terça-feira, 10 de abril de 2012

ARTE - brasilidade e germanidade - 003


CONDIÇÕES das PRÁTICAS ARTÍSTICAS no BRASIL
EXPRESSAS por INTELECTUAIS ESTRANGEIROS.

“Canto o hino da pátria que permite ganhar o pão para os meus filhos”
José SIMON professor rural de uma comunidade germânica ao longo do Estado Novo.

Todo imigrante expressa a sua identidade por meio da Cultura e na Arte que lhe são peculiares e únicas. A perda, parcial, ou total, desta identidade é prejuízo certo. Prejuízo tanto para o Brasil,  para o imigrante e principalmente para os seus descendentes. Esta perda diminui a riqueza e a diversidade do Brasil que perde, assim, uma das suas expressões externas à sua origem. Perda que condena o Brasil, e a sua população, à endogenia seguida pela entropia cultural. 



Fig. 01 – As noticias de Hans Staden (1525-1579) em relação aos povos primitivos do Brasil deixaram preciosos registros escritos de povos cuja cultura era um amostra a ceu aberto de est´gios vividos pela criatura ao longo do Paleolítico e Neolítico. A grande fortuna de publico que teve esta obra permitiu ao imigrante europeu o contato com um uma cultura brasileira. De outra parte os mais expressivos projetos culturais brasileiros tomam em consideração esta pré-história. Isto aconteceu com os desdobramentos a Semana de Arte Moderna 1922, o Movimento Antropofágico e as pesquisas de Claude Lévi-Strauss (1908-2009). A cultura e as etnias ameríndias continuam vigentes no Brasil em 2012

O imigrante e o seu descendente, ao não conservarem a atualizar a identidade de sua origem, estarão entregues à endogenia redutora na qual a Natureza primitiva os conduzirá à entropia e ao lixo da História. O imigrante e o seu descendente estarão de retorno para a incultura, senão para a barbárie e a marginalidade técnica, cultural e estética. Até as mais altas civilizações sofrem declínio e caos ao estilo da Torre de Babel. Todas as civilizações são sempre construções humanas e sujeitas à entropia. Esta entropia é vencida enquanto duram os projetos de sua origem. Projeto que mantém viva uma civilização e a torna funcional, atuante e alimenta as raízes de todos os seus contratos.
Os intelectuais possuem um papel primordial no nascimento, na criação destes projetos e na manutenção destas construções humanas vivas e atuantes. Os intelectuais estrangeiros possuem esta percepção mais aguçada e mantém os meios e formas neutras, segundo a concepção de Georg Simmel (1858-1918), para expressar e avaliarem estes projetos.
 A origem, o desenvolvimento e a manutenção identidade germânica no Brasil também é devido a um variado número de intelectuais estrangeiros e nacionais que se debruçaram sobre este processo vivo. Eles se debruçaram sobre as condições que esta etnia possui de distintivo no plano da sua mentalidade dos demais imigrantes, identificaram e registraram estas circunstâncias. O trabalho mais árduo foi o de conferir formas legíveis para esta identidade 

Fig. 02 –  O Príncipe João Maurício de Nassau-Siegen (1604-1679), um século após as  noticias de Hans Staden (1525-1579) em relação ao Brasil - foi um observador atento ao processo brasileiro e as forças étnicas e culturais que estavam agindo neste Novo Continente para o Europeu.

 Estas formas são necessárias para que outros intelectuais e instituições possam continuar, acompanhar e distinguir esta identidade germânica entre as novas circunstâncias e etapas que ela encontra no seu caminho. Caso contrário seria apenas mais uma etnia européia que ficou no passado. Seguiria o destino das ricas, distintas múltiplas etnias africanas que foram absorvidas, homogeneizadas e naturalizadas pela cultura brasileira. Mesmo a mais forte forma cultural cairia na heteronímia. Heteronímia na qual outros deliberam e decidem sobre o seu uso desta forma cultural para fins variados e efêmeros na indústria cultural amorfa e impessoal.
Uma Carta de Maurício de Nassau à Holanda do ano de 1637 mostra em ação um intelectual na busca de distinções para marcar origem, o desenvolvimento e a manutenção identidade batava no Brasil.
"Acho este país um dos mais belos do mundo.
Sua tropicalidade não se prende unicamente ao fator climático, mas à personalidade deste povo visualmente empenhado em assentar raízes dentro do aspecto regionalista pátrio de cada região, por um todo. Mesclaram-se etnológica e culturalmente a ponto de sentirem-se brasileiros, mesmo sendo filhos de portugueses. Aceitam-nos por contingência imposta e até conosco convivem socialmente. Porém, jamais nos aceitarão definitivamente.
O mesmo não se permite falar dos portugueses, que não assimilaram esta tropicalidade. Aceitaram a nossa presença e até reconheceram a nossa posse sobre a terra que lhes conquistamos. Quanto a estes, nossa administração é mansa e pacífica e eventualmente óbvia pelo esbulho compulsório, com preços que variam desde um alto cargo no governo flamengo da colônia, até alguns florins para gastos em tabernas. É portanto, uma ocupação em caráter "ad infinitum" no que concerne a eles.

