do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do
Sul na Universidade de Porto Alegre em
1938
Fig. 09 – Uma das poucas evidência localizadas da participação de Libindo FERRAS
na Universidade de Porto Alegre (UPA) no
período (1934-1939) em que o Instituto de Belas Artes integrou esta a UPA.. Trata-se
do desenho de um diploma de formatura desta época a ser conferido a Judith Fortes se formara em
1922 na Escola de Artes sob a orientação de Libindo Ferras. Em 1938 ela estava
se inscrevendo num concurso público para ser docente da UPA. O processo deste
concurso não se completou devido à intempestiva retirada governamental do IBA-RS das instituições integrantes e
fundadores desta primeira universidade no Rio Grande do Sul
16.5– Leituras estilísticas da obra de
Libindo Ferrás
Nas obras de Libindo é possível aferir elementos
formais de uma leitura estilística.
Os seus pequenos quadros, cartazes e ilustrações de livros eram parte
integrante das salas de visitas da burguesia. As dimensões e as proporções das suas "pinturas de cavalete" são reduzidas e prontas para circular
como bens simbólicos. A pintura ao ar livre foi praticada contínua e
intensamente por esse artista. As suas "manchinhas", ou estudos diretos da natureza (plein air), eram proporcionais a esse
propósito.
Libindo FERRÁS
– PAISAGEM - 1924 óleo sobre tela 87 x 158.5 Pinacoteca Aldo Locatelli
PM-POA-RS
Fig. 10 – A obra de Libindo FERRAS se
inspira na paisagem que cerca o Morro Itacolomy. Este acidente geográfico
consta no brasão do Município de Gravata onde se localiza na periferia de Porto
O clima temperado e a atmosfera de Porto Alegre,
impregnada de umidade e a luz matizada, atraíram os olhares e os sentimentos de
uma legião de fotógrafos e de pintores, entre eles os de Libindo. Numa leitura iconológica a sua temática deixou-se influenciar pelo meio
geográfico e os seus condicionamentos. A pintura da paisagem celebra, em imagens, a
saudade que a criatura humana urbana cultiva na medida do desaparecimento deste
contato concreto com a Natureza. Esta nostalgia, da Natureza e de Civilizações
perdidas, atravessou o Romantismo, o Naturalismo e Impressionismo chegaram a
Porto Alegre no final do século XIX com a pintura de Weingärtner e a fotografia
de Luiz Nascimento Ramos (1864-1937) o “Lunara”[1]. Os fotógrafos
e os pintores de paisagem expressam em imagens a nostalgia da criatura humana
urbana, com contatos diretos cada vez menores com a Natureza, constituindo um sentimento geral de perda. Assim a pintura
da paisagem de Libindo constitui um índice
do meio cultural no qual ela foi
elaborada. Apesar de Libindo dominar perfeitamente a proporção da figura
humana, ela não e comum nas suas paisagens. Na obra de Libindo estão ausentes
os temas políticos, ideológicos ou de cunho religioso, além dos retratos ou de
figuras humanas destacadas e fora da paisagem. Neste sentido as obras de
Weingärtner, de Lunara e de Freitas são muito mais generosas com a figura
humana na paisagem.
Fig. 11 – A vida e período mais produtivo de Libindo FERRAS transcorreu ao longo
do período (1889-1930) da vigência da República Velha do Brasil Tempo de contrastes e contradições e que
culminar econômica, Social e politicamente com a quebra da Bolsa de Nova York
no dia 24 de outubro de 1929. Após este evento a vida e a obra de Libindo
Ferrás decorre para um acentuado
declínio e pouca produção conhecida..
[Clique sobre o gráfico para ler]
16.6– A obra de Libindo na diacronia e sincronia.
A obra de Libindo, colocada na diacronia ao longo de toda a linha de tempo, permaneceu coerente e
atravessa inabalável outros paradigmas estéticos em sucessivas entradas em
Porto Alegre. A obra de arte de Libindo
situa-se numa determinada série cultural estilística que se desenvolveu, na sincronia regional paralelamente a
outras séries. Esta sincronia regional é visível nos relatórios de Libindo
Ferrás, nos quais acompanha-se a circulação
de docentes de artes plásticas em
Porto Alegre. Estes docentes passavam pela Escola de Artes do Instituto de
Belas Artes do Rio Grande do Sul e cujos paradigmas estéticos eram filtrados
pelo que Libindo era competente para acompanhar e aceitar no seu repertório.
