sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

0-258 – ISTO é ARTE



LEONARDO da VINCI 500 ANOS DEPOIS DELE.

01 – MEIO MILÊNO após LEONARDO da VINCI    02 – A FORTUNA da MEMÓRIA do ARTISTA CIENTISTA   03 LEGADO do um PRINCIPE que NÂO ERA NOBRE. . 04   O QUE PERMANECE é o PENSAMENTO  . 05 – O MANEIRISMO e LEONARDO. 06- As ARTES do ESPETÀCULO de LEONARDO e o BARROCO 07 O ILUMINISMO e a RAZÂO OBJETIVA de LEONARDO.  08 – Ao GÊNIO como ALFINETE de um PRODUTO d ERA INDUSTRIAL. ,09 –  O EU ROMÂNTICO e LEONARDO..   10 – O PACIENTE PERFEITO para o PSIQUIATRA 11 – LEONARDO e o  ARTISTA CONCEITUAL ] 12 - – O ACUMULO do CAPITAL investido no PATRIMÔNIO deixado por Leonardo da ] - FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS

Fig. 01–  LEONARDO da VINCI morreu no dia 02 de maio de 1519 no CLOSS LUCÉ[1] que o Rei Francisco I (1494-1547) havia destinado, em 1516, ao mestre e ao séquito de Leonardo da Vinci. . Quer a legenda que o próprio Francisco I assistiu Leonardo da Vinci nos seus últimos momentos de vida. A pintura acima  o mestre INGRES e pintou em 1818 conforme esta legenda e nos primórdios do Romantismo europeu.  

01 – MEIO MILÊNO APÓS LEONARDO da VINCI.
   
O ano de 2019 assinala os 500 anos da ausência física de Leonardo da VINCI.  A presente postagem busca alguns índices do que permaneceu e foi cultivado neste meio milênio da ausência
O mérito e o cultivo deste LUTO multissecular embasa-se de algo muito importante. A sustentação e o cultivo do prolongado LUTO de MEIO MILÊNIO devem-se - e é mérito - de alguém muito importante e produtivo em sua VIDA. No mérito deste cultivo está a criatividade VIVA deste personagem fora de comum dos mortais. Trata-se da sua OBRA e do seu PENSAMENTO. Permanência garantida na medida em LEONARDO sabia a praticava “a PINTURA como COISA MENTAL.  
Gerações, épocas diferentes imprimiram a marca de Leonardo em suas próprias identidades. Identidades sustentadas no pensamento e  na mentalidade que animaram a sua VIDA efêmera do artista e cientista.  Estas diversas épocas e gerações cultivaram outro Leonardo que os havia precedido nas suas especulações mentais e nas suas obras físicas.
Culturas, épocas e gerações que escreveram biografias, vasculharam os seus CODEX e estabelecerem mitos, narrativas laudatórias e disputaram avaramente as poucas obras que se possui como aquelas devidas autêntica lavra deste pintor, arquiteto, cientista e projetista.
A presente postagem  possui como  problema:
_ - O QUE MANTEVE VIVA esta BUSCA INCESSANTE, ao longo dos 500 anos, que nos separam por LEONARDO da VINCI?.
Acredita-se na hipótese de que o princípio de que a “ARTE ESTÁ em QUEM a PRODUZ” manteve esta busca VIVA, ao longo deste meio milênio Este princípio de “QUEM a PRODUZ a ARTE” legitima as biografias, narrativas laudatórias, o cuidado na conservação e leitura do seus diversos CODEX. Princípio de QUEM a PRODUZ a ARTEque sustenta o estabelecimento de metáforas mesmo as mais temerárias.  Princípio de “QUEM PRODUZ a ARTE”  MANTEVE VIVA, INTENSA e ACIRRADA a disputa e a conservação patrimonialista das poucas obras que se consideram autênticas do artista.  
Fig. 02–  A MONA LISA do Museu  LOUVRE e aquela  do Museu do PRADO de Madrid d [1]   evidenciam a fortuna temática, conceitual e técnica da pintura de LEONARDO da VINCI  . Tanto os seus discípulos, como o publico em geral percebeu que ela representava algo diferente, criativo e ao mesmo tempo  com uma resolução conceitual e técnicas únicas e facilmente legível por alguém minimamente habituado e atento à Pintura regional e mundial.

