O ARQUITETO como
ARTISTA na AUTONOMIA no BRASIL
Fig. 01 – O prédio do MASP da arquiteta LINA BO BARDI
(1914-1992) constitui uma solução necessária para o lugar e o tempo. Esta
solução torna-se justa, original e única.
Marca o seu tempo e a sua solução formal é intransferível de lugar. Esta
autonomia incomoda - dentro e fora do sistema canônico da arquitetura – que a
torna contraditoriamente “invisível”[1]
A ARQUITETURA é a sexta
Arte e aquela que contém as cinco anteriores. Nesta vastidão do seu peso
material e dos seus investimentos conceituais e econômicos do seu campo de suas
competências estéticas, sociais e técnicas a Arquitetura dificilmente percebe
os seus próprios limites. Esta arte necessita o maior exercício para a
compreensão de expressões de autonomia e a prática continuada.
MATA
BPRRÂO POA RS 1958-1960 Arquiteto Marcos David HECKMANN
Fig. 02 – O pavilhão destinado às exposições públicas
do governo do Estado do Rio Grande Sul contrastava com a arquitetura
circunstante, e, em especial, aquelas da Avenida Borges de Medeiro. Com o
apelido carinhoso de MATA BORRÃO, assomava este aspecto de contraste, contudo
coerente como a propaganda e o marketing a que se destinava. Com estrutura em
madeira resultava da última fase da arquitetura da extração deste material que
esgotara as florestas nativas e em especial da araucária sul-rio-grandense.
Soma esta estrutura e material ao número imenso do produto industrial das
escolinhas pré-fabricadas de madeira espalhadas por todo território do estado e
que foram apelidadas de “brizoletas” devido ao nome do titular do governo desta
época.
As frequentes
racionalizações da arquitetura e as adesões à heteronímia ideológica,
econômicas e técnicas, dos seus praticantes, resultam da dificuldade de um
traçado preciso das competências próprias e dos seus limites. A esta imprecisão
e dúvidas - geradas pelo acúmulo de competências internas deste campo de forças
- é necessário acrescer o peso, as pressões e urgências práticas externas ao
seu limite. Assim necessita constantes renovações das expressões de sua
autonomia. Expressões de autonomia como da arquiteta Lina Bo Bardi (Carranza,
2013, fl.76) quando ela traça as competências e os limites “a arquitetura, senhores arquitetos, não é
literatura. Nem pintura, desenho ou escultura. A arquitetura é apenas
arquitetura”.
As mesmas expressões de
autonomia são necessárias em cada manifestação artística. Na medida em que cada
um destes campos de forças conseguirem perceber, traçar e praticar as suas
competências e os seus próprios limites o conjunto de uma cultura ganhará
identidade, força e fecundidade na sua reprodução continuada. Ganhará a força e
a fecundidade da pintura de Giotto ao propor a sua competência nos limites “da tinta e do pincel sobre uma superfície”.
Este retorno humilde, à verdade básica
da pintura, escancarou a porta ao esplendor do desenvolvimento da pintura
renascentistas e que se renova e se projeta até o presente.
Estas necessárias expressões
básicas de autonomia renovam, recriam e reproduzem as circunstâncias em mutação
constante em face de cada nova circunstância, tempo e lugar da arte. Renovação
necessária na cultura contemporânea, especialmente em “Época de Dúvidas” (Ricœur e outros) e da “História em Migalhas” (François
Dosse). Nestas
circunstâncias as expressões de autonomia tornam-se indispensáveis e urgem a
sua renovação e sua recriação na cultura erudita brasileira. Cultura na qual a
entropia é comandada pela lei que rege a escravidão voluntária, o
neocolonialismo e a floresta onipresente. Estas mesmas leis da entropia avassalam
tudo aquilo que a mão e mente humana cria. Leis da entropia que também se
renovam e recriam as suas próprias competências e os seus limites numa força espantosa,
em novas abrangências e em velocidade inédita.
