O IBA-RS em 1954:
ANO da FUNDAÇÃO
do MARGS.
01 - A motivação da presente
postagem. 02 - NATUREZA do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO
GRANDE do Sul (IBA-RS) no ritmo de uma ESCOLA. 03 –O IBA-RS OPERANDO num
VAZIO de INSTITUIÇÕES CULTURAIS complementares, 04
– O ANO de 1954 como culminância de um PARADIGMA INSTITUCIONAL do IBA-RS. . 05 – O PROTAGONISMOS doa AGENTES doa IBA-RS no processo da CRIAÇÃO do
MUSEU de ATTE do RIO GRANDE do SUL (MARGS).
06 – INICIATIVAS e PROPOSTAS INSTITUCIONAIS que FUGIAM à SUA ALÇADA e
COMPETÊNCIA
07–SALÕES entre ESTUDANTES e AMIGOS da
ARTE mediados pelo IBA-RS 08 -– A recepção do IBA-RS no âmbito local e nacional, 09 – O sentido
da memória do
IBA-RS do ANO de 1954 e
a necessidade da preservação e do estudo do contínuo institucional do MARGS 10 – A POSTERIDADE ao ano de 1954 do
IBA-RS e as potencialidades de sua pesquisa. 11 – Os AGENTES do IBA-RS e suas OBRAS POSTERIORES, 12 – Síntese,
conclusões e abertura para outras pesquisas 13 – FONTES
BIBLIOGRÁFICAS e NUMÉRICAS DIGITAIS.
Gráfico 1 da tese “ORIGENS do
INSTITUTO de ARTES das UFRGS”[1] por
Círio Simon
Fig.01 – Uma visão de conjunto das diversas
etapas e mentalidades pelas quais evoluiu o INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO
GRANDE do SUL. Esta
sucessão não escapou ao destino geral da lógica da ERA INDUSTRIAL que necessita
evoluir e tornar obsoleta e negativa a etapa anterior. Esta lógica elucida as razões
não so dos conflitos internos, mas também as queimas de etapas, a sua redução
às cinzas do passado recente e consequentes “esquecimentos”. Nestas condições
cada etapa se julga o “FENIX REDIVIVO e SALVADOR” proveniente de um passado
redivivo, no entanto altamente mitificado e improvável.
01 - A motivação da presente postagem
A motivação imediata da
presente postagem é atender o pedido de Arnoldo Walter DOBERSTEIN coordenador
do Grupo de Pesquisas da AAMARGS, para elucidar e colocar em pauta e em questão
o papel e a função do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL (IBA-RS) na
criação do MUSEU de ARTE do RIO GRANDE do SUL (MARGS).
No entanto acima disto paira a questão POR
QUE, COMO e QUANDO esta interação acontece desta forma e não de outra.
Para colocar luzes sobre
esta questão, juntam-se fatos do TEMPO do LUGAR e da SOCIEDADE que se transforma
em linguagem escrita, eletrônica e pretendem ser a base de exposição verbal ao
GRUPO de PESQUISAS da AAMARGS.
Para evidenciar a linguagem como primordial vale
o referencial ao pensamento Roland Barthes quando ele escreveu (1967, p.9)[2]
que;
“Numa sociedade como a nossa, na qual mitos
e ritos tomaram a forma de uma razão, que dizer definitivamente - numa palavra
-, a linguagem humana não é só o modelo do sentido, mas também o seu fundamento”.
Em
contrapartida estes textos, postagens e discursos não possuem o menor sentido
sem o receptor, o leitor e o público. É a razão da existência do Grupo de Pesquisas da AAMARGS e as
suas sessões públicas. Este grupo propõe-se a descascar o MITO das OBRAS de
ARTE[3]
até encontrar a semente fecunda capaz de gerar outras OBRAS de ARTE. Enquanto o
IBA-RS foi, e continua sendo, o lugar institucional dos produtores das OBRAS de
ARTE, o MARGS desempenha o papel de agregar os receptores e formar o público
competente para avaliar e dar a resposta fundamentada aos produtores das OBRAS
de ARTE
[1] Origens do Instituto de Artes da UFRGS https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1
[2] BARTHES, Roland.
Système de la mode. Paris : Seul, 1967. 327p
[3]
Descascar o MITO das OBRAS de ARTE https://www.facebook.com/photo.php?fbid=620897418359414&set=p.620897418359414&type=3&theate
Projeto João FAHRION execução
de Max OBERMAYER -1945 -Mural azulejos
130 x 197 cm
Fig.02 – O mural do bar do INSTITUTO de BELAS
ARTES do RIO GRANDE do SUL. Este
mural é coerente com a concepção de “ESCOLA COMO LUGAR e FONTE do OCIO
CRIATIVO”. Certamente o funcionamento e a qualidade do BAR, da BIBLIOTECA e do AUDITÒRIO
são índices externos da VIDA SOCIAL, INTELECTUAL e CULTURAL de uma instituição
de formação superior qualificada
02 - NATUREZA do INSTITUTO DE BELAS ARTES do RIO
GRANDE do Sul (IBA-RS) no ritmo de uma ESCOLA.
A singularidade do IBA-RS sempre foi o seu
projeto e a sua dedicação na direção das ARTES consideradas como “NOBRES” pela MISSÃO FRANCESA no contraste coma as ARTES APLICADAS.
Entende-se
aqui “ESCOLA como LUGAR do ÓCIO” em conformidade com a etimologia grega. No
entanto este ÓCIO CRIATIVO é diferente de “NE-ÓCIO” ou “SACERD-ÓCIO”
O projeto
do “ÓCIO CRIATIVO” exige um FUNDAMENTO de uma EDUCAÇÃO FORMAL nas ARTES NOBRES.
O FUNDAMENTO da EDUCAÇÃO e da FORMAÇÃO diferente daquele das ESCOLAS,
FACULDADES e INSTITUTOS que possuem uma PROFISSÃO e uma APLICAÇÃO REGULAMENTADA
com “NE-ÓCIO” ou “SACERD-ÓCIO”. O FUNDAMENTO da FORMAÇÃO e da EDUCAÇÃO FORMAL nas
ARTES NOBRES converge e compartilha o campo fundamental da FILOSOFIA, das CIÊNCIAS PURAS e da METAFÍSICA ARISTOTÉLICA sem se confundir. A arte se distingue na medida candidatou para um CAMPO
ESPECIFICO e AUTÔNOMO na UNIVERSIDADE desde quando Leonardo da VINCI deu forma
à concepção que unia PRÁTICA com a ESPECULAÇÃO ao conceituar a “PINTURA com CRIAÇÃO MENTAL”. Após o ILUMINISMO a ARTE encontrou seu campo especifico e
autônomo ao se distingue das concepções medievais que entendia também a
MEDICINA por ARTE. Esta passou a ser considerada atividade prática e aplicada no
vasto campo das ARTES APLICADAS.
