sábado, 15 de setembro de 2018

245 – ESTUDOS de ARTE





 Os PROJETOS FEDERAIS das ARTES no RIO GRANDE do SUL
Fig. 01 –   Viamão,  segunda capital da CAPITANIA de São PEDRO do RIO GRANDE do SUL, recebeu a construção de uma igreja fortaleza situada num ponto estratégico..  Este prédio é testemunho dos interesses do poder central em ocupar militar e populacionalmente o extremo sul de sua COLONIA BRASILEIRA. Este prédio é um índice da  bem sucedida política levada a efeito  pelo  PODER CENTRAL na criação e na manutenção da fronteiras e  fez com que ele nunca precisasse ser usado contra forças invasoras de outras potências.   

SUMÁRIO
01 – O PROBLEMA: ¿ POR QUE as ARTES SUL-RIO-GRANDENSES são BRASILEIRAS?  . 02 – A CAPITANIA e a PROVÌNCIA de SÂO PEDRO do RIO GRANDE do SUL  03 – BANDEIRAS e TROPEIROS na  CAPITANIA de SÃO PEDRO do  RIO GRANDE do SUL  04  O MILITARISMO como EXPRESSÂO do CENTRALISMO METROPOLITANO LUSITANO - 05 -  "UTI POSSEDETIS, ITA POSSEDIATES"  –06- O   RIO GRANDE do SUL na SOBERANIA BRASILEIRA 07  O FLUXO EMIGRATÓRIO no   RIO GRANDE do SUL ESTIMULADO e FINANCIADO pelo GOVERNO CENTRAL BRASILEIRO 08 – Os GRÊMIOS REPUBLICANOS no   RIO GRANDE do SUL 09  - As ARTES e os PRMEIROS CURSOS SUPERIORES  no   RIO GRANDE do SUL 10 – Os CURSOS SUPERIORES  do   RIO GRANDE do SUL RETORNAM ao GOVERNO CENTRAL BRASILEIRO
11 - Outros ESTÍMULOS e APOIOS do GOVERNO CENTRAL BRASILEIRO para  as ARTES do RIO GRANDE do SUL: -12 E-  FONTES BIBLIOGRÁFICAS e DIGITAIS

01 – O PROBLEMA: ¿ POR QUE as ARTES SUL-RIO-GRANDENSES são BRASILEIRAS?

O PROBLEMA CENTRAL desta postagem é encontrar as veredas para iluminar as razões ¿ POR QUE as ARTES SUL-RIO_GRANDENSES são BRASILEIRAS?
Evidente que um PROBLEMA sempre encontra as mais variadas concepções, propostas de solução e projetos de toda ordem. Esta atomização de inteligências, vontades e sentimentos teve graves tensões na busca e na geração de um CONTRATO BRASILEIRO aceitável interna e externamente.
 O exame das ARTES VISUAIS SUL-RIO-GRANDENSES é um dos índices da construção, dos trabalhos, das tensões e das esperanças num ESTADO NACIONAL. Os índices nas relações da Capitania, da Província e Estado Federal com Governo Central, neste longo curso, evidenciam silêncios, urgências, recuos e falta de projeto coletivo e de contrato dignos deste nome. Nestes índices salta aos olhos a atomização de inteligências, das vontades e dos sentimentos tanto no plano político, econômico e militar perceptível nas lacunas, nos projetos e nas efetivas realizações nas ARTES VISUAIS SUL-RIO-GRANDENSES sob o alto patrocínio dos PROJETOS FEDERAIS das ARTES no RIO GRANDE do SUL.
Fig. 02 –   A estrita faixa de terras e águas ocupadas pela CAPITANIA LUSITANA de São PEDRO do RIO GRANDE do SUL  confrontava-se, ainda em 1780, com os CAMPOS  ocupadas efetivamente pelos ESPANHOIS apesar do Tratado de Madrid de 1750 .  O bem sucedido projeto do PODER CENTRAL LUSITANO praticamente duplicou a primitiva área que não passava das terras banhadas pelos  rios da bacia do Guaíba e que desaguava nas lagos costeiras.   
 [ clique sobre o mapa para ler]


Na presente postagens percorre-sr alguns eventos, tropeços e realizações positivas nas ARTES VISUAIS no RIO GRANDE do SUL face ao BRASIL. De uma forma geral parece que tanto na Capitania, como na Província, o Governo Central Imperial pouco fizeram neste campo estético e cultural. No polo oposto nos primeiros anos do Regime Republicano remeteu todas as iniciativas nas ARTES VISUAIS ao “ESTADO SOBERANO do RIO GRANDE do SUL”.
 Com recrudescimento das esperanças num ESTADO  CENTRAL, ÚNICO e ONIPOTENTE  estas INICIATIVAS nas ARTES VISUAIS ESTADUAIS são absorvidas por Leviatã da ERA INDUSTRIAL.
Devido a obsolescência da ERA e da LÒGICA da ERA INDUSTRIAL  a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL se dissolve gradativamente as esperanças num ESTADO CENTRAL, ÚNICO e ONIPOTENTE. Assim, na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL, o cidadão avulso busca e retoma o seu lugar e proporção nas ARTES.
Mesmo nestas condições é possível afirmar este CONTRATO BRASILEIRO - potencialmente aceitável, para as ARTES VISUAIS SUL-RIO-GRANDENSES. Ao considerar um determinado espaço, num tempo dado e numa sociedade concreta uma solução única, linear e definitivo está distante. 
 A sina das ARTES VISUAIS sempre foi o de nunca se contentar com uma solução única, linear e definitiva. No ÂMBITO REGIONAL o PROBLEMA das RELAÇÕES das ARTES com o PODER CENTRAL, NÃO é e nem pode SER RESOLVIDO por um voluntarioso e temerário ATO DE FORÇA e de TEIMOSIA. No entanto este PROBLEMA FAZ CAMINHAR a todos sem acomodações fáceis, definitivas e universais.
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02 – A CAPITANIA e a PROVÍNCIA de SÃO PEDRO do  RIO GRANDE do SUL

Pode-se afirmar que os sul-rio-grandenses nativos muito pouco puderam fazer sem uma firme, forte e consistente intervenção da metrópole. Esta constância, força e firmeza metropolitana se evidenciam nas ações daqueles que comandaram a capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul. Entre estes é emblemática a figura de MANUEL JORGE GOMES de SEPÚLVEDA[1], na ação como fundador de Porto Alegre a atual capital do estado.






