ESCULTORES do RIO GRANDE do SUL
SABEM FAZER a SUA HORA.
Fig. 01 – O simpático, acessível e democrático CENTRO
CULTURAL ÉRICO VERÍSSIMO acolhe uma
formação grupal de artistas da Associação de Escultores do Rio Grande do Sul. O
objetivo deste evento é mostrar o potencial destes artistas para cumprir a Lei
Municipal de nº 10.036 de 08 de agosto de 2006. . As obras são propostas
tridimensionais com potencial para integrarem em espaços e prédios públicos e
particulares.
Os escultores do Rio Grande
do Sul estão contrariando velhos hábitos, dependências e mesquinharias
provinciais. Enumeram-se aqui dez razões e contradições que os escultores no
Rio Grande do Sul transformam em complementariedades. Complementariedades
arduamente construídas por este grupo com o objetivo de que suas obras
tridimensionais. A exposição oportuniza conhecimento recíproco, visitas e juízos
do público, dos empreendedores e das autoridades. Visitas, apreciações e
compreensão das suas ações, projetos e realizações. Uma nova geração emergente
sem medo do veredito e nem mesmo teme o contraditório. Só assim será possível
uma memória coletiva de acertos e que comprovem materialmente a sua atuação do
que, a seguir, se afirma em dez tópicos.
Fig. 02 – Os artistas da Associação de Escultores do
Rio Grande do Sul possuem qualificações para interagiram positivamente com a
Arquitetura e Urbanismo. O cumprimento da
Lei Municipal de nº 10.036 de 08 de agosto de 2006 é possível em Porto Alegre. . Se a Lei
precede o fato é na medida e no sentido formal em que todas as civilizações são
artificiais. A Arte acrescenta - aos
espaços e prédios públicos e particulares - o sentido pela qual a existência
humana ganha plenitude e permanência. A Arte é
a expressão maior das interações sociais, econômicas e culturais e uma
vida justa, verdadeira e bela.
Em primeiro lugar trabalham em grupos, sabem delegar
funções e trabalhar com mente, vontade e coração. Isto não significa que
contornam excomunhões reciprocas. Como bons sul-rio-grandenses não temem
confrontos herdados da escultura missioneira contra a importação da escultura,
de mentalidade e estátuas não coerentes com o seu tempo e lugar. Na prática da
escultura no Rio Grande do Sul quando alguém é imperial pode esperar chumbo dos
farroupilhas. Maragatos e chimangos não se perdoam entre si. Trabalham em
bandos tendo - ou não - um líder paradigmático, centralizador e consagrado.
Lucas
STREY 1986- O que há entre o positivo e negativo -2010 Resina, fibra de vidro e gesso
Fig. 03 – O referencial da figura humana ainda não
encontrou limite A era pós-industrial possui ao seu dispor formas, temas e
motivações das quais o artista pode-se valer livremente. Se de um lado o meio é
a mensagem do outro esta mensagem pode informar, modificar e se comunicar sem
barreiras e patrulhamentos estéticos. Os limites da Lei Municipal de nº
10.036 de 08 de agosto de 2006 não é contraditório com a liberdade do artista.
Na medida em que este for competente e com um repertório seguro e com técnica
experimentada e dominada ele transforma esta aparente contradição em
complementariedade e em comunicação eficiente e segura na qual o espectador se
sente a vontade.
Em segundo lugar o trabalho
e a criação precedem, para os escultores do Rio Grande do Sul, aos reconhecimentos,
prêmios e encomendas. Não desprezam eventos, publicidade e boa circulação das
suas obras. Mas não invertem e colocam o carro diante dos bois. Não confundem
propaganda, marketing, eventos com a publicidade da obra de arte que precede
qualquer comunicação. O melhor e duradouro marketing é a obra que dispensa a presença física do seu autor após a sua criação,
Esta obra ganha, no mínimo de sua forma, vida própria, materializa sentimentos
e é portadora da mensagem do seu autor, tempo e lugar.
Ana
HOMRICH 1946 -sem título - 2010 -
dobragem de aço
Fig. 04 – A tridimensionalidade e a luz estão
presentes tanto no mundo físico como no mundo criado pela criatura humana. Na
medida em que são acessíveis, tanto ao artista como ao seu observador, constituem
uma fonte permanente de interações e sugestões formais. Perpassados pela
luz modificam-se constantemente mesmo estando fixos e imóveis..
Em terceiro lugar os escultores do Rio Grande do Sul
sabem das suas competências e seus limites.
