quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

142 - ARTE e LIBERDADE em PORTO ALEGRE

O ARTISTA VISUAL nas CIRCUNSTÂNCIAS do RIO GRANDE do SUL:
O ENSINO-APRENDIZAGEM INFORMAL das ARTES VISUAIS em PORTO ALEGRE.


O final do ano de 2015 é um momento oportuno para que a cultura erudita da periferia olhe para os estragos e as conquistas que foram semeados, amadurecem e são colhidos na atual sociedade, economia e política. Sociedade, economia e política  mergulhadas na rede da grande crise mundial  do aqui e do agora.
Fig. 01 –  O artista de rua de Porto Alegre não foge do adágioo artista deve ir para onde está o povo”.  Como produtor independente e autônomo segue as tradicionais condições dos artistas das pequenas repúblicas do Renascimento Italiano.  Ali ele recebe a opinião imediata do seu público e se guia pelo repertório deste. Isto não invalida qualidade e nem significa heteronomia

Em Porto Alegre se alguém está interessado pelos resultados do ENSINO APRENDIZAGEM INFORMAL nas ARTES VISUAIS possui, ao seu dispor, os pintores e artesões da Rua da Praia ou do “Brique” domingueiro da Praça Redenção, entre outros locais.
Na rede mundial o processo do ENSINO APRENDIZAGEM das ARTES ocupa um lugar singular da EDUCAÇÃO HUMANA. De um lado esta EDUCAÇÃO nas ARTES que resulta do FAZER e do AGIR CORPORAL e SENSORIAL na qual todos se sentem ARTISTAS. No outro extremo Leonardo da Vinci agitou a concepção a ”PINTURA é uma COISA MENTAL”. Marcel Duchamp não deixa por menos: o “ARTISTA DEVE IR para a UNIVERSIDADE [1] para sua autonomia, testar, desafiar as suas próprias competências e equiparar-se aos demais profissionais eruditos .



[1] DUCHAMP, Marcel, «L’artiste doit-il aller a l‘université?» in Duchamp du signe. Paris:  Flammarion 1991

Foto Evandro I.G. SANTOS - 2011
Fig. 02 –  O  BRIQUE da REDENÇÂO  é lugar de aprendizagem, de trocas de técnicas e experimentos estéticos Os artistas de Porto Alegre encontraram um lugar de socialização e comercialização de suas obras ao domingos no denominado e administrado pela Prefeitura Municipal Seguem o modelo da feira urbana medieval europeia e como fazíamos artistas nas pequenas republicas italianas do Renascimento.

A ERA INDUSTRIAL impôs, ao artesão, a linha de montagem unívoca e linear. O candidato ao processo do ENSINO APRENDIZAGEM das ARTES VISUAIS teve de se adaptar a passar longos períodos de treinamento para estas tecnologias e concepções da ERA INDUSTRIAL. Mesmo o acesso e legitimação no complexo campo das forças da ARTE tiveram de levar em consideração a linha de montagem unívoca e linear.
Este processo do ENSINO APRENDIZAGEM das ARTES VISUAIS, praticado na ERA PÓS-INDUSTRIAL sofre questionamentos, revisões de novos paradigmas e de projetos diferentes dos moldes do taylorismo. Projetos da ERA PÓS-INDUSTRIAL que possuem à sua disposição um imenso acervo no qual é necessário distinguir a essência.
Fig. 03 –  Constitui uma prática universal a aprendizagem avulsa e individual das práticas e técnicas das artes plásticas junto a um mestre reconhecido como tal. No Rio Grande do Sul esta é a primeira etapa. Não se conhece números e nem estatísticas devido à informalidade deste ensino-aprendizagem. Em Paris é o caso da Academia JULIAN a partir de 1868[1]. Em Porto Alegre este modelo foi praticado pelos ex-alunos da Escola de Artes como Judith FORTES (1896-  e Francisco BRILHANTE (1901-1987)que ensinava a sua arte  em plena rua.   

No paradigma educacional, pautado na maiêutica, o desafio continua sendo o de “descobrir e seguir a si mesmo”. Esta descoberta necessita um tempo e condições sociais, econômicas concretas para poder perceber,  sistematizar tirar e usufruir de alguma lição útil.
 A simples derrapagem conceitual para terreno escorregadio e simplista da “LUTA de CLASSES” já provou à saciedade que os tiranos de hoje são os dominados de ontem, venham de onde vierem.
Assim a presente postagem fixa-se numa SOCIEDADE,  num  TEMPO de uma cidade PERIFÉRICA como PORTO ALEGRE. Cidade, sociedade e tempo ainda dispostos a buscar a sua identidade e seu contrato perceptíveis nas suas obras de arte. SOCIEDADE na QUAL é necessário distinguir a “PESQUISA ESTÉTICA” própria contraposta a uma SINGELA “ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA” do obras de arte alheias.