No ATELIER da Escola de Artes do IBA-RS - ESTUDANTES e os seus TRÊS
MESTRES em 1925
Fig. 12 – O atelier da Escola de Artes do IBA-RS mostra o pequeno grupo de
estudantes. Os mestres são Luís Augusto Freitas de chapéu, barba branca e de pé no primeiro plano. Libindo
FERRAS está de pé ao lado do braço direito de Freitas. Francis Pelichek único
homem sentado entre as moças. Pelichek
ingressou na Escola em 1922 e no ano de 1925 há desfecho do conflito entre
Freitas e Libindo. Portanto esta foto é deste período
16.7– A obra institucional das artes plásticas na vida de Libindo Ferrás
A seleção dos docentes para EA fornece os critérios
e os índices do meio cultural da época enfrentados pela geração de Libindo
Ferrás. Esta Escola exigia deste docente experiência de criação, uma carreira
artística e um currículo socialmente reconhecido. Evidente, outro limite era o
forte constrangimento em oferecer, como retribuição, um salário adequado. Isso apareceu
em 1913, na permanência na Escola de Artes por um ano do artista internacional
Miro da Gasparelo. Foi também impossível realizar um contrato com um grupo de
artistas estrangeiros de uma série de arquitetos, de escultores ou de
estucadores profissionais ou práticos que atuavam na época em Porto Alegre[1].
Um deles foi Giuseppe Gaudenzi, contratado pela Escola de Engenharia para o seu
Instituto Técnico (Parobé) e não pelo Instituto.
[1] - DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. Porto Alegre
(1898-1920): estatuária fachadista e monumental, ideologia e sociedade. Porto Alegre. PUC-IFCH, 1988 dissertação. 208 f
-----------------------Porto Alegre 1900-1920: estatuária e ideologia.
Porto Alegre : Secretaria Municipal de
Cultura, 1992, 102 p.
-----------------------Rio Grande do Sul (1920-1940): estatuária,
catolicismo e gauchismo. Porto Alegre : PUC-FFCH, 1999, tese 377 f
Giuseppe GAUDENZI (1875 -1966)
Cabeçalho de talonário do Instituto Parobé c.1913
Fig. 13 – Uma
obra gráfica de Giuseppe Gaudenzi um artista italiano contratado em Roma por
mediação de Pedro Weingärtner. A revista Madrugada e as legendários EGHETHEA da
Escola de Engenharia de Porto Alegre eram editados e impressas nas oficinas gráficas do seu
Instituto Técnico Profissional (Escola Técnica Parobé). Os formandos deste
Instituto constituíram as bases de várias editoras e de tipografias legendárias
de Porto Alegre. Os nomes de João Faria Viana (1905-1975) e de João Fahrion (11989-1970)
sejam os mais estudados e citados dos egressos deste ambiente.
Nem mesmo foi possível formular um convite
profissional aos artistas de projeção nacional, como aconteceu com Eduardo de
Sá[1],
Eugênio Latour e Lucílio de Albuquerque, que haviam visitado e lecionado na
Escola durante o período da Primeira Guerra Mundial. Em relação aos filhos da
terra prevaleceu o mesmo constrangimento econômico visível na em atuação a
Oscar Boeira, egresso da ENBA e Carlos Torelly. Este constrangimento foi registrado[2] por Libindo Ferrás frente ao consagrado
artista Pedro Weingärtner diante de um potencial contrato como professor da
Escola, em 1920, ano do retorno definitivamente do pintor a Porto Alegre. Nem
persistiu por muito tempo o contrato com Francisco Bellanca, primeiro aluno
formado como professor pela Escola e que foi contratado, em 1920, pela
prefeitura de Porto Alegre.
[1] - Eduardo. De Sá é o autor do busto de
Manuel Araújo Porto-alegre colocado em Porto Alegre na Praça da Alfândega
[2] - No Relatório de Libindo
Ferrás de 1920 ao presidente do Instituto, ele escreveu “Esse artista, a pedido meu, gentil e graciosamente visitou a Escola,
por algum tempo, dando conselhos aos alunos do Curso superior e auxiliando-os,
mesmo, na execução de alguns trabalhos. Pena é que seus afazeres não lhe
permitam aceitar o lugar de professor – cujos honorários - aliás – afugentariam
qualquer artista de valor”. {028Relat}.
Evidente que se somavam os constrangimentos políticos frente ao
pintor, como se viu antes.
