sábado, 20 de abril de 2019

261 ESTUDOS de ARTE

 
MITO na PINTURA GREGA - 
teoria e metodologia.

01 –A IMAGEM e a FIGURA do MITO - 02- FIGURAR o MITO ou NÃO ?.. 03 – “O QUE NÃO PODE SER DITO DEVE SER CALADO” (TABU) - 04 - O QUE PODE SER EXPOSTO PUBLICAMENTE e ADORADO (TOTEM) - 05 – A LÓGICA GREGA comandada pela GEOMETRIA – 06 – Os ARQUÉTIPOS DÓRICOS - O6 A FANTASIA ORIENTAL dos JÔNIOS – 07 –As COLONIAS GREGAS - 08 -O HELENISMO e ECLETISMO penetra, nas culturas PÉRSIA e ÍNDIA- 09 – A PINTURA GREGA em ROMA – 10- O PENSAMENTO GREGO e o PAPEL da CULTURAL ISLÂMICA da ÁLGEBRA sem IMAGEM e comandada pela ABSTRAÇÃO.(PADRÃO INFINITO)
Fig.01 – A força de imagem com a respeitável idade de 40.000 anos revela um flagrante das diversas etapas e mentalidades pelas quais evoluiu a humanidade. Mentalidade humana da qual não sabe a língua e, temos noções muito difusas do seu conjunto. No entanto esta pintura da CAVERNA de ALTAMIRA revela nitidamente o repertório do caçador e do tabu da NÃO REPRESENTAÇÃO da FIGURA HUMANA pois poderia ser objeto de caça ou da ou de rituais de voo doo.

01 –A IMAGEM e a FIGURA do MITO


O CONSCIENTE é apenas uma pequena parte do imenso iceberg do INCONSCIENTE humano submerso, invisível e imperceptível. Este imenso INCONSCIENTE comanda pensamentos, ações e obras humanas. Assim Roland Barthes possui razão quando escreveu (1967, p.9)1 que os “mitos e ritos tomaram a forma de uma razão” . O PODER dos MITOS se expressa mais eficazmente pela IMAGEM do que pela PALAVRA.
1 BARTHES, Roland. Système de la mode. Paris : Seul, 1967. 327p 
 SANTAELLA, Lúcia et NÖTH Wiinfried IMAGEM cognição, semiótica, mídia São Paulo: Iluminuras 1997,  224 p.
Fig.02 – A VENUS LAUSSEL pertence à uma etapa da ARTE que se situa a uns 15.000 anos antes da nossa era. Uma das antigas representações conhecidas do culto a figura feminina que se se irá materializar na ISHTAR suméria, na ASTARTÉ 1 fenícia da VENUS greco-romana, Chega a Porto Alegre na imagem de Nossa Senhora dos NAVEGANTES e de IEMANJÁ que evidenciam diversas etapas e mentalidades pelas quais evoluiu esta mesma temática da cultura à FIGURA FEMININA . Esta REPRESENTAÇÃO da FIGURA HUMANA FEMININA é índice da persistência de um pensamento como da evolução das suas aparências, designação mitos e ritos próprios e inconfundíveis .

A IMAGEM realiza a tarefa de revelar reflexos do REPERTÓRIO de QUEM PRODUZ a ARTE quando a palavra não pode vasculhar esta parte submersa do INCONSCIENTE HUMANO. Para quem recebe a IMAGEM - e lhe presta atenção por algum motivo particular ou coletivo – capta faz circular no mundo parte as profundas motivações de QUEM a produziu. Com a IMAGEM não se discute pois ela é evidente para os sentidos humanos. No entanto, ela não deixa de esconder muito mais do INCONSCIENTE HUMANO que um simples olhar pode penetrar e apanhar
Fig.03 – Da mesma forma como adoramos a imagem de quem se quer bem, no lado oposto o ódio, a um desafeto, leva a agressão e para a destruição da sua imagem . A História da Arte esta repleta de DESTRUIÇÃO do que se considera herege, tirano ou do que remete para a memória de uma época. Permanece latente o mito e a crença de que aquilo que fazemos para a imagem de alguém acontece para o retratado. Evidente que existe um enorme progresso neste procedimento simbólico com a IMAGEM pois a criatura humana abdicada AGRESSÃO FÍSICA ao SEU SEMELHANTE ou o SACRIFÍCIO RITUAL de ANIMAIS.