O ENSINO APRENDIZAGEM das ARTES do RIO GRANDE do SUL  ao MODO da ERA AGRÍCOLA- PASTORIL.
Fig. 04 –   As Missões Jesuíticas seguem a aprendizagem da oficina coletiva medieval e sob as ordens de um mestre ais habilidoso. Ambos trabalham no anonimato e não
 assinam as suas obras nem realizam retrato e muito menos autorretrato. Os artesões indígenas do atual território brasileiro do Rio Grande do Sul  eram provenientes das técnicas da ERA PALEOLITICA e mudança  para o NEOLÌTICA. Os seus mestres estavam conceitual e ferreamente presos ao projeto da PROPAGANDA da FÈ, da Contrarreforma e do Barroco. Ambos não resistiram à luzes da Razão, da dúvida e dos alvores da ERA INDUSTRIAL

As missões Jesuíticas desenvolveram o ensino aprendizagem das artes visuais ao modelo das guildas medievais movidas nos parâmetros da ERA AGRÍCOLA-PASTORIL. Os mestres e aprendizes eram integrados no trabalho anônimo para produzir gigantescos cenários a céu aberto ao modelo das cidades cinematográficas. O artista não produzia retratos individuais, não assinava e nem se responsabilizava pela sua obra, nem algo fora do que era coerente com o projeto da PROPAGANDA da FÉ da Contrarreforma.  Rio Grande do Sul a iconografia vinha pronto da Europa com pequenas adaptações aos materiais locais. O artesanato no âmbito da repetição de obras e temas em série não considerava a criação e a circulação da peça única. Para este processo de ensino aprendizagem pouca importava a qualificação e projeto pessoal ou o nome da artista.
O mesmo pode ser dito da figura e da cultura do GAÚCHO. Ele é inserido na era pastoril e nômade, portanto esta cultura é anterior aos estados da Era Industrial. Assim todos os atuais estados soberanos da bacia do Rio da Prata possuem e exibem variantes desta formação e expressões culturais tão bem como os estados brasileiros desta mesma bacia hidrográfica.   
O Iluminismo e Romantismo encontraram - nos vazios conceituais deixados pela PROPAGANDA da FÉ - um terreno fértil para cultivarem exaltarem o EU do artista como criador “GÊNIO” único.  O Iluminismo e Romantismo  insuflaram  na mente dos estudantes de arte o projeto as práticas da peça única e original. Uma das primeiras expressões desta aprendizagem iluminista e romântica foi o cultivo do retrato e do autorretrato do pintor

Manoel Araújo aos 17 anos (1823) Imagem da ENCICLOPÉDIA SUL-RIO-GRANDENSE. Canoas: Editora Regional, 1957 vol.2 -  p. 119 _ Museu Júlio da Castilhos
Fig. 05 –   O jovem Manoel Araújo PORTO-ALEGRE (1808-1879) nasceu em Rio Prado e veio para a capital. Com a Abertura dos Portos em 1808 vários artistas, técnicos e principalmente comerciantes se porfiavam em apresentar a estética, as técnicas e vender os produtos de arte proibidos como “LUXO” na era colonial. O próprio motivo do retrato e auto retrato torna esta obra do jovem manoel um documento da virada da estética colonial para a soberania brasileira 

O jovem Manoel Araújo Porto-Alegre foi aprendiz da profissão de relojoaria com o mestre Gondret. Conforme Damasceno (1971, pp73/4) ele teve aulas avulsas com Ângelo Ther, Manoel Gentil, João de Deus, José Simeão de Oliveira, Justino Antônio Pinto entre outros, enquanto treinava como autodidata nas artes aplicadas, decoração e cenários.
Com o ensino superior de arte -  ciumentamente  centralizada na capital e sob a supervisão direta do trono – não  restou alternativa para Manuel Araújo do que buscar, em 1827,  o ensino dos mestres da Missão Artística Francesa, aportada ao Rio de Janeiro em 1816. Liga-se a Debret e a Imperial Academia de Belas Artes da qual seria o primeiro diretor brasileiro
Não foi realizado, ainda, um estudo sistemático e coerente de mestres pintores e artesões de passagem pelo Rio Grande do Sul ao longo do Reino e Império Brasileiro. A lista de nomes de professores informais da Manoel Araújo pode fornecer uma pista destes viajantes e eventuais mestres dos pinceis e tintas
Rudolf Herrmann WENDROTH - Praça da Matriz - Porto Alegre  in TOBINO -2007- p 119b
Fig. 06 –  Um acervo de obras de um estrangeiro esteve escondido por mais de um século dos olhares do público. Obras que seguem o modelo da arte autônoma e desvinculada da Igreja e das encomendas oficiais e da burguesia. Num certo sentido as obras de Rudolf Herrmann WENDROTH representam o modelo da atual fotografia de amadores com aparelho digital contra o fotógrafo oficial e com equipamentos de última geração.