Circulam por todas as civilizações e tempos. Com esta circulação atualizam a
sua INTELIGÊNCIA. Porém a sua PESQUISA a CRIAÇÃO dão-se em outra realidade,
tempo e lugar. Sabem que qualquer heteronomia da sensibilidade, vontade e saber
alheio lhes tiraria qualquer mérito e sanção das suas obras como únicas. Seriam
meros prosélitos e prolongamento de outras civilizações para o qual produziriam
“algo já consumido” e que estas culturas superiores olhariam com pena e não
colocariam nas suas narrativas. É necessário estudar, entender e até treinar as
técnicas alheias. Mas o a História da Arte serve basicamente para não fazer o
que outros já fizeram ou são mais competentes para fazer.
Mário CLADERA 1958 - sem
título 2014 ferro - solda.
Fig. 05 – As obras dos Escultores do Rio Grande do Sul mostram o experimentalismo,
a abundância de materiais tridimensionais e o domínio das técnicas colocadas à
disposição dos seus projetos. As
diversas técnicas destas obras dialogam, diferenciam e permitem as mais variadas propostas tridimensionais
na sua integração em espaços e prédios públicos e particulares.
Em quarto lugar os escultores do Rio Grande do Sul
aprovisionam a sua logística material
com que é do seu lugar e tempo. Com as suas circunstâncias criam documentos
e índices da sua sensibilidade. As caras e sofisticadas técnicas e materiais
podem induzir a um cuidado formal a um artesanato primoroso. Porém não pode ser
o túmulo da ideia, da sensibilidade e ser a razão da paralisia da mão do
artista. Picasso valia-se das tintas industriais e do material que estivesse ao
seu alcance e sobre o qual deixava a sua sensibilidade, ideia e vontade
criativa.
Mariza FISCHER 1955 Despontar
2014 terra cota e pintura a frio
Fig. 06 – A disciplina formal num espaço físico
limitado - antes de ser um limite - é uma oportunidade de exploração formal.
Por menor que seja este espaço físico ele sempre é um contínuo. Leonardo da Vinci afirmava “todo contínuo
pode ser dividido em infinitas partes”. O
domínio deste contínuo incentiva e
gera propostas tridimensionais com
potencial para integrarem e interagirem com os espaços contínuos dos prédios
públicos e particulares.
Em quinto lugar não renunciam ao fato de que a “arte está em quem a faz”, por mais
humilde para o leigo, imperceptível ao público e coerente para o erudito seja a
sua linguagem tridimensional. Seguem a
sadia norma psicológica buscando serem os melhores nos infinitos e ainda inexplorados
caminhos da arte em três dimensões num pais e na cultura onde tudo está para
ser feito.
Maril ARAÚJO 1956 -Espaço
arte 2015 chapa de aço e pintura automotiva
Fig. 07 – O movimento sugerido pelo percurso visual
aberto dispensa as molduras, os limites e se aventuras plásticas que buscam o
infinito externo do espeço. Obras com este tendência estética são propostas tridimensionais para interagir
com espaços e prédios públicos e particulares.
Em sexto lugar os escultores do Rio Grande do Sul não
se autonomeiam “artistas”. Sabem que há muita dúvida se as Esculturas Missioneiras
eram “arte”, mesmo passados três séculos
de sua criação. As suas obras ocas inclusive serviram de cochos para servir o
sal ao gado nas primitivas fazendas do Rio Grande do Sul. As obras de escultura
irão afirmar-se como índices dos se tempo e lugar. Esta afirmação e
sobrevivência virão no teste do TEMPO com
o trânsito em LUGARES diferentes nos quais serão portadores do máximo de
seu conteúdo no mínimo e na fragilidade de suas formas físicas.
Henrique RADOMSKY 1946 -
Bailarinas - 2003 alumínio fundido
Fig. 08 – As formas plásticas tridimensionais
colocadas entre a figuração, o sonho e a fantasia ganham aliados nos materiais
e nas técnicas contemporâneas. Técnicas, materiais e sonhos contrariam o mundo cartesiano da
rigorosa e onipresente moldura
geométrica dos prédios públicos e
particulares. No seu contraste conferem
destaque aos espaços tridimensionais
dominados pela era e perla lógica da máquina e da era industrial..