02 – A FORTUNA da MEMÓRIA do ARTISTA CIENTISTA

O ano de 2019 assinala os 500 anos o apogeu do IMPÉRIO ASTECA e o início da CONQUISTA de TENOTCHTITLAN pelos espanhóis [2]. No ano de 1519, o Brasil se encontrava no início da colonização com  algumas aldeias isoladas lusitanas reunidas em Capitanias Hereditárias[3] só em 1534.  A atual Itália estava dividida e loteada, em 1519, por um mosaico de pequenas, repúblicas, reinos e ducados ameaçados por nações emergentes como potências ao exemplo da França unificada e distante dos feudos medievais.
 Leonardo da Vinci se refugiara, em 1516, neste reino unificado da França. Ali faleceu no dia 02 de maio de 1519[4]. Leonardo estava na frente de uma verdadeira MISSÃO ARTÍSTICA ITALIANA. Esta Missão tratou de continuar a obra do seu mestre por meio de seu pensamento materializado em escritos e motivado por  projetos inacabados. 
Esta continuidade foi realizada por uma legião de franceses convertidos às tendências estéticas do Renascimento italiano Os prosélitos diretos de Leonardo da Vinci mantinham viva esta chama criadora do seu mestre. E o que se denomina, aqui, como FORTUNA da MEMÓRIA do ARTISTA CIENTISTA. Esta FORTUNA da MEMÓRIA de LEONARDO cresceu na medida em que o REINO da FRANÇA se expendia e se consolidava, sem jamais renunciar ao patrimônio recebido da MISSÃO ARTÍSTICA ITALIANA liderada, em 1516, pelo mestre florentino. Por esta razão o Museu do Louvre é detentor de um patrimônio estético incalculável das obras originais do mestre. Este patrimônio simbólico carreia milhões de visitantes cada ano para PARIS fazendo girar uma indústria cultural e um comercio direto e indireto de valores e riquezas concretas.  
Fig. 03 –  A biografia de LEONARDO da VINCI, por Walter ISSACSON é espetacularização de  uma narrativa com endereço certo e direto para a INDUSTRIA CULTURAL Neste ponto  esta narrativa  é coerente com os ESPETÁCULOS que LEONARDO da VINCI organizavas para as cortes para as quais oferecia os seus serviços.  Walter ISSACSON é autor de uma biografia de BIG JOBS[1]  De uma certa forma as duas biografias possuem muito em comum. O universo conceitual da informática de JOBS encontra um paralelo no universo conceitual de LEONARDO. De outra parte valeram os esforços, as viagens e as pesquisas de Walter ISSACSON em todas as obras disponíveis de Leonardo e a CONSULTA PESSOAL dos  ESCRITOS (CODEX) de LEONARDO nos ARQUIVOS onde se encontram  os  ORIGINAIS


