sábado, 2 de abril de 2022

291 - ISTO é ARTE SUL RIOGRANDENSE no BICENTENÁRIO da INDEPENDÊNCIA

O AUTORRETRATO de Manuel Araújo Porto-alegre como uma das expressões de autonomia das ARTES VISUAIS SUL-RIO-GRANDENSES e ÍCONE do MARGS 01 – Uma obrafundamental do MARGS 02 – A VERDADE deste AUTORRETRATO 03 – Especificando anatureza desta obra 04 – Uma OBRA INAUGURAL PESSOAL e COLETIVA 04.1 – Uma OBRAINAUGURAL PESSOAL 04.2 – Uma OBRA INAUGURAL COLETIVA 05 – O critério de ANTIGUIDADE de uma OBRA de ARTE 06 – Uma OBRA de ARTE como testemunha dapassagem do contexto COLONIAL para a SOBERANIA BRASILEIRA 07 – O AUTORRETRATO naDIACRONIA da OBRA de Manuel Araújo Porto-alegre 08 – Um AUTORRETRATO como ÍNDICEda SOMATÓRIA da PASSAGEM de REGIMES POLÍTICOS 09 – O AUTORRETRATO do jovemManuel Araújo Porto-alegre e a ARTE de um NOVO TEMPO do BRASIL. 10 -A VERDADEpossível ao jovem Manuel Araújo Porto-alegre, 01 – Uma obra fundamental do MARGS No ano de 2021 foi incorporada, ao ACERVO do MARGS, a PINTURA do AUTORRETRATO do jovem Manuel Araújo Porto-alegre (1806-1879) pintado aos 17 anos em Porto Alegre no ano de 1823. Esta obra necessita também uma longa e minuciosa atenção e pesquisa depois de sobreviver à sua peregrinação de dois seculos de existência. Não se conhece ainda teses ou livros com o tema especifico deste autorretrato
https://www.margs.rs.gov.br/catalogo-de-obras/A/42439/Manuel Araújo Porto-alegre (1806-1879) - autorretrato aos 17 anos (1823) Técnicas: Óleo sobre madeira Dimensões: 21,5 x 16 cm Procedência: Aquisição por transferência do Museu Julio de Castilhos, 2021 Registro:no MARGS 4896 Fig. 01 – Considera-se este autorretrato jovem Manuel Araújo - pintado em 1823 no primeiro ano da Independência do Brasil – como um ÍCONE do MUSEU de ARTE do RIO GRANDE do SUL. Concorre, para esta tese a sua antiguidade, o rompimento com a estética colonial, a ênfase no individuo, a técnica resumida da tinta sobre uma superfície A PINTURA do autorretrato do jovem Manuel Araújo Porto-alegre merece reconhecimento como legítima e ser considerada com atenção especial e destaque no ACERVO do MARGS Merece, agora, esta atenção e reconhecimento depois de sua sobrevivência, - na qual certamente perdeu muitas companheiras – tanto pela sua natureza estética como pelo massivo e volumoso contexto de sua origem, pelas marcas das circunstâncias das quais ela é portadora material e conceitual. Na busca a BELEZA da VERDADE empreende-se, no pressente texto, o estudo do AUTORRETRATO de Manuel Araújo Porto-alegre. Esta VERDADE é frágil, esquiva e exige, desta pesquisa, vencer muitas dificuldades, compreensão e não menor empatia estética e receptividade imediata e universal. 02 – A VERDADE deste AUTORRETRATO No entanto, a VERDADE desta PINTURA, concorre com um longo cortejo de obras de arte do acervo do MARGS na espera de serem promovidas a ÍCONE, SIMBOLO e IDENTIFICADORA da INSTITUIÇÃO. Certamente a nenhuma delas falta méritos, atrativos e simpatias por um ou oura razão. A tese do presente estudo a VERDADE desta PINTURA do AUTORRETRATO de Manuel Araújo Porto-alegre é vista e percebida como uma das primeiras expressões de autonomia das artes visuais sul rio-grandenses. Portanto como um índice da busca de SOBERANIA ESTÉTICA sul-rio-grandense e conectada com a INDEPENDÊNCIA BRASILEIRA proclamada no ano anterior à criação desta obra. O ano de 1823 é da Independência da BAHIA e do PARÁ e a sua adesão ao BRASIL, configurando seu ATUAL território. 