terça-feira, 8 de outubro de 2019

270 –ARTE RS e o IMPÉRIO no BRASIL


As ARTES VISUAIS no RIO GRANDE do SUL no IMPÉRIO BRASILEIRO e a MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA.
AULA que integra o LABORATÓRIO do CURSO DE HISTÓRIA das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL.   
Dia 17 de outubro de 2019. (14h00-15h00): AUDITÓRIO do MARGS
O projeto cultural-civilizatório do Brasil Império e a relativa equidistância do  RS;  o caso excepcional de Araújo Porto Alegre (Círio Simon)
SUMÁRIO desta AULA

01 – PROBLEMA: O projeto cultural-civilizatório do Brasil Império e a relativa equidistância do Rio Grande do Sul;  02 – DISTINÇÕES: a Arte do  Brasil Colonial, a Imperial e o Rio Grande do Sul Capitania e Província- 03– AGENTES  a Missão Artística  Francesa na Corte brasileira e entrada avulsa de artistas estrangeiros no Rio Grande do Sul.  04– INOVANDO na ARTE: a Missão Artística Francesa inova no estado brasileiro ao incluir a Arte no governo e toma providências para isto   - 05 CENTRALISMO ESTÉTICO: a DIALE TICA entre o CENTRALISMO NACIONAL e DIÁSTOLE frente ao REGIONAL e ao PERIFÉRICO. 06 – DOIS REGIMES em CONFLITO: o Rio Grande do Sul permanece fiel à nação brasileira cercado de regimes republicanos - 07 – UM CASO DE EXEMPÇÃO Manuel Araújo Porto-Alegre. o Barão de SANTO ÂNGELO  -08 O FULGOR do IMPÉRIO em DECLÍNIO:  a construção  de um mito de algo no qual o RIO GRANDE do SUL não foi consultado ou convidado. 09 – OS GRÊMIOS REPUBLICANOS SUL-RIO- GRANDENSES o artista como CIDADÃO em vez de SÚDITO e os seus recursos estéticos 10 – NOVOS PROJETOS e INSTITUIÇÕES com a MATRIZ REPUBLICANA e CIDADÃ.

01 – PROBLEMA: O projeto cultural-civilizatório do Brasil Império e a relativa equidistância do Rio Grande do Sul

O poder simbólico e civilizatório das ARTES esteve na origem dos atuais ESTADOS NACIONAIS.  A ERA INDUSTRIAL procurava transferir para as GRANDES MASSAS POPULARES que CONSUMIAM os PRODUTOS das MÁQUINAS. Os ESTADOS NACIONAIS que surgiram e ao longo do século XIX  se afirmaram na medida que eram reservas de matérias primas e um mercado cativo para as MÁQUINAS dos ESTADOS NACIONAIS que lideravam a ERA INDUSTRIAL emergente.
O ESTADO NACIONAL BRASILEIRO afirmou-se com a decidido apoio  INGLÊS que liderava a ERA  INDUSTRIAL MUNDIAL Na CULTURA e na POLITICA apoio era buscada na  FRANÇA onde  a ERA  INDUSTRIAL tinha raízes firmes. A MÃO de OBRA ESPECIALIZADA e TÉCNICA veio dos  ESTADOS de LINGUÁ ALEMà que cedo passou a sua CULTURA para os paradigmas da ERA  INDUSTRIAL mandando a sua OBRA de OBRA OCIOSA para o BRASIL 
PORTO-ALEGRE num desenho de JEAN BATISTE DEBRET  que denominou a obra de PARANAGUA
Paranaguá. Jean-Baptiste Debret; aquarela sobre papel; 10 x 36 cm; c. 1827. Museus Castro Maya, Rio de Janeiro. Fonte: http://museuscastromaya.com.br/colecoes/brasiliana/.
Fig. 01 - O equivoco de Debret - ou de quem imprimiu em Paris uma das suas obras - ao trocar o nome de PORTO ALEGRE por PARANAGÁ fornece um índice da pouca importância para a MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA pelo RIO GRANDE do SUL   A origem desta imagem, uma das hipóteses, - da qual ainda não se tem prova -  é que Manuel ARAÚJO PORTO-ALEGRE tenha feito um desenho e que  levou ao seu orientador DEBRET da cidade da qual adotou e levava o nome. O litógrafo ou próprio DEBRET tenha dado este titulo equivocado,
Pode-se levantar a hipótese que a troca desta identificação tenha sido intencional diante das frequentes ameaças que a capital da CAPITANIA sofria do lado platino e mesmo interno dos FARROUPILHAS prontos a atacar
,
O BRASIL mandou para o RIO GRANDE do SUL os colonos AÇORIANOS. Reforçou este contingente lusitano com a COLONIZAÇÃO de fala GERMÂNICA.
  No entanto reforçou MILITARMENTE as fronteiras SUL_RIO-GRANDENSES com o um ROSÁRIO de QUARTEIS. Deixou de lado a construção das onerosas fortalezas físicas, tornadas obsoletas pelas ARMAS  produzidas em série palas MÁQUINAS da ERA INDUSTRIAL. Transferiu expressivos contingentes armados por ARMAS e equipamentos militares produzidos em série pelas MÁQUINAS da ERA INDUSTRIAL.  Cedeu as TERRAS do território CONQUISTADO das ANTIGAS MISSÕES para MILITARES que transformaram cada FAZENDA e em extensão do ROSÁRIO de QUAREIS estrategicamente distribuídas ao longo desta perigosa fronteira. Tão perigosa que foi alvo e defesa  no avanço da tropas PARAGUAIAS   em 1865.
Esta somatória de perigos deu pretexto para  alguns gaúchos em disponibilidade espalharam uma imagem do sul-rio-grandense violento e estava em permanentes guerras. Athos Damasceno rebateu  este argumento afirmou(1971, p.449) [1]  que: 
certamente, as lutas que tivemos de sustentar desde os tempos recuados da Colônia, na defesa de nosso território e na fixação de suas fronteiras, em muito entorpeceram e retardaram nosso processo cultural. Não, porém, tanto quanto seria natural que ocorresse, uma vez evidenciada historicamente a belicosidade crioula, arrolada por aí, com um abusivo relevo, entre virtudes que nos compõem a fisionomia moral. Nossa história está realmente pontilhada de embates sangrentos. Mas lutas e guerras não foram desencadeadas por nós, senão que tivemos de arrostá-las compelidos pelas circunstâncias. Nunca deixamos de ser um povo amante da paz. E, em nossos anseios de construção, sempre desejosos dela. Tropelias e bravatas de certos gaúchos em disponibilidade forçada, não têm o menor  lastro Histórico:  pertencem aos domínios da anedota que os próprios rio-grandenses exploram, com malícia, para a desmoralização daqueles que o fazem, com  malignidade.
Certamente  Athos Damasceno estava munido de um vasto material[2] que provava  o contrário por meio de uma larga criação estética ocorrida ao logo do REGIME IMPERIAL no RIO GRANDE do SUL. Para as ARTES VISUAIS, deste período,  ele reservou a sua mais extensa obra que publicou em 1970[3] já no apogeu de sua vida[4] e que dedicou TASSO CORRÊA[5] um sul-rio-grandense nascido em URUGUAIANA a única cidade fundada pelos FARROUPILHAS.
 A ARTE praticada no Rio Grande do Sul permaneceu equidistante do REGIME IMPERIAL e da CHAMA ACESA REPUBLICANA. No sentido geográfico a distância do Rio da Prata e os seus centros republicanos, era menor do que do Rio de janeiro e a sua CORTE IMPERIAL.

