5.0 - Uma obra de Pedro Weingärtner colocada entre
os paradigmas imperiais e os republicanos brasileiros.
Continuação e complemento de:
O projeto imperial é substituído pelo projeto republicano sul-rio-grandense
15.1 – A obra
de um artista que se desenvolve entre dois regimes políticos antagônicos 15.2 –
As dificuldades de Pedro Weingärtner com o regime republicano e as
alternativas de uma clientela cidadã. 15.3 – Uma instituição de arte com
desfecho de paradigmas em confronto e a posição
de Pedro Weingärtner . 15.4 – A obra de Pedro Weingärtner como metáfora
do gosto da nova burguesia 15.5 – Leituras estilísticas da obra de Pedro
Weingärtner. 15.6 – O profissionalismo de Pedro Weingärtner.. 15.7 – A
influência de Pedro Weingärtner apesar da ausência de discípulos 15.09 – O
legado institucional de Pedro Weingärtner
Pedro WEINGÄRTNER
1853-1929 - Os Revolucionários -1893 - 48.5 x 74 cm Pedro RJ in Tarasantchi p.122
Fig. 01 – Pedro WEINGÄRNER foi fiel e coerente com a sua opção pela arte. Como
pintor itinerante no Rio Grande do Sul e
Santa Catarina registra objetivamente, com suas tintas e pinceis, um piquete de
revolucionários de 1893 sem declarar de que lado eram. Transfigura esta
manifestação armada e política visto e registrado como um evento pictórico objetivo.
15.1 A obra de um artista que se desenvolve entre dois
regimes políticos antagônicos.
No Rio Grande do
Sul o pintor Pedro Weingärtner (1853-1929) constitui uma amostra acabada do
contraste entre os projetos culturais artísticos imperiais e os republicanos. A
sua figura, sua obra e sua clientela constituem universos próprios da peça da
representação e do imaginário da corte imperial, projetado em oposição ao
imaginário artístico republicano. Weingärtner era associado, pelo regime
republicano, com a representação do antigo regime e como amigo e bolsista de D.
Pedro II.
Assim o estudo da figura e da clientela, do
pintor Pedro Weingärtner, constituem amostras acabadas do contraste entre a
política cultural republicana no Rio Grande do Sul, em oposição à política
cultural artística imperial. Weingärtner foi uma peça da representação e do
imaginário integrada à corte imperial como amigo de D. Pedro II e bolsista, e
como tal associado à representação do antigo regime. O seu vínculo com o novo
regime tornou-se problemático, como aquele dos dois anos (1891/ 2) nos quais
permaneceu no ENBA como professor de Desenho Figurado (Guido, 1956: 53/5).
Houve na imprensa um tremendo alarido contra o pintor, segundo Guido, (1956:
112/ 5)[1],
quando, em setembro 1908, o governo
Carlos Barbosa lhe encomendou uma obra pública para a sala de visitas de um
vaso de guerra brasileiro. Os homens,
que integram o governo republicano, o respeitam, mas não o estimulam e o
perseguiam quando o governo republicano encomendava oficialmente uma pintura. Não
admira, pois, que em momento algum houvesse registro de cogitação do seu nome
como membro oficial da CC-ILBA-RS, apesar de satisfazer o requisito de residir
em Porto Alegre, a partir de 1920 até a sua morte em 1929, como exigia o
estatuto dessa Comissão.
Pedro WEINGÄRTNER (1853-1929) - lanceiros
1918 - agua forte 13.1 x 8 cm
Fig. 02 – O esforço dos registros e estudos gráficos de Pedro WEINGÄRNER o
libertam as tintas e os pinceis para exercer a sus fidelidade e coerência com a
sua opção. Nas suas andanças no Rio Grande do Sul e Santa Catarina como pintor,
entre os anos de 1893 e 1895 não é
indiferente e muito menos alienado em relação à Revolução Federalista que
sacudia a jovem república brasileira. Não se rende ao estereótipo do
“gaúcho” e está atento ao que a visão lhe informa sobre usos e costumes dos
lanceiros improvisados que patrulham uma das estradas do interior de Santa
Catarina por ele transitava no caminho para Nova Veneza onde eixou uma das suas
obras.
Os
méritos da antiga Academia Imperial de Belas Artes são inegáveis. Ela já havia
sustentado e ampliado, durante quase um século, o ideal da arte, num ambiente
desfavorável do Brasil pós colonial. Como instituição mantinha o continuo de um
projeto civilizatório brasileiro, como foi destacado por Marques dos Santos[1]
(1997: 127/146). A Escola Nacional de Belas Artes (ENBA) levou avante, durante
a Primeira República, o projeto civilizatório recebido da AIBA. A ENBA
permaneceu coerente com o Estado Central, como foi reconhecido por Arantes do
Vale (1997, p.347) e fazendo frente[2]
à diástole dos Estados brasileiros, declarados soberanos na proclamação da
Republica.
[1] MARQUES dos SANTOS, Afonso
Carlos «A Academia Imperial de Belas Artes e o projeto Civilizatório do Império» in 180 anos de Escola de Belas Artes. Anais
do Seminário EBA 180. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997, pp. 127/146.
