Um PAINEL em HOMENAGEM aos FUNDADORES de PORTO ALEGRE.
01 - A motivação da presente
postagem. 02 - A encomenda do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”,. 03 – O pintor artista. 04 – O repertório do pintor 05 – O contexto do pensamento do autor do painel 06 – As tendências estéticas. 07– “Os
FUNDADORES de PORTO ALEGRE” e o seu contexto político 08 -– A recepção da obra “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”, 09
– O sentido da memória e a necessidade da
preservação e do estudo da obra. 10 – “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”, o
Regionalismo SUL-RIO-GRANDENSE e as potencialidades simbólicas na época
Pós-Industrial. 11 – A
experiência pessoal com a obra “Os
FUNDADORES de PORTO ALEGRE”, 12 – Síntese ,conclusões e
abertura para outras pesquisas 13 – FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÉRICAS DIGITAIS.
LOCATELLI, Aldo -A
FUNDAÇÂO de PORTO ALEGRE- óleo sobre tela, 265 x 440 cm – obra de 1960
- Foyer do Teatro Sesi - FIERGS - Av,
Assis Brasil nº 8.787 –Porto Alegre - RS
Fig.01 – A epopeia da transformação de Porto
Alegre em capital da CAPITANIA de SÂO PEDRO do RIO GRANDE do SUL por obra do
brigadeiro MANUEL JORGE GOMES de SEPÚLVEDA e do seu POVO, foi celebrado, em
1960, pelos pinceis do mestre Aldo Locatelli (1915-1962). O pintor o cercou o Brigadeiro
com os seus colaboradores das mais diversas etnias e procedências. Entre eles o
bandeirante com o seu arcabuz. No lado oposto encontra-se o gaúcho dos pampas
ao lado o Negrinho Pastoreio, que posa como uma das personagens que o artista
pintou numa das suas vias sacras. O Negrinho faz companhia ao indígena
segurando uma das lanças. Ao fundo o açoriano agricultor e legiões de
imigrantes se perdem no infinito. Ao fundo o perfil de Porto Alegre
caracterizada pela chaminé na Ponta do Gasômetro.
-
01
- A motivação da presente
postagem.
A presente postagem nasce da intenção de destacar uma pintura
intitulada de “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” e frequentemente denominada
erroneamente de FUNDADORES de RIO GRANDE do SUL[1] do obra do artista pintor
Aldo Locatelli. Ele havia pintado o ciclo
de murais “A Formação
Histórica-Etnográfica do Povo Rio-Grandense”[2] no salão nobre Palácio
Piratini
A motivação do texto é a importância simbólica dada pelo artista aos primórdios de
uma cidade capital de Estado Federado do Brasil. No caso de Porto Alegre existe
uma viva polêmica ao redor desta data. O artista não se fixou nem na data e nem
produziu uma obra com esta intenção. Preferiu
ressaltar as contribuições da variadas etnias e culturas que entraram em
sucessivas levas para configurar este projeto humano e os seus desdobramentos
no tempo plasmando-os figurativamente na pintura intitulada de “Os FUNDADORES
de PORTO ALEGRE”. Em 2019 este painell se encontra no foyer do teatro SESI do conjunto de
prédios da FIERGS da Avenida Assis Brasil de Porto Alegre.
Quem fornece este
depoimento, em relação a este painel, foi estudante de Aldo Locatelli e
acompanhou a execução desta obra, e de outros, no atelier do artista. De outra
parte este autor não conhece outra obra visual ou de algum artista plástico diferente
que enfrentou o tema relativo à “FUNDAÇÂO de PORTO ALEGRE”. Caso isto
corresponder aos fatos, a obra da Aldo Locatelli permanece pioneira neste tema
e única, até o momento do presente texto.
[1] Fundação de Rio Grande –
Palácio Piratini https://estado.rs.gov.br/palacio-piratini-tera-visita-guiada-em-comemoracao-ao-centenario-de-aldo-locatelli
[2] A Formação Histórico-Etnográfica do Povo
Sul-rio-grandense” http://www.guascatur.com.br/2016/10/locatelli-formacao-povo-rio-grandense.html
Fig.02 – A evidência de que o painel de Aldo Locatelli é
dedicado à cidade de Porto Alegre está no brasão da cidade e no perfil da
chaminé da chamada Usina do Gasômetro. O brasão foi desenhado por
Francisco Bellanca e o perfil de Porto Alegre é reconhecível pela sua usina de
eletricidade na época ainda ativa.
[. Clique sobre a imagem para conferir estas evidências]
02 - A encomenda do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” .
Inicia-se por
ressaltar a importância da interação do COMITEMTE com o ARTISTA na hora do
contrato para a obra. Segue-se o caminho de Jacob BURCKHARDT(1818-1897)[1] que fixou os seis estudos
no projeto de desvendar a natureza dos CONTRATOS e CONTRATANTES que os artistas
do Renascimento Italiano tiveram para produzir as suas obras.