A visão de fora -
trazida por Lina Bo Bardi - reforça a percepção de neutralidade e autoridade do
estrangeiro em cultura na qual ele se insere como segunda pátria. Segue e reforça a tese de Simmel[1]
em relação ao estrangeiro. Esta visão diferente e estrangeira percebe a força das
competências internas da endogenia de qualquer sistema. Força de endogenia que
não é percebida como tal e reproduzida
nas ações e obras daqueles que estão na sua heteronímia subliminar.
[1] SIMMEL, Georg Sociología y estudios sobre las formas de
socialización. Madrid : Alianza. 1986,
817. 2v
Fig. 03 – A
cidade de Arapongas no Norte do Paraná possui uma singular forma de caixa de
água. Alguns querem perceber nela a
forma de um disco voador. Este leitura é coerente com a contracultura ao longo
da qual o senso comum era bombardeado por doutrinas, escapismo de toda ordem e
quando a fantasia alimentava a mídia com visitas de extraterrestres. De outra
parte a corrida espacial científica era divulgada de uma forma extremante
popular o que ensejava a visita de alienígenas. No entanto a estrutura em
concreto imita a araucária a árvore símbolo do Paraná.
Diante da urgência da Arquitetura concebida e
praticada no Brasil é muito bem vindo um estudo erudito de Edite Galote Rodrigues
CARRANZA. Ela estudou e sistematizou conceitos e práticas arquitetônicas paulistanas
no âmbito da contracultura brasileira no recorte cronológico de 1956-1979 e à
margem do SISTEMA dominante. Este SISTEMA dominante tem por objeto, em geral, a
Arquitetura desenvolvida sob a coerção de conceitos e desafios práticos, gerados
e transpostos de culturas hegemônicas.
LINA
BO BARDI foto com Glauber Rocha - abaixado- em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”
Fig. 04 – O mito que cerca LINA BO BARDI (1914-1992)
com outro mito, Glauber Rocha ( 1939-1981 ) no set de filmagens de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”
constitui ainda produto industrial em
cenário apropriado à fabricação dos “Gênios da Arte”. Porém esta relação
não é passiva e nem acrítica. As contradições flagrantes das posições mutáveis
e oscilantes dos dois são enigmas pouco legíveis mesmo em um momento distante
da tomada (1963) desta imagem emblemática
para a contracultura brasileira.
Na corrente dos estudos e práticas eruditas
não importa que o limite destes conceitos seja traçado e estreitado por
interesses políticos, econômicos ou do “déjà-vu” e com resultados transpostas de
outras culturas e afinadas pela propaganda e marketing fachadista. Neste tipo
de estudo é bem visível a vigência soberana da opinião geral pré-formatada pela
mídia comandada pela indústria cultural e admitida sem exame, contraditório ou
controvérsias.
No contraditório, o
hábito da integridade intelectual e estética, que comanda tal estudo duma
autêntica Arquitetura, não facilita, sistematiza e principalmente exige um exame e uma
crítica prévia a sua veiculação. Os limites das competências de tal Arte não
são dados sem atenção, estudo, e critica. Só a partir deste ponto é possível
falar, projetar e construir no âmbito de uma autêntica autonomia erudita.
Fig. 05 – Percebe-se
um pensamento, uma estética e uma vontade arredia ao sistema no imenso acervo
que o olhar de LINA BO BARDI
destacou, recolheu e fez circular no Brasil e tentou mostrar na sua terra
natal,. Sistema que lhe embargou a exposição da “Mão do Brasileiro” na
Itália e que ela trouxe de retorno e
expôs em São Paulo.