ENSINO APRENDIZAGEM ao MODO da ERA INDUSTRIAL da ARTE em PORTO ALEGRE.

A Missão Artística Francesa era formada por mais técnicos industriais do que artistas criadores. Estes técnicos criaram condições para a reprodução de obras de arte dos mestres criadores. Um destes exemplares  de DEBRET convenceu o jovem Manoel Araújo a procurar este mestre do qual viu em Porto Alegre a reprodução do Desembarque da Princesas Leopoldina O múltiplo, o design prévio a entrada, desenvolvimento e saída e o tempo administrado.
Manoel Araújo Porto-alegre após a estadia na Europa ele passou a socializar a sua veia satírica por meio do desenho a ser reproduzido na imprensa. Valeu-se da litografia Em 1857 defendia na Imperial Academia de Belas Artes (IABA) o papel e o estatuto da fotografia na arte e previa o uso da cor.
Eduardo de SÁ (1866-1940)- Castilhos e a Constituição - A Federação 13.07.1915 - in COSTA LEAL 2006 p.264
Fig. 07 –  O Regime Republicano proclamou a SOBERANIA dos ESTADOS FEDRADOS do BRASIL. O Rio Grande do Sul adotou na sua constituição - promulgada no dia 14 de julho de 1891 – uma serie de medidas que acercaram as concepções estéticas da Revolução Francesa do dia 14 de julho de 1789. Esta proximidade conceitual e jurídica favoreceu obras de arte no Rio Grande do Sul  que seguem o modelo da arte francesa.

O regime republicano ao proclamar a SOBERANIA dos ESTADOS, em 15 de novembro de 1889,  alcançou-lhes a Lei nº 173 do dia 10 de setembro de 1893 que permitia a criação de ASSOCIAÇÕES CIVIS por iniciativo de cidadãos. Um destas foi a Associação PEDRO WEINGÄRTNER. Foi um movimento efêmero na forma  de um “Centro Artístico” que se reuniu em novembro 1913, em Porto Alegre, ao redor de uma exposição de obras do mestre  (Doberstein 1999:91). Vários deles eram membros integrantes do CC-ILBA-RS para o desenvolvimento o gosto pelas artes
em 1913 voltou ao Brasil. Passando pelo Rio mostrou vários trabalhos, com excelente repercussão,[8] e em Porto Alegre participou da fundação do Centro Artístico, uma associação que objetivava desenvolver o gosto pelas artes no estado. Após seis meses de sua chegada apresentou, numa exposição organizada pelo Centro, 33 novas pinturas que retratavam os hábitos e personagens típicos do estado https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Weing%C3%A4rtner
O artista e empresário industrial davam-se as mãos e conduziam a sua produção, circulação e venda em paradigmas muito próximos um do outro.
Fig. 08 –  O estudo, oculto da figura e da obra de PEDRO WEINGÄTNER foi muito maior do que qualquer obra didática ou aula que pudesse dispensar a algum discípulo especifico. A sua produção ensina que a obra de arte é primordial neste ensino-aprendizagem.   O desenho acima - devido a Francisco BELLANCA – é uma amostra deste publico fiel ao mestre sem prosélitos.

Pedro WEINGÄRTNER foi um caso notório no processo ensino-aprendizagem da arte pelo fato de não buscar prosélitos,  impor e cobrar a sua estética particular. Esta proximidade entre OBRA de ARTE, sua divulgação e seu ENSINO é evidenciada pela litografia de seus irmãos e a sua indicação de Giuseppe GAUDENZI (1875-1966) - que foi convidado oficial  posteriormente para a Escola Técnica PAROBÉ.  Isto não o impedia de dar aulas noturnas com grupos que ser reunir para aprender Arte ás luzes noturnas de uma academia, mas em pertencer a ela.
José de FRANCESCO (1895-1967)  Paço da Matriz –em 1800  óleo sobre tela 1937   76,0 x 96,0 cm. Pinacoteca Aldo Locatelli
Fig. 09 –  O artista José de FRANCESCO afirmou-se economicamente  pelos seus cartazes para o cinema, a sua tipografia onde imprimiu ente 1927 e 1937 a sua revista “A TELA”. Como memorialista visual  da cidade de Porto Alegre rememora eventos da Praça da Matriz em festa e vista do Theatro São Pedro . O mesmo motivo havia sido pintado um século antes por Rudolf Herrmann WENDROTH  e depois por Francis PELICHEK.