[1] MANUEL JORGE GOMES de SEPÚLVEDA (*16.04.1735 +28.04.1814)

Paulo Antônio de Carvalho Mendonça [Cardeal de Lisboa] – Sebastião José de Carvalho e Mello [Marquês de Pombal] Francisco Xavier de Mendonça FURTADO [Governado do Pará] 
Fig. 03 –   A ação do MARQUÊS de POMBAL deixou  as marca na Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul na firme e continuada intervenção iluminista na  política de uma região estratégica lusitana ao modelo do que os velhos países europeus praticavam na sua época,.  Nesta firme e continuada intervenção iluminista manteve, ao menos no papel e nos contratos os efeitos do Tratado de Madri que constitui  Portugal como dono dos CAMPOS ESPANHOIS até as margens do Rio Uruguai  
O PODER CENTRAL BRASILEIRO IMPERIAL investiu pesado nos projetos de IMIGRAÇÃO EUROPEIA[1]. Em contrapartida estes IMIGRANTES, do projeto imperial, criaram  riquezas que compensam amplamente os gastos do governo central do inicio da soberania brasileira. Já ao longo do regime republicano brasileiro[2] estas riquezas suplantaram amplamente  a economia pastoril do Rio Grande do Sul.  As áreas ocupadas por estes imigrantes - vindos de diversas nações  e culturas - continuam a se expandir e carrear ao erário  público estadual e nacional mais recursos de impostos e contribuições provenientes da agricultura e da indústria. No século XXI os investimentos brasileiros do passado são amplamente compensados por este gasto com os imigrantes.
De uma forma geral é possível também examinar o patrimônio simbólico que estes imigrantes aportaram para a identidade regional e nacional. Esta contribuição simbólica - por meio das ARTES VISUAIS - é tão extensa e profunda que NÃO se limita aqui ao que já se conseguiu projetar para o mundo do pensamento.  Não são menores e nem faltam expressões de todas as levas de imigrantes agenciadas e patrocinadas pelo PODER CENTRAL BRASILEIRO.
Além das conhecidas contribuições da cultura germânica[3] é possível também examinar o patrimônio simbólico trazida pelos imigrantes que aportaram contribuições sensíveis para a identidade regional e nacional. Esta contribuição simbólica - por meio das ARTES VISUAIS - é tão extensa e profunda que se limita aqui ao que já se conseguiu projetar para o mundo do pensamento das contribuições da cultura germânica[4]. As  expressões de outras levas de imigrantes -agenciadas e patrocinadas pelo PODER CENTRAL BRASILEIRO  - não faltam e não são menores.


[3] ARTE - brasilidade e germanidade  SUMÁRIO das 10 POSTAGENS e as suas CONEXÕES DIGITAIS
[4] ARTE - brasilidade e germanidade  SUMÁRIO das 10 POSTAGENS e as suas CONEXÕES DIGITAIS
Fig. 04 –   Depois dos BANDEIRANTES e antes do projeto migratório, que trouxe a população civil açoriana para CAPITANIIA do São PEDRO do RIO GRANDE do SUL, este território foi palmilhado, observado e marcado pela presença continuada e assídua do TROPEIRO vindo de São Paulo e Minas Gerais.  Este TROPEIRO, além de realizar as conexões civis entre o território brasileiro e  sul-rio-grandense, marcou com as suas pousadas  a origem pequenas povoações fixas que evoluíram para se transformaram em vilas e em  muitos municípios do atual território.do Rio Grande do Sul  

03 – BANDEIRANTES e TROPEIROS na  CAPITANIA de SÃO PEDRO do  RIO GRANDE do SUL 
  Um dos primeiros resultados do caldeamento das etnias, europeias e indígenas foi o curumim de mãe indígena e pai europeu. Este curumim, ao chegar a idade adulta, tinha aprendido a lingua AVANHENGA e se alimentava com os frutos da terra. Estava pronto o fator humano das BANDEIRAS. Sabendo se comunicar com os nativos por meio do AVANHENGA e não dependendo de alimentos importados podiam permanecer décadas perambulando e explorando o interior brasileiro. Certamente o rompimento dos limites do TRATADO de TORDESILHAS e a expansão lusitana, no imenso interior brasileiro, devem-se a este BANDEIRANTE. Este BANDEIRANTE expandiu os rudimentos culturais e estéticos do seu pai lusitano. Os sucessivos aldeamentos com as primitivas casas e igrejas eram comandados pelos CHEFES EUROPEUS e executados por seus subordinados mestiços.
Diversas BANDEIRAS cruzaram as atuais fronteiras do RIO GRANDE do SUL. Algumas em confronto direto com as MISSÔES e os MISSIONEIROS. BANDEIRAS que vinham para obter mão de obra escrava para as lavouras do Centro do Brasil. Outros bandeirantes negociavam com caciques locais a venda de prisioneiros ou das suas próprias sobras populacionais.
Com a descoberta do ouro, com a proibição da escravidão indígena e abandono das lavouras paulistas, entrou em cena o TROPEIRO. Este comprando mulas em Córdoba na Argentina, as conduzia para o trabalho em Minas Gerias. De outra parte a expansão dos rebanhos -  primeiro das MISSÕES JESUÍTICAS e depois nas sesmarias doadas pelo governo lusitano no Rio Grande do Sul – este o TROPEIRO conduziu e abastecia os mercados com estes bovinos.
            No Rio Grande do Sul permaneceu um rosário de pequenos pousos das jornadas diárias desta manados. Assim as distâncias geográficas ente Porto Alegre, Viamão, Gravataí, Cachoeirinha, Glorinha, Santo Antônio, Osório e assim por diante, marcam estes vínculos terrestres do Rio Grande do Sul com o Brasil Central;


FORTE de SANTA TERESA
Fig. 05 –   O PODER MILITAR marcou e demarcou o território da CAPITANIA de SÂO PEDRO do RIO GRANDE do SUL não só pelas suas marchas e contramarchas. O PODER MILITAR LUSITANO consolidou esta presença com sólidas e caras fortalezas, forte e quarteis. Esta presença a ação militar experimentada nos campos do Rio Grande do Sul não só marcou a população local como foi um dos produtos de exportação para o restante do território brasileiro  por meio de militares que se formaram e forjaram nas  casernas, nos quarteis, nos fortes e nas  fortalezas sul-rio-grandenses.

