NOVO
HUMANISMO.
SUMÁRIO
1 – HUMANISMO para ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL ..2 – Os
movimentos HUMANISTAS do PASSADO e as SUAS RAZÔES ..3 – O NOVO HUMANISMO e as suas RAZÔES e
URGÊNCIAS .. 4 – SUPORTES MATERIAIS e NÂO EXISTENTES no PASSADO. ....... 5 – INCORPORAÇÂO dos CONHECIMENTOS da
EVOLUÇÂO HUMANA.....6 – INCORPORAÇÂO dos CONHECIMENTOS e
PRÀTICAS da ENGENHARIA GENÉTICA 7 – Contornar a EUGENIA FORMALISTA e REDUTORA. ...... .........08 –
Cada SER HUMANO traz POTENCIALIDADES ainda POUCO CONHECIDAS e AINDA MENOS
PRATICADAS.......9 - Uma NOVA MENTALIDADE e
PRÁTICAS para BILHÕES de SERES HUMANOS 10 – As RESTÂNCUAS para MUDAR e PEDER VELHO
HÀBITOS OBSOLETOS ...11 – FALTA EMPREGO mas NÂO FALTA TRABALHO. ...........FONTES
BIBLIOGRÁFICAS relativas .........FONTES
BIBLIOGRÁFICAS TEÓRICAS CITADAS.......FONTES
NUMÉRICAS DIGITAIS......
Fig. 01 – Uma imagem sombria do quadro que a decadência da
lógica da ERA INDUSTRIAL legou para a humanidade quando ela perdeu a
hegemonia do seu discurso UNÍVOCO e LINEAR. Dos seus escombros estão surgindo
multidões anônimas com artistas que fazem questão de se manterem no
anonimato. A HORDA de BÁRBAROS que
picha as paredes e muros das metrópoles
de um lado está colocando abaixo todos os valores, esperanças e
convicções de outro tempo que se tornou obsoleto. De outra parte esta mesma
HORDA de BÁRBAROS teve de lidar com o seu próprio caos e se superara para
iniciar outra civilização. .
1 –
HUMANISMO para ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL
A grande vantagem da criatura humana é a REFLEXÃO e a partir, desta
REFLEXÂO, poder se REINVENTAR. Se não fosse esta capacidade certamente a
espécie humana estará extinta ou a sabor da NATUREZA IMPLICÁVEL
O GRANDE problema é que esta REFLEXÂO implica em MUDANÇAS PROFUNDAS e a BUSCA
CONSTANTE da COERÊNCIA com AQUILO QUE é de SUA REAL e OBJETIVA COMPETÊNCIA.
Os LIMITES a VENCER são menos com o seu patrimônio genético do que
ROMPER com CONHECIMENTOS, com HÁBITOS e ÁREAS de CONFORTO. Especialmente ÁREAS
de CONFORTO que tiveram a sua razão em OUTRO TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE.
Em ARTE vale também o aviso de SÊNECA na sua obra da TRANQUILIDADE do
ÂNIMO[1]
onde afirma:
“penso que muitos poderiam ter atingido a sabedoria, se não se tivessem
imaginado ter chegado até ela, se não se tivessem fingido certas coisas em si
mesmos, se não passassem por outras com os olhos fechados”
A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL[2]
superou MENTALIDADES, HÁBITOS e PRÁTICAS de OUTROS TEMPOS, LUGARES e
SOCIEDADES. A GRANDE VANTAGEM da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL é que ELA NÃO É CONTRA
este PASSADO, SOCIEDADE ou MENTALIDADES. No contraditório ÉPOCA
PÓS-INDUSTRIAL se infiltra
silenciosamente como o AR, a ÁGUA e a LUZ. A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL apenas
contempla aqueles que preferem continuar
na ESCRAVIDÃO VOLUNTÁRIA. Mesmo toda parafernália eletrônica, a velocidade e
código genético podem ser usados pela ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL sem que isso
signifique LIBERDADE.
A neurose
chegou ao ponto em que basta encontrar OUTRO SER HUMANO para percebê-lo como ameaça,
perigo e inimigo. A ERA INDUSTRIAL[3]
- como em época alguma - montou mecanismos para
exterminar multidões, aniquilar metrópoles com bombas da alta radiação e
distribuir - sem o menor remorso - venenos, produtos tóxicos e instalar FÁBRICAS
de EXTERMÍNIO MASSIVO e INDISCRIMINADO.
Constitui uma
evidência a necessidade e a urgência de um NOVO HUMANISMO e especificamente
para ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. O grande problema PENSAR
ter CHEGADO até a um NOVO HUMANISMO quando
estamos longe dele.
[1] SÊNECA Da tranquilidade do ânimo, p. 08
[3] - ERA INDUSTRIAL Taylorismo, Fordismo.... https://teoriaclassica0.webnode.com
Fig. 02 – Marcel DUCHAMP foi um dos críticos e rebeldes mais radicais da ERA INDUSTRIAL.
Apropriava-se destas OBRAS da FÀBRICA e as deslocava intencionalmente para uma
ambiente de ARTE com o objetivo de provocar o choque cultural entre a DES-HUMANIZAÇÂO provocado pela LÒGICA
INDUSTRIAL e lógica dominante de que o AMBIENTE de ARTE é um AMBIENTE HUMANIZADO
e HUMANIZANTE. Estas OBRAS da FÀBRICA são destinadas a provocar este CHOQUE
e a NECESSIDADE de uma RUPTURA ESTÈTICA e EPISTÊMICA com a TRADIÇÂO, A CULTURA
e o HÀBITOS de manifestações estéticas já assimiladas, reduzidas e
reproduzidas de forma ACRÍTICA,
COMPULSIVA e ROTINEIRA. Estas obras
“DESLOCADAS” são documentos materiais exibidas também como uma apresentação teatral e uma
performance da execução de uma música.
De outro lado são únicas na sua concepção e impossíveis de serem plagiadas por
outro artista de outro TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE..