O fato de a IMAGEM esconder muito mais do INCONSCIENTE HUMANO que um simples olhar pode penetrar e apanhar, não impede que a PALAVRA oriente os ouvidos e os olhares de quem a recebe. Trata-se de transpor o ABISMO entre QUEM PRODUZ e QUEM RECEBE a ARTE . Como a ARTE ESTÁ em QUEM A PRODUZ este ALGUÉM PERTENCE a outro INSTANTE de um DETERMINADO TEMPO. Para QUEM a RECEBE, a IMAGEM da ARTE, se defronta com o fato de que a ARTE NÃO EXISTE MAIS, pois a IMAGEM ESTÁ sempre no LUGAR DE ALGO que pertence a outro TEMPO de OUTRA SOCIEDADE e, em geral, de OUTRO LUGAR.

Fig.04 – A celebração visual do herói GILGAMESH irá derivar para os MITOS do SETE TRABALHOS de HÉRCULES e as respectivas imagens, As imagens dos HERÓIS NACIONAIS povoam as cidades de MONUMENTOS PÚBLICOS, As TELAS gigantescas de feitos reais ou imaginados de seres MÍTICOS e com um pé na realidade imaginada cobrem as paredes dos museus nacionais. Estes heróis não tem esparsos relatos do seu berço, infância e são separados do seu tempo, como os MITOS que os distanciam e transcendem os grupos humanos e que abrangem territórios sem fronteiras e limites

02 – FIGURAR o MITO ou NÃO?.. A BEIRA do ABISMO.


O MITO foge a toda LÓGICA e VAI MUITO ALÉM daquilo QUE a RAZÃO HUMANA pode ALCANÇAR. A ARTE se ENCONTRA no mesmo campo de forças do MITO. ARTE e MITO estão a BEIRA do ABISMO dos ENTES PRIMITIVOS do DISCURSO HUMANO.
Fig.05 – A apropriação grega do MITO de GILGAMESH nos SETE TRABALHOS de HÉRCULES e as suas respectivas imagens, As imagens dos HERÓIS NACIONAIS continuam a povoar as cidades com MONUMENTOS PÚBLICOS, os museus exibem gigantescas TELAS que narram de feitos reais ou imaginados de seres MÍTICOS e com um pé na realidade pouco provável. Estes heróis míticos não tem berço, infância. Estes HERÓIS estão separados da sua sociedade, do seu tempo e lugar donde provém por uma engrenosa transcendência gerada pelo MITO. Ninguém em seu são juízo agarra e domina, com as mãos nuas, a fúria de um jovem e irritado leão.

Todos sabem, à sua maneira, o que significa MITO. No entanto TODOS são impotentes para encontrar e fazer um DISCURSO LINEAR e UNÍVOCO QUE EXPRESSE um CONSENSO do que é o MITO na sua ESSÊNCIA. Neste ponto a PALAVRA e a IMAGEM se dão as mãos para tatear os ABISMOS do INCONSCIENTE HUMANO do que o MITO NÃO REVELA.
Fig.06 – A elaborada representação egípcia do LIVRO DOS MORTOS está cercado de IMAGENS HIERÁTICAS . Estes textos e imagens afetaram profundamente as crenças dos hebreus, dos gregos, dos bizantinos e do mundo islâmico. As IMAGENS EGÍPCIAS estão no “LUGAR DAQUILO QUE NÃO PODE SER DITO”. Assim apenas sugerem algo que transcende os SENTIDOS e a RAZÃO humana.