03 – O LEGADO do um PRÍNCIPE que NÂO ERA NOBRE

A coerência do PENSAMENTO e da OBRA de Leonardo da VINCI - com o seu TEMPO, SOCIEDADE e FLORENÇA- tornam a sua lição verdadeira e universal.
A República de FLORENÇA de LEONARDO era física e geograficamente pequena em relação aos vastos impérios e reinos em formação nesta época. No entanto ela possui um gigante e ativo PODER ORIGINÁRIO é coerente com as pesquisas estéticas dos seus artistas. È o que Stefan ZWEIG[2] percebeu e registrou : 
se todos os escultores e pintores da Itália se reúnem em Florença no século XVI, não é porque ali estão os Médici, que os patrocinam com dinheiro e encomendas, mas porque para todo povo a presença dos artistas era o seu orgulho, porque  cada novo quadro se torna um acontecimento, mais importante do que política e negócio, e porque assim cada artista se vê obrigado a constantemente ultrapassar e superara o outro
Nesta SOCIEDADE republicana desapareceram os títulos nobiliárquico e, nesta CIDADE, se perpetua a criatividade e máximo aproveitamento do TEMPO. Em FLORENÇA o ARTISTA torna-se um PRINCIPE a partir dos seus méritos pessoais. 
Leonardo foi apenas um destes PRINCIPES venerados pelo seu povo. Ali se forjam verdadeiras MISSÕES ARTÍSTICAS FLORENTINAS disputadas por outras repúblicas em formação, cidades, reinos e impérios. Esta projeção se ampliou, se consolidou e se orientou especialmente após a morte de LEONARDO. Forjou um período estético LEGIVEL e identificável com a designação de RENASCIMENTO. Mas, até os dias atuais, o PENSAMENTO, a CRIATIVIDADE de LEONARDO foram seguros referencias em todos os lugares ao longo dos 500 anos de sua ausência pessoal.
-Então por que permanece tão ativa esta memória Leonardo da Vinci?.
Fig. 04– No ano de 1952 quando se comemorava os 500 anos do nascimento Odo  LEONARDO da VINCI o CONSULADO da ITALIA fez a doação do seu  BUSTO em BRONZE ao Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul ,. Deve-se esta doação à expressiva e ativa   colônia  italiana do Rio Grande do Sul, De outra parte esta doação expressa  parte de um projeto da presença italiana no mundo cultural após a 2ª Guerra Mundial. A universalidade do pensamento, obras  e ações  de Leonardo da Vinci expressam e elevam ao mais alto patamar da civilização a sua origem local em FLORENÇA e na ITALIA  

04 – O QUE PERMANECE é o PENSAMENTO.

A busca dos vestígios materiais possui a motivação naquilo que permaneceu como OBRA. Na contramão o TRABALHO é consumido e consome a quem TRABALHA.
LEONARDO da VINCI afirmava que “TUDO O QUE é CONTINUO pode ser DIVIDIDO em UNFINITAS PARTES”`. A próprio CONTÍNUO dos 67 anos da VIDA, de LEONARDO da VINCI, pode ser DIVIDIDO em INFINITAS PARTES. Cada instante é diferente do outro, num assombroso CONTÍNUO que maravilhava os que viviam perto dele como aqueles que foram atingidos pela fortuna crítica de sua VIDA, OBRA e PENSAMENTO.
Neste PENSAMENTO Leonardo preferia a GEOMETRIA à ARITMÉTICA pois “a aritmética lida com quantidades descontínuas e a geometria com quantidades contínuas” (in ISAACSON, 2017, p.226/7. apud Códex Paris Ms, G, 95b.[1])
Assim preservava a sábio orientação de diversos filósofos gregos em cujos portais estava gravada a frase “NÃO ENTRE se NÃO SOUBER GEOMETRIA”. Frase que fazia o papel de vestibular neste grupo de pensadores. Grupos de pensadores e artistas que também se formaram ao redor da obra, textos e ensinamentos orais de Leonardo. Textos registrados nos seus CODEX reunidos pelos seus prosélitos e cujas folhas são cobiçadas e compradas a peso de fortunas
Neste CODEX ISAACSON destaca, (2017, p.288) o  principal talento de Leonardo da Vinci era criar um misto de observação e imaginação não apenas as obras da natureza, mas também as coisas infinitas que  a natureza jamais criou
Nesta prática pedagógica Leonardo da Vinci repercute o pensamento de Platão ao(1985, 2º vol, p.128) que distinguia a NATUREZA dos  ASTROS e sua percepção intelectual pelo ASTRONOMIA
Estudaremos a astronomia, assim como a geometria, por meio de problemas, e abandonaremos os fenômenos do céu, se quisermos aprender verdadeiramente esta ciência e tornar útil a parte inteligente de nossa alma, de inútil que era antes
Quando LEONARDO distingue o fenômeno da PERCEPÇÃO do fenômeno incontrolável da PASSAGEM do TEMPO. Nesta distinção ele eleva esta PERCEPÇÃO sensorial e a remete para as alturas do seu PENSAMENTO. Esta distinção ele registrou (in ISAACSON, 2017, p.205. apud Códex Arundel, 175r.) que “o instante não contém tempo. O tempo é feito a partir do movimento do instante”. Assim o TEMPO torna-se outro “CONTINUO a ser DIVIDIDO em INFINITAS PARTES”. 
Que o digam os atuais mecanismos que operam com o TEMPO dividido em NANO SEGUNDOS que PULSAM CONTINUADAMENTE entre o que EXISTE (1) e o que NÃO EXISTE (0)