Francisco BELLANCA -(1895-1974) –
ilustração Revista Madrugada 1926
Fig. 14 – O Francisco Bellanca (1895-1974) foi o primeiro estudante formado em
Curso Superior da Escola de Artes e o
primeiro professor egresso desta escola a ser contrado como docente Ao
ingressar nos quadro funcionais da não discurou de sua carreira artística e
profissional nas artes visuais. Assim trabalha para ilustrações de livros e revistas
como a obra reproduzida acima Bellanca além de sua produção gráfica para obras
de prefeitura foi o criador do desenho das atuais brasões oficiais dos município de Porto Alegre e de Passo
Fundo
Libindo solicitou abrir, já no ano de 1912,
concurso para professor de Desenho. No ano escolar de 1913, ele contou com o
seu primeiro ajudante na Escola, que era o pintor italiano Miro da Gasparello[1],
de passagem pelo estado. Em 1914, não foi positiva a experiência com uma
monitora, a aluna Percila Pibernat Pedra[2] ,
que foi nomeada para esse cargo no dia 14 de abril. Na metade do ano ela pediu
demissão do cargo. Para substituí-la e
ajudar a atender os 24 alunos matriculados na Escola, Libindo conseguiu uma
colaboração gratuita e espontânea de Oscar Boeira. Este passou a ser
responsável pela disciplina de Desenho Figurado. No ano de 1916, a Escola de
Artes recebeu a visita do professor Lucílio de Albuquerque[3], da
Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Ele se ofereceu para intermediar
com Eduardo de Sá, também docente da ENBA, a remessa de materiais, em especial
modelos de gesso. Esse as prometeu para janeiro de 1917. Nesse ano, Libindo
conseguiu a vinda do pintor riograndino Augusto Luís de Freitas[4]. O ano escolar de 1918 teve de ser
interrompido abruptamente no dia 28 de outubro, pelas autoridades sanitárias,
devido à gripe espanhola. Como Freitas retornou para a Europa, Oscar Boeira
reassumiu as suas aulas na Escola de Artes, no dia 17 de março de 1919, início
do ano letivo. Este por sua vez cedeu o seu lugar para Eugênio Latour que foi
nomeado, no dia 01 de maio,[5]
começando a lecionar a partir do dia 12 de maio, inclusive para o curso
noturno. Latour solicitou que Libindo lecionasse Geometria e Perspectiva e
Sombras também para o noturno. As bancas do final do ano escolar de 1919 foram
compostas por Eduardo de Sá e Eugênio Latour. Este retornou ao Rio de Janeiro
no dia 30 de novembro de 1919[6].
[1] Esse recebeu grandes elogios
de Libindo e que aguardava para que esse pintor pudesse continuar na Escola no
ano seguinte. No relatório do ano de 1914 Libindo lamentava a retorno para a
Europa de Miro da Gasparello onde pereceu, em 1915, como soldado da 1a
Guerra Mundial. In: . {148GAL}
Galeria do IBA: arte rio-grandense do
passado ao presente, 1961, 24 p. Ver também
FRANCESCO, José de Reminiscências de um artsiat. Porto Alegre :
s/editora. 1961
[2] - Haveria parentesco com
Palmyra Pibernat Pedra que é destacada como promessa brasileira em 1927 por
Angyone Costa no seu livro ‘A
Inquietaçção das Abelhas’? (Costa, 1927: 22).
[3] - Certamente a presença de
Lucílio envolveu o contrato do painel em
tela maruflada que está na escadaria do Instituto de Educação, junto aos dois
painéis de A.L. Freitas e que inicialmente eram destinados ao palácio do
Governo do estado.
[4] - Relatório de Libindo Ferrás a Olinto de
Oliveira{021Relat} No seu relatório do dia 20 de dezembro precisou a
data 17 de junho na qual o pintor Augusto de Freitas assumiu a
cadeira de Desenho Figurado e Pintura. Substitui assim Oscar Boeira. No dia 17
de setembro de 1917 iniciaram as aulas do curso noturno gratuito. Em 1918 Augusto Luis de Freitas lecionava
Desenho Figurado nas manhãs das 2ªs, 4ª e 6ª das 08h30min até às 9h30min. Nos
mesmos dias assumiu o curso noturno das 19h30min até 21h30min. Libindo
lecionava Desenho Geométrico, Perspectiva-Sombras e Anatomia Artística em todos
os dias da semana, nas manhãs, tardes e sábado até às 16h30min.
