O PENSAMENTO de CARLOS SCARINCI (1932-2015).
SUMÁRIO
1 – Natureza
do PENSAMENTO de Carlos Scarinci........2
– Obstáculos sociais e culturais
que Carlos
Scarinci teve de enfrentar no cultivo e na divulgação de
seu PENSAMENTO estético ..........3 – O contexto social, econômico e estético do
PENSAMENTO de Carlos Scarinci no Rio Grande do Sul. .
.......4 – Carlos Scarinci afirma
o seu PENSAMENTO e colabora na formação da consciência estética no contexto sul-rio-grandense apesar
das fragilidades, resistências e silêncio oficial. 5 – Leituras e
narrativas estilísticas do PENSAMENTO de Carlos Scarinci............6 –
O profissionalismo, a projeção e as condições da permanência do PENSAMENTO de Carlos Scarinci.....7 –
Etapas da transição do PENSAMENTO de Carlos Scarinci o
mundo prático e empírico. .....8
- Permanência do potencial do PENSAMENTO
de Carlos Scarinci apesar da sua ausência física, ......09 – O pensamento de Carlos
Scarinci introduz outras ESTRATÉGIAS para se tornar AUTÔNOMO do MUNDO OFICIAL e
assim ampliar o seu potencial do intelectual e estético para se aproximar da
lógica da livre iniciativa da ÉPOCA PÓS- INDUSTRIAL. .....10 - O PENSAMENTO de
Carlos Scarinci e o seu legado instituciona.............. FONTES BIBLIOGRÁFICAS relativas ... Carlos Scarinci..........FONTES BIBLIOGRÁFICAS TEÓRICAS CITADAS.........FONTES NUMÉRICAS
DIGITAIS
SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre : Mercado Aberto, 1982, capa interna
Fig. 01 – Carlos SCARINCI ocupou diversos
lugares institucionais nas Artes Visuais do Rio Grande do Sul. Ele era portador de uma
sólida formação filosófica e estética e por esta razão não se deixou atrelar, aprisionar e fazer
o jogo dos grupos e de elogios recíprocos. Livrou-se destas armadilhas circulando e
interpretando o seu PENSAMENTO na sua
linguagem e seu repertório erudito. Ele percebia,
registrava e publicava este PENSAMENTO no âmbito nos diversos lugares e
instituições nas quais exercia as suas FUNÇÔES das suas competências.
1 – Natureza
do PENSAMENTO de Carlos Scarinci.
É possível PERCEBER e AVALIAR a natureza do
PENSAMENTO de Carlos Scarinci nas suas passagens, fases e circunstâncias institucionais nos
quais evoluiu e se expressou de uma ou outra forma.
A alta formação filosófica do PENSAMENTO de Carlos Scarinci deu-se no âmbito do
esforço da atualização das inteligências que modelaram os primórdios da
Universidade do Rio Grande do Sul (URGS) A FACULDADE de FILOSOFIA ainda era a
matriz não só do pensamento desta universidade mas estava presente na
ADMINISTRAÇÃO e tinha VOZ ATIVA no GERENCIAMENTO INSTITUCIONAL da URGS. Com a
intervenção militar este PENSAMENTO – hegemônico até este ponto – se disseminou
e se reproduziu em diversas novas unidades e condicionais os intelectuais ao
silencio[1]
ou as miseras opiniões pessoais e carentes de qualquer repercussão POLITICA,
ECONÔMICA ou SOCIAL.
[1] O SILÊNCIO dos INTELECTUAIS http://profciriosimon.blogspot.com.br/2010/01/o-silencio-do-intelectual-e-do-artista.html
Vasco PRADO (1914-1998)
- - Luís Carlos PRESTES – Gravura - capa
da REVISTA HORIZONTE Porto Alegre
Fig. 02 – Carlos SCARINCI registrou as atividades a
técnica e as temáticas da REVISTA HIRIZONTE que se publicou em Porto Alegre
ente 1951 e 1954. Na antítese do
dogmatismo ideológico do grupo escreveu (1982, pp.89/90) que “ a partir de 1955, enunciou sua disposição de
lutar por um ‘arte nacional’ padeceu, infelizmente do autoritarismo dogmático
da esquerda brasileira, transformando a proposta num ‘palavra de ordem’ , num
slogan, pretexto para a arregimentação política de assumi-la autenticamente
como propósito de conviver com o sentir,
o pensar eo saber populares, nacionais, na medida em que o destino da nação é o
próprio destino como maioria e produção” .
O INSTITUTO de ARTES (IA) recebeu, da FILOSOFIA da URGS desfeita, o DEPARTAMENTO de ARTE
DRAMÀTICA. Enquanto isto o DEPARTAMENTO de ARTES VISUAIS do IA recebeu a pessoa e PENSAMENTO
ESTÈTICO de Carlos Scarinci. Ele
trazia a experiências da sua passagem pelo CENTRO de ARTES e LETRAS da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Porém o PENSAMENTO ESTÉTICO de Carlos
Scarinci não se acomodou aos quadros burocráticos. Expandiu-se para os
desafios trazidos por Iberê Camargo e passou a atuar no ATELIER LIVRE de PORTO
ALEGRE e nas instituições culturais mantidas pelo Governo do Estado do Rio
Grande do Sul.
Realizou a sua formação no programa de pós-graduação da USP. A posterior
e definitiva mudança para SÂO PAULO colocou Scarinci
em contato com correntes estéticas que circulavam, neste ambiente, com mais
intensidade, velocidade e conexões com os grandes centros ECONOMICOS, POLÍTICOS
e ESTÉTICOS. Centros hegemônicos com referências da INFORMÁTICA e reforços
técnicos e conceituais da ÈPOCA PÒS-INDUSTRIAL.