- Lorenzo LOTTO  (1480-1556) - Andrea Odoni  O Colecionador c.1527
Fig. 05 –  Lorenzo LOTTO  usa a “MANEIRA de PINTAR ” de LEONARDO da VINCI para fazer o retrato de Andrea ODONI. Ao mesmo tempo, no cenário deste retrato, evidencia o interesse pela ANTIGUIDADE CLÀSSICA despertado pelo RENASCIMENTO ITALIANO colocou este interesse na ordem do dia.  Interesse que se transformou em PATRIMOLIASMO e destino de FONTES MONETÁRIAS, As OBRAS de ARTE passaram a ocupar, neste PATRIMONIALISMO ,o lugar de BENS SIMBÒLICOS. As OBRAS de LEONARDO da VINCI despontam, até o presente, como as maiores expressões deste PATIMONIALMO VOLTADO para as OBRAS de ARTE. Este PATROMINIALISMO se expressa na aquisição da pintura “O SALVADOR do MUNDO” vendido pela cifra astronômica de 460 milhões de dólares.

05 –  O MANEIRISMO e LEONARDO.
 .
O MANEIRISMO é um TEMPO SUSPENSO (ÉPOCA epoché) entre o RENASCIMENTO ITALIANO e o BARROCO.  ÉPOCA estética, cientifica e técnica que surgiu de profundas dúvidas para o mundo ocidental. Dúvidas que apontam para o ano de 1519 como o apogeu e final do Renascimento e morte de Leonardo da Vinci. Dúvidas que dividiram a Europa abalada pela da Reforma Luterana. Dúvidas técnicas que põem em xeque os mitos da Idade Média. Dúvidas culturais que marcam o final das certezas do HOMEM como a “MEDIDA de TODAS as COISAS”.
 Este período de duvidas incertezas e a retomada e de releituras da ÉPOCA estética que ficou conhecido como MANEIRISMO.  ÉPOCA que dá início à recuperação estética imediatamente anterior das MANEIRAS dos mestres do Renascimento. 
Uma das “MANEIRAS” é aquela de LEONARDO da VINCI e que ganhou uma legião de seguidores. Alguns acentuaram, ao extremo, a LUZ e SONBRA, derivando para o TENEBRISMO. Outros usaram esta MANEIRA em temas distantes daqueles do mestre, no entanto conservando, no entanto o seu  “SFUMATO”
Fig. 06 – Pedro Paulo RUBENS (1577-1640) estudou a pintura da BATALHA de ANGHIARI[1] obra perdida LEONARDO da VINCI.  RUBENS, como uma das maiores expressões do BARROCO entendeu, transcreveu e ambientou a estética de Leonardo da Vinci para o seu tempo, seu lugar e a sua sociedade.  Ainda que existam resistências em admitir as OBRAS de RUBEBS com ARTE NOBRE, no entanto ambos, os pintores, saíram ganhando. O pensamento, a mentalidade e a obra de Leonardo ganhavam vida nova numa releitura de um mestre do barroco sem que este abdicasse de suas pesquisas estéticas.

06 – As ARTES do ESPETÁCULO de LEONARDO e o BARROCO.