Aldo
Locatelli recebeu a ENCOMENDA do painel, “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”, da empreiteira FORMAC[2].para a qual ele realizava
um mural para cada uma das suas obras principais No caso foi o prédio que
levava o nome da empresa
Após a ENCOMENDA
informal o primeiro passo prático do artista era produzir um esboço da obra e com este esboço, em mãos, ele firmava o
contrato e os valores monetários envolvidos no projeto. Da parte do artista
significava ter de reproduzir esta obra no tamanho do lugar para o qual se
destinava Locatelli afirmava que “75% do
esforço e da criatividade estava no esboço original sendo o restante consiste
numa pura reprodução técnica e mecânica”,
Da parte de quem ENCOMENDAVA significava
sugerir uma ou outra mudança e a garantia de receber a obra desejada.
No caso da pintura “Os FUNDADORES de PORTO
ALEGRE” o autor destas linhas não encontrou ainda o
contrato desta obra e nem o esboço. Escreve com as informações verbais
recebidas do artista e das suas práticas na hora da ENCOMENDA.
Fig.03 –
“A FUNDAÇÃO da CIDADE de RIO GRANDE por
SILVA PAES” faz parte entre outras pinturas de Aldo Locatelli
do ciclo “A FORMAÇÂO HISTÓRICO-
ETNOGRÀFICA do POVO RIOGRANDENSE” do
Palácio Piratini Estas obras são de início da década de 1950 enquanto os
“FUNDADORES de PORTO ALEGRE” e do início da década de 1960 Neste ciclo o salão nobre
do Palácio Piratini rememora os feitos, obras e a figura de Sila Paes, enquanto
nos “Fundadores de Porte Alegre” o eixo central da pintura rememora Manuel SEPULVEDA.
03 - O pintor artista
Uma das condições de qualquer estudo sério
consiste em retirar a pessoa, o técnico e da própria época dos escombros do
mito que os encobrem. Nesta desvenda descobre-se a frágil condição humana do
técnico e artista Aldo Danielle LOCATELLI. É necessário admitir que as
circunstâncias da sua época, as mentalidades e as necessidades não se repetem. Assim para conduzir o seu atual estudo não é
possível usar as circunstâncias passadas ,
as necessidades e a mentalidade de época.
O artista buscou,
e teve, sólida formação técnica na ESCOLA de ARTE APLICADA
ANDREA FANTONI de Bergamo[1] seguido da ACCADEMIA
CARRARA[2] na mesma cidade para
suprir sua fragilidade pessoal. A sua atividade profissional começou com um
grupo de artistas muralistas professores e estudantes destas duas instituições.
Logo após a IIª Guerra Mundial ele veio para pintar a catedral de Pelotas e
acabou ficando. Criou a Escola de Artes na Cidade. No ano de 1951 ingressou no Instituto de
Artes do Rio Grande do Sul. Neste meio tempo percorreu o Rio Grande do Sul e
Santa Catarina exercendo o muralismo ao lado de Emílio SESSA[3]. Em São Paulo teve solidas
encomendas e estava se preparando para intervir em Brasília quando a morte
precoce colheu a sua carreira.
[1] ESCOLA de ARTE APLICADA ANDREA FANTONI Bergamo
[3] DOBERSTEIN,
Arnoldo Walter. Emilio Sessa, Pintor, Primeiros tempos. Porto Alegre;
Gastal&Gastal, 2012 160 p. ISBN 978-85-64916-01-2
----
Emilio Sessa, Tempos Intermediários. Porto Alegre; Gastal&Gastal, 2014
184 p. ISBN 978-85-64916-04-3
Fig.04–
Aldo Locatelli
demonstrou, em 1952, para a banca que o acolheu no Instituto de Belas Artes do
Rio Grande do Sul, uma composição da
figura que usou em vários murais Nesta composição
figurativa o artista demonstra o esquema mental e plástico que rendem homenagem
aos diversos movimentos construtivos de variadas tendências estéticas que a
nasceram e se expressaram nas artes plásticas ocidentais de século XX no qual
se situa a vida e a obra do autor
No contraditório a
constante interação do artista e professor com a sociedade - para quem produzia
as suas obras - o elevaram para uma espécie de nobreza e uma posição de quem
domina e faz falar os seus meios de expressão.
Para os seus estudantes a sua constante recomendação era: “SEJAM VOCÊS MESMOS”.
Por meio indicava o caminho para a desvendar o mito que encobre a pessoa, o
técnico e as circunstâncias da época da produção da obra. Ao estudioso compete
o caminho de conhecer a época, o técnico e o artista como pessoa
A primordialidade
da obra de arte física e concreta, impõe-se diante destas circunstâncias,
fragilidades e fatos irreversíveis. O trabalho do estudo, desta obra, consiste
em agregar documentos à sua materialidade, outras obras do mesmo artista e de
outros da mesma época como dos seus apreciadores e de estudos anteriores.
Imagem in BRAMBATTI, 2008 –p,.225.