“CAPÍTULO
III DAS UNIDADES UNIVERSITÁRIAS Art. 30 - As Unidades Universitárias
destinam-se ao exercício das atividades de ensino, de pesquisa e de extensão.
§1º - Os Institutos Centrais são Unidades que atuam, predominantemente, no
domínio do conhecimento fundamental. §2º - As Faculdades e Escolas são Unidades
que atuam nas áreas do conhecimento aplicado”
O IBA-RS nunca renunciou ao seu título máxima de
“INSTITUTO”, portanto “dedicado
predominantemente ao domínio do conhecimento fundamental”. De outro lado
todo e qualquer artista - consciente de sua escolha pessoal – é humilde e está
convicto e sabe, na prática, o que Nietzsche teve a ousadia de
colocar em letra de forma quando afirmou (2000, p.134) [2] que “a arte não pode ter
sua missão na cultura e formação, mas seu fim deve ser alguém mais elevado que
sobre passe a humanidade. Com isso deve satisfazer-[3].
Esta
contradição entre humildade de sua inutilidade e a consciência de sua temeridade
e ousadia, confere - a quem escolhe a arte como projeto de vida - as características de príncipe ou daquele que
principia humildemente, a cada dia, algo novo. Evidente que esta escolha só é
possível numa SOCIEDADE, TEMPO e LUGAR com profundos e arraigados fundamentos e
instituições voltadas ao cultivo da arte. Neste ponto entra o papel e o sentido
do MUSEU da ARTE do RIO GRANDE do SUL como um LUGAR privilegiado o cultivo da
arte com profundos e arraigados fundamentos teóricos e práticos.
Esta
consciência de sua temeridade, ousadia e inutilidade impõe distinguir ARTES
NOBRES distintas do VULGAR, do NATURAL e do já consagrado pelo SENSO COMUM.
Tanto a CIVILIZAÇÃO, as INSTITUIÇÕES e como a ARTE são CRIAÇÕES ARTIFICIAIS
HUMANAS, portanto, diferentes do NATURAL, do VULGAR, e do já consagrado pelo
SENSO COMUM. Para um estudante de artes realizar
esta distinção enfrenta sérias dificuldades, tropeços e gasta um tempo enorme.
Especialmente alguém proveniente do SENSO COMUM, do VULGAR, do NATURAL, e de
uma SOCIEDADE das NECESSIDADES básicas MAL RESOLVIDAS.
De outra
parte a lei precede este tipo de fatos, na medida em que esta criação é humana,
artificial e pública. Para a criação do IBA-RS esta lei foi expressa, 1908,
pelo ESTATUTO no seu.
Art. 1º - O
Instituto de Bellas Artes, com séde na cidade de Porto Alegre capital do Rio
Grande do Sul, e organizado de acôrdo com a Lei nº 173, de 10 de setembro de
1893, tem por fim o ensino theórico e
prático das Bellas-Artes.
§ único - Este ensino será feito mediante cursos systematisados,
formando dous grupos, ou secções distinctas: - a ESCOLA ou CONSERVATÓRIO DE
MÚSICA, compreendendo a theoria da musica, a composição e a música vocal e
instrumental; a ESCOLA de ARTES, compreendendo a pintura, a escultura,
architectura e as artes de applicação industrial.
Este Estatuto foi dado ao registro de
hipotecas no dia 28 agosto de
1908 sob nº 90 A - FLS.
25. Perceptível que o Rio Grande do Sul só teve as condições de ter uma
ESCOLA de ARTES no início de século XX. Esta
ESCOLA de ARTE operou, cresceu no
vazio ao longo meio século esperando ver ampliadas as suas condições culturais por meio
de um MUSEU de ARTE. A preocupação com o MUSEU de ARTE do RIO GRANDE do SUL
esteve presente, em 1908, neste mesmo
primeiro Estatuto do IBA-RS no qual constava explicitamente no:
“Art. 41º - No caso
de não poder o Instituto preencher os seus fins, uma vez resolvida a sua liquidação, passará o seu
patrimonio ao Estado do Rio Grande do Sul, com a condição de aplical-o,
integralmente, a acquisição de obras de arte, para gozo publico, constituindo o
nucleo de um museu de arte nesta capital.
§ unico - Si o
Estado recusar a doação condicional, será ella offerecida a Intendência
Municipal desta cidade, com a mesma obrigação, e, em caso de recusa, por parte
desta, passará à propriedade da Escola Nacional de Bellas Artes, da Capital
Federal, que dará a esses bens o destino que entender”.
Chega-se
a conclusão que o MUSEU de ARTE do RIO GRANDE do SUL estava nas mentes e nos
projetos junto com a criação do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL.
Afinal os dois nomes das duas instituições possuem muitas similitudes além de
sua perfeita complementariedade
- PORTO ALEGRE na REVISTA do GLOBO dia 09.01.1954 p. 52
Fig.03 – PORTO ALEGRE estava em plena lógica da ERA
INDUSTRIAL com o RELÒGIO SOBERANO MARCANDO o TEMPO associado à abundante
poluição considerada como índice de progresso sob a lógica das máquinas. Esta lógica exigia a
acumulação de insumos, de capital e abundante mão de obra empilhada em altos
prédios. Esta acumulação exigia e buscava compensação SOCIAL, INTELECTUAL e
CULTURAL no espeço simbólico. O Museu de Arte estava entre uma destas
compensações ainda que pouco aparente e perdido entre práticas não tão elevadas
03 –O IBA-RS OPERANDO num VAZIO de INSTITUIÇÕES CULTURAIS complementares
Os
conceitos e práticas que regiam o IBA-RS em 1954 eram decorrências
institucionais daquelas que foram importados, em 1816, no âmbito da Missão
Artística Francesa. Na origem da Missão Artística Francesa a concepção o “INSTTUT
de FRANCE” foi criado como culminância da excelência cultural nacional francesa.
Esta culminância estava assentada sobre CINCO ACADEMIAS. “INSTTUT de FRANCE” e
as CINCO ACADEMIAS não tinham alunos como até hoje a ACADEMIA BRASILEIRA de
LETRAS NÃO TEM ALUNOS. AS ESCOLAS de ARTE foram fundadas, em 1816, tanto na FRANÇA
como NO BRASIL e começaram a funcionar posteriormente. No entanto sua
assimilação e aplicação no mundo prático foram realizadas de uma forma ligeira,
parcial, apressada e distorcida. As causas desta superficialidade são
múltiplas, porém deixam margem para desvios, equívocos e até corrupção
institucional endêmica. Estas circunstâncias são fatais para a excelência, para
o criativo e coerência com o tempo, lugar e sociedades. Uma das características
que se preservam ao longo do tempo é que até o presente nem a UNIVERSIDADE e
nem o INSTITUTO de ARTES possuem alunos. Os alunos estão nos DEPARTAMENTOS
Quando se
criou, em 1908, o IBA-RS ele foi criado com a natureza de
“INSTITUTO” na concepção da Missão Artística Francesa. A sua FUNÇÃO e administrado por 25 membros da COMISSÃO CENTRAL para TODO ESTADO de RIO GRANDE do SUL com 64 COMISSÕES MUNICIPAIS. Os 25 membros da COMISSÃO CENTRAL constituem ama “ACADEMIA de NOTÁVEIS” que escolhia um PRESIDENTE e um VICE EFETIVOS e um SECRETÁRIO efetivo
e não remunerado. Esta mantenedora criou, em 1910, a “ESCOLA DE ARTES” que
recebia estudantes a quem lecionava, examinava os progressos na ARTES.
