sexta-feira, 24 de maio de 2013

003 – EXPRESSÕES de AUTONOMIA na ARTE


O ARQUITETO como ARTISTA na AUTONOMIA no BRASIL
Fig. 01 – O prédio do MASP da arquiteta LINA BO BARDI (1914-1992) constitui uma solução necessária para o lugar e o tempo. Esta solução torna-se justa, original e única.  Marca o seu tempo e a sua solução formal é intransferível de lugar. Esta autonomia incomoda - dentro e fora do sistema canônico da arquitetura – que a torna contraditoriamente “invisível”[1]

A ARQUITETURA é a sexta Arte e aquela que contém as cinco anteriores. Nesta vastidão do seu peso material e dos seus investimentos conceituais e econômicos do seu campo de suas competências estéticas, sociais e técnicas a Arquitetura dificilmente percebe os seus próprios limites. Esta arte necessita o maior exercício para a compreensão de expressões de autonomia e a prática continuada.


[1] - ZEIN in Carranza, 2013, fl.76, nota 385.

MATA BPRRÂO POA RS 1958-1960 Arquiteto Marcos David HECKMANN
Fig. 02 – O pavilhão destinado às exposições públicas do governo do Estado do Rio Grande Sul contrastava com a arquitetura circunstante, e, em especial, aquelas da Avenida Borges de Medeiro. Com o apelido carinhoso de MATA BORRÃO, assomava este aspecto de contraste, contudo coerente como a propaganda e o marketing a que se destinava. Com estrutura em madeira resultava da última fase da arquitetura da extração deste material que esgotara as florestas nativas e em especial da araucária sul-rio-grandense. Soma esta estrutura e material ao número imenso do produto industrial das escolinhas pré-fabricadas de madeira espalhadas por todo território do estado e que foram apelidadas de “brizoletas” devido ao nome do titular do governo desta época. 

As frequentes racionalizações da arquitetura e as adesões à heteronímia ideológica, econômicas e técnicas, dos seus praticantes, resultam da dificuldade de um traçado preciso das competências próprias e dos seus limites. A esta imprecisão e dúvidas - geradas pelo acúmulo de competências internas deste campo de forças - é necessário acrescer o peso, as pressões e urgências práticas externas ao seu limite. Assim necessita constantes renovações das expressões de sua autonomia. Expressões de autonomia como da arquiteta Lina Bo Bardi (Carranza, 2013, fl.76) quando ela traça as competências e os limites “a arquitetura, senhores arquitetos, não é literatura. Nem pintura, desenho ou escultura. A arquitetura é apenas arquitetura”.

As mesmas expressões de autonomia são necessárias em cada manifestação artística. Na medida em que cada um destes campos de forças conseguirem perceber, traçar e praticar as suas competências e os seus próprios limites o conjunto de uma cultura ganhará identidade, força e fecundidade na sua reprodução continuada. Ganhará a força e a fecundidade da pintura de Giotto ao propor a sua competência nos limites “da tinta e do pincel sobre uma superfície”. Este retorno humilde,  à verdade básica da pintura, escancarou a porta ao esplendor do desenvolvimento da pintura renascentistas e que se renova e se projeta até o presente.

Estas necessárias expressões básicas de autonomia renovam, recriam e reproduzem as circunstâncias em mutação constante em face de cada nova circunstância, tempo e lugar da arte. Renovação necessária na cultura contemporânea, especialmente em “Época de Dúvidas” (Ricœur e outros) e da “História em Migalhas” (François Dosse). Nestas circunstâncias as expressões de autonomia tornam-se indispensáveis e urgem a sua renovação e sua recriação na cultura erudita brasileira. Cultura na qual a entropia é comandada pela lei que rege a escravidão voluntária, o neocolonialismo e a floresta onipresente. Estas mesmas leis da entropia avassalam tudo aquilo que a mão e mente humana cria. Leis da entropia que também se renovam e recriam as suas próprias competências e os seus limites numa força espantosa, em novas abrangências e em velocidade inédita.

A visão de fora - trazida por Lina Bo Bardi - reforça a percepção de neutralidade e autoridade do estrangeiro em cultura na qual ele se insere como segunda pátria. Segue  e reforça a tese de Simmel[1] em relação ao estrangeiro. Esta visão diferente e estrangeira percebe a força das competências internas da endogenia de qualquer sistema. Força de endogenia que não é percebida como tal e  reproduzida nas ações e obras daqueles que estão na sua heteronímia subliminar.