03 – Especificando a natureza desta obra Entende-se aqui a natureza estética PINTURA como a disposição de TINTA sobre uma superfície. O contrário também é verdadeiro pois a disposição de tinta sobre uma superfície também é PINTURA Assim, naterialmente a PINTURA do AUTORRETRATO do jovem Manuel Araújo Porto-alegre, não passa de TINTA sobre uma superfície, Esta PINTURA incorpora-se numa vasta e continua HISTÓRIA da habilidade prática humana que se perde na profundeza das cavernas da Pré-História, porém retomada e renovada de geração em geração. No caso do AUTORRETRATO do jovem Manuel Araújo Porto-alegre esta PINTURA incorpora e se orienta pelos contextos TEMÁTICOS, LEGAIS, ESTÉTICOS, CIENTÍFICOS, TÉCNICOS, LOCAIS e REGIONAIS. 04 – Uma OBRA INAUGURAL PESSOAL e COLETIVA Esta PINTURA instaura um momento especial no contexto TEMÁTICO na prática e habilidade humana. Nas ARTES VISUAIS SUL RIO_GRANDENSES o TEMA deste AUTORRETRATO é o primeiro que se conhece, até o momento. De um lado esta OBRA PICTÓRICA estabelece um ponto de partida no plano da sua evolução pessoal constitui um referencial do artista para sua vasta e volumosa produção posterior no âmbito da habilidade de dispor a TINTA sobre uma superfície. Dou outro lado ela abre as portas para uma legião de ARTISTAS VISUAIS SUL RIO_GRANDENSES se debruçarem e se contemplarem a sua própria imagem para transformar esta percepção visual em OBRAS PICTÓRICAS. Anida não se estudo e de sistematizou o tema do AUTO RETRATO PICTÓRICO do ARTISTA VISUAL SUL-RIO-GRANDENSE 04.1 – Uma OBRA INAUGURAL PESSOAL Na SOBERANIA este AUTORRETRATO de Manuel Araújo Porto alegre não possui objetivo fora dele mesmo. Este exercício da PINTURA visa o gosto da ARTE sem se submeter ao mercado de arte e a condicionamentos estéticos, políticos, ideológicos e econômicos. Manuel Araújo Porto-alegre sempre viveu e sobreviveu sem depender ou prostituir a sua autonomia da sua arte. Sempre procurou oficios, tarefas e trabalhos sem fazer concessões á autonomia do artista. Sempre próximo da arte ele morreu em Lisboa em 1879 como embaixador brasileiro depois de percorrer, nesta função, as principais capitais mundiais da arte da cultura. Como professor e orientador abriu caminho para os sus discípulos entre os quais Vitor MEIRELES e Pedro AMÉRICO que se tornou seu genro. Atribui-se aqui a este último a preservação de suas obras. 04.2 – Uma OBRA INAUGURAL COLETIVA A TESE que se quer sustentar aqui é que este AUTORRETRATO de Manuel Araújo Porto-alegre é uma expressão de AUTONOMIA, INDEPENDÊNCIA e SOBERANIA das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL. Como tal ele se incorpora, visualiza, gera e sustenta outras SOBERANIAS, INDEPENDÊNCIAS e AUTONOMIAS. Esta obra, produzida em Porto Alegre, expressa um ponto de descentralização no eterno fluxo e refluxo do centralismo político, econômico e cultural brasileiro Este AUTORRETRATO de Manuel Araújo Porto-alegre carrega os índices da cultura de AUTONOMIA, INDEPENDÊNCIA e SOBERANIA de sua origem, transito e recepção. Na sua origem ela carrega os índices da Missão Artística Francesa em 1816 e que por sua vez decorrem da REVOLUÇÃO FRANCESA dos seus desdobramentos e dialéticas nas ARTES VISUAIS. No seu trânsito posterior, pela cultura e arte brasileira, esta obra representa um ponto significativo no projeto civilizatório institucional da arte que o seu autor herdou e desenvolveu com o seu mestre Jean Baptiste Debret e com as