..2
– Os movimentos HUMANISTAS do PASSADO e
as SUAS RAZÕES.
Todas as CIVILIZAÇÕES possuem a sua origem, apogeu e declínio. O declínio
está associado à descoberta de que os mitos de origem e o próprio apogeu não
possuem mais sentido para outro TEMPO e SOCIEDADE. A descoberta mais dramática
é quando o HUMANISMO não possui mais sentido e nem forças para a sua
sustentação e reprodução nesta CIVILIZAÇÃO em derrocada. Não é ocioso lembrar
que toda CIVILIZAÇÃO HUMANA é uma construção artificial.
Evidente que o HUMANISMO é um
ideal, um “ENTE PRIMITIVO” do discurso e que possui seus lampejas transitórios
nas EXPRESSÕES que colocam no centro - e em questão - aquilo que a CRIATURA
HUMANA é competente para se representar no seu próprio discurso singular ou no
seu CONSCIENTE COLETIVO.
Apesar de todos os HUMANISMOS HISTÓRICOS reivindicarem para si o
paradigma último e absoluto, nenhum deles consegue ser a matriz e o modelo definitivo.
Isto impõe que cada LUGAR, TEMPO e SOCIEDADE reinventem os seu HUMANISMO. A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL não escapa
deste TRABALHO e OBRA. De outra parte pouco importa a OBRA e o TRABALHO de um indivíduo,
de uma escola ou de uma instituição em querer impor o seu HUMANISMO. Um
indivíduo isolado pode se constituir, no entanto, num FRACTAL do HUMANISMO que
uma SOCEDADE específica, um TEMPO e um LUGAR estão buscado. O artista MARCEL
DUCHAMP tentou traduzir este FRACTAL HUMANO quando afirmou que:
“sob a aparência, estou tentado dizer sobre o disfarce, de um dos membros
da raça humana, o indivíduo é de fato sozinho e único e no qual as
características comuns a todos os indivíduos, tomados no conjunto, não possuem
nenhuma relação com a explosão solitária de um indivíduo entregue a si mesmo”.
DUCHAMP. Marcel “O
artista deve ir à universidade?”[1]
in SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et présentés par
Michel Sanouillet Paris: Flammarrion, 1991, pp. 236-239
Os LIMITES a VENCER
são menos com o seu patrimônio genético do que ROMPER com CONHECIMENTOS, com
HÁBITOS e ÁREAS de CONFORTO. Especialmente ÁREAS de CONFORTO que tiveram a sua
razão em OUTRO TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE
[1][1] - Texto de uma alocução em inglês pronunciada por
Marcel Duchamp, num colóquio organizado em Hofstra em 13 de maio de 1960 Consta
em SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et présentés par..
Paris Flammarrion, 1991, pp. 236-239
Fig. 03 – Os movimentos de CONTRA CULTURA - da metade
do século XX - rapidamente se tornaram obsoletos. Se de um lado se apropriavam dos produtos da ERA
INDUSTRIAL e transfiguravam para o seu
repertório, este mesmo repertório tornou-se rapidamente incompetente para
expressar o “TODO da ÈPOCA EM SI MESMO” Demonstrou que estes movimentos não podem
ser plagiados mesmo pelos seus autores quando estão fora do TEMPO, do LUGAR e
da SOCIEDADE nos quais foram concebidos..
O HUMANISMO também possui sua URGÊNCIASAS e TEMPOS nos quais é possível
a sua existência e expressões.
3 – O
NOVO HUMANISMO e as suas RAZÕES e URGÊNCIAS.
A DEMOCRACIA é outro ENTE PRIMITIVO do DISCURSO HUMANO. Esta concepção
ideal “do GOVERNO do POVO pelo POVO” é de difícil tradução numa COMUNICAÇÃO
UNIVOCA e LINEAR. Ela é mais difícil ainda medir na sua AÇÃO e na sua PRÁTICA e ser aceita como DEMOCRÁTICA .
A ativista norte americana Mary FOLLET remeteu (apud CARVALHO, 1979,
p.60)[1] para o
mundo da formação humana tanto o CONCEITO como a PRÁTICA DEMOCRÁTICA ao afirmar
que
“só teremos democracia verdadeira quando os jovens não mais forem
doutrinados, mas formados no caráter da democracia. Portanto o meu dever como
cidadão não se esgotou naquilo que trago para o Estado. Meu teste como cidadão
é quão plenamente o todo é expresso em mim ou através de mim”.
Existem duas urgências nesta recomendação. A primeira é a confiança e a crença
de que existem INSTITUIÇÕES competentes para “formar no
caráter da democracia” A segunda é a competência do cidadão em praticar e
especialmente em se representar na LINGUAGEM “o todo
plenamente em si mesmo e ou expressá-lo através de si mesmo”. A
competência linguística e o repertório coerente são URGÊNCIAS
e RAZÕES para que este INDIVÍDUO - que possui o projeto
cidadão - “CONHEÇA A SI MESMO”. Isto significa uma HIERARQUIA na QUAL o
HUMANISMO possui a primazia e desponte como VALOR MAIOR
Roland BARTES demonstrou (1967, p.9)[2]
que a representação na LINGUAGEM era primordial “numa
sociedade como a nossa, na qual mitos e
ritos tomaram a forma de uma razão, que dizer definitivamente - de uma palavra -, a linguagem humana
não é só o modelo do sentido, mas também o seu fundamento”.
Assim os grunhidos, o vocabulário de duas mil palavras e o reducionismo nas representações na
LINGUAGEM, mais atrapalham do que ajudam na urgência de dar FORMA LEGÌVEL de um NOVO HUMANISMO e especificamente
para ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL.
