ARTE SACRA e CIRCULAÇÂO do PODER NO RIO GRANDE do SUL
MURAL no INTERIOR da CATEDRAL de PORTO ALEGRE - Sala do Pároco -. 2008
“A cada projeto sócio-econômico e político corresponde um projeto estético a ele articulado num processo de mútuo reforço” Maria Amélia Bulhões[1] (1992: 58)
[1] BULHÕES GARCIA, Maria Amélia «Modernidade como projeto: mudança e conservação» in A Semana de 22 e a emergência da modernidade no Brasil. Porto Alegre : Secretaria Municipal da Cultura, 1992. pp. 58-61.
A história regional das artes do Rio Grande do Sul ainda está para ser contada. Fernando Corona[1] escreveu (1977 p. 166)
“nunca tantos deverão ficar ignorantes de tão poucos, pois a história na seara das Artes, ainda está para ser contada desde Araújo Porto-alegre e Pedro Weingärtner até os últimos talentos que despertam nas artes plásticas e na arquitetura”.
Este desconhecimento atinge também a narrativa da HISTÓRIA das ARTE SACRA SUL-RIOGRANDENSE e por várias razões,. Para erguer um pouco este véu do desconhecimento, não se segue o último paradigma em moda, nem conhecer as últimas pesquisas nas artes ou formatar esse material em tipologias de arte inventadas alhures e para outras circunstâncias culturais. Trata-se sim de compreender como os diversos grupos humanos descobriram esse pedaço de chão, chegaram e transformaram o Rio Grande do Sul em seu lar. Grupos humanos, que na medida em que satisfaziam esta necessidade básica humana, atingiram a gratuidade e a transcendência da arte como forma física da integração e identidade de cada grupo humano. Identidades que se mantiveram no contexto de projetos civilizatórios continuados, que puderam implementar e sustentar politicamente neste lar sul-rio-grandense. Busca-se entender, nestes projetos civilizatórios, a constituição das instituições, a implementação dos sistemas de consagração e o continuum que estes projetos civilizatórios induziram politicamente. Para Glastone Chaves de Mello[2] existem distinções entre cultura e civilização, sendo que, civilização supõe instituições (1974: 25).
[1] CORONA, Fernando(1895-1979) Caminhada nas artes (1940-1976) Porto Alegre: UFRGS/IEL/DAC/SEC1977. 241p.
[2] - Glastone Chaves de Mello (1917 - 2001) Filólogo, vereador e deputado estadual. Lecionou em Coimbra, PUCRJ, UFRJ e UFF.
Imagem que realça a comunidade e a presença do sacerdote - Foto do ano de 1900
As obras de arte resultam destes projetos coletivos ainda que sua confecção seja individual ou grupal. A autêntica obra de arte possui um sentido universal e é sempre atual, pois consegue transportar o passado ao nosso presente e deste, para o futuro no mínimo de quantidade, o máximo de qualidade[1]. Esta qualidade resulta das conquistas positivas que a humanidade gosta de guardar na memória[2] como valores que irão permanecer para sempre de uma civilização limitada no tempo e no espaço. A arte sempre foi guardada como o bem simbólico mais importante de qualquer povo. É na arte que esse povo possui um referencial objetivo para se espelhar, se identificar e diferenciar a sua originalidade diante dos demais. É na arte que ele reconhece, num corpo concreto de uma obra. Esta obra constitui aquilo que ele recebeu do passado, e confere, no presente, a certeza que a arte é único patrimônio que deixará para o futuro. A obra de artes possui o dom de nos tornar todos contemporâneos.
O mundo simbólico no Rio Grande do Sul está emergindo para a sua autonomia na medida em que ele possui um projeto[3] de produção, de circulação e de consolidação[4] desses bens essenciais para a própria identidade[5].
Examinam-se a continuidade de projetos civilizatórios sul-rio-grandenses, implementados politicamente. Trata-se de conhecer um determinado período e as razões daqueles se contrapuseram a ele. Conhecer os argumentos contrários tanto que antecederam a nova etapa, como os argumentos que o alimentaram e o projeto rival subseqüente que o queimou. Esta dialética permite perceber as razões pelas quais foram esquecidos e silenciados pelos novos projetos que se sucederam e sobrepuseram. Os novos projetos vitoriosos, por sua vez, enfrentaram o seu sucessor, que possuía também evidentes razões para não continuar o projeto anterior.