A IMAGEM e a PALAVRA sempre estão no INCONDICIONAL diante do MITO e da sua REPRESENTAÇÃO. Assim a fabricação da representação de uma IMAGEM do MITO sempre é algo provisório. Provisório que, ao se multiplicar, vai tecendo uma REDE de SENTIDOS do MITO e que gradativamente mapeia este estranho território dos SABERES HUMANOS.


03 –“O QUE NÃO PODE SER DITO DEVE SER CALADO” (TABU)


Sempre existe o imenso vazio no discurso humano provocado por aquilo que NÃO PODE ser DITO por mais agudas e instrumentalizadas que sejam as análises semióticas e a lógica da linguagem.

Ludwig WITTGENSTEIN - ao se desentender com o seu mestre SUASSURE1 - enveredou para o capo filosófico. Publicou o “TRACTATUS PHILOSOPHICUS”2 . O último e sétimo capítulo apenas contém o aforismo “o que mão pode ser dito deve ser calado” Neste campo cabe toda a força inerente ao MITO com seus mistérios cultivados em todas as culturas humanas.
2WITTGENSTEIN, Ludwig. Tractatus lógico-philosophicus. São Paulo: EDUSP 1993.  281p.
Fig.07 – Uma cena funerária etrusca mostra algo semelhante à representação do LIVRO DOS MORTOS EGÍPCIO. ESTAS IMAGENS estão no “LUGAR DAQUILO QUE NÃO PODE SER DITO”. O insondável mistério da VIDA e da MORTE ultrapassa qualquer texto e imagem . No entanto a imagem e o texto afetaram profundamente as crenças de todas as culturas que atingiram certa coerência interna . Estas IMAGENS estão no lugar de ALGO QUE NÃO EXISTE MAIS e apenas sugerem algo que cerca um MITO.


A cultura grega se destaca no esforço em trazer para a LINGUAGEM FALADA, ESCRITA e VISUAL a potencialidade desconhecida deste INCONSCIENTE COLETIVO da ESPÉCIE HUMANA. Esta realizou trabalho com os MEIOS que o seu repertório lhe permitia. Porém esta cultura não é a única e nem pretendia ser definitiva e conclusiva. No entanto ela se constituiu em paradigma para as demais culturas e seus respectivos MITOS. Assim as culturas ROMANAS e CRISTÃS possuem muito da essência HELÊNICA apesar dos nomenclatura ser bem diferente dos MITOS GREGOS.
Fig.08 – A “PARISIENSE” de CNOSSOS traz evidentes traços da PINTURA EGIPCIA. Imagem descoberta por EVANS na ILHA de CRETA e que se revelou uma fonte de concepções que os gregos cultivaram ao longo de sua história levando-a a um indiscutível apogeu. Diante desta IMAGEM é possível admitir com HEIDEGGER que a “FILOSOFIA NASCE do ESPANTO”. Espanto como do frio inglês surpreendido por algo que os pintores de sua época estava buscando na “ PINTURA como PIGMENTO SIMPLESMENTE SOBRE uma SUPERFÍCIE “

04 –- O QUE PODE SER EXPOSTO PUBLICAMENTE e ADORADO (TOTEM)