[1] CARVALHO, Maria
Lúcia R.D. Escola e Democracia. Subsídios para Um Modelo de Administração
segundo as Idéias de M.P. Follet. São
Paulo: E.P.U. Campinas, 1979. 102p
Fig. 04 – Os novos materiais, as novas tecnologias
construtivas motivaram os artistas
criadores, a experimentar e ousar. A PIRÂMIDE do LOUVRE em PARIS de um lado é
coerente com a tecnologia e esteticamente impõe um contrate com as formas do
passado. Contraste que não é conflito, mas complemento e incorporação dos
valores simbólicos e materiais das obras do passado. Se de um lado a PIRÂMIDE do LOUVRE se apropriava
dos produtos acumulado pelo que se tornou
obsoleto e disfuncional para a ERA INDUSTRIAL a ÈPOCA PÓS-INDUSTRILA transfigura o seu repertório conferindo-lhe
a competência de um OUTRO FUTURO
4 – SUPORTES
MATERIAIS e NÃO EXISTENTES no PASSADO.
As tecnologias existentes, os materiais e a mão de obra humana
especializada disponível, são instrumentos para a CRIATURA HUMANA expressar os
anseios da SOCIEDADE do seu TEMPO e do
seu LUGAR.
Os PIONEIROS do HUMANISMO sempre tiveram de pagar pesados tributos para romper com CONHECIMENTOS, com FORMAS de SABERES OBSOLETOS, gerar
HÁBITOS e novas FORMAS de PENSAR.
No entanto existe uma profunda SOLIDARIEDADE HUMANA entre ÉPOCAS, TEMPOS
e LUGARES. Para evidenciar esta SOLIDARIEDADE, Marc BLOCH escreveu (1976, p.42)[1]
que:
“é tal a força da solidariedade das épocas que os
laços da inteligibilidade entre elas se tecem verdadeiramente nos dois
sentidos. A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do
passado. Mas talvez não seja mais útil esforçar-nos por compreender o passado
se nada sabemos do presente”.
As BUSCAS do HUMANISMO estão
reforçadas pelo PRESENTE, pelo AQUI e em nossa SOCIEDADE. PRESENTE que contém o PASSADO e é SEMENTE do
FUTURO. No entanto este PRESENTE é o LIMITE da COMPETÊNCIA do HUMANISMO cuja
EXPRESSÃO e FORMA estão ao alcance do SER HUMANO que se REIVENTA em CADA
INSTANTE
[1] BLOCH, Marc (1886-1944) .
Introdução à História.[3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa-
América 1976 179 p.
Lucian FREUD e seu modelo Rainha
Elizabeth II.
Fig. 05 – Mesmo o mais vetusto passado pode ser
reinventado, transfigurado e reinventado como OBRA de ARTE. O artista Lucien
FREUD aceitou este desafio ao pintar o retrato da soberana britânica. A mais
primitiva pintura das cavernas da pré-história humana torna-se um documento do
seu TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE que a produziu.
A OBRA de ARTE sempre CONTÈM o MÀXIMO no MÌNIMO de sua FORMA. Assim
a OBRA de ARTE salta para fora dos quadros do progresso imaginado pela ERA
INDUSTRIAL. A ARTE na sua LIBERDADE e AUTONOMIA, incorpora, sem solução de
continuidade, os conhecimentos que toda
a evolução humana constituindo um dos documentos mais fidedignos, fieis e
universais.
5 – INCORPORAÇÃO dos CONHECIMENTOS da EVOLUÇÃO
HUMANA..
O SER HUMANA, que se REIVENTA em CADA INSTANTE, só pode realizar esta
operação na medida em que o seu PASSADO REMOTO, ou PRÓXIMO, esteja ao seu alcance nos seus PENSAMENTOS, RECURSOS e MOTIVAÇÕES. Sem estes requisitos esta seleção, destaques
e apropriações, são reduzidas a uma mera
colagem do NOVO sobre o VELHO. Apesar de realizada na ÉPOCA PÓS- INDUSTRIAL não
constitui um PROJETO que TORNE o HOMEM HISTÓRICO na concepção de ARGAN[1].
A operação é bem mais complexa caso o PROJETO seja produzir algo COERENTE com a
natureza do PRESENTE VIVO e SIGNIFICATIVO. Nesta concepção de PROJETO não bastam o
voluntarismo, a improvisação e o FAZER pelo FAZER.
Um NOVO HUMANISMO exige um interesse mental específico que só tomará
FORMA em AMBIENTE PROPÍCIO. Além da MOTIVAÇÃO e do AMBIENTE ele exige um TEMPO de
AMADURECIMENTO para que possa se reproduzir fora de sua origem.
O estadista Winston CHURCHIL que se tornou um PINTOR AMADOR, como bom argumentador, em tempos difíceis, soube expressar este PROCESSO quando escreveu (2012, pp8-9)[2] que:
O estadista Winston CHURCHIL que se tornou um PINTOR AMADOR, como bom argumentador, em tempos difíceis, soube expressar este PROCESSO quando escreveu (2012, pp8-9)[2] que:
“o desenvolvimento de um interesse mental alternativo é
um longo processo. As sementes precisam ser cuidadosamente escolhidas; devem
cair em bom solo; tem de ser laboriosamente tratadas para que seus frutos de
distração estejam à mão quando for preciso.”
Evidente que o objetivo deste estadista não era
converter os convertidos. Em arte, um profissional vindo de outra área, penetra
num UNIVERSO PARALELO FASCINANTE. No entanto quem se encontra, e se criou neste
UNIVERSO PARALELO FASCINANTE, pouco proveito dos argumentos deste neoconverso.
Assim este neoconversos é percebido como AMADOR e com grande dificuldade para
os argumentos encontrarem eco no GRUPO de DENTRO dos ARTISTAS. Apesar disto a
maioria das vezes este neoconverso possui uma grande fortuna nos GRUPOS de FORA
Estes neoconversos muitas vezes estão CONVICTOS. No entanto estas narrativas são pouco
CONVINCENTES para o GRUPO de DENTRO da ARTE.
O alto grau de complexidade, as abstrações e a
metafísica que uma CIVILIZAÇÂO HUMANA atinge, não pode ser incorporado ou
vencido pela quebra do ESCARAVELHO de OURO, o GOLPE de SABRE do NÓ GÓRDIO ou a
SELEÇÂO pelo FOGO do INCENDIÁRIO. Isto é possível para quem quiser REINVENTAR a
RODA, RETORNAR para a CAVERNA ou imitar
SIMÃO o ESTILITA.