José de Francesco se recordava destas aulas de Pedro WEINGÄRTNER, do ano de 1918, quando , em 1961, ele escreveu[1]:
estava matriculado na Escola de Belas Artes – curso noturno, na classificação entre 25 alunos consegui tirar o 1º lugar, o 2º lugar coube ao hoje consagrado Sotero Cosme, entrei no curso médio, e no 1º parcial de junho já passei  para o curso superior- troncos e bustos. Par o Estudo da Anatomia, cujo professor era o próprio diretor – Libindo Ferraz, os professores de desenho eram Eugênio Latour grande amigo que notara a minha força de vontade, dava-me aulas a parte gratuitamente, outro grande amigo era o Francisco Bellanca, durante vários meses tivemos aula do inesquecível Pedro Weingärtner. Outro professor Antônio [Augusto] Freitas que também seguiu para o Rio de Janeiro”.  1961 - pp.54-55

Este ensino extracurricular noturno - oferecido pela ESCOLA de ARTES do IBA-RS - começou a funcionar em  17 em setembro de 1917. Este CURSO NOTURNO funcionava nas 2ª, 3ª e 6ª feiras  com 10 alunos matriculados sendo os sus professores Luiz A. Freitas e Libindo Ferrás[2]. No ano seguinte estava matriculado José de FRANCESCO. Este, além de pintor, estava ligado a INDÚSTRIA do CINEMA cujas películas distribuía no RIO GRANDE do SUL junto com a revista  A TELA que editou entre 1927 até 1937.



[1] FRANCESCO, José de (1895-1967). Reminiscências de um artista. Porto Alegre; s/editora. 1961 162 p..

[2] - Relatório de 1917 de Libindo FERRÁS. Arquivo do INSTITUTO de ARTES
Fig. 10 –  O cartaz do Salão de Outono de 1925 foi modelado  em relevo por Fernando CORONA e depois reproduzido fotograficamente.   Esta obra deste autodidata não via barreiras ente a ERA do ARTESANATO (baixo-relevo) e a ERA INDUSTRIAL (fotografia). .

Outra Associação republicana de artistas plásticos formou-se no contexto dos artistas, apreciadores e de apoiadores do Salão de OUTONO realizado no prédio da Intendência (Prefeitura) de Porto Alegre entre os dias 24 de maio até 26 de julho de 1925. Associação que nasceu no Baile de Carnaval deste ano. O Salão foi registrado e resenhado pela Revista Máscara ( ano VII, no 7, junho de 1925)
Fig. 11 –  Um cartaz criado por Francisco BELLANCA destinava-se a divulgar, em 1936, uma ASSOCIAÇÃO RIOGRANDENSE de ARTISTAS.  Associação surgida sob as concepções de Ângelo GUIDO e no vácuo da Exposição de Artes do Centenário da Revolução  de 1935 onde este artista fora curador. Ângelo Guido tinha formação na Escola de Artes e Ofícios de São Paulo e sob o enlevo das concepções da revista Klaxon onde um dos seus livros foi resenhado.
  
Dez anos depois do Salão de Outono de 1925 existem, em outubro de 1935, vestígios do projeto da Associação Rio-grandense de Belas Artes – (ARBA) criada no vácuo da Exposição Farroupilha de setembro de 1935.
Fig. 12 –  O cavalete, o quadro e o lápis nas calçadas de Porto Alegre se deve a Francisco BRILHANTE. Com formação erudita e superior na ESCOLA de ARTES do IBA-RS, afama e os títulos nunca lhe subiram e transtornaram a sua cabeça e suas mãos. Além de pintor era exímio fotógrafo. Fiel à sua escolha levou o seu projeto até os últimos dias.


O ENSINO APRENDIZAGEM das ARTES VISUAIS nas ruas de PORTO ALEGRE teve uma decisiva contribuição do artista e fotógrafo  Francisco Brilhante. Sem fazer prosélitos ou criar uma escola formal, o seu ensino era a sua OBRA de ARTE nas condições sociais, econômicas e políticas que a cidade e o seu povo lhe podiam oferecer como retribuição do seu trabalho marcado pela integridade intelectual.
Fig. 13 –  A ASSOCIAÇÂO FRANCISCO LISBOA foi CRIADA, em 1938, PELO PODER CIVIL REPUBLICANA para durar por TEMPO INDETERMINADO. Este arcabouço associativo foi ocupado por uma sucessão de ideologias, estéticas e projetos que não a assaltaram, não a personalizaram ou diminuíram o seu POJETO INICIAL de ORIGEM. Obras que seguem o modelo da arte autônoma e desvinculada da Igreja e das encomendas oficiais e da burguesia.