O espaço do SESC
POMPÉIA, recuperado por LINA BO BARDI,
orienta-se por esta mesma vida brasileira. http://pt.wikipedia.org/wiki/SESC_Pompeia
Dominados pela propaganda, comércio e
marketing existe parca veiculação e a circulação de estudos provenientes do
âmbito de uma autêntica autonomia erudita. O campo do SABER da ÁREA CEREBAL CINZENTA, e da
sólida formação do território dos saberes eruditos, não circula muito além das
suas próprias fronteiras. O mundo GRIS é o destino da produção universitária. Ela nasce sob a heteronímia
de orientadores e de sistemas acadêmicos multisseculares. Diante destes cânones o estudante
ainda não produz Arte, pois está heteronímia
de quem o orienta, o condiciona e rubrica a sua produção.
Supõe-se que entre orientando
e o orientador, mais experimentado, haja condução de um contrato que considere os
limites e nas competências do sistema no qual ambos se encontram. Na Arte a
contracultura é um teste. O trânsito
entre o lado externo e interno de um sistema canônico é um exercício de protocolos,
de circulação e de mútuo enriquecimento.
Fig. 06 – O exterior da Capela Santa Maria dos Anjos
de Vargem Grande Paulista de LINA BO BARDI foi concebido com materiais e
técnicas nativas. As telhas de canal substituíram a palha de santa fé original.
Esta ascese externa é acompanhada pelo despojamento interno da obra. Os
mediadores, atravessadores e tuteladores da erudição alheia permanecem mudos e
sem os seus discursos impostados pela propaganda e marketing da indústria
cultural. É evidente, que ao não perceberem
os seus imaginados lucros materiais de suas hilariantes investidas digam que
“as uvas estão verdes”. Neste abandono pelo temerário e os que querem “levar
vantagem em tudo”,
abandonam esta
obra que passa a sofrer incúrias, “releituras” e restauros físicos capazes de
espantar todo o pensamento de que a criou.
Supõe-se que o estudante saiba desta situação
de sua heteronímia. Situação á qual ele se submeteu por livre e espontânea
vontade. Para tanto tenha realizado contratos para esta situação passageira.
Importa, sobretudo, que ele tenha e alimente um projeto posterior a esta
situação e lhe sobrem energias após este exercício intelectual, moral e físico.
No entanto exatamente estes estreitos limites das teses doutorais, as
circunstâncias dos programas e a larga experiência dos orientadores, conferem
vigor seminal e constituem um portal seguro para novas propostas, explorações e
sistematizações seguras. Certamente a tese de Carranza goza desta segurança e
resguardo contratual e institucional para avançar em direção ao estudo de
enigmas e de problemas que foram solucionados de uma forma única no âmbito da
Arquitetura brasileira.
Fig. 07 – O espaço arquitetônico impera no interior
da Capela Santa Maria dos Anjos de Vargem Grande Paulista de autoria de LINA BO
BARDI. Este espaço arquitetônico sacro é ascético e isento da concorrência, do
acúmulo ou de um ecletismo que desviem a atenção de quem se entrega à
transcendência.
O estudo, a sua sistematização e a sua
posterior circulação das competências e os limites destes estudos necessitam
todo ferramental teórico, estratégico e logístico disponível no momento de sua
materialização. Porém na contracultura “não há caminhos” tanto no objeto como
no seu estudo. Na postagem anterior dedicada à Jorge Hermann[1]
vimos que a autonomia, a liberdade e o
novo tem pela frente este campo ainda não demarcado e apropriado pelo sistema.
Fig. 08 – Uma
perspectiva do projeto da Igreja
Espírito Santo do Serrado, erguida
entre 1976-1982, por uma pobre
comunidade da periferia de UBERLANDIA. Felizmente a logística, a boa prática dos
projetos gráficos e os memoriais descritivos, caraterísticos da obra de LINA BO BARDI, preservaram o pensamento de quem a criou originalmente. Esta obra física
estaria no caminha de virar tapera se não tivesse a fortuna da aura de sua
autora. Seria vista e tratada como mais uma obra a ser vandalizada, pichada e
desqualificada com produto daqueles que mantém imperante a escravidão e
neocolonialismo.