O desafio consiste na INCORPORAÇÃO dos CONHECIMENTOS da
EVOLUÇÃO HUMANA para selecionar aquilo que faz sentido no
PRESENTE. O QUADRO REFERENCIAL desta seleção é o HUMANISMO. Se esta SELEÇÂO é
UTILITÀRIA para este HUMANISMO, sempre permanecerá um ENORME ACERVO para outros
interesses, outros TEMPOS, LUGARES e SOCIEDADES.
Cesar BALDACCINI (1921-1998) -
Dedão
Fig. 06 – Na ÈPOCA PÓS-INDUSTRIAL cada PESSOA HUMANA pode
ser inventariada, discriminada e ter
dados personalizados por meio da infinita variedade das suas IMPRESSÕES DIGITAIS HUMANOS.
Estas IMPRESSÕES DIGITAIS, em SI
MESMAS, “NÂO CONTÉM INADA no SEU
INTERIOR” apenas discriminam. Da mesma forma
cada folha de uma mesma árvore é
diferente da outra. O sentido desta DIFERENÇA depende do PROJETO. O PROJETO da ERA INDUSTRIAL era gerar O MESMO ORIENTADO
por um PADRÂO ÙNICO. Já o PROJETO da
ÈPOCA PÒS-INDUSTRIAL é o DIFERENTE na MODA, nos HÁBITOS e FORMAS de VIVER
ORIGINAL.
6 – INCORPORAÇÃO dos CONHECIMENTOS e PRÁTICAS da
ENGENHARIA GENÉTICA.
Certamente os CONHECIMENTOS e as PRÁTICAS da ENGENHARIA GENÉTICA constituem um dos maiores ACERVOS
para o TEMPO PRESENTE e para a SOCIEDADE
LOCAL. Estes CONHECIMENTOS e PRÁTICAS são tão vastos, novos e
estonteantes que levarão muito TEMPO, ENERGIAS e RECURSOS para serem
assimilados num repertório adequado a qualquer processo que se queira denominar
da HUMANISTA.
Nestes processos de ASSIMILAÇÃO, PRÁTICAS e sua REPRODUÇÃO o que não se pode perder de vista são as COMPETÊNCIAS e os LIMITES da
AUTONOMIA HUMANA. Nesta
direção a própria NATUREZA oferece na CÉLULA VIVA uma das respostas. Na biologia, a membrana é
necessária para proteger a competência da CÉLULA VIVA., na
concepção de Maturana (1996 : 41)[1]
esclareceu que:
“a vida
encontrou na organização da sua competência
e os limites da membrana constituindo uma unidade. Essa unidade é capaz
de se reproduzir e ao mesmo tempo gerar outras células, constituindo um
organismo coerente e que por sua vez forma outra unidade”
Maturana denominou (1996:39) de AUTOPOIESES “a competência dos seres vivos em reproduzem-se a partir das suas
potencialidades, produzindo redes de reações
que por sua vez determinam potencialidade e os seus limites”
Só partir da célula viva é possível determinar o
que é relevante. O relevante na vontade é possuir sua moralidade no limite da sua autonomia. A ação
seria inútil se todos os homens fossem iguais, assim não haveria espaço para o
novo, o criativo e para a arte.
Diante desta
AUTONOMIA da HUMANIDADE há necessidade de constituir evidências da necessidade e a
urgência de um NOVO HUMANISMO e especificamente para a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL
[1] MATURANA R., Humberto (1928-)e VARELA. Francisco(1946-).El árbol del conocimiento: las bases
biológicas del conocimiento humano. Madrid: Unigraf. 1996, 219p.
Frank WILLINGER (1959- ) Ecce Homo – junho
1999
Fig. 07 – O modelo da VÌTIMA ÙNICA proveniente do
mais vetusto passado pode ser reinventado e transformado em obra na ÉPOCA PÓS
INDUSTRIAL.. Depois de a HUMANIDADE ter peregrinado e
ter perdido MILHÕES de SERES HUMANOS em
CAMPOS de EXTERMINIO, em GULAGAS, PROGROMS, HOLOCAUSTOS impostos nos
moldes e pelo PROJETO da ERA INDUSTRIAL a ÉPOC PÓS-INDUSTRIAL está criando FORMAS de MOSTRAR outro lado deste SOFIMENTO
da HUMANIDADE como faz o escultor Frank WILLINGER.
7 – Contornar a EUGENIA FORMALISTA e REDUTORA.
Diante do imenso espaço aberto pelos CONHECIMENTOS e PRÁTICAS
da ENGENHARIA GENÉTICA o grande problema é trazer no seu bojo concepções
de alguma forma de EUGENIA FORMALISTA e REDUTORA.
A ERA INDUSTRIAL introduziu o fatiamento, a sua reorganização e a
distribuição de competências apenas compreendida e controlada pelo DEMIURGO da
FÁBRICA.
Platão condenava o sistema democrático devido a esta dispersão
conceitual e prática. Entre outras veementes desqualificações ele condenava a
DEMOCRACIA como um BAZAR. Assim Platão escreveu (1997 p. 273)[1] que:
“graças à liberdade reinante, e parece que quem pretende
fundar uma cidade, é obrigado a dirigir-se a um Estado democrático, como a um
bazar de constituições, para escolher a que prefere e, a partir desse modelo,
realizar em seguida o seu projeto”.
O filósofo
defendia o DEMIURGO com único para
cidade, único conhecedor do TODO e capaz de CONTROLALAR todo o processo num
SISTEMA UNÍVOCO e LINEAR e sem sombra no exercício do PODER CENTRAL e
PERSONALIZADO.