[1] SIMMEL, Georg  Sociología y estudios sobre las formas de socialización. Madrid : Alianza. 1986,  817.  2v



Fig. 03 –  A cidade de Arapongas no Norte do Paraná possui uma singular forma de caixa de água.   Alguns querem perceber nela a forma de um disco voador. Este leitura é coerente com a contracultura ao longo da qual o senso comum era bombardeado por doutrinas, escapismo de toda ordem e quando a fantasia alimentava a mídia com visitas de extraterrestres. De outra parte a corrida espacial científica era divulgada de uma forma extremante popular o que ensejava a visita de alienígenas. No entanto a estrutura em concreto imita a araucária a árvore símbolo do Paraná.

 Diante da urgência da Arquitetura concebida e praticada no Brasil é muito bem vindo um estudo erudito de Edite Galote Rodrigues CARRANZA. Ela estudou e sistematizou conceitos e práticas arquitetônicas paulistanas no âmbito da contracultura brasileira no recorte cronológico de 1956-1979 e à margem do SISTEMA dominante. Este SISTEMA dominante tem por objeto, em geral, a Arquitetura desenvolvida sob a coerção de conceitos e desafios práticos, gerados e transpostos de culturas hegemônicas.

LINA BO BARDI foto com Glauber Rocha - abaixado- em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”
Fig. 04 – O mito que cerca LINA BO BARDI (1914-1992) com outro mito, Glauber Rocha ( 1939-1981 )  no set de filmagens de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” constitui  ainda produto industrial em cenário apropriado à fabricação dos “Gênios da Arte”. Porém esta relação não é passiva e nem acrítica. As contradições flagrantes das posições mutáveis e oscilantes dos dois são enigmas pouco legíveis mesmo em um momento distante da tomada (1963)  desta imagem emblemática para a contracultura brasileira.

 Na corrente dos estudos e práticas eruditas não importa que o limite destes conceitos seja traçado e estreitado por interesses políticos, econômicos ou do “déjà-vu” e com resultados transpostas de outras culturas e afinadas pela propaganda e marketing fachadista. Neste tipo de estudo é bem visível a vigência soberana da opinião geral pré-formatada pela mídia comandada pela indústria cultural e admitida sem exame, contraditório ou controvérsias.

No contraditório, o hábito da integridade intelectual e estética, que comanda tal estudo duma autêntica Arquitetura, não facilita, sistematiza e principalmente exige um exame e uma crítica prévia a sua veiculação. Os limites das competências de tal Arte não são dados sem atenção, estudo, e critica. Só a partir deste ponto é possível falar, projetar e construir no âmbito de uma autêntica autonomia erudita.

Fig. 05 – Percebe-se um pensamento, uma estética e uma vontade arredia ao sistema no imenso acervo que o olhar de LINA BO BARDI destacou, recolheu e fez circular no Brasil e tentou mostrar na sua terra natal,. Sistema que lhe embargou a exposição da “Mão do Brasileiro” na Itália  e que ela trouxe de retorno e expôs em São Paulo.
O espaço do SESC POMPÉIA, recuperado por LINA BO BARDI, orienta-se por esta mesma vida brasileira. http://pt.wikipedia.org/wiki/SESC_Pompeia

 Dominados pela propaganda, comércio e marketing existe parca veiculação e a circulação de estudos provenientes do âmbito de uma autêntica autonomia erudita.  O campo do SABER da ÁREA CEREBAL CINZENTA,  e da sólida formação do território dos saberes eruditos, não circula muito além das suas próprias fronteiras.  O mundo GRIS é o destino da produção universitária. Ela nasce sob a heteronímia de orientadores e de sistemas acadêmicos multisseculares.  Diante destes cânones o estudante ainda não produz Arte, pois está  heteronímia de quem o orienta, o condiciona e rubrica a sua produção.

Supõe-se que entre orientando e o orientador, mais experimentado, haja condução de um contrato que considere os limites e nas competências do sistema no qual ambos se encontram. Na Arte a contracultura é um teste.  O trânsito entre o lado externo e interno de um sistema canônico é um exercício de protocolos, de circulação e de mútuo enriquecimento.

Fig. 06 – O exterior da Capela Santa Maria dos Anjos de Vargem Grande Paulista de LINA BO BARDI foi concebido com materiais e técnicas nativas. As telhas de canal substituíram a palha de santa fé original. Esta ascese externa é acompanhada pelo despojamento interno da obra. Os mediadores, atravessadores e tuteladores da erudição alheia permanecem mudos e sem os seus discursos impostados pela propaganda e marketing da indústria cultural. É evidente, que ao não  perceberem os seus imaginados lucros materiais de suas hilariantes investidas digam que “as uvas estão verdes”. Neste abandono pelo temerário e os que querem “levar vantagem em tudo”,
abandonam esta obra que passa a sofrer incúrias, “releituras” e restauros físicos capazes de espantar todo o pensamento de que a criou.