Nas suas próprias palavras Carlos Scarinci conceituou a formação,
as competências, a identidade e a
natureza do seu PENSAMENTO ESTÉTICO quando
escreveu (1982, p.17) que:
“identidade,
não é senão o próprio processo de formação e desenvolvimento que permite o
reconhecimento íntimo das
características próprias, ao mesmo tempo que aceita o confronto positivo com os
outros, com outras artes e culturas e povos que a julgam, surgindo daí o
sentimento afirmativo que permite assumir-se maduramente, aceito e auto aceito.”
Nestas palavras é possível intuir que as crônicas, as
críticas de arte, as aulas e orientações de Carlos Scarinci são autobiográficas. O seu ENTE se expõe no seu
modo de SER no MUNDO. MUNDO na qual ele orientou as suas energias,
conhecimentos e sentimentos para encarnar o PROFISSIONAL do PENSAMENTO dedicado
ao CAMPO das FORÇAS das ARTES VISUAIS. Como PROFISSIONAL - consciente da
vastidão deste campo - ele se orienta a sua PESQUISA que ele limita à GRAVURA
no Rio Grande do Sul e restringe ao período de 1900 até 1982.
SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre : Mercado Aberto, 1982, p.82
Fig. 03 – No Clube de Gravura do Rio Grande do Sul Carlos
SCARINCI registra (1982, p.90) que ‘não se
pode negar-lhe o mérito de ter despertado um nova consciência de
responsabilidade social e profissional do artista, bem como novas formas para o relacionamento arte e
público”
2 – Obstáculos sociais e culturais que Carlos
Scarinci teve de enfrentar no cultivo e na divulgação de seu
PENSAMENTO estético
Num meio cultural, carente de uma identidade, de um
projeto e de um contrato, o que ninguém pode esperar o elogio e o aplauso de um
PENSADOR que segue a integridade intelectual moral e estética. Nisto Scarinci
não poupava ninguém como quando conclui na sua obra gravura (1982, p.195) que
“a redução do sistema de arte ao limitado circuito do mercado, parece
sufocar quaisquer pretensões de produzir o novo, de contribuir para o
crescimento cultural do país, pronunciando-o ao mundo, dilatando a liberdade.
Limitando a prática artística ao atendimento de uma clientela elitista
reduzida, transformando-o em objeto de cobiça e de ostentação burguesa, quando
não espetáculo, instrumento passivo de massa ou objetualizando-a para consumo
turístico, se tem, com efeito, deixando muito pouco espaço para o desempenho
criador e renovador da vida”
Este pouco espaço, para o desempenho criador e
renovador da vida por meio da ARTE,
parece ter se reduzido ainda mais o ano de 2017. Os patrulhamentos
estéticos, morais e ideológicos encolheram e os artistas são vistos como párias, corruptos e corruptores da juventude....
SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre : Mercado Aberto, 1982,p. 120
Fig. 04 – O GRUPO BODE PRETO foi constituído por jovens
como uma das formas para expressar `a sua chegada á cena das Artes Visuais do Rio Grande do Sul. Buscaram a sua autonomia e encontraram em Carlos SCARINCI que registrou (1982, p. 126) a
favor deles que “sem concessões para
ninguém – asseguravam o direito ‘à livre pesquisa estética’ no estabelecimento
de ensino oficial de arte do Rio Grande, rompendo, de certa modo, a tradição
acadêmica que fora o seu ponto de partida”
O filósofo, esteta, crítico de artes visuais e
professor Carlos Scarinci debruçou-se sobre do Rio
Grande do Sul. Fez dos documentos visuais da gravura e do espaço empírico desta
prática o lugar privilegiado para ancorar o seu pensamento
3 – O contexto social, econômico e estético do
PENSAMENTO de Carlos Scarinci no Rio Grande do Sul.
O PENSAMENTO de
Carlos Scarinci evoluiu, solidificou-se e se socializou na
interação e antagonismo aos conceitos estéticos que atingiam ou foram cultivados
pelos demais PENSASORES da ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul. No contexto
social viveu a crescente urbanização e era da indústria cultural regional.
Aumentavam os contingentes de estudantes, de leitores e consumidores de arte
provenientes das mais variadas camadas populacionais e que ele atendiam em
instituições urbanas dedicadas à ARTES VISUAIS. Populações que eram portadoras
de parcos recursos econômicos e que valorizavam a cultura e a arte como meios
de ascensão e de prestígio profissional e social.
No plano estético as sucessivas e fortes atualizações com os centros hegemônicos não permitiam mais do que rápidas e superficiais ATUALIZAÇÕES das INTELIGÊNCIAS. Rápidas pois estas ATUALIZAÇÕES eram tornadas obsoletas pela próxima VAGA o TSUNAMI vindo dos CENTROS HEGEMÔNICOS em conflito e intrigas incompreensíveis no Rio Grande do Sul. Superficiais pois, estas atualizações, não permitiam a PESQUISA ESTÉTICA coerente com o meio e muito menos a FORMAÇÃO de UMA IDENTIDADE e uma CONSCIÊNCIA COLETIVA sul-rio-grandense. Nestas etapas Scarinci seguiu os passos que Mario de Andrade expôs na sua antológica palestra feito para a UNE em 1942[1]
No plano estético as sucessivas e fortes atualizações com os centros hegemônicos não permitiam mais do que rápidas e superficiais ATUALIZAÇÕES das INTELIGÊNCIAS. Rápidas pois estas ATUALIZAÇÕES eram tornadas obsoletas pela próxima VAGA o TSUNAMI vindo dos CENTROS HEGEMÔNICOS em conflito e intrigas incompreensíveis no Rio Grande do Sul. Superficiais pois, estas atualizações, não permitiam a PESQUISA ESTÉTICA coerente com o meio e muito menos a FORMAÇÃO de UMA IDENTIDADE e uma CONSCIÊNCIA COLETIVA sul-rio-grandense. Nestas etapas Scarinci seguiu os passos que Mario de Andrade expôs na sua antológica palestra feito para a UNE em 1942[1]
[1] ANDRADE, Mário. O movimento modernista. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1942, 81 p.
SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982).
Porto Alegre : Mercado Aberto, 1982, p.
213
Fig. 05 – Danúbio GONÇALVES constitui uma figura central e determinante da
retomada estética da gravura. A sua presença, pensamento e ação são
determinantes no Grupo de Bagé, do Clube de Gravura do Rio Grande do Sul mas
especialmente a presença preponderante da gravura na institucionalização do
Atelier Livra da Prefeitura de Porto Alegre. Além das diversas imagens das obras de Danúbio, Carlos SCARINCI resenha (1982, pp.76/77)) as fases, caminhos e pensamento deste artista
e intelectual, mestre da arte da gravura
O PENSAMENTO de Carlos Scarinci supunha um PROJETO que ultrapasse as cômodas condicionantes das rápidas
e superficiais ATUALIZAÇÕES das INTELIGÊNCIAS SUL-RIO-GRANDENSES. Neste PROJETO
ele percebia a necessidade de RUPTURAS ESTÈTICAS e INTELECTUAIS continuadas e
administradas na AUTONOMIA de quem as propunha.
Esta MUDANÇAS CONTINUADA e COERENTE supunha TRABALHO e SACRIFÍCIOS com o objetivo de EXERCER a PESQUISA ESTÉTICA e a FORMAÇÃO de UMA IDENTIDADE e uma CONSCIÊNCIA COLETIVA Com este objetivo ele escreveu (1982 pp. 196/7) que
Esta MUDANÇAS CONTINUADA e COERENTE supunha TRABALHO e SACRIFÍCIOS com o objetivo de EXERCER a PESQUISA ESTÉTICA e a FORMAÇÃO de UMA IDENTIDADE e uma CONSCIÊNCIA COLETIVA Com este objetivo ele escreveu (1982 pp. 196/7) que
“para isso, talvez, seja necessário sacrificar o isolamento cômodo em
que muitos estabeleceram-se, como se, de fato, pudessem permanecer acima dos
condicionamentos sociais e à distância de suas emergências. Ora, para verificar
o quanto isso é ilusório basta considerar a história, mesmo quando limitada a
uma só região do país. E dar-se conta de que as posições conquistadas dependem
do esforço, nem sempre feito na mesma direção, por muitos, senão por quase todos”
É de se perceber que neste PENSAMENTO não se trata
de um PROJETO LINEAR e UNÍVOCO na lógica do SISTEMA que comanda as MÁQUINAS da
ERA INDUSTRIAL. Mas de um CAMPO de FORÇAS MÚLTIPLAS capaz de fazer pulsar, de produzir
e de se reproduzir ao modo de algo o mais próximo possível da VIDA. Esta
homeostase permanente proposta - pelo
PENSAMENTO de Carlos Scarinci - a aproxima
da complexa lógica ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL que é múltiplo, simultâneo e de rápidas
oscilações entre polos opostos sem se fixar num deles
Jornal da
Universidade UFRGS https://issuu.com/jornaldauniversidade/docs/ju_157_-_mar__o_de_2013/18
Fig. 06 – Na medida em que avança o artesanato, a
técnica da impressão os estágio anteriores são preservados como formas de
expressão e que as novas tecnologias não conseguiram absorver e incorporar no
novo estágio tecnológico. Assim os
artistas do Clube de Gravura do Rio Grande do Sul examinados na obra de Carlos
SCARINCI exploram este meio em obras, recursos e motivações que esta técnica teve na sua fase funcional.
Livre da sua função utilitária e pragmática
Scarinci registrou (1982, p 196)
que “ a gravura permite compreender
quanto se torna premente defender aa dignidade do artista e das práticas
sociais das artes, elevando-as à sua
verdadeira condição e criadores
de pensamento, de atividades intelectuais
especializante profissionais, capazes,
portanto, de firmar sua autonomia e seu âmbito de competência, sem se submeter
a outras instâncias de reconhecimento do que a do seu próprio círculo de
autoridades”.
4 – Carlos Scarinci afirma o seu
PENSAMENTO e colabora na formação da consciência estética no contexto sul-rio-grandense apesar
das fragilidades, resistências e silêncio oficial.
Uma das preocupações primordiais, no PENSAMENTO de Carlos Scarinci, é a PESQUISA ESTÉTICA e a
FORMAÇÃO de UMA IDENTIDADE e de uma CONSCIÊNCIA COLETIVA no Rio Grande do Sul
intimamente ligada ao PROJETO CIVILIZATÓRIO BRASILEIRO. Ele propõe que a sua obra (1982, p.09) se oriente para:
“este
estudo espera fornecer subsídios significativos para a compreensão do fenômeno
artístico no Rio Grande do Sul, no século XX, e mostrar, na medida do que já se
consegue conhecer, as ligações acidentais e orgânicas com a história geral
nacional das artes”
Ele cumpre esta promessa ao longo de sua pesquisa
focada na técnica da GRAVURA. Utiliza este FRACTAL e por meio dele descobre,
desvela e socializa as conexões técnicas, sociais, econômicas e políticas que
se alojaram no âmbito do seu PROJETO de ESTUDO.