[2] - Arantes do Vale
escreveu(1997: 347): “a implantação do ensino teórico de artes no
Brasil foi correlata à organização institucional do país, adequada aos novos
tempos. A sistematização do ensino artístico, ficando o mesmo na órbita do
estado, teve a função de organização simbólica das nacionalidades nascentes”.
ARANTES do
VALE, Vanda. «Academia Imperial de Belas Artes - Escola Nacional de Belas Artes» In. 180 anos de Escola de Belas Artes. Anais do Seminário EBA 180. Rio
de Janeiro : EBA-UFRJ, 1997. 347 – 363.
Pedro WEINGÄRTNER - Missa na campanha
Fig. 03 – Com a devida distância Pedro WEINGÄRNER registrou visualmente uma Missa na Campanha do Rio Grande do Sul. O
artista foi fiel e coerente com a sua opção pela arte. Com a separação
entre a Igreja e o Estado Brasileiro as tradicionais encomendas das pinturas
sacras não se direcionaram mais para a obra de Pedro Weingärtner. De outra
parte o Estado Nacional Brasileiro ou sul-rio-grandense limitou drasticamente
as encomendas. O pretexto, deste Estado, foi o fato de ele pertencer e ser
fruto do Regime Imperial
15.2 As dificuldades de Pedro Weingärtner com o regime
republicano e as alternativas de uma clientela cidadã.
As obras de arte herdadas do projeto civilizatório
do regime imperial brasileiro foram preservadas pela República, ou pouco
transformadas, pois já haviam realizado parcialmente o processo da geração do
imaginário coletivo nacional. O novo regime valeu-se do lema ‘conservar melhorando’ também nas artes.
Os símbolos nacionais, a bandeira e o hino sofrem alterações sem se desvincular
das antigas molduras visuais ou sonoras do império brasileiro. Esta
transformação simbólica foi descrita por José Murilo Carvalho (1990). Em Porto
Alegre este apelo popular e a busca da estetização dos símbolos do regime
republicano, estão expressos no monumento[1] à
Júlio de Castilhos, inaugurado no dia 25
de janeiro de 1913[2],
dia do terceiro retorno ao poder de Borges de Medeiros. Monumento cuja
concepção foi de Décio Villares, aluno e docente da AIBA e orientado pela
eclética ideologia de arte positivista. Este monumento começou a ser concebido em 1904, modelado na
França e erguido na Praça Marechal Deodoro, a partir de 27 de julho de 1910, no
governo de Carlos Barbosa[3].
[1] - Ver o monumento
a «Júlio de Castilhos» de Décio Vilares, na
Praça Marechal Deodoro (Matriz) Porto Alegre - RS.
[2] - Doberstein, 1988, f. 86
[3] Alves, 2004, p. 55.
Fig. 04 – A obra e a pessoa de Pedro WEINGÄRNER contrastam com as concepções
estéticas que comandaram e a construção (1908-1913) do monumento a Júlio de
Castilhos. Este monumento foi confiado a
artistas, empresários e técnicos alinhados com o novo regime, com as ideologia
positivista e com o gosto de Paris. No
polo oposto - destas vertentes
ideológicas e políticas - Pedro WEINGÄRNER estava distante desta aparatosa
estética triunfalista. Na opção pela arte WEINGÄRNER voltava-se inteiramente para uma visão lírica daquilo
que o espetáculo visual lhe oferecia na Natureza e que ele transferia para o
espetáculo das tintas, dos pinceis e de superfícies pictóricas bem e
seguramente elaboradas. As suas preferências voltam-se para o silêncio do seu atelier, as viagens
solitárias e demoradas pelo interior do seu estado natal e pelo interior
italiano e português. Os seus observadores e os compradores de sua obra entendem
e comungam com este sentimento e obras
deste pintor introvertido.
Pedro Weingärtner permaneceu por dois anos na ENBA
(1891/ 2) lecionando Desenho Figurado (Guido, 1956: 53/5). O seu vínculo com o
novo regime era problemático. Essa relação conflituosa foi escancarada, pela
imprensa, num tremendo alarido contra o pintor[1],
quando o governo Carlos Barbosa lhe encomendou, em setembro 1908, uma obra
pública para a sala de visitas de um vaso de guerra brasileiro com o nome Rio Grande do Sul. Os
homens, que integravam o governo republicano, o respeitam, mas não o estimulavam
e o perseguiam quando o governo republicano encomendava oficialmente uma
pintura.
Pedro WEINGÄRTNER 1853-1929 - Pousada de Carreteiros
- 1914 óleo 37 x 73 cm. APLUB - Tarasantchi p 101
Fig. 05 – O ritmo calmo, silencioso
e de profunda humanidade que Pedro
WEINGÄRNER encontrou nas suas andanças
furtivas pelo interior do Rio Grande do Sul e Santa Catarina,
estimulavam os seus traços, as suas
tintas da sua palheta e pinceis a serem coerentes com estas circunstâncias.. Nestas
circunstâncias da pousada de um grupo de carreteiros a beira da estrada era
motivo e tema suficiente. Este mascate das artes visuais evidenciou, neste
nível poético, aquilo que a geração
seguinte não conhecerá mais e muito menos irá apreciar, Apreciar lentamente e
entrar no ambiente de um melancólico entardecer que envolve personagens, o artista
e as suas circunstâncias que estão sendo devoradas pelo TEMPO.
