sexta-feira, 15 de março de 2019

259 –ISTO é ARTE

Um PAINEL em HOMENAGEM aos FUNDADORES de PORTO ALEGRE.


01 -  A motivação da presente postagem02 -  A encomenda do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”,03 – O pintor artista. 04 – O repertório do pintor   05O contexto do pensamento do autor do painel   06 As tendências estéticas. 07 “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” e o seu contexto político 08 -A recepção da obra “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”, 09 O sentido da memória e a necessidade da preservação e do estudo da obra. 10 “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”, o Regionalismo SUL-RIO-GRANDENSE e as potencialidades simbólicas na época Pós-Industrial. 11 A experiência pessoal com a obra “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”,   12 – Síntese ,conclusões e abertura para outras pesquisas  13 –   FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÉRICAS DIGITAIS.
LOCATELLI, Aldo -A FUNDAÇÂO de PORTO ALEGRE- óleo sobre tela, 265 x 440 cm – obra de 1960 -  Foyer do Teatro Sesi - FIERGS - Av, Assis Brasil nº 8.787 –Porto Alegre - RS
Fig.01 – A epopeia da transformação de Porto Alegre em capital da CAPITANIA de SÂO PEDRO do RIO GRANDE do SUL por obra do brigadeiro   MANUEL JORGE GOMES de SEPÚLVEDA e do seu POVO, foi celebrado, em 1960, pelos pinceis do mestre Aldo Locatelli (1915-1962). O pintor o cercou o Brigadeiro com os seus colaboradores das mais diversas etnias e procedências. Entre eles o bandeirante com o seu arcabuz. No lado oposto encontra-se o gaúcho dos pampas ao lado o Negrinho Pastoreio, que posa como uma das personagens que o artista pintou numa das suas vias sacras. O Negrinho faz companhia ao indígena segurando uma das lanças. Ao fundo o açoriano agricultor e legiões de imigrantes se perdem no infinito. Ao fundo o perfil de Porto Alegre caracterizada pela chaminé na Ponta do Gasômetro.
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01 -  A motivação da presente postagem.  
A presente postagem nasce da intenção de destacar uma pintura intitulada de “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” e frequentemente denominada erroneamente de FUNDADORES de RIO GRANDE do SUL[1] do obra do artista pintor Aldo Locatelli. Ele havia pintado o ciclo  de murais “A Formação Histórica-Etnográfica do Povo Rio-Grandense”[2] no salão nobre Palácio Piratini
A motivação do texto é a importância simbólica dada pelo artista aos primórdios de uma cidade capital de Estado Federado do Brasil. No caso de Porto Alegre existe uma viva polêmica ao redor desta data. O artista não se fixou nem na data e nem produziu uma obra com esta intenção.  Preferiu ressaltar as contribuições da variadas etnias e culturas que entraram em sucessivas levas para configurar este projeto humano e os seus desdobramentos no tempo plasmando-os figurativamente na pintura intitulada de “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”. Em 2019 este painell se encontra no foyer do teatro SESI do conjunto de prédios da FIERGS da Avenida Assis Brasil de Porto Alegre.
      Quem fornece este depoimento, em relação a este painel, foi estudante de Aldo Locatelli e acompanhou a execução desta obra, e de outros, no atelier do artista. De outra parte este autor não conhece outra obra visual ou de algum artista plástico diferente que enfrentou o tema relativo à “FUNDAÇÂO de PORTO ALEGRE”. Caso isto corresponder aos fatos, a obra da Aldo Locatelli permanece pioneira neste tema e única,  até o momento do presente texto.
Fig.02 – A evidência de que o painel de Aldo Locatelli é dedicado à cidade de Porto Alegre está no brasão da cidade e no perfil da chaminé da chamada Usina do Gasômetro. O brasão foi desenhado por Francisco Bellanca e o perfil de Porto Alegre é reconhecível pela sua usina de eletricidade na época ainda ativa.
[. Clique sobre a imagem para conferir estas evidências]

02 -  A encomenda do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” .