conexões que desenvolveu com as diversas culturas e centros de artes vigentes na sua época As expressões de AUTONOMIA, INDEPENDÊNCIA e SOBERANIA das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL estiveram a uma distância suficiente para não se envolverem com caprichos culturais, intrigas estéticas o patrulhamentos externos às artes Assim os seus artistas puderam colher o que lhes interessava e desenvolver o seu modo de ser próprio num lugar distante de críticas inócuas, de patrulhamentos acadêmicos. Quando intervinham em outros lugares e culturas o faziam convictos, conhecendo a si mesmos e dos seus limites AUTONOMIA em relação ao REGIME COLONIAL anterior na qual a PINTURA estava a serviço do ESTADO COLONIAL e da RELIGIÃO. O autorretrato de 1823 não estava a serviço de um de outro poder externo. Compreende-se INDEPENDÊNCIA como o individuo que busca SER o que fato o seu ENTE É e o que ele toma como modelo e paradigma de si mesmo. 05 – O critério de ANTIGUIDADE de uma OBRA de ARTE A ANTIGUIDADE de uma OBRA de ARTE refere-se à sua origem a sua recepção. Nesta preservação não se conta só a soma do número de seus anos. Mas o especialmente a carga de eventos que motivaram a sua origem, o seu transito no qual os fatos, os eventos, as tendências estéticas, politicas e sociais foram se depositando e acumulando sobre ela. Assim camada após camada esta obra cada ano vai acrescentado aos seus méritos estéticos. Em síntese uma OBRA de ARTE carrega, o seu mínimo material um máximo de circunstâncias.
DEBRET Chegada de Dona LEOPOLDINA Charles Simon Pradier (1783-1847 ) gravura margem 44 x 67 papel 57 x 75 cm c.1820 - A obra de Araújo Porto-alegre como índice da cultura trazida pela Missão Artística Francesa em 1816 ​ Fig. 02 – Entre os índices da Missão Artística Francesa, de 1816, que Araújo Porto-alegre conheceu foi uma gravura de Charles SIMON PRADIER um dos artesões de Paris radicados no Rio de Janeiro Nascido em Rio Pardo trabalhava no comércio de Porto Alegre e era aprendiz de algum pintor estrangeiro itinerante no Rio Grande do Sul. Foi atrás destes artistaias e artesões migrando para a corte . Ali tornou-se discípulo de Jean-Baptiste Debret na Imperial Academia de Belas Artes saber 06 – Uma OBRA de ARTE como testemunha da passagem do contexto COLONIAL para a SOBERANIA BRASILEIRA A COLÔNIA do BRASIL era um NÃO LUGAR ao qual o português nato tinha de ir por obrigação e dever, mas não era para PERMANECER além do tempo previsto pelas severas e estreitas ordens recebidas. Neste contexto colonial a prática da arte não tinha outro sentido além do vínculo com a metrópole. Já na passagem do REGIME COLONIAL para o IMPERIAL a obra de Araújo Porto-alegre necessita preencher um duplo vazio. Um vazio era vencer o desinteresse pala cultura herdada, ao longo dos 300 anos, do REGIME COLONIAL. Outro vazio é da falta de tradição, de instituições e de gente qualificada para instaurar uma autêntica ARTE BRASILEIRA em um LUGAR no qual ainda havia tudo a fazer. Neste sentido a COLÔNIA do BRASILEIRA era um NÃO LUGAR no TEMPO. As igrejas, as casas grandes e muito menos as senzalas tinham relógio. Os escravos ou,“peças”, permaneciam dia e noite e sem fim de semana, sob o controle do feitor e ao mando dos senhores. Os raros relógios solares funcionam só em dias favoráveis. A fabricação de qualquer relógio mecânico estava fora do alcance mesmo dos artesões mais habilidosos. O jovem Manuel Araújo Porto-alegre