02 –  DISTINÇÕES: a Arte do  Brasil Colonial, a Imperial e o Rio Grande do Sul Capitania e Província

Dois séculos após a vinda da corte lusitana ao Brasil, do contrato da  MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA e da lúcidos estudos e publicações do CORREIO BRAZILIENSE do sul-rio-grande HIPÓLITO JOSÉ da COSTA e possível afirmar que INDEPENDÊNCIA BRASILEIRA “NÃO FOI NO GRITO”[6] do RIACHO IPIRANGA.
Nas ARTES VISUAIS a passagem pra a SOBERANIA NACIONAL BRASILEIRA significou DISTINÇÕES entre as EXPRESSÕES ESTÉTICAS do PERÍODO COLONIAL e aquela do BRASIL SOBERANO,
No sentido amplo. as EXPRESSÕES do PERÍODO COLONIAL   eram atividades que não faziam DISTINÇÕES e nem tinham limites ESTÉTICAS entre ARTESANATO UTILITÁRIO. Enquanto o período POLÍTICO SOBERANO BRASILEIRO DISTINGUE as ARTES NOBRES praticadas -  LIVRE e SOBERANAMENTE - por QUEM de FATO GOSTAVA de ARTE e sem ser OBRIGADO a ISTO. Esta SOBERANIA impulsionava o artista criador para o TERRITÓRIO  LIVRE e POTENCIAL da PESQUISA ESTÉTICA própria e local. O resultado desta LIVRE PESQUISA ESTÉTICA instaura potência própria para as ARTES APLICADAS se valerem  das “ARTES NOBRES”[7] e PRESTIGIOSAS para CRIAR OBRAS no interior desta TENDÊNCIA ÚNICA e PRÓPRIA. NO BRASIL estava ao dispor da PESQUISA ESTÉTICA a matéria prima, indígena, africana e da própria criação popular marginal às imposições estéticas  das normas coloniais. No entanto tido isto era POTENCIAL.
Na prática o NOME do ARTISTA, a sua ASSINATURA e a POSSE AUTORAL e FÍSICA da OBRA, entraram no BRASIL sob a influência e exigência  da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA.
Para quem quisesse se dedicar a PESQUISA das ARTES NOBRES havia a necessidade de gerar um conhecimento próprio, social, econômico e jurídico. PESQUISA para um exercício espinhoso de uma VONTADE PRÓPRIA e DECIDIDA a enfrentar o  contraditório de CONCORRENTES com SENTIMENTOS e GOSTOS CONTRÁRIOS. Isto significava uma ESCOLA de ARTES[8] e qualificadora semelhante aos demais CAMPOS de SABER ERUDITO[9]
 Na prática esta exigência era para alguns raros brasileiros vindos de um oceano de 95% de analfabetos e u mar de 50% de escravos submetidos de mentes, de vontades e de sentimentos em corpos onde se duvidava que estivesse uma “ALMA”  



[1] - DAMASCENO, Athos. Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900)  Porto  Alegre :  Globo, 1971. 540p.

[2] DAMASCENO. Athos (1902-1975) Colóquios com minha cidade. Porto Alegre : Globo, 1974,  203 p..
--Jornais críticos e humorísticos de Porto Alegre no século XIX -  1944
---Fotógrafos em Porto Alegre no século XIX  1947
--Palco, salão e picadeiro em Porto Alegre no século XIX.  Porto Alegre : Livra. Do Globo 1956
--Sociedades literárias de Porto Alegre no século XIX: fundamentos da Cultura Sul-Rio-Grandense  1952
-mprensa caricata do Rio Grande do Sul no século XIX  1962
--O Carnaval porto-alegrense no séc. XIX 1971

[3] DAMASCENO. Athos (1902-1975) Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre : Globo, 1971, 520 p

[6]  BLOG “NÃO FOI NO GRITOhttps://naofoinogrito.blogspot.com

[7] Pra entender o conceito de “ARTES NOBRES” na concepção da MISSÂO ARTISTICA FRANCESA aconselha-se ler a
 CARTA de LE BRETON ao CONDE da BARCA
[8] Argumentos da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no BRASIL para a existência de uma ESCOLA DE ARTES NOBRES e outra para os OFÍCIOS  http://profciriosimon.blogspot.com.br/2016/03/162-missao-artistica-francesa-no-brasil.html