Desta forma é possível
afirmar que todos os momentos culminantes da Arte participam de alguns traços
da contracultura. O novo revive o gesto
de Édipo ao matar (contra) o pai ( anterior) e possui (cultura) a mãe ( sua
própria origem).
Fig. 09 – A única
obra de LINA BO BARDI em terras mineiras,
a Igreja Espírito Santo do Serrado e erguida entre 1976-1982, por uma pobre comunidade da
periferia de UBERLANDIA foi fechada por decisão do juiz da
cidade por medida de segurança e para evitar acidentes. Certamente os que
querem “levar vantagem em tudo”, perceberem que nesta obra também não
existem os seus imaginados lucros materiais e também proclamem que “as uvas
estão verdes”. Esta obra nestas condições acelera as incúrias, abre espaço para
“releituras” e restauros físicos capazes de espantar todo o pensamento de quem
a criou originalmente.
O pensamento da contracultura
- situado no extremo da era industrial - está migrando para a História. Migra o
que é possível migrar. Gera mitos, generalizações e narrativas gestadas na
época posterior. Nesta galeria cabem os contras de Giotto, Miguel Ângelo,
Picasso ou Joseph Beuys. Todos eles já absorvidos, codificados com o seu devido
ALFINETE nas COSTAS e, assim, postos em exposição como
“gênios” e em circulação pelo sistema da
indústria cultural. O mesmo poder ser dito de ideólogos, escritores e
cientistas do passado próximo ou remoto. Porém deles permanece vivo o
pensamento como índice e narrativa de uma época única na qual as soluções eram
coerentes e necessárias para este tempo e lugar.
http://profciriosimon.blogspot.com.br/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-04.html
Fig. 10 – Este objeto cinético da Igreja São João de
Porto Alegre era ainda é produto industrial e da fabricação. Uma típica obra da contracultura de alguém
que vinha da tecnologia da aviação civil e de práticas técnicas da indústria
petrolífera, Clóvis Pereti (1934-1995) introduziu a cinética industrial e os
comando eletrônicos num ambiente sacro em Porto Alegre. Esta obra física pode
ser percebida como uma pesquisa permanente comandada por mão altamente
atualizada na criação com materiais nos limites da técnica disponível no final
da década de 1960.
A reação do sistema à esta ousadia e autonomia
do artista na criação desta natureza num ambiente considerado sacro,
tradicional foi imediata na sua condenação surda e silenciosa, seguida de
devastadora demolição física sem deixar vestígios.
Neste pensamento
certamente permanecem as dúvidas dos caminhos desencontrados, as necessárias
escolhas, as perdas das vias comuns aos outros mortais e especialmente a
alegria do triunfo no momento em que os seus autores chegaram ás soluções. Como
em todo ato criativo a recompensa, a mais valia traz a sensação da obra
realizada como justa, bela e verdadeira.
É este sentimento e pensamento transmitido que é a fortuna dos criadores
do novo e do necessário material e imaterial. Do ato solitário do criador da
obra arquitetônica, a sua migração para o mundo social através de sua
representação visual e tátil. Porém a Arquitetura necessita das formas físicas para atingir a fortuna de sua
realização do envolvimento especialmente social, econômico e técnico.
WESLEY DUKE LEE- 1931-2010
- Zona de Consideração 1968 instalação
200 x 200 x 200 cm
Fig. 11 – O artista Wesley DUKE LEE (1931-2010)
transitou e produziu no âmbito da contracultura. Colaborou no visual da revista
Mirante das Artes. A sua obra física pode ser percebida como a MÃO COMANDADA
por uma INTELIGÊNCIA BRASILEIRA em PERMANTE ATUALIZAÇÃO.