A Associação Francisco Lisboa é aberta e com estatuto republicano reconhecido nos moldes do Decreto Federal nº 173 de 10.09.1893. Evidente que este formalismo não é suficiente para manter e reproduzir o seu projeto de origem. A prova são as numerosas associações republicanas que usaram este paradigma e sucumbiram na primeira dificuldade. 
Acervo de Ruy Miranda Falcão (1922-1978) aos cuidados de Ana Cecilia Falcão
Fig. 14 –  Uma foto dos membros da  ASSOCIAÇÃO de ARTISTAS PLÁSTICAS ARAÚJO PORTO ALEGRE (AAPA) num encontro em Salvador na Bahia. Financiados pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul, recebidos pelo governo da Bahia e em longa e onerosa peregrinação pelas cidades históricas Minas Gerais cujo governo apoio a  logística de seus deslocamentos não mantiveram o seu projeto de origem. Apenas conseguiram mostrar em Porto Alegre os resultados destas viagens e o organizar uma exposição em Recife.

Nas artes visuais basta citar a ASSOCIAÇÃO de ARTISTAS PLÁSTICAS ARAÚJO PORTO ALEGRE (AAPA)[1]. Ela seguiu todo figurino legal e jurídico, organizou idas às Missões jesuíticas atravessou  o estado de Minas Gerais, trabalhou um mês em Salvador e depois foi ao Pernambuco uma única vez. Mas não resistiu à fama. Os seus estatutos dormem serenos no Cartório Civil de Registro de Pessoas Jurídicas de Porto Alegre onde recebeu o nº 50.022, em 02 de abril de 1948, sem que ninguém os reivindique.
Antes disto o jovem Vasco Pardo, vindo de Uruguaiana, percebeu e no raiar da década de 1940 que ele não se enquadrava na formação institucional do IBA-RS, procurou o mestre Oscar Boeira.  Este estava fora do mercado de arte e atendia estudantes nos quais percebia projeto semelhante ao seu. BOEIRA cultivava - consigo mesmo e com aqueles que se aproximavam dele - o HÁBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL e ESTÉTICA. Ao depositar as tintas sobre as telas como exige a VERDADE da PINTURA ele era coerência ESTETICAMENTE como INTELECTUALMENTE era mestre do traço que conectava estas TINTAS ao mundo do pensamento e das ideias. Bastava ao seu eventual jovem observador transpor este mesmo HÁBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL e ESTÉTICA ao TRAÇO no comando da VERDADE da ESCULTURA. Este projeto de Oscar BOEIRA foi praticado ao longo do resto da vida por Vasco Pardo seu  discípulo ocasional e sem vínculo, patrulhamento ou cobrança institucional.



[1] - ASOCIAÇAO de ARTISTAS PLÀSTICAS ARAUJO PORRO ALEGRE:

VASCO PRADO (1914-1998)  Autorretrato em 1959
Fig. 15 –  O escultor VASCO PRADO escolheu muito cedo a sua autonomia na sua própria formação e foi fiel a esta escolha até os últimos dias. Matriculado no IBA percebeu outros caminhos muito mais difíceis do que acomodação a um paradigma de formação unívoca e linear da ERA INDUSTRIAL. A sua fidelidade à PESQUISA ESTÈTICA PESSOAL -  desenvolvida no ambiente social econômico e político de Porto Alegre-  foi complementar a busca da ATUALIZAÇÂO da INTELIGÊNCIA em ambientes consagrados. Nesta ATUAIZAÇÂO da INTELIGÊNCIA percebeu e assumiu o rigoroso agir que segue o modelo da arte autônoma.

O Clube de Gravura de Porto Alegre[1] foi a oportunidade para que uma série de artistas visuais tivesse um projeto coletivo e uma prática material. Nascido após o projeto unívoco e linear nacionalista do ESTADO NOVO no contexto da retomada dos valores regionais do Rio Grande do Sul. O projeto do Clube de Gravura de Porto Alegre foi prolongado pela ação e pela obra individual daqueles que ficaram conhecidos como “GRUPO de BAGÉ” estudos por Marilene BURTET PIETA[2].
A Escolinha de Arte do Brasil foi um projeto nem civil nem oficial. Escolinhas que não tiveram condições de se institucionalizar de uma ou outra forma e, assim, durar por tempo indeterminado. A maioria das MANTENEDORAS das ESCOLINHAS de ARTE do Rio Grande do Sul seguiu o destino das MANTENEDORAS da Faculdade Palestrina de Porto Alegre o da Escola Santa Cecília de Cachoeira do Sul entre outras. A sua memoria está com os seus agentes e ex-alunos como a maioria das Escolinhas de Arte que se espalharam Rio Grande do Sul afora.
No contraditório a ESPERANÇA no ESTADO NACIONAL está chegando a um ponto crítico no final de 2015. ESPERANÇA distante de qualquer PROJETO CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA que este ESTADO aceita como CONTRATO e DELEGAÇÃO do CIDADÃO AVULSO que desiste do uso das suas mãos e meios para fazer JUSTIÇA. ESPERANÇA corrompida no ESTADO NACIONAL e, muitas vezes, pelo MICRO e MACRO INTERESSE que saqueia indiscriminado e interesseiramente o ESPAÇO PÚBLICO a favor de projetos inconfessáveis,  senão criminosos.
Na verdade trata-se da FALÊNCIA da ESPERANÇA no ESTADO NACIONAL e a gradativa percepção da FALÁCIA do PARADIGMA e do PROJETO sustentado pelos INTERESSES escusos da ERA INDUSTRIAL em franca decadência e retirada tumultuada[3] da cena pública.
Aula de Observação  para estudantes Arquitetura por Fernando Corona in Revista  Projeto nº 4 - de  dezembro de.1949
Fig. 16 –  Um caso singular é de Fernando CORONA. Com a formação escolar  restrita à quarta série primária tornou-se catedrático pelo mérito de sua formação pessoal realizada no TRABALHO das oficinas de canteiros de obras dos quais evolui para a ESCULTURA o DESENHO, o memorialismo e dali para a tese de cátedra.. As suas  obras escultóricas e arquitetônicas pontilham Porto Alegre e o Rio Grande do Sul. Com catedrático renunciou fazer  ESCULTURA para FORMAR ESCULTORES e ARQUITETOS. Formação que ele não teve e da qual se ressentia