  04 – O MILITARISMO como EXPRESSÃO do CENTRALISMO METROPOLITANO LUSITANO 
Portugal tivera as mais variadas experiências militares na formação de sua  NAÇÃO.  Muito antes de sua SOBERANIA os gregos, os cartagineses, o dominador romano e depois os mouros estiveram ali e ensinaram a arte militar. Depois vieram os confrontos com Castela e Aragão, as alianças com a Inglaterra e a necessidade de cercar as próprias fronteiras com fortes feudais e fortalezas. Assim o Regime Colonial Brasileiro teve uma série de fortes, tanto pelo lado do mar como pelo interior.
O Rio Grande do Sul - enquanto CAPITANIA DEL REY - teve os mais arrojados lusitanos no seu comando, defesa e conquistas militares. Estes promoveram a construção de um rosário de fortalezas desde a Colônia do Sacramento até as margens dos lagos e rios navegáveis do interior do Rio Grande do Sul.
Para servir nestas longínquas terras o militar, ou o mercenário, ganhava um posto e um soldo.  Esta remuneração, proveniente do erário central, era a base econômica das pequenas aglomerações urbanas que se formavam próximas ou ao redor destas casernas, quarteis e fortes militares. Além das bandas militares esta pequena economia evidentemente não era suporte eficiente para arte. De uma forma geral o militar não pode sentir e muito menos deliberar e decidir por sua própria inciativa. Assim a sua ARTE não vai além das estratégias e  da logística. A sua FILOSOFIA se resume à obediência à hierarquia, Inclusive vários comandantes destacados para o Rio Grande do Sul enfrentaram, em Lisboa  CORTES MARCIAIS sendo alguns condenados à pena capital.
O simbólico foi o maior legado da presença e das ações efetiva militares no Rio Grande do Sul. Simbolismo que hierarquizou e militarizou as funções, os postos e os cargos nas sesmarias doadas pelo governo lusitano no Rio Grande do Sul. Muitos titulares destas glebas e seus proprietários eram militares retirados para a inativa. A casa da Fazenda era um potencial local de resistência militar.
No entanto a mitificação da presença e das ações militares gerou - tanto no estado como no brasileiro em geral – uma equivocada percepção de belicosidade gratuita do sul-rio-grandense e que não corresponde uma identidade, uma cultura e uma civilização sul-rio-grandense, Este equivoco foi denunciado e a sua origem devidamente explicado e argumentado  por Athos DAMASCENO( 1971, p.449) [1]  e vivamente condenado por Glaucos SARAIVA (1968 p.222)[2]


  DAMASCENO, Athos. Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900)  Porto  Alegre :  Globo, 1971. 540p.

[2] SARAIVA Glaucus da Fonseca (1921-1983) Manual do tradicionalista: orientação geral para tradicionlistas e centros de tradições gaúchas. Porto Alegre : Sulina, 1968, Coleção Meridional nº 09

Fig. 06 –   Jean Baptiste DEBRET, ao traçar o mapa do Brasil, com os dados que ele possuia do ano de 1808, mostra que tanto o território do Rio Grande do Sul como a Banda Oriental faziam fronteira com a Capitania de São Paulo.  Evidente que o francês, trabalhando em Paris, no ano de 1834, fez várias confusões como omitir Porto Alegre, que ele colocou, no mapa, entre Ilhéus e o Espirito Santo, com seguir informações que não correspondam à realidade. De outra parte mostra também as poucas informações e interesses que  a Corte do Rio de Janeiro dispunha  dos seu próprio território.
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05 – “UTI POSSEDETIS, ITA POSSIDIATIS”. 

 Quanto à natureza da AUTONOMIA o biólogo chileno Maturana - com profundos vínculos germânicos - escreveu (1996: 41)[1] que  na biologia o exemplo da célula viva que necessita da membrana para proteger a competência da vida. Só a partir da célula viva é possível determinar o que é relevante. 
O Tratado de MADRID consagrou a expressão jurídica do “UTI POSSEDETIS ITA POSSIDEATIS[2] Esta expressão reforçou a membrana das fronteiras  sul-rio-grandenses no interior das quais AUTONOMIA REGIONAL converge e garante a ampliação jurídica da SOBERANIA brasileira. O Tratado de MADRID garantiu a posse , no Brasil, do vale do Rio AMAZONAS, de CUIABÁ e das terras nas quais os BANDEIRANTES haviam implantado povoações lusitanas. No Rio Grande do Sul o “UTI POSSEDETIS ITA POSSIDEATIS significava a autorização da conquista e posterior posse dos territórios dos SETE POVOS[3].
O sul-rio-grandense tinha um projeto, uma sina e uma missão na qual se tornava atalaia do Brasil. Esta concepção voltou a tona em 1930 e se materializou na expressão e lema “o RIO GRANDE de PÉ pelo BRASIL






[1] MATURANA R., Humberto (1928-) e VARELA. Francisco (1946-). El árbol del conocimiento: las bases biológicas del conocimiento humano. Madrid : Unigraf. 1996, 219p.

[3] GOLIN, Tau. A Guerra Guaranítica: como os exércitos de Portugal e Espanha destruíram os Sete Povos dos jesuítas e índios guaranis no Rio Grande do Sul. (1750-1761). Passo Fundo: UPF e Porto Alegre: UFRGS, 1998, 624 p
Fig. 07 –   O obelisco que homenageia o fundador de Porto Alegre certamente é um reconhecimento do Rio Grande do Sul as iniciativas do PODER CENTRAL para povoar, defender e expandir a fronteiros de sua Capitania e depois Província de São Pedro.  Iniciativas personalizadas na figura que celebra de MANUEL JORGE GOMES de SEPÚLVEDA (*16.04.1735 +28.04.1814) que exerceu as funções de governador sob o nome de Marcelino Figueiredo, Este obelisco-  inaugurado no Centenário da Revolução Farroupilha – se refere oa bem sucedido projeto do governo central.