A formação de um inconsciente coletivo tornou-se essencial para o surgimento, desenvolvimento e reprodução do ESTADO compreendido nas concepções da ERA INDUSTRIAL. Não é por acaso que a CULTURA GREGA e os seus MITOS fundantes voltaram ao estudo, entendimento e propagação quando esta ERA INDUSTRIAL começou a MAPEAR, AFIRMAR e e procurar os MEIOS SIMBÓLICOS para afirmar a sua identidade. Os NORTE-AMERICANOS abriram os livros para funar e legitimar a concepção da sua nova capital WASHINGTON e tomaram a sério as tipologias e as ORDENS GREGAS para construir e dar uma identidade visual aos equipamentos públicos e particulares dos seus ESTADOS FEDERADOS. A EUROPA retomou os seus MITOS ANCESTRAIS mas com a FORMA GREGAS para fundamentar os seus ESTADOS NACIONAIS. Mesmo o BRASIL idealizou o indígena e lhe emprestou o VISUAL GESTOS HEROICOS e a MENTALIDADE GREGA
Fig.09 – PITÁGORAS (570-490 a.C.) encontrou os fundamentas do denominado TEOREMA de PITÁGORAS no meio dos sábios da CULTURA EGIPCIA que o usavam deste tempos imemoriais para os cálculos das pirâmides e monumentos erguidos `ss margens do Rio NILO. As IMAGENS EGÍPCIAS estão no “LUGAR DAQUILO QUE NÃO PODE SER DITO”. PITÁGORAS RESOLVER FALAR e ESCREVER sobre esta propriedade  do TRIÂNGULO  RETÂNGULO  descoberto e NÃO REVELADO pelos EGÍPCIOS.

05 – A LÓGICA GREGA comandada pela GEOMETRIA.
 

A abertura da inteligência para outras culturas sem perder de vista a sua própria identidade e valores dos quais não abria mão foi um dos grandes méritos da cultura grega.

A cultura grega atualizava a sua inteligência para a no mundo externo com o objetivo de prosseguir na sua pesquisa estética coerente com identidade interna da qual era portadora.

Além do intercâmbio silencioso e individual os seus mais renomados mestres foram buscar os fundamentos da RAZÃO nos sólidos conhecimentos de GEOMETRIA que os sábios egípcios haviam desenvolviam porém não divulgavam para os não iniciados,. Os mestres gregos só deixavam entrar nas suas academias os que conheciam os fundamentos da GEOMETRIA. Não se tratava de conhecer só as FIGURAS GEOMÉTRICAS, mas o ENTES PRIMITIVOS desta CIÊNCIA. ENTES PRIMITIVOS que sã a PONTO, a LINHA e o PLANO pois não podem ter existência na natureza por que não existem ENTES sem comprimento, largura e profundidade.
Fig.10 – O ARQUÉTIPO das FORMAS PLÁSTICAS encontrou os fundamentas do denominado TEOREMA de PITÁGORAS no meio dos sábios da CULTURA EGIPCIA que o usavam deste tempos imemoriais para os cálculos das pirâmides e monumentos erguidos às margens do Rio NILO. Esta imagem foi descoberta por Sir Arthur EVANS em CNOSSOS1 na ILHA de CRETA

06 – Os ARQUÉTIPOS DÓRIOS.
 

As vigorosas concepções dos DÓRIOS - vindos da EUROPA CENTRAL - aos poucos buscaram formas físicas nos primeiros objetos físicos que criavam para si mesmos. Como todas as culturas vigorosas, e com algum futuro, estes objetos são ARQUÉTIPOS daquilo que irão conservar ao longo de sua evolução no tempo histórico. Os DÓRIOS Em contato com o clima mediterrâneo, com as ilhas do MAR EGEU, recortado, acidentado LITORAL que retificado é muito maior do que do que aquele de grandes países com um litoral retilíneo.

Na sua abertura para as CONCEPÇÕES da GEOMETRIA vindo do EGITO criaram a vigorosa ORDEM DÓRICA com a qual deram mostras da sobriedade e elegância no modo de se conduzir na sociedade e de pensar os problemas do quotidiano
Fig.11 – O VASO MINÓICO do POLVO apresente perfeita coerência formal da ESFERA coberta pelos pontos e linhas dos CHEIOS ( polvo) e dos VAZIOS (fundo) Esta coerência formal remete para uma CULTURA que havia encontrado meios para expressar um PERFEITO EQUILÍBRIO entre a FORMA e o seu PENSAMENTO. A descoberta por EVANS de CNOSSOS e os vestígios do REI MINOS revelou, na ILHA de CRETA, uma cultura ágrafa , mas plena de sentido, harmonia e um vigor que deu os seus frutos ao longo do tempo.