Fernando Corona montou e manteve na Casa de Correção de Porto Alegre uma Oficina e um  Atelier de Escultura e depois no Presidio Central[1]. No Hospital Psiquiátrico São Pedro de Porto Alegre manteve um Atelier de ARTE com a ajuda dos seus estudantes e amigos médicos.



[1]  - Atelier no Hospital São Pedro e Presidio Central   fhttp://profciriosimon.blogspot.com.br/2012/02/isto-e-arte-021.html
ig. 07
Fig. 17  –  O CLUBE de GRAVURA de PORTO ALEGRE foi um movimento de artistas autônomos e que não chegou a tomar a formas institucionais republicanas brasileiras. As temáticas e as técnicas das obras de arte deste grupo estavam orientadas pelo CLUBE de Gravura Mexicano e se desenvolveu no contexto das tendências do REALISMO SOCIAL inspirado pelos ideais do Partido Comunista. Nesta linha estava empenhado em materializar em imagens as contradições sociais, econômicas e políticas do seu tempo, lugar e seu povo.

        No inicio da década de 1960 a reunião de grupos interessados em arte reunidos por Iberê Camargo no porão do Theatro São Pedro, em cujo foyer estava instalado o Museu de Arte do Rio Grande, evoluíram para um Atelier Livre. A sua primeira tentativa de preservar esta experiência estética inovadora deu se na Praça XV  no denominado “Abrigo dos Bondes”. Na medida em que esta experiência se institucionalizava e oficializava, migrou para o prédio do Mercado 
Fig. 18 –  Na sua origem o ATELIER LIVRE da PREFEITURA de PORTO ALEGRE foi um resultante de um GRITO e a AÇÂO de IBERÊ CAMARGO. A passagem do tempo este projeto se formalizou e necessitou se render às normas tayloristas da administração pública para sobreviver e reproduzir a essência do GRITO e a AÇÂO de IBERÊ CAMARGO.  Obras que seguem o modelo da arte autônoma e desvinculada da Igreja e das encomendas oficiais e da burguesia.
O Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre não confere títulos e nem diplomas.  Porém ele propicia  experiências gratuitas de pesquisa estéticas e atualizações de inteligência artística. Como tal constitui um tempo, um encontro com pares interessados em Artes Visuais. Ao mesmo tempo ele oportuniza um estágio pessoal para quem possui o projeto de dedicar a sua existência ao campo de Artes Visuais. Inclusive permite dimensionar o sentido de curso ao nível formal e acadêmico numa universidade em Porto Alegre ou alhures. Na  origem do  Atelier Livre a circulação e a formação dos acadêmicos artistas era concomitante e complementar.
O professor Aldo Locatelli mantinha aulas noturnas no IBA-RS abertos também para alunos não matriculados nos cursos superiores. De fato correspondeu a um vasto movimento discente e docente empreendido pela URGS à qual o IBA-RS ainda não pertencia. Um médico cirurgião plástico[1] descreve de uma forma peculiar esta experiência e nas consequências de sua própria cultura estética:
Sempre tive interesse em desenho e pintura e fiquei fascinado com possibilidade de fazer um curso extracurricular de desenho da figura humana com Aldo Locatelli, em carvão sobre papel jornal. Ele observava atentamente meus desenhos, fazendo sugestões e me tratando como futuro artista. Os modelos que pousavam para nós, artistas, recebiam um estipêndio da UFRGS, complementado por uma caixinha dos alunos. Depois de provar o mel inicial, me inscrevi, como alunos graduado em Medicina, na Escola de Arte da UFRGSEly, 2008, pp. 224-226
João FAHRION  (1888-1970)  Retrato de Adolfo STIFFEL 1960 - Pinacoteca IA_UFRGS
Fig. 19 –  Adolfo STIFFEL foi uma figura onipresente nos movimentos artísticos, nas décadas de 1950 e 1960,  de Porto Alegre foi. Sobrevivente de um campo de extermino do Holocausto nazista encontrava nas ARTES e lenitivo destas lembranças infantis. A  simpatia e o retrato dele realizado por João FAHRION pode ser interpretado como uma compreensão surda e reciproca.. João Fahrion foi um mestre silencioso, sem textos ou discurso escritos ou falados. Os argumentos de sua ascensão à catedrático foram o seu desenho, seu traço atento, a simpatia e fidelidade jamais negada de uma esforçada e continuada  formação