Leonardo da Vinci prestou os seus serviços para organização de eventos, espetáculos e ambientes coletivos em diversas cortes. Os conceitos, práticas e cenários, concebidos e materializados por ele tinham por objetivo a propaganda e o marketing de quem os encomendava.
 Estes conceitos e espetáculos de Leonardo cresceram e se afirmaram, depois da morte do mestre, no período denominado BARROCO. Ganharam o seu apogeu e esplendor quando os cinco sentidos humanos foram atingidos num único lugar, num momento único e totalizante.  Esta foi a essência da CONTRA-REFORMA após o Concílio de Trento e das cortes dos tiranos iluminados europeus
Fig. 07–  Nas percepções visuais, as pesquisas levaram  LEONARDO da VINCI ao uso do “SFUMATO”. Este “SFUMATO” é o resultado da “divisão de uma superfície continua em infinitas partes ou pontos”. O registro fotográfico da imagens tornou-se possível quando os “GRÂOS ou PONTOS do “SFUMATO” ” dos sais de prata, sensíveis à luz, enegreciam e outras  não, deixando outras superfícies brancas. Os “GRÃOS de PRATA” na fotografia analógica, deixaram lugar aos ora PIXELS ELETRÔNICOS da fotografia digital. Os reiterados estudos anatômicos de LEONARDO da VINCI, do OLHO HUMANO, o levaram até a retina formada e constituída por numerosos BASTÔES distintos dos BASTONETES.  Estes estudos e concepções da formação anatômica do GLOBO OCULAR, o levaram para a sua percepção de como criar uma imagem, por meio do “ESFUMATO” e que, posteriormente, serviu para a FOTOGRAFIA captar e reproduzir mecanicamente  a imagem

07 – O ILUMINISMO e a RAZÃO OBJETIVA de LEONARDO.
 
O ILUMINISMO seguiu o caminho aberto para a BUSCA interminável da RAZÃO e que se expressa numa constante DIALÉTICA. Em relação a está disposição DIALÉTICA de Leonardo - em dar lugar privilegiado à mudança – que  ISAACSON registrou (in 2017, p.464/5) como:
uma característica marcante de uma de uma grande mente é a disposição para mudar de ideia. Isso é visto em Leonardo: enquanto enfrentava dificuldades com os estudos sobre a terra e as águas no início do século XVI, ele se deparou com evidências que o fizeram reavaliar a crença na analogia do microcosmo e macrocosmo. Tal atitude era Leonardo na sua melhor forma. E temos a tremenda sorte de poder testemunhar essa evolução na medida em que escrevia o ‘Codex Leicester’ . Leonardo estabeleceu um diálogo entre a teoria e a experiência e, quando as duas entravam em conflito, estava sempre disposto a tentar uma nova teoria. A disposição para renunciar ideias preconcebidas foi crucial para sua criatividade”.
Talbot e Henneman usa a fotografia para reproduzir obras de arte
Fig. 08 – A imagem acima mostra as primeiras experiências para a reprodução das fotográfica das obras de arte tendo em vista as ilustrações de tratados de pintura e artes visuais. Com prologada exposição à LUZ SOLAR estas imagens substituíram as gravuras resultantes de reproduções desenhadas ou pintadas das obras originais. O “SFUMATO”, da OBRA de LEONARDO da VINCI, ganhou um recurso técnico para captar, registrar e reproduzir mecanicamente as longas sessões e incompreensíveis sessões de criação das obras de Leonardo da Vinci. No desdobramento desta imagem mecânica, com o raio X e as atuais técnicas não invasivas, foi possível chegar muito próximo da origem destas obras, inclusive com a descoberta das impressões digitais do mestre.,  

 Os ESTUDOS de MÁQUINAS e dos MECANISMOS, de LEONARDO da VINCI, começaram a tomar sentido, tomar forma utilitária com a gradativa entrada da ERA INDUSTRIA. Esta ERA das MÀQUINAS possui o seu núcleo conceitual prático na força do DESIGN ou “DISEGNIO” ou um “DIO IN NÓI” como escreveu seu arquirrival Miguel Ângelo.

08 – Ao GÊNIO como ALFINETE de um PRODUTO d ERA INDUSTRIAL.