Com o INSTITUTO fazendo parte da
UNIVERSIDADE esta foi assumindo gradativamente a função mantenedoras. O
Instituto foi dividido, posteriormente em DEPARTAMENTOS refazendo o paradigma,
de 1816, da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA.
No entanto até 1954 O IBA-RS
OPEROU num VAZIO de INSTITUIÇÕES CULTURAIS complementares. Antes desta data ele
havia feito diversas tentativas para o lado externo promovendo salões de arte,
leilões beneficentes[1]. Para seu consumo interno ele construí a sua
sede em 1941 que duplicou em 1952 enquanto isto projetara em 1947 um Museu de
ARTE e buscava dar forma institucional à sua PINACOTECA visando as sementes de
uma UNIVERSIDADE das ARTES.
Numa
proposta nacional adiantou o projeto de um MINISTÉRIO NACIONAL das ARTES.
[1] O MARGS
IMEDIATAMENTE antes do MARGS https://profciriosimon.blogspot.com/2018/12/256-estudos-de-arte.html
Fig.04 – O LOGO do INSTITUTO de BELAS ARTES do
RIO GRANDE do SUL, da década de 1950, ostentava os louros da vitória
materializada no seu prédio construído com a ajuda financeira de 2.000
“LEGIONÁRIOS” ao longo da II GUERRA MUNDIAL e inaugurado no dia 01 de agosto de
1943 junto com o III SALAO de BELAS ARTES do Rio Grande do Sul . Este desafio vencido e
materializado abriu uma época propicia para um olhar, projetos e ações do seu próprio
meio cultural circunstante. Um destes projetos externos foi o de conferir forma
institucional ao MUSEU de ARTE do RIO GRANDE do SUL com o objetivo de ser uma
“CRIAÇÃO POR TEMPO INDETERMINADO” como foi o próprio IBA-RS em 1908..
04 – O ANO de
1954 como culminância de um PARADIGMA INSTITUCIONAL.
O ano de 1954 representa para o
IBA-RS uma espécie de CULMINÂNCIA e de POTENCIALIDADES. .Como
CULMINÂNCIA ele é o resultado de um
acúmulo de coisas e realizações antigas e mais recentes. Entre as
POTENCIALIDADES abria-se um vasto campo de FORÇAS das ARTES VISUAIS para quais
está preparando novos agentes. Este projeto é sustentado por um QUADRO DOCENTE
que irá se tornar legendário e referência REGIONAL e NACIONAL.
O ano de 1954 situa-se entre 1939, o ano do desligamento
da UNIVERSIDADE do RIO GRANDE do SUL e 1962 data do seu efetivo ingresso
definitivo na UNIVERSIDADE FEDERAL. O IBA-RS estava, no ano de 1954 vinculado diretamente
ao MINISTÉRIO de EDUCAÇÃO e de CULTURA (MEC). Assim, o seu diretor, tinha
acesso direto ao Gabinete do Ministro e ao CONSELHO NACIONAL de EDUCAÇÃO sem
passar pela Reitoria da Universidade local.
Na ordem do
dia de 16 de janeiro de 1951 consta no Livro de Atas, fl.11, que:
“,,,Ordem do Dia, são tratados, pela ordem os
seguintes assuntos: 1-Lei nº1.254 de
4-12-50. O Senhor Presidente, com a
palavra, diz que, como todos já tem conhecimento, a Lei nº 1.254, que dispõe sobre
o sistema federal de ensino superior, federaliza, entre os estabelecimentos isolados
diretamente mantidos pela União, os
cursos de Música, Pintura e Escultura do Instituto, não estando compreendidos,
assim, o Curso de Arquitetura. A lei em apreço dotou aqueles cursos de 2 7(vinte
e sete) cargos de professor, padrão O, e 8(oito) padrão K, sem
discriminação de cadeiras. Caberá, por isso, ao Conselho Técnico Administrativo...”
Já no de
1952 o IBA-RS estava livre da FACULDADE de ARQUITETURA e de URBANISMO. Contava
com o seu primeiro prédio próprio pronto, estava construindo a segundo prédio
destinado aos Ateliers das Artes Visuais. Um número crescente de estudantes
afluía ao se vestibular o que o obrigava a uma severa seleção por meio de um
vestibular específico. Assim a suas POTENCIALIDADES permita-lhe dedicar-se ao
seu projeto da FORMAÇÃO e EDUCAÇÃO FORMAL nas ARTES NOBRES. Ciente desta
autonomia interna podia começar a pensar, apoiar, fornece assessoria do seu
pessoal e algum apoio logístico externo para INSTITUIÇÕES COMPLEMENTARES.
Projetos externos
não faltavam. O próprio diretor do IBA-RS era, desde 1946, conselheiro nato da
Secretaria de Educação e Cultura (SEC). Tasso
Corrêa havia sido nomeado membro do Conselho Estadual de Educação e Cultura do
Rio Grande do Sul por meio do Decreto no 2.018, de 06.09.1946, pelo
Interventor Federal do Rio Grande do Sul, publicado no Diário Oficial do Estado
no dia 10.09.1946[1] Esta nomeação ainda era realizada por
um agente do Estado Novo, apesar deste regime haver terminado no ano anterior.
A Educação e a Cultura permaneceram, no Rio Grande do Sul no âmbito da Secretaria do Interior.
Na
eleição federal de outubro de 1954 Tasso Corrêa lançou-se como
candidato ao senado devido ao seu prestigio na ação como advogado e
as suas atividades de empresário no ramo imobiliário. Foi derrotado
por Armando Câmara tendo como suplente Mem de Sá que assumiu em 1956 com a vaga do titular. Tasso Corrêa aposentou-se
inesperadamente em 1958 depois de 22 anos na direção do IBA-RS.
Pesquisa
da Arnoldo W. DOBEBERSTEIN e entrevista com
o Professor Luiz
Osvaldo
Leite em 14.04.2019
Fig.05
–
A
candidatura de Tasso Corrêa ao senado, fornece um quadro das forças
ideológicas e os suas expressões no âmbito das forças políticas
do RIO GRANDE do SUL da segunda metade do ano 1954. .