Inicia-se por ressaltar a importância da interação do COMITEMTE com o ARTISTA na hora do contrato para a obra. Segue-se o caminho de Jacob BURCKHARDT(1818-1897)[1] que fixou os seis estudos no projeto de desvendar a natureza dos CONTRATOS e CONTRATANTES que os artistas do Renascimento Italiano tiveram para produzir as suas obras.
Aldo Locatelli  recebeu a ENCOMENDA do painel, “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”, da empreiteira FORMAC[2].para a qual ele realizava um mural para cada uma das suas obras principais No caso foi o prédio que levava o nome da empresa
Após a ENCOMENDA informal o primeiro passo prático do artista era produzir um esboço da obra  e com este esboço, em mãos, ele firmava o contrato e os valores monetários envolvidos no projeto. Da parte do artista significava ter de reproduzir esta obra no tamanho do lugar para o qual se destinava Locatelli afirmava que “75% do esforço e da criatividade estava no esboço original sendo o restante consiste numa pura reprodução técnica e mecânica”,
 Da parte de quem ENCOMENDAVA significava sugerir uma ou outra mudança e a garantia de receber a obra desejada.
 No caso da pintura “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”  o  autor destas linhas não encontrou ainda o contrato desta obra e nem o esboço. Escreve com as informações verbais recebidas do artista e das suas práticas na hora da ENCOMENDA.
Fig.03 –   “A FUNDAÇÃO da CIDADE de RIO GRANDE por SILVA PAES” faz parte  entre  outras  pinturas de Aldo Locatelli do ciclo “A FORMAÇÂO HISTÓRICO- ETNOGRÀFICA do POVO RIOGRANDENSE” do Palácio Piratini Estas obras são de início da década de 1950 enquanto os “FUNDADORES de PORTO ALEGRE” e do início da década de 1960   Neste ciclo o salão nobre do Palácio Piratini rememora os feitos, obras e a figura de Sila Paes, enquanto nos “Fundadores de Porte Alegre” o eixo central da pintura  rememora Manuel SEPULVEDA.   


03 -  O pintor artista
 Uma das condições de qualquer estudo sério consiste em retirar a pessoa, o técnico e da própria época dos escombros do mito que os encobrem. Nesta desvenda descobre-se a frágil condição humana do técnico e artista Aldo Danielle LOCATELLI. É necessário admitir que as circunstâncias da sua época, as mentalidades e as necessidades não se repetem.  Assim para conduzir o seu atual estudo não é possível usar as circunstâncias passadas ,   as necessidades e a mentalidade de época.
O artista buscou, e teve, sólida formação técnica na ESCOLA de ARTE APLICADA ANDREA FANTONI de Bergamo[1] seguido da ACCADEMIA CARRARA[2] na mesma cidade para suprir sua fragilidade pessoal. A sua atividade profissional começou com um grupo de artistas muralistas professores e estudantes destas duas instituições. Logo após a IIª Guerra Mundial ele veio para pintar a catedral de Pelotas e acabou ficando. Criou a Escola de Artes na Cidade.  No ano de 1951 ingressou no Instituto de Artes do Rio Grande do Sul. Neste meio tempo percorreu o Rio Grande do Sul e Santa Catarina exercendo o muralismo ao lado de Emílio SESSA[3]. Em São Paulo teve solidas encomendas e estava se preparando para intervir em Brasília quando a morte precoce colheu a sua carreira.



[1] ESCOLA de ARTE APLICADA ANDREA FANTONI Bergamo

[3] DOBERSTEIN, Arnoldo Walter.  Emilio Sessa, Pintor, Primeiros tempos. Porto Alegre; Gastal&Gastal, 2012 160 p. ISBN 978-85-64916-01-2
---- Emilio Sessa, Tempos Intermediários. Porto Alegre; Gastal&Gastal, 2014 184 p. ISBN 978-85-64916-04-3


Fig.04–   Aldo Locatelli demonstrou, em 1952, para a banca que o acolheu no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, uma composição  da figura  que usou em vários murais   Nesta composição figurativa o artista demonstra o esquema mental e plástico que rendem homenagem aos diversos movimentos construtivos de variadas tendências estéticas que a nasceram e se expressaram nas artes plásticas ocidentais de século XX no qual se situa a vida e a obra do autor   

No contraditório a constante interação do artista e professor com a sociedade - para quem produzia as suas obras - o elevaram para uma espécie de nobreza e uma posição de quem domina  e faz falar os seus meios de expressão. Para os seus estudantes a sua constante recomendação era: “SEJAM VOCÊS MESMOS”. Por meio indicava o caminho para a desvendar o mito que encobre a pessoa, o técnico e as circunstâncias da época da produção da obra. Ao estudioso compete o caminho de conhecer a época, o técnico e o artista como pessoa
A primordialidade da obra de arte física e concreta, impõe-se diante destas circunstâncias, fragilidades e fatos irreversíveis. O trabalho do estudo, desta obra, consiste em agregar documentos à sua materialidade, outras obras do mesmo artista e de outros da mesma época como dos seus apreciadores e de estudos anteriores.
Imagem in BRAMBATTI, 2008 –p,.225.
Fig.05–   A obra de Aldo Locatelli, de 1953, para o Citybank em São Paulo ostenta o lema “PROGRESSIO ET AMICITA POSTERIS” expressa grande parte do projeto deste artista.   A AMIZADE era uma constante deste filho do povo que sabia cativar até os seus mais acerbos críticos e algumas vezes os seus algozes. O PROGRESSO era o “AGGIORNAMENTO”[1] que seu amigo cardeal e depois Papa João XXIII .manteve e agitou como bandeira  e herança para a POSTERIDADE e que está muito distante de ser alcançado pela humanidade. Nesta obra o artista vale-se do seu objetivo de ser ele mesmo.
 [. Clique sobre a imagem para ler a frase]