06 - O  RIO GRANDE do SUL na SOBERANIA BRASILEIRA.
O RIO GRANDE do SUL NUNCA PROCLAMOU a sua INDEPENDÊNCIA do BRASIL apesar das pesadas e insuportáveis imposições imperiais. O seu PROJETO sempre foi de permanecer dentro do BRASIL como um ESTADO DIFERENTE e com CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS. Só é possível determinar o que importa a partir do interior da membrana das fronteiras que envolvem o Rio Grande do Sul e não pelo lado de fora.
Nesta direção é emblemática a frase de Bento Gonçalves em carta dirigida ao Regente Feijó no dia 20 de setembro de 1835[1]
Senhor Regente, reflita bem antes de responder, porque de sua resposta depende talvez o sossego do Brasil. Dela resultará a satisfação dos justos desejos de um punhado de brasileiro que defendeu contra a voracidade espanhola uma nesga fecunda de Pátria; e dela também poderá resultar uma luta sangrenta, a ruína da Província, ou formação de um novo estado dentro do Brasil”.

Esta concepção da “FORMAÇÃO de um NOVO ESTADO dentro do BRASILpreludia o novo REGIME REPUBLICANO que acontecerá no dia 15 de novembro de 1889. Regime no qual os ESTADOS SERÃO GUINDADOS ao estatuto de “SOBERANOS”[2].
No contraditório a VISÃO EXTERNA BRASILEIRA pode municiar a ATUALIZAÇÃO INTELECTUAL necessária para distinguir o seu original e o diferencial das suas ARTES VISUAIS da cultura das ARTES VISUAIS BRASILEIRAS.
Fig. 08 –   O projeto civilizador compensador da violência do ESTADO exercido pelo REGIME IMPERIAL BRASILEIRO deixava pouco espaço para as suas PROVÍNCIAS possuíram algo  simétrico e sob a sua deliberação e decisão. De um lado evidencia  o bem sucedido projeto imperial centralista e monocrático. De outra parte mostra o vazio de instituições, de obras de arte  e realizações culturais e estéticas sob a tutela e iniciativa do governos provinciais que continuavam nas mãos de militares ou de nobres poucos afeitos com FILOSOFIA e e com as ARTES. Este quadro centralista imperial provocou a reação contrária nos primórdios do REGIME REPUBLICANO BRASILEIO. Os ESTADOS REPUBLICANOS, legalmente elevados ao nível da SOBERANIA, deflagraram um PROJETO CIVILIZATÒRIO estadual COMPENSADOR da VIOLÊNCIA que agora deveriam exercer  a sua SOBERANIA garantida pela sua  CONSTITUIÇAO PRÒPRIA e pela figura dos SEU PRESIDENTE ESTADUAL .Este PROJETO ESTADUAL é visível nos seus CURSOS SUPERIORES, nos seus PALÁCIOS, na URBANIZAÇÂO das suas CAPITAIS e na explosão de NOMES de ARTISTAS CIDÃOS e com NOME PRÓPRIO para ZELAR

07 – O FLUXO EMIGRATÓRIO no   RIO GRANDE do SUL ESTIMULADO e FINANCIADO pelo GOVERNO CENTRAL BRASILEIRO
É possível também examinar, de uma forma geral,  o patrimônio simbólico das primeiras levas destes imigrantes aportaram para a identidade regional e nacional. Esta contribuição simbólica - por meio das ARTES VISUAIS - é tão extensa e o profunda que evidenciou em pensamento e obras físicas  deste o seu início[1]. Não são menores e não faltam expressões das subsequentes levas de imigrantes agenciadas e patrocinadas pelo PODER CENTRAL BRASILEIRO.
Nestas contribuições é possível pensar em outras tantas MISSÕES ARTÍSTICAS à semelhança e modelo daquela FRANCESA, de 1816, agenciada e patrocinada pelo BRASIL REINO. A diferença da FRANCESA é que as MISSÕES dos IMIGRANTES se derramaram Brasil afora.  Neste SENTIDO, ao TRAZEREM uma MISSÂO de suas ORIGENS, cabe a estes imigrantes   o HONROSO TÍTULO de COLONOS. Este  era o projeto e o objetivo do PODER CENTRAL BRASILEIRO: o de espalhar a CIVILIZAÇÂO e a CULTURA em todo território núcleos. Estes núcleos rapidamente iriam modificar o ambiente como também serem absorvidos por este novo meio. 
No entanto o termo “COLONO” ganhou aspectos pejorativos pelo fato - desta presença do estrangeiro - abalar as tradições ancestrais dos nativos incomodados e impelidos para uma mudança.


[1] ARTE - brasilidade e germanidade  SUMÁRIO das 10 POSTAGENS e as suas CONEXÕES DIGITAIS
Fig. 09 –   Júlio de  CASTILHOS (1860-1903) não deixou por menos. Além de assumir o trono imperial vago, levou ao pé da letra a SOBERANIA do RIO GRANDE do SIL face ao BRASIL.  Este monumento erguido pelo ESTADO do RIO GRANDE do SUL celebra o  REGIME REPUBLICANO no ESTADO  e evidencia a consolidação e o seu triunfo  irreversível apesar  das dolorosas frustrações e limitações na sua efetiva implantação. De outra parte marca um ponto de chegada de  um longo e penoso caminho deste ideal republicano que sempre esteve no inconsciente do PODER ORIGINÁRIO do RIO GRANDE do SUL. Este Regime Republicano trouxe uma legião de praticantes das ARTES VUSUAIS SUL-RIO-GRANDENSES livres e soberanos nos seu CAMPO de FORÇAS ESPECÍFICAS.