O nome de Pedro Weingärtner não consta como membro
oficial da Comissão Central do Instituto Livre de Belas Artes do Rio Grande do
Sul (CC-ILBA-RS). A lacuna do seu nome acorreu apesar de satisfazer o requisito
exigido pelo estatuto dessa Comissão Central do ILBA-RS[1] de
residir definitivamente, em Porto Alegre, a partir de 1920 até a sua morte em
1929. Quando muito, era convidado discretamente por Libindo Ferrás para
constituir banca[2]
nos exames finais da Escola de Artes do Instituto. Estes convites encabulados
como um agente isolado e avulso[3]
usava a fama do pintor para legitimar a instituição republicana de arte.
[1] - Mesmo as suas ausências de
Porto Alegre, não eram tão longas, onde trabalhava e expunha assiduamente. A
presença e os contatos de Pedro Weingärtner com Porto Alegre, são mais assíduos do que normalmente se divulga.
Para acompanhar a presença de Weingärtner em Porto Alegre, basta consultar Guido, 1956 ou os registros dos jornais da
época.
[2] - {024Relat} Relatório de 1920
deLibindo Ferrás a Victor Bastian. Vice do IBA
[3] - Evidente que esse
constrangimento, diante Weingärtner, não só era político, mas também econômico,
devido a pouca retribuição que a instituição republicana podia oferecer pelo seu trabalho qualificado do mestre.
Relatório de Libindo Ferrás de 1920.{028Relat}
Pedro
WEINGÄRTNER (1853-1929) - Borboletas -
óleo sobre tela
Fig. 06 – O espetáculo intimista de um quarto feminino oferecia motivo suficiente
para Pedro WEINGÄRNER manejar e ordenar as suas tintas, os seus pinceis e criar
um mundo harmonioso sobre uma superfície. Transfigura esta manifestação que podia ser do quotidiano elaborado para
que o espetáculo pictórico ganhasse sentido e interagisse com o repertório
do observador de sua pintura.
Mas este regime político se abstinha de qualquer outro
vínculo comprometedor. A clientela formada pela nova burguesia emergente era a
garantia da atividade do pintor quando ela comprava a sua obra. O rarefeito
sistema de artes sulino da época pode ser estudado pela tênue amostra da
clientela de Pedro Weingärtner[1].
[1] - É possível entrever o
círculo de amizades de Pedro Weingärtner
no registro de Doberstein (1999,
fl. 91) “em novembro de 1913, no salão
nobre do Correio do Povo formou-se o Centro Artístico, uma associação que tinha
por finalidade ‘desenvolver o gosto pelas artes’em nosso meio. Estavam
presentes na reunião de formação os senhores Victor Silva, Benjamin Flores,
Emílio Kemp, Mansueto Bernardi, Leonardo Truda, Raul Totta, Pedro Weingärtner,
Dr. Fábio Barros, Irineu Trajano Lima, Lauro de Oliveira e Dr. Mario Totta”.
Esse Centro de Artes promoveu uma exposição de Weingärtner, que vendeu quinze
das trinta e três obras oferecidas,
segundo as pesquisas de Doberstein. É de supor que aqueles que adquiriram essas
obras pertenciam a esse Centro. Mansueto Bernardi, Leonardo Truda, Fábio de
Barros e Mário Totta (Ver biografia de Totta in: RAMIREZ, Hugo «Cem anos de
vida acadêmica no Rio Grande do Sul» RS
letras, Porto Alegre, nos
9/10, Nov.dez 2001 e jan.fev. 2002, suplemento, 4 p) eram na época, ou
serão depois, membros ativos da CC-ILBA-RS
Ver imagem em GUIDO Ângelo «Um século de pintura no Rio Grande do Sul»
in, Enciclopédia Sul-Rio-Grandense. Canoas:
La Salle, 2º vol p.182.
Fig. 07 – Nesta cena do Novo Mundo Pedro
WEINGÄRNER contrasta, intencionalmente
os trajes, a floresta e as tarefas dos personagens. Constitui uma
metáfora do mundo imperial imaginado e a dura realidade de um regime
republicano. De outra parte põe por
terra o mundo ideal imaginado pelo imigrante e o dia seguinte da sua chegada ao
seu destino.
Mas o estudo mais acurado desta clientela, como
índice de um sistema de artes na Porto Alegre da época, ainda está para ser
feito. Pedro Weingärtner não teve discípulos nem escola que reivindicassem a
continuidade de sua obra, dando origem à reprodução da sua vida artística. Ângelo Guido registrou (1956: 105) “nunca lá (no atelier de Weingärtner) encontrava alunos e discípulos, que não os
teve o pintor”. Esta reprodução deveria ser fruto de uma instituição como o
Instituto Livre de Belas Artes do Rio Grande do Sul (ILBA-RS) na sua Escola de
Artes (EA).
Pedro WEINGÄRTNER (1853-1929)
-Vida Nova 1893 - óleo 120x160 cm- Prefeitura d Nova Veneza SC- Tarasantchi p.119
Pedro
WEINGÄRTNER - Maricas - 1911 – pintura a óleo
25x60 cm - Pinacoteca IA-UFRGS
Fig. 08 – Um banhado com raquíticos e retorcidos arbustos é um lugar mais do que impróprio para um ato
heroico e também improvável para um tema de uma pintura. No entanto servem para Pedro WEINGÄRNER transformar esta
contradição em complemente de uma obra de arte valor inquestionável executada com
maestria no coerente recurso para as suas tintas, seus pinceis e coerência de
organização do todo.
