quinta-feira, 9 de agosto de 2012

ISTO é ARTE - 041



O GRUPO VÉRTICE
no Movimento Associativo nas Artes Visuais de Porto Alegre e a busca da profissionalização.

Toda a arte está no que produz, e não no que é produzido”.
Aristóteles[1](1973: 243 114a 10 )


[1] - ARISTÓTELES (384-322). Ética a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p.


Grupo Vértice foto - Correio do Povo - Porto Alegre  ano 95 nº 316 -sãbado 11.08.1990  p.09
Fig. 01 - Integrantes do Grupo Vértice
Analino Zorzi –Mônica Heidrich - Círio Simon -– Pierry Schultz  e  Verô Corbari

Publica-se um texto jornalístico que circulou no dia 24 de julho de 1990, dia da inauguração da exposição do Grupo Vértice na Galeria de Arte do Instituto Cultural GBOEX de Porto Alegre


ARTES

Grupo Vértice: um novo jeito de pensar e produzir.

[Porto Alegre: Zero Hora, ano XXVII,  nº 9092, 3ª feira, 24 de julho de 1990,  Segundo Caderno, p. 07.]



Mais do que uma coletiva de arte, a mostra do Grupo Vértice, que abre hoje às 18 horas na Galeria de Arte do Instituto Cultural GBOEX (Sete de Setembro, 604 – térreo) assinala o surgimento de nova ideologia para o “fazer arte” em Porto Alegre



Ivo.  STIGGER

Fig. 02 – Título da matéria do jornal Zero Hora no dia 24 de julho de1990 sobre o GRUPO VÉRTICE  
“O Grupo Vértice não é uma escola, um sindicato nem uma estética. No imponderável de sua liberdade, ele flutua acima de divisões, tarefas alienantes ou de regimentos uniformadores. O compromisso de cada membro do grupo nasce a partir da necessidade individual de ter um espaço, um auditório e um referencial para a sua criatividade constantemente renovada”, explica Círio Simon, o ideólogo do grupo. Ele acrescenta que o Vértice não é anarquia, caos ou experimentalismo inconsequente “ainda que a possibilidade de seu experimentalismo da criação livre penetre fundo no anarquismo, caos ou insegurança”.

Fig. 03 - A instalação de Analino Zorzi que tem por tema a ecologia. A obra em si é uma caixa de lenha que lembra muito uma caixa de defunto. Dentro dele estão instalados objetos relativos aos pinheiros. A sombra de tais objetos é projetada no rosto do espectador. O artista declarava “Essa luz, claro, pode ser vista como símbolo do movimento ecológico, que ilumina a nossa década”. Madeira de pinheiro  600  x 220 x 80 cm

Segundo o plástico Analino Zorzi, outro integrante do movimento, a filosofia básica do Vértice é mostrar que ser artista é, antes de qualquer outra coisa, uma profissão. “Os artistas do Grupo Vértice demonstram doação à sua obra, seriedade de produção e livre pensar na expressão, fruto de sua criação conceitual. É hora de romper, de se expressar, de provar e provocar horizontes novos, horizontes inerentes à profissão “ diz Zorzi, recitando um dos dogmas do grupo.

Obra exposta na banca do Trabalho de Conclusão do Curso TCC – de Bacharelado em Desenho no Instituto de Artes da UFRGS
Fig. 04 - JORGE HERRMANN  - CISMA  - Novembro de 1989 Lápis Conté   66 x 96

LUZ NO ROSTO – Diversidade é outra norma adotada pelo Vértice: “A riqueza do Grupo Vértice está na diversidade e diferença da produção de seus componentes. Pintura, desenho, fotografia, arquitetura, pesquisa gráfica, música, literatura, escultura”, explica Simon. No texto que sintetiza sua ideologia, os integrantes do Vértice vão ainda mãos longe: “A produção do grupo é individual, a reflexão é coletiva.  A produção coletiva dirige-se para processos de socialização e adequação de mecanismos de circulação de bens artísticos advindos da produção individual. A ênfase ao universo das artes visuais tem a consciência da infinidade de caminhos possíveis”.