08 – Os GRÊMIOS REPUBLICANOS no   RIO GRANDE do SUL
O REGIME COLONIAL e IMPERIAL BRASILEIRO vigiava a SOCIEDADE CIVIL que era  mantida estreitamente amarrada ao trono. Eventuais organizações de irmandades e guildas profissionais eram braços do ESTADO e controladas e legitimadas pela IGREJA cujos bispos eram nomeados e mantidos pelo TRONO.
Qualquer outra organização ou eventual sociedade deveria recorrer ao trono Real ou Imperial para se credenciar e legitimar.
Propagar qualquer outro regime do que o REAL ou IMPERIAL poderia significar “CRIME LESA MAJESTADE” e ser punido com a pena capital ao exemplo do que aconteceu com Tiradentes ou Frei Caneca.
Na sombra deste medo começaram a nascer, e a se expandir, os GRÊMIOS REPUBLICANOS BRASILEIROS francamente subversivos ao REGIME IMPERIAL. Na Província de São Paulo estes GRÊMIOS REPUBLICANOS ganharam vida na FACULDADE de DIREITO do Largo São Francisco. Sustentados pelos FAZENDEIROS em expansão para o interior e Oeste do estado. Estes NÃO eram NOBRES faziam oposição aos BARÕES do CAFÈ do vale do rio Paraíba. Os filhos enriquecidos dos fazendeiros do Rio Grande do Sul começaram a afluir para FACULDADE de DIREITO do Largo São Francisco da capital paulista. No seu retorno foram agentes ativos na formação de GRÊMIOS REPUBLICANOS. Com a criação do PARTIDO REPUBLICANO SUL-RIOGRANDENSE e sua voz pública pelo jornal “A FEDERAÇÃO” estes GRÊMIOS foram ocupando todos os espaços do PODER CIVIL.
A recompensa veio para o RIO GRANDE do SUL no dia 15 de novembro de 1889 quando os estados foram reconhecidos como “SOBERANOS”[1].  Os antigos integrantes do GRÊMIOS REPUBLICANOS ocuparam os cargos públicos e foram os constituintes de 1891. Júlio de Castilhos conseguiu escrever e fazer provar uma CONSTITUIÇÃO ESTADUAL[2] que erguia ao espaço legislativo os ideais do REGIME REPUBLICANO
Estes ideias  deram origem a uma expressão constitucional  de uma radical igualdade de todos os cidadãos, profissões e origens.
NO TITULO IV Garantias Gerais de Ordem e Progresso do Estado, art. 71 consta np § 5.° - Não são admitidos também no serviço do Estado os privilégios de diplomas escolásticos ou acadêmicos, quaisquer que sejam, sendo livre no seu território o exercício de todas as profissões de ordem moral, intelectual e industrial.


                           [1] PROCLAMAÇÂO da REPÚBLICA Decreto nº 1, de 15 de Novembro de 1889 - Publicação Original
[2] CONSTITUIÇÃO do ESTADO do RIO GRANDE do SUL  - 14 de julho de 1891 – Assembleia Constituinte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, 14 de julho de 1891, 3° da República http://www2.al.rs.gov.br/memorial/LinkClick.aspx?fileticket=frKwldvbn2g%3D&tabid

Fig. 10 –   O REGIME REPUBLICANO SUL-RIO-GRANDENSE apesar de apregoar a LIBERDADE PROFISSIONAL - concedida pela Constituição - conheceu uma forte, densa e continuada reação expressa na ESCOLA de ENGENHARIA. Esta concebeu, no âmbito da mesma  LIBERDADE PROFISSIONAL, um CAMPUS UVERSITÀRIO modelar para o Rio Grande do Sul. Nesta  sua LIBERDADE PROFISSIONAL a ESCOLA de ENGENHARIA não deixou de prestar uma homenagem ao pensamento do Presidente Júlio de Castilhos dedicando ao seu nome o mais elegante destes prédios com a cúpula mais alta. Este prédio foi o berço do atual  COLÈGIO JÚLIO de CASTILHOS.

Estes ideias igualdade de todos os cidadãos, perante o exercício de suas profissões, entrou em rota de colisão com médicos, advogados, engenheiros que viam as suas profissões tomadas de assalto por charlatães, por rábulas ou por simples mestres de obras. Este balde de água fria em antigas e consagradas profissões apressou as agremiações, reivindicação dos seus direitos e especialmente apresso a  criação DE CURSOS SUPERIORES no próprio ESTADO do RIO GRANDE do SUL. Como as ARTES sempre foram de LIVRE EXERCÍCIO, a criação de um CURSO SUPERIOR foi o último entrar na prioridade e por razões completamente diferentes.
No espaço simbólico do Estado constam duas determinações desta constituição Uma consta no TITULO VI, Artigo único que – “São insígnias oficiais do Estado as do pavilhão tricolor da malograda República Rio-grandense. Outra consta nas Disposições transitórias nas consta no Art. 8° - Será elevado, em uma das praças públicas do Estado, um monumento à memória de Bento Gonçalves e de seus gloriosos companheiros da cruzada de 1835, logo que os cofres públicos o permitam, se antes a iniciativa particular não houver satisfeito esse patriótico tributo. . Esta segunda irá se concretizar, mais adiante, pelo monumento[1] a este primeiro legislador republicano sul-rio-grandense.

09 – As ARTES e os PRIMEIROS CURSOS SUPERIORES  no   RIO GRANDE do SUL

A PESQUISA ESTÉTICA necessita ser coerente com o seu TEMPO, seu LUGAR e com a sua SOCIEDADE. Assim criação de um CURSO SUPERIOR de ARTES no Rio Grande do SUL teve aguardar este momento, este meio físico e estes agentes que gostavam delas efetivamente.
As ARTES sempre foram de LIVRE EXERCÍCIO a foram as últimas a entrar na prioridade e por razões completamente diferentes neste projeto dos demais CURSOS SUPERIORES que eram fortemente sustentados pelas suas respectivas classes profissionais.
O texto de Juvenal Octaviano MILLER[2] - vice-presidente do Estado do Rio Grande do Sul - escreveu no dia 22 de abril de 1908 que no Correio do Povo estampava que o Rio Grande do Sul vae ter o seu Instituto de Belas Artes

   Resultado logico do evoluir da civilização riograndense, o Instituto pairava latente na ordem natural das cousas, só a espera que o fiat creador trovejasse do alto, para que elle surgisse de baixo, aparelhado para os seus lucidos destinos.  Sinão, vejamos: Tinhamos já a escola de engenharia, a faculdade de medicina e mais a de direito.   Quer dizer: sem possuirmos felizmente uma sciencia official, onde os conhecimentos humanos se debatem na estreiteza de programmas que os deformam e desfiguram, entretanto dispunhamos, graças a iniciativas benemeritas - de todas as academias scientíficas indispensaveis as expansões sadias e fecundas de um meio culto como o nosso. E o complemento necessário das sciencias, como é sabido, são as lettras e as bellas artes
O jornal A FEDERAÇÃO ao publicar, em 04 de abril de 1908, coloca a secular instituição de Artes do Rio de Janeiro entre as demais para fornecer paradigmas institucionais das ARTES no Rio Grande do Sul
Para a Europa, Rio da Prata e todo o Brasil, onde existem estabelecimentos desta ordem foram pedidos prospectos, programas, regulamentos, etc., bem como pedidos de preços de materiais absolutamente necessários ao funcionamento do Instituto, afim de se fazerem os cálculos todos, sem pessimismo ou optimismo”.
    A expressão do equilíbrio entre o OTIMISMO e o PESSIMISMO era destinada para orientar uma instituição para as ARTES no RIO GRANDE do SUL que se propunha “DURAR por TEMPO INDETERMINADO”. Certamente este equilíbrio - entre o OTIMISMO e o PESSIMISMO - não é algo comum e corriqueiro nas FORÇAS do CAMPO das ARTES. As FORÇAS do CAMPO das ARTES oscilam entre a EMOÇÂO e a RAZÂO. Evidente que um parâmetro BRASILEIRO ou INTERNACIONAL facilitam a percepção do polo para onde convergem FORÇAS do CAMPO das ARTES. Certamente o polo brasileiro das ARTES possui histórico semelhante, fala a mesma língua e busca uma permanente convergência e uma legitimação recíproca continuada.