Com este projeto no pensamento ele mesmo buscou motivos e motivações no imaginário sul rio-grandense e paulista para que o público se identificasse com a sua obra e o estudante encontrasse o seu próprio caminho nesta cultura regional e a transformasse em universal.
Fig.06 – Tanto o brigadeiro   MANUEL JORGE GOMES de SEPÚLVEDA de Locatelli como o IMIGRANTE de Antônio  CARINGI (1905-1981)   são TIPOS IDEAIS e UNIVERSAIS...Nesta categoria estas figuras fogem a qualquer busca e uso de algum retrato individual e personalizante..  Aldo Locatelli estava trabalhando em Caxias do Sul em 1954 ano da inauguração do Monumento ao Imigrante do escultor Caringi. Assim o gesto semelhante - de perscrutar os horizontes e o futuro ostentado pelos dois pioneiros -  dialogam entre si na Pintura e na Escultura


04 -  O repertório do pintor artista.
 Cercado de um vasto círculo de intelectuais de maior projeção no Rio Grande do Sul e estimulado pelos temas que seus comitentes lhe pediam Aldo Locatelli penetrou rapidamente no repertório regional e do qual extraía as figuras mais emblemáticas, conferindo-lhes  uma feição própria.
Esta feição própria estavam carregadas das traumáticas vivências pessoais da II Guerra Mundial onde serviu como soldado e da atroz ditadura fascista.
Porém estes traumas não impediram a sua admiração pelas tendências estéticas do Cubismo s Futurismo.
As suas experiências com a guerra e os desmandos políticos se evidenciaram em duas séries de pinturas de alto teor trágico. Um é a série - ou “via sacra” do negrinho dos Pastoreio do Palácio Piratini[1] outra e sal VIA CRUCIS da Igreja de São Peregrino[2] em Caxias do Sul  
Na pintura intitulada de “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” o artista usa a sua própria família para modelo. Na VIA CRUCIS da Igreja de São Peregrino a sua filha CRISTIAMA pousou como umas mulheres que consolam Cristo. Ele usou esta mesma pose para o Negrinho do Pastoreio do mural da FIERGS
Fig.07 – Aldo Locatelli expressou o sofrimento sublimado, tanto na pintura como nas letras. Em 1962 ele escreveu “eventos heroicos para os quais o anônimo se imola para o cumprimento de um dever cívico ou para defesa de um princípio espiritual” cabem tanta a sua filha Cristiana posando num a das cenas da Via Crucis como para trágica figura do Negrinho do Pastoreio, do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”. Para dar corpo, letras e tintas a este SOFRIMENTO SUBLIMADO  ele buscou se distanciar da morbidez, do ocasional e não dominado pela sua arte 


05 – O contexto do pensamento do autor do painel.

O painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” foi concebido e executado no final da década de 1950 e o início da década de 1960. No plano nacional reinava o entusiasmo contagiante da construção de Brasília. No Rio Grande do Sul a figura do engenheiro Leonel Brizola -  vindo povo de Carazinho - acendia as esperanças em milhões que estavam no mesmo trajeto de ascensão social, política e econômica.
Aldo Locatelli - que tinha feito a sua ascensão profissional e estética a partir do povo da Vila Dalmé[1] - estava impregnado deste entusiasmo brasileiro e esperança no POVO de PORTO ALEGRE.
Como professor do Instituto de Artes ele estava elaborando a sua tese de cátedra[2]. Nela ele deu letra de forma ao que pairava no contexto da época da pintura “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”. A partir do espírito que ele percebia do que dominava no plano mundial ele escreveu:
"Compreendemos que a nação em Arte está em crise, é o resultado sempre mais fácil da difusão das culturas e das civilizações. Também a expressão da coletividade moderna, nós a sentimos viva e emocionante no mundo, no próprio país só se reflete. Gentes e homens, elementos expressivos gerados das secretas dificuldades da vida, dos eventos heroicos para os quais o anônimo se imola para o cumprimento de um dever cívico ou para defesa de um princípio espiritual que inspirará os artistas de muitas épocas e de nacionalidades diferentes, hoje fazem parte de uma civilização cujas premissas e esperanças abraçam todo o mundo".
  Estas convicções eram reforçadas pelo muralismo de Portinari, dos pintores mexicanos, dos grandes ciclos da arte norte-americanos do NEW DEAL[3]  e da consolidada pintura publica italiana em especial pelos artistas engajados no "NOVECENTO ITALIANO"[4].
O observador do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”-  desprovido deste contexto - verá apenas algo estranho e curioso. No resultado final resultarão equívocos, mesmo daqueles que se dizem eruditos e se julgam entendidos no assunto.