O
fato da candidatura de TASSO CORRÊA, a um cargo politico, não
afetou a vida institucional nem do IBA-RS e nem do MARGS. Certamente
a habilidade e e alto padrão profissional de Ado MALAGOLI conseguiram
evitar qualquer reflexo menos abonador para as duas instituições
[Clique
sobre o gráfico para centralizar e poder ler]
O instituto retornou para a UNIVERSIDADE, no dia
30 de novembro de 1962, via Brasília na época do breve período do
Parlamentarismo Brasileiro e após árdua e demorada tramitação na Câmara e no
Senado Federal[3].
Com o respaldo desta condição de instituição federal, alcançada pelo IA-UFRGS, os
seus docentes redobram a sua ação no plano estadual apoiando e interagindo com outras
congêneres emergentes no Rio Grande do Sul por meio da formação de docentes
qualificados com graduação, mestrado e doutorado específicos nas artes visuais.
Cresceu também a procura do MARGS tanto como lugar qualificado de socialização
de suas obras e de suas pesquisas, como centro logístico de investigação do que
de melhor se produz no Rio Grande do Sul em Artes Visuais.
[1] - Decreto no 2.018, de 06.09.1946, do Interventor Federal do Rio Grande do Sul,
publicado no Diário Oficial do Estado no dia
10.09.1946
[2] - MEM DE SÀ https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem_de_Azambuja_Sá
[3] CORONA Fernando “COISAS MINHAS: 1962 1965 Brasília e outros
alpistes” 06.08.
1962 26.11.1965. Manuscrito inédito 85
folhas sem linhas caderno simples: 210 mm X 149 mm.
De esquerda para direita: João Fahrion (autor do desenho), Benito
Castañeda, Tasso Corrêa, Fernando
Corona. Ângelo Guido, Joseph Lutzenberger (no alto), Maristany de Trias e
Ernani Corrêa – Do acervo da Pinacoteca do IA-UFRGS.
Fig.05
06 – O legendário corpo docente do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL no início da década de 1950 e agora são nomes das salas do MARGS. A este núcleo vieram somar-se Ado Malagoli e Aldo Locatelli além daqueles da Música que não eram indiferentes ao qualificado e diversificado corpo docente e discente das ARTES VISUAIS, O próprio Tasso Corrêa era professor de Piano.
06 – O legendário corpo docente do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL no início da década de 1950 e agora são nomes das salas do MARGS. A este núcleo vieram somar-se Ado Malagoli e Aldo Locatelli além daqueles da Música que não eram indiferentes ao qualificado e diversificado corpo docente e discente das ARTES VISUAIS, O próprio Tasso Corrêa era professor de Piano.
05 – O PROTAGONISMOS dos AGENTES doa IBA-RS no processo da CRIAÇÃO do MUSEU de ARTE do RIO GRANDE do SUL (MARGS).
A massa
crítica que se acumulava no BA-RS, no ano de 1954, estava voltada para as
funções primordiais da FORMAÇÃO ESCOLAR de NOVOS agentes nas ARTES.
O docente
de MODELAGEM e ESCULTURA, Fernando Corona era enfático neste projeto:
-Deixei de ser ESCULTOR para formar
ESCULTORES.
Num olhar
retrospectivo sobre a carreira artística destes estudantes de ESCULTURA do
Professor Corona maioria cumpriu este objetivo do seu mestre. No contraditório
a grande maioria dos demais formandos
abandonaram o projeto de realizar uma carreira solo de artista visual.
Abraçaram o magistério, criaram outras escolas de arte ou se dedicam de corpo e
de alma as funções do campo das artes ainda carentes de profissionais de alta
qualidade e formação superior.
Para
exemplificar basta acompanhar a carreira de Iberê Camargo e de sua esposa Maria
Cousirat. Esta tinha formação superior em Artes Plásticas pelo IBA-RS. Enquanto
Iberê cursou e conclui o Curso Técnico de Arquitetura pelo mesmo IBA-RS. Num
contrato doméstico Maria assumiu gerenciar, apoiar e documentar a profissão de
artista de Iberê que assim pode se entregar de corpo e alma à sua carreira solo
e integral de artista visual.
Tanto Maria
como Iberê tiveram a mesma massa crítica que se acumulava no IBA-RS, voltada
para as funções primordiais da FORMAÇÃO ESCOLAR de NOVOS agentes nas ARTES.
Estes docentes atuavam tanto no CURSO SUPERIOR como no CURSO TÉCNICO (noturno).
O termo
pejorativo “ACADÊMICOS” não poupou a massa crítica do IBA-RS. Se este termo não
possui carga menos negativa e não tão pejorativa para os membros da ACADEMIA
BRASILEIRA de LETRAS, na opinião pública das artes visuais foi devastador.
Poucos, muito poucos, entenderam, e muito menos assimilaram, o projeto da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA de 1816, do INSTITUTO, ACADEMIA e ESCOLA de ARTES. Na
realidade PARIS ainda mantém, subsidia e prestigia estas instituições
fundamentais de sua cultura erudita e fora da universidade
O pragmático norte-americano
não fez esperar a sua reação especialmente na época da “Guerra Fria” na qual o
esplendor dos museus de arte eram uma arma simbólica com alcance muito maior do
que estes pruridos e intrigas conceituais. Assim, em 1954, consta no livro de Atas
do CONSELHO TÉCNICO ADMINISTRATIVO (C.T.A.) uma da sessão extraordinária na
qual um dos temas era a vinda a Porto Alegre do diretor do Instituto Interamericano
de Museologia e sua contratação e efetiva instalação no novo prédio do IBA-RS:
“Aos
dezessete dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e cinquenta e quatro,
às 10,30 horas, no Gabinete da Direção, teve lugar uma sessão extraordinária
do Conselho Técnico Administrativo deste
Instituto ,sob a presidência do Exmo Sr. Professor Diretor e presentes os o Diretor
do Instituto Interamericano de
Museologia desejando transferir suas atividades para o Brasil, submete à
apreciação deste estabelecimento uma
série de questões julgadas indispensáveis para ser efetuada a referida transferência.
Deliberado o caso pelo plenário resolveu este fosse feita, oficiando à direção
daquele Instituto estabelecendo o seguinte: a) O Instituto de Bela Artes indicaria ao Ministério de Educação e
Cultura o nome do Dr. Francisco Curt Lange - Diretor daquele Instituto - , para
prover, como contrato, pelo prazo de três anos e com os vencimentos
correspondentes ao padrão “O” , a cadeira de “Folclore”, do Curso de Música deste Instituto,
atualmente vaga; b) Seria colocada à disposição daquele Instituto uma das salas
deste estabelecimento, com uma área total de 102 m2 , c) O Instituto de Belas Artes daria toda a
liberdade de ação ao Diretor daquele Instituto, no sentido de animar e
desenvolver os serviços a seu cargo, bem como destinaria parte da verba de
publicações para início de despesas com a Revista que seria organizada. Livro de
ATAS do CTA em 17 de
fevereiro de 1.954, fls.44
v 45f
Não se encontrou evidências da efetiva
contratação deste museólogo e muito menos de sua instalação no novo prédio do
IBA-RS. No entanto é índice das preocupações de oferecer um efetivo suporte profissional
a um Museu de Arte que estava sendo concebido no âmbito do IBA-RS
Fig.07 – O vasto círculo social, jurídico e
econômico de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA o qualificava para agente ativo, respeitado
e seus projetos acatados no campo das forças das Artes. Este respaldo ele usava
pata atingir as raias da temeridade como
no episódio em que foi expulso do IBA-RS devido à crítica à Comissão Central no seu discurso de
paraninfo pronunciado em pleno Theatro São PEDRO [1].