[1] O CENTENARIO do MONUMENTO a JÚLIO de CASTILHOS como ÍNDICE de um TEMPO e de suas CIRCUNSTÂNCIAS


[2] Juvenal Octaviano MILLER (1866-1909) https://pt.wikipedia.org/wiki/Juvenal_Miller

Fig. 11 –  Getúlio DORNELLES VARGAS (1882-1954) foi o herdeiro do PROJETO CIVILIZATÓRIO SUL-RIO-GRANDENSE REPUBLICANO. Missioneiro de origem, com passagem pela caserna, com formação na primeira Faculdade de Direito do Rio Grande do Sul e galgando os postos administrativos do governo estadual até chegar a presidência, em 1928. Presidência na qual esteve ao lado e estimulou os empresários do apogeu da ERA INDUSTRIAL no Rio Grande do Sul  encabeçou e deu o seu nome e cargo ao MOVIMENTO que denunciou os desmandos da PRIMEIRA REPÙBLICA e no final a derrotou e silenciou.
O seu ultimo governo nacional, e o seu suicídio, estão no contexto da entropia, da obsolescência e da substituição da lógica da ERA INDUSTRIAL e no âmbito da emergência ainda subliminar da lógica da ÉPOCA PÒS-INDUSTRIAL.

10 – Os CURSOS SUPERIORES  do   RIO GRANDE do SUL RETORNAM ao GOVERNO CENTRAL BRASILEIRO.

Num levantamento, efetivado, no ano de 2004[1],  o erário da União mantinha diversos CURSOS SUPERIORES de ARTES, em QUATRO UNIVERSIDADES FEDERAIS sediadas no Rio Grande do Sul.
Este processo de federalização da mantenedora iniciou pelo INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL, criado em 1908 e que evoluiu através de diversas mantenedoras particulares e estaduais. O GOVERNO CENTRAL BRASILEIRO foi procurado, em 1962,  por alguns agentes do INSTITUTO de BELAS ARTES do Rio Grande do Sul para sua efetiva federalização de sua mantenedora.

Fig. 12 –   A presença simbólica e a afirmação da hegemonia do GOVERNO FEDERAL BRASILEIRO no RIO GRANDE do SUL  estão evidentes neste ALTAR da PÀTRIA colocado no dia  01 de agosto de 1941 no hall de entrada do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul para a inauguração do novo prédio..  Este ALTAR da PÀTRIA celebra o bem sucedido projeto de 2.000 legionários civis sul-rio-grandenses e brasileiros que dotaram um prédio novo  exclusivo para a ARTES no RIO GRANDE do SUL, em plena II GUERRA MUNDIAL  . A construção  d prédio novo  exclusivo para as ARTES não se repetiu, no Rio Grande do Sul, depois de 1943.

No caso do INSTITUTO DE ARTES do RIO GRANDE do SUL este processo transcorreu na época do BREVE REGIME PARLAMENTARISTA BRASILEIRO. O professor Fernando Corona descreve as peripécias deste processo num delicioso caderno ainda inédito[1] . Ele estava acompanhado, em Brasília, pelo o presidente de Centro  Acadêmico Tasso Corrêa, o estudante LUIZ CARLOS PINTO MACIEL (1938-2011), sob ao orientação de Deputado Federal Florisceno PAIXÃO e com apoio da bancada do federal do Rio Grande do Sul
O  desfecho se deu pelo Decreto Federal de nº 4.159[2] do dia 30 de novembro de 1962 assinado por João Goulart  pelo  Primeiro Ministro Hermes Lima, pelo Ministro da Fazenda Miguel Calmon e pelo Ministro da Educação e Cultura Darci Ribeiro.  Este processo correu por iniciativa do Instituto de Artes com o  apoio da Reitoria da UFRGS que recebeu - não só mais uma instituição para sustentar -  mas uma substanciosa verba aprovada pela Comissão de Finanças da Câmara.
Com a Reforma Universitária de 1968 este INSTITUTO de ARTES da UFRGS criou os departamentos de ARTES DRAMÀTICAS, ARTES VISUAIS e MÚSICA. Estes três departamentos mantém, além dos CURSOS de GRADUAÇÃO, os PROGRAMAS de PÓS GRADUAÇÂO a NIVEL de MESTRADO e DOUTIORADO.
A ação federal continuou, logo a seguir, no Rio Grande do Sul na UNIVERSIDADE FEDERAL de SANTA MARIA onde o CENTRO de ARTES e LETRAS. Este CENTRO mantém os cursos Superiores ARTES CÊNICAS, ARTES VISUAIS e DESENHO INDUSTRIAL.
A UNIVERSIDADE FEDERAL de PELOTAS mantém os CURSOS SUPERIORES de LETRAS e ARTES e o CONSERVATÓRIO de MÚSICA
A UNIVERSIDADE FEDERAL de RIO GRANDE mantém a LICENCIATURA PLENA no seu CURSO de EDUCAÇÃO ARTÍSTICA no INSTITUTO DE LETRAS e ARTES[3]


[1] CORONA Fernando: COISAS MINHAS: 1962 1965 Brasília e outros alpistes
  85 f.06.08. 1962    26.11.1965. Folhas sem linhas caderno simples:  210 mm X 149 mm.