Fig.05– A obra de Aldo Locatelli, de 1953, para o Citybank em São Paulo ostenta o
lema “PROGRESSIO ET AMICITA POSTERIS”
expressa grande parte do projeto deste artista. A AMIZADE era uma
constante deste filho do povo que sabia cativar até os seus mais acerbos
críticos e algumas vezes os seus algozes. O PROGRESSO era o “AGGIORNAMENTO”[1]
que seu amigo cardeal e depois Papa João XXIII .manteve e agitou como
bandeira e herança para a POSTERIDADE e
que está muito distante de ser alcançado pela humanidade. Nesta obra o artista
vale-se do seu objetivo de ser ele mesmo.
[. Clique sobre a imagem para ler a frase]
Com este projeto no pensamento ele mesmo buscou motivos e motivações no imaginário sul
rio-grandense e paulista para que o público se identificasse com a sua obra e o
estudante encontrasse o seu próprio caminho nesta cultura regional e a
transformasse em universal.
Fig.06 – Tanto o brigadeiro MANUEL JORGE
GOMES de SEPÚLVEDA de Locatelli como o IMIGRANTE de Antônio CARINGI (1905-1981) são TIPOS IDEAIS e UNIVERSAIS...Nesta categoria estas figuras fogem a
qualquer busca e uso de algum retrato individual e personalizante.. Aldo Locatelli estava trabalhando em Caxias do Sul em 1954
ano da inauguração do Monumento ao Imigrante do escultor Caringi. Assim o gesto
semelhante - de perscrutar os horizontes e o futuro ostentado pelos dois
pioneiros - dialogam entre si na Pintura
e na Escultura
04 - O repertório do pintor artista.
Cercado de um vasto círculo de intelectuais de
maior projeção no Rio Grande do Sul e estimulado pelos temas que seus comitentes
lhe pediam Aldo Locatelli penetrou rapidamente no repertório regional e do qual
extraía as figuras mais emblemáticas, conferindo-lhes uma feição própria.
Esta feição
própria estavam carregadas das traumáticas vivências pessoais da II Guerra
Mundial onde serviu como soldado e da atroz ditadura fascista.
Porém estes
traumas não impediram a sua admiração pelas tendências estéticas do Cubismo s
Futurismo.
As suas
experiências com a guerra e os desmandos políticos se evidenciaram em duas
séries de pinturas de alto teor trágico. Um é a série - ou “via sacra” do
negrinho dos Pastoreio do Palácio Piratini[1] outra e sal VIA CRUCIS da
Igreja de São Peregrino[2] em Caxias do Sul
Na pintura
intitulada de “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” o artista usa a sua própria
família para modelo. Na VIA CRUCIS da Igreja de São Peregrino a sua filha
CRISTIAMA pousou como umas mulheres que consolam Cristo. Ele usou esta mesma
pose para o Negrinho do Pastoreio do mural da FIERGS
[1] NEGRINHO do PASTOREIO
Palácio Piratini http://profciriosimon.blogspot.com.br/2010/07/arte-em-porto-alegre-0603.html
Obras de Aldo
Locatelli [2] https://www.ucs.br/site/revista-ucs/revista-ucs-19a-edicao/o-homem-que-deu-rosto-a-imigracao/
Fig.07 – Aldo Locatelli expressou
o sofrimento sublimado, tanto na pintura como nas letras. Em 1962 ele escreveu
“eventos
heroicos para os quais o anônimo se imola para o cumprimento de um dever cívico
ou para defesa de um princípio espiritual” cabem tanta a sua filha Cristiana posando num a das cenas da Via Crucis
como para trágica figura do Negrinho do Pastoreio, do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”. Para dar corpo, letras e
tintas a este SOFRIMENTO SUBLIMADO ele
buscou se distanciar da morbidez, do ocasional e não dominado pela sua
arte
05 – O contexto do pensamento do autor do painel.
O painel “Os
FUNDADORES de PORTO ALEGRE” foi concebido e executado no final da década de
1950 e o início da década de 1960. No plano nacional reinava o entusiasmo
contagiante da construção de Brasília. No Rio Grande do Sul a figura do
engenheiro Leonel Brizola - vindo povo
de Carazinho - acendia as esperanças em milhões que estavam no mesmo trajeto de
ascensão social, política e econômica.
Aldo Locatelli -
que tinha feito a sua ascensão profissional e estética a partir do povo da Vila
Dalmé[1] - estava impregnado deste
entusiasmo brasileiro e esperança no POVO de PORTO ALEGRE.
Como professor do
Instituto de Artes ele estava elaborando a sua tese de cátedra[2]. Nela ele deu letra de
forma ao que pairava no contexto
da época da pintura “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”.
A partir do espírito que ele percebia do que dominava no plano mundial ele
escreveu:
"Compreendemos
que a nação em Arte está em crise, é o resultado sempre mais fácil da difusão
das culturas e das civilizações. Também a expressão da coletividade moderna,
nós a sentimos viva e emocionante no mundo, no próprio país só se reflete.