encontrou trabalho com estes artesões qualificados europeus vindos de fora da tradição ibérica que aproveitavam, na capital da capitania, esta imensa e secular lacuna do BRASIL como NÃO LUGAR no TEMPO. O BRASIL como COLÔNIA de PORTUGAL era um NÃO LUGAR da CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL da qual LISBOA mantinha a sua posse fora da marcha CIENTÍFICA e TÉCNICA e dessincronizada com o resto do mundo conhecido. Para tanto construiu e mantinha o um rosário de fortes, fortalezas e quarteis guarnecendo a sua COLONIA para manter longe os olhares e cobiça de outras nações, culturas e saberes. Para tanto elaborou uma férrea legislação cuidadosamente montado pelo “capas pretas” de Coimbra que garantiam a ESCRAVIDÃO LEGAL, o controle rígido do “sangue impuro” dos judeus e dos mouros, sem contar com os eventuais hereges. Com estas LEIS COLONIAIS os lusitanos precediam os fatos e os atos praticados na COLONIA BRASILEIRA. Atos e fatos dos quais estava excluída a ARTE na concepção atual. A TÉCNICA da PINTURA ARTÍSTICA e para fins de expressão pessoal, era algo proibido na COLONIA BRASILEIRA Ela era destinada à PINTURA SACRA com motivos e temas exclusivamente religiosos Não havia retratos, paisagens ou motivos profanos nas casas, mesmo nas mais ricas. Na COLONIA não se permitia a fabricação de pigmentos e tintas para fins artísticos. Diante desta imensa lacuna o pequeno e despretensioso AUTORRETRATO de Manuel Araújo Porto-alegre, datado do ano de 1823, ganha dimensões notáveis. Com a vigência ativa destas leis a COLÔNIA do BRASIL era um NÃO LUGAR para a CIDADANIA Quem não era escravo comprado, vendido e guardado e feito trabalhar era uma PEÇA era súdito sem direitos políticos, administrativos ou capacidade de decidir e deliberar. Dentro destes súditos os povos originários, os crioulos ou crias da terra, os analfabetos e as mulheres não podiam aspirar a qualquer cargo publico de mando o exercício de algum tipo de voto. Quem decidia e deliberava necessariamente tinha de ser luso e provar que o seu sangue era “PURO ” até a quinta geração antes dele. Assim descendentes de e HEREGES, MOUROS ou JUDEUS também eram discriminados e afastados de qualquer cargo no qual poderiam deliberar e decidir. Em contrapartida à descriminação dos nativos no REGIME COLONIAL, o BRASIL INDEPENDENTE entrega, as funções dos cargos públicos, apenas para brasileiros natos ou naturalizados. Assim faz sentido a genealogia do jovem Manuel Araújo Porto-alegre num estudo empreendido pelo pesquisador Paulo Jaurês Pedroso Xavier (1917-2007). Este estudo permite perceber a formação da sociedade riograndense. Certamente o artista quis reverenciar estes antepassados e esta sociedade ao pedir que seus restos mortais repousassem entre estes seus antepassados
​ Fig. 03 – O gentílico “o Porto-alegre”, que Manuel ARAÚJO adotou, refere-se a alguém que vem da cidade de Porto Alegre Assim ele grafava corretamene Porto-alegre, quando assinava ou identificava uma obra como semndo ua 07 – O AUTORRETRATO na DIACRONIA da OBRA de Manuel Araújo Porto-alegre Numa dimensão HISTÓRICA a PINTURA do AUTORRETRATO do jovem Manuel Araújo Porto-alegre é um índice da DIACRONIA do que viria depois de sua elaboração. O ponto de partida é o principio de que a “ARTE ESTÁ EM QUEM PRODUZ” No caso desta obra juvenil de um ENTE HUMANO cuja potencialidade foi num crescendo, uma ampliação constante e uma diversificação do seu modo de Manuel Araújo Porto-alegre