Na conclusão, do seu estudo, ele possui elementos
para se dar conta do PROCESSO em curso no PROJETO CIVILIZATORIO BRASILEIRO e
perceptível nas ARTES VISUAIS. PROCESSO
LEGÍVEL e AVALIÁVEL nas MUDANÇAS que revelam as pulsações do interior do campo
da GRAVURA depois de uma minuciosa PESQUISA. Para evidenciar estas MUDANÇAS ele
registrou (1862, p195) que:
“o processo da sociedade brasileira com tal já deixa entrever mudanças
para as quais é preciso confiar que os artistas e os himens ligados a esta
atividade no Brasil saberão contribuir com o seu exemplo e liberdade criativa e
com a participação generosa no processo de formulação e efetivação de uma nova
experiência social” “
Na conclusão do seu estudo, evidencia-se que jamais
deixou de exercer o seu HÁBITO de INTEGRIDADE INTELECTUAL. No termo “ENTREVER”
existe uma severa condicionante de que o PROCESSO não é FORTE e LEGIVEL PARA
TODOS. Também neste HÁBITO ele também contorna a CRENÇA e a CONFIANÇA no ESTADO
para depositar a sua ESPERANÇA nas mãos do ARTISTA. Ele realiza este registro
apesar de que ele próprio ser um AGENTE do ESTADO na ESFERA FEDERAL, ESTADUAL e
MUNICIPAL. Da mesma forma como esta crítica vem do interior do APARELHO ESTATAL
é perceptível neste PENSAMENTO o seu desencanto com a solução de PROJETO LINEAR
e UNÍVOCO ESTATAL.
PROJETO ESTATAL, LINEAR e UNÍVOCO que opera na lógica do SISTEMA comandado pelas MÁQUINAS da ERA INDUSTRIAL
PROJETO ESTATAL, LINEAR e UNÍVOCO que opera na lógica do SISTEMA comandado pelas MÁQUINAS da ERA INDUSTRIAL
SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre : Mercado Aberto, 1982, capa
Fig. 07 – Como
historiador, Carlos SCARINCI deixou
uma obra de referência: A Gravura no Rio Grande do Sul 1900 - 1980,
publicada em 1982 pela Mercado Aberto. Para além da especificidade de seu objeto de estudo - a gravura
-, o volume é consultado ainda hoje por pesquisadores da história da arte no
Estado no século 20. Scarinci havia se debruçado sobre o tema em sua
dissertação de mestrado em Artes na Universidade de São Paulo, em 1981, sob
orientação de Walter Zanini.
5 – Leituras e narrativas estilísticas do PENSAMENTO de Carlos Scarinci.
O termo “ESTILO” era fundamental no PENSAMENTO de Carlos Scarinci Ele admitia “ESTILO” como
um ENTE PRIMITIVO ao qual ele recorria sem estabelecer as competências e
limites hermenêuticos. Com esta estratégia - de suspensão conceitual - ele não perde
tempo, energias e nem cria intrigas. Vai direto aos objetos sensórios das obras
portadoras da Arte. Consulta os raros textos
disponíveis. Na experimentação sensorial das obras de Arte ele os transforma em
documentos e signos materiais. Documentos dos quais tenta extrair intenções,
projetos e conexões das quais fazem parte e interagem material e
conceitualmente. Projeta numa rede o
resultado desta cuidadosa auscultação. Scarinci é cuidadoso no uso do termo
“ESTILO”, pois sabe das exigências para que uma obra atinja este patamar da
Arte[1].Uma
destas exigência é se afastar o máximo
da tentação facilitador do ECLETISMO. Mário de
ANDRADE[2]
fustigava este parasita, (1955, fl 13) como “o ecletismo é acomodatício e máscara de todas as covardias”
No seu
característico HÁBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL Carlos Scarinci chegava a afirmar
que alguns dos seus concorrentes escreviam verdadeiros TRATADOS de
ESTÉTICA sem nunca terem tido uma EXPERIÊNCIA SENSORIAL com uma autêntica OBRA
de ARTE.
[1] ESTILO :COERÊNCIA da ORGANIZAÇÃO em Adolpho MORALES de los RIOS http://profciriosimon.blogspot.com.br/2012/11/isto-e-arte-052.html
[2] ANDRADE, Mário.Curso de Filosofia e História da Arte. São Paulo: Centro de
Estudos Folclóricos,1955. 119 f.
Uma AULA de Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945
Fig. 08 – Carlos SCARINCI lecionou na Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), de 1966 a 1977, e no Instituto de Artes da UFRGS, de 1977 a 1991. Também ocupou a direção do Museu de Arte
do Rio Grande do Sul de 1964 a 1967 e em 1987 (em gestão compartilhada com
Vasco Prado e Míriam Avruch).
Em consequência deste HÁBITO da INTEGRIDADE
INTELECTUAL Carlos Scarinci preferia
trabalhar e auscultar a obra de arte. É o que se depreende do projeta que ele
apresenta na introdução do seu livre onde escreveu (1982, 09) que ”o levantamento e estudo das artes plásticas
neste século se apresentam como indispensáveis para um melhor conhecimento das
artes do país”. Com esta auscultação e trabalho ele pretende “um
melhor conhecimento das artes do país”.
Na sua percepção a ignorância que
cerca as artes do Brasil permite
constituir “um sistema que tem eliminado
e neutralizado gradativamente seus
elementos, fazendo da arte um objeto edulcorado e de cobiça social”
conforme ele registrou (1982, pp.13/14).
6 – O profissionalismo, a projeção e condições da permanência do PENSAMENTO de Carlos Scarinci..
No espaço cultural de do Rio Grande do Sul pode-se
atribuir a Carlos Scarinci o termo
de PROFISSIONAL do PENSAMENTO das ARTES VISUAIS. PENSAMENTO que tomou os seus
83 anos de existência.
