UM SÉCULO – UMA UNANIMIDADE.
Claude LÉVI-STRAUSS (28.11.1908-01.11.2009) conseguiu contradizer frontalmente o Cardeal de Richelieu (1585-1642). Este desafiava “o mais honrado súdito da França que escrevesse um texto de cinco linhas e ele acharia cinco razões pra enforcar o autor deste texto”.
Certamente Claude escreveu muito mais do que cinco linhas. Foi e continua sendo uma unanimidade mundial ao final de um século de existência. Desafiou a lição do Cardeal, vivendo e cultivando o mais estrito hábito da integridade intelectual, que Max Weber colocou como a única coisa que uma universidade pode ensinar. Hábito da integridade intelectual que ele trouxe para os fundamentos da USP e para as suas pesquisas e descobertas nos Tristes Trópicos.
Os principais jornais do mudo prestam uma homenagem singular, sem restrições e sem necessidade dos habituais panegíricos dedicados a quem não pode mais defender-se deles
LEVI – SRAUSS – Le Monde 03.11.2009
LEVI – SRAUSS – NYT - 03.11.2009
http://www.nytimes.com/2009/11/04/world/europe/04levistrauss.html?_r=1&hp
LEVI – SRAUSS – The GUARDIAN - 04.11.2009
http://www.guardian.co.uk/artanddesign/jonathanjonesblog/2009/nov/03/claude-levi-strauss
LEVI – SRAUSS – ZH - 04.11.2009
LEVI – SRAUSS – CP - 04.11.2009
http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=35&Caderno=0&Noticia=51440
LEVI – SRAUSS – FOLHA - SP - 04.11.2009
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u646972.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u646977.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u646979.shtml
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u642.jhtm
LEVI – SRAUSS – SPIEGEL - 04.11.2009
http://www.spiegel.de/thema/claude_levi_strauss/
Diante desta avalanche de referencias publicadas nos melhores jornais do mundo – e sem menor pretensão a ser conclusivo - cabem para Levi-Strauss as palavras[1] de Marcel DUCHAMP
“sob a aparência, estou tentado dizer sobre o disfarce, de um dos membros da raça humana, o indivíduo é de fato sozinho e único e no qual as características comuns a todos os indivíduos, tomados no conjunto, não possuem nenhuma relação com a explosão solitária de um indivíduo entregue a si mesmo”
Na pessoa e na obra de Lévi-Strauss estão reunidos e tocam-se e se fecham os extremos do trabalho continuado na modéstia e no recolhimento absoluto com a explosão que ilumina um público incalculável resultante de sua da fama e do reconhecimento universais. Não como uma repentina erupção de homenagens. Mas e apenas a continuação de um século de coerência entre o ENTE e o SER. Aristóteles possui razão “toda arte visa a geração e se ocupa em inventar e em considerar as maneiras de produzir alguma coisa que tanto pode ser como não ser, e cuja origem está no que produz, e não no que é produzido”[2].
[1] SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et présentés par Michel Sanouillet Paris Flammarrion, 1991, pp. 236-239
[2] ARISTÓTELES - Ética a Nicômaco 2.5. 2 – em http://www.consciencia.org/aristotelesjosemar.shtml
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