[1] - ARGAN, Giulio Carlo (1909-1992) Arte Moderna. São Paulo : Companhia de Letras, 1996, p. XIX
[2] - O grande pesquisador da memória Ivan Izquierdo afirmou (2002, f. 12 col.2) “a história é uma grande memória coletiva. Os franceses são franceses porque se lembram de ser franceses, porque se lembram de coisas francesas. Nós não somos franceses porque não temos coisas francesas para nos lembrar. Temos coisas brasileiras, e lembramos disso. Portanto somos brasileiros”
[3] -PROJETO e ARTE. Argan enfatiza (1992: 23) que o projeto “fundamenta a idéia da ação histórica”. Projeto civilizatório para Marques dos Santos (1997: 132) “compreende, a contrapartida da afirmação política da institucionalização dos Estado autônomo, uma espécie de missão civilizatória”. Enquanto Chaves de Melo distingue (1974: 25) cultura de civilização, onde, civilização supõe instituições.
[4] - SIMON, Círio.« A escola de Artes e a profissionalização de seu aluno» in Porto Arte. Vol. 1 nº 2. Pp. 7-15 nov. 1990.
[5] - ANDRADE. Mário. O Movimento Modernista. Rio de Janeiro : UNE, 1942. 81p
Para entender esta proximidade entre estas duas lideranças de instancias de poder distintos e necessária, além da idéia frase de Maria Amélai BULHÕES, acima citada, a tese do “projeto civilizatório compensador” desenvolvido por Marques[1] -
Imagem acima in BECKER, Dom João . Viagens de Estudos 1925-1926. Porto Alegre : Centro da Boa Imprensa, 1928, p. 520 .
Toda comparação é odiosa se não for bem explicada e compreendida no seu contexto. Por esta razão não se deseja depender tão somente das comparações e nem esquecer, por algum motivo, os outros centros culturais, mesmo os hegemônicos. Propõe-se agir sobre a possibilidade de conduzir pesquisas estéticas autônomas em relação a paradigmas e tipologias características de outras estéticas que se originam além da fronteiras sul-rio-grandenses. Outras culturas possuem o papel de atualizar a inteligência em relação às suas potencialidades artísticas. A pesquisa e a inteligência alimentam a consciência dos valores já assimilados e, assim, recriam a região cultural como parte indissociável da consciência nacional [2].
As presentes reflexões e textos confessam-se dependentes de um projeto político cujo paradigma específico e fonte emanam do poder originário. Para que este projeto ganha alguma legibilidade ele trabalha no contexto e no referencial teórico do sistema republicano[3]. O artista cidadão republicano se evidencia quando ele for contraposto ao artista súdito, ou ao ideário do sistema no qual o artista se encontra na servidão e ou submetido ao sistema escravocrata[4]. No outro extremo deste paradigma o artista cidadão não se erige como o soberano do campo social e político. Nega-se fornecer espaço ao populismo, ao igualitarismo desvairado ou coletivismo forçado. Acredita-se que o artista iguala-se aos demais semelhantes livres, que trabalham na construção de uma civilização com bases na justiça, na verdade e no belo. Como cidadão autônomo e republicano, ele possui a condição deliberar e decidir em relação à sua obra e à sua pessoa[5]. A arte constitui um destes campos de deliberações e decisões de cidadãos autônomos e livres.
Percorre-se este caminho que a humanidade já trilhou no espaço que hoje é constituído pelo Rio Grande do Sul.
[2] - Nessa citação presta-se uma homenagem à Mário de Andrade quando escreveu estabelecendo um projeto para a arte brasileira com "o direito permanente à pesquisa estética; a atualização da inteligência brasileira e a estabilização de uma consciência criadora nacional" ANDRADE. Mário. O Movimento Modernista. Rio de Janeiro : UNE, 1942. p. 45
[3] - Na república brasileira é inegável a herança francesa e em especial as concepções desse ideário no Rio Grande do Sul, do qual ainda não foi realizada uma crítica. A historiografia sul-rio-gransense centrou-se, em geral, apenas no republicanismo disseminado pelo positivismo dos discípulos de Augusto Comte. Para uma ampla visão geral do ideário republicano francês, e suas vicissitudes, consultar:
NICOLET, Claude. L’idée républicaine en France (1789-1924). Paris Gallimard, 1994, 527 p.