[5] - Eugênio Latour era pintor
brasileiro que havia participado com outros artistas da decoração do Pavilhão
do Brasil na Exposição Internacional de Turin em 1911. Nesse grupo estava
Carlos Oswald cuja filha Maria Isabel reconstruiu (2000, p.65) o grupo e onde “Carlos reuniu-se ao que havia de mais
representativo na arte brasileira de então. Pintores, além dele, havia sido convidado os irmãos Carlos e
Rodolfo Chembelland, João e Artur
Timóteo da Costa, Lucílio de Albuquerque, Eugênio Latour, Leopoldoa Gottuzzo e
Manuel Madruga; o grupo incluía ainda outros artistas, como o escultor Eduardo
Sá e o arquiteto Correia Lima”. Alguns deles passarão na Escola de Artes do
ILBA durante a 1a Guerra Mundial.
MONTEIRO, Maria Isabel Oswald. Carlos Oswald (1882-1971): pintor da luz e dos reflexos. Rio de
Janeiro: Casa Jorge, 2000. 229 p.
[6] Libindo Ferrás registrava no
relatório de 1920 que Eugênio Latour esteve aqui por motivo de saúde. “Só
mesmo por um acaso (como aconteceu com os professores Augusto Luis de Freitas
que aqui estiveram, o primeiro para tratar de obter um favor do Governo do
Estado e o segundo por motivo de saúde) poderia ter a Escola conseguido achar
quem se sujeitasse a tomar conta – com taes honorarios – de uma aula da
natureza dessa que exige, pelo menos três horas de trabalho diarias”.
Nomes dos expositores do SALÂO da ESCOLA DE ARTES do IBA RS - 15.11.1929
Fig. 15 – O nome e o numero de
obras de artistas que acorreram à convocação de Libindo
FERRAS para o SALÃO de 1929. Pedro
Weingärtner iria falecer ao final da realização deste evento do Instituto de
Belas Artes do Rio Grande do Sul Este
evento assinala a presença feminina majoritári é muito mais expressiva do que o
su comparecimento ao Salão do Outono de 1925 predominantemente masculino.
[Clique sobre o gráfico para ler]
16.8– As busca de Libindo para formar um
sistema de Artes visuais em Porto
Alegre
a partir da Escola de Artes
As diversas
visitas de Pedro Weingärtner à Escola foram marcantes para o ano de 1920. Ele
deu sugestões, fez demonstrações ao curso superior e participou das bancas do
final do ano[1].
Francisco
Bellanca (1895-1974), formando da EA em 1919, ocupou o cargo de professor a
partir desta data até 1922, quando iniciou sua carreira de desenhista na
prefeitura municipal de Porto Alegre[2]. O
pintor Francis Pelichek[3]
ingressou na Escola no dia 16 de abril de 1922. No final desse ano Libindo
elogiou o seu trabalho e fez um ótimo prognóstico sobre o futuro deste
professor[4].
Pelichek permaneceu de fato na docência da Escola até seu falecimento em
01.08.1937.
[1] - No curso noturno de 1920 o Desenho Figurado
da EA era ministrado nas 3ªs e sábados das 19h30min até às 21h30min pelo
ex-aluno Francisco Bellanca, formado em 1919. Libindo lecionava, no mesmo
horário as 4ªs e 6ª feiras, as disciplinas de Desenho Geométrico e Perspectiva
Linear.
[2] - A obra mais divulgada de
Francisco Bellanca é o seu desenho do escudo oficial de Porto Alegre e que
consta em todos os documentos do município. Obra que seguiu as indicações
heráldicas de Walter Spalding.
[3] Marinho Chaves no relatório de 1922 para
CC-ILBA-RS os três docentes (Libindo, Pelichek e Bellanca) da Escola receberam
11:104$700. enquanto isso, no
Conservatório, os seus onze docentes, receberam a soma anual 34:479$799 da
receita do Instituto do total de 94:156$763.
Para esses gastos o Presidente conseguiu elevar a dotação estadual de
30:000$000 para 40:000$000. Do Município conseguiu 12:500$000 em três parcelas.
As matrículas renderam 19:339$600. O dólar (Us$) estava sendo vendido nesse ano
de 1922 por 7$740. Isso representaria aproximadamente Us$ 1.428 anuais para os
três docentes. Cabendo a cada um aproximadamente Us$ 40 (quarenta dólares)
mensais. Contudo os docentes não recebiam no período não letivo.
[4] - “Pelichek prestou excelentes serviços à Escola, revelando-se um
profissional competente, zeloso e trabalhado. No proximo exericio esse
professor poderá prestar optimos serviços ao Instituto”. Libindo, Relatório de 1922 .