ENSINO APRENDIZAGEM da ARTE ao MODO da ERA PÓS-INDUSTRIAL em PORTO ALEGRE.

A ERA PÓS-INDUSTRIAL incorporou todos os meios e infraestruturas que a precederam e sobre os quais se ergue. O artista da ERA PÓS-INDUSTRIAL, no seu processo de ENSINO-APRENDIZAGEM, pode agir como no BAZAR de PLATÃO onde alguém que pretende fundar uma NOVA CIDADE pode escolher entre múltiplos e numerosos paradigmas. 
Elis Regina num grafite do túnel da Conceição de Porto Alegre
Fig. 20 –  A cantora ELIS REGINA  pode ser vista e estudada no contexto da formação autônoma dos artistas de Porto Alegre. Ao libertar dos condicionamentos culturais, sociais e econômicos consagrados na província afirmou a sua formação no limiar da ERA INDUSTRIAL para a ERA PÒS-INDUSTRIAL. A escolha de sua figura para integrar um ciclo de grafites certamente não é gratuita.


O artista aprendiz colocado nas alturas da ERA PÓS-INDUSTRIAL na medida em que possui a sua disposição este universo, também está cercado de abismos nos quais pode despencar a qualquer momento. Mais do que nunca necessita de um projeto pessoal coerente e seguro, estar preso aos contratos que mantém de pé o prédio da ERA PÓS-INDUSTRIAL e exercitar todos os sentidos e a mente aberta aos seus orientadores experientes neste novo terreno estético e intelectual para a humanidade.
 O artista da ERA PÓS-INDUSTRIAL como jamais possui à sua disposição a atualização instantânea da Inteligência e a reprodução condicionada e mecânica de sua obra. Porém no Brasil estes meios numéricos digitais são mera ferramenta como mero usuário.
Reprodução ampliada de obra de Libindo Ferrás - do ano de 1929 - exposta em praça de  Porto Alegre  num outdoor do ano de 2011
Fig. 20 –  A ERA PÓS-INDUSTRIAL vale-se da memória e do acervo de obras do passado  para sua própria PROPAGANDA e MARKETING. Estas obras que seguem o modelo da arte autônoma e desvinculada da Igreja e das encomendas oficiais e da burguesia.

O grande desafio do aprendiz artista da ERA PÓS-INDUSTRIAL é a PESQUISA ESTÉTICA continuada e coerente com o seu TEMPO, seu LUGAR e sua SOCIEDADE.
A opção por um CURSO SUPERIOR de ARTES VISUAIS, mormente numa UNIVERSIDADE - significa um PROJETO SÉRIO na medida em que é necessário entender o CONTRATO, fixando competências e limites tanto para o docente, especialmente para o discente. O sábio aviso de Ado Malagoli de que “ESTUDANTE NÃO FAZ ARTE AINDA” é verdadeiro na medida em que o aprendiz ainda está na heteronomia dos seus mestres. Apesar disto Marcel DUCHAMP é enfático no aviso de que “O ARTISTA DEVE ir para UNIVERSIDADE”, pois ali aprenderá a evidenciar e especialmente lidar com esta HETERONOMIA. Além dos argumentos de DUCHAMP este estudante formal de ARTES encontrará um ambiente no qual existe uma soma de vontades, inteligências e sensibilidades voltadas para a ARTE. Este será um público apesar de todos serem concorrentes transitórios. Este estudante pode encontrar ali, e escolher, UM PROFESSOR (orientador) que tenha vencido, com pleno êxito, esta etapa da HETERONOMIA estética e intelectual.
Cena anônima de ORÇAMENTO PARTICIATIVO das ILHAS do GUAIBA de um fotograma encontrado no LIXO de PORTO ALEGRE
Fig. 21 –  Na medida em que o artista é responsável pelo cultivo do HÀBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL e ESTÈTICA se conduz pelos caminhos da MAIÊUTICA SOCRATICA foge e condena silenciosamente as cenas POLÌTICAS POPULISTAS e PARTICIPATIVOS nos quais os donos do poder de plantão oferecem-se como CULPADOS de TUDO[1]Populismo, desenvolvimentistas e participação de fachada que escondem mediadores e atravessadores que querem DELIBERAR e DECIDIR em NOME do PODER ORIGINÀRIO e da AUTONOMIA do ARTISTA.