[2] - Publicado no Diário Oficial de 04 . 12 . 1962 e assinado por João Goulart, Hermes Lima, Miguel Calmon  e Darcy Ribeiro

Fig. 13 –   O dito “GRUPO de BAGÉ”  foi uma espécie de retribuição das ARTES VISUAIS SUL-RIO-GRANDENSES á generosa ATIVIDADE FEDERAL no âmbito estadual.  Glênio Bianchetti ( 1928-2014), Glauco RODRIGUES (1929-2004) e Carlos SCLIAR (1920-2001) migraram a o centro do Brasil. Enquanto isto Danúbio GONÇALVES    permaneceu no estado.  Glênio Bianchetti levou para a Universidade de Brasília o seu INSTITUTO de ARTES com muitos pontos em comum com o Instituto de Artes da UFRGS onde se diplomou em ARTES PLÁSTICAS 

11 – Outros ESTÍMULOS e APOIOS do GOVERNO CENTRAL BRASILEIRO para  as ARTES do RIO GRANDE do SUL

Já nos primórdios do IPHAN o GOVERNO FEDERAL projetou e bancou a estabilização e a proteção das RUINAS das SETE POVOS das MISSÕES Destaca-se o trabalho exemplar de Lúcio Costa[1] nestes projetos e na efetiva estabilização destas ruínas que se tornaram  patrimônio nacional e depois referência mundial na UNESCO.


nauguração do monumento do Centenário da Imigração em 1924  em 1924  in TUBINO 2007 p.133 a

Fig. 14 –   O MONUMENTO ao IMIGRANTE na cidade de SÂO LEOPOLDO  - que deveria ser um reconhecimento da intervenção e apoio do GOVERNO CENTRAL do BRASIL para a imigração -   acabou sendo esquecido e abandonado pelo poder público.  Erguido com uma subscrição popular[1] este monumento foi visto com desconfiança ao longo do  ESTADO NOVO e no âmbito da II GUERRA MUNDIAL Inspirava  medo de represálias como como também aconteceu com a língua, a cultura e costumes populares dos netos dos imigrantes

É uma árdua e longa tarefa listar e estudar as intervenções e apoios das ARTES provenientes do Ministério da Cultura, do CNPq, por meio  Lei ROUANET, do IPHAN - absorvido pelo INSTITUTO BASILEIRO de MUSEUS (IBRAM) e em conflito com  a AGENCIA  BRASILEIRA de  MUSEUS (ABRAM)[2] e que tem por destino as ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul.  As ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul estão buscando apoios, conexões contatuais duradouras e coerência com esta política, economia e projetos civilizatórios.  

Estão na memória a somatória dos recursos que no passado alavancaram nas ARTES VISUAIS as experiências da FUNARTE, os projetos do PRÓ-MEMÓRIA, os PRÊMIOS e os RECONHECIMENTOS
Não dá para deixar fora os Bancos Federais que deixaram no Rio Grande do Sul somas a fundo perdido ou até hipotecas para que  as ARTES do RIO GRANDE do SUL pudesse viabilizar seis projeto. Cita-se apenas o caso do atual prédio do Instituto de Artes erguido em pena II GUERRA MUNDIAL graças ao dinheiro adiantado pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL[3]


[1] MONUMENTO ao IMIGRANTE SÂO LEOPOLDO https://www.youtube.com/watch?v=zYKs1fqjUjI

[3]No dia dois de Outubro assinávamos na Caixa Econômica o empréstimo de quinhentos contos de reis. Para que constasse a legalidade da hipoteca, assinaram conosco as nossas esposas. Os fiadores fomos:  Tasso Corrêa, Enio de Freitas e Castro, Oscar Simm e eu Fernando Corona”. Diário de Fernando Corona, ano de 1941,  fl. 425 De fato conseguiram o empréstimo de  400.000$000  da Caixa Econômica, conforme o Livro de Atas do CTA.

Fig. 15 –   O comodato - no qual a UNIÃO cedeu o prédio da sua DELEGACIA FISCAL ao GOVERNO do ESTADO do Rio Grande do Sul para abrigo e funcionamento do seu MUSEU de ARTES. Este comodato predial  resultou e continua numa obra pública que valoriza  as ARTES VISUAIS SUL-RIO-GRANDENSES.  Os sucessivos governos estaduais mantiveram este contrato e o expressaram por meio de uma vida estética ininterrupta na busca do melhor, coerente e mais elevado que uma sociedade, um tempo e um local pode exigir.

 PROBLEMA CENTRAL desta postagem foi o  encontrar as veredas para iluminar as razões ¿ POR QUE a ARTES SUL RIOGRANDENSES são BRASILEIRAS?
Ao  percorrer os parcos e resumidos índices, da presente postagem, já é possível chegar à percepção de que o Brasil pensa e tem muitas esperanças no Rio Grande do Sul. O inverso também é verdadeiro. Porém a autonomia, e até soberania, expressas pelo sul-rio-grandense em todos os momentos da sua história,  faz com o brasileiro chegue a conclusão “o sul-rio-grandense sabe o que faz e porque o faz. Portanto não é necessário me  preocupar  com ele. Nós brasileiros temos problemas maiores e mais urgentes.
Fig. 16 –   O artista  carioca Hélios SEELINGER (1878-1965) foi um agente ativo e presente na interação das ARTES VISUAIS BRASILEIRAS no RIO GRANDE do SUL e VICE VERSA.  O Governo do RIO GRANDE do SUL encomendou-lhe, em 1925, uma grande tela que ele denominou “O RIO GRANDE de PÈ PELO BRASIL” deveria figurar na escadaria do PALÁCIO GOVERNAMENTAL (Piratini). O lema “O RIO GRANDE de PÈ PELO BRASIL” foi a frase chave da REVOLUÇÂO de 1930. A versão definitiva da pintura não foi instalada no lugar previsto, sendo remetida, depois,  para o museu da cidade de Piratini, de onde retornou para o restauro do MARGS, onde aguarda esta intervenção e consolidação ainda em 2018,