SER artista. Na medida em que avançava em idade permaneceu fiel ao seu MODO de SER ARTISTA, Neste MODO de SER ARTISTA ele encontrou numerosas maneiras significativas e de manifestar suas potencialidades de SER artista Ao se desafiar descobriu com outra formas de PRODUZIR ele não perdeu o seu projeto de adolescente expressa precocemente no seu AUTORRETRATO . Amadurecia no TEMPO no meio de sucessivos e subsequentes desafios em territórios nos quais a recém proclamada independência do Brasil abria espaço para se a afirmar e buscar a sua autonomia estética. Existe uma vasta produção intelectual que possui por objeto a DIACRONIA desta produção. No entanto esta produção literária contamina-se na indevida comparação com a produção de centros artísticos hegemônicos, além de concentra-se no valor patrimonial como objeto de trocas. Neste olhar genérico, comparativo e patrimonialista a PINTURA do AUTORRETRATO do jovem Manuel Araújo Porto-alegre NÃO ENCONTRA ATENÇÃO, o seu devido lugar, quando não é omitido sumariamente desta produção 08 – Um AUTORRETRATO como ÍNDICE da SOMATÓRIA da PASSAGEM de REGIMES POLÍTICOS No entanto, a somatória da obra de Araújo Porto-alegre constitui índice da passagem do REGIME COLONIAL ao IMPERIAL A obra de Araújo Porto-alegre necessitou vencer o desinteresse pala cultura herdada do longo período colonial. Diante a tradição, gostos e hábitos herdados e vigentes no REGIME COLONIAL esta obra enfrentou a tarefa de alimentar novos hábitos, consolidar gostos e tradições capazes de criar, evidenciar e reproduzir no recém instaurado REGIME IMPERIAL BRASILEIRO, Nesta tarefa a cultura trazida pela Missão Artística Francesa, em 1816, certamente foi um ponto de ATUALIZAÇÃO de ALGUMAS raras INTELIGÊNCIAS. No entanto, faltava tudo a fazer na PESQUISA ESTÉTICA BRASILEIRA. Nesta e ATUALIZAÇÃO das INTELIGÊNCIAS locais exigia-se um novo fundamento, paredes e telhado coerentes com o LOCAL, abrigo de uma SOCIEDADE especifica sem perder de vista o TEMPO vivo pelas culturas hegemônicas da época. 09 – O AUTORRETRATO do jovem Manuel Araújo Porto-alegre e um NOVO TEMPO da ARTE no BRASIL. A PINTURA do AUTORRETRATO do jovem Manuel Araújo Porto-alegre certamente constitui um índice de um novo tempo brasileiro diferente do ritmo, motivações e práticas vigentes em PORTUGAL . No Brasil, de 1823, faltava tudo para criar, se firmar e se reproduzir esta identidade que lhe havia sido subtraída, negada e sem uma receptividade diferente daquela da antiga metropole. O jovem Manuel Araújo Porto-alegre entregou-se de corpo e alma às práticas, motivações e tarefa para criar, se firmar e se reproduzir esta identidade brasileira Contraditoriamente sua morte em PORTUGAL representa., de um lado, a continuidade da identidade que era possível da cultura lusitana. Porém não negava o surgimento, ao mesmo tempo, de uma nova identidade a altura da CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL Mas estava apenas no caminho. Esta nova identidade da ARTE no BRASIL não é tarefa e obra de subserviência a outras culturas, do acaso ou de um voluntarismo personalista. Esta SOBERANIA, INDEPENDÊNCIA ou AUTONOMIA é culminância de um árduo e longo caminho. Este caminho do mestre levou o seu discípulo, orientando e genro, Pedro Américo, a ser escolhido para ser o derradeiro artista visual ao direito de ter o seu autorretrato, de 1895, aceito na “Galleria degli Uffizi” de Florença entre as mais prestigiosas obras do Renascimento Italiano. 