 Bérgamo – Itália   http://it.wikipedia.org/wiki/Villa_d%27Alm%C3%A8     + Bérgamo - http://it.wikipedia.org/wiki/Portale:Bergamo

[2] LOCATELLI, Aldo  MURAL” ANÁLISE – CONSIDERAÇÕES, MÉTODO E PENSAMENTOS (Tese de concurso para o provimento efetivo da cadeira de composição decorativa dos cursos de pintura e escultura do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, 1962) in CORREIO DO POVO, Caderno de Sábado. Volume X, ano V, nº 232, 22. Jul. 1972.

Fig.08 – O pinceis e as tintas do mestre Aldo Locatelli expressaram o infinito na fila dos FUNDADORES e o longínquo de um firmamento insondável e sempre mutante. Nas tintas, e na sua variada textura, o pintor prestava a sua homenagem aos pintores da sua época dedicados às tendências não figurativas

06  – As tendências estéticas do painel.

 Na época da concepção e confecção do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” Locatelli estava em contradição e conflito com as tendências estéticas dominantes na grande média internacional, brasileira e regional. Nos certames públicos das artes visuais, triunfavam as tendências NÃO FIGURATIVAS da ARTE.
Assim diante desta pintura é possível pensar em termos de TESE que para Aristóteles vai contra o SENSO COMUM. Evidente que esta contrariedade e capacidade de afirmar o seu ENTE no seu modo de SER é obra de príncipe que determina o que é importante e aquilo que pode ser ignorado apesar das ondas estéticas avassaladoras imporem o contrário.
Ao se aproximar da obra são evidentes as contribuições de Cubismo, do Futurismo, do “Novecento Italiano” e do New Deal norte-americano assimiladas e transfiguradas remetem a ecos da ARTE NÂO FIGURATIVA nas pinceladas e mesmo nas pastas de tintas e matérias pictóricas (Fig.08).
 A escolha de Locatelli dos personagens da "Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE" traz para as tintas um escrito de Fernando Corona (1895-1979)  o seu colega do Instituto de Arte.  Corona Corna era estrangeiro, escultor e o arquiteto espanhol e professor. Com profundas experiências com o MUNDO do TRABALHO e em PORTO ALEGRE acompanhou a criatura humana de Porto Alegre na intimidade e partilhou a sua  vida e o seu dia-a-dia, a partir de 1912. Neste tempo que ele captou a imagem do porto-alegrense que ele registrou no seu diário (1937,  fl 373). Ali ele anotou:
Porto Alegre como capital do Estado é a cidade mais democrática de todas, dando exemplo de fidalguia a qualquer um. A sua riqueza foi conquistada com o trabalho de seus habitantes. Porto Alegre republicana foi sempre, desde sua formação democrática. Não tenho lembrança de ter visto na capital – milionários viver de rendimentos, a não ser o produto do seu trabalho. Desde que aqui cheguei notei que um simples pedreiro ou carpinteiro já era proprietário de seu chalé mesmo que fosse de tábua. A riqueza em Porto Alegre é muito dividida e os grandes industriais cresceram com o trabalho. A influência das colonizações  estrangeiras contribuiu muito para a democratização, pois, ao iniciarem o trabalho da estaca zero, o braço do patrão suou a lado do braço do operário. Sempre defendi esse principio, pois todos tem direito e um dever que se crescer na medida do progresso.
Estas concepções de Fernando Corona eram objeto de argumentações entre os docentes do Curso de Artes Plásticas.  Ocorrem nos colóquios diários nas mesas do bar do IBA- RS de maneira informal. A presença de Locatelli era constante e rodeado de estudantes e professores.
Assim o tema dos múltiplos personagens de “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” certamente ganhou corpo, consistência estética e reforço temático para as tintas.  Na antítese - a estas concepções coletivas - o Golpe de 1964 despejou um balde de água fria nestas concepções. O resultado foi o seu esquecimento, confusão de títulos, destinos e tratamentos que a obra física recebeu.
Fernando Corona orientou  o seu discípulo Gustavo Tenius  na concepção do Monumento as Açorianos após dez anos o desaparecimento de Locatelli, Neste monumento ganhou força e a expressão predominante do coletivo e o anonimato e o impessoal. Esta escolha estética contrasta vivamente com a  busca do TIPO, a IDENTIDADE ÚNICA do MONUMENTO ao LAÇADOR de Caringi
Evidente que esta não foi a única causa do esquecimento, confusão de títulos, destinos e tratamentos.  A entrada e a concorrência com outras estéticas, se aproveitavam das fragilidades dos suportes da memória local, das instituições de arte incipientes e carentes de  profissionais qualificados de carreira e com remunerados pífias são outras tantas causas
Fig.09 – A figura do “gaúcho” ganhou variados versões e recortes visuais na pintura de Aldo Locatelli. Esta figura havia sido descrita, elogiada e divulgada na Itália  por Garibaldi na sua participação na Revolução Farroupilha  Para o pintor italiano era significativa pela sua autonomia, deliberação, habilidade  e sintonia com a natureza  a ser tomada pela vontade humana



09 “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” e o seu contexto político.