Em sétimo lugar os escultores do Rio Grande do Sul
evitam o alfinete nas costas ao modo dos
insetos raros. Nomes de escultores
organizados em vistosas vitrines que é prenuncio de morte, impotência e
heteronomia do entomologista estético. Entomologista que se quer e se percebe
por cima e por fora e cujo projeto está longe de ser incluído com um alfinete
nas costas e exposto nos seus quadros.
Rogério LIVI
1945 -coluna sem fim - 2000 - madeira
Fig. 09 – A madeira das florestas brasileiras
empresta seu material orgânico para compensar as rígidas formas e ângulos retos
e os fios das quinas geométricas. Nesta
obra Rogério Livi se avizinha da linguagem não figurativa do Padrão Infinito
islâmico este sentido. Esta linguagem
interage com os espaços tridimensionais e prédios públicos e
particulares. Os seus observadores encontram
repertórios os mais variados conformados com estado emocional,
intelectual e etário.
Em oitavo lugar este pequeno grupo de escultores do
Rio Grande do Sul - que expõe em pleno verão mês de janeiro em Porto Alegre - desafia e contradiz todo o calendário
cultural que busca o pós carnaval, o reinício das aulas e o outono mais
favorável para a socialização das suas obras.
Antônio Augusto BUENO 1972 -s. título 2010 - ferro cerâmica arame
Fig. 10 – O espaço vazio - marcado com raras e
poéticas formas repetidas e com os vestígios das manipulações - é marca
registrada de Antônio Augusto Buenos. Ele as vem seguindo esta marca de um
projeto defendido dentro no Instituto de Artes da UFRGS e os cultiva com
coerência e continuidade. Este projeto e proposta tridimensional possui
pleno potencial para interagir com espaços e prédios públicos e particulares.
Em nono lugar esta postagem evita citar nomes que levariam a fatais comparações. Toda
comparação é odiosa. Assim este texto apenas comunica e torna publico para registrar o fato e que
cada expectador ou concorrente possa verificar este fenômeno da escultura no
Rio Grande do Sul no seu estágio, potencialidade e limites atuais.
Tânia RRESMINI 1951 - sem título
- 2012 – cerâmica.
Fig. 11 – A argila está onipresente foi usada abundantemente,
em todos os tempos e lugares, como
material de suporte das mais variadas concepções e projetos das civilizações
mais primitivas até as mais sofisticadas e complexas. . A argila não perdeu o seu lugar na
civilização pós-industrial. Ao contrário,: o seu uso ganhou sentido, técnicas e
continua a ser a base material obras
tridimensionais que integrarem em espaços e prédios públicos e particulares.
Em décimo lugar no novo milênio e no início do século
XXI está surgindo uma nova geração de
escultores que possui outra realidade e motivações diferentes daqueles dos
ícones da Escultura do Rio Grande do Sul do século XX. A era pós industrial
contornou os “gênios” as personalidade da propaganda, marketing e um mercado
acomodado que - antes de mais nada - quer investir em “valores seguros”
decorrentes de uma acumulação, seleção e circulação de retornos financeiros da
obra de arte. Assim tanto produtores, público e mercado de arte necessitam
adequar-se a este TEMPO e LUGAR. Certamente isto é difícil para que não sabe,
ou não consegue, praticar rupturas epistêmicas, estéticas e de valores
cristalizados.
Fig. 12 – A Escultura se materializa na tridimensionalidade
e necessita que seu observador se desloque e a aprecie em obras em 360º paras
entender, apreciar e forme um juízo adequado à sua natureza estética. Não há
barreiras físicas para este deslocamento do observado colher o ponto de vista e
a luz adequada. A Lei Municipal de
Porto Alegre dee nº 10.036 de 08 de agosto de 2006 ira ajudar esta múltipla
apreciação nos ambientes públicos como nos prédios públicos e particulares.
A clássica bibliografia consagratória - impressa na
maquina indústria linear - deu espaço para o mundo numérico digital e de
múltiplas entradas e saídas. Proliferam sites, blogs, e a comunicação
quotidiana das redes sociais dos escultores e grupos pontuais e eventuais.
Porém a ERA PÓS_IDUSTRIAL possui a competência de incorporar tudo o que se
produziu na ERA INDUSTRIAL Para a cultura do Rio Grande dos Sul são incontáveis
as pesquisas, as obras escritas e impressas de Armindo Trevisan na sua pesquisa
da Escultura Missioneira n e os escultores da ativos em Porto Alegre na década
de 1980. O Dicionário de Renato Rosa e Décio Prestes perfila os nomes, e o
registro o sentido privado da fortuna mercadológica e jornalística de
escultores que não acorreram ao evento de 2015. José Francisco Alves enfoca o
sentido público da produção escultórica em Porto Alegre em todos os tempos e de
cuja motivação esta amostra é um índice.