No contraditório os SUL-RIO-GRANDENSES sempre “ESTIVERAM  de PÉ pelo BRASIL” procurando ajudar a resolver, da melhor forma possível estes PROBLEMAS MAIORES e MAIS URGENTES do BRASIL.
Se poucos brasileiros conhecem e reconhecem a sua produção de base em ARTES VISUAIS sul-rio-grandenses, em contrapartida muitos artistas, ao exemplo de Manuel Araújo Porto-alegre, não deixam de enriquecer o patrimônio estético brasileiro atual com as suas obras e suas concepções.
Neste ponto de conclusão, vale a observação do escultor, arquiteto, professor e cronista das ARTE SUL-RIO-GRANDENSE, Fernando CORONA (1895-1979) ao escrever (1977 p. 166)[1] que .
 nunca tantos deverão ficar ignorantes de tão poucos, pois a história na seara das Artes, ainda está para ser contada desde Araújo Porto-alegre e Pedro Weingärtner até os últimos talentos que despertam nas artes plásticas e na arquitetura”. 
Na medida em que os olhares e a atenção da pesquisa da memória estética brasileira e regional se voltar para este imenso acervo e buscar entender sinceramente vida artística do RIO GRANDE do SUL haverá milhares de outras conexões estéticas entre o BRASIL e um dos seus ESTADOS REGIONAIS a serem evidenciadas e que enriquecem mutuamente ambos os ENTES.
Assim não haverá mais dúvidas de QUE as ARTES SUL-RIO-GRANDENSES são BRASILEIRAS.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS
CORONA, Fernando (1895-1979). . Caminhada nas Artes (1940-1979). Porto Alegre : UFRGS/ IEL/ DAC/ SEC 1977, 241

CULTURA  ITALIANA – 130 anos = Cultura italiana – 130 anni / org. Antônio Suliani e Frei Rovílio Costa - ed   bilíngue – Porto Alegre :  Nova Prova,   2005,  340 p. il. 25 x 29 cm.

DAMASCENO, Athos. Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900)  Porto  Alegre:  Globo, 1971. 540p

GOLIN, Tau. A Guerra Guaranítica: como os exércitos de Portugal e Espanha destruíram os Sete Povos dos jesuítas e índios guaranis no Rio Grande do Sul. (1750-1761). Passo Fundo: UPF e Porto Alegre: UFRGS, 1998, 624 p

SARAIVA Glaucus da Fonseca (1921-1983) Manual do tradicionalista: orientação geral para tradicionlistas e centros de tradições gaúchas. Porto Alegre : Sulina, 1968, Coleção Meridional nº 09

TUBINO, Nina A germanidade no Brasil  Porto Alegre: Sociedade Germânia, 2007, 208, il.  ISBN 978-85-999117-15-6

MANUSCRITO INÉDITO
CORONA Fernando: COISAS MINHAS: 1962 1965 Brasília e outros alpistes
  85 f.06.08. 1962    26.11.1965. Folhas sem linhas caderno simples:  210 mm X 149 mm.
[propriedade dos descendentes]

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS 

A FORMAÇÃO do BRASIL e os IMIGRANTES

 ARTE - brasilidade e germanidade  SUMÁRIO das 10 POSTAGENS e as suas CONEXÕES DIGITAIS

ARTE no RIO GRANDE do SUL A PROVÍNCIA SUL-RIO-GRANDENSE DIANTE do PROJETO IMPERIAL BRASILEIRO


2018 - GOVERNO FEDERAL-  as UNIVERSIDADES FEDERAIS e a  AGÊNCIA BRASILEIRA de MUSEUS – ABRAM- 

Carta de Bento Gonçalves ao Regente Feijó

CARTAS de MARUIM
+

PROCLAMAÇÂO da REPÚBLICA
Decreto nº 1, de 15 de Novembro de 1889 - Publicação Original

CONSTITUIÇÃO do ESTADO do RIO GRANDE do SUL  - 14 de julho de 1891 –
Assembleia Constituinte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, 14 de julho de 1891, 3° da República

ESCOLAS de ARTES no RIO GRANDE do SUL 2008
 
GABINETES de LEITURA no BRASIL

Decreto nº 1, de 15 de Novembro de 1889 - Publicação Original
Juvenal Octaviano MILLER (1866-1909)

O CENTENARIO do MONUMENTO a JÚLIO de CASTILHOS
como ÍNDICE de um TEMPO e de suas CIRCUNSTÂNCIAS

ESTADO NOVO e a ARTE em PORTO ALEGRE.

Lúcio COSTA nas MISSÕES JESUÍTICAS

MANUEL JORGE GOMES de SEPÚLVEDA (*16.04.1735 +28.04.1814)

MONUMENTO ao IMIGRANTE em SÂO LEOPOLDO https://www.youtube.com/watch?v=zYKs1fqjUjI

UTI POSSEDETIS ITA POSSIDEATIS

ESTUDOS de CASOS
1 - OS GRÊMIOS GAUCHOS da 1ª REPUBLICA e DANTE LAYTANO   http://www.scielo.br/pdf/ha/v3n7/0104-7183-ha-3-7-0252.pdf

2 - O INSTITUTO de ARTES da UFRGS

3  - UNIVERSIDADE das ARTES e o  RIO GRANDE do SUL.
2018.08.30- Postagens disponíveis  na  REDE NUMÈRICA DIGITAL de MATERIAL do GRUPO de PESQUISA da AAMARGS do ANO e 2018

13.01.2018.. PESQUISA das ARTES VISUAIS INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL.  [projeto de 2018]

19.05.2018.. NO ATELIÊ DOS CONCEITOS: INSTITUIÇÃO / INSTITUCIONALIZAÇÃO  Neusa Rolita Cavedon cavedon.neusa@gmail.com

18.07.2018.. As ARTES VISUAIS INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL e a LEGISLAÇÃO.

27.07.2018.. CONCEITOS e CIRCUNSTÂNCIAS das ARTES  INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL

01.08.2018.. O que PERMANECEU da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no RIO GRANDE do SUL.

06.08.2018.. O PROJETO CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA pela ARTE:

14.08.2018.. ARTE DISTINTA de CULTURA num PROJETO CIVILIZATÓRIO.

21.08.2018.. As ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL  na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL.

27.08.2018.. POTENCIALIDADES das ARTES VISUAIS no RS em 2018:

31.08.2018.. FRUSTRAÇÕES de PROJETOS nas ARTES VISUAIS no RIO GRANDE do SUL

05.09.2018.. ACERTOS e INSTITUIÇÕES do  PROJETO de UNIDADE e IDENTIDADE do RIO GRANDE do SUL:

08.09.2018.. PORTO ALEGRE e suas REPRESENTAÇÕES ARTISTICAS. Os ARTISTAS que muito ou POUCO  “OLHARAM” para a CIDADE



[1] CORONA, Fernando (1895-1979). . Caminhada nas Artes (1940-1979). Porto Alegre : UFRGS/ IEL/ DAC/ SEC 1977, 241

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