 Supõe-se que o estudante saiba desta situação de sua heteronímia. Situação á qual ele se submeteu por livre e espontânea vontade. Para tanto tenha realizado contratos para esta situação passageira. Importa, sobretudo, que ele tenha e alimente um projeto posterior a esta situação e lhe sobrem energias após este exercício intelectual, moral e físico. No entanto exatamente estes estreitos limites das teses doutorais, as circunstâncias dos programas e a larga experiência dos orientadores, conferem vigor seminal e constituem um portal seguro para novas propostas, explorações e sistematizações seguras. Certamente a tese de Carranza goza desta segurança e resguardo contratual e institucional para avançar em direção ao estudo de enigmas e de problemas que foram solucionados de uma forma única no âmbito da Arquitetura brasileira.

Fig. 07 – O espaço arquitetônico impera no interior da Capela Santa Maria dos Anjos de Vargem Grande Paulista de autoria de LINA BO BARDI. Este espaço arquitetônico sacro é ascético e isento da concorrência, do acúmulo ou de um ecletismo que desviem a atenção de quem se entrega à transcendência.

 O estudo, a sua sistematização e a sua posterior circulação das competências e os limites destes estudos necessitam todo ferramental teórico, estratégico e logístico disponível no momento de sua materialização. Porém na contracultura “não há caminhos” tanto no objeto como no seu estudo. Na postagem anterior dedicada à Jorge Hermann[1] vimos que a  autonomia, a liberdade e o novo tem pela frente este campo ainda não demarcado e apropriado pelo sistema.

Fig. 08 – Uma perspectiva do projeto da  Igreja Espírito Santo do Serrado,  erguida entre 1976-1982, por uma pobre comunidade da periferia de  UBERLANDIA.  Felizmente a logística, a boa prática dos projetos gráficos e os memoriais descritivos, caraterísticos da obra de LINA BO BARDI,  preservaram o pensamento de quem a criou originalmente. Esta obra física estaria no caminha de virar tapera se não tivesse a fortuna da aura de sua autora. Seria vista e tratada como mais uma obra a ser vandalizada, pichada e desqualificada com produto daqueles que mantém imperante a escravidão e neocolonialismo.


Desta forma é possível afirmar que todos os momentos culminantes da Arte participam de alguns traços da contracultura. O  novo revive o gesto de Édipo ao matar (contra) o pai ( anterior) e possui (cultura) a mãe ( sua própria origem).

Fig. 09 – A única obra de LINA BO BARDI em terras mineiras, a  Igreja Espírito Santo do Serrado e erguida entre 1976-1982, por uma pobre comunidade da periferia de  UBERLANDIA foi fechada por decisão do juiz da cidade por medida de segurança e para evitar acidentes. Certamente os que querem “levar vantagem em tudo”,  perceberem que nesta obra também não existem os seus imaginados lucros materiais e também proclamem que “as uvas estão verdes”. Esta obra nestas condições acelera as incúrias, abre espaço para “releituras” e restauros físicos capazes de espantar todo o pensamento de quem a criou originalmente.

O pensamento da contracultura - situado no extremo da era industrial - está migrando para a História. Migra o que é possível migrar. Gera mitos, generalizações e narrativas gestadas na época posterior. Nesta galeria cabem os contras de Giotto, Miguel Ângelo, Picasso ou Joseph Beuys. Todos eles já absorvidos, codificados com o seu devido ALFINETE nas COSTAS  e, assim, postos em exposição como “gênios”  e em circulação pelo sistema da indústria cultural. O mesmo poder ser dito de ideólogos, escritores e cientistas do passado próximo ou remoto. Porém deles permanece vivo o pensamento como índice e narrativa de uma época única na qual as soluções eram coerentes e necessárias para este tempo e lugar.

http://profciriosimon.blogspot.com.br/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-04.html
Fig. 10 – Este objeto cinético da Igreja São João de Porto Alegre era ainda é produto industrial e da fabricação.  Uma típica obra da contracultura de alguém que vinha da tecnologia da aviação civil e de práticas técnicas da indústria petrolífera, Clóvis Pereti (1934-1995) introduziu a cinética industrial e os comando eletrônicos num ambiente sacro em Porto Alegre. Esta obra física pode ser percebida como uma pesquisa permanente comandada por mão altamente atualizada na criação com materiais nos limites da técnica disponível no final da década de 1960.
 A reação do sistema à esta ousadia e autonomia do artista na criação desta natureza num ambiente considerado sacro, tradicional foi imediata na sua condenação surda e silenciosa, seguida de devastadora demolição física sem deixar vestígios.