07 – As COLONIAS GREGAS.
 

A expressiva identidade grega não podia fica indiferente diante de povos e culturas desprovidas de um projeto. Se estes povos eram problema nas suas desvairadas iniciativas personalizadas, sem rumo definido e em constantes agitações, também era oportunidade para propagar não só a ideologia e a coerência interna grega, mas os produtos superiores dos gregos elaborados no seu seguro e qualificado artesanato.

ATENAS ao concentrar os tesouros das demais CIDADES GREGAS não só construi seus admirados PRÉDIOS PÚBLICOS como criou uma categoria de OLEIROS, CURTIDORES de PELES e FABRICANTES de TECIDOS. Os oleiros forneciam uma variada CERÂMICA na qual envasavam o o AZEITE de OLIVA.

Conta o mito grega que os atenienses ao escolherem a sua PADROEIRA num concurso publico entres seus deuses escolherem ATENAS pois esta se apresentou-lhes, neste certame - entre as ruidosas, prepotentes e corruptas propostas dos deuses do seu OLIMPO - uma MUDA DE OLIVEIRA
Fig.12 – A grande virtude e força da CULTURA GREGA permitiu-lhe penetrar no âmago de outras culturas, assumir as aparências desta cultura alheia e lhe dar uma coerência baseada nos princípios, paradigmas e identidade HELÊNICA. Este pensamento, coerência e saberes gregos fizeram viajar na mente dos seus artesãos e artistas como aconteceu em PERSEPOLIS onde fica evidente a presença subliminar da ordem, da técnica e experiências testadas na GRÉCIA. O mesmo pode ser dito da escultura budista. Há inclusive especulações de que BUDA (566-483 d.C.)1 e PITÁGORAS (570-490 a.C.) tenham se encontrado pessoalmente.
08 – O HELENISMO e ECLETISMO penetra nas culturas da PÉRSIA e da ÍNDIA .


Os artesãos, os comerciantes e os sábios gregos haviam percorrido e se fixado nas rotas e cidades muito antes de ALEXANDRE MAGNO as conquistar oficialmente.

Não eram só as colônias gregas das costas da Ásia Menor. Esta era a base destes sábios, artesãos e comerciantes se lançar pela ROTA da SEDA, com as culturas da Índia e Pérsia. A magnifica CAPITAL PETRÓPOLIS recebeu significativos aportes técnicos e estéticos dos escultores, arquitetos e artesãos de origem e educação grega.

As estátuas de BUDA possuem evidentes traços da ESCULTURA GREGA.
Fig.13 – A descoberta da DOMUS ÁUREA - depois as escavações em Herculano e Pompeia – evidenciaram as heranças da PINTURA GREGA. Ainda que os ROMANOS preferiam a PALAVRA ágil da RETÓRICA, da CRÔNICA, da POESIA e da SÁTIRA, deram oportunidade aos escravos gregos projetar algo da PINTURA HELÊNICA que desapareceu devido aos seus frágeis suportes Assim as obras de Apeles e demais pintores gregos são conhecidas devido à narrativas escritas tanto dos gregos como romanos instruídos.


09 – A PINTURA GREGA em ROMA.
 

As colônias gregas na PENÍNSULA da ITALIANA forneceram muitos elementos estéticos e conceituais para a cultura básica deste região e populações.

A própria da epopeia da ENEIDA1 reconhece que foram os vencidos na GUERRA de TROIA que deram origem à cultura ETRUSCA da qual ROMA era uma das suas cidades. Virgílio se inspirou em HOMERO que busca superar e criar uma TERCEIRA PARTE da ILÍADA e da ODISSEIA. O que fato consegue e revelar a sua profunda admiração e respeito dos romanos pelos gregos