Capa do Catálogo da Exposição da Escola de Artes de novembro de 1929
Francis ou Frantisek PELICHEK, - (1896 – 1937)
-Expõe em Porto Alegre
Fig. 16 – Francis Pelichek levou uma breve
e ativa produção de artes visuais. Além do magistério, trabalhou nas
ilustrações, em cartões postais e caricaturas. Porém toda esta atividade não esmoreceu a sua prática com as tintas e
pinceis. As suas diversas “vernissages” individuais e manutenção de uma clientela
atenta e receptiva de sua produção. Certamente a sua contratação para a
Escola de Artes foi um acerto de Libindo
FERRAS para mantê-lo em Porto Alegre. Isto não havia acontecido no Rio de
janeiro e nem em Curitiba para onde Pelichek se dirigiu inicialmente. De outra
parte a suasa aulas eram de intensa motivação para a ética no campo da produção
artística. Isto é possível verificar e atestar nos seus relatório anais para
Libindo Ferrás
Na
continuidade do exame dos documentos produzidos por Libindo, é possível
verificar, que em 1925, estava de volta Augusto Luís de Freitas que passou a
repartir a sala com Francis Pelichek[1].
Como já vimos houve, neste ano, o
conflito entre Libindo e Freitas. A questão foi levada ao conhecimento da
Comissão Central no dia 14 de outubro de 1925 com o desfecho já conhecido[2].
No dia 24.03.1926, Libindo assinou uma reclamatória salarial ao lado do diretor
de Conservatório[3].
Os documentos, produzidos por Libindo, vão rareando na medida em que se
aproximava a Revolução de 1930. Depois é necessário começar procurar índices em
documentos de outros agentes da Escola de Artes, destacando-se os de Pelichek.
A pessoa de Libindo está amplamente documentada
como agente institucional da Escola de Artes e do Instituto de Belas Artes. A obra
de Libindo já foi objeto de estudos
de diverso teóricos. Um dos primeiros foi Olinto de Oliveira que teve ocasião,
ainda no século XIX, de colocá-lo ao lado de Araújo Viana e depois de Pedro
Weingärtner em duas crônicas no Correio do Povo de 1898[4]. Libindo
participou do Salão de Arte promovido crítico Pinto da Rocha dono da Gazeta do
Comércio. Esse conjunto de textos serviu de matéria para Athos Damasceno
Ferreira incluí-lo na sua monumental obra (1971: 403/7). Maria Lúcia Bastos Kern (1980) analisou a sua
obra como pintor.
[1] Freitas lecionava nas manhãs
de 3ªs, 4ªs e 6ªs feiras e nas 5ª a tarde as disciplinas de Desenho Figurado
para os alunos do 3º ano médio e o último do Superior. Pelichek assumiu a
disciplina de Desenho Figurado dos alunos do curso preliminar do 1º e 2º anos
médios e 1º ano do superior onde ele lecionava todas a manhãs, inclusive nos
sábados. Libindo assumiu o restante das aulas, inclusive sábado de tarde.
[2] - Livro n° I de atas da
CC-I. B. A p. 34f sessão de 14.10.1925. Nessa sessão foi eleito o novo
presidente do Instituto, José Carlos Parreira No dia 27 desse mesmo mês Libindo
Ferrás enviou uma correspondência ao presidente do Instituto, agradecendo tê-lo
mantido e o confirmado no cargo de Diretor da Escola, através do ofício exarado
no dia 24.10.1925.
[3] - Os dois argumentavam que o
ordenado de 100$000, que ambos recebiam, estava abaixo do escriturário
(350$000) e o servente (150$000). Alegavam que o falecido Araújo Vianna
recebia, já em 1915, a importância de 300$000 para esse cargo diretivo.
[4] - Olinto de Oliveira (sem
usar o seu pseudônimo Maurício Bœhm) colocou Libindo Ferrás ao lado de Araújo Vianna
numa crônica no Correio de Povo de 13.02.1897 e o colocou ao lado de Pedro
Weingärtner numa outra crônica, do dia
03.07. 1898, no mesmo periódico.