[9] O ARTISTA DEVE IR para a UNIVERSIDADE (Marcel DUCHAMPA)
Fig. 02 No mapa do ano de 1834 de DEBRET, também impresso em Paris, percebe-se a estreita faixa lacustre e litorânea que formava o território da Capitania depois Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Metade do atual território do Rio Grande do Sul continuava indefinido em 1834.pesar da campanha da “GUERRA GUARATICA”[1] e dos deslocamento das populações restantes[2] para um dos confluentes do GUIABA. .  O Brasil conquistou pelas armas BANDA ORIENTAL a partir de 1816 e a transformou em PROVÍNCIA CISPLATINA e MONTEVIDÉU Este protetorado brasileiro sob a designação de PROVÍNCIA CISPLATINA durou até a década de 1830. Os habitantes deste protetorado conseguiram redigir e aprovar uma CONSTITUIÇÃO em 1832 quando o URUGUAI se declarou uma nação soberana. Este gesto foi imediatamente reconhecido pelo Brasil e pelos Estados Unidos como nação soberana, Com este reconhecimento permitiu ao Rio Grande do Sul tomar o seu formato atual e que foi defendido arduamente pelas tropas republicanas  farroupilhas.

O RIO GRANDE do SUL estava submetido politica, militar, religiosa e intelectualmente ao  NÚCLEO do PODER CENTRAL BRASILEIRO. Como uma CAPITANIA de CONQUISTA e de ALTOS INVESTIMENTOS para tal, as condições políticas, econômicas, militares, religiosas e intelectuais eram ainda mais rígida e zelosamente vigiadas.
  A passagem da CAPITANIA para a condição de PROVÍNCIA mergulhou o passado colonial sul-rio-grandense num esquecimento das frustradas experiências estéticas das MISSÕES JESUÍTICAS e uma rigorosa vigilância par este “exagero estético” não se repetisse
De fato, a REVOLUÇÃO FARROUPILHA foi um alto e forte protesto coletivo contra as condições politicas, econômicas, militares, religiosas e intelectuais eram ainda mais rígida e zelosamente vigiadas pelo NÚCLEO do PODER CENTRAL BRASILEIRO
As tênues concessões feitas pelo PODER CENTRAL  aos FARROUPILHAS, em 1845,  mostraram a sua eficiência 20 anos depois na GUERA do PARAGUAI .
Na prática as mobilizações FARROUPILHAS e  a GUERRA do PARAGUAI reforçaram a chama do REGIME REPUBLICANO.SUL-RIOGRANDENSE. O PÁRTENON LITERÁRIO[3], os GRÊMIOS REPUBLICANOS confluíram para o PARTIDO REPUBLICANO e diretrizes do JORNAL a CONFEDERAÇÃO estimularam os ARTISTAS VISUAIS a sair da CONDIÇÃO ECLÉTICA de SÚDITOS IMPERIAIS para as QUESTÕES ABERTAS que um CIDADÃO REPUBLICANO enfrenta com convicção, argumentos e obras que faz circular sem temer censura e se importando pouco do censo comum de aprovação ou de reprovação. Sem envolver os “CULPADOS de seu EXITO ou de seu FRACASSO” este CIDADÃO REPUBLICANO sabe do PREÇO que o seu ENTE deve de pagar pelo seu modo de SER. Este CIDADÃO ARTISTA sabe que em ARTE, em POLITICA e no ESPORTE não é possível pedir perdão pelo fracasso. Resta-lhe a opção de recomeçar e superar o tropeço com uma OBRA digna deste nome..

Nesta linha os ARTISTAS VISUAIS SUL-RIO-GRANDENSES não esperam pelo favorecimento nem querem serem favorecidos. Escolheram livremente, lutaram e mesmo com magros retornos provam todos os dias e em cada obra “QUE a ARTE é PROVENIENTE POR QUEM PRODUZ; não desistem mesmo que a repercussão seja por momentos passageiros pois sabem que este retorno é coerente com as condições de educação, a técnica dependente condição geral da sociedade presa às necessidades básicas não resolvidas.

03 –  AGENTES:  a Missão Artística Francesa na Corte brasileira e a entrada avulsa de artistas estrangeiros no Rio Grande do Sul.

Os integrantes da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA foram recebidos  pelo NÚCLEO do PODER CENTRAL BRASILEIRO. Como tais integravam a CORTE REAL e depois a CORTE IMPERIAL. Eram remunerados como cortesões ao estilo do que acontecia na corte francesa e antes nas cortes do Renascimento Italiano.
Nesta condição os membros da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA tinham contatos apenas mediados e filtrados com as Províncias Brasileiras. Cabia aos representantes da       s províncias atrair e subsidiar os candidatos à IMPERIAL ACADEMIA de BELAS ARTES (IABA).
O Rio grande do Sul subsidiou e apoiou Manuel Araújo Porto-alegre, enquanto a Província de Santa Catarina apresentou e apoio Vitor Meireles e a Paraíba a Pedro Américo para citar os mais conhecidos



[1] GOLIN, Tau. A Guerra Guaranítica: como os exércitos de Portugal e Espanha destruíram os Sete Povos dosjesuítas e índios guaranis no Rio Grande do Sul. (1750-1761).    Passo Fundo : PUF e Porto Alegre : UFRGS,   1998, 624

[2] LANGER , Protásio Paulo. A Aldeia Nossa Senhora dos Anjos: a resistência do guarani  missioneiro no  processo de dominação do  sistema luso. Porto Alegre : EST, 1997, 128 p

[3] MACHADO, Antônio Carlos «Breve História do Partenon Literário » in Revista do Museu  Júlio de Castilhos e Arquivo Histórico do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre : Secretaria de Educação e Cultura, 1956,  pp. 111/125.