15.3 Uma instituição de arte com desfecho de paradigmas
em confronto e a posição de Pedro
Weingärtner.
A construção desta Escola de Artes fornece uma
amostra da corajosa atitude republicana da criação de uma instituição, num
conjunto praticamente vazio do sistema de Artes Plásticas. Deveu-se ao grupo
dos fundadores do ILBA-RS a qualificação inicial dessa instituição, garantindo
a sua continuidade de reprodução através da instalação de um processo
civilizatório onde se aliou com outras categorias profissionais. Mesmo se essa
instalação no mundo concreto não correspondesse às suas ideias, o seu projeto
deveria ser levado adiante, como Marques Júnior ensinou (1967, f.2) “a história das instituições não corresponde
à história das ideias, mas tão somente marca o desfecho de inspirações em
choque, o predomínio ou o equilíbrio num regime de disputas ou opções”.
Adivinha-se aí a homeostase que Wright Mills[1]
descreveu (1975: 315) e exigindo uma estrutura social equilibrada para se
tornar efetiva nessa instituição. Não é só a reunião de grupos ou de pessoas
que fazem uma instituição, mas ela deve
possuir uma base social estável atravessada por um interesse[2]
comum. Apesar de todos os problemas, o projeto do ILBA-RS, que a Primeira
República propunha, estava ancorado na vida coletiva mais ou menos erudita.
[1] - WRIGHT MILLS C. A elite do poder. 3.ed. Rio de
Janeiro : ZAHAR, 1975. 421p.
[2] - O interesse na sua
etimologia latina (inter est) pode ser entendido aqui como ‘aquilo que está entre’ (Arendt, 1983:
239). É esse ‘inter-est’ que gerou a alma nesse corpo institucional para o
desenvolvimento das artes. A mesmo tempo é notável a semelhança com o que
Foucault escreveu bem depois (1995: 183) “o
poder não se aplica aos indivíduos, passa por eles”.
Pedro WEINGÄRTNER (1853-1929)
- O notário – 1892 - óleo 19.8 x 28 cm - POA-RS- Tarasantchi p.152
Fig. 09 – O tema desta obra pictórica de Pedro
WEINGÄRNER ressalta e evidencia o minucioso e silêncios trabalho contábil. É
a coerência entre o ENTE e o seu modo de SER. De outra parte é índice do
projeto deste pintor originário de uma província imperial periférica assumir,
controlar e reproduzir uma carreira nas artes visuais numa província carente de
tudo.
No paradigma
republicano, no lugar do súdito imperial, o novo regime evidenciava a
cidadania. Este projeto poderia ser abraçado por toda a sociedade
sul-rio-grandense, contanto que estivesse. Por isto a presença-ausência de
Weingärtner na Escola de Artes do Instituto não é de estranhar, pois ele é o
índice de todas estas lutas simbólicas travadas, nos bastidores políticos e
estéticos, entre os dois paradigmas íntegros e integrais do súdito e do cidadão
do Império e República.
Pedro WEINGÄRTNER 1853-1929 - Banho Romano
Fig. 10 – A obra pictórica de Pedro
WEINGÄRNER transcorreu no cenário de Roma e em meio de uma busca de passado
idealizado a partir de narrativas, monumentos, prédios e uma vasta gama de
obras visuais. Obras que estavam seguindo os caminhos dos museus ou então
do mercado de arte e coleções particulares. Mercado potencializado e mantido
pelos primórdios de um turismo de massa abastecido pelos novos meios de comunicação.
15.4 A obra de Pedro Weingärtner como metáfora do gosto
da nova burguesia.
A obra de arte de Pedro Weingärtner
constitui-se numa metáfora do
conjunto dos valores descritos acima. A clareza do seu desenho é coerente com o
Neoclássico do projeto imperial. As buscas do Romantismo estão explícitas nos
motivos e nos temas da terra. Ele estava vivendo a primeira era industrial que
a sua obra invade e, da qual, usa a fotografia para criar os detalhados
desenhos das suas pinturas. Estas obras são socializadas em gravuras em lito e água-forte.
Pedro WEINGÄRTNER
(1853-1929) - 1917 - Pintando no campo de margaridas-
Fig. 11 – A reflexão visual sobre si mesmo no trabalho confere ao tema desta obra pictórica de Pedro WEINGÄRNER o índice
da busca do seu autoconhecimento. Este pintor era lacônico e direto nos
seus textos e sem grandes especulações teóricas.
Pedro Weingärtner
estava produzindo para a burguesia que exercitava o colecionismo particular. As
suas obras possuem dimensões
apropriadas, tanto para esta finalidade, como para os seus frequentes
deslocamentos destas obras por meio de trens e de navios da época. Em grande
parte da sua vida trabalhou num atelier de Roma onde recebia clientes de todo o
mundo e podia manter contatos permanentes com o Brasil, para onde levava as
suas obras para serem expostas e vendidas no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto
Alegre. A única obra de grande porte, que ele deveria produzir para a sala de
comando de navio de guerra da armada brasileira, causou uma enorme celeuma
entre os republicanos, e nunca chegou a se concretizar.