10 -A VERDADE possível ao jovem Manuel Araújo Porto-alegre. O AUTORRETRATO de Manuel Araújo Porto-alegre representa um inequívoco PONTO de PARTIDA MATERIAL e INTELECTUAL. Era a VERDADE possível ao jovem Manuel Araújo Porto-alegre, de 17 anos, residente no Rio Grande do Sul materializou e deu corpo na PINTURA do seu AUTORRETRATO no ano de 1823. Com esta obra o jovem pintor criou um ponto de apoio material e de referência intelectual de sua época e abriu um vasto mundo de horizontes e de potenciais caminhos para as sucessivas etapas das EXPRESSÕES AUTONOMIA ESTÉTICA LOCAL e BRASILEIRA. Esta obra deste jovem colocada nos primórdios da INDEPENDÊNCIA do BRASIL apontava o caminho e garantia um referencial da SOBERANIA dos sentimentos, vontades e inteligência do seu PODER ORIGINÁRIO BRASILEIRO. Neste projeto do AUTORRETRATO de Manuel Araújo Porto-alegre irradia a BELEZA da VERDADE de um jovem sul-rio-grandense que busca SER o que fato é o seu ENTE. XAVIER, Paulo Jaurés Pedroso (1917 - 2007)1 .CADERNOS de ARTES - nº 01 - Porto Alegre : Instituto XAVIER, Paulo Jaurés Pedroso (1917 - 2007)2 .CADERNOS de ARTES - nº 01 - Porto Alegre : Instituto de Artes da UFRGS Jun 1980. (Dedicado integralmente a Manuel Araújo Porto Alegre) ---------Família de um povoador: contribuição à genealogia de Manuel Araújo Porto-Alegre (1806-1979) Porto Alegre: UFRGS Departamento de Artes Visuais IA, 1980, 49 p. -----------. «Ascendência Brasileira de Araújo Porto Alegre» in Correio do Povo. Caderno de Sábado . Volume XCVI , ano VII , n o 596, 29.12.1979. p. 16 Paulo XAVIER http://www.cbg.org.br/novo/colegio/historia/antigos-titulares/paulo-jaures-xavier/ 181 – ICONOGRAFIA SUL-RIO-GRANDENSE http://profciriosimon.blogspot.com.br/2016/09/181-iconografia-sul-rio-grandense.html CARECE de ESTUDOS< PESQUISAS< COMPROVAÇÔES Não se conhece tese sobre especfica desta autorretrato . A obra de Araújo Porto-alegre como índice da cultura trazida pela Missão Artística Francesa em 1816. – ICONOGRAFIA SUL-RIO-GRANDENSE postagem nº 181. http://profciriosimon.blogspot.com.br/2016/09/181-iconografia-sul-rio-grandense.html Manuel Araújo Pitangueira https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_de_Ara%C3%BAjo_Porto-Alegre ICONOGRAFIA de obras de Manuel Araújo Porto-alegre https://www.brasilianaiconografica.art.br/artigos/20083/um-album-de-araujo-porto-alegre Pedro Américo e Manuel Araújo Porto-alegre https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa18773/manuel-de-araujo-porto-alegre?gclid=CjwKCAjw_tWRBhAwEiwALxFPoUZUxDqc-Tro5Mi3xDeO-ru7r1Cw2L-Ui08uu8nNpD9lrqjYb_5lFhoCLDYQAvD_BwE + https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pedro_Américo_-_Retrato_de_Manoel_de_Araújo_Porto-Alegre,_1869.jpg Pedro Américo na Galleria degli Uffiizi dos autorretratos de Florença https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pedro_Am%C3%A9rico_-_Auto-retrato,_1895.jpg + https://m.facebook.com/pedroamericoartista/photos/a.134907029886973/1583875304990131/?type=3&source=57 + https://br.pinterest.com/pin/pedro-amrico-autoretrato-1877-galleria-degli-uffizi-florena-itlia--367254544588169221/ A falácia do 07 de setembro de 1822 como dia da Independência do Brasil https://biblio.campusananindeua.ufpa.br/index.php/ultimas-noticias/491-adesao-do-para-a-independencia-do-brasil CARLOTA JOAQUINA RAINHA da ARGENTINA https://constelar.com.br/astrologia-mundial/historia-e-cultura/carlota-joaquina/ Palacio da CABANAGEM BELÉM do PARÁ http://tyba.com.br/br/registro/cd305_289.JPG/-Fachada-posterior-do-Palacio-Antonio-Lemos---Sede-da-Prefeitura-da-cidade-de-Belem-e-tambem-do-Museu-da-Cabanagem-MABE----Belem---Para-PA---Brasil convite para o CURSO dos 200 anos das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL no contexto do BICENTENÁRIO da INDEPENDÊNCIA do BRASIL o programa está disponível em https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/FMfcgzGmvfgKGdvwDfgXntLvTkhthGbf + CURSO oferecido pela AAMARGS