[4] - Aristóteles afirmava que o escravo não era humano, pois ele não podia deliberar e decidir. Evidente que o filósofo não se referia ao potencial humano do qual o indivíduo é portador. Mas referia-se ao sistema escravocrata que tolhia o potencial de deliberar e decidir do indivíduo submetido a esse regime. Ver http://www.dominiopublico.gov.br . Domínio outros
[5] - A arte, como ação humana, leva ao terreno da ética, pois Kant vinculou a vontade da ação humana com a moralidade e a autonomia, ao afirmar na Crítica da Razão Prática (Livro I, teorema IV), que “a vontade possui moralidade no limite da sua autonomia” , o que faz com que a ação do verdadeiro artista esteja numa permanente busca da ampliação do limite para firmar a sua autonomia em novo terrenos da sensibilidade humana, na mediada que esta sensibilidade transforma-se em obra transmissora de um pensamento para o seu observador.
Instituto Anchietano - São Leoplodo - RS.
http://www.anchietano.unisinos.br/index1.htm
No exame da arte produzida pelo homem pré-colonial percebe-se a sua profunda interação com o meio no qual vive. Ele chegou ao atual território do Rio Grande do Sul em data incerta. Contudo os seus atuais descendentes continuam a viver a cultura forjada nestes milênios de sua presença pelos antepassados guaranis, caingangues e charruas. A manifestação maior do indígena sul-rio-grandense parece ser a sua resistência ás culturas adventícias. Para exercitara esta resistência ocupam, e acampam, em lugares que eles consideram sagrados além das suas reservas legais e naturais. Buscam preservarem as suas falas e os seus modos de vida em contato íntimo com a natureza.
Apesar da ocupação predominantemente ibérica é possível vislumbrar duas políticas distintas e excludentes. Do lado luso, a ocupação direta e estratégica da Colônia do Sacramento, em 1680, que era apoiada na retaguarda pelos bandeirantes e lagunenses. Os acampamentos destes começaram transformar-se em núcleos permanente. Estes núcleos erguiam frágeis capelinhas de taipa e pau a pique[1]. No lado espanhol os jesuítas ocuparam um vasto território nas margens dos afluentes do Rio da Prata. Politicamente sustentados por Buenos Aires e Assunção tiveram êxitos em erguer as sua Missões e onde o maior monumento eram as igrejas e colégios
O Estado Português quando implementou a política iluminista do Marques de Pombal e D.José I mandou ao Rio Grande do Sul inicialmente os contingentes militares. Estes contingentes abriram espaço para o ingresso programático dos açorianos. ILUMINISMO LUSO do MARQUES do POMBAL e de D.JOSÉ I implementou Fundação de Rio Grande 1737. Acompanhou, entre 1750-1756, as tropas castelhanas na CONQUSTA IBÉRICA das MISSÔES. No que julgava terra arrasada e espaço vazio, projetou a imigração sistemática de Açorianos 1750. A medida que consolidava militarmente e pela ocupação das terras construiu a Igreja de São Pedro em 1755. Criou a Aldeia dos Anjos na atual Gravataí. Com a reconquista castelhana de Rio Grande migrou a sua CAPITAL em VIAMÃO onde permaneceu entre 1763-1773. Ali inicia a atual Matriz de Viamão que será concluída, em 1787, no regime político da “Viradeira”.
[1] - A igrejinha de uma fazenda do município de SÃO ROQUE- São Paulo e adquirida, já em ruína, por Mário da Andrade pode fornecer uma amostra destas capelinhas dos erguidas nas primitivas vilas erguidas pelos bandeirantes paulistas . http://www.acervo.sp.gov.br/exposicoes/arquivos/modernistas_capela.html http://www.guiasaoroque.com.br/turismo/santo_antonio.asp
Porto Alegre - RS
Com a queda de Marques de Pombal e no Reinado de Dona Maria Iª, a CAPITAL do Rio Grande do Sul migrou, em 1773, para PORTO ALEGRE. A Matriz de Porto Alegre foi erguida ao lado do Palácio do Governo. A sua nave estava concluída em 1794, enquanto as torres são do governo do Duque de Caxias, que é nome da rua que substituiu a denominação “da Igreja”..