Esta mesma energia estava presente ao longo dos seus 22 anos de administração
do IBA_RS, nas suas concepções no Conselho Estadual de EDUCAÇÃO e CULTURA e sua
firme posição no contrato de Ado Malagoli e nas iniciativas legais e práticas para
que o museu de Arte do Rio Grande do Sul viesse a mundo prático por TEMPO INDETERMINADO.
06 – INICIATIVAS e
PROPOSTAS INSTITUCIONAIS que FUGIAM à ALÇADA e COMPETÊNCIA do IBA-RS.
A
competência do IBA-RS sempre foi a da sua dedicação ao seu projeto primordial da FORMAÇÃO ESCOLAR das ARTES consideradas como “NOBRES” pela MISSÃO FRANCESA[2].
Se este projeto era um severo limite de outro a tentação do múltiplo o colocava
na iminência de não te sucesso nem num e nem no outro, sendo perda de tempo,
investimentos e frustração de esperanças jovens e velhas.
No contraditório,
a massa crítica dos docentes do Curso de Artes Plásticas continuava, na
maioria, o exercício das práticas artísticas, do atelier e do mercado de arte
fora do IBA-RS. Esta prática estava vedada, apenas, em sala de aula com o
objetivo de não influenciar diretamente as decisões estéticas dos estudantes.
Esta
proibição acendia ainda mais a vontade e o interesse, destes docentes, a terem
espaços institucionais como o do MUSEU de ARTE, para socializar estas suas
pesquisas estéticas autônomas. Assim muitos deles foram fundadores, colaboradores
da primeira hora a dar apoio, dedicação ao MARGS. No correr do tempo, quem se tornou produtor de arte, encontrou no
MARGS lugar especial para socializar as suas obras com o devido prestígio
social, político e cultural.
[1] Discurso de Tasso Corrêa no Thaetro São Pedro no dia
24 de outubro de 1933 http://profciriosimon.blogspot.com.br/2016/04/165-o-pensamento-de-tasso-correa.html
[2] Carta de Joaquim
LEBRETON ao CONDE da BARCA http://www.dezenovevinte.net/txt_artistas/lebreton.pdf
Fig.08 – A iniciativa da promoção da série
anual do CONCURSOS de MISS RIO GRANDE do SUL – BRASIL e MUNDIAL partiu dos
Diário Associados com significativos retornos financeiros na propaganda e
marketing dos produtos estéticos femininos.
No
Rio grande do Sul Ângelo Guido era articulista dos Diários de Notícias e coube
a ele a tarefa de organizar os primeiros certames esta natureza. Evidente pesou
o fato de ele se docente do IBA-RS desde 1936. No certame de 1957 a estudante
de artes visuais, Maria José Cardoso, foi eleita Miss Brasil. Este fato
conferiu uma enorme visibilidade ao IBA-RS. Esta visibilidade se refletiu no
vestibular de 1958 quando houve 300 candidatos para o vestibular com 30 vagas
no Curso de Artes Plásticas.
07–SALÕES entre ESTUDANTES e AMIGOS da ARTE, mediados pelo
IBA-RS
Competia à ESCOLA de ARTES a exposição
anual dos trabalhos do seus estudante como promover, com apoio do IBA-RS, o SALÃO ESTADUAL de BELAS ARTES, Para tanto o REGULAMENTO
do IBA-RS de 1927 previa no seu “Art.
89 – Ao Director da Escola de Artes, cabe, organisar, antes dos exames finaes,
uma exposição dos trabalhos executados na Escola durante o anno, franqueand-a á
apreciação publica, depois de approvada pelo Presidente”.
Dois
anos depois o Diretor da Escola, Libindo Ferrás, foi um pouca além dos
trabalhos escolares e promoveu no Theatro São Pedro um Salão de Artes[1]
que abriu no dia 15 de novembro de 1929 sendo suas repercussões ofuscada pela
QUEBRA da BOLSA da Nova York.
O
desalento e a frustração posterior se
refletiu na revolta maior
de Pelichek, em 1935, diante dos seus superiores hierárquicos que não
compreendiam as suas motivações e dos seus estudantes ao verem descumpridas, de novo, as exigências explicitas do Art°. 89 do
Regulamento do Instituto.
“EXPOSIÇÃO DE TRABALHOS – Por motivo desconhecido, deixou de
figurar na Exposição, como é do REGULAMENTO DESTE INSTITUTO (sic: em caixa
alta), varios dos trabalhos executados
pelos alumnos que frequentaram o curso no corrente anno de 1935, tal facto já
ocorreu no ultimo anno, sendo que com este é o segundo anno em que o Instituto
não realiza a Exposição dos trabalhos executados durante o anno pelos alumnos”[2]
O IBAS-RS retomou tanto a exposição de
estudantes como o Salão de Belas Artes que consta no seu ESTATUTO, aprovado no
dia 26 de janeiro de 1939. Este previa:
Exposição de trabalhos e Salão Anual
Art. 21º - O Instituto realizará anualmente uma exposição de trabalhos
escolares do Curso de Artes Plásticas, na qual serão apresentados os melhores
trabalhos dos alunos desse curso, escolhidos por uma comissão de professores
designada pelo Diretor.
Art. 22º - Será promovido, também anualmente,
um salão Estadual de Belas Artes, que se regerá por um regulamento especial, organizado
pelo C.T.A.
§ único – Os prêmios que forem conferidos e as
demais despesas serão atendidas pela verba que for consignada em orçamento.
Esta iniciativa autônoma
foi possível graças ao fato de IBAS-RS estar livre da Comissão Central como
do controle da UNIVERSIDADE PORTO ALEGRE. Estes dois artigos do ESTATUTO foram regulamentados
no extenso e detalhado REGULAMENTO do IBA-RS e que foi aprovado, pela Congregação,
no dia 24 de março de 1939. Neste REGULAMENTO constava, no CAPITULO
XVIII, Exposição de trabalhos e Salão Anual
Art. 130 – As
exposições de trabalhos serão realizadas anualmente, quando julgadas
convenientes, e constarão de trabalhos escolares do Curso de Artes Plásticas,
escolhidos entre os melhores, a juizo de uma comissão de professores, para esse
fim designada pelo diretor.
Art. 131 – O
Instituto promoverá anualmente um Salão Estadual de Belas Artes, que se
realizará de conformidade com o regimento interno elaborado pelo C.T. A .