Apesar de toda autonomia estética do artista e da sua competência técnica, não é possível ignorar o contexto político que acompanhou a encomenda, confecção e a recepção do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”.  O marco histórico de fixar UMA ÚNICA DATA e UM ÙNICO FUNDADOR de PORTO ALEGRE[1] certamente foi um equívoco, um falso problema e um brete que tolheu e encurralou historiadores, administradores e entusiásticos festeiros de plantão.  No contraditório é mais que evidente que PORTO ALEGRE NÃO SURGIU, qual ATENAS  de UMA MENTE ILUMINADA de um ZEUS e da FIRME VONTADE de UM ÚNICO AGENTE disposto a ASSUMIR a PATERNIDADE do NASCIMENTO. De outro lado PORTO ALEGRE não possui UMA ÚNICA DATA com marco de posse, da sua ocupação e escolha como residência definitiva de MILHARES de FUNDADORES.
O problema do ÚNICO RESPONSÁVEL é político na medida em que no momento de ALGUM POLÍTICO “ILUMINADO” poderia FORJAR e USAR esta DATA e este FUNDADOR para RENDER homenagens à SUA PRÓPRIA PESSOA de GOVERNANTE e aos seus SÓCIOS no PODER. O problema do ÚNICO RESPONSÁVEL é psicológico quando este ÚNICO NOME como CULPADO de TUDO[2]   funciona como catarse coletiva por meio da projeção de culpa individual para o coletivo.
Locatelli vinha das TRISTES EXPERIÊNCIAS do REGIME FASCISTA, seguido da NAZISMO, cujos líderes VIVIAM e se AFIRMAVAM por meio de EVENTOS, de PROPAGANDA e de APROPRIAÇÂO INDEVIDAS de DATAS e FEITOS ESTREITAMENTE associados ao nome do TIRANO de PLANTÃO. No contraditório -das suas amargas lembranças do CULPADO de TUDO e de ÚNICO NOME - o artista preferiu enfatizar os DIVERSOS FUNDADORES de PORTO ALEGRE. Construiu estes FUNDADORES com recortes visuais característicos de representantes da ETNIAS FORMADORAS e atualmente AINDA VISÍVEIS na POPULAÇÃO da capital do Rio Grande do Sul. ETNIAS que não deixavam de ser sul-rio-grandenses.
Esta autonomia - de escolha dos recortes visuais das variados representantes da ETNIAS FORMADORAS e AINDA VISÍVEIS na POPULAÇÃO - valeu ao pintor a suspeita de pertencer ao grupo dos “VERMELHINHOS do INSTITUTO de BELAS ARTES[3]. “VERMELHINHOS” que eram o terror nas mentes tacanhas de alguns provincianos que imaginavam uma ameaça comunista ao seu curto poder local. De fato, eram as mesmas mentes dominantes no ESTADO NOVO e que percebiam um inimigo mortal em qualquer gringo, nipônico ou teuto brasileiro que cruzasse o seu caminho. Locatelli se enquadrava nas duas categorias estigmatizadas.
De outra parte a figura central do painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” é o lusitano descobridor, empreendedor e líder do grupo. Neste lusitano líder, empreendedor e descobridor certamente o artista não se inspirou nalgum retrato do brigadeiro   MANUEL JORGE GOMES de SEPÚLVEDA, mas do brigadeiro SILVA PAES cuja efígie Locatelli consagrara num mural do Palácio Piratini. Desta forma também desaparecia e naufragava a tese de “PORTO ALEGRE TER UM ÚNICO FUNDADOR PERSONALIZADO e ESPECÍFICO”.

 08 - A recepção da obra “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” .

  Os comitentes da obra “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” nunca a abandonaram ou rejeitaram a obra como aconteceu com as obras de Antônio Parreiras, de Luís Augusto Freias e de Helios Sellinger pintadas para o Palácio Piratini.
Depois de instalado no hall do Edifício FORMAC - onde desfilavam multidões diários - os danos da exposição da umidade do  Guaíba próximo, foram sanados por competente restauradora, Nesta condição ganhou o espaço nobre do Teatro SESI da FIERGS.
Ainda que sirva de ícone turístico da cidade e do estado esta pintura está muito longe de ter estudos sérios e competentes para uma devida apreciação e recepção mais criteriosa e instruída. É visível o desleixo da pesquisa objetiva, em textos superficiais e de ocasião. Evidente que esta é a condição geral de uma cultura que possui necessidades básicas não satisfeitas, de uma educação escolar deficiente e de desmandos continuados na política e na economia. Com as precaríssimas situações dos museus de arte, com o final do Ministério da Cultura e de um patrimonialismo que só percebe, nas obras de arte, valores econômicos, e pretextos para marketing empresarial ou pessoal.