A Corte Portuguesa ao Brasil e no Reino (1808-1822), instalado no Rio de Janeiro, convidou e trouxe a Missão Artística Francesa. Esta chegou em 1816 e era formada pelos artistas que haviam criado a glória artística e cultural do Imperador Napoleão Bonaparte. Esta Missão instalou o projeto do Neo-Clássico e o Brasil independente. Este projeto contraponha-se ao projeto estético colonial do Barroco que devia ser esquecido por toda a carga de heteronomia da identidade brasileira de que estava carregado. Este Barroco colonial ficou na sombra até 1922, quando os integrantes da Semana transformaram este tabu estético em totem a ser cultivado.
O sul-rio-grandense Manuel Araújo Porto-alegre vai ao Rio de Janeiro, após a Independência, em 1822 e a efetiva implementação da Academia Imperial onde estudou com Debret. Nesta época Saint-Hilaire visitou o Rio Grande do Sul e traçou um painel de seu modo de vida de seu habitante.
O Reinado e o Primeiro Império abriram as portas o seu imenso espaço geográfico para nações amigas que começaram as suas sobras humanas devido à implementação dos seus projetos de industrialização. Assim é impossível escamotear a origem humilde dos antepassados dos atuais sul-rio-grandenses. Na maioria eram cumulados de dificuldades. Estes antepassados vieram ao Rio Grande do Sul devido a alguma premente necessidade primária. Eram expulsos e/ou cativos trazidos de outras regiões geográficas e culturais. A sua identidade foi marcada pela consciência destas dificuldades, da humilhação da expulsão da pátria e das reais condições encontradas no Rio Grande do Sul. A consciência da proximidade das necessidades básicas ainda continua a gerar a constante vontade de recomeçar, de atualização e da defesa intransigente[1] dos valores conquistados com tantos sacrifícios. Esta consciência gera também o senso imanente da humildade e da verdade na busca de transcendê-las. Na somatória destas conquistas das diversas manifestações artísticas não é possível excluir os valores de nenhuma contribuição de qualquer etnia e em nome desta verdade e dessa humildade.
Porto Alegre transformou-se, ao longo da Regência, em praça de guerra Revolução Farroupilha que manteve o Rio Grande do Sul como nação Independência entre 1835-1845. Independência divulgada e sustentada pela Imprensa onde se destacam alguns italianos. Deve-se aos Farroupilhas a fundação de Uruguaiana.
O projeto civlizatório compensador da Missão Artística Francesa foi mantido pelo Segundo Império, com Dom PEDRO II no trono. O núcleo deste projeto era a Academia Imperial de Belas Artes que foi dirigida, entre 1855 a 1857, por Manuel Araújo Porto-alegre.
[1] - TELLES, Leandro Silva. Manual do patrimônio histórico. Porto Alegre : EST/UCS. 1977 123 p.
Foto Luis Tarragno cujo atelier parece na esquina - 1860 - Porto Alegre - RS
No Rio Grande do Sul a Igreja da Conceição de Porto Alegre recebe fachada neo-clássica, apesar do seu barroco predominar no seu interior.
As artes civis sofreram forte inanição com a Guerra do Paraguai em especial com o cerco de e libertação de Uruguaiana.
Nas artes visuais, chegou com vários fotógrafos, um dos produtos industrias mais largamente usado até o presente. Com o Partenon Literário a imprensa também recebeu novo ânimo e que se reflete na criação do jornal A Federação, enquanto os Irmãos Weingärtner e outros mantiveram a arte da litografia. Pedro o mais conhecido dos Weingärtner vai estudar na Europa.
O Segundo Império separou a Igreja do Estado. Livre dor projeto estatal do Neo-Clásico outras tipologias estéticas historicistas tiveram livre curso. Assim a 1ª Igreja gótica historicista foi construída pelo Mestre João Grünewal. Este também trouxe esta tipologia para completar a construção do Seminário e Cúria de Porto Alegre
Bairro Navegantes - Porto Alegre - RS
O mesmo Mestre João continuou, depois da Proclamação de República 15.11.1889, a sua obra na Capelinha do Menino Deus e na torre da Igreja Evangélica, da rua Senhor dos Passos. A obra do Mestre João abriu espaço para que Jesus Maria Corona apresentasse, em 1919, o projeto Gótico historicista da Catedral de Porto Alegre. As cidades de Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul Igrejas góticas historicistas assinadas por Simão Gramlich.