HISTORIA NATURALIS BRASILIAE Gaspra Barleus  capa
Fig. 03 –  O Príncipe João Maurício de Nassau-Siegen (1604-1679), trouxe  uma verdadeira universidade de sábio e artistas que em pleno maneirismo europeu abriram as portas ao iluminismo que se irá afirmar um século após. As publicações de médicos, de naturalistas e pintores são amostras esparsas desta pré-universidade brasileira. Numa leitura iconológica é possível interpretar esta imagem como  o Velho Continente ( na figura do Rio Nilo da escultura helenística) revigorando-se diante de uma Novo Continente (transformado no Rio Amazonas) como uma flora e uma fauna que mantém saudáveis e naturais os corpos humanos.
Quanto aos primeiros, exige-se uma reflexão minuciosa recheada de precauções, pois estes não têm preço. Se alguns, de certa forma, a nós se uniram, o fizeram com o único intuito de abreviar o domínio português na terra para, posteriormente, também abreviar a nossa permanência. Estes somente com muita diplomacia e, segundo constatamos, mediante uma miscigenação sociocultural, dividindo-nos com eles e dividindo-os conosco, se aqui quisermos permanecer.
Os índios, colonos e negros estão unidos em um espírito de liberdade jamais conhecido nas cortes européias. Portanto, se aceitarmos este espírito de liberdade como ponto básico, poderemos, através de uma contribuição cultural, científica e artística, nos fazer necessários por largo espaço de tempo. Necessito pois da vinda de artistas, médicos, pintores, músicos e outros doutores para que se possa firmar a conquista e para que a Campanha Privilegiada das Índias Ocidentais obtenha lucros correspondentes ao investimento feito.
Estabelecerei comércio com os redutos chamados Quilombos, povoados por ex-escravos que fugiram das fazendas. Pois estes, mais do que todos, repudiam os portugueses, podendo assim, ser nossos aliados contra guerrilheiros que diariamente investem contra a nossa permanência.
Recife, 3 de fevereiro de 1637
Conde Jon Maurício de Nassau Siegen Governador Geral do Brasil Holandes"
(Extraído do Livro "Zumbi dos Palmares, A História do Brasil que não foi contada")


Esta busca começou a declinar quando as instituições holandesas não encontraram alguém capaz de dar continuidade a este trabalho intelectual. Como o projeto batavo era o lucro comercial, a condição dos seus intelectuais caiu na heteronímia na qual outros deliberariam e decidiriam sobre o seu uso para fins variados e efêmeros em função de uma indústria em comércio cultural amorfo e impessoal. A entropia tomou conta de uma possível identidade batava no Brasil. Este voltou para as suas condições coloniais onde outros decidiam e deliberavam.

Fig. 04 –  CARROGIS Louis 1717-1805 - Conde de BUFFON George-Louis Leclerc 1707-1788 aquarela 30.5 x 18.5 detalhe  O Iluminismo francês além de ir amplamente contra o tabu de  discutir e publicar textos políticos, criou as mais amplas condições intelectuais para as pesquisas do mundo natural . A projeção deste trabalho intelectual foi sentido no Brasil Colonial quando Alexandre  Rodrigues Ferreira (1756-1816) empreendeu a Viagem Filosófica pelas Capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá entre 1783-1792. Com a abertura dos Portos em 1808 estes caminhos e outros mais foram percorridos muitas outras expedições com o objetivo de ampliar o conhecimento de um território fechado pelo colonialismo lusitano

 Não se defende aqui “intelectuais orgânicos”, pois eles também podem servir também para manter na heteronímia o PODER ORIGINÀRIO. Em nosso caso trata-se de intelectuais organicamente coerentes com o os variados traços culturais que compõe e mantém a identidade germânica entre as mais variadas contradições.


in TUBINO 2007 p.036
Fig. 05 –  O cientista  Alexander von HUMBOLDT (1769-1859)– foi impedido de percorrer o território colonial do Brasil.  pois após encontrarem-no em terras brasileiras perto da fronteira venezuelana os portugueses consideraram-no um possível espião alemão., Assim as suas expedições voltaram-se para os territórios americanos que estavam se emancipando da Espanha.