Friederich SELLOW (1789-1831) índia de nome Maria-Eusébia de São Luís Gonzaga RS no Brasil - em 1825
Fig. 03  O jovem Friderich SELLOW (1789-1831)  esteve, entre 1818 e 1826 em várias expedições naquilo que restava dos SETE POVOS na época com profundas relações com a cultura platina através da PROVÌNCIA CISPLATINA sob o protetorado do Império Brasileiros SEELOW observou e desenhou  vários retratos de indígenas estava integrado com uma MISSÂO CIENTIFICA sem vínculo com a MISSÃO ARTISTICA FRANCESA
..
O Rio Grande do Sul tinha mais facilidade e oportunidades de contatos com as novas  repúblicas do Rio da Prata do que com a corte IMPERIAL fechada do Rio de Janeiro. As grandes fazendas de criação extensiva de gado transitavam livremente de um lado da fronteira pois possuíam propriedades dos dois lados[1].



[1] Estas posses nos dois lados é cumm  ainda comum em pleno século como na exílio de vários políticos brasileiros, uruguaios e argentinos Aparece na familia de Otavio CORRÊA em LIKS, AfonsoOtavio Corrêa o civil dos 18 de Forte de Copacabana Porto Alegre; Quatro Projetos, 2016, 144 p. il


Fig. 04 – A hipótese de mapas com despistes por meio de localizações falsas de cidades que se consideram estratégicas talvez caiba ao mapa do BRASIL de DEBRET, impresso em Paris, no ano de 1834. Está fora de dúvida que havia interesses em vários países industrializados, em grupos insatisfeitos e em aventureiros como Giuseppe GARIBALDI e capazes de aventuras militares na Bacia do Rio da Prata. Assim a Argentina foi invadida doze vezes por expedições militares de origem inglesas maiores ou menores. As ilhas MALVINAS são reclamadas destas expedições britânicas até ´dia de hoje assim não é fora de proposto. a hipótese a se cpmprovar ainda PORTO ALEGRE é de a gravura seja um desenho


Este território era palmilhados por mascates e viajantes estrangeiros ávidos para descobrir clientes de produtos industrias de suas pátrias de origem.
Poucos deixaram registros e ainda mias impresso como Arsène ISABELLE[1]. Este encontrou, em São BORJA, um irmão de INGRES. Outras expedições partiram do Rio de Janeiro paras esta região como a de SAINT-HILAIRE[2]. As diversas incursões das expedições na quais ia o jovem Frederic SEELOW parece que preferiam entrar pelos rios que formam o Estuário do Prata, Não se pesquisou ainda o material deste desenhista que pereceu precocemente e cujos desenhos estão depositados oi MUSEU de CIÊNCIAS NATURAIS de BERLIM.
Assim parece crescer o mérito de Manuel ARAÚJO PORTO_ALEGRE em procurar a MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no âmbito do NÚCLEO do PODER CENTRAL BRASILEIRO para o convívio e aprendizagem nas ARTES com este grupo seleto de artistas da CORTE NAPOLEÃO BONAPARTE e com estreitos contatos com os irmãos HUMBOLDT 

04 –  INOVANDO na ARTE: a Missão Artística  Francesa inova no estado brasileiro ao incluir a Arte no governo e toma providências para isto   

É indiscutível o grande mérito dos integrantes da  MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA que constituiu em colocar as ARTES no âmbito do NÚCLEO do PODER CENTRAL BRASILEIRO. Tomaram todas as providências que estava ao seu alcance para tornar irreversível e por tempo indeterminado a presença da
Ao longo do  REGIME COLONIAL esta função das ARTES  era da competência da IGREJA e das IRMANDADES enquanto os PALÁCIOS e as REPARTIÇÕES PUBLICAS permaneciam na austeridade



[1] ISABELLE, Arsène (1806-1888) Viagem ao Rio Grande do Sul ( tradução de Teodomiro Tostes)  Brasília: Senado, 2006, 349 p http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/188907

[2] SAINT-HILAIRE, Auguste (1779-1853) . Viagem ao Rio Grande do Sul Belo Horizonte: Itatiaia, 1999, 215 p.,

Fig. 05  - DEBRET tinha ao seu dispor uma rica população do Sul do Brasil que se locomovia até do Rio de Janeiro a capital do Reino e a corte, Esta população do extremo Sul do Brasil em trânsito  O longo silêncio em relação à OBRA de JEAN BAPTISTE DEBRET. Esta obra, profundamente voltada ao povo brasileiro, ao escravo e ao indígena, não era exatamente o que uma mentalidade IMPERIAL estava procurando ou um modelo para ser estudado e ensinado na IABA

O povo em geral era mantido longe das ARTES e da CRIATIVIDADE que pudesse despertar alguma identidade diversas do PODER CENTRAL BRASILEIRO. A população era entretida com eventos e espetáculos sob rigoroso controle de tudo aquilo que pudesse descambar para qualquer questionamento do PODER COLONIAL. PODER IMPLACÁVEL na qual a ritualização das FOGUEIRAS da SANTA INQUISIÇÃO e JUSTIÇAMENTO das PENAS CAPITAIS e AÇOITES PÚBLICOS reforçava este PODER COLONIAL inquestionável.
Assim era temerária qualquer manifestação estética sobre a qualquer pudesse pairar as mais leves sombras adversas ao PODER da “MESA da CONSCIÊNCIA”, ou o “NIHIL OBSTAT” do BISPO e dos MINISTÉRIOS da JUSTIÇA da “SANTA INQUISIÇÃO” .
Diante deste quadro COLONIAL SOMBRIO cabe grande mérito aos integrantes da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA de colocar AS ARTES no âmbito do NÚCLEO do PODER CENTRAL BRASILEIROS