Gentes e homens, elementos expressivos gerados das secretas dificuldades da
vida, dos eventos heroicos para os quais o anônimo se imola para o cumprimento
de um dever cívico ou para defesa de um princípio espiritual que inspirará os
artistas de muitas épocas e de nacionalidades diferentes, hoje fazem parte de
uma civilização cujas premissas e esperanças abraçam todo o mundo".
Estas convicções eram reforçadas pelo
muralismo de Portinari, dos pintores mexicanos, dos grandes ciclos da arte
norte-americanos do NEW DEAL[3] e da consolidada pintura publica italiana em
especial pelos artistas engajados no "NOVECENTO ITALIANO"[4].
O observador do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”-
desprovido deste contexto - verá apenas algo estranho e curioso. No
resultado final resultarão equívocos, mesmo daqueles que se dizem eruditos e se
julgam entendidos no assunto.
Bérgamo – Itália http://it.wikipedia.org/wiki/Villa_d%27Alm%C3%A8 + Bérgamo
- http://it.wikipedia.org/wiki/Portale:Bergamo
[2] LOCATELLI, Aldo “MURAL” ANÁLISE –
CONSIDERAÇÕES, MÉTODO E PENSAMENTOS (Tese
de concurso para o provimento efetivo da cadeira de composição decorativa dos
cursos de pintura e escultura do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul
– Porto Alegre, 1962) in CORREIO DO POVO, Caderno de Sábado. Volume
X, ano V, nº 232, 22. Jul. 1972.
[3] ARTE PÚBLICA NORTE AMERICANA do NEW DEAL http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo401/arte-do-new-deal
[4] - ARTE NOVECENTO ITALIANO https://www.finestresullarte.info/percorsi/2010/09-novecento-italiano-arte.php
Fig.08 – O pinceis e as tintas do mestre Aldo Locatelli expressaram o
infinito na fila dos FUNDADORES
e o longínquo de um firmamento insondável e sempre mutante. Nas tintas, e na sua
variada textura, o pintor prestava a sua homenagem aos pintores da sua época
dedicados às tendências não figurativas
06 – As tendências estéticas do painel.
Na época da concepção e confecção do painel
“Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” Locatelli estava em contradição e conflito com
as tendências estéticas dominantes na grande média internacional, brasileira e
regional. Nos certames públicos das artes visuais, triunfavam as tendências NÃO FIGURATIVAS da ARTE.
Assim diante desta pintura é possível pensar em termos de TESE que para Aristóteles vai contra o
SENSO COMUM. Evidente que esta contrariedade e capacidade de afirmar o seu ENTE
no seu modo de SER é obra de príncipe que determina o que é importante e aquilo
que pode ser ignorado apesar das ondas estéticas avassaladoras imporem o
contrário.
Ao se aproximar da
obra são evidentes as contribuições de Cubismo, do Futurismo, do “Novecento Italiano”
e do New Deal norte-americano assimiladas e transfiguradas remetem a ecos da
ARTE NÂO FIGURATIVA nas pinceladas e mesmo nas pastas de tintas e matérias
pictóricas (Fig.08).
A escolha de Locatelli dos personagens da "Os
FUNDADORES de PORTO ALEGRE" traz para as tintas um escrito de Fernando Corona (1895-1979) o seu colega do Instituto de Arte. Corona Corna era estrangeiro, escultor e o arquiteto
espanhol e professor. Com profundas experiências com o MUNDO
do TRABALHO e em PORTO
ALEGRE acompanhou a criatura humana de Porto Alegre na intimidade e partilhou a
sua vida e o seu dia-a-dia, a partir de
1912. Neste tempo que ele captou a imagem do porto-alegrense que ele registrou
no seu diário (1937, fl 373). Ali ele
anotou:
“Porto Alegre
como capital do Estado é a cidade mais democrática de todas, dando exemplo de
fidalguia a qualquer um. A sua riqueza foi conquistada com o trabalho de seus
habitantes. Porto Alegre republicana foi sempre, desde sua formação
democrática. Não tenho lembrança de ter visto na capital – milionários viver de
rendimentos, a não ser o produto do seu trabalho. Desde que aqui cheguei notei
que um simples pedreiro ou carpinteiro já era proprietário de seu chalé mesmo
que fosse de tábua. A riqueza em Porto Alegre é muito dividida e os grandes
industriais cresceram com o trabalho. A influência das colonizações estrangeiras contribuiu muito para a
democratização, pois, ao iniciarem o trabalho da estaca zero, o braço do patrão
suou a lado do braço do operário. Sempre defendi esse principio, pois todos tem
direito e um dever que se crescer na medida do progresso”.
Estas concepções
de Fernando Corona eram objeto de argumentações entre os docentes do Curso de
Artes Plásticas. Ocorrem nos colóquios
diários nas mesas do bar do IBA- RS de maneira informal. A presença de
Locatelli era constante e rodeado de estudantes e professores.