A vigência subliminar da
escravidão e do colonialismo certamente impossibilitava aceitar esta
contradição e transformá-la em complementariedade no Brasil. Contudo esta
transformação da contradição em complementariedade aconteceu sob o comando dos
criadores do MASP, de sua sede definitiva e do dono dos Diários Associados e
movido e orientado por suas respectivas autonomias. Esta transformação da
contradição em complementariedade encontra barreiras e estreitamente mental até
os dias presentes. O arcaico sistema colonial lusitano migrou para o
colonialismo em rede e controlado por satélites mecânicos.
Fig.
12 – A CASA da BOLA do arquiteto Eduardo LONGO busca ser o protótipo de
um produto industrial em série. Situado
no contexto urbano de São Paulo não alcançou a fortuna de sua reprodução em
linha de montagem e de peças pré-fabricadas na montagem automobilística e da aviação. De outra parte, a era numérica
digital e a robótica estão apontando para a possibilidade do projeto
personalizado e único a partir de um paradigma geral como da CASA da BOLA do arquiteto Eduardo
LONGO
A escravidão voluntária
aceita qualquer teoria, mentalidade ou prática uma vez que venham envolta em
marketing e propaganda que as apresenta como poderosas, lucrativas e universais.
De fato acontece o contrário. O lucro da
venda casada destas heteronímias é para quem abdica de sua autonomia é a
despreocupação da sanção moral dos seus atos a favor daquele que assim aumenta
o império das almas ou ânimos que ele passa a orienta conforme os seus
interesses.
A autora da tese - com o
tema da contracultura - realiza um estudo da de Lina Bo Bardi. Encontra em Lina
a arquiteta a intelectual cultivando um
pensamento erudito, amplo e coerente que teve a fortuna de transformar a contradição
em complementariedade, fundado em soluções únicas e necessárias. Este
pensamento comandou a sua posição esquerda convivendo criticamente com a
complementariedade da indústria cultural do império do paraibano Assis
Chateaubriand (1892-1968). Certamente o prédio do MASP é o fruto maior e
visível desta parceria crítica, atenta e ciente dos seus limites e das suas competências.
Contudo esta obra arquitetônica não pode ser percebida, estudada e socializada
separadamente das circunstâncias que motivaram e orientaram o ENTE desta
artista da 6ª arte. Talvez a “cegueira branca” de quem se aproxima dele
desprevenidamente resulta da ignorância destas circunstâncias. A tese de
Carranza presta um relevante serviço em dissipar esta ignorância.
Fig. 13 – A
CASA da BOLA do arquiteto Eduardo LONGO busca ser o protótipo de
um produto industrial em série. Situado
no contexto urbano de São Paulo não alcançou a fortuna de sua reprodução em
linha de montagem e de peças pré-fabricadas na montagem automobilística e da aviação. De outra parte, a era numérica
digital e a robótica estão apontando para a possibilidade do projeto
personalizado e único a partir de um paradigma geral como da CASA da BOLA do arquiteto Eduardo
LONGO.
Evidente que tanto a obra, a
produção mental e a própria vida destes
criadores pertencem ao passado. Não há como ocultar a mentalidade, as
estratégias e a logística de seu marido Pietro Maria Bardi (1900-1999). As
circunstâncias da íntima interação entre as obras de arte das mais eruditas até
a arte mais intuitiva da “Mão do Brasileiro” precederam o projeto do MASP por
Lina Bo Bardi.