05 – CENTRALISMO ESTÉTICO a DIALÉTICA entre o CENTRALISMO NACIONAL e DIÁSTOLE frente ao REGIONAL e ao PERIFÉRICO

O REGIME IMPERIAL BRASILEIRO foi um concessão à FAMÍLIA BRAGANÇA e aos NOBRES PORTUGUESES que não perdiam nem titulo nobiliárquico, nem posses  e muito menos a sua MÃO de OBRA ESCRAVA. Este  REGIME IMPERIAL ocupou 67 anos da vida soberana do BRASIL.
 Hábil na propaganda dos seus eventuais FEITOS e em esconder a FALTA de um VERDADEIRA  BASE de uma ERA INDUSTRIAL. Apoiava a sua ECONOMIA nas “MÁQUINAS” que eram de fato as “PEÇAS” escravas que plantava, colhiam e moviam o transporte dos produtos da NATUREZA BRUTA 
Alfred Demersay (1815-1891)[1], Ruínas da Igreja de São MIGUEL em 1846.

Fig. 06  - A presença de artistas avulsos europeus no Rio Grande do Sul ao longo do REGIME IMPERIAL e sem vínculos com a MISSÃO ARISTICA FRANCESA mostra a abertura para estes viajantes na maioria das vezes vindos do Rio da Prata, As capitais platinas ficam mais acessíveis para população do extremo Sul do Brasil, como eram visit ados por artistas europeus. Tanto de um lado como do outro circulavam as ideias republicanas especialmente nas atividades artísticas no “GRAND TOUR” pelo mundo sem se fixar em lugares exóticos,
  
No entanto esta hábil da propaganda dos seus eventuais FEITOS necessitava de um RÍGIDO CONTROLE ESTATAL, UNIFORME e CENTRAL no TRONO REAL e IMPERIAL. As numerosas revoltas, ocorridas ao longo do REGIME REINO UNIDO e IMPERIAL dizem deste questionamento do CENTRALISMO. A maioria destas revoltas aspirava, ao REGIME REPUBLICANO na senda apontada pelos INCONFIDENTES MINEIROS.
Nas ARTES VISUAIS é visível e palpável este RÍGIDO CONTROLE ESTÉTICO CENTRAL. Os candidatos a ARISTAS CRIADORES E ORIGINAIS deviam ir para corte e para a IMPERIAL ACADEMIA de BELAS ARTES. O resultado mais visível deste centralismo é perceptível na TENDÊNCIA ESTÉTICA UNIFORME do NEO CLÁSSICO introduzida no BRASIL em oposição à TENDÊNCIA ESTÉTICA UNIFORME anterior do BARROCO COLONIAL

06 – DOIS REGIMES em CONFLITO: o Rio Grande do Sul permanece fiel à nação brasileira cercado de regimes republicanos

     O REGIME IMPERIAL tinha toda força legal e governamental no Rio Grande do Sul apesar de uma crescente insatisfação com este sistema que orbitava ao redor do trono imperial. Esta insatisfação era sufocada, chantageada e coagida a pagar altos tributos e receber encargos econômicos, militares e políticos e miseras migalhas culturais que eram mais para os já abonados do que a população em geral. Assim o sonho de um  REGIME REPUBLICANO era cada vez mais REAL e com o crescente números de adeptos



[1] DEMERSAY Alfred  (1815-1891)   https://fr.wikipedia.org/wiki/Alfred_Demersay

Pinacoteca Aplub – Porto Alegre – presumido retrato de Evaristo da Veiga por Araújo Porto -alegrE
07 – Evaristo da VEIGA (1799-1837)[1] foi um dos apoiadores da carreira e um dos patronos na corte de Manuel ARAÚJO PORTO-ALEGRE. O jornalista e tribuno conseguiu apoio e subsídios - do trono imperial e do Regente Feijó - para que o candidato a artista pudesse acompanhar o seu mestre Jean Baptiste DEBRET na sua volta e atividades em Paris e seguir o seu irmão François DEBRET[2] arquiteto de prédios de teatro por toda a Europa   Ainda restas dúvidas e falta documentação para que a obras acima, pertencente ao acervo da PINACOTECA APLUB seja de faro o retrato de Evaristo da VEIGA. Caso fosse, seria mais um reforço à tese de Afonso Carlos MARQUES doo SANTOS [1] de um projeto CIVILIZATÓRIO em GESTAÇÂO  em consequência da Missão Artista a Francesa

O que deve ser consignado a favor da Província Imperial do Rio Grande do Sul é permanecer fiel à nação brasileira cercado de regimes republicanos. Esta fidelidade se evidenciou especialmente em Porto Alegre e nas cidades mais desenvolvidas como Rio Grande e Pelotas.
Se esta fidelidade tinha um alto preço não era menor a expressão de que desejava oficialmente uma mudança significativa de regime.
O espírito combativo, enérgico e reto de Manuel ARAÚJO PORTO-ALEGRE sofreu muito com na própria corte do Rio de janeiro com a burocracia, as interferências indevidas nas ARTES de pessoas em grande preparo para a carga simbólica, administrativa e educacional da Imperial Academia de Belas Artes da qual foi estudante, bolsista professor e diretor.
Ao perceber a inutilidade de seus esforço renunciou sem antes deixar um ESTATUTO que é elogiado até os dias atuais como são as suas observações nas reuniões  dos professores da IABA
Acervo do MUSEU DE ARTE do RIO GRANDE do SUL
Fig. 08  - Manuel ARAÚJO PORTO-ALEGRE  iniciou a sua vida como pintor de cenários para teatros.. Em Paris acompanhou DEBRET  e conviveu com seu irmão François DEBRET (1777-1850) construtor de teatros.