Quando os romanos conquistaram pelas armas a Grécia o fluxo de artistas, filósofos e comerciantes helênicos tornou-se sem fronteiras . - que renomearam como ACAIA - que tomou conta da cultura simbólica de ROMA. Esta mantinha o controle ECONÔMICO, POLÍTICO e MILITAR.
Fig.14 – A criação e estudo da ÁLGEBRA permitiu aos islâmicos pensar em formas de representação do INFINITO e elaborar requintadas produções plásticas nas quais se dispensa qualquer figura humana ou animal. Este pensamento, coerência e saber são coerentes com as recitações dos mantras hinduístas e das suras do Corão. A resposta da cultura ocidental foram as rosáceas das catedrais e a recitação rosário em intermináveis repetições. Na literatura motivou a criação dos contos das “MIL e UMA NOITES” cuja estrutura  inspirou a criação das novelas radiofônicas ou televisivas

10 – A ANTÍTESE ao PENSAMENTO GREGO e o PAPEL da CULTURAL ISLÂMICA da ÁLGEBRA sem IMAGEM e comandada pela ABSTRAÇÃO ((PADRÃO INFINITO)

A estética da IMAGEM GRECO-ROMANA ganha toda a sua dimensão e significado quando confrontada com a sua ANTÍTESE.

Nesta ANTÍTESE militam a os tabus bíblicos, as prescrições de CORÃO e TENDÊNCIA ICONOCLASTA que arrastou a CULTURA ORTODOXA BIZANTINA por um século de uma GUERRA SANGUINÁRIA.

A tendência não figurativa evoluiu dos ICONOCLASTAS RADICAIS para reação ÍCONES sóbrios e com fundos de ouro. Esta evolução para a IMAGEM FIGURATIVA e HUMANISTA ganhou força e vigor com RENASCIMENTO ITALIANO. Os primitivos italianos deixam gradativamente para um segundo plano o ÍCONE BIZANTINO. A busca do PENSAMENTO e PRÁTICAS ESTÉTICAS GREGAS ganhou peno sentido no ALTO RENASCIMENTO

Na cultura ocidental do presente esta recusa da imagem figurativa está evidente nos templos luteranos, nas sinagogas judaicas e mesquitas islâmicas. Para contemplar, entender este transito simbólico e completar estas espaços culturais e do mundo estético não figurativo, impõem-se refinados instrumentos sociais1.
1SIMMEL, Georg  Sociología y estudios sobre las formas de socialización. Madrid:         Alianza. 1986,  817.  2v


Fig.13– A forte reação bizantina ás imagens (ICONOCLASTAS) foi motivado pelo tabu bíblico da representação figurativa da criatura humana. Esta tendência não figurativa foi secundada também pelo tabu vindo das interpretações do CORÃO e que optou pelo PADRÃO INFINITO ISLÂMICO Estas tendências NÃO FIGURATIVAS estão presentes na obra do artista EMÍLIO SESSA1 e que viveu esta experiência na cultura eslava quando esta artista trabalho em SOFIA. Sessa deixou uma amostra desta tendência não-figurativa e do PADRÃO INFINITO  no teto da Igreja SANTO ANTÔNIO do Pão dos Pobres -   Porto Alegre -RS .

O século XX viu a introdução da ARTE NÃO FIGURATIVA, por meio do CONSTRUTIVISMO e as tendências minimalistas geométricas. No contraditório o EXPRESSIONISMO ABSTRATO explora os puros meios formais e as repercussões nos sentidos humanos. Esta dialética entre os SENTIMENTOS frente ao polo oposto da ABSTRAÇÃO imposta aos sentidos e que caracteriza pela RESERVA que a RAZÃO - já havia sido apontada em 1908 por WORRINGER2.

A IMAGEM FIGURATIVA se VULGARIZOU na ERA INDUSTRIAL por meio de sua REPRODUÇÃO MECÂNICA.. Com a vulgarização da IMAGEM pela sua REPRODUÇÃO MECÂNICA3 da FOTOGRAFIA, do CINEMA e da ELETRÔNICA  ela PERDEU a sua ANTIGA AURA. Porém intensidade pela sua multiplicidade, sua redundância e pela saturação subliminar do INCONSCIENTE HUMANO

Assim é inegável que tanto a IMAGEM MECÂNICA, a FIGURATIVA e NÃO FIGURATIVA são expressões do CONSCIENTE e que remetem e saturam o imenso INCONSCIENTE humano qual iceberg submerso, invisível e imperceptível. Este imenso INCONSCIENTE comanda pensamentos, ações e obras humanas.