Platão preludiava a ERA INDUSTRIAL com o fatiamento das operações organizadas
num SISTEMA com ENTRADA única, DESENVOLVIMENTO com COTROLE de QUALIDADE
rigorosamente igual no PRODUTO FINAL. SISTEMA sob o controle absoluto do
DEMIURGO da FÁBRICA.
Esta TIRANIA ILUMINADA, CENTRAL e PERSONALIZADA facilmente resvalava
para a constituição de CASTAS HIERARQIZADAS e para a desqualificação, a
escravidão e a SIMPLES ELIMINAÇÂO do SER HUMANO considerado DIFERENTE, INÚTIL
ou INIMIGO a partir do TIPO ÙNICO.
Preventivamente este mesmo tirano deflagra uma
EUGENIA FORMALISTA e REDUTORA Neste sentido Platão não se fazia de rogado ao
recomendar a ENDOGENIA. Assim recomendava (1985, 2º vol, p.21 e p.75)[2] que:
“é preciso, segundo nossos princípios,
tornar muito frequentes as relações entre homens e mulheres de escol e, o
contrário, muito raras entre indivíduos inferiores de um e de outro sexo.;
ademais é preciso criar os filhos dos primeiros e não as dos segundos[...]
todas estas medidas devem permanecer ocultas...”[...]“Quanto aos jovens que se tiverem distinguido na guerra e
alhures, conceder-lhes-emos, entre outros privilégio e recompensa, maior
liberdade de se unir às mulheres, de modo a haver pretexto para que a maioria
dos filhos sejam por eles engendrados..” [...] “Que dirias de algum ferreiro calvo e baixote que tendo ganho dinheiro e
se libertado recentemente de seus ferros, corre ao banho, aí se limpa, enverga
um hábito novo e, adornado como um noivo, vai desposara a filha do seu mestre
que a pobreza e o isolamento reduziram a tal extremo?
-É realmente isso.
-Ora, que filhos nascerão
provavelmente de semelhantes esposos? Seres bastardos e raquíticos?
- Necessariamente
- Pois bem! Estas almas indignas da
cultura, quando se aproximarem da filosofia e mantiverem com ela indigno
comércio, que pensamentos e que opinião, segundo nós, hão de produzir?
Sofismas, não é?, para designá-los pelo verdadeiro nome – nada de legítimo,
nada que encerre uma parte de autêntica sabedoria.”
O NOVO HUMANISMO caminha no sentido oposto. A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL busca a possibilidade de
rearticulação, o planejamento coletivo, a execução por todo de posse do projeto
geral e particular, o controle de qualidade exercido aqueles que interagem em cada etapa destas e as vantagens e lucros
distribuídos entre todos os agentes.
[1] PLATÃO – A
República [Tradução de Enrico Corvisiere] . São Paulo : Nova
Cultura-Círculo do Livro, 1997, 352 p.
ISBN 85-351-1004-6 http://www.scribd.com/doc/6077389/Platao-A-Republica
[2] PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J.
Guinsburg 2º volume . São Paulo :
Difusão Européia do Livro, 1985, 281 p.
Maria Lídia dos Santos MAGLIANI (1946-2012) foto
Fig.08 – Maria Lídia dos Santos MAGLIANI abriu o seu
caminho nas artes visuais de uma forma autônoma. Realizou a sua formação
acadêmica sem apoio
em cotas étnicas ou de gênero. Portadora de um PROJETO e uma CRENÇA
SI MESMA não desprezou a sua
SOCIEDADE, viveu o SEU TEMPO e permaneceu fiel ao BRASIL no qual peregrinou de
estado em estado buscando a fidelidade à sua ESCOLHA de realizado na sua
infância. No conjunto deste trânsito no mundo ela revelou POTENCIALIDADES que
POUCOS se IMAGINAVAM possíveis praticar num corpo frágil, numa cultura
periférica e numa economia em constante pânico e caos.
08 – Cada SER HUMANO traz POTENCIALIDADES ainda
POUCO CONHECIDAS e AINDA MENOS PRATICADAS..
Com certeza a herança da MENTALIDADE COLETIVIZANTE do GRANDE IRMÂO do
DEMIURGO da FÁBRICA ESTADO inibiu, esterilizou e matou a grandes
potencialidades da criatura humana.
O maior
desafio do NOVO HUMANISMO consiste em recuperar as POTENCIALIDADES
do SER HUMANO ainda POUCO CONHECIDAS e AINDA MENOS PRATICADAS. Porém
este projeto esbarra diante da MENTALIDADE COLETIVIZANTE que transforma todo
cidadão em CONSUMIDOR cujos apetites necessitam serem conhecidos, estimulados e
explorados. Ainda Roland Barthes
aponta e comenta (1967, p.9) que:
“para obnubilar a consciência contábil do
comprador, é necessário estender diante do objeto um véu de imagens, de razões,
de sentidos, elaborar ao seu redor uma substância [1]mediatizada,
apropriada para gerar apetite, ou, resumindo, criar um simulacro do objeto
real, substituindo o tempo pesadão da usura, por um tempo soberano e livre para
se aniquilar a si mesmo por um ato de destruição anual (potlach)”.dos bens
acumulados”
Esta MENTALIDADE informa o DISCURSO do GRANDE IRMÃO DEMIURGO da FÁBRICA.
A FÀBRICA ESCOLA PRECEDEU esta MENTALIDADE como
reconheceu o próprio TAYLOR e ORIENTADOR do FORDISMO NORTE-AMERICANO.
A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL reconhece esta MENTALIDADE como algo
definitivamente do passado na medida em que depende e defende um PENSAMENTO
UNIVOCO e LINEAR. No seu lugar ergue-se uma literatura que coloca a CRITURA
HUMANA novamente como central. Para tanto basta consultar a obra de CAVEDON[2].
Esta obra busca aproximar a clássica mentalidade da AMINISTRAÇÃO com a
ANTROPOLOGIA
[1] TAYLOR , Frederick Winslow
(1856-1915). Princípios de administração científica. 7. ed. São
Paulo: Atlas, 1980, 134 p.