Assim o tema dos múltiplos
personagens de “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” certamente ganhou corpo,
consistência estética e reforço temático para as tintas. Na antítese - a estas concepções coletivas - o
Golpe de 1964 despejou um balde de água fria nestas concepções. O resultado foi
o seu esquecimento, confusão de títulos, destinos e tratamentos que a obra
física recebeu.
Fernando Corona
orientou o seu discípulo Gustavo
Tenius na concepção do Monumento as
Açorianos após dez anos o desaparecimento de Locatelli, Neste monumento ganhou
força e a expressão predominante do coletivo e o anonimato e o impessoal. Esta
escolha estética contrasta vivamente com a
busca do TIPO, a IDENTIDADE ÚNICA do MONUMENTO ao LAÇADOR de Caringi
Evidente que esta
não foi a única causa do esquecimento, confusão de títulos, destinos e
tratamentos. A entrada e a concorrência
com outras estéticas, se aproveitavam das fragilidades dos suportes da memória
local, das instituições de arte incipientes e carentes de profissionais qualificados de carreira e com remunerados
pífias são outras tantas causas
Fig.09 – A figura do “gaúcho” ganhou variados
versões e recortes visuais na pintura de Aldo
Locatelli. Esta figura havia sido descrita, elogiada e divulgada na Itália por Garibaldi na sua participação na
Revolução Farroupilha Para o pintor italiano era significativa pela
sua autonomia, deliberação, habilidade e
sintonia com a natureza a ser tomada
pela vontade humana
09– “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” e o seu
contexto político.
Apesar de toda autonomia estética do artista e da sua competência técnica, não é possível
ignorar o contexto político que acompanhou a encomenda, confecção e a recepção
do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”.
O marco histórico de fixar UMA ÚNICA DATA e UM ÙNICO FUNDADOR de PORTO
ALEGRE[1] certamente foi um
equívoco, um falso problema e um brete que tolheu e encurralou historiadores,
administradores e entusiásticos festeiros de plantão. No contraditório é mais que evidente que
PORTO ALEGRE NÃO SURGIU, qual ATENAS de
UMA MENTE ILUMINADA de um ZEUS e da FIRME VONTADE de UM ÚNICO AGENTE disposto a
ASSUMIR a PATERNIDADE do NASCIMENTO. De outro lado PORTO ALEGRE não possui UMA ÚNICA DATA com marco de posse, da sua ocupação e escolha como residência
definitiva de MILHARES de FUNDADORES.
O problema do ÚNICO RESPONSÁVEL é político na medida em que no momento de ALGUM POLÍTICO “ILUMINADO”
poderia FORJAR e USAR esta DATA e este FUNDADOR para RENDER homenagens à SUA
PRÓPRIA PESSOA de GOVERNANTE e aos seus SÓCIOS no PODER. O problema do ÚNICO
RESPONSÁVEL é psicológico quando este ÚNICO NOME como CULPADO de TUDO[2] funciona como catarse coletiva por meio da
projeção de culpa individual para o coletivo.
Locatelli vinha
das TRISTES EXPERIÊNCIAS do REGIME FASCISTA, seguido da NAZISMO, cujos líderes
VIVIAM e se AFIRMAVAM por meio de EVENTOS, de PROPAGANDA e de APROPRIAÇÂO
INDEVIDAS de DATAS e FEITOS ESTREITAMENTE associados ao nome do TIRANO de
PLANTÃO. No contraditório -das suas amargas lembranças do CULPADO de TUDO e de
ÚNICO NOME - o artista preferiu enfatizar os DIVERSOS FUNDADORES de PORTO
ALEGRE. Construiu estes FUNDADORES com recortes visuais característicos de representantes
da ETNIAS FORMADORAS e atualmente AINDA VISÍVEIS na POPULAÇÃO da capital do Rio
Grande do Sul. ETNIAS que não deixavam de ser sul-rio-grandenses.
Esta autonomia - de
escolha dos recortes visuais das variados representantes da ETNIAS FORMADORAS e
AINDA VISÍVEIS na POPULAÇÃO - valeu ao pintor a suspeita de pertencer ao grupo
dos “VERMELHINHOS
do INSTITUTO de BELAS ARTES”[3]. “VERMELHINHOS” que eram o
terror nas mentes tacanhas de alguns provincianos que imaginavam uma ameaça
comunista ao seu curto poder local. De fato, eram as mesmas mentes dominantes
no ESTADO NOVO e que percebiam um inimigo mortal em qualquer gringo, nipônico
ou teuto brasileiro que cruzasse o seu caminho. Locatelli se enquadrava nas
duas categorias estigmatizadas.
De outra parte a
figura central do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” é o lusitano
descobridor, empreendedor e líder do grupo. Neste lusitano líder, empreendedor
e descobridor certamente o artista não se inspirou nalgum retrato do brigadeiro MANUEL
JORGE GOMES de SEPÚLVEDA, mas do brigadeiro SILVA PAES cuja efígie Locatelli consagrara num mural do Palácio
Piratini. Desta forma também desaparecia e naufragava a tese de “PORTO ALEGRE
TER UM ÚNICO FUNDADOR PERSONALIZADO e ESPECÍFICO”.