Paragrafo único –
Os premios que forem conferidos pelo Instituto, bem como as demais despesas
ocasionadas pela realização do Salão, serão atendidas pela verba que fôr
designada em orçamento.
Arquivo
de Francisco BELLANCA com assinatura por extenso de Tasso Bolívar Dias Corrêa
Fig.09 – A realização do 1º Salão de Belas
Artes do Rio Grande de Sul constitui uma afirmação e expressão de autonomia o
IBA-RS além de cumprir o artigo 131 do Regulamento aprovado pela Congregação no
dia 24 de março de 1939. . O BA-RS estava livre da
tutela da sua COMISSÃO CENTRAL que foi extinta no dia 06 de janeiro de 1939 e
estava fora da Universidade do Rio Grande do Sul devido a sua exclusão no dia
anterior de dissolução desta sua mantenedora. A data da realização do EXPOSIÇÃO
de TRABALHOS como do SALÃO continuava sendo o dia 15 de novembro tanto pelo
final obrigatório do ano escolar como ser o aniversário do Regime e feriado da República
brasileira
Pelo DECRETO Nº
561, de 23 de JUNHO de 1942, a
Interventoria Federal[1]
oficializou e regulamentou o Salão Anual de Belas Artes a ser organizado
pelo Instituto de Belas Artes, inaugurar-se-á no mês de novembro, em Porto
Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul.
A prática, destes salões, era
herança do Missão Artística Francesa. Eles foram implementados na Imperial
Academia de Belas Artes (IABA) e depois Escola Nacional de Belas Artes (ENBA).
Deixaram de ser praticados no IBA-RS logo após a sua integração e da perda de
sua autonomia para a UFRGS.
RS 08 -– A
recepção do IBA-RS no âmbito local e nacional.
O
IBA-RS cumpriu o seu objetivo de ESCOLA na medida em que a massa crítica que
ele formou penetraram desde as mais humildes e desamparadas camadas da
população local e nacional
Ente
as formandas do IBA-RS do CURSO de ARTES PLÁSTICAS do ano de 1954 estavam os nomes de Alba
Coelho Monteiro, Benie Vasconcellos
Caminha Muniz, Clara Maria Fischer de Souza, Giocanda Maria Chitão
Nery, Cleomarina Maciél Mendes, Daisy Sarzetto Vargas, Dalva Therezunha de
Jesus Pippi, Gizah Nogueira Tavares, Helena Maria da Rocha, Ione de Abreu Veronese,
Leda Christina de Quiroz Prestes.Margarida Corrêa Reif.(ESCULTURA), Marina
Pires Abrahão dos Santos, Maria Margarida Brasil Lemos, Marília Thereza Denovaro,
Miréia Gimenes Alves, Rosa Therezinha Stringuini de Oliveira (ESCULTURA), Teresinha
Maria Siqueira.(ESCULTURA), Therezinha de Jesus Piava de Souza, Wilma Corrêa da
Silva, Vera Miriam Scherer e Wilma Pansiera,
O
número de 22 concluintes de 1954 é alto numa turma de 30 estudantes que
ingressou em 1951. O índice de 73,3% de formandos numa turma de 30 estudantes
de um curso superior brasileiro é alto. É alto em especial quando todos saberem
da temeridade de optar pelo campo das artes, pela inexistência de profissão
regulamentada de artista e pela flagrante inutilidade numa cultura embrionária
[1] - Publicado no Diário
Oficial do Estado do Rio Grande do Sul na data de 24 de junho de 1942
Conserva-se a ortografia da época
Fig.10 – A presença de Ângelo GUIDO no MARGS
representava o acerto de Ado Malagoli e Tasso Corrêa em dotar no ano de 1954
Rio Grande de Sul no ano de sua instalação foi uma das expressões mais significativas
do Instituto de Belas Artes do. Além
do seu prestigio como cronista e crítico da Artes Visuais constitui uma
afirmação e expressão de autonomia o IBA-RS
Na
aparente falta de nomes de projeção posterior à sua passagem pelo IBA-RS e de
destaque publica de algum nome - nas ARTES VISUAIS - deve ser semelhante à
projeção dos egressos da BAUHAUS ALEMÃ. Eles se espalharam pelo mundo
tornando-se verdadeiros “VÍRUS da ARTE” na sua ação silenciosa e consequente
com os formação e ensinamentos recebidos na instituição.
De
outra parte mesmo os artistas visuais que expõe ou expuseram no MARGS não há
garantia de figurarem na lista das referências obrigatórias nas ARTES VISUAIS
do RIO GRANDE do SUL. No entanto não deixam de cumprir o papel da continuidade
cultural e estética do meio social, cultural e civilizatório que ARTE
DESEMPENHA na política, educação e, mesmo, na economia simbólica. Na história
de longa duração são frequentes as descoberta,
os renascimentos e a valorização de nomes que passaram séculos na
penumbra mas cujas obras e documentos repousavam em MUSEUS de ARTES comum
arquivo atento e pronto para revelar estes nomes esquecidos,
Não
se fez ainda a contabilidade destes artistas que expuseram, foram curadores,
orientaram o dirigiram os destinos do MARGS.
Fig.11– O reconhecimento público do MARGS
legendário ao corpo docente do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SU e
ao seu diretor quando inaugurou a sua primeira sede no Theatro São Pedro. Ado Malagoli agiu no âmbito de um PROJETO
CIVILIZATÒRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA do GOVERNO do RIO GRANDE do SUL
envolvendo a autoridade máximo do Estado e o núcleo superior do seu governo
além das expressões maiores da sociedade civil
09 –
O sentido da memória do IBA-RS do ANO de 1954 e a necessidade da preservação e do estudo do contínuo
institucional do MARGS.
O ano de 1954 é um pequeno fractal do tempo
que expressa muito do que acontece ao longo da primeira metade do século XX. Em
1954 existe testemunhas vivas, por todos os lados, a memória das feridas das duas
guerras mundiais, rupturas com a ordem antiga, crises recentes. Como um fractal
do tempo entre os seus 356 dias estava o luto nacional do suicídio de Getúlio
Vargas. No lado compensador do campo compensador da arte acendiam-se e se alimentavam
esperanças inauditas ganhavam forma e expressão na preparação e nos festejos do
QUARTO CENTENÁRIO de SÃO PAULO. Na preparação as artes visuais a I BIENAL de
1951 precedeu esta esperança para a qual o IBA-RS foi convidada e compareceu com
a visita pessoal e o convide do próprio “Cecilo” Matarazzo. Nesta I BIENAL
também compareceu e expôs Ado Malagoli fato que ensejou o convite que foi
aceito sob a condição da efetiva criação do MARGS.