Fig. 17 – Catálogo do SALÃO de 1929
organizado por Libindo FERRAS no foyrr dp Thhatro São Pedro de Porto Alegre; O
evento de sua Inauguração,
no dia 15 de novembro de 1929, foi praticamente anulado pela insegurança
provocada pelos difíceis dias que se seguiram ao 24 de
outubro de 1929 com a quebra da Bolsa de Nova York. Até o triunfo da Revolução de 1930 que partiu da
capital sul-rio-grandense. No dia 03 de outubro de 1930,
Libindo teve raros discípulos sobre os quais
exerceu influência na elaboração de
suas obras de arte, como eram raros os alunos que concluíam o curso superior da
Escola de Artes. Entre eles estava Francisco Bellanca, que não só herdou todas
as características e qualidades do grafismo do seu mestre, mas continuou
inclusive a obra didática do mestre. O que marcou estes eventuais discípulos
foram as exigências e os cuidados na formação de uma vida dedicada à arte,
acima de qualquer condicionamento de mercado ou de glórias efêmeras. Este
cuidado com a formação pessoal foi reforçado pelo seu colega Oscar Boeira, que,
em muitas ocasiões, exerceu a docência gratuitamente na Escola.
Graças aos cuidados de Libindo, na formação de sua
vida dedicada à arte, as suas obras continuam a ser referência na diacronia do continuo
institucional na qual elas estão colocadas. Elas permitem valorizações como contrapontos de novas correntes estéticas. No
paradigma estético, no qual as obras de Libindo ficaram encerradas, permite o
estudo como contraponto a outros paradigmas estéticos antagônicos sincrônicos
que periodicamente se apresentavam, com maior ou menor fragor, na cena pública
de Porto Alegre vindos dos centros hegemônicos de arte.
Libindo FERRÁS, (1877-1951)
Pintando ao “Plain Air”
Fig. 18 – Libindo FERRAS levou ao efeito a
transposição direta para a
superfície dos tons e dos matizes doe ambiente de uma Natureza vizinhanças de
Porto Alegre A prática do “PLEIN AIR”[1] na pintura levou a
percorrer os lugares na iminência de
serem objetos da rápida urbanização e da poluição proveniente das primeiras industrias
16.9 O legado institucional de Libindo Ferrás
Não é possível falar em renascimentos da estética da obra de Libindo. Estão encerradas as
condições culturais que informou, interna e externamente, a sua obra. Contudo a
sua influência é universal e atemporal na medida em que permanece a sua obra e
os observadores desta obra. Obra que transmite a crença de Libindo na sua arte,
na sua formação rigorosa e na coerência com a verdade, de quem a produz.
Fig. 19 – Olga Paraguassu revolucionou o ensino da arte tanto no Colégio Júlio de
Castilhos como na Colégio de Aplicação da UFRGS. Estudante formada no Cursos Superior a Escola de Artes
e nas mãos dos mestres Libindo FERRAS e Francis PELICHEK[1].
No exercício do magistério Olga
encontrou meios, técnicas e recursos para transformar as suas lições em
formação de cidadãos criativos e inovadores ao longo de sua existência ao modo
como foi a sua própria vida
A obra, produzida por Libindo, encontra-se ainda de
posse do mercado de arte. Mas ela está migrando para o seu lugar que é, seguramente, o espaço público. Assim uma grande parte
desta obra já está aos cuidados de museus públicos, que, ao
institucionalizá-la, a legitimam e a prolongam no tempo.
FOTO do ORIGINAL CONSTA COMO ILUSTRAÇÂO a REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23 14.12.1929
Fig. 20 – A imagem de Gilda Marinho[1]
em “Traje Espanhol”, em obra de João
Fahrion (1898-1970) exposta no Salão do IBA-RS de 1929 organizado por Libindo FERRAS. Salão
obscurecido pela comoção da Quebra da
Bolsa de 1929, pela morte de Pedro Weingärtner e pelos intenso preparativoas
políticos, econômicos e militares que resultaram na Revolução de otubro de
1930. O
Salão do IBA-RS de 1929 foi o
“Canto de Cisne” para Libindo FERRAS
Os meios, que
o presente estudo teve acesso,:
pertencem ao Arquivo Geral do Instituto de Artes da UFRGS. Neste Arquivo também
se encontram os textos do seu colega docente Francis Pelichek e as pastas dos
estudantes matriculados nessa época na Escola de Artes do Instituto Livre de
Belas Artes do Rio Grande do Sul. Outra fonte institucional é o Acervo da Pinacoteca
Barão de Santo Ângelo que teve em Libindo Ferrás o primeiro conservador e
avalista. Nesta Pinacoteca é possível encontrar obras dos artistas[2]
mencionados no presente capítulo, e de quem Libindo adquiriu as obras.
http://wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/2014/06/09/gilda-marinho-uma-mulher-incansavel/?topo=13,1,1,,,13 http://aspatricias.com.br/blog/index.php/tag/gilda-marinho/
[2] ARTISTAS PROFESSORES da
UFRGS -obras do acervo da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo. Porto Alegre: Ed. UFRGS,2002. 127 p.