Neste pensamento certamente permanecem as dúvidas dos caminhos desencontrados, as necessárias escolhas, as perdas das vias comuns aos outros mortais e especialmente a alegria do triunfo no momento em que os seus autores chegaram ás soluções. Como em todo ato criativo a recompensa, a mais valia traz a sensação da obra realizada como justa, bela e verdadeira.  É este sentimento e pensamento transmitido que é a fortuna dos criadores do novo e do necessário material e imaterial. Do ato solitário do criador da obra arquitetônica, a sua migração para o mundo social através de sua representação visual e tátil. Porém a Arquitetura necessita das formas  físicas para atingir a fortuna de sua realização do envolvimento especialmente social, econômico e técnico.

WESLEY DUKE LEE- 1931-2010 -  Zona de Consideração 1968 instalação 200 x 200 x 200 cm
Fig. 11 – O artista Wesley DUKE LEE (1931-2010) transitou e produziu no âmbito da contracultura. Colaborou no visual da revista Mirante das Artes. A sua obra física pode ser percebida como a MÃO COMANDADA por uma INTELIGÊNCIA BRASILEIRA em PERMANTE ATUALIZAÇÃO.

A vigência subliminar da escravidão e do colonialismo certamente impossibilitava aceitar esta contradição e transformá-la em complementariedade no Brasil. Contudo esta transformação da contradição em complementariedade aconteceu sob o comando dos criadores do MASP, de sua sede definitiva e do dono dos Diários Associados e movido e orientado por suas respectivas autonomias. Esta transformação da contradição em complementariedade encontra barreiras e estreitamente mental até os dias presentes. O arcaico sistema colonial lusitano migrou para o colonialismo em rede e controlado por satélites mecânicos.

Fig. 12 – A CASA da BOLA do arquiteto Eduardo LONGO busca ser o protótipo de um  produto industrial em série. Situado no contexto urbano de São Paulo não alcançou a fortuna de sua reprodução em linha de montagem e de peças pré-fabricadas na montagem automobilística e da  aviação. De outra parte, a era numérica digital e a robótica estão apontando para a possibilidade do projeto personalizado e único a partir de um paradigma geral  como da CASA da BOLA do arquiteto Eduardo LONGO

A escravidão voluntária aceita qualquer teoria, mentalidade ou prática uma vez que venham envolta em marketing e propaganda que as apresenta como poderosas, lucrativas e universais. De fato acontece o contrário.  O lucro da venda casada destas heteronímias é para quem abdica de sua autonomia é a despreocupação da sanção moral dos seus atos a favor daquele que assim aumenta o império das almas ou ânimos que ele passa a orienta conforme os seus interesses.

A autora da tese - com o tema da contracultura - realiza um estudo da de Lina Bo Bardi. Encontra em Lina a arquiteta a intelectual  cultivando um pensamento erudito, amplo e coerente que teve a fortuna de transformar a contradição em complementariedade, fundado em soluções únicas e necessárias. Este pensamento comandou a sua posição esquerda convivendo criticamente com a complementariedade da indústria cultural do império do paraibano Assis Chateaubriand (1892-1968). Certamente o prédio do MASP é o fruto maior e visível desta parceria crítica, atenta e ciente dos seus limites e das suas competências. Contudo esta obra arquitetônica não pode ser percebida, estudada e socializada separadamente das circunstâncias que motivaram e orientaram o ENTE desta artista da 6ª arte. Talvez a “cegueira branca” de quem se aproxima dele desprevenidamente resulta da ignorância destas circunstâncias. A tese de Carranza presta um relevante serviço em dissipar esta ignorância.

Fig. 13 – A CASA da BOLA do arquiteto Eduardo LONGO busca ser o protótipo de um  produto industrial em série. Situado no contexto urbano de São Paulo não alcançou a fortuna de sua reprodução em linha de montagem e de peças pré-fabricadas na montagem automobilística e da  aviação. De outra parte, a era numérica digital e a robótica estão apontando para a possibilidade do projeto personalizado e único a partir de um paradigma geral  como da CASA da BOLA do arquiteto Eduardo LONGO.