 Dois séculos após o Príncipe de Nassau uma destas contradições apareceu estampada, ainda em 1812, em plena cultura européia, denominada culta e esclarecida,  foi explicitada num decreto do General Barão de Pommereul. Este era Conselheiro de Estado, Diretor Geral das Imprensas e Livrarias de Hamburgo e publicado no Correio Braziliense, nº 047, em abril de 1812 no setor de Politica, p. 421:

“O direito de publicar artigos sobre a política não pertence senão ao Governo. Em conseqüência todo jornal cientifico em que se permitir a sua inserção será sujeito a ser suprimido, e a outros procedimentos que se intentarão contra o editor e autor. Por outra parte encerrando-se estritamente na esfera das artes e das ciências, a que os seus jornais devem ser com sagrados, poderão contar com o favor e aprovação de um Governo sábio, que protege as ciências, e as artes verdadeiramente atem, e todo quanto tende a aperfeiçoá-las”.



Fig. 06 –   AUGUSTE  SAINT-HILAIRE 1776-1853 percorreu o Brasil na época de sua independência. Visitou, observou, escreveu  e publicando as suas pesquisas em particular o aquelas sobre Rio Grande do Sul e a Província Cisplatina Assim europeu tinha informações se o seu projeto fosse migrar para esta parte do Novo Mundo e que não se encontrava em outra fonte,

Este silêncio imposto oficialmente por um governo germânico dos mais liberais entre os demais e que se gabava de “sábio e que protegia as ciências e as artes”, certamente alertou os intelectuais para a dificuldade de separar as circunstâncias da Arte e da Ciência da política mantida sobre o mais absoluto controle estatal.
Um dos papeis dos intelectuais - que pensaram as condições desta etnia no Brasil - foi transformar estas contradições em complementaridades. Uma destas complementaridades foi a política, expressa em voz quase unânime, de que o imigrante alemão deveria aprender a língua portuguesa o mais cedo e rapidamente possível.



- in TUBINO 2007 p.038
Fig. 07 –  O Karl Friederich Philipp von MARTIUS (1794-1868) veio ao Brasil na comitiva que trouxe a Princesa Dona Leopoldina da Áustria para o se casamento com Dom Pedro I

Estamos criando uma narrativa escrita e icônica em relação ás condições das artes em São Leopoldo nos seus primórdios.
Assim nada melhor do que fazer um congresso de mentalidades que elaboraram textos próximos desta época ou nos quais é possível perceber as circunstâncias que as arte deveriam encontrar neste ambiente inaugural.



Fig. 08 –  O cientista Johann Baptiste Von SPIX (1781-1826) também veio ao Brasil na comitiva que trouxe a Princesa Dona Leopoldina da Áustria para o se casamento com Dom Pedro I e  aqui  permaneceu de 1817-1820. Percorreu o Brasil junto com Von Martius.
A grande imigração do decênio de 1824 a 1834 não foi só um impulso romântico rumo a um mundo desconhecido e exótico. Desde a sua descoberta houve uma busca de informações dos povos germânicos relativas ao Brasil e experimentos inclusive de imigrações. As informações germânicas sobre o Brasil vinham desde as fabulosas noticias de Hans Staden (1525-1579) e depois dos numerosos alemães que estiveram envolvidas, direta ou indiretamente, com a colonização holandesa. Entre estes estava o Príncipe João Maurício de Nassau-Siegen (1604-1679) com profundos vínculos e interesses na Alemanha e que trouxe, ao Brasil,  uma verdadeira corte de artistas e de cientistas.



Fig. 09 –  O Johann Wolfgang von GOETHE  1744—1832 nunca atravessou o Atlântico. Contudo mantinha-se informado sobre a meteorologia, a formação geológica do Brasil além da sua flora e da sua fauna o por meio de seus amigos. Assim avaliava as condições que os imigrantes encontrariam na nova terra e  o tempo, o sentido e os esforços que deveriam empreender para levar a civilização aos trópicos estimulando-s para esta mudança radical de suas vidas..
 
Estas informações se avolumaram e se consolidaram, nos primórdios do século XIX, com a abertura dos Portos e o casamento (1817) de Dona Leopoldina (1797-1826) com Dom Pedro I. Ainda que Alexandre Humboldt tenha sido impedido de efetivar pesquisas de campo em território brasileiro houve uma legião de outros intelectuais, artistas e cientistas que reuniram, estudaram e fizeram circular as informações mais  precisas sobre o Brasil, a sua diversidade e os seus recursos efetivos.


in TUBINO 2007 p.074b
Fig. 10 –  O Conde russo Jorge Henrique LANGSDORFF (1774-1852) e Carlos Engler (c.1800-1855-). A expedição entre os anos de 1824 a 1828 contou com aquarelas de Johann Moritz Rugendas, Aimé-Adrian Taunay  e Hercules Florence e mapas de Néster Rubtsov,

Os conhecem e sentem o dia a dia das condições para a pratica ARTE no Brasil sabem que nos primórdios da soberania brasileira era infinitamente mais difícil  numa colônia no extremo Sul do Brasil. 