A ARTE NO RIO GRANDE DO SUL DE 1822 A 2022 BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA NO BRASIL A obra de arte é única e primordial. Sempre esteve e estará nos artistas, a ela predispostos e mais amplamente realizados quando livres, autônomos e soberanos. Livres, autônomos e soberanos porque estes são seus direitos naturais, assim como dos estados e nações aos quais pertencem.   Mas como o artista é um ser no mundo, e não uma divindade autossuficiente, suas obras depois de criadas precisam de instituições que as apoiem, para se enraizarem no conjunto da sociedade. Ao entrarem neste mundo da recepção elas se sujeitam a avaliações e narrativas que variam no tempo e conforme as circunstâncias.   O conjunto de obras e suas instituições de apoio, das avaliações e narrativas que sobre elas se formam, quando distribuídas no tempo, formam aquilo que chamamos de história da arte. Uma totalidade cuja apreensão plena não pode ser realizada. Por isso o presente curso se propõe a apresentar e discutir alguns tópicos da arte produzida no RGS entre 1822 e 2022. 1822 por ser o ano da declaração de independência e soberania da nação brasileira. 2022 por ser o ano do seu bicentenário, ocasião mais do que propícia para se discutir, principalmente, em que situação se encontram as suas instituições de apoio. O recorte espacial é o estado do Rio Grande do Sul. Com o pressuposto de que, pelo acervo de obras nele produzidas e existentes, pode-se auferir o sentido e a importância das mesmas como expressão da independência, autonomia e soberania da própria nacionalidade, a partir de uma de suas unidades federadas.   Os critérios de divisão sincrônica do tempo – em décadas - é arbitrário, como arbitrárias são todas as demais divisões. No tempo diacrônico – o da longa duração – persegue-se a hipótese de que a busca da identidade, da liberdade de criar, da autonomia e soberania são valores que permeiam, com maior ou menor amplitude, a arte produzida no espaço étnico e culturalmente múltiplo que é o Rio Grande do Sul.   Metodologia: o curso será ministrado, concomitantemente, pelos professores Círio Simon e Arnoldo Doberstein, numa dinâmica expositiva, coloquial e, se for o caso, dialogada com o público.   Local: Auditório do MARGS, com lugares demarcados, distanciados e limitados ao número máximo de 30 pessoas.   Data e horário: de 13/4/2022 até 26/10/2022, nas Quartas-Feiras (com exceção do dia 6/9/2022) no horário das 14:30 às 16:00.   Inscrição: apenas presencial, no horário e local de início do curso. Investimento: O valor da inscrição, para todo o curso, é de R$ 200,00 (pagamento em dinheiro), com desconto de 10% para os associados (em dia) da AAMARGS.   