A II Bienal de São Paulo, da ano de 1954,
propiciou para a INTELIGÊNCIA ESTÉTICA BRASILEIRA uma janela arte mundial. A II Bienal ganhou
corpo e projeção maior por meio do 4º CENTENÁRIO de SÃO PAULO. Para o Rio Grande do Sul foi a oportunidade de ocupar
um pavilhão emblemático do Parque Ibirapuera[1]
e exibir o monumento do Laçador de Antônio Caringi
Arquivo do Instituto de Artes da UFRGS inundado em 05.03.1997 – Foto de
Círio SIMON do material logístico da sua
tese
Fig.12 – O
calamitoso estado do Arquivo do IA-UFRS, em 05 de março de 1997, com os documentos de 90 anos do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do
SUL salvos e suspensos. Este
quadro foi revertido a parir de 1999com a firme decidida intervenção arquivista
Medianeira GOULART com formação superior em Arquivologia pela Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM)
10 – A POSTERIDADE ao ano de 1954 do IBA-RS e as potencialidades
de sua pesquisa.
Os
documentos originais e públicos disponíveis no que concerne as relações
institucionais entre MARGS e IBA-RS além de raros periódicos tratam avaramente
desta relação institucional. Estes parcos documentos necessitam serem ampliados
em outros intuídos, supostos e sondados por meio dos vestígios que deixaram no
fluxo da História posterior.
O
IBA-RS havia se antecipado à esta entropia documental por meio do seu REGULAMENTO aprovado pela sua
Congregação em 20 de dezembro de 1951[1].
Neste regulamento constava no
Capítulo VII Do Arquivo
Art.
122º – O Arquivo será destinado à guarda e
conservação dos papeis e documentos findos, competindo ao servidor designado
para este serviço:
a)
Organizar sistematicamente a
catalogação do que estiver sob sua guarda, de modo que, com rapidez, se
encontrem os documentos procurados;
b)
Informar a parte que lhe couber nas
certidões que devam ser expedidas pela Secretaria;
c)
Fornecer à Secretaria, os elementos
necessários ao levantamento do histórico escolar dos alunos e ex-alunos;
O Regulamento do IBA, que
continha este artigo, tramitou no MEC e pelo CONSELHO NACIONAL de EDUCAÇÃO por
meio Processo de nº75.335/54 e recebeu parecer favorável de nº 325 no dia 29 de
setembro de 1954. A lei sempre precede
os fatos na medida que estes fatos são artificiais e criações humanas. Nesta
condição não é estranhar os lapsos, os silêncios e os vazios documentais. De
outro lado existe a prioridade que prescreve organizar a coleção de leis que
interessem ao Instituto e verificar no Diário Oficial os atos referentes ao
ensino e ao Instituto. A tentação burocrática não poupa o arquivo e consegue
lugar privilegiado senão único. Assim mesmo numa instituição de arte a documentação que trata meramente da arte e
da cultura está num segundo plano .
Felizmente
a progressivo reconhecimento e a ampliação do público tanto do MARGS como do
atual IA-UFRGS alimenta e recompensa esta busca. De outra parte é necessário
reconhecer que este progressivo reconhecimento e a ampliação trouxe a autonomia
de cada um destes entes públicos. Apesar de dois estarem sólida e juridicamente
ancorados no ESTADO NACIONAL cumprem funções próprias e distintas, mas sempre complementares.
De um lado o MARGS necessita da massa crítica vinda do IA como o IA-UFRGS
necessita do MARGS para socializar a sua produção estética e conceitual
[1] Este regulamento tramitou no MEC e pelo CONSELHO
NACIONAL de EDUCAÇÂO por meio Processo de nº75.335/54 e recebeu parecer favorável de nº 325 no dia 29 de setembro de
1954.
Fig.13 – Exposição de Yeddo TITZE (1935-2016) no MARGS,
em 2004, foi uma das numerosas interações visíveis entre o IA-UFTGS e o MARGS resultante do legendário
corpo docente do início da década de 1950 do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO
GRANDE do SUL. Corpo
docente da década de 50, professora de Yeddo representado pela presença de
Christina Balbão (1917-2007) na extrema direita de quem olha a foto. No MARGS Christina
Balbão foi técnica administrativa desde a 1954 e era presença constante e
colaborativa no MARGS após a sua jubilação na UFRGS
11 – Os AGENTES do IBA-RS
e as suas OBRAS POSTERIORES.
Os
artistas visuais que empreenderam CARREIRA SOLO são raros. Porém constituem ima
expressiva QUALIDADE que fez com que Fernando[1]
Corona[8], ciente da riqueza dessa massa documental, resumiu a carência de
agentes no Rio Grande do Sul que se dedicam ao seu conhecimento e à sua
reflexão, afirmasse (1977, p.166) que :
“nunca tantos deverão ficar ignorantes de
tão poucos, pois a história na seara das Artes, ainda está para ser contada
desde Araújo Porto-alegre e Pedro Weingärtner até os últimos talentos que
despertam nas artes plásticas e na arquitetura”.
Tanto
o MARGS como o atual IA-UFRGS foram plataformas públicas desta visibilidade. No
entanto o potencial submerso no anonimato e não visível constitui um contingente
ainda incomensurável para novos pesquisadores, outros paradigmas estéticos e
outros tantos MUSEUS da ARTE. As cidades - com uma população superior a 100.00
habitantes em países adiantados – possuem o seu MUSEU de ARTE. Atualmente Rio Grande do Sul possui 17 cidades com esta
ou maior população[2].
Porto Alegre possuía 400.000 habitantes na época em que foi criado o MARGS.
Mas foi no âmbito de REPRODUÇÃO INSTITUCIONAL
que os agentes, formados por ele, criaram ou integraram quadros docentes de
instituições similares no Brasil e no Rio Grande do Sul.
[2] - Populações das cidades do Rio Grande do Sul em 2019 https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_municípios_do_Rio_Grande_do_Sul_por_população
Fig.14 – O primeiro prédio construído
especificamente para INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL foi
concluído em 1943. Em 1952 começou a ser construído a parte dos atelieres do
CURSO de ARTES PLASTICAD que firam ocupados a partir de 1954. Conforme o 1º
Estatuto do IBA-RS se por acaso tivesses ele se tornado inviável este prédio,
mais um terreeno da rua Riachuelo nº 1285[1] e um terreno no centro da
cidade de Farroupilha teria formado o patrimônio do Museu de arte do Rio Grande
do Sul-
12 – Síntese, conclusões e abertura para outras pesquisas.
Na
síntese é possível afirmar que o MUSEU de ARTE do RIO GRANDE do SUL estava nas
mentes dos fundadores do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL.
Enquanto o INSTITUTO ganhou o mundo prático, no ano de 1908, ele nunca abdicou
do potencial de colocar também na realidade o MUSEU de ARTE. Esta
potencialidade ganhou forma jurídica no ano de 1954. A IMPLEMENTAÇÂO prática, desta forma jurídica,
foi praticamente sustentada pelos agentes do legendário quadro docente do
IBA-RS do ano de 1954. Esta ação experimental e exploratória foi realizada com
tal eficácia de modo que na efetiva IMPLANTAÇÃO somaram-se administradores,
servidores, públicos, artistas e público que não pararam de crescer e se
fortalecer.