Evidente que tanto a obra, a produção mental e a própria  vida destes criadores pertencem ao passado. Não há como ocultar a mentalidade, as estratégias e a logística de seu marido Pietro Maria Bardi (1900-1999). As circunstâncias da íntima interação entre as obras de arte das mais eruditas até a arte mais intuitiva da “Mão do Brasileiro” precederam o projeto do MASP por Lina Bo Bardi.

Fig. 14 – A PÓS-MODERNIDADE assimilou as informações e o pensamento dominante, tanto na diacronia da evolução no tempo como na sincronia de sua expansão  técnica, social e cultural, A era numérica digital e a robótica permitem este perigoso acúmulo resultante do distanciamento da Natureza. Uma percepção humilde e coerente desta altura permite a implementação de prevenções contra qualquer ruina ou queda desta altura. De forma geral, esta altura e artificialidade desperta no ser natural  um determinado mal estar em qualquer civilização. Mal estar não diagnosticado - e tratado em tempo - é uma patologia em andamento

Na sua tese Carranza, não só dissipa pontualmente esta ignorância, mas indica outros caminhos nos quais possa continuar a fluir o pensamento vivo da contracultura. Contracultura como contraditório resultando da cultivo do hábito da integridade intelectual. Este pensamento, fundado na autonomia, percebe os pontos possíveis de interação entre contradições, antagonismos e complementariedades. Esta posição é possível na pós-modernidade apesar dos riscos da onisciência, onipotência, da onipresença e da eternidade que acompanham as suas simplificações. Se de um lado afasta mitos, bloqueios e espantalhos e do lado há extremo cuidado para não se render a uma comunicação unívoca e linear e destinada para o consumo virtual e da indústria cultural massiva. Pensamento competente fundado na autonomia da Arte, lida com as forças opostas da cultura e da contracultura, com o sistema ou fora dele. Pensamento autônomo que exerce o papel da membrana viva capaz de selecionar e filtrar o que lhe é favorável e ao seu meio. Meio externo com o qual troca a mais valia que elaborou internamente e recebe o que lhe necessário para viver, produzir e se reproduzir.



Contudo a presente postagem e suas imagens são meras  digressões provocadas pela tese e que se recomenda acessar  para cada um ter a própria leitura, narrativa e avaliação:
CARRANZA Edite Galote Rodrigues – Arquitetura Paulista Alternativa na Contra- Cultura Brasileira 1956-1979 . São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo USP – Tese de doutorado defesa em 14 de fevereiro de 2013. Orientação de Monica Junqueira de Camargo – pdf -  311 fls

FONTE BIBLIOGRAFICA CITADA

SIMMEL, Georg (1858-1918)  Sociología y estudios sobre las formas de socialización. (1908). Madrid : Alianza. 1986,  817p.  2v




FONTES  NUMÉRICAS DIGITAIS das IMAGENS e TEXTOS  CITADOS



ALFINETE nas COSTAS




AUTONOMIA




AUTONOMIA distinta de SOBERANIA




ÁREA CEREBAL GRIS




ESCOLAS BRIZOLETAS – 1959-1963






CAIXA da ÀGUA ARAPONGAS PR




CAPELA SANTA MARIA dos ANJOS




CASA da BOLA - Arq. Eduardo LONGO




CASA LINA BO BARDI




CONTACULTURA: derradeiro momento do modernismo e início da pós-modernidade




ETIQUETA nas COSTAS




LINA BO BARDI 1914-1992






MÃO do GRASILEIRO coletado por LINA BO BARDI






MASP




MATA BORRÂO Arquiteto Marcos David HECKMANN








MIRANTE das ARTES




UBERLANDIA – Igreja Espírito Santo do Serrado 1976-1982





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  blog NÃO FOI no GRITO

SUMÁRIO do 1º ANO de postagens do blog NÃO FOI no GRITO

                  blog + site a partir de 24.01.2013
PODER ORIGINÁRIO
RESUMO do texto:  PODER ORIGINÀRIO:
TEXTO: expandido do PODER ORIGINÀRIO

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Um comentário:

  1. Prezado Prof. Simon,

    Estou muito contente que tenha lido e recomendado meu trabalho!
    Vejo que o Sr. compartilha comigo algumas ideias sobre artistas de "livre espírito".

    Confesso que fiquei curiosa para saber como tomou conhecimento da Tese.

    Aproveito a oportunidade para convidá-lo a visitar nossa revista eletrônica:
    http://www.arquitetonica.com/revista5/

    Respeitosamente
    Edite Galote Carranza

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