[1] MACEDO Francisco RIOPARDENSE de (1921-2007)– O ANIVERSÀRIO de PORTO ALEGRE – Porto Alegre: Unidade Editorial, 2004, 172 p

[3] RIBEIRO Demétrio  A grama entre os paralelepípedos. In UFRGS: Identidade e Memória 1934-1994 Porto Alegre:: Ed. Da Universidade/ UFRGS, 1994, pp.12-16

Fig.10 – Aldo Locatelli escolheu e deu realce à figura do bandeirante como um dos fortes elos entre as capitanias de São Pedro e São Paulo. Neste contexto esta figura representa a presença personalizada da brasilidade e da cultura lusitana numa terra cercada de culturas hispânicas vindas do Rio da Prata.  O pintor usou a figura do bandeirante- com o seu gibão e arcabuz-  em diversos murais, para o Estado de São Paulo. ,.


09 – O sentido da memória e a necessidade da preservação e do estudo da obra.

A obra de arte cumpre numerosas funções das quais o seu proprietário pouco sabe ou quer saber. O que permanece é o pensamento. A obra de arte é testemunho e a portadora material deste pensamento.
A obra de arte no seu trânsito pelo mundo, além do patrimonialismo, é o que de mais valioso e duradouro uma civilização possui. Civilizações que ostentam as suas obras de arte que os contemporâneos da sua criação nem suspeitavam das quais já se anularam e se apagaram os demais valores, sentidos e vestígios materiais.
Com a obsolescência da ERA INDUSTRIAL os próprios comitentes da obra saíram de cena. De outra parte a sua passagem pra o SESI e FIERGS evidencia a forma de os BENS SIMBÓLICOS resistem e ganham sentido na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Entre estes BENS SIMBÓLICOS está a pintura “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” da autoria da Aldo Locatelli.
O mesmo pode ser dito das as obras de arte de Antônio Parreiras, de Luís Augusto Freias e de Helios Sellinger pintadas para o Palácio Piratini e que estão integralmente preservados.
Fig.11 –Os pinceis do mestre Aldo Locatelli celebraram a firme reação passiva do indígena da CAPITANIA de SÂO PEDRO do RIO GRANDE do SUL que resistiu à escravidão lusitana e do bandeirante. Do outro lado do Rio Uruguai vinham os “comanderos”  espanhóis para recrutar escravos indígenas para as minas de prata de Potosi  . Diante destas circunstâncias Locatelli confere às suas figuras indígenas, a firme imobilidade porem atente, apta e pronta  para  defender a sua terra, liberdade e dignidade ancestral.


10 “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”, o Regionalismo Sul-rio-grandense e as potencialidades simbólicas na época Pós-Industrial.   

O painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” possui a potencialidade de todo obra de arte de ser o veículo de toda uma época, lugar e sociedade na qual foi ENCOMENDADO, concebido e ganhou formas sensíveis aos sentidos humanos e migrou por vários lugares. A Época Pós-Industrial vive, e palpita, na medida em que a obra de arte possui a potencialidade de arrastar, no mínimo de sua forma, o máximo de uma civilização e entregá-lo em outro lugar, povo e tempo. 
Na medida em que a pintura “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” se distingue da geleia geral gerada pela avalancha da comunicação instantânea planetária o Regionalismo Sul-Rio-Grandense ganha sentido e função num outro tempo da Época Pós-industrial. Diante do crescente interesse pela arte regional valeria a mesma pergunta, para arte praticada no Rio Grande do Sul, lançada em 1956,  por Pevsner, - Por que a arte inglesa  é inglesa?[1].
A própria MEMÓRIA HUMANA[2] inclusive é colocada em cheque pelos meios técnicos cuja conservação, elaboração e distribuição podem ser confiado às maquinas e a memória eletrônica. As máquinas eletrônicas são preciosas ferramentas para a construção e especialmente para a rotina da conservação e circulação da obra de arte. Assumem acumulação e disponibilidade da MEMÓRIA destas obras. No entanto elas, por si mesmas, não deliberam, decidem e se reproduzem  sem a intervenção do seu programador. Este papel cabe à criatura humana e especialmente numa nova estética e numa obra inédita e única



[1] Nikolaus Pevsner, Pourquoi l’art anglais est-il anglais ?, Éditions Klincksieck, 2019, 207 p., ISBN : 9782252041451.