[2] CAVEDON, Neusa Rolita – Antropologia para
Administradores, Porto Alegre: Editora UFRGS, 2003, 182
Fig. 09 – O MODULOR de LE CORBUSIER submete o CORPO
HUMANO aos PARADIGMAS da ERA INDUSTRIAL. Submete este CORPO a estes PARADIGMAS para adequá-lo à “MAQUINA
de MORAR” ao modelo da LINHA DE MONTAGEM de um SISTEMA UNÌVOCO e LINEAR. No
desafio de abrigar, orientar e economizar energias e recursos para BILHÔES de
SERES HUMANOS, .o MODELO da ERA INDUSTRIAL apontava para o IGUAL, para o modelo
único para o GRANDE ARQUITETO como TIRANO ou para o PARTUDO ÙNICO comandado
pelo DEMIURGO onsciente, onipotente, eterno e onipresente. A ÉPOCA
PÓS-INDUSTRIAL está mostrando caminho
oposto quando cada um dos BILHÔES SERES HUMANOS se PERCEBE desafiado a mostrar
e COLOCAR em PRÀTICA a diferença, o original e único.
9 - Uma NOVA
MENTALIDADE e as PRÁTICAS para BILHÕES de SERES HUMANO..
Evidentemente a ERA INDUSTRIL foi sucateada e com ela o a mentalidade
que a manteve funcionando ao longo de dois séculos.
A eletrônica, o conhecimento e domínio do código genético e a conquista do espaço
externo da Terra exigiram e criaram FERRAMENTAS que estão impulsionando práticas
de um NOVO HUMANISMO. Se de um lado estas FERRAMENTAS estão revelando que o SER
HUMANO oscila entre o BOM e o MAU USO. O que é evidente que são FERRAMENTAS do
outro potencializa a CRIATURA HUMANA a acreditar em SI MESMA e sentir-se
desafiada a tirar o MELHOR de SI MESMO, do MAIS VERDADEIRO e do mais BELO.
Porém a corrupção deste projeto positivo e animador possuiu em todos os
tempos seus inimigos declarados. Isto já estava claro paro autora da DIDÁTICA
MAGNA. Comenius escreveu (edição 2011:
pp. 41-42) que
“ de mestres, poucos são aqueles que sabem instilar bem no ânimo da
juventude coisas boas; e se aparece um, logo qualquer sátrapa o chama para
prestar os seus serviços em privado, em proveito dos seus, mas o povo não pode
dar-se a este luxo. Por isso tudo se torna selvagem e vai de mal a pior”
Este pessimismo é bem anterior à vigência da ERA INDUSTRIAL. Ele foi
escamoteado pela INSTRUÇÃO ESCOLAR ESTATAL COMPULSÓRIA sustentado pela
mentalidade da "ESCOLA FÀBRICA". Isto levou ao paroxismo a aversão à EDUCAÇÂO
OBRIGATÓRIA, JOGAR a CULPA SOBRE o ESTADO o FRACASSO e MECANISMOS de FUGA de SI
MESMO.
Uma das tarefas da ÉPOCA
PÓS-INDUSTRIAL é reverter este quadro. Levar o CIDADÂO a ACREDITAR em SI MESMO
apesar de todos os estragos provocados pela "ESCOLA FÁBRICA". Após o sucateamento da ERA INDUSTRIAL este "ACREDITAR em
SI MESMO" constitui uma NOVA MENTALIDADE. No presente este “ACREDITAR em SI MESMO” recusa cada vez mais a MENTALIDADE
COLETIVIZANTE do "GRANDE IRMÃO" do DEMIURGO da FÁBRICA ESTADO.
Fig. 10 – Leonardo da VINCI recuou para as quinze
séculos, do seu tempo, para encontrar as
lições do arquiteto romano VITRÚVIO e a
lógica aplicada da MEDIDA ÁUREA presente na PESSOA HUMANA. Evidente NÃO
ENCONTROU no INTERIOR esta NATUREZA
HUMANA. Fiel ao seu projeto de que a “PINTURA é COISA MENTAl” buscou na GEOMETRIA
aquelas MEDIDAS HUMANAS que tornavam
coerente a sua CONCEPÇÂO que encontrava
e destacava na NATUREZA
10 – As RESISTÊNCIAS para MUDAR e para PERDER VELHOS
HÀBITOS OBSOLETOS.
Conforme FREUD a CRIATURA HUMANA é portadora perpétua e universal de uma PERDA IRRECUPERÁVEL e
INESQUECÌVEL. Os nove meses do ventre materno geraram esperanças e crenças que
são interrompidos bruscamente pela VIDA EXTRAUTERINA.
Esta MUDANÇA - apesar de subliminar - gera uma RECUSA LIMINAR, uma
REPULSA INCONTIDA e a BUSCA de TODOS OS MEIOS para NÂO ACONTECEDER de NOVO.
Assim a medida que a criatura se acostuma com esta PERDA ela a compensa com ÚTEROS
RECONSTRUÍDOS nos quais goza SEGURANÇA, ÓCIO e as NECESSIDADES BÁSICAS
SATISFEITAS NATURALMENTE por OUTRO. Qualquer interferência externa é recebida
como a AMEAÇA INTOLERÁVEL e o proponente - da MUDANÇA - é VISTO como INIMIGO
DECLARADO.
No contraditório a superação desta barreira subliminar afasta os
pusilânimes. Aqueles que estão dispostos para a MUDANÇA abrem
caminhos para a exploração do mundo simbólico e físico. É esta disposição para a MUDANÇA que é apontada, por um dos seus atuais biógrafos de Leonardo da
VINCI. Este biógrafo, depois de visitar as 7.200 páginas dos seus diversos CODEX ainda
existentes, chegou a esta conclusão. ISAACSON registrou (2017,
p.464/5)[1] diante desta disposição para a mudança, que:
“uma característica marcante de uma de uma grande mente é a disposição
para mudar de ideia. Isso é visto em Leonardo: enquanto enfrentava dificuldades
com os estudos sobre a terra e as águas no início do século XVI, ele se deparou
com evidências que o fizeram reavaliar a crença na analogia do microcosmo e
macrocosmo. Tal atitude era Leonardo na melhora forma. E temos a tremenda sorte
de poder testemunhar essa evolução na medida em que escrevia o ‘Codex
Leicester’ . Leonardo estabeleceu um diálogo entre a teoria e a experiência e,
quando as duas entravam em conflito, estava sempre disposto a tentar uma nova
teoria. A disposição para renunciar ideias preconcebidas foi crucial para sua
criatividade”.