Esta mesma ERA INDUSTRIAL gerou e cunhou o termo “GÊNIO” que a INDÚSTRIA CULTURAL passou a aplica aos produtos das MÁQUINAS com algum vínculo com o nome de Leonardo da Vinci.
 O “GENIO” de Leonardo continua uma “PRESTIGIOSA MARCA” imposta aos produtos culturais deste ERA das MÁQUINAS. Os livros, impressos e especialmente o SURGIMENTO do MUSEUS de ARTE mostrando as OBRAS de LEONARDO da VINCI começaram e continuam  a atrair MULTIDÕES
Fig. 09–  A ÈPOCA PÓS- INDUSTRIAL elevou a memória, as concepções e a obra física de LEONARDO da VINCI a patamares que o colocam nos primeiros planos da INDÚSTRIA SIMBÓLICA. Evidente qie no núcleo esta primordialmente a obra, pensamento e gestos do Leonardo da VINCI. Mas, contrariando qualquer PERDA de AURA”,  a sua memória não pare de se consolidar e crescer 500 anos após o seu desaparecimento física. Porem não é possível ignorar os esforços, a persistência  das pesquisas e as continuadas socializadas realizadas por gerações de intelectuais, políticos culturais e técnicos de toda ordem motivado por este legado primordial de Leonardo da Vinci

09 – O EU ROMÂNTICO e LEONARDO.

O anverso da moeda RAZÃO surgiu e se afirmou no EU singular. O EGO cheio de signos, desafios e que constituem o  espaço da EMOÇÃO e dos SENTIMENTOS que podem entender e explicar. As EMOÇÕES particulares inexplicáveis pela RAZÃO encontraram o estética do ROMANTISMO impossível de ser reduzido a algo LINEAR, unívoco e compreensível pela RAZÃO.
O EU SINGULAR de LEONARDO da VINCI foi estudado, avassalado e reinterpretado pelo ROMANTISMO. O “MISTERIOSO SORRISO” da MONA LISA continua a ser objeto de especulações de toda ordem. O vagaroso e imprevisível processo de PRODUÇÂO, do mestre pintor, teve a fortuna de estudos, especulações e contrastes flagrantes com o MODO e o RITMO do TRABALHO imposto pelo RELÒGIO, pelas MAQUINAS e pela trepidante vida da ERA INDUSTRIAL.
A VIRGEM e o MENINO com SANTA ANA
Fig. 10–   No ano de 1910 o psiquiatra Sigmund FREUD (1856-1939) publicou um estudo da vida, da obra e dos pensamentos de LEONARDO da VINCI, Nesta vida fixou-se num sonho infantil pelo qual tenta se aproximar dadas razões da homossexualidade adulta e cultivada  pelo mestre.  Encontrou  vestígios como na obra “A VIRGEM e o MENINO com SANTA ANAOnde uma criança sente-se atraído pela mãe e a o mesmo tempo busca se afastar dela Freud percebe nas duas  figuras femininas  a mitificação da entre o riso, gozo e lagrimas. Freud considera a MONA LISA a culminância desta ambivalência sentimental

10 – O PACIENTE PERFEITO para o PSIQUIATRA.

A homossexualidade Leonardo da Vinci - que ele não propagava e nem escondia de ninguém - foram material e combustível para uma série de psiquiatras. Freud teve em LEONARDO um dos seus objetos de estudos e conferências  e publicado no ano de 1910[1] . Nesta obra Freud parte de um registro escrito de DA VINCI no qual escrevei que:
Parece que já era meu destino preocupar-me tão profundamente com abutres; pois guardo como uma das minhas primeiras recordações que, estando em meu berço, um abutre desceu sobre mim, abriu-me a boca com sua cauda e com ela fustigou-me repetidas vezes os lábios.
FREUD transfere para a mãe solteira Catarina que o trouxera Leonardo ao mundo o mistério do sonho da CAUDA nos LÁBIOS  
a pobre camponesa que dera à luz o magnífico filho cujo destino seria pintar, pesquisar e sofrer.  Se Leonardo teve sucesso ao reproduzir nas feições de Mona Lisa a dupla significação contida naquele sorriso, a promessa de ternura infinita e ao mesmo tempo a sinistra ameaça ... manteve-se também fiel ao conteúdo de sua lembrança mais distante. Porque a ternura de sua mãe foi-lhe fatal; determinou o seu destino e as privações que o mundo lhe reservava. A violência das carícias evidentes em sua fantasia sobre o abutre era muito naturais. No seu amor pelo filho, a pobre mãe abandonada procurava dar expansão à lembrança de todas as carícias recebidas e à sua ânsia por outras mais. Tinha necessidade de fazê-lo, não só para consolar-se de não ter marido, mas também para compensar junto ao filho a ausência de um pai para acarinhá-lo.
No início desta investigação Freud confessa que não e especialista em arte. No seu estudo vai contra toda a mitificação, gênio e super-herói e reconduz Leonardo da Vinci à sua condição objetiva de uma existência física de 67 anos de vida. Condição na qual LEONARDO luta contra o estigmas sociais e culturais  pelo fato de ter nascido fora do casamento, ter sido criado por uma mãe solteira e ser homossexual.
 No entanto Freud atribui a fonte e impulso de toda a energia, da profundidade e da amplidão de LEONARDO da VINCI na pesquisa e prática de sua ARTE e CIÊNCIAS, a estes fatos negativos. Ele teve o desafio de superar estes fatos negativos com o objetivo de revelar o seu ENTE no seu modo singular de SER neste mundo