Como PROFISSIONAL do PENSAMENTO das ARTES VISUAIS
do Rio Grande do Sul ele sabe que não basta o voluntarismo, onisciência e
onipotência pessoal para qualquer pesquisa. Assim busca e se reveste de uma
espécie de CONSCIÊNCIA COLETIVA das
ARTES VISUAIS na de sua investigação. Nesta direção ele registrou (1982, p.10)
um:
“agradecimento
especial vai para os artistas rio-grandenses quem de modo geral, forneceram
documentação indispensável para A elaboração do estudo. Em particular, agradeço
a Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Carlos Alberto Petrucci e Plínio Bernhardt,
que puseram á disposição os seus arquivos particulares”
No sentido
projetivo ele está plenamente consciente de suas funções no magistério superior
de Arte. Se, com o seu estudo, não
busca ampliar e consolidar diretamente conteúdos curriculares, no entanto ele não deixa
de apontar vastos campos de PESQUISA.
No aspecto formal os seus textos são permanentemente
reversíveis para as fontes. Formalismo que não se dobra a um formalismo
esterilizante de normas e convenções redutores do PENSAMENTO comandado pela
lógica do SISTEMA de um PROJETO LINEAR e UNÍVOCO que as MÀQUINAS da ERA
INDUSTRIAL dos outros “geralmente importam do estrangeiro”.
Evidente que
o PENSAMENTO de Carlos Scarinci é
DATADO e carimbado por eventos próximos a ele tanto no aspecto ideológico,
social e econômico. Isto supõe a atua tarefa de uma transcrição para novas narrativas e coerentes
com a ÉPOCA PÒS-INDUSTRIAL. Esta tarefa torna-se mais difícil, complexa e
comprometedora na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL onde esta lógica não é mais UNÍVOCA e
LINEAR. Nesta ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL as linguagens visuais, escritas e impressas são
múltiplas e em rede. A má assimilação - destas mídias e a sua desastrada
manipulação - torna-as bem mais alienantes, dispersivas do que a lógica UNÍVOCA
e LINEAR das MÀQUINAS. Quanto mais velozes tanto maior é o esforço da sua
elaboração, o custo e a catástrofe das
colisões entre si e com outros meios de comunicação.
De qualquer forma o PENSAMENTO de Carlos
Scarinci necessita ser
entendido, aceito e respeitado nesta ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL Infelizmente isto não
acontece numa incipiente e frágil CONSCIÊNCIA COLETIVA da PERFERIA. Na "QUEIMA de ETAPAS" se incineram sólidos
pensamentos se condena obras de arte ao esquecimento e desleixo físico e
conceitual. O PENSADOR e o ARTISTA - que
não acompanham o rebanho formado pelo
marketing, moda e propaganda - são desqualificados, condenados ao silêncio, senão francamente hostilizados a qualquer
pretexto fútil e externo à arte.
Fig. 09 – Carlos
SCARINCI ocupou a direção do Museu de
Arte do Rio Grande do Sul de 1964 a 1967 e em 1987 - em gestão compartilhada
com Vasco Prado e Miriam Avruch.
Nesta gestão de 1987 a ASSOCIAÇÃO dos AMIGOS do MARGS (AAMARGS) já estava em atividade e Evanice L. PAULETTI ocupava a sua presidência
[ clique sobre o gráfico para poder
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7 – Etapas da transição
do PENSAMENTO de Carlos Scarinci o mundo prático e empírico.
A interação entre o PENSAMENTO FILOSÓFICO e
ESTÉTICO de Carlos Scarinci - com o
mundo empírico do seu LUGAR de origem, do seu TEMPO e de sua SOCIEDADE - se
desenrolaram em DIVERSAS ETAPAS. A ETAPA de sua FORMAÇÃO FILOSÒFICA e ESTÈTCA,
do seu PENSAMENTO, ocorreu em Porto Alegre
com mestrado em São Paulo. Ele realizou
a ETAPA da AFIRMAÇÃO do seu PENSAMENTO FILOSÓFICO e ESTÉTCO no meio do
exercício do MAGISTÉRIO, da IMPRENSA e da POLÍTICA com passagem por administrações institucionais de ARTE.
Evolui
cronológica e politicamente do ESTADO NOVO para as condições da RETOMADA e da
AFIRMAÇÂO do REGIONALMO SUL-RIO-GRANDENSE.
No âmbito da REVOLUÇÃO de 1964 ele está ativo na docência na UNIVERSIDADE de SANTA MARIA, no ATELIER LIVRE da PREFEITURA de PORTO ALEGRE e no DEPARTAMENTO de ARTES VISUAIS[1] do INSTITUTO de ARTES da UFRGS. A ETAPA da sua AFIRMAÇÃO EXTERNA ao Rio Grande do Sul deu-se após a ABERTURA POLÌTICA BRASILEIRAA e no meio paulista que também fora o lugar de pós-graduação.
No âmbito da REVOLUÇÃO de 1964 ele está ativo na docência na UNIVERSIDADE de SANTA MARIA, no ATELIER LIVRE da PREFEITURA de PORTO ALEGRE e no DEPARTAMENTO de ARTES VISUAIS[1] do INSTITUTO de ARTES da UFRGS. A ETAPA da sua AFIRMAÇÃO EXTERNA ao Rio Grande do Sul deu-se após a ABERTURA POLÌTICA BRASILEIRAA e no meio paulista que também fora o lugar de pós-graduação.