Em sintonia com tais princípios, a mostra do GBOEX, denominada “Vértice – Artista = Profissão” é multifacetada. Inclui de tudo um pouco. Verô Corbari, por exemplo, expõe oito pinturas abstratas cujos temas tendem ao macrocosmo. Analino Zorzi traz uma instalação que adverte – e protesta – sobre a devastação e o extermínio da araucária brasileira. Ela tem  2,20 m de largura, 6 m de altura e 0,80 m de profundidade.

“A obra em si é uma caixa de lenha que lembra muito uma caixa de defunto. Dentro dele estão instalados objetos relativos aos pinheiros. A sombra de tais objetos é projetada no rosto do espectador. Essa luz, claro, pode ser vista como símbolo do movimento ecológico, que ilumina a nossa década”. Diz Zorzi. Entre os objetos estão desde a semente do pinheiro até a cinza resultante da queima desta árvore. Durante o vernissage do dia 24 serão distribuídas 500 mudas de araucária aos presentes. “Na minha obra, o pinheiro é também símbolo de vida”, lembra o plástico.

Obra exposta na banca do Trabalho de Conclusão do Curso TCC – de Bacharelado em Desenho no Instituto de Artes da UFRGS
Fig. 05 - JORGE HERRMANN -  PERTO -  junho de 1986.  acrílico 49 x 66

LUGAR PARA TODOS – Jorge Herrmann, outro integrante do Vértice, mostra seis desenhos com temática também ecológica. Ele apresenta micro-organismos e suas relações com o homem. Círio Simon expõe, num painel, seus textos sobre a profissionalização do artista, base ideológica do Grupo Vértice. Pierry Schultz, outro integrante do grupo, mostra 8 de suas fotografias experimentais que incluem montagens e trabalhos sobre o negativo. Henrique Radomsky, que está entrando para o Vértice, mostra 6 esculturas de sua fase mais recente.


- Correio do Povo Porto Alegre  ano 95 nº 301domingo 29.07.1990  p.16
Fig. 06 - Verô  CORBARI inspiradora e proponente do GRUPO VÈRTICE acolheu no seu Atelier e na sua Escola as 28 reuniões deste grupo. A partir de sua ação, criou e manteve as conexões com o mundo empresarial para dar suporte logístico orgânico aos eventos , a comunicação pública e entre os componentes do grupo.

Nascido em Porto Alegre, em meados de 89, a partir de uma ideia de Verô Corbari e de Analino Zorzi, o Grupo Vértice está aberto a artistas de todas as tendências e escolas. Na sexta-feira passada, por exemplo, entrou para o grupo o jornalista  Juares Palma, que está na fase final de seu primeiro livro de histórias infantis. “No vértice há lugar para todos”, sintetiza Zorzi. Ele anuncia que, no sábado 28 de julho, às 10h da manhã, os integrantes do grupo vão realizar um debate na Galeria de Arte do GBOEX aberta a todos os interessados “Venham discutir nossa propostas; venha enriquecê-las” convida Zorzi.


Fig. 07 - STIGGER Ivo.  Grupo Vértice: um novo jeito de pensar e  produzir. Porto Alegre : Zero Hora, ano XXVII,  nº 9092, 3ª feira, 24 de julho de 1990,  Segundo Caderno, p. 07.

Esta exposição, aberta no dia 24 de julho de 1990, na Galeria de Arte do Instituto Cultural GBOEX de Porto Alegre, foi seguida com Manifesto do Grupo Vértice, lançado no dia16 de agosto do e 1990 Quinta-feira, sob  o título “Vértice  e que apareceu na imprensa Correio do Povo Porto Alegre , ano 95, n° 320,  p.21. O texto do   Manifesto do Grupo Vértice  será o objeto da próxima postagem


Fig. 08 - GBOEX - Instituto Cultural - logo de 1990.

A presente postagem é a de nº 03, de uma série relativa ao Grupo Vértice.

Analino  ZORZI







Círio SIMON www.ciriosimon.pro.br  Site




Henrique RADOMSKY - http://hradomsky.tripod.com/

















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