08 -– A recepção da obra “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” .
Os
comitentes da obra “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” nunca a abandonaram ou
rejeitaram a obra como aconteceu com as obras de Antônio Parreiras, de Luís
Augusto Freias e de Helios Sellinger pintadas para o Palácio Piratini.
Depois de
instalado no hall do Edifício FORMAC - onde desfilavam multidões diários - os danos
da exposição da umidade do Guaíba
próximo, foram sanados por competente restauradora, Nesta condição ganhou o espaço
nobre do Teatro SESI da FIERGS.
Ainda que sirva de
ícone turístico da cidade e do estado esta pintura está muito longe de ter estudos sérios e
competentes para uma devida apreciação e recepção mais criteriosa e instruída. É
visível o desleixo da pesquisa objetiva, em textos superficiais e de ocasião.
Evidente que esta é a condição geral de uma cultura que possui necessidades
básicas não satisfeitas, de uma educação escolar deficiente e de desmandos continuados
na política e na economia. Com as precaríssimas situações dos museus de arte, com
o final do Ministério da Cultura e de um patrimonialismo que só percebe, nas
obras de arte, valores econômicos, e pretextos para marketing empresarial ou
pessoal.
[1] MACEDO Francisco RIOPARDENSE de
(1921-2007)– O ANIVERSÀRIO de PORTO ALEGRE – Porto Alegre: Unidade
Editorial, 2004, 172 p
[3] RIBEIRO Demétrio A grama entre os paralelepípedos. In
UFRGS: Identidade e Memória 1934-1994 Porto Alegre:: Ed. Da
Universidade/ UFRGS, 1994, pp.12-16
Fig.10 – Aldo Locatelli escolheu
e deu realce à figura do bandeirante como um dos fortes elos entre as
capitanias de São Pedro e São Paulo. Neste contexto esta figura representa a
presença personalizada da brasilidade e da cultura lusitana numa terra cercada
de culturas hispânicas vindas do Rio da Prata.
O pintor usou a figura do
bandeirante- com o seu gibão e arcabuz-
em diversos murais, para o Estado de São Paulo. ,.
09 – O sentido da memória e a necessidade da
preservação e do estudo da obra.
A obra de arte
cumpre numerosas funções das quais o seu proprietário pouco sabe ou quer saber.
O que permanece é o pensamento. A obra de arte é testemunho e a portadora
material deste pensamento.
A obra de arte no
seu trânsito pelo mundo, além do patrimonialismo, é o que de mais valioso e
duradouro uma civilização possui. Civilizações que ostentam as suas obras de
arte que os contemporâneos da sua criação nem suspeitavam das quais já se
anularam e se apagaram os demais valores, sentidos e vestígios materiais.
Com a
obsolescência da ERA INDUSTRIAL os próprios comitentes da obra saíram de cena.
De outra parte a sua passagem pra o SESI e FIERGS evidencia a forma de os BENS
SIMBÓLICOS resistem e ganham sentido na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Entre estes BENS
SIMBÓLICOS está a pintura “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” da autoria da Aldo
Locatelli.
O mesmo pode ser
dito das as obras de arte de Antônio Parreiras, de Luís Augusto Freias e de
Helios Sellinger pintadas para o Palácio Piratini e que estão integralmente
preservados.
Fig.11 –Os pinceis do mestre Aldo Locatelli celebraram
a firme reação passiva do indígena da CAPITANIA de SÂO PEDRO do RIO GRANDE do SUL
que resistiu à escravidão lusitana e do bandeirante. Do outro lado do Rio
Uruguai vinham os “comanderos” espanhóis
para recrutar escravos indígenas para as minas de prata de Potosi . Diante destas circunstâncias Locatelli confere
às suas figuras indígenas, a firme imobilidade porem atente, apta e pronta para defender
a sua terra, liberdade e dignidade ancestral.
10 – “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”, o
Regionalismo Sul-rio-grandense e as potencialidades simbólicas na época Pós-Industrial.
O painel “Os
FUNDADORES de PORTO ALEGRE” possui a potencialidade de todo obra de arte de ser
o veículo de toda uma época, lugar e sociedade na qual foi ENCOMENDADO,
concebido e ganhou formas sensíveis aos sentidos humanos e migrou por vários
lugares. A Época Pós-Industrial vive, e palpita, na medida em que a obra de
arte possui a potencialidade de arrastar, no mínimo de sua forma, o máximo de
uma civilização e entregá-lo em outro lugar, povo e tempo.
Na medida em que a pintura “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” se distingue da geleia geral gerada pela
avalancha da comunicação instantânea planetária o Regionalismo Sul-Rio-Grandense
ganha sentido e função num outro tempo da Época Pós-industrial. Diante do
crescente interesse pela arte regional valeria a mesma pergunta, para arte
praticada no Rio Grande do Sul, lançada em 1956, por Pevsner, - Por que a arte inglesa é inglesa?[1].