Francisco
BELLANCA (-1895-1974) - estudo para
figura de diploma
Fig. 21 – Francisco BELLANCA foi o discípulo de
Libindo FERRAS mais coerente com mestre. Especialmente ao considerar a
ação de BELLANCA como agente público no âmbito da Prefeitura de Porta Alegre. Assim ao exemplo do seu mestre Francisco BELLANCA
buscou espaços fora deste âmbito burocrático para produzir a sua arte. Achava
espaços para pinturas no meio das suas ilustrações, quadros de formatura e
desenhos de projetos
A PINACOTECA do INSTITUTO de ARTES da UFRGS ao contar
com mais documentos, estudos e
compreensão da VIDA, do TRABALHO e da OBRA de LIBINDO FERRAS contorna
a sua mitificação como sua naturalização. Contorna o ideal e o oco do MITO da PINACOTECA do seu pomposo
título de “BARÂO de SANTO ÂNGELO”. Por meio de um intenso estudo de mais documentos, referências cruzadas e entendimento das
CIRCUNSTÂNCIAS da sua origem, desenvolvimento e reprodução até os dias atuais. contorna
a sua NATURALIZAÇÂO, ENTROPIA e ABANDONO.
Os documentos da vida, o
trabalho e da obra de Libindo Ferrás erguem-se na prevenção do fácil MITO
do PASSADO GLORIOSO como do perigo da NATURALIZAÇÂO de um PRESENTE PROBLEMÁTICO
e OPACO.
Assim a VIDA, o TRABALHO e a OBRA de LIBINDO FERRAS entram
em sintonia com a História. Na concepção de Marc BLOCH[1]. (1979: 42)
“É tal a força da solidariedade das épocas que os
laços da inteligibilidade entre elas se tecem verdadeiramente nos dois
sentidos. A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do
passado. Mas talvez não seja mais útil esforçar-nos por compreender o passado
se nada sabemos do presente” ..
De um lado é
inegável a vida ativa e a produtividade didática e pedagógica no PRESENTE da
PINACOTECA BARÂO de SANTO ÂNGELO. No lado oposto o desconhecimento dos limites encontrados
e vencidos, no PASSADO para a institucionalização das artes visuais em Porto
Alegre ao longo de República Velha distorce, torna imponderável esta
PINACOTECA. Sem este conhecimento ela perde seu
sentido, corrompe sua utilidade e a joga e esforço, a história e as
conquistas na geleia geral de uma pseudo cultura universal e planetária. Cultura
universal e planetária na qual são vigentes as comparações com paradigmas
hegemônicos e de longa e profunda elaboração que consideram tal pretensão como
algo fora do lugar tempo e até bizarra e absurda.
O estudo do trabalho, o entendimento da vida e as referências à obra de Libindo FERRÀS ganham proporção,
sentido e coerência contra estes extremos redutores.
[1] BLOCH, Marc (1886-1944) .
Introdução à História.[3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa-
América 1976 179 p.
Libindo FERRÀS
- Riacho 54. x72 cm Pinacoteca Aldo Locatellli PM-POA-RS
Fig. 22 – A imagem do Riacho Dilúvio foi
transposta para a superfície da tela pelos tons e matizes manejados por Libindo
FERRAS nos tempos em que estas águas
ainda eram protegidas pela Natureza. Nesta obra Libindo registra o
ambiente de uma Natureza das vizinhanças de Porto Alegre, atualmente canalizado
e um esgoto a céu aberto decida a rápida
e incontrolável urbanização
FONTES BIBLIOGRÁFICAS IMPRESSAS
BARROS, Fábio Pintor da Vida. Porto Alegre REVISTA
da GLOBO -Ano I - nº 23 14.12.1929,
pp 06-07
Catalogo do Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929. Porto
Alegre: Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, 1929,s/ editora e
paginação
GUIDO Ângelo O Salão da Escola de Artes – Porto
Alegre: REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23
14.12.1929 pp.04-06
KERN, Maria Lúcia Bastos. Les origines de la peinture
"Moderniste” au Rio Grande do Sul - Brésil. Paris : Université de
Paris I- Panthéon.Sorbonne , tese, 1981.
435 fls
KRAWCZYK, Flávio. O espetáculo da legitimidade: os salões
de artes plásticas em Porto Alegre.
Porto Alegre : Programa de Pós Graduação em Artes Visuais, 1997. 526 fls..
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MONTEIRO, Maria Isabel Oswald. Carlos Oswald (1882-1971): pintor da luz e dos reflexos. Rio de
Janeiro: Casa Jorge, 2000. 229 p.
OLIVEIRA, Olimpio Olinto de (1866-195)6) Bellas Artes- Pintura (Carlos
Torelly – Libindo Ferrás Pedro e Pedro
Weingärtner Correio do Povo, 03.07. 1898, (sob o pseudônimo de Maurício Boehm)
--------- Pedro Weingärtner Correio do Povo, 11.12. 1898
--------. Relatórios de 1909 a
1912 do Instituto de Bellas Artes do Rio
Grande Sul apresentados pelo Presidente Dr.Olinto de Oliveira. Porto Alegre: Globo, 1912. 41 p. +
estatísticas.
PELICHEK,
Francis Gaúcho Chimarreando Porto
Alegre :REVISTA do GLOBO, ano II, nº 01
- 11 de janeiro de 1930 – Capa
PETTINI, Ana Luiza et KRAWZYK, Flavio – Pinacotecas Aldo Locatelli e
Rubem Berta: acervo artístico da Prefeitura de Porto Alegre. Porto
Alegre: Pallotti 208, 216 color.
PEVSNER, Nikolaus. Las academias de arte:
pasado y presente. Madrid : Cátedra. 1982. 252p. – (edição
brasileira - Academias de
Arte: passado e presente. São
Paulo, Companhia das Letras, 2005).
REVISTA do GLOBO. Porto Alegre : Editora Globo, Ano I nº 001- 04 de
janeiro de 1929 – Capa de Sotero
Cosme e uma página sobre a EA do ILBA-RS
Salão de Outono (1925). Porto Alegre: Revista
Máscara, ano 7, n° 7, jun.1925,(sem numeração páginas)
SERRANO, Eneida. Lunara amador 1900 . Porto Alegre : E.S.., 2002, 65 p.
SIMON, Círio LIBINDO FERRÁS in Libindo
Ferrás e Francis Pelichek Projeto “CAIXA RESGATA a MEMÒRIA” Porto Alegre: caixa
Econômica Federal, catálogo de evento 1998 pp 05-22No sistema da UFRGS nº 000237605
FONTES
NUMÉRICAS DIGITAIS
ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UNIVERSIDADE FEDERAL do RIO G. do SUL
ARTE na UNIVERSIDADE BRASILEIRA
DAMASCENO. Athos (1902-1975) Artes
plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre: Globo, 1971, 520
p
ESCOLAS de ARTES do RIO GRANDE do SUL em
2004
ESTADO NOVO e a ARTE em PORTO ALEGRE
GILDA MARINHO
i
http://wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/2014/06/09/gilda-marinho-uma-mulher-incansavel/?topo=13,1,1,,,13 http://aspatricias.com.br/blog/index.php/tag/gilda-marinho/
MIRO GASPARELLO: um PROFESSOR da ESCOLA DE ARTES do
IBA-RS VITIMA FATAL da Iª GUERRA MUNDIAL
SALÃO de 1929 da ESCOLA de
ARTES de NOVEMRO de 1929
SIMON,
Cirio - Origens
do Instituto de Artes da UFRGS: etapas entre 1908-1962 e contribuições nas
constituição de expressões de autonomia dos sistema de artes visuais no Rio
Grande do Sul Porto Alegre : Orientação KERN, Maria Lúcia Bastos .PUC - RS,
2003—570 p..- versão 2012. em DVD
Disponível
digitalmente: REPOSITÓRIO UFRGS
SITE PESSOALhttp://www.ciriosimon.pro.br/aca/aca.html
DOMÍNIO
PÚBLICO BRASILEIRO
REPRODUÇÂO
INSTITUCIONAL da ESCOLA de ARTES doa INSTITUTO de BELAS ARTES do RS
ACERVO da PINACOTECA
BARÃO de SANTO ÂNGELO – IA-UFRGS
ASSOCIAÇÔES de ARTISTAS
em PORTO ALEGRE
FÁBIO de BARROS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Libindo_Ferr%C3%A1s
http://pt.wikipedia.org/wiki/Libindo_Ferr%C3%A1s
LIBINDO FERRÀS
PINACOTECAS ALDO LOCATELLI e RUBEN BERTA
LIBINDO FERRÁS
Na
PINACOTECA BARÂO de SANTO ÂNGELO
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