Fig. 11–  A superfície  continua que pode se divida em infinitas partes” constitui da imagem digital revelando a sua formação o seu desmanchar no ar em milhares de PIXELS  de que este APARATO VISUAL e OBRA MIMÉTICA se compõe. “ A IMAGEM com COISA MENTAL” resulta dos programas, das técnicas e aparatos que a FORMAM e a DEFORMAM  num processo contínuo. Esta concepção atingiu o núcleo do fato deste contínuo poder ser dividido em infinitas partes. Infinitas partes como o continuo do código genético decifrado e pela a criatura humana. Ou o ESPAÇO SIDERAL e o TEMPO que também constituírem o CONTÍNUOS doas quais   se desconhece o início e o final. Assim o MISTÉRIO de LEONARDO da VINCI vai muito além do enigmático SORRISO da sua MONA LISA
11 –   LEONARDO e o ARTISTA CONCEITUAL.

Leonardo da Vinci teve êxito no MUNDO CONCEITUAL no qual se refugiava e tentava sublimar os fatos pessoais  negativos. Neste MUNDO CONCEITUAL ele teve oportunidade de superar para revelar o seu ENTE no seu modo de SER neste  mundo conceitual. Assim a PINTURA é ALGO MENTAL”[1] e no “TODO CONTÍNUO PODE SER DIVIDIDO em INFINITAS PARTES.
Estas INFINITAS PARTES foram sublinhadas por ISAACSON, quando anotou (2017, p.460) que:
Um número infinito? Para Leonardo, não se trata apenas de uma figura de linguagem. Ao falar da variedade infinita da natureza e sobretudo de fenômenos como correntes de água, ele estava fazendo uma distinção baseada na preferência por sistemas analógicos sobre os digitais. Em um sistema analógico, há gradações infinitas, o que se aplica à maioria das coisas que fascinavam Leonardo: sobras de ‘sfumato’, cores, movimento, ondas, a passagem do tempo, dinâmica dos fluidos. É por isso que ele considerava a geometria melhor do que a aritmética para descrever a natureza e, muitas embora o cálculo ainda não tivesses sido inventado, parecia sentir que havia a necessidade da existência de uma matemática das quantidades contínuas
SFUMATO” que “SE DESMANCHA no AR como TUDO o QUE É SÓLIDO” com o objetivo de atingir a nível da inteligência e o patamar do CONCEITO. As obras, tendências que se confessam como ARTE CONCEITUAL nunca se perfilaram como um SISTEMA UNÍVOCO e LENEAR. Cada obra, artista ou corrente estética que se retende perfila nesta tendência estética que denomina CONCEITULAL e um mundo a parte
Leonardo di Ser Piero da VINCI (1452-1519) - Salvator Mundi
Fig. 12–  O preço astronômico de 450 milhões de dólares[1] pagos do quadro SALVADOR do MUNDO  atribuído a Leonardo da Vinci evidencia o acumulado de estudos, pesquisas, publicações e a circulação planetária da MEMÒRIA relativa a este mestre florentino Com todos  estes atributos a OBRA, as CONCEPÇOES e a memória do mestre estão mais vivas a ativas mesmo 500 anos após o se desaparecimento físico no dia 02 de maio de 1519