A própria MEMÓRIA
HUMANA[2] inclusive é colocada em
cheque pelos meios técnicos cuja conservação, elaboração e distribuição podem
ser confiado às maquinas e a memória eletrônica. As máquinas eletrônicas são
preciosas ferramentas para a construção e especialmente para a rotina da
conservação e circulação da obra de arte. Assumem acumulação e disponibilidade
da MEMÓRIA destas obras. No entanto elas, por si mesmas, não deliberam, decidem
e se reproduzem sem a intervenção do seu
programador. Este papel cabe à criatura humana e especialmente numa nova
estética e numa obra inédita e única
[1] Nikolaus
Pevsner, Pourquoi l’art anglais est-il anglais ?, Éditions
Klincksieck, 2019, 207 p., ISBN : 9782252041451.
https://www.leslibraires.ca/livres/pourquoi-l-art-anglais-est-il-nikolaus-pevsner-9782252041451.html
[2] ALEIDA ASSMANN https://en.wikipedia.org/wiki/Aleida_Assmann
HISTÓRIA e MEMÒRIA http://www.scielo.br/pdf/vh/v29n49/a17v29n49.pdf
DISTINGUIR “LEMBRANÇA”(individual) de “MEMÓRIA” (coletiva) https://www.goethe.de/ins/br/pt/kul/fok/cul/20809570.html
Fig.12 –“O MONUMENTO aos AÇORIANOS” homenageia outro GRUPO de FUNDADORES de
PORTO ALEGRE. Este foi concebido e executado sob a ENCOMENDA de um grupo com
política, ideologia e estética diferente do grupo que ENCOMENDOU o painel “Os
FUNDADORES de PORTO ALEGRE”. No entanto ambos têm em comum a expressão do coletivo evidenciado no grupo humano compacto
imposto pela composição das figuras voltadas numa única direção. Esta
característica não é por acaso pois o professor Fernando Corona orientou
o seu discípulo Gustavo Tenius na concepção
deste Monumento. Esta orientação se deu dez anos após o desaparecimento de
Locatelli. Corona, além de companheiro no iBA-RS de Locatelli elaborou o túmulo
do seu grande amigo no portal da Igreja São Peregrino em Caxias do Sul. –“O MONUMENTO aos AÇORIANOS contrasta
vivamente com estética do impositivo e solitário MONUMENTO ao LAÇADOR de Caringi. Este busca dar FORMA IDEALIZADA ao TIPO
GAÚCHO, conferindo-lhe traços de IDENTIDADE ÚNICA da “SUA” terra e de uma
dignidade ancestral indiscutível.
11 – A experiência pessoal com a obra “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”.
O mesmo se passa
no momento da recepção e usufruto de uma OBRA de ARTE diante das qual as
máquinas ficam indiferentes e insensíveis. Cabe ao SER HUMANO a visita
intencional à obra de arte original “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”. Somente a experiência humana, direta e
pessoal é capaz de fornecer múltiplas outras variáveis que escapam ai
intermediário na complexa natureza estética. Todas as mediações são limitadas diante de uma obra de arte. Estas
medições pertencem ao UNIVERSO da COMUNICAÇÃO e ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA.
Enquanto a obra de arte pertence ao MUNDO da EXPRESSÃO e da PESQUISA ESTÉTICA
“stricto sensu” do AGIR ESTÉTICO na PRODUÇÃO de uma OBRA de ARTE. Esta também
escapa ao mundo do TRABALHO, destinado ao CONSUMO PONTUAL e OBSOLESCÊNCIA
IMEDIATA e FATAL. Enquanto isto a OBRA de ARTE permanece, e se cumula de valores
e sentido na medida de sua permanência e migração por diversas sociedades
O máximo que uma
mediação pode COMUNICAR a um eventual apreciador - mergulhado no seu próprio
repertório vetorizado e limitado pela sua cultura, tempo e sociedade - é a
indicação de alguns vetores em relação a QUEM a PRODUZIU, seu TEMPO e sua
SOCIEDADE de ORIGEM. O filósofo resume a questão ao afirmar que a “OBRA de ARTE
é PRIMORDIAL”
Assim a mais
qualificadas obras de arte podem-se tornar rotineiras quando se perde esta
conexão com QUEM a PRODUZIU, seu TEMPO e sua SOCIEDADE de ORIGEM.