No entanto o seu PENSAMENTO FILOSÓFICO e ESTÉTICO - de crítico de
artes visuais e de professor - debruçou-se sobre do Rio Grande do Sul. Fez dos
documentos visuais - provenientes da prática do espaço empírico da gravura – o
instrumento privilegiado e meio para ancorar o seu pensamento. Com evidente
capacidade intelectual desprendia-se deste espaço - e das experiências
estéticas materiais das artes visuais – para alçar voos, perceber e registrar o
amplo mundo das ideias. Exercita este
trânsito e circulação enriquecedora entre o mundo empírico (ESTÈTICA) e das ideias (FILOSOFIA). Retoma o projeto e
convicção de Leonardo da Vinci para quem “uma
pintura é uma coisa mental”
Após a sua formação em Filosofia exerceu as funções
de critico de arte pela imprensa de Porto Alegre. Orientou os estudos
conceituais do Atelier Livre de Porto
Alegre. Foi docente no Centro de Arte e Cultura da UFSM. No seu regresso a
Porto Alegre foi docente do IA-UFRS e diretor do MARGS nos anos 1964 a 1967 e depois entre 1987 e 1988.
Porém Scarinci insistia no ideal e na coerência do
sentido de um “estilo artístico” sob cujo conceito orientava o seu pensamento e
guiado pelo hábito da integridade intelectual. Esta elevação conceitual, sua
coerência e seus hábitos da integridade estética e intelectual tiveram raros
prosélitos e muito menos constituíram uma escola.
[1] PROFESSORES e EX PROFESSORES do DAV-IA- UFRGS https://www.ufrgs.br/institutodeartes/index.php/corpo-docente/
WALTER ZANINI [*1925 -+2013] http://profciriosimon.blogspot.com.br/2013/02/isto-e-arte-058.html
Fig. 10 – Walter ZANINI (1925-1913) [1]foi
não só o orientador da pesquisa de Carlos SCARINCI como foi o seu vínculo
paulista e brasileiro ZANIN foi um profissional do PENSAMENTO com gande
capacidade de articular ao seu redor uma constelação de pesquisadores que se
distruiram rede em todo território brasileiro Deste rede nasceu uma das mais
sintéticas e ilustrativos livros das ARTES VISUAI do Brasil A ZANINI é possível aplicar a sentença de Compagnon, 1996, p. 65/9. “A escrita só é possível quando um sujeito
a sustenta: ela e as suas consequências”
,
Durante três décadas,
Scarinci consolidou-se como cronista de diferentes gerações de artistas
gaúchos, escrevendo sobre Xico Stockinger (com quem fundou o Atelier Livre de
Porto Alegre, em 1961), Iberê Camargo, Henrique Fuhro e Karin Lambrecht, entre
outros. Nascido na capital gaúcha, foi integrante de uma geração de
intelectuais formados antes da ditadura militar (sua graduação foi em
Filosofia, na UFRGS, em 1963), como Gerd Bornheim, Enéas de Souza e Ruy Carlos
Ostermann, que representou uma resistência cultural nos anos de chumbo e
serviu de referência para os que vieram depois. Ao longo dos anos de
chumbo tiveram de integrar o SILENCIO[2] OBSEQUISO
do exército dos INTELECTUAIS BRASILEIROS sob severo patrulhamento militar.
Apesar de muito apreciado no Rio Grande do Sul ele
preferiu mudar-se para São José dos Campos em São Paulo[3]
e recomeçar ali a sua atividade e que ainda não era possível no seu estado
natal. Impossível para suas próprias exigências, devido a elevação continuada
do seu PENSAMENTO além dos raros feed-baks que encontrava no meio sul-rio-grandense de sua época.
“A escrita só é possível quando
um sujeito a sustenta: ela e as suas
consequências” , Compagnon, 1996, p. 65/9.
[3] Em São Paulo Carlos
Scarinci foi da Comissão de premiação (Premiação) 6º Panorama de Arte Atual Brasileira:
Jacob
Klintowitz. Paulo Mendes
de Almeida e Quirino
Campofiorito. Evento realizado em 1974 no MASP
Além disto Carlos
Scarinci foi Júri (Premiação) da 12ª
Bienal Internacional de São Paulo junto Antônio Alves
Coelho
Fig. 11 – Pode-se atribuir a Carlos SCARINCI o papel de
príncipe em dois sentidos. Num sentido de PRINCIPIAR uma rigorosa e respeitosa
aproximação entre o PENSADOR de ARTE e o ARTISTA. Ele sabe que o ARTISTA
também é um PRINCIPE na medida em que ele instaura o novo, o inédito e original uma civilização e que
estes signos serão que de mais nobre esta civilização irá legar para a
humanidade. Ou como Scarinci sentenciou (1982, p. 196) “elevando-os
à sua verdadeira condição e criadores de pensamento, de atividades intelectuais especializante” Num
segundo sentido ele é PRINCIPE em se
coloca na posição de não se render ao fácil, ao imediato e aquilo que já
pertence ao senso comum mantendo as suas competência dos limites do seu
principado filosófico e estético.
8 - Permanência do potencial do PENSAMENTO de Carlos Scarinci apesar da sua ausência
física,
A permanência do PENSAMENTO de Carlos Scarinci é apenas potencial. Com a sua mudança para São
Paulo foi condenado ao silêncio no Rio Grande do Sul. Citado por muitos, entendido por poucos e
estudado e colocado em evidência por muito menos. Assim o seu PENSAMENTO está a
espera de novas narrativas competentes para uma reavaliação, contextualização e
projeção para novos e atuais patamares. Nestes novos e atuais patamares legados ao seu é um PENSAMENTO que está a espera de uma
criteriosa avaliação, uma reescrita para vir a tona e dialogar com novos
PENSAMENTOS da ARTES VISUAIS.
Certamente isto é pedir muito quando o “FAZER ESTÈTICO
NÂO PSSSA de UM FAZER por FAZER” com os olhos postos em outros interesses.