O futuro do artista da ERA PÓS-INDUSTRIAL concebendo, produzindo e socializando suas obras no Rio Grande do sul não é bom nem ruim. É consenso de que em arte não existe progresso. Na sua  tese de concurso para o provimento efetivo da cadeira de composição decorativa dos cursos de Pintura e Escultura do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do SuL Porto Alegre Aldo Locatelli (1915-1962)  escreveu, em 1962[2] que:

Arte e Ciência se encontram porque são duas expressões da inteligência humana, mas são dois caminhos bem distintos. Um feito científico se pode aperfeiçoar, ampliar pela continuidade de diversos sábios; uma descoberta abre possibilidades para outras; em Arte não”.


 O caminho que se abre para o artista da ERA PÓS-INDUSTRIAL é de negociação permanente para contatar a sua competência nos estreitos limites das suas circunstâncias cambiantes.  Circunstâncias nas quais ele se propõe manter um mínimo de equilíbrio homeostático em um ambiente sujeito a permanente entropia, recomeços e novos inéditos contratos do artista com as suas circunstâncias.
 O ano de 2016 parece um destes momentos oportunos para que a cultura erudita da periferia atinja um grau intelectual de compreensão do seu aqui e agora, de autonomia da vontade e de sensibilidade para expressar estas circunstâncias vivas e únicas.
Em resumo, o certo é que as ARTES serão os documentos físicos e sensoriais das aspirações e realizações da atual SOCIEDADE, ECONOMIA e POLITICA.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS.
DAMASCENO. Athos (1902-1975) Artes plásticas no Rio Grande do Sul (17551900). Porto Alegre : Globo, 1971, 520 p

 DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. Porto Alegre (1898-1920): estatuária fachadista  e monumental, ideologia e sociedade. Porto Alegre: PUC-IFCH, 1988, 208 f. Dissert.

 ____. Porto Alegre 1900-1920: estatuária e ideologia. Porto Alegre: Secretaria Municipal de Cultura, 1992. 102p.

____. Rio Grande do Sul (1920-1940): estatuária, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre: PUC-Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1999. 377f
DUCHAMP, Marcel, «L’artiste doit-il aller a l‘université?» in Duchamp du signe. Paris:  Flammarion 1991.

ELY, Jorge Fonseca – Imagens de uma vida- Porto Alegre: AGE, 2008, 239 p.

FRANCESCO, José de (1895-1967). Reminiscências de um artista. Porto Alegre; s/editora. 1961 162 p..

LOCATELLI  Aldo  (1915-1962) “Tese de concurso para o provimento efetivo da cadeira de composição decorativa dos cursos de pintura e escultura do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul” – Porto Alegre , em 1962  Correio do Povo. Caderno de Sábado. Volume X, ano V, no 232 Porto Alegre : Companhia Caldas Junior 22 07 1972.

Revista Máscara, Porto Alegre; S/n- ano VII, no 7, junho de 1925
VASCO PRADO: a escultura em traço Porto Alegre: EST edições, 2015, 108 p. ISBN 978-85-68569-10-8

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS.
ACADEMIE JULIAN Paris

ADOLFO STIFFEL


ARTE no 4º DISTRITO de PORTO ALEGRE(2)

ARTISTAS da RUA da PRAIA – Porto Alegre



ATLIER LIVRE de PORTO ALEGRE no ABRIGO dos BONDES da PRAÇA XV de NOVEMBRO – PORTO ALEGRE

Associação PEDRO WEINGÄRTNER (1913)

ASSOCIAÇÂO de ARTISTAS ARAÚJO PORO-ALEGRE

BRIQUE da REDENÂO

Clube de Gravura de PORTO ALEGRE

EDUARDO ABELIN filme sul-rio-grandense  “SONHO SEM FIM”

Grupo de Bagé e a modernidade das artes visuais no Rio Grande do Sul.

JORGE HERMANN
Confluências

GRAFITEIROS da TUNEL da CONCEIÇÂO de PORTO ALEGRE

GUMA- Gumercindo da SILVA PACHECO (1924-2008)


LEI nº 173 de 10 de setembro de 1893 regula criação de associações republicanas  do brasil

FACE BOOK

VASCO PRADO (1914-1998) 



[2]   Correio do Povo. Caderno de Sábado. Volume X, ano V, no 232 Porto Alegre : Companhia Caldas Junior 22 07 1972

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