Fig. 13 – O acessível CENTRO CULTURAL ÉRICO VERÌSSIMO encontra-se ao nível do chão da Rua da Praia.
Centro criado no início do século XXI e com
intenso acompanhamento do CONSELHO ESTADUAL de CULTUR está responde
centavo a centavo o que foi autorizado pela Lei de Incentivos à Cultura (LIC). Contando com
qualificado grupo de profissionais sabe manter com intensa e coerente
programação.
Agentes do poder publico sabem que a nossa civilização é uma criação
artificial. A lei precede os fatos e atos com o objetivo de dar corpo,
consistência e coerência a esta criação artificial a que se praticam ou evitam
no âmbito da civilização. As narrativas escritas e visuais perfilam-se nesta
criação artificial desta civilização. Os estudiosos do fenômeno da expressão humana trabalham para
codificar e tornar legível e comunicável
as expressões artísticas.
Em resumo toda esta produção da expressão humana exposta na presente postagem já pertence ao
Terceiro Milênio e realizada no território do Rio Grande do Sul. Toda esta
atualidade, energia e competência não
podiam deixar indiferentes os agentes do poder publico e nem pesquisadores continuadores
destas manifestações.
Resta reforçar a experiência
física das obras apresentadas sobre a própria Associação dos Escultores do
Rio Grande do Sul impõem. Cada artista deste grupo extrai sentido e
motivação desta experiência física do
evento e de cada obra de seus colegas.
Ao grupo de fora - dos observadores - será de uma riqueza ímpar acompanhar a
evolução de cada escultor desta associação. A escolha e a atenção e os juízos
dos observadores ao acompanhar a experiência física e os desdobramentos da
produção de o currículo um dos seus membros irá criar um forte vínculo, uma
memória positiva e vontade de pertencimento a esta esfera simbólica. Vínculo
que reforça o sentido civilizatório deste projeto positivo e altamente compensador de tantas experiências
negativas e malogradas a que todos os humanos estão sujeitos. O leitor da
presente postagem possui pleno direito e autoridade para contradizer as
concepções, texto e conclusões do autor desta narrativa.
Fig. 14 – Os artistas da Associação de Escultores do
Rio Grande do Sul foram motivados pelo
destaque para a Lei Municipal de Porto Alegre - que recebeu o nº 10.036 de 08
de agosto de 2006. Com esta
exposição eles se dizem presentes na
capital sul-rio-grandense e pedem passagem. Os seus argumentos são o seu
currículo, as suas obras e a união da categoria. Não estão só pensando que OUTRO MUNDO É
POSSIVEL, Mostram e materializam - com suas obras e sua vontade coletiva - que este MUNDO pensado e materializado
pela ARTE já esta acontecendo no CENTRO
CULTURAL ÉRICO VERÌSSIMO e pleno
VERÂO de 2015
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
ALVES de
Almeida, José Francisco (1964). A Escultura pública de Porto Alegre –
História, contexto e significado – Porto Alegre: Artfólio, 2004 246 p.
--------------STOCKINGER
– Vida e obra . Porto Alegre : MultiArte 2012 - 308 p. il
ROSA, Renato et
PRESSER, Décio. Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul. (2a
ed) Porto Alegre : Editora da Universidade/ UFRGS, 2000, 527 p.
TREVISAN, Armindo. A
escultura dos Sete Povos. Porto Alegre:
Movimento, 1978, 112 p.
__________. Escultores
contemporâneos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre : UFRGS, 1983 ,
160 p. il color.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
DIMENSÃO PÚBLICA – Exposição de Esculturas
- CEEE 13.01.2015
AEEGRS
Lei nº 10.036 de 08.08.2006
Proposta do Vereado RAUL
CARRION e ASSINADA pelo prefeito JOSÈ
FOGAÇA
VIEIRA Vinicius : curador da
MOSTRA
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Referências para Círio SIMON
A RTE deve ir até ao subsolo das cidades e deve realizar
ResponderExcluirescumalmente atenção intuitiva e porque não,ingenua? pois
a escultura pública tem de ser quase uma oferenda política
e social com visibilidade de seu tempo, mesmo que seja futurista e utópica. Parabéns professor Círio pelo comentário que sempre é aula crítica e clínica encantadora.
gostei do blog professor Círio..
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