Programa: - 13/04/2022. As décadas de 1820-29 e 1830-39, com ênfase para a presença dos viajantes estrangeiros, igrejas construídas, artesanato em metal e couro, e nas arquiteturas das cidades de Porto Alegre e Piratini. - 27/04/2022. As décadas de 1840-49 e 1850-59, com ênfase na imaginária farroupilha, e sua longa duração, os ecos do neoclassicismo arquitetônico, assim como a obra de Rudolf Wendroth, João do Couto e Silva e Edouard Zalony. - 11/05/2022. As décadas de 1860-69 e 1870-79, com ênfase para a arte gráfica do Sentinella do Sul, para o aquarelista Edoardo de Martino, o fotógrafo- retratista Luis Terragno, Bernardo Grasseli e a Exposição de 1875. - 25/05/2022. As décadas de 1880-89 e 1890-1899, com ênfase para a Exposição de 1881, e a obra de Adriano Pitanti, João Grünewald, Frederico Trebi, Guilherme Litran e Pedro Weingartner. - 08/06/2022. A década de 1900-09, com ênfase para o prédio da Prefeitura Municipal, a Exposição de 1903 da Gazeta do Comércio, os monumentos a Bento Gonçalves, de Rio Grande, e a criação do Instituto de Belas Artes. - 22/06/2022. A década de 1910-19, com ênfase para o monumento a Julio de Castilhos, o Quadriênio Glorioso na arquitetura de Porto Alegre, os surgimentos das revistas KODAK e MÁSCARA e a fase “rio-grandense” de Pedro Weingartner. - 06/07/2022. A década de 1920-29, com ênfase no Salão de Outono, de 1925, o surgimento das revistas Madrugada (1926) e Revista do Globo (1929), a docência de Libindo Ferraz, Fernando Corona, Francis Pelichek e José Lutzenberger, e o Salão da Escola de Artes de 1929. - 20/07/2022. A década de 1930-39, com ênfase na obra dos artistas gráficos da Revista do Globo, dos monumentos aos heróis-armados, na Exposição de 1935, na criação da Chico Lisboa e na atuação de Fernando Corona-arquiteto. - 03/08/2022. A década 1940-49, com ênfase nas artistas mulheres formadas na década de 1940 (Alice Soares, Alice Brueggemann, Christina Balbão, Leda Flores e Dorothea Vergara) o surgimento do MTG, Grupo de Bagé e Clube de Gravuras (1948) e a vinda de Locatelli e Sessa para o RGS. - 17/08/2022. A década 1950-59, com ênfase no muralismo laico de Locatelli (Salgado Filho, Caxias do Sul, Palácio Piratini), a afirmação dos gravuristas, da revista Horizonte e das artistas-mulheres, a fundação do MARGS e atuação de Ado Malagoli, na obra de Antônio Caringi e nas exposições de 1955 e do Salão Panamericano de 1958. - 31/08/2022. A década 1960-69, com ênfase na fundação do Atelier Livre da Prefeitura (1962), no surgimento e afirmação de uma nova geração de artistas (Iberê Camargo, Xico Stockinger, Cleber Sória, entre outros), a ampliação do mercado de arte e do colecionismo no RGS. - 14/09/2022. A década 1970-79, com ênfase na escultura pública monumental (Vasco Prado, Carlos Tênius, Xico Stockinger), a escalada nacional dos artistas rio-grandenses em Brasília, a formação do Grupo Nervo Ótico e a nova sede de Margs. - 28/09/2022. A década 1980-89, com ênfase no envolvimento dos artistas rio-grandenses na campanha pela redemocratização do país. - 11/10/2022 (terça-feira). A década 1990-1999, com ênfase no reaproveitamento de prédios públicos para abrigar instituições culturais (Casa de Cultura Mário Quintana, Museu Hipólito José da Costa, Museu Ruth Schneider, de Passo Fundo), no programa “espaço urbano-espaço arte” da Pref. Municipal de Porto Alegre e nas primeiras edições da Bienal do Mercosul. - 26/10/2022. As décadas de 2000-2009 e 2010-2019, com ênfase na obra pública de Mário Fuke, Carlos Vergara e Regina Silveira e para a indagação de final de curso: como anda nossa consciência coletiva rio-grandense diante da arte atual e de sua inserção num tempo de “história em migalhas”?