DISTINGUIR “LEMBRANÇA”(individual) de “MEMÓRIA” (coletiva) https://www.goethe.de/ins/br/pt/kul/fok/cul/20809570.html

Fig.12 –“O MONUMENTO aos AÇORIANOS” homenageia outro GRUPO de FUNDADORES de PORTO ALEGRE. Este foi concebido e executado sob a ENCOMENDA de um grupo com política, ideologia e estética diferente do grupo que ENCOMENDOU o painel “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”. No entanto ambos têm em comum a expressão do coletivo evidenciado no grupo humano compacto imposto pela composição das figuras voltadas numa única direção.  Esta característica não é por acaso pois o professor Fernando Corona orientou o seu discípulo Gustavo Tenius  na concepção deste Monumento. Esta orientação se deu dez anos após o desaparecimento de Locatelli. Corona, além de companheiro no iBA-RS de Locatelli elaborou o túmulo do seu grande amigo no portal da Igreja São Peregrino em Caxias do Sul. –“O MONUMENTO aos AÇORIANOS contrasta vivamente com estética do impositivo e solitário MONUMENTO ao LAÇADOR de Caringi.  Este busca dar FORMA IDEALIZADA ao TIPO GAÚCHO, conferindo-lhe traços de IDENTIDADE ÚNICA da “SUA” terra e de uma dignidade ancestral indiscutível.





11 A experiência pessoal com a obra “Os FUNDADORES   de PORTO ALEGRE”.

O mesmo se passa no momento da recepção e usufruto de uma OBRA de ARTE diante das qual as máquinas ficam indiferentes e insensíveis. Cabe ao SER HUMANO a visita intencional à obra de arte original “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE”.   Somente a experiência humana, direta e pessoal é capaz de fornecer múltiplas outras variáveis que escapam ai intermediário na complexa natureza estética. Todas as mediações são limitadas diante de uma obra de arte. Estas medições pertencem ao UNIVERSO da COMUNICAÇÃO e ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA. Enquanto a obra de arte pertence ao MUNDO da EXPRESSÃO e da PESQUISA ESTÉTICA “stricto sensu” do AGIR ESTÉTICO na PRODUÇÃO de uma OBRA de ARTE. Esta também escapa ao mundo do TRABALHO, destinado ao CONSUMO PONTUAL e OBSOLESCÊNCIA IMEDIATA e FATAL. Enquanto isto a OBRA de ARTE permanece, e se cumula de valores e sentido na medida de sua permanência e migração por diversas sociedades
O máximo que uma mediação pode COMUNICAR a um eventual apreciador - mergulhado no seu próprio repertório vetorizado e limitado pela sua cultura, tempo e sociedade - é a indicação de alguns vetores em relação a QUEM a PRODUZIU, seu TEMPO e sua SOCIEDADE de ORIGEM. O filósofo resume a questão ao afirmar que a “OBRA de ARTE é PRIMORDIAL”
Assim a mais qualificadas obras de arte podem-se tornar rotineiras quando se perde esta conexão com QUEM a PRODUZIU, seu TEMPO e sua SOCIEDADE de ORIGEM.
12 – Síntese, conclusões e abertura para outras pesquisas
Em síntese pode se afirmar que a obra “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” é original para cultura sul-rio-grandense e potencialmente é um documento de uma época de grande efervescência estética, cultural e política. Não é possível esquecer que ela é da época que levaram aos fatos da LEGALIDADE,
Na conclusão chega-se ao fato dos mal-entendidos até do seu título. De outra parte PORTO ALEGRE possui um símbolo icônico entre os demais que possui a potencialidade de peregrinar entre outras culturas. Internamente há de guardar a lição que PORTO ALEGRE não foi fundada num dia determinado e bem por um único indivíduo
Com certeza são necessárias muitas outras pesquisas, documentação e inteligência para atingir uma SÍNTESE que evidentemente sempre será provisória. Inacabada na medida em que o mural “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” pertencem a uma torrente do tempo na qual os períodos guardam uma singular solidariedade entre si mesmos. Torrentes do tempo reforçadas pela rotina incomensurável das máquinas, pela memória eletrônica e em rede mundial. 
Numa opinião pessoal - de quem faz  esta postagem  em relação a este  título  do painel, “Os FUNDADORES de PORTO ALEGRE” - a capital do RIO GRANDE do SUL  abriu  o caminho de se ver livre da PESADA CARGA do MITO de um ÚNICO PAI FUNDADOR Ao mesmo tempo está na autonomia de escolher a data da homenagem ao PORTO ALEGRE, sem se enredar em intrigas e em opiniões discutíveis  em relação ao PRIMEIRO DIA do seu MUNDO PRÓPRIO. Nesta condição de autonomia qualquer etnia, cultura, instituições ou pessoa do passado, do presente e do futuro pode celebrar a SEMANA PORTO-ALEGRENSE sem se sentir esquecido, desqualificado ou discriminado. Mesmo entre os seus habitantes - mesmo os mais tradicionais e críticos -  a estação do OUTONO vem acompanhada com as suas paineiras se engalanam em flor, as canículas se abrandam e o frio vento Minuano se acalma para dar uma trégua e se enfeitar para que todos celebrem a SEMANA de PORTO ALEGRE

13 –   FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÉRICAS DIGITAIS.