07 – UM CASO DE EXEPÇÃO:  Manuel Araújo Porto-Alegre, o Barão de SANTO ÂNGELO

O discípulo da maior projeção, carreira e êxito da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA foi Manuel Araújo Porto-Alegre O seu vigor, audácia e múltiplas iniciativas estéticas são admirados até os dias atuais em todo território nacional. Não pode fazer muito pela sua PROVÍNCIA de origem como também os seus dois discípulos prediletos Vitor MEIRELES pouco fazer por SANTA CATARINA nas ARTES, ou PEDRO AMÉRICO pela sua PARAÍBA natal.
No entanto os ESTADOS REPUBLICANOS da PARAÍBA, de SANTA CATARINA e do RIO GRANDE do SUL possuem u verdadeiro culto pela memória destes artistas fieis ao TRONO e a CORTE IMPERIAL.
De um lado estes três luminares para o BRASIL e os seus ESTADOS de origem merecem este destaque devido aos seus méritos de se submeter a esta rigorosa seleção, conduzir projetos pessoais e sua sólida obra. De outro tanto a multidão burocrática tanto no regime IMPERIAL depois REPUBLICANA denunciam a falta de uma VERDADEIRA BASE de uma ERA INDUSTRIAL BRASILEIRA.
VERDADEIRA  BASE de uma ERA INDUSTRIAL BRASILEIRA embutida no PROJETO da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA. Na carte de LE BRETON a DOM JOÃO VI ele sugere “DUAS ESCOLAS”. Uma para as ARTES NOBRES e OUTRA para ARTES E OFICIOS. A das “ARTES NOBRES” foi IMPLANTADA imediata e definitivamente sem teste ou experiência alguma e sobre uma NAÇÃO de ANALFABETOS e ESCRAVOS. Mereceu esta pressa pois era uma REPARTIÇÃO BUROCRÁTICA onde uma classe ociosa queria empregos. Dai o desgosto de Manuel ARAÚJO PORTO-ALEGRE.
Só na segunda metade do século XIX veio ao mundo o “LICEU de ARTES e OFICIOS”[1]. O trabalho com as mãos era sinal evidente de classe baixa, proletária e sem perspectiva política.



[1] Iniciativa de Francisco Joaquim BETHENCOURT que abriu o Liceu no dia 23,11.1856

Porto Alegre – Colégio Santa Teresa – MorroSanta Teresa Projeto, em 1848.  de GRANDJEAN MOMONTUGNY
Fig. 09  - TERMINADA a REVOLUÇÃO FARROUPILHA o jovem imperador Dom Pedro II visitou Porto Alegre. Uma das providências foi criar o COLÈGIO SANTA TERESA, pelo Decreto nº 438, do dia 02.12.1854,. para as meninas órfãs surgidas no conflito conforme SCHNEIDER[1], 1993, p 74  O projeto do prédio coube Auguste GRANJEAM MONTIGNY (1775-1850) um dos membros originais da MISSÂO ARTÍSTICA FRANCESA de 1816.

08 – O FULGOR do IMPÉRIO em DECLÍNIO:  a construção de um mito de algo no qual o RIO GRANDE do SUL não foi consultado ou convidado

O fulgor de um FIM de um DIA e do POR do SOL são espetáculos naturais admiráveis. O mesmo esplendor reveste o final de um ERA, de um IMPÉRIO ou de uma CASA em DECADÊNCIA.  SÊNECA[2] foi implacável com a descrição das multidões que acompanham ávidas por um migalha ou um último fulgor  dos  patrimônios arduamente conquistados numa etapa anterior.
Constrange-me o ânimo quando vejo a aparência de alguns destes pedagogos, esses escravos vestidos com o maior capricho e com mais ouro do que em dia de procissão, este exército resplandecente de servos em  casas nas quais se pisam sobre precisas alfombras, nas quais a riqueza está por todas as partes, os tetos são refulgentes e onde sempre existe esta multidão que acompanham os patrimônios que que se dissipam
Um dos momentos mais emblemáticos deste  fulgor de um FIM no Brasil foi o episódio do “ BAILE da ILHA FISCAL” [3] nas vésperas do POR do SOL do REGIME IMPERIAL BRASILEIRO. Este Baile eternizado nas tintas de Aurélio FIGUEIREDO irmão de Pedro Américo mostra uma das razões da queda deste IMPÉRIO.
   Nas províncias do IMPÉRIO BRASILEIRO repentinamente transformadas em “ESTADOS SOBERANOS” pelo Decreto Nº 01 da REPUBLICA[4] estas luzes "refulgentes e onde sempre existe esta multidão que acompanham os patrimônios  que se dissipam" e iluminaram projetos de palácios, criaram cargos e funções que se arrastaram até o final da dita “REPÚBLICA VELHA”. A REVOLUÇÃO de 1930 teve de ser feita devido a estes hábitos, títulos, e esbanjo suntuários que vieram do IMPÉRIO BRASILEIRO atravessaram 41 anos de REGIME REPUBLICANO e cuja mentalidade se incorporou definitivamente no corpo social, político e econômico sem deixar trégua ao bem geral da NAÇÃO BRASILEIRA,



[1] SCHNEIDER, Regina Portella. A Instrução Pública no Rio Grande do Sul (1770-1889) Porto Alegre ;    UFRGS. 1993 496 p..