Porém neste ponto o PENSAMENTO de Carlos Scarinci possui todo o seu
potencial. Ele resulta de um HÀBITO de INTEGRIDADE INTELECTUAL, de um TRABALHO
CONTINUADO de um processo continuidade de adiantar a TESE, buscar perceber a
ANTÍTESE para atingir a SÍNTESE.
Esta três etapas - sucessivas e antagônicas - podem ser
percebidas quando descreve a experiência do CLUBE da GRAVURA de levar a sua
mostra para exposição PÚBLICA e ABERTO no PARQUE FARROUPILHA: Scarinci comentou
(1982, p. 186) que
“não
repetida, não avaliada, a mostra ficou na memória dos participantes e no contentamento
dos mais votados. Se trouxe alguma melhoria para a consciência estética
popular, isso não se pode saber. Aprendeu-se, contudo que se podia tentar
formas não ortodoxas de popularização de arte”
No texto é
possível perceber uma auto avaliação do seu próprio trabalho de PENSADOR das
ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul e na sua expectativa de retornos
significativos do se esforço
Apesar de se tratar de uma dissertação escolar a narrativa
da sua pesquisa possui a sua TESE expressa na frase “este estudo espera fornecer subsídios significativos...” (p10).
Contempla a ANTÍTESE quando se depara lidando realmente com: “a redução do sistema de arte...”(p. 195).
Atinge a SÍNTESE de sua narrativa ao registrar (p.197) que “a História da Arte num pais como o Brasil se
faz menos atravessando sequências das estéticas históricas estabelecidas em
outras partes do que pela prática social da ARTE” Assim é de supor que “fornecer subsídios significativos” seja
centrar a sua tenção na “prática social
da ARTE” Por meio desta SINTESE indica ao seu leitor refazer o seu caminho.
O induz a percorrer os seus documentos para atingir as suas próprias conclusões
e eventuais retomadas por meio de seus próprios
paradigmas, conceitos e conclusões.
Assim este PENSAMENTO rende homenagem à dialética
hegeliana. Dialética que adota uma TESE em si mesma. Busca um estranhamento na
ANTÍTESE (p.197) ao tentar “criar uma
linguagem atualizada”. Culmina na SINTESE que “ assegurem tanto sua autoconsciência crítica, como seu nível
internacional de entendimento”
Sob este prisma SCARINCI
criou um patamar de reflexão de uma exposição social e de uma abertura para a crítica
continuada do PENSAMENTO entre
TESE-ANTÍTESE e SINTESE para recomeçar o ciclo da vida mental e física. Neste
ciclo ele concretiza o lema do arquiteto
LE COURBUSIR Le Corbusier[1] (in
Boesiger, 1970, p.168) de “Nada é transmissível a não ser o pensamento”
SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre : Mercado Aberto, 1982, p.208
Fig. 12 – Leo DEXHEIMER foi um dos integrantes do GRUPO
BODE PRETO. Carlos SCARINCI percebeu nele e registra (1982, p.126) que “as gravuras de Leo Dexheimer revela a mesma
personalidade do corte, um sentido caotizado da composição, que lhes dão uma
dimensão tanto dramática como surreal [..] pode-se afirmar que sua linguagem já
se aproximava, no início dos 60, da violência dos novos expressionistas da arte
internacional, dado paroxismo do se corte”"
09 – O pensamento de Carlos Scarinci introduz outras
ESTRATÉGIAS para se tornar AUTÔNOMO do
MUNDO OFICIAL e assim ampliar o seu potencial do intelectual e estético para se
aproximar da lógica da livre iniciativa da ÉPOCA PÓS- INDUSTRIAL.
O PENSAMENTO de Carlos Scarinci não foi pioneiro no Rio Grande do Sul em relação ao
campo de forças das ARTES VISUAIS. No entanto ele cumpriu no sentido projetivo deste campo o
desígnio do mesmo LE CORBUSIER “de
oferecer os seus ombros para que outros possam ver mais longe”. Para tanto
este ombro necessita ser forte, sólido e confiável.
O PENSAMENTO
de Carlos Scarinci foi inovador na
medida em que este se moveu e não ofereceu tratados fechados, amarrados e
prontos. De outro lado esta liberdade é assustadora quando oferece esquemas
mentais aparentemente inconclusos, dinâmicos e abertos. Assim na medida em ele
oferece estes esquemas mentais aparentemente inconclusos, dinâmicos e abertos
não é de estranhar não ter tido discípulos, prosélitos ou continuadores da
linha de pesquisa que abriu. De outra parte é necessário registrar que a sua
ação é anterior aos programas Stricto Sensu nas artes visuais no Rio Grande do Sul.
Como tudo flui e “ninguém se banha duas vezes no ‘MESMO RIO’” o PENSAMENTO de Carlos Scarinci é uma porta aberta par
a ÈPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Neste PENSAMENTO ficam para trás mitos, couraças
ideológicas, sistemas unívocos e lineares.
Com resultado desta e autonomia do seu PENSAMENTO
conduz as suas especulações em relação a arte para VIDA, para a LIBERDADE e
para a FECUNDIDA da qual ela é filha e
irmã dileta. Nesta elevação ela não estranha ou se esconde da lógica da livre iniciativa da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL.
Ao contrário amplia
o seu potencial intelectual a espera de novas mudanças, criações e afirmações
estéticas.