ALVES de Almeida, José Francisco (1964).  A Escultura pública de Porto Alegre – História, contexto e significado – Porto Alegre: Artfólio, 2004  246 p.

ARTISTAS PROFESSORES da UFRGS - obras do acervo da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo. Porto   Alegre : Ed. UFRGS,  2002. 127 p.

AVELINO POMPEI, Nicola et alii.  Aldo Locatelli: il mestiere di pittori. Bergamo – 
       Comune di Villa D´Almé: Corponove Editrice, 2002, 124 p.          ISBN 88-87831-19-X

BRAMBATTI, Luiz Ernesto. Locatelli em Caxias – Porto Alegre : Metrópole, 2003   96 p.
----------------- Locatelli no Brasil . Caxias do Sul-RS : Belas Letras, 2008, 240 p. ISBN 978-85-60174-29-4

DOBERSTEIN, Arnoldo Walter.  Emilio Sessa, Pintor, Primeiros tempos. Porto Alegre; Gastal&Gastal, 2012 160 p. ISBN 978-85-64916-01-2

------------ Emilio Sessa, Tempos Intermediários. Porto Alegre; Gastal&Gastal, 2014 184 p. ISBN 978-85-64916-04-3

GOMES Paulo et TREVISAN. Armindo O mago das cores: Aldo Locatelli. Porto Alegre :
         Marpon et CEEE, 1998c   144 p  Il. Color.

MACEDO Francisco RIOPARDENSE de (1921-2007)– O ANIVERSÀRIO de PORTO ALEGRE – Porto Alegre: Unidade Editorial, 2004, 172 p.
PEVSNER,  Nikolas (1902-1983) , Pourquoi l’art anglais est-il anglais ?, Éditions Klincksieck, 2019, 207 p., ISBN : 9782252041451.

RIBEIRO Demétrio  A grama entre os paralelepípedos. In UFRGS: Identidade e Memória 1934-1994 Porto Alegre:: Ed. Da Universidade/ UFRGS, 1994, pp.12-16

SILVA, Úrsula R. da, et SILVA LORETO, Maria Lúcia. História da arte em Pelotas: a         
      pintura de 1870 a 1980. Pelotas : EDUCAT, 1996, 180 p.

STEDILE ZATERA, Vera Beatriz. Aldo Locatelli. Porto Alegre : Palotti, 1990, 184 p. il.Color

Artigos
LOCATELLI, Aldo Danielle.  «“MURAL”: ANÁLISE – CONSIDERAÇÕES, MÉTODO E  
        PENSAMENTOS» Tese de concurso para o provimento efetivo da cadeira de composição decorativa dos cursos de pintura e escultura do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, 1962. in
               CORREIO DO POVO, Caderno de Sábado. Volume X, ano V, nº 232, 22. Jul. 1972[1].

ANGELO GUIDO Aldo Locatelli in CORREIO DO POVO, Caderno de Sábado. Volume X, ano V,
       nº 232, 22. Jul. 1972[2].

HOHLFELDT, Antonio Aldo Locatelli dez anos depois  in CORREIO DO POVO, Caderno de
         Sábado. Volume X, ano V, nº 232, 22. Jul. 1972[3]

FONTES  NUMÉRICAS DIGITAIS


ESCOLA de ARTE APLICADA ANDREA FANTONI Bergamo



PORTO ALEGRE: esqueceu do seu pai - ISTO é ARTE 086

Locatelli fundadores de Porto Alegre


Monumento ao Emigrante Caxias do Sul
A CIDADE AÇORIANA

DOM SEPÚLVEDA de Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda

BIOGRAFIAS de Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda

IMAGEM DOM SEPÚLVEDA
GENEALOGIA de Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda
BERNARDO CORREA DE CASTRO SEPULVEDA 1791-1833  -Filho
http://purl.pt/11777
http://purl.pt/11777/3/

GOVERNADORES do RIO GRANDE do SUL - lista

FALSO BICENTENÁRIO de PORTO AEGRE de 1940
CORREIO BRAZILENSE maio 1814 Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda p.747

Pinturas da Aldo Locatelli para Banco Auxiliar de São Paulo



DISTINGUIR “LEMBRANÇA”(individual) de “MEMÓRIA” (coletiva)



[1] - Texto digitado em setembro de 2002 por Elisete S. Armando – estudante do Departamento de Artes Visuais
[2] - Texto digitado em setembro de 2002 por Elisete S. Armando – estudante do Departamento de Artes Visuais
[3] - Texto digitado em setembro de 2002 por Elisete S. Armando – estudante do Departamento de Artes Visuais
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