PROJETO ORIGINAL do HOSPITAL SÂO PEDRO
Fig. 10  -  O imenso prédio do hospital psiquiátrico São Pedro foi concebido nas normas do Neoclássico. Chegou a abrigar 6.000 pacientes Concebido e construído logo após a Guerra do Paraguai e inaugurado pela Princesa Isabel inscreve-se na campanha do REGIME IMPERIAL para dar visibilidade as suas realizações espetaculares. Inicialmente destinado para toda a população do extremo Sul do Brasil este prédio esta tombado e os pacientes são atendidos e internados em clínicas e residências espalhadas pela cidade e  no interior
Num olhar mais amplo e mundial este período corresponde a um dos apogeus da ERA INDUSTRIAL na qual se gastava muito além da conta e da economia. Os modelos suntuários se espalharam pelo mundo depois do PALÁCIO do CRISTAL e a EXPOSIÇÕES UNIVERSAIS na EUROPA e na AMÉRICA. Inclusive Porto Alegre hospedou um destes eventos no ano de 1881[1].
 Diante do feroz avanço da força das MÁQUINAS e da nova logica imposta pela ERA INDUSTRIAL TRIUNFANTE a humanidade teve de empreender significativas mudanças.  A confiança no indivíduo como cidadão, capaz de seguir e honrar os seus contratos públicos e particulares nem sempre correspondiam às competências e limites  a verdade social, econômica e politicas.
Fig. 11  - A escadaria do prédio do hospital psiquiátrico São Pedro. Uma amostra das técnicas construtivas e especificamente da serralheria concebida nas normas do Neoclássico A grande lotação deste hospital faz pensar nas estreitas normas de comportamento padrão sociais, morais e políticas da época. Visto pelo lado do sistema e das estandardizações exigidas pelo ERA INDUSTRIAL qualquer desvio levava para a anormalidades definitiva e para o descarte irreversível, Na ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL estes desvios são tratados como surtos temporários, surtos que possuem cuidados médicos, com esta paciente onde a ARTE como TERAPIA foi admitida e introduzidas, aos poucos,

09 – OS GRÊMIOS REPUBLICANOS SUL-RIOGRANDENSES  o artista como CIDADÃO em vez de SÚDITO e os seus recursos estéticos
Associações, escolas, igrejas e atividades econômicas do REGIME IMPERIAL eram autorizadas, funcionavam e encerravam as suas atividades sob o estreito controle do TRONO.
Este centralismo funcional e administrativo  evidentemente era apropriado para SÚDITOS privilegiados e impedia qualquer mobilidade política, religiosa ou econômica. A escravidão era um estatuto legal regido pelo TRONO
O recurso estava em sociedades secretas e ao arrepio da lei. Os estudantes das leis começaram a dar forma social, politica e econômica aos GRÊMIOS REPUBLICANOS. Neste ambiente preparou-se uma geração de advogados especialmente na Faculdade de Direito de São Paulo, no Largo São Francisco começou a se preparar para dar um corpo ao REGIME REPUBLICANO. Estes estudantes eram economicamente amparados por ricos estancieiros e uma nova geração de produtores de café sem títulos de nobreza, porém com acúmulo considerável de economias. Do lado IMPERIAL os “BARÕES do CAFÉ” do Vale do Paraíba sentiram o perigo e a fragilidade do REGIME IMPERIAL. Iniciaram e levaram adiante uma intensa PROPAGANDA da vantagem do REGIME que lhes conferia e garantia os titulo de nobreza. Valeram-se e criaram o mítico “GRITO do IPIRANGA” e investiram pesadas somas de dinheiro em tornar crível e aceitável continuidade do REGIME dos BRAGANÇA e de seus benefícios simbólicos e econômicos que esperavam ter do TRONO.
Os convencidos das IDEIAS de mudança de REGIME espalharam Brasil afora os GRÊMIOS REPUBLICANAS. Este GRÊMIOS confluíram para PARTIDOS REPUBLICANOS em cada província. As ideias ganhavam formas impressas e circulavam em jornais  nos quais as lideranças republicanas difundiam as suas ideias e se preparavam para eventualmente lideram um GOVERNO REPUBLICANO
 Se os artistas visuais não faziam esta propaganda ideológica, em compensação percebiam, no REGIME REPUBLICANO, a ocasião de um comportamento, da produção e da circulação das suas obras. No aspecto institucional percebiam a ocasião de formação de associações e a criação de escolas de artes.
Fig. 12  - Outros dois prédios oficiais que obedeceram as normas neoclássicas. O prédio maior é o Theatro São Pedro iniciado em 1833, paralisado ao longo da Revolução Farroupilha e inaugurado em 1858. Ao lado o prédio CÂMARA e depois Tribunal da Justiça foi consumido pelas chamas em 1951 junto com o prédio Atheneu Sul Rio-grandense. Num angula esquerdo inferir da foto a primeira estátua publica de Porto Alegre erguida na década de 1870. Obra da oficina de mármores de Adriano PITANTI está localizada atualmente na praça Conde de Porto Alegre  


10 – NOVOS PROJETOS e INSTITUIÇÕES com a MATRIZ REPUBLICANA e CIDADÃ.

É necessário sublinhar que os membros da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA eram CIDADÃOS REPUBLICANOS e por esta razão desqualificados pelo REGIME MONÁRQUICO da FRANÇA de volta ao poder em PODER em PARIS em 1816.
Ao longo dos 67 anos do REGIME IMPERIAL BRASILEIRO este traço REPUBLICANO e PROLETÁRIO da origem dos artistas franceses foi escamoteado e oculto pela estrutura burocrática da IMPERIAL ACADEMIA de BELAS ARTES do Rio de Janeiro, Inclusive há muitas sombras sobre a efetiva liderança e atividade pedagógica que exerceram nesta instituição. Uma das provas está na leitura atenta da CARTA de Joaquim LE BRETON ao CONDE da BARCA[1] cujas ideias são bem distintas do que se implantou de fato. A carta e as ideias do CHEFE da MISSÃO ARTÍSTICA só foram achadas por Mário BARATA no século XX e publicadas em 1959.
Outra destas reservas em relação à MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA é o longo silêncio em relação à OBRA de JEAN BAPTISTE DEBRET. Esta obra, profundamente voltada ao povo brasileiro, ao escravo e ao indígena, não era exatamente o que uma mentalidade IMPERIAL estava procurando ou um modelo para ser estudado e ensinado na IABA
Fig. 13  - O interior do Theatro São Pedro é um espaço privilegiado de eventos sociais, políticos, de arte dramática e de música, Resultado de numerosas atividades publicas e lugar de apresentação  de companhias nacionais e internacionais de  passagem pelo extremo Sul do Brasil. 