Romper os LIMITES a VENCER tem menos a ver com o seu patrimônio genético do que com os CONHECIMENTOS, com os HÁBITOS e com as ÁREAS de CONFORTO. Especialmente ÁREAS
de CONFORTO que tiveram a sua razão em OUTRO TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE.
Fig. 11 – Performance no dia 17 de março de 2010 “Marina
ABRAMOVIC – “The ARTIST is PRESENT at the
Museum of MODERN ART” O artista está
presente e se transforma em obra. Esta
presença não só HUMANISA a obra, mas testemunha esta obra como um documento. Documento como uma apresentação teatral e
uma performance da execução de uma
música
11 – FALTA EMPREGO, mas NÃO FALTA TRABALHO.
A “performance” que Marina
ABRAMOVIC promoveu no Museu de Arte Moderna de Nova York, em 2010, pode ser
percebida com o uma metáfora da CRIATURA HUMANA ESTÁ NUA diante da IMINÊNCIA de
TER de VESTIR outros TRAJES. Ela foi despojada dos HÀBITOS da ERA INDUSTRIAL,
porém as vestes de ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL ainda estão em CONFECÇÂO. A CRIATURA HUMANA foi
despojada dos EMPREGOS TRADICIONAIS da ERA INDUSTRIAL
Resta o SER HUMANO a ser REINVENTADO de DENTRO para FORA. Assim é
necessário entender o que ANIMA (alma) este SER HUMANO. Nesta confusão “alma” e “espírito” atrapalha mais do que ajuda nesta empreitada. O termo ESPIRITO
remete facilmente a algo EXTRA-HUMANO. Enquanto “AQUILO que ANIMA um SER” é a
VIDA. VIDA que o SER HUMANO reparte com o MUNDO da ZOOLOGIA (ANIMA-L) e da BOTÂNICA
(PLANTAS) e que interagem na ZOOESFERA. Esta ZOOESFERA é o DOMÍNIO do HUMANISMO
e da ECOLOGIA.
A REFLEXÃO do sentido original do TERMO “LIBERDADE” implica em MUDANÇAS
PROFUNDAS e a BUSCA CONSTANTE da COERÊNCIA com AQUILO QUE é de SUA REAL e
OBJETIVA COMPETÊNCIA. Os romanos , nas práticas e concepções da CRIATURA HUMANA, tornavam-se responsáveis pelo todo quando atingiam o estágio do LIBER, ou de sua reprodução. Assim etimologicamente
liber é cidadão romano apto para se
reproduzir. (Ferrater Mora, 1981, verbete “LIBEDADE“) [1] Quando este
se manifestava no CORPO HUMANO era a hora de LEGITMAR PUBLICAMENTE esta
capacidade reprodutiva humana. Era hora dos RITUAIS de INICIAÇÃO e da AUTORGA
da LIBRÉ devidamente celebrados. Estas celebrações ainda estão presentes na
cerimônia dos QUINZE ANOS das MOÇAS e no SERVIÇO MILITAR obrigatório para os
MOÇOS que são, de fato, RITUAIS de INICIAÇÂO. Ou, ainda, então formalizados no ESPAÇO JURÌDICO do CONTRATO do CASAMENTO,
nas FORMATURAS ACADÊMICAS ou estão presentes na LIBRÉ da toga dos magistrados.
Estes rituais objetivam tornar a CRIATURA HUMANA responsável pelo todo,
quando ela atingia o estágio do LIBER. Um NOVO HUMANISMO necessita atingir o
SENTIDO ORIGINAL desta LIBERDADE. Evidente que o FORMALISMO dos RITUAIS mais
atrapalha do que ajuda a atingir este SENTIDO ORIGINAL.
A recuperação deste SENTIDO ORIGINAL depende de um PROJETO coerente com
o seu TEMPO, seu LUGAR e sua SOCIEDADE. Na concepção de ARGAN este PROJETO
capaz de se transferir ao mundo empírico torna histórico os seus autores. No
mundo empírico brasileiro a fortuna da expressão verbal coube a Mário
de ANDRADE [2] na sua
proposta de para a UNE, em 1942, resumindo este projeto em três vertentes
“O direito permanente à pesquisa estética; a
atualização da inteligência artística brasileira; e a estabilização de uma
consciência nacional [..] A novidade fundamental, imposta pelo movimento, foi a
conjugação dessas três normas num todo orgânico da consciência coletiva”.
Antes deste projeto Mário de Andrade fustigava, em 1938,
o ECLETISMO como “acomodatício e
máscara de todas as covardias”. - (in Andrade 1955, fl. 13)[3]
Denunciado
o PROJETO ECLETISTA redutor, falso e populista do Estado Novo o BRASIL
se preparava a intervir na SEGUNDA GUERRA MUNDIAL e escolhera o seu lado.
Diante de uma assembleia de estudantes buscava aquilo que ele considerava
essencial para um PROJETO BRASILEIRO. Diante do inacabado e do imenso potencial
interno do BRASL propunha o “direito
permanente à pesquisa estética”. Direito que pode ser estendido para a
Ciência, para o plano Jurídico. O Político e o Social. Este direito - de se
voltar para si mesmo e as sua própria natureza - não exclui “a atualização da inteligência artística brasileira” A instantaneidade da Comunicação, a
rede mundial e as trocas simbólicas destina-se à INTELIGÊNCIA BRASILEIRA
sintonizada com o mundo. Porém a OBRA, a IDENTIDADE BRASILEIR e o seu projeto
fundamental é constituída “PESQUISA
PERMANENTE”. Porem nem esta PESQUISA
e nem a ATUALIZAÇÃO esgotam a
teleologia imanente ao PROJETO BRASILEIRO. Ele se revela no “todo orgânico da todo orgânico da
consciência coletiva” brasileira.