Nestas condições torna-se mais aceitável e compreensível que os “mitos e ritos tomaram a forma de uma razão” como afirmou Roland Barthes. Evidente que cabe a continua dialética entre os polos opostos da EMOÇÃO e da RAZÃO. No contraditório e na antítese da EMOÇÃO necessita-se da RAZÃO para atingir uma síntese equilibrada, renovadora e viva.

Certamente esta síntese equilibrada, renovadora e viva e permitem compreender parte da vitalidade da ARTE GREGA na sua origem e seu peregrinar através do TEMPO, de LUGARES e de SOCIEDADES diferentes


FONTES BIBLIOGRÁFICAS.
BARTHES, Roland.  Système de la mode. Paris : Seul, 1967. 327p

CHARTIER,  Roger.   Au bord de la falaise:  l´histoire entre certitudes et inquiétude.      Paris: Albin Michel, 1998.  293p

DOBERSTEIN, Arnoldo Walter Emilio Sessa, Pintor, Primeiros tempos. Porto Alegre; Gastal&Gastal, 2012 160 p. ISBN 978-85-64916-01-2

------------ Emilio Sessa, Tempos Intermediários. Porto Alegre; Gastal&Gastal, 2014 184 p. ISBN 978-85-64916-04-3

FREUD, Sigmund.(1858-1939).Totem e tabu (1913).  2.ed. Rio de Janeiro : Imago 1995, pp. 13-193  (Edição standard brasileira de obras psicológicas completas de Sigmund Freud ,volume 13

HEIDEGGER, Martin. (1889-1979) Origem da obra de arte. Lisboa: Edições 70,  1992.  73 p.

PÄCHT, Otto. Historia del arte y metodologia. Madrid: Alianza Forma 1986.  127p.
____.   Questions de méthode en histoire de l’art. Paris: Macula, 1994. 167p.
SANTAELLA, Lúcia et NÖTH Wiinfried - IMAGEM cognição, semiótica, mídia São Paulo: Iluminuras 1997,  224 p.
SIMMEL, Georg  Sociología y estudios sobre las formas de socialización. Madrid:         Alianza. 1986,  817.  2v.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Tractatus lógico-philosophicus. São Paulo: EDUSP 1993.  281p.

WORRINGER,  Wilhelm (1881 - 1965).  Abstraccion y naturaleza.  (1ª.ed. em1908).  México :  Fondo de Cultura   Econômica, 1953. 137p.

DEUSA ASTARTÉ FENÌCIA

A imagem e o primitivo

CNOSSOS

índio norte0americano nas fotos de CURTIS

EUCLIDES no EGITO

PITÁGORAS (570-490 a. C)

PINTURAS de APELES

RUÍNAS de PERSÉPOLIS

BUDA

Ferdinand SAUSSURE
WALTER BENJAMIN A obra de Arte na ERA de sua REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA
O MITO dos UNICÓRNIOS na ECONOMIA
1 DOBERSTEIN, Arnoldo Walter Emilio Sessa, Pintor, Primeiros tempos. Porto Alegre; Gastal&Gastal, 2012 160 p. ISBN 978-85-64916-01-
------------ Emilio Sessa, Tempos Intermediários. Porto Alegre; Gastal&Gastal, 2014 184 p. ISBN 978-85-64916-04-3

2WORRINGER,  Wilhelm (1881 - 1965).  Abstraccion y naturaleza.  (1ª.ed. em1908).  México :  Fondo de Cultura   Econômica, 1953. 137p.
3WALTER BENJAMIN A obra de Arte na ERA de sua REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA
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