“O AMOR POR PRINCÍPOI E A ORDEM POR BASE O PROGRESSO POR FINAL”
Avenida João Pessoa - Porto Alegre - RS
Contudo, por mais hegemônicas e totalitárias que possam ser as idéias castilhistas, a Lei No. 173, de 10 de setembro de 1893[1], remetia ao critério dos cidadãos a liberdade de constituição publica e funcionamento das associações e das instituições criadas por eles. Esta lei permitiu o ingresso no Brasil de várias ordens religiosas que antes necessitavam do beneplácito do trono imperial.
A Belle Époque estimulou a abertura Avenida Central no Rio de Janeiro, a entrada do Art Nouveau burguês e das idéias de saneamento público.
Esta tipologia estética legitimou e tirou das gavetas outras tantas buscas visuais do passado. Nesta liberdade pode ser visto projeto da Catedral de Porto Alegre proveniente da tipologia Renascentista Historicista, cuja construção foi implementada depois de 1925
Os revolucionários de 1930 chegaram em tempo para realizar a inauguração do Cristo Redentor, que além de ser uma das maravilhas do mundo pode ser incluído na Art Déco. No Rio Grande do Sul propuseram esta tipologia as de alguns pavilhões da Exposição Farroupilha de 1935.
O Estado Novo, de 10.11.1937, levou aos extremos a busca da identidade nacionalista unitária. Cassou alguns partidos políticos, queimou as bandeiras e proibiu os hinos dos estados regionais Neste clima construiu o novo prédio do MEC (atual Palácio Capanema).
Neste período chega , em Porto Alegre, a hegemonia do Art Déco. As Avenidas Farrapos e André da Rocha constituem um museu ao ar livre desta tipologia arquitetônica. Neste museu é possível incluir a Igreja São Geraldo, do bairro operário Navegantes.
[1] - “Regula a organisação das associações que se fundarem para fins religiosos, moraes, scientificos, artisticos, politicos ou de simples recreio, nos termos da art. 72, § 3º, da Constituição. de 1891”
Navegantes - Porto Alegre - RS
A indústria dos vitrais também atinge ao seu apogeu em Porto Alegre.
Com o final da 2ª Guerra Mundial, o Estado Novo concede, 1946, espaço à re-democratiza do Brasil. A Constituição de 1946não põe entraves aos estados regionais para reorganizarem as suas identidades. O Rio Grande do Sul retoma o movimento tradicionalista por meio dos CTG’s.
Aldo Locatelli e Emilio Sessa começam, em 1947, em Pelotas, a sua obra no Brasil.
São Paulo que se industrializava buscou, em 1951, a sua atualização estética por meio da sua Bienal e pela constituição do MASP dos Diários Associados. Em 1954 São Paulo celebra o seu 4º Centenário. Neste mesmo ano Ado Malagoli instala o Museu de Arte do Rio Grande do SUL (MARGS) com o firme apoio do Estado e do Instituto de Belas Artes. Malagoli irá organizar o 1ª Salão Aberto de Arte Sacra no MARGS em 1958[1].
Mas os olhos estavam voltados para Brasília, onde Juscelino e Oscar Niemeyer ampliavam a parceria política e estética que haviam iniciado no projeto urbanístico ao redor do Lago Pampulha. Em ambos os projetos as igrejas receberam destaque especial.
Um pálido reflexo, desta efervescência, apareceu em Porto Alegre na experiência precária do pavilhão, denominado Mata-Borrão. Neste local Aldo Locatelli expôs a sua dramática Via Sacra, no início da década de 1960.
Com a volta forçada à ordem pelo Golpe Militar de 1964, estas experiências estéticas perderam apoio político. Esse apoio firme decidido faltou è experiência, de 1969, da Igreja cinética São João – Porto Alegre
CILDO MEIRELLES - LONDRES - RU
Quando soou a hora da reabertura política, em 1979, os artistas estavam dispersos e mergulhados em experiências estéticas vindas de todas as culturas, povos e continentes. Este processo cresceu exponencialmente com as experiências e as atualizações das inteligências realizadas pelos meios numéricos digitais da eletrônica. Uma visita ao sítio das Missões Jesuíticas do Rio Grande do Sul rendeu, em 1987, um belo trabalho onde estiveram presentes as mais diversas tipologias, ferramentas e artistas. Entre eles estava Cildo Meireles que realizou a instalação “Missões” e que até o presente está peregrinado mundo afora.
CILDO MEIRELLES MISSÕES 1987
http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/10/13/e131023130.html
BECKER, Dom João . Viagens de Estudos 1925-1926. Porto Alegre : Centro da Boa Imprensa, 1928, 536 p. il
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