Fig. 12 – Um registro pictórico de Pedro WEINGÄRNER evidencia as circunstância de
uma fronteira agrícola levada adiante por imigrantes europeus mas não ibéricos.
Distante do conforto de um atelier europeu, seus materiais, seus mestres e instituições multisseculares ele
testava a sua competência estética.
Nesta aventura silenciosa se sentia comprometido com o germe de uma nova
realidade econômica, social e política.
A obra de Pedro
Weingärtner instaurou uma verdadeira genealogia da paisagem sul-rio-grandense.
Essa genealogia foi seguida por uma legião de pintores que interrogavam
esteticamente o meio e os condicionamentos geográficos dos quais
extraiam temas e motivações. A obra de Weingärtner buscava os primórdios de uma
identidade telúrica para o que constituiu uma busca apaixonada pelo
regionalismo. Esta busca fez coro, e expandiu-se, em direção de outras
manifestações artísticas do Rio Grande do Sul. Era a construção do tipo, da
busca do único de identidade sul-rio-grandense, entre o exótico de outras
culturas universais. Esta busca do tipo
de identidade sul-rio-grandense destinava-se a um conjunto que se queria
homogêneo entre tantas etnias que havia se estabelecido neste território. Na
segunda metade do século XX esta busca da unidade do típico no meio da
diversidade cultural, ganhou cada vez mais adeptos no Rio Grande do Sul.
Pedro WEINGÄRTNER (1853-1929) -Dona Angélica – 1894 - óleo 60 X
44 cm - Aplub - Tarasantchi p.156-
Fig. 13 – Como pintor intimista Pedro WEINGÄRNER nunca constituiu uma temática
distante da realidade econômica, social e política. Cria uma imagem de sua
própria mãe distante dos retratos hierático do casal de pais tradicionais nos
lares do imigrante europeu. Neste retrato ele não abdica trabalho silêncios
minucioso com os seus próprios recursos pictórica.
A obra de Pedro
Weingärtner iniciou com uma escolha realizada por um jovem. Esta escolha
tumultuou o meio cultural ao qual
ele queria responder ou desafiar. Ele necessitava da liberdade que a obra de
arte lhe podia propiciar. Esta busca da liberdade e da autonomia fica evidente
nas palavras de Ângelo Guido que escreveu (1956 p. 14)
“Naquele ano de 1877 Pedro (Weingärtner)
surpreendia a família com sua súbita decisão de seguir para a Europa afim de se
tornar pintor. Não o conseguiram demovê-lo do seu propósito a desaprovação dos
irmãos, os conselho dos amigos e do chefe da firma em que estava empregado... Tinha então 24
anos, pois nascera em Porto Alegre em 26 de julho de 1853; fizera-se homem e
podia, portanto, dispor do seu
destino" .
Pedro WEINGÄRTNER
(1853-1929) Paisagem 1900- detalhe – Pinacoteca de SP
Fig. 14 – A imagem de um bosque de uma chácara silenciosa e vazia da beira do
Guaíba fornece Pedro WEINGÄRNER o tema para mais uma aventura da textura pictórica da TINTA SOBRE A
SUPERFOCIE. Rema na contramão distanciando-se da moda, do marketing e da imposição
da última novidade do centro hegemônico de Paris. Exerce, assim ,a sua
autonomia estilística no âmbito de num projeto que lhe era caro e custara
tantos sacrifícios e renúncias ,
15.5 Leituras estilísticas da obra de Pedro
Weingärtner.
A diversidade da
obra de Pedro Weingärtner busca a unidade numa relação das partes entre si
visível numa leitura estilística.
Esta unidade na diversidade encontra-se na extrema perfeição técnica dos
desenhos e das pinturas de Pedro Weingärtner quando os seus elementos formais
confluem para as proporções. Pequenas pinturas revelam o máximo de conteúdo de
uma época. No final do século XIX vigorava o historicismo artístico que
significava em primeiro lugar uma fidelidade a tudo aquilo que havia sido
elaborado nos centros urbanos mais evoluídos da Europa. O século tinha sido
aberto com um olhar retrospectivo sobre os valores estéticos gregos, fornecendo
um repertório para o Neoclássico, e, logo a seguir, o olhar historicista foi
dirigido sobre o que alta Idade Média havia produzido em cada pais,
caracterizando as buscas do Romantismo. Com a incorporação da fotografia, a
partir da metade do século XIX, esse olhar teve um novo instrumento para
registrar o que olhar percebia. Este registro instantâneo permitia estudar, não
só a natureza, mas arquivar e disseminar as obras de arte do passado e do
presente, impressos no sistema fotogravura em cartões postais, em livros
ilustrados.
Pedro WEINGÄRTNER
(1853-1929) - Milharal – 1909 – Óleo 35
x 50 cm
Fig. 15 – Na sua passagem pelas terras lusitana Pedro WEINGÄRNER é coerente com as suas temáticas telúricas como fizera
na Itália e no Brasil. Não se trata de folclore, antropologia ou sociologia. É
pintura no sentido mais coerente com as tintas, os pinceis e uma tela que o
artista transforma em algo autônomo e
com vida própria. Neste pequeno espaço
esbanja o seu talento que passa despercebido por aquele que apenas se fixa nas
figuras e no anedótico
Ao realizar um
censo iconológico da sua temática,
presente ou ausente nas obras de Pedro Weingärtner, encontram-se dois grandes
grupos. Um deles é aquele inspirado na vida urbana. Neste inclui-se a história,
em especial da Roma Imperial que havia desenrolado e próximo do local do seu
atelier urbano. Outro tema se inspirava na vida rural. Este tema iniciava em
Antícoli Corrado, onde passava os verões, com o seu amigo pintor Mariano
Barbazan[1].