Fig. 11 –   Jean Baptiste DEBRET 1768-1848   integrava a Missão Artística Francesa que veio ao Brasil no final da era napoleõnica.. Em relação ao Rio Grande do Sul fez vários registros ic iconográficos e produziu texto inclusive sobre a Colônia de São Leopoldo

Em 1830 as notícias da Colônia de São Leopoldo chegavam a corte do Rio de Janeiro de onde Jean Baptiste DEBRET as levou para a Europa onde as incluiu quando da impressão  em 1839. Ali consta (Vol. II, p. 138)[1] que:
“na Província do Rio Grande do Sul, citava-se, em 1830 - entre os felizes resultados os progressos da cultura colônia alemã de São Leopoldo, fundada em 1826 (sic) - a importação de lúpulo, que alimentava uma fábrica de cerveja: bebida útil que antes era importada da Inglaterra; e os produtos das artes mecânicas como a maravilhosa execução de toda obra de madeira de uma  capela recentemente construída em Porto Alegre, sob a direção e patrocínio do Visconde de São Leopoldo distinto historiador, literato e ex-ministro do Interior do Brasil”


[1] DEBRET Voyage pittoresque et histórique au Brésil Volume II  disponível integralemnte    http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/00624520 



Fig. 12 –  O comerciante francês Arsène ISABELLE (1807-1888) realizou observações no Rio Grande do Sul um ano antes de Revolução Farroupilha. É notável o registro e o que publicou em relação ao trabalho germânico a partir de 1824 a partir de São Leopoldo 

A visita Arsène ISABELLE ao núcleo colonial de  São Leopoldo ganhou cores e vida na narrativa por ele produzida e publicada na Europa (p. 261).
Em 1834, calculava-se a população total de província em 160.000 habitantes, sendo que os alemães representavam um décimo desse total. Só na nova colônia de São Leopoldo contava oito mil.[...] Até agora, ela tem feito tudo o que dela se podia esperar, e já são tantos os melhoramentos introduzidos nas artes e na cultura, que o aspecto da província se transformou, a ponto de torná-la irreconhecível  aos olhos  daqueles que a tinham percorrido antes da guerra do Brasil com a república Argentina. É agora província indispensável ao Brasil, pois é a única que pode fornecer carne, sebo, couros,  cavalos, mulas, milho e até trigo, ao passo que poderia, se houvesses necessidade, prescindir-se das outras, pois as culturas de mandioca, algodão, arroz, açúcar, etc. Produzem o suficiente ao seu consumo.

Arsène ISABELLE encontroa ali um artista na pessoa do médico do núcleo colonial de  São Leopoldo conforme é possível ler na p.254
Fomos recebidos pelo doutor João Daniela Hillebrand, jovem muito instruído, que reúne à sua grande modéstia, excelentes maneiras e muita amabilidade. Adquiriu este gosto quase apaixonado quando acompanhou, durante muito tempo, o doutor Sellow. Mostrou-nos suas coleções, já numerosas, de pássaros, insetos e madeiras úteis, e também muitos objetos curiosos, tais como  armas de bugres, vasos, etc... Excelente desenhista, pintou uma coleção de lepidópteros da colônia. Fiquei encantado com a exatidão do desenho e as frescura do colorido desses lindos insetos.

Confirma-se que a ARTE acompanha a CIÊNCIA especialmente quando interagem e se complementam. Neste momento e nestas circunstâncias a ARTE confere corpo a um pensamento e é competente para fazer circular a mentalidade que lhe deu origem. Caso contrário é mera decoração, lazer e algo exótico. A Arte - movida apenas pela decoração, lazer ou exotismo - compromete seriamente a identidade da mentalidade única peculiar da cultura e da Arte do imigrante e estaria aberta para heteronímia. Heteronímia na qual outros deliberam e decidem sobre o seu uso desta forma cultural para fins variados e efêmeros na indústria cultural amorfa e impessoal.