12 – O ACÚMULO do CAPITAL investido no PATRIMÔNIO deixado por Leonardo da Vinci e  FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÉRICAS DIGITAIS
A imensa literatura, relativa a Leonardo da VINCI, se furta a qualquer alfinete ou um se recusa submeter a um SISTEMA UNÍVOCO e LENEAR. Cada biografo, interessado na sua obra ou mundo conceitual encontra nele vasto material, tradições e produções narrativas e visuais ou cientificas  
Esta incomensurável fonte de abordagens permite infinitas abordagens tanto em relação ao artista, concepções e estéticas. Este fato permite abordagens originais, pesquisas inéditas e construções de narrativas. 
No Rio Grande do Sul o professor e jornalista Ângelo Guido (1893-1969) enveredou para o estudo de Leonardo da Vinci. Ele destinou integralmente esta narrativa, ilustrações e publicação para investigar e divulgar os MITOS e os SIMBOLOS presentes na sua Pintura.


[1] 450 milhões de dólares pelo quadro SALVADOR der MUNDO atribuído a Leonardo da Vinci https://observador.pt/2017/11/16/o-que-mostra-o-quadro-de-da-vinci-que-vale-450-milhoes/

GUIDO. Ângelo  SIMBOLOS  e  MITOS na PINTURA de LEONARDO da VINCI. Porto Alegre: edição SULINA- 1969, 142 p
Fig. 13–  o presente blog possui por objetivo maior a produção estética e conceitual nas artes visuais do Rio Grande do Sul. A obra de Ângelo Guido é uma das poucas obras sul-rio-grandenses integralmente destinadas ào estudo de  Leonardo da Vinci  .  Também obras completas com o  tema SIMBOLOSO e MITOS na Pintura de Leonardo da Vinci são raras


Espera-se que na data cheia, dos 500 anos da ausência do artista cientista, a obra e o pensamento de Leonardo da VINCI sejam reforçados, ampliados e atualizados  para o nosso tempo. 
A vigorosa e variada literatura e eventos seminais que pontilharam estes 5 séculos continuam a oferecer aos observadores da obra e pensamento do mestre  a ocasião de  dividi-la em INFINITAS PARTES e escolher o que lhe interessa.


Parece que a presente postagem não deixa dúvidas que este mistério continua a desafiar para saber  -O QUE MANTEVE VIVA esta BUSCA INCESSANTE por LEONARDO da VINCI, ao longo dos 500 anos, que nos separam dele vivo?. 



 FONTES BIBLIOGRÁFICAS

GUIDO. Ângelo  SIMBOLOS  e  MITOS na PINTURA de LEONARDO da VINCI. Porto Alegre: edição SULINA- 1969 145 p

ISAACSON, Walter 1952 Leonardo da Vinci. ( 1ª ed.) Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017, 614 p.
Disponível em inglês:
PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J. Guinsburg  2º volume . São Paulo : Difusão Européia do Livro, 1985, 281 p.

ZWEIG, Stephan – “O mundo Insone e Outros Ensaios”- Apresentação Alberto Denis. São Paulo: Zahar, 2013,  312 p

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

INGRES Morte de Leonardo da VINCI em 02 de maio de 1519
CLOSS LUCÉ
Leonardo da Vinci na França

1519 inicio da conquista do Império asteca

1534 CAPITANIAS HEDEDITÁRISAS
Leonardo da Vinci na França

MONA LISA do MUSEU do PRADO de Madrid

A VIRGEM e o MENINO com SANTA ANA

Leonardo da Vinci  na ALTE PINAKOTKEKEN 

BATALHA de ANGHIARI

 CIUMES do GOVERNO ITALIANO em relação  de OBRAS de LEONARDO da VINCI
https://www.latribunedelart.com/leonard-et-l-art-universel

FREUD Leonardo da Vinci e uma lembrança de sua infância (1910)
+ em PDF


LEONARDO ARTISTA CONCEITUAL

IA-UFRGS
]RETICULA GRÁFICA

PIXELS
450 milhões de dólares pelo quadro SALVADOR der MUNDO atribuído a Leonardo da Vinci
Biografia de BIG JOBS por WALTER ICSACSON
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