Nas conclusões há necessidade afastar qualquer
mito, jogo de otimismo inconsequente reduzir o MARGS ao patrimonialismo do seu
acervo ou se deitar sobre os louros de vitórias pontuais. Como qualquer
organismo vivo ele possui necessidades básicas de sobrevivência e buscar a sua
reprodução especialmente no âmbito dos limites geográficos do RIO GRANDE do SUL
que consta no seu nome. Se de um lado são indispensáveis as concepções de Mário
de Andrade[2]
dar atenção para a ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA ESTÉTICA LOCAL e MUNDIAL, do
outro a PESQUISA ARTÍSTICA converge para a formação de uma MEMÓRIA COLETIVA
[1] https://www.google.com/maps/place/R.+Riachuelo,+1285+-+Centro+Histórico,+Porto+Alegre+-+RS,+90010-273/@-30.0315724,-51.2288322,3a,15y,188.13h,80.7t/data=!3m7!1e1!3m5!1sH29M8tfFRZR2Lchl-rlOzg!2e0!6s%2F%2Fgeo0.ggpht.com%2Fcbk%3Fpanoid%3DH29M8tfFRZR2Lchl-rlOzg%26output%3Dthumbnail%26cb_client%3Dmaps_sv.tactile.gps%26thumb%3D2%26w%3D203%26h%3D100%26yaw%3D218.46782%26pitch%3D0%26thumbfov%3D100!7i13312!8i6656!4m5!3m4!1s0x9519790581485ac7:0xbd02456686af8d40!8m2!3d-30.0316024!4d-51.2288607
[2] ANDRADE, Mario O movimento modernista: Conferência lida no
salão de Conferências da Biblioteca do Ministério das Relações Exteriores do
Brasil no dia 3 de abril de 1942. Rio de Janeiro :Casa do Estudante do Brasil,
1942, 81p.
Fig 15 – O professor e doutor Arnoldo Walter
DOBERSTEIN -Coordenador do Grupo de Pesquisas do MARGS- numa aula pública discorre em relação à estatuária
da fachada do MARGS. O conhecimento e a
preservação da memória dos estágios culturais anteriores de Porto Alegre está
sendo pauta nos cursos de História, da Museologia, da Arquivologia, da
Arquitetura e da Economia Simbólica no âmbito das preocupações e dos recursos
da Época Pós-Industrial.
No
campo da PESQUISA ESTÉTICA o MARGS se constitui
num MUNDO ABERTO para a concepção de MARC BLOCH (1976, p.42.)[1]. pela qual :
“é tal a força da
solidariedade das épocas que os laços da inteligibilidade entre elas se tecem
verdadeiramente nos dois sentidos. A incompreensão do presente nasce fatalmente
da ignorância do passado. Mas talvez não seja mais útil esforçar-nos por
compreender o passado se nada sabemos do presente”.
Esta solidariedade, entre
épocas, está bem presente na proposta de Arnoldo Walter DOBERSTEIN coordenador
do Grupo de Pesquisas da AAMARGS. Ele ao PESQUISAR e se debruçar e prestar
atenção máxima ao ano de 1954 - na
criação do MUSEU de ARTE do RIO GRANDE do SUL - localizou energias latentes,
tomadas de decisões e leis que sustentam jurídica, administrativa e
potencialmente o MARGS nos dias atuais.
13 – FONTES
BIBLIOGRÁFICAS e DIGITAIS
ANDRADE, Mario O
movimento modernista: Conferência lida no salão de Conferências da
Biblioteca do Ministério das Relações Exteriores do Brasil no dia 3 de abril de
1942. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1942, 81 p.
BARTHES,
Roland.
Système de la mode. Paris : Seul, 1967. 327p.
CORONA
Fernando (1895-1979 “ CAMINHADA
de FERNANDO CORONA”: Tomo I. 01 de janeiro de 1911 até dezembro de 1949
– donde se conta de como saí de casa e aqui fiquei para sempre: nasci num lugar e renasci
em outro onde encontrei amo Tomo I 604 folhas de arquivo: 210 mm X 149 mm.
--------------“CAMINHADA de FERNANDO CORONA”.
Tomo II 1945/49-1953. um homem como qualquer: renascer em um lugar e renascer
em outro Tomo II 220 folhas de arquivo: 210 mm X 149 mm
-------------“COISAS MINHAS: 1962 1965 Brasília
e outros alpistes” crônicas do dia 06.08. 1962 até 26.11.1965. Manuscrito inédito 85 folhas sem linhas caderno simples: 210 mm X 149 mm
----------Caminhada nas Artes (1940-1977). Porto
Alegre : UFRGS/ IEL/ DAC/ SEC 1977, 241
KRAWCZYK, Flavio. O espetáculo da legitimidade: os salões
de artes plásticas em Porto Alegre. Porto Alegre: Programa de Pós Graduação em
Artes Visuais . dissertação 1997 526 fls. (dissertação)
-
NIETZSCHE, Frederico
Guillermo (1844-1900) Sobre
el porvenir de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179
FONTES
NUMÉRICAS DIGITAIS.
Carta de
Joaquim LEBRETON ao CONDE da BARCA
Origens do
Instituto de Artes da UFRGS
O MAIS INUTIL
dos TEMERÁRIOS
Descascar o MITO
das OBRAS de ARTE
ÍNDICES do SALÃO
de 1929
Discurso de
Tasso Corrêa no Thaetro São Pedro no dia 24 de outubro de 1933
Populações das
cidades do Rio Grande do Sul em 2019
PAVILHÃO do Rio
Grande do Sul 1954 Parque Ibirapuera – 1954
MATA BORRÂO –
Porto Alegre
[1] BLOCH, Marc (1886-1944) .
Introdução à História.[3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa-
América 1976 179 p.
Fernando CORONA e a “BATUQUEIRA” 1954
Acervo da família - Foto de Eduardo
Viera da Cunha -
Fig 16 – O Fernando CORONA posa ao lado da sua
oba “A BATUQUEIRA”, do ano de 1954, para uma reportagem fotográfica para o
MARGS, realizada pelo fotógrafo Eduardo VIEIRA da CUNHA [1]
como técnico administrativo do MARGS e atualmente professor do Departamento de
Artes Visuais do IA-UFRGS. Corona como professor
conselheiro do IBA-RS, um dos agentes mais ativos pela volta do IBA-RS á UFRGS,
um dos seus professores eméritos, cronista e orientado seguro dos seus
estudantes manteve um ativo contato com MARGS após ao seu jubilamento da
UFRGS.
Eduardo
VIEIRA da CUNHA
+
O MARGS IMEDIATAMENTE
antes do MARGS
[1] Eduardo VIEIRA da CUNHA http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa22923/eduardo-vieira-da-cunha
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