Na próxima postagem iremos examinar a fortuna de intelectuais que permaneceram mais próximos ou se debruçaram com mais intensidade sobre as CONDIÇÔES das PRÁTICAS ARTISTICAS no BRASIL


ALGUMS FONTES de IMAGENS do presente TEXTO
HANS  STADEN

DEBRET, Jean Baptiste (1768 – 1848) -  Voyage pittoresque et histórique au Brésil ou séjour d’un Artiste Français au Brésil depuis 1816 jusqu’en 1831 inclusivement. Dédié à l’Académie des Beaux-Arts de l’Institut de France par J.B.Debret, premier Peintre et Professeus de l’Academie Impériale Brésilienne des Beaux-Arts de Rio de Janeiro, Peintre particulier de la Maison Imprériale, Membre correspondant de la Classe des Beaus-Arts de l’Institut de France, et Chevalier de l’Orde de Crist. Paris : firmin Didot Frères, impremeurs de l »Institut de France, 1839, 3 vol.
Veja o

SAINT HILAIRE, Auguste 1779-1853  Aperçu d'un voyage dans l'intérieur du Brésil, la province Cisplatine et les missions dites du Paraguay Correspondant de l’Académie des Sciences. ( Extrait des Mémoires du Muséum d'Histoire Naturelle, 5e. année, t. 9.}, Imprimerie de A. Belin :  Paris,  l823, 73 p  Dedicatória de Saint-Hilaire ao Monsieur L'Abbé Correa
Disponível na Coleção Brasiliana USP -  http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/01417800

VIAJANTES do século XIX e PORTO ALEGRE

Preparação oficial da ocupação de Real Feitoria do Linho Cânhamo pelos imigrantes
Correio do Povo ANO 117 Nº 183 - PORTO ALEGRE, SÁBADO, 31 DE MARÇO DE 2012 Há um século


FERREIRA, Alexandre Rodrigues. (1756-1816)  Viagem Filosófica. Memórias (zoologia e botânica). Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1972.
____. Viagem Filosófica. Memórias (antropologia). Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1974.
____. Viagem Filosófica. Iconografia v.1: geografia e antropologia; v.2: zoologia. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1971.
ISABELLE. Arsène (1807-1888)[1], - Viagem ao Rio da Prata e ao Rio Grande do Sul tradução e nota sobre o autor Teodomiro Tostes; Introdução de Augusto Meyer [2ª reimpressão] Brasília : Senado Federal 2010 , XXXI p. + 314 p.( Ed. Senado Federal v.61)

TUBINO, Nina A germanidade no Brasil  Porto Alegre: Sociedade Germânia, 2007, 208, il

Goethe no Brasil

Grande interessado em culturas, Goethe não deixou de observar aspectos da cultura brasileira. Em sua biblioteca constavam 17 títulos de obras que tratavam do Brasil, além de estarem registrados empréstimos de livros do tema na biblioteca de Weimar. Goethe conheceu canções tupinambás através da leitura de Dos Canibais de Montaigne e mantinha um intercâmbio de informações científico com Carl Friedrich Philipp von Martius, o qual costumava chamar o "brasileiro" Martius. Esse e Ness Von Esenbeck o homenagearam batizando Goetha uma espécie de malvácea brasileira.


O médico Carlos Engler nasceu em Viena d'Áustria em 1800 e faleceu em Itu, em 1855. Veio para o Brasil em 1821 e estabeleceu-se em Itu, São Paulo, onde clinicou e viveu. Casou-se nessa cidade com uma senhora brasileira, da qual teve vários filhos, dentre os quais um que se formou em medicina e residiu em Campinas, SP. Chamava-se igualmente, Carlos Engler.
A avaliação de um sábio médico austríaco e o registro de Hercules Florence (1804-1879), do  infortúnio na recepção de sua ciência em ITU no início da Independência Brasileira e enquanto forma-se a Colônia de São Leopoldo
Travei conhecimento com o Dr. Engler, austríaco, homem todo voltado para a ciência. Sua biblioteca qualificada, e assinaladamente alemã, acompanhava-se de um gabinete de Física e um laboratório, assim como de instrumentos de astronomia. Todo esse aparelhamento lhe assegura a estima de minguado número de pessoas; quanto à generalidade da população, em relação a ele, prevalece a indiferença e, não raro, a censura. Assim se mede a inteligência por estes lados. Mas não é a inteligência um dom da divindade? A comprovar que o mérito e o talento frequentemente sofrem a ação do desdém, não seria demais afirmar que um dos gêneros de bem estar preferido pelos homens se traduz por excentricidade, práticas frívolas e, até, atos hostis.
Em relação a HERCULES FLORENCE ver

SIMMEL, Georg (1858-1918) Sociología y estudios sobre las formas de socialización. Madrid : Alianza. 1986,  817 p..  2v

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