Este segundo tema o levou de volta ao Rio Grande do Sul no qual a vida rural
que ela passou a investigar pessoalmente na fronteira agrícola que estava sendo
aberta pelo imigrante europeu.
[1] - . Mariano Barbazán Lagueruela (1864-1924) era um
pintor espanhol contemporâneo de Pedro Weingärtner e que também mantinha um atelier
em Roma. Athos Damasceno escreveu pequena biografia de Barbazán nas pp. 458-461 do seu texto de 1971. Ângelo
Guido cita (1956 pp.45/ 6 e 78) como Mariano Barbasan sendo amigo de Pedro
Weingärtner para quem “Roma se tornará a
sua residência fixa.. para passar o verão em Anticoli Corrado, com o seu colega
e amigo Barbazan”.
Pedro Weingärtner
–Ceifa em Antícolo Corado -1907
Fig. 16 – Na Itália Pedro WEINGÄRNER
buscava companhia e refúgio entre
os agricultores de Anticolo Corrado[1]
ao lado pintor espanhol Barbizan. A forte luz meridional permitia-lhe
estabelecer complementariedade entre cores e ressaltar as sombras, texturas
pictóricas e as formas plásticas com que povoava as superfícies harmoniosamente
compostas na lógica da superfície da tela.
Na obra de Pedro Weingärtner existe certo
equilíbrio entre a temática urbana e a rural. Este equilíbrio estava
acontecendo no seu estado natal, onde predominava a vida rural, contudo
migrando, de forma acelerada, para a vida urbana. Muitos dos seus clientes
conseguiam levar essa dupla vida em fazendas e nos palacetes da Avenida
Independência de Porto Alegre. Os palacetes abrigavam as famílias de
fazendeiros que vinham passar temporadas na capital do Estado. O seu último
atelier-residência localizava-se numa das extremidades desta avenida.
Pedro WEINGÄRTNER
(1853-1929) - Surpreendidas
Fig. 17 – As temáticas da antiguidade e os ambientes antigos de Roma ofereciam
para Pedro WEINGÄRNER a oportunidade para compor com modelos profissionais que
posavam para os artistas. A autonomia do artista do artista provinha de sua
competência pictórica largamente experimentada, ensaiada e transposta com
maestria par obra definitiva.
Nas obras de
Pedro Weingärtner constata-se as ausências das temáticas, religiosas, as
cívicas e as ideológicas. Se um destes temas deveria ser tratado numa das suas
obras, ele o trabalhava como uma metáfora tirada de sua vivência pessoal ou do
grupo no qual ele se inseria. É o caso do tema para o navio de guerra, cujo
nome deveria homenagear o Rio Grande do Sul, para o qual o artista estava
planejando uma paisagem típica deste estado sulino.
Pedro WEINGÄRTNER
(1853-1929) - Chegou tarde - 1890 - óleo 74.5x100 cm - MNBA- Tarasantchi p.83
Fig. 18 – O mundo de Pedro WEINGÄRNER estava se alterando, não só no plano político e jurídico. Alterava-se também no plano econômico como no transporte, no comercio e na indústria. O caixeiro viajante a cavalo estava dando lugar ao deslocamento ferroviário e a entrada dos primeiros automóveis Neste aspecto os frequentes deslocamento do artista e suas observações atentas permitiam perceber os mecanismo do sistema industrial exigia dele adaptações na produção, oferta e comercialização de sua produção pictórica
15.6 O profissionalismo de Pedro Weingärtner.
Pode-se afirmar
que Pedro Weingärtner agiu com extremo profissionalismo e uma autonomia nos
seus gestos e na fidelidade ao seu
estado de origem, apesar de todas as
oposições e todas carências culturais da época. A sua busca de qualificação no
estrangeiro, apesar de sua origem humilde, não impediram frequentes retornos à
terra natal e a escolha para passar os seus últimos dias que poderiam ser muito
mais amenos em lugares mais adiantados. A sua obra foi criada e está inscrita numa série cultural temática, técnica e estilística. A sua temática
respondia aos recursos estilísticos que ele investigou. A sua sólida construção
pictórica preservou o seu pensamento ao longo do tempo. Estilisticamente esta
série é coerente com os traços de sua personalidade e com as suas escolhas
profissionais.
Pedro WEINGÄRTNER
(1853-1929) Kerb
Fig. 19 – Nesta tela denominada “KERB”
Pedro WEINGÄRNER evidencia o se pertencimento de ao seu grupo social,
institucional e econômico. O “KERB” era
uma época predeterminada e tradicional para receber visitas, realizar eventos e
ampliar o círculo interno de uma comunidade. A presença da figura do
sul-rio-grandense com os seus trajes típicos é um testemunho destas práticas. O
entanto não resvala para o puro anedótico e folclórico. O artista transforma a
composição da tela num campo de experimentos de cores, de luzes, sombras e
texturas
Ao considerarmos honestamente a diacronia da série cultural, na qual
se situa a obra de Pedro Weingärtner, veremos que não só evolui nesta linha de
tempo, mas guarda uma sincronia
desta obra de arte situada no seu próprio tempo. Nesta sincronia com o seu
tempo esta obra desenvolveu-se numa série cultural paralela com outras séries
àquela em que a obra foi criada. Weingärtner manteve-se distante de qualquer
aventura estilística ou pictórica. Evidente que pertencemos a paradigmas
completamente distintos do Império e da Primeira República.
