quinta-feira, 9 de agosto de 2018

238 – ESTUDOS de ARTE


Cláudio Afonso de ALMEIDA MARTINS COSTA
Fig. 01 –  Claudio Afonso ALMEIDA  MARTINS COSTA soube cultivar em toda extensão a figura serena, voltada integralmente sobreo o seu projeto de vida, e de estrar como os OUTROS. Assim era acessível e acolhedora. Como pai dedicado, como um amigo dos Índios, atento aos seus estudantes e sempre ao lado de colegas ele não concorria e nem buscava prêmios ou reconhecimentos inconsequentes.  Coerente com as condições de arte que encontrou no Rio Grande do Sul não buscava alhures aquilo que o meio lhe fornecia aos milhares os estímulos para traduzir em arte a sua própria realidade. Realidade que ele enriquecia  com orientações e ajudas de alguém mais experiente. Enriquecendo o meio cultural com a sua obra, seus ensinamentos e seus exemplos,  o mundo da arte de Porto Alegre evolui para um novo e mais elevado patamar de civilização.

SUMÁRIO
01 – Quem era Cláudio Afonso MARTINS COSTA.  . 02 A opção pela arte 03 –O PENSAMENTO e a OBRA. 04 – As concepções estéticas .   05 – A vida do magistério  06-   Cláudio Afonso MARTINS COSTA no cenário das ARTES do RIO GRANDE do SUL.   07 - A CONTRIBUIÇÔES de Cláudio Afonso MARTINS COSTA nas ARTES VISUAIS  no RIO GRANDE do SUL 08 -  A  permanência do PENSAMENTO  de Cláudio Afonso MARTINS COSTA nas ARTES VISUAIS  do RIO GRANDE do SUL. 09 - POTENCIALIDADES da OBRA de Cláudio Afonso MARTINS COSTA a serem exploradas nas  ARTES VISUAIS  no RIO GRANDE do SUL na ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL 10 – A memória de Cláudio Afonso MARTINS COSTA: -11 – A logística do estudo da vida, obra e memória de Cláudio Afonso MARTINS COSTA  FONTES BIBLIOGRÁFICAS e DIGITAIS

01 – Quem era Cláudio Afonso da ALMEIDA MARTINS COSTA.

Era impossível encontrar Cláudio sem receber em troca um discreto e acolhedor sorriso nos lábios. Este sorriso não significava qualquer concessão em detrimento de um profundo hábito de integridade, intelectual, estético e moral. Antes ao contrário, este sorriso era um convite para se engajar na arte, na educação e numa política cultural pela qual ele sacrificava os melhores e mais produtivos instantes de sua vida.
O seu penetrante e treinado olhar ele saltava por cima de todas as aparências e desarmava o espírito mais belicoso.
No presente texto não se busca a biografia deste cidadão, artista e professor.  Procura-se evidenciar alguns traços e expressões do pensamento que alimentava seu magistério, a sua arte e o seu modo singular de ser neste mundo. Assim, o que segue, pretende ser um texto aberto para outras intervenções, correções e ampliações para ressaltar e preservar a memória de Cláudio Afonso MARTINS COSTA.
Fig. 02 –  A desabrida grafia e linhas soltas,  tanto podem remeter aos rabiscos de uma criança ou com as pesquisas estéticas mais avançadas da época como os “DRIPING’S” de Jackson POLLOCK (1912-1956