Apesar das ideias republicanas da MISSÃO só transparecerem nos seus gestos, nas suas atitudes e nas suas obras esta condição ideológica estava na mais franca sintonia no Rio Grande do Sul.  As artes sul-rio-grandenses começaram a reverberar as reiteradas afirmações da MISSÃO da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA. Os grêmios republicanos não se calaram mais enquanto os artistas souberam aproveitar a LIBERDADE, a CIDADANIA e VONTADE de PESQUISAR não mais tolhida pelo medo, imposição e pelo centralismo do TRONO IMPERIAL. 
Antônio Cândido  de MENESES (1826-1908) - Dom Pedro II  - 1872

Fig. 13  - Antônio Cândido MENESES[1]  foi um dos raros estudantes  sul-rio-grandenses da Imperial Academia de Belas Artes sucessora do ensino da MISSÂO ARTÌICA FRANCESA, O retrato do Imperador Doam Pedro II está assinado com o nome do artista e carrega vestígios da autonomia do artista fato que a distingue da pintura anterior à MISSÃO ARTÍSTICA que não carrega o nome de que executou a obra 

No REGIME REPUBLICANO os artistas visuais sentiram-se cidadãos iguais aos demais cidadãos. Elevam-se pela força do seu trabalho, da sua pesquisa e de sua atenção ao seu TEMPO, seu LUGAR e sua SOCIEDADE.
Se uma lição restava do REGIME COLONIAL e IMPERIAL era no sentido de suas conquistas de se desvencilhar da escravidão, da condição de súditos amarrados ao trono e de poderem produzir a sua obra sem patrulhamento estético.
A sua organização social e profissional estava garantida pela Lei de nº 173 de 10 de setembro de 1893[1].
Tudo isto está no campo potencial. Como depende do artista a escolha do QUE, COMO, ONDE, QUANDO e para QUEM produz a SUA OBRA de ARTE, pois toda a arte está no que produz, e não no que é produzido. Aristóteles[2](1973: 243 114a 10 ) Esta OBRA DE ARTE é um documento do instante fugaz e único. Quando esta OBRA de ARTE sai do controle do artista NÃO PODE LHE FALTAR NADA e, ao MESMO TEMPO,. NÃO PODE LHE SOBRAR NADA pronta para iniciar a sua viagem irreversível  no TEMPO, em OUTROS LUGARES e em SOCIEDADES completamente diferentes de sua ORIGEM.

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--------------------Fotógrafos em Porto Alegre no século XIX  1947
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-------------------- Sociedades literárias de Porto Alegre no século XIX: fundamentos da Cultura Sul-Rio-Grandense  1952
---------------------Imprensa caricata do Rio Grande do Sul no século XIX  1962
---------------------O Carnaval porto-alegrense no séc. XIX 1971

GOLIN, Tau. A Guerra Guaranítica: como os exércitos de Portugal e Espanha destruíram os Sete Povos dos
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FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
Argumentos da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no BRASIL para a existência de uma ESCOLA DE ARTES NOBRES e outra para os OFÍCIOS

O ARTISTA DEVE IR para a UNIVERSIDADE (Marcel DUCHAMP)

VESTPIGIOS da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no RIO GRANDE do SUL

CARTA de LE BRETON ao CONDE da BARCA

DECRETO REAL do dia 12 de AGOSTO de 1816 cria a ESCOLA REAL de BELAS ARTES e OFÍCIOS

O DIA da ARTE: 12 de agosto.
DIA da ARTE no BRASIL omite a origem histórica
A MISSÃO ARTÍSTICA e a ERA INDUSTRIAL no BRASIL

A MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA e a INICIATIVA CIDADÃ no BRASIL
François DEBRET (1777-1850)

A MISSÃO ARTÌSTICA FRANCESA no BRASIL – Sumário

LICEU de ARTES e OFICIOS  do Rio de Janeiro, iniciativa de Francisco Joaquim BETHENCOURT que abriu o Liceu no dia 23,11.1856 http://profciriosimon.blogspot.com.br/2018/02/227-estudos-de-arte.html

COLÉGIO SANTA TERESA _ Porto Alegre - Projeto Auguste GRANDJEAN de  MONTIGNY 1845

MORRO SANTA TERESA

Controvérsia da presença de Debret no Rio Grande do Sul
Debret em OSÒRIO-RS?
Debret em TORRES ?

CRUZ das MISSÂO DE SÂIO MIGUEUL e MUSU DE CAMAQUÃ

DEMERSAY Alfred (1815-1891)

HISTÒRIA do PRÉDIO do THEATRO SÂO PEDRO
Arquiteto Filipe Normann 1833

Evaristo da VEIGA
Retrato

ATHOS DAMASCENO FERREIRA

TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA

BLOG “NÃO FOI NO GRITO
EXPOSIÇÂO TEUTO BRASILEIRA de 1881 –


SÊNECA  ”Da tranquilidade do ânimo,” p. 08
BAILE da ILHA FISCAL
DECRETO Nº ! de 15 de novembro de 1889

LEI   No. 173 -  DE  10  DE  SETEMBRO   DE   1893
Regula a organisação das associações que se fundarem para fins religiosos, moraes, scientificos, artisticos, politicos ou de simples recreio, nos termos da art. 72, § 3º, da Constituição”.



[1] “LEI   No. 173 -  DE  10  DE  SETEMBRO   DE   1893[1] Regula a organisação das associações que se fundarem para fins
religiosos, moraes, scientificos, artisticos, politicos ou de simples recreio, nos termos da art. 72, § 3º, da Constituição”.

[2] - ARISTÓTELES (384-322). Ética a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p.

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