Fig. 14 – A
PÓS-MODERNIDADE assimilou as informações
e o pensamento dominante, tanto na diacronia da evolução no tempo como na
sincronia de sua expansão técnica,
social e cultural, A era numérica digital e a robótica permitem este
perigoso acúmulo resultante do distanciamento da Natureza. Uma percepção
humilde e coerente desta altura permite a implementação de prevenções contra
qualquer ruina ou queda desta altura. De forma geral, esta altura e
artificialidade desperta no ser natural
um determinado mal estar em qualquer civilização. Mal estar não
diagnosticado - e tratado em tempo - é uma patologia em andamento
Na sua tese Carranza,
não só dissipa pontualmente esta ignorância, mas indica outros caminhos nos
quais possa continuar a fluir o pensamento vivo da contracultura. Contracultura
como contraditório resultando da cultivo do hábito da integridade intelectual. Este
pensamento, fundado na autonomia, percebe os pontos possíveis de interação
entre contradições, antagonismos e complementariedades. Esta posição é possível
na pós-modernidade apesar dos riscos da onisciência, onipotência, da
onipresença e da eternidade que acompanham as suas simplificações. Se de um
lado afasta mitos, bloqueios e espantalhos e do lado há extremo cuidado para não
se render a uma comunicação unívoca e linear e destinada para o consumo virtual
e da indústria cultural massiva. Pensamento competente fundado na autonomia da
Arte, lida com as forças opostas da cultura e da contracultura, com o sistema
ou fora dele. Pensamento autônomo que exerce o papel da membrana viva capaz de
selecionar e filtrar o que lhe é favorável e ao seu meio. Meio externo com o
qual troca a mais valia que elaborou internamente e recebe o que lhe necessário
para viver, produzir e se reproduzir.
Contudo a presente
postagem e suas imagens são meras digressões provocadas pela tese e que se
recomenda acessar para cada um ter a
própria leitura, narrativa e avaliação:
CARRANZA Edite Galote
Rodrigues – Arquitetura Paulista Alternativa
na Contra- Cultura Brasileira 1956-1979 . São Paulo Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo USP – Tese de doutorado defesa em 14 de fevereiro de
2013. Orientação de Monica Junqueira de Camargo – pdf - 311 fls
FONTE BIBLIOGRAFICA CITADA
SIMMEL, Georg (1858-1918) Sociología
y estudios sobre las formas de socialización. (1908). Madrid : Alianza.
1986, 817p. 2v
FONTES
NUMÉRICAS DIGITAIS das IMAGENS e TEXTOS
CITADOS
ALFINETE nas COSTAS
AUTONOMIA
AUTONOMIA distinta de
SOBERANIA
ÁREA CEREBAL GRIS
ESCOLAS BRIZOLETAS –
1959-1963
CAIXA da ÀGUA
ARAPONGAS PR
CAPELA SANTA MARIA
dos ANJOS
CASA da BOLA - Arq.
Eduardo LONGO
CASA LINA BO BARDI
CONTACULTURA:
derradeiro momento do modernismo e início da pós-modernidade
ETIQUETA nas COSTAS
LINA BO BARDI
1914-1992
MÃO do GRASILEIRO
coletado por LINA BO BARDI
MASP
MATA BORRÂO Arquiteto
Marcos David HECKMANN
MIRANTE das ARTES
UBERLANDIA – Igreja Espírito
Santo do Serrado 1976-1982
Este
material possui uso restrito ao apoio do processo continuado de
ensino-aprendizagem
Não
há pretensão de lucro ou de apoio financeiro nem ao autor e nem aos seus
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Este
blog é editado e divulgado em língua nacional brasileira e respeita a sua
formação histórica. ...
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1º blog :¿ QUE
É ARTE ?
2º blog : MATHIAS
SIMON
3º blog NÃO
FOI no GRITO
SUMÁRIO do 1º ANO de postagens do blog NÃO FOI no GRITO
4º blog + site a partir de 24.01.2013
PODER ORIGINÁRIO
RESUMO do
texto: PODER ORIGINÀRIO:
TEXTO:
expandido do PODER ORIGINÀRIO
Site
CURRÍCULO LATTES
Vídeo:
Prezado Prof. Simon,
ResponderExcluirEstou muito contente que tenha lido e recomendado meu trabalho!
Vejo que o Sr. compartilha comigo algumas ideias sobre artistas de "livre espírito".
Confesso que fiquei curiosa para saber como tomou conhecimento da Tese.
Aproveito a oportunidade para convidá-lo a visitar nossa revista eletrônica:
http://www.arquitetonica.com/revista5/
Respeitosamente
Edite Galote Carranza