Em 2018, o Brasil é apenas uma das 200 soberanias do Planeta Terra. Este
“todo orgânico da consciência coletiva” sabe que
as águas, a atmosfera e a criatura humana constitui um TODO INDIVISÌVEL. Este
TODO que se denomina aqui da nova concepção de HUMANISMO.
[1] FERRATER, Mora. Dicionário da Filosofia. (3ª
ed.). Madrid: Alianza, 4 volumes - 1981. ISBN:8420652997
[2] - ANDRADE, Mario O movimento modernista:
Conferência lida no salão de Conferências da Biblioteca do Ministério das
Relações Exteriores do Brasil no dia 3 de abril de 1942. Rio de Janeiro :Casa
do Estudante do Brasil, 1942, p.45.
Esta conferência
evocava os resultados culturais da Semana de Arte Moderna de 1922. Mario da
Andrade havia sido umas das figuras centrais desta Semana. Ele se indispusera
em 1938 com o Estado Novo. A conferência ocorria no auge desta ditadura que
entrava em guerra com o Eixo.
Mário coloca a
nacionalidade como primeiro principio os concluía com busca da construção de
uma consciência coletiva.
[3] ANDRADE,
Mário. Curso de Filosofia e História da
Arte. São Paulo: Centro de
Estudos Folclóricos, 1955. 119 f.
-KEHINDE WILLEI – APF- NYCtaxi_JamesEwing-3-web
Fig. 12 – O
produtivo artista visual norte-americano KEHINDE WILLEI , circula por todas as tendências estéticas como,
também, se apropria de todas as mídias visais disponíveis em 2018. Coerente com o seu TEMPO, seu LUGAR e a sua SOCIEDADE consegue trazer para
o MUNDO do HUMANISMO as suas questões regionais e culturais. A FIGURA HUMANA domina as sua
produção. Certamente a sua OBRA não pode ser
produzida em outro LUGAR e TEMPO. Afirma, assim a sua LIBERDADE e AUTONOMIA nos
limites, nos perigos de sua competência de artista visual assumido no seu
PROJETO.
Chega-se a conclusão de que o NOVO HUMANISMO necessita não só se
desvencilhar de concepções ECLÉTICAS redutoras, falsas e populistas. Mas
impõe-se PESQUISAR e IMPLEMENTAR concepções coerentes com o TEMPO, o LUGAR e a
SOCIEDADE. Coerência e construções possíveis materialmente com os avanços e as
aplicações do CÓDIGO GENÉTICO, com as potencialidades conhecimento da ELETRÔNICA e o com o
gradativo domínio da LÒGICA inerentes ao ESPAÇO ECOLÓGICO do Planeta Terra e do
ESPAÇO EXTERNO.
NOVO HUMANISMO que está as voltas com os RITUAIS de INICIAÇÃO para
LEGITMAR PUBLICAMENTE - não só com a sua CAPACIDADE REPRODUTORA - mas a sua COMPETÊNCIA para se REIVENTAR.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS TEÓRICAS CITADAS.
ANDRADE, Mário (1893-1945). O
movimento modernista: Conferência lida no salão de Conferências da
Biblioteca do Ministério das Relações Exteriores do Brasil no dia 3 de abril de
1942. Rio de Janeiro :Casa do Estudante do Brasil, 1942, .
------Curso de Filosofia e História da Arte. São Paulo: Centro de
Estudos Folclóricos, 1955. 119 f.
BARTHES, Roland. Système
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DUCHAMP. Marcel (1887-1968) “O artista
deve ir à universidade?” in SANOULLET, Michel.
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FERRATER, José Mora (1912-1991) . Diccionário
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ISAACSON, Walter 1952 Leonardo da Vinci.(1ª ed.) Rio de Janeiro:
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Disponível em inglês:
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A REPÚBLICA – [Tradução de J.
Guinsburg] 2º volume . São Paulo :
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TAYLOR, Frederick
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FONTES NUMÉRICAS
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Antropologia para Administradores por Neusa Rolita Cavedon - https://www.estantevirtual.com.br/livros/neusa-rolita-cavedon/antropologia-para-administradores/368999600
ARTE e LIBERDADE na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL
ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL
ERA INDUSTRIAL Taylorismo, Fordismo.... https://teoriaclassica0.webnode.com
ESTOFO para a RUPTURA EPISTÊMICA
KEHINDE WILLEI
KEHINDE WILLEI no
FACE BOOK
KEHINDE WILLEI vitrais com figuras contemporâneas
LIBERDADE no MUNDO ROMANO e ATUAL
ORIGEM do TERMO “ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL”
SÊNECA Da tranquilidade do ânimo, p. 08
Uma aula de MÁRIO de ANDRADE http://profciriosimon.blogspot.com.br/2015/02/estudos-de-arte-008.html
O HUMANISMO
em três EPOCAS de PASSAGEM HISTÓRICA
PRAXITELESS
e o HUMANISMO na ÉPOCA do HELENISMO
RUBENS e o
HUMANISMO na ÉPOCA do MANEIRISMO
INTI e o HUMANISMO na ÉPOCA PÒS
INDUSTRIAL
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Meu nome é Fernando Lopes, sou professor de Artes em Brasília.
ResponderExcluirDescubri seu blog no ano passado, ao procurar material sobre a Missão Francesa. Percebi grande afinidade entre sua abordagem e aquilo que tenho buscado destacar para meus alunos. Afinidade redescoberta, nesse texto de hoje, sobre Humanismo. Página sobre meu trabalho como ilustrador: https://www.facebook.com/Fernando-Lopes-A-Arte-de-Ilustrar-246870442166449/
Abraço! E obrigado.