12 – Síntese, conclusões e abertura para
outras pesquisas
Em síntese pode se
afirmar que a obra “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” é original para cultura
sul-rio-grandense e potencialmente é um documento de uma época de grande
efervescência estética, cultural e política. Não é possível esquecer que ela é
da época que levaram aos fatos da LEGALIDADE,
Na conclusão
chega-se ao fato dos mal-entendidos até do seu título. De outra parte PORTO
ALEGRE possui um símbolo icônico entre os demais que possui a potencialidade de
peregrinar entre outras culturas. Internamente há de guardar a lição que PORTO
ALEGRE não foi fundada num dia determinado e bem por um único indivíduo
Com certeza são
necessárias muitas outras pesquisas, documentação e inteligência para atingir
uma SÍNTESE que evidentemente sempre será provisória. Inacabada na medida em que
o mural “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” pertencem a uma torrente do tempo na
qual os períodos guardam uma singular solidariedade entre si mesmos. Torrentes
do tempo reforçadas pela rotina incomensurável das máquinas, pela memória
eletrônica e em rede mundial.
Numa opinião
pessoal - de quem faz esta postagem em relação a este título
do painel, “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” - a capital do RIO GRANDE do
SUL abriu o caminho de se ver livre da PESADA CARGA do MITO
de um ÚNICO PAI FUNDADOR Ao mesmo tempo está na autonomia de escolher a data da
homenagem ao PORTO ALEGRE, sem se enredar em intrigas e em opiniões
discutíveis em relação ao PRIMEIRO DIA
do seu MUNDO PRÓPRIO. Nesta condição de autonomia qualquer etnia, cultura,
instituições ou pessoa do passado, do presente e do futuro pode celebrar a
SEMANA PORTO-ALEGRENSE sem se sentir esquecido, desqualificado ou discriminado.
Mesmo entre os seus habitantes - mesmo os mais tradicionais e críticos - a estação do OUTONO vem acompanhada com as
suas paineiras se engalanam em flor, as canículas se abrandam e o frio vento
Minuano se acalma para dar uma trégua e se enfeitar para que todos celebrem a
SEMANA de PORTO ALEGRE
13 – FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÉRICAS DIGITAIS.
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pública de Porto Alegre – História, contexto e significado – Porto
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ARTISTAS
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- obras do acervo da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo. Porto Alegre : Ed. UFRGS, 2002. 127 p.
AVELINO POMPEI, Nicola et alii.
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Editrice, 2002, 124 p. ISBN 88-87831-19-X
BRAMBATTI,
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----------------- Locatelli no Brasil . Caxias do Sul-RS : Belas Letras, 2008, 240 p.
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PEVSNER, Nikolas (1902-1983) , Pourquoi
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RIBEIRO Demétrio A
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pintura de 1870 a 1980. Pelotas : EDUCAT,
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Artigos
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provimento efetivo da cadeira de composição decorativa dos cursos de pintura e
escultura do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul – Porto Alegre,
1962. in
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ANGELO GUIDO Aldo Locatelli in CORREIO
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nº 232, 22. Jul. 1972[2].
HOHLFELDT, Antonio Aldo
Locatelli dez anos depois in
CORREIO DO POVO, Caderno de
Sábado. Volume X, ano V, nº 232, 22. Jul. 1972[3]
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DIGITAIS
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CARRARA https://pt.wikipedia.org/wiki/Accademia_Carrara
ESCOLA
de ARTE APLICADA ANDREA FANTONI Bergamo
ARTE
NOVECENTO ITALIANO https://www.finestresullarte.info/percorsi/2010/09-novecento-italiano-arte.php
ARTE PÚBLICA NORTE AMERICANA do
NEW DEAL http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo401/arte-do-new-deal
PORTO ALEGRE: esqueceu do seu pai - ISTO
é ARTE 086
Locatelli fundadores de Porto Alegre
“Culpado de Tudo” https://www.poder-originario.com/news/um-culpado-de-tudo/
Monumento ao Emigrante Caxias do Sul
A CIDADE AÇORIANA
DOM SEPÚLVEDA de
Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda
BIOGRAFIAS de
Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda
IMAGEM DOM
SEPÚLVEDA
GENEALOGIA de
Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda
BERNARDO CORREA
DE CASTRO SEPULVEDA 1791-1833 -Filho
http://purl.pt/11777
http://purl.pt/11777/3/
GOVERNADORES do
RIO GRANDE do SUL - lista
FALSO
BICENTENÁRIO de PORTO AEGRE de 1940
CORREIO BRAZILENSE maio 1814 Manuel
Jorge Gomes de Sepúlveda p.747
Pinturas da Aldo Locatelli para Banco
Auxiliar de São Paulo
ALEIDA ASSMANN https://en.wikipedia.org/wiki/Aleida_Assmann
HISTÓRIA
e MEMÒRIA http://www.scielo.br/pdf/vh/v29n49/a17v29n49.pdf
DISTINGUIR “LEMBRANÇA”(individual) de
“MEMÓRIA” (coletiva)
[1] - Texto digitado em setembro
de 2002 por Elisete S. Armando – estudante do Departamento de Artes Visuais
[2] - Texto digitado em setembro
de 2002 por Elisete S. Armando – estudante do Departamento de Artes Visuais
[3] - Texto digitado em setembro
de 2002 por Elisete S. Armando – estudante do Departamento de Artes Visuais
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