Fig. 13 – Não tendo formação nem experiência com a
prática de um técnica artística específica Carlos
SCARINCI centrava a atenção do seu olhar em demorados exames das obras físicas
de arte. Desta observação demorada e atenta resultavam juízos e narrativas
que refletiam o seu amplo repertório filosófico. Juízos que tomavam em conta as
circunstâncias da produção e circulação destas obras. Assim não contornava e se
dirigiam direto na direção de gerar uma nova
consciência de responsabilidade social e profissional do artista, bem como novas formas para o relacionamento arte e
público
10 - O PENSAMENTO
de Carlos
Scarinci e o seu legado institucional
.
O pensamento de Carlos Scarinci foi gerado, se firmou e se reproduziu no ambiente
institucional. A sua ação preferencial também ocorreu no âmbito institucional.
Nesta ambiente, até o momento, não foi realizado um levantamento objetivo dos
seus estudantes, o que pensam e o que permaneceu de suas aulas.
Evidente se constitui um profundo processo, cuja
diferenciação torna-se mais evidente no uso e recurso ao contraste. Contraste
necessário inclusive entre a presente postagem eletrônica e os documentos e
textos disponíveis deste filósofo, esteta, crítico de artes visuais e professor
debruçou-se
sobre do Rio Grande do Sul.
A presente postagem pretende ser apenas uma singela
indicação do importante e gigantesco PENSADOR das ARTES VISUAIS do Rio Grande
do Sul. Para atingir o PENSAMENTO de Carlos Scarinci remete-se o leitor para
que ele confira, com seus próprios olhos. leia e julgue, os documentos no
quais se ancoraram as superficiais e
resumidas indicações da presente postagem.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS relativas a Carlos Scarinci
SCARINCI,
Carlos «Da Francisco Lisboa ao
Pseudo-Salão Moderno de 1942» in Correio do Povo, Caderno de Sábado, Volume CVI, Ano VIII, no 606, 08.03.1980, pp 8/9.
SCARINCI, Carlos. A gravura contemporânea no Rio Grande do Sul (1900-1980). Porto
Alegre : MARGS, 1980 27 fl.
_________ A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre : Mercado Aberto, 1982 224 p. il. Color.
Fig. 14 – O CLUBE dos AMIGOS da GRAVURA de
PORTO ALEGRE numa das noticias de Carlos SCLIAR . Este CLUBE foi um
movimento entre tantas para estabelecer CONEXÔES entre os produtores de arte entre si e com um
publico. Porém parece que lhe cabe a primazia de escolher a GRAVURA para
materializar estas CONEXÔES. Como filósofo e esteta, Scarinci ampliou as dimensões conceituais e a projetou no
âmbito erudito fixando a sua permanência no âmbito do PENSAMENTO.
[ clique sobre a imagem para poder ler]
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
TEÓRICAS CITADAS
ANDRADE, Mário. O
movimento modernista. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil,
1942, 81 p.
____. Curso
de Filosofia e História da Arte. São Paulo: Centro de Estudos
Folclóricos,1955. 119 f.
BOESIGER,
Willy . Le Corbusier Les Derniers œuvres Zurich : Artemis, œuvres complètes 1970,
v.8, 208 p
COMPAGNON, Antoine. O trabalho da citação.
Belo Horizonte:
Editora UFMG. 1996. 115p.
ZANINI, Walter. História geral da arte no Brasil ( org. Zanini) São
Paulo: W.M. Salles, 1983, v.2. 1095p.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
CURRÍCULO de CARLOS SCARINCI
CARLOS
SCARINCI
na UFRGS
GRAVURA no RS
GRAVURA e GRUPO de BAGÉ
MARILENE PIETA
Círio SIMON
CIRCUNSTÂNCIAS do ARTISTA VISUAL no RS
O SILÊNCIO dos INTELECTUAIS
CARLOS
SCARINCI
na NOTÌCIA
Itaú Cultural CARLOS Scarinci. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural . http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21446/carlos-scarinci.
·
CARLOS
SCARINCI
no FACE BOOK
Carlos SCARINCI e a distribuição de remédios
PROFESSORES e EX PROFESSORES do DAV-IA- UFRGS
Uma AULA de
Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945
ESTILO :COERÊNCIA da ORGANIZAÇÃO em Adolpho MORALES
de los RIOS http://profciriosimon.blogspot.com.br/2012/11/isto-e-arte-052.html
WALTER ZANINI [*1925 -+2013]
“A escrita
só é possível quando um sujeito a sustenta:
ela e as suas consequências” , Compagnon, 1996, p. 65/9.
FACE BOOK
PROPOSTA de
ESTUDO dos PENSADORES das ARTES VISUAIS do RS
Estudado, no dia
24.08.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 03
Olinto Olympio de
OLIVEIRA (1866-1956)
Estudado, no dia
19.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 09
Fábio de BARROS
(1881-1951)
Estudado, no dia
28.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 07
Ângelo GUIDO GNOCCHI ( 1893-1969)
Estudado, no dia
21.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 06
Fernando CORONA (1895-1979)
Estudado, no dia
14.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 05
Tasso Bolívar Dias CORRÊA (1901-1977)
Estudado, no dia
05.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 08
Athos DAMASCENO
FERREIRA (1902-1975)
Estudado, no dia 31.08.2017,
pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 04
Herbert CARO
(1906-1991)
Estudado, no dia
26.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 10
Aldo OBINO
(1913-2007)
Estudado, no dia
09.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 11
Alice SOARES
(1917-2005)
Estudado, no dia
16.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 12
Francisco
Rio-pardense MACEDO (1921-2007)
Estudado, no dia
23.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 13
Frei Antônio do
Carmo CHEUICHE (1927-2009)
Estudado, no dia
07.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 15
Walmir AYALA
(1933-1991)
Estudado, no dia
14.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 16
João Carlos
TIBURSKY (1950 -+17.04.2011)
Estudado, no dia
21.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 17
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VISUAIS do RS
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