Libindo FERRÁS
(1877-1951) Paisagem - Acervo Pinacoteca Aldo Locatelli
Fig. 20 – Libindo FERRÀS foi um dos membros fundadores do IBA-RS em 22 de abril
de 1908 e responsável, em 10 de fevereiro de 1910, pela criação da sua Escola
de Artes deste Instituto. Em vários momentos Libindo convidou e recebeu a
visita de Pedro WEINGÄRNER e do qual o a Pinacoteca do IBA-RS comprava quadros
e este artista retribuía com orientações desta Escola e doava desenhos. Porém o
escasso número de 12 estudantes, que mantinham esta
Escola, incipiente e sem recursos não
permitia um contrato digno de um mestre da envergadura de Pedro WEINGÄRNER
15.7– A
influência de Pedro Weingärtner apesar da ausência de discípulos
A obra de Pedro
Weingärtner exerceu uma influência
silenciosa na carreira e na elaboração de outras obras de arte. Se muitos se
esquivaram desta obra e desta personagem, por pertencerem a paradigmas
distintos e por motivos estéticos, ideológicos e até religiosos, esta recusa,
não diminuiu a importância de Weingärtner como um paradigma único e íntegro.
Oscar
BOEIRA –(1883-1943)- Árvore seca 1917- óleo 55x81.5
PIETA., Marilene. « Oscar
Boeira- Um pintor com luz própria» in-
in Veeck Caixa Resgatando a Memória. Porto Alegre : Caixa Econômica Federal, 1998 p.125
Fig. 21 – Oscar Boeira tinha formação na ENBA. Em Porto Alegre se dedicava - com autonomia
e recursos próprios - a cultivar a ARTE da TINTA SOBRE A SUPERFICIE. Discreto e
retirado das agitações sociais, econômicas e políticas, ao modo de Pedro
WEINGÄRNER, construía também a sua obra com a verdade da textura pictórica e de
uma rigorosa construção compositiva. Na sua autonomia de artista não se enquadrava, além
da fazer comum, nem no mercado de arte e nem filiava com prosélito de uma tendência
estética. Isto apesar de alguns o
embalsamarem com um alfinete
classificatório em uma ou outra tendência redutora definitivo e mortal.
A coerência,
entre a sua obra e a sua vida, provou especialmente ser possível a um jovem
nascido na província imperial ganhar o mundo, evoluir e retornar consagrado na
arte, mantendo-se acima de polêmicas que não afetavam e não faziam sentido para
o seu ideal de artista. Essa obra é índice da sua erudição e da sua capacidade
de se articular com o seu público que compreendia esta necessidade de criar uma
obra que transcendesse o tempo. Este público contribuiu ativamente para manter
esta coerência entre a vida e a obra.
Graças a este
publico a sua obra foi uma linha continuada sem grandes flutuações de preços. O
seu legado não teve renascimentos e
a valorizações graças a esta
coerência entre a sua vida e a sua obra. A verdade é que essa obra é primordial
e capaz de se sustentar por si mesma face à dispersão à qual esteve sujeita.
Judith FORTES (1896 -?)
- Retrato
Fig. 22 –Judith FORTES foi
estudante, entre 1916 até 1922, da
Escola de Artes do IBA-RS onde encontrava as orientações e as bancas formadas
com Pedro WEINGÄRNER. Posteriormente
cultivou a verdade da TINTA SOBRE A SUPERFÍCIE om atelier em frente ao IBA-RS
enquanto preparava estudantes para o
vestibular do curso superior Foi uma
das fundadoras em 1938 da Associação Francisco Lisboa
15.8 - O legado institucional de Pedro Weingärtner
Nenhuma
instituição ou pesquisador assumiu a criação de um “catalogue raisonée” desta obra. Para o público do Rio Grande do Sul
esta obra encontra-se atualmente, em lugar ignorado. Não existe um registro
para quem Weingärtner vendeu, na Europa ou na América como no Rio de Janeiro,
São Paulo e Porto Alegre, as suas obras. Seria benéfico a todos, o censo
rigoroso e o estudo mais aprofundado
destas obras. Estas obras, ou estão em comercialização ou, então, museificadas
de forma definitiva e irreversível. Um texto e uma iconografia sistematizada e
consolidada poderiam trazer, ao seu observador, a reversibilidade para uma
enormidade de informações em relação de quem muitos consideram o melhor pintor
que o Rio Grande do Sul já teve. O livro
da Ângelo Guido[1] ainda é o meio de ter acesso a essas informações. O seu autor conheceu
pessoalmente o pintor e a suas obras nas exposições que realizava em São Paulo.
Este livro constitui a fonte de estudos
das obras de Pedro Weingärtner e de eventuais catálogos ilustrados delas.
[1] - GUIDO Ângelo (GNOCCHI) (1893-1969). «Pedro Weingärtner, pintor romântico» in Revista do Globo: Porto
Alegre, ano 2, no 1 (025o fascículo) jun. 1931
s/p. Conferir in http://www.ipct.pucrs.br/letrs/revglobo_
_____________.
Pedro Weingärtner. Porto Alegre :
Divisão de Cultura SEC-RS, 1956 , 228 p.
Fig. 23 – As violentas
transformações mundo externo do IMPÉRIO para a REPÚBLICA não foram suficientes
para abalar o universo paralelo que Pedro WEINGÄRNER criou. Neste seu universo lírico
ele não abdicou da verdade da TINTA SOBRE A SUPERFOCIE, da textura pictórica e
de uma rigorosa construção compositiva A
transformação destas aparentes contradições em complementariedade pode ser lido
como autonomia do artista. O resultado é visível na permanência da sua obra.
[Clique sobre o gráfico para
poder ler]
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS
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pública de Porto Alegre – História, contexto e significado – Porto
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ARENDT, Hannah (1907-1975). Condition de l’homme moderne. Londres: Calmann Lévy. 1983,
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plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre: Globo, 1971, 520
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providências”, Composto de 11 artigos
In Decretos do Governo Provisório. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional,
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GUIDO Ângelo (GNOCCHI) (1893-1969). «Pedro Weingärtner, pintor romântico» in Revista
do Globo: Porto Alegre, ano 2, no 1 (025o fascículo) jun. 1931
s/p. Conferir in http://www.ipct.pucrs.br/letrs/revglobo_
_____________. Pedro Weingärtner.
Porto Alegre : Divisão de Cultura SEC-RS, 1956 , 228 p.
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MARQUES
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OLIVEIRA, Olimpio Olinto de (1866-1956), (sob o pseudônimo de
Maurício Boehm) Pedro Weingärtner Correio
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RAMIREZ,
Hugo «Cem anos de vida acadêmica no Rio Grande do Sul» RS letras, Porto Alegre, nos
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TARASANTCHI, Ruth Sprung – et alii PEDRO WEINGÄRTNER 1853-1929 um artista ente o Velho e o Novo
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NUMÉRICAS DIGITAIS
ADMINISTRAÇÃO (15.01.1908-14.01.1913) CARLOS BARBOSA GONÇALVES
A FEDERAÇÂO – 1º
número do 01.01.1884 criado ,em 21.03.1883,
pelo 2º Congresso Republicano
BORGES de MEDEIROS (1863-1961)
CHIMANGOS
e MARAGATOS
Décio VILLARES
CARTAS de PEDRO AMÉRICO FIGUEIREDO
“Mais do que
isto: [os artistas italianos] são os
benfeitores da patria, a qual sem a gloria do nome d’elles, e sem os magnificos
monumentos sahidos do seu engenho, nunca passaria, talvez, de uma grande peça
de retalhos, destinada a pertencer a muitos despotas poderosos, e cégos diante
de uma simples expressão geographica”, Pedro Américo - Milão 24.07.1884.
Pedro Américo
obteve, em 16 de janeiro de 1868, na Universidade d Bruxelas o doutorado em
Filosofia com a tese “A Ciência e os Sistemas de História e Filosofia Natural”
na qual ele se posicionou contras as teses positivistas.
FIGUEREDO e MELO, Pedro Américo de – LA
SCIENCE et les SYSTÈMES:
questions d´histoire et de philosophie naturelle. Bruxelles: Gustave Mayolez, 1869, 169 p.
, Pedro Américo
escolheu como epígrafe da sua tese filosófica:
“La vérité est impersonnelle.
On peut la chercher sans la trouver ; on peut la trouver sans la
reconaitre, on peut la reconnaitre sans l’avouer ; on peut mème s’en
servir en la niant, mas nul ne peut faire qu’ elle ne soit pas la
vérité”.
A CIÊNCIA e os SISTEMAS:
questões de história e de Filosofia Natural (4ª ed) tradução de Gabriel Alves
de Oliveira. João Pessoa PB : Edição Universitária/UFPB, 2001, 279 p.
MARICÁS:
1911 - O
CENTENÁRIO de uma PINTURA - 2011
MONUMENTO a JÙLIO de CASTILHO
PARTIDO REPUBLICANO SULRIOGRANDENSE
O jornal A Federação[1] 1º número do 01.01.1884 criado ,em
21.03.1883, pelo 2º Congresso
Republicano
Quadro da
proclamação de República 15.11.1889
Proclamação de República
15.11.1889
Revista O CRUZEIRO
PEDRO WEINGÄRTNER e a ESCOLA de ARTES do IBA-RS.
1 –
Pedro Weingärtner e a Pinacoteca do IBA-RS
2 -
Pedro Weingärtner e o sentido da formação institucional de um artista
3 -
Pedro Weingärtner na passagem entre o regime imperial e o regime republicano
brasileiro.
PEDRO WEINGÄRTNER Obras:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/downloadSuppFile/2175-7976.2012v19n28p169/1976
http://www.catalogodasartes.com.br/Lista_Obras_Biografia_Artista.asp?idArtista=395
http://www.catalogodasartes.com.br/Lista_Obras_Biografia_Artista.asp?idArtista=395
[1] - «A Federação» In Letras
& Livros Correio do Povo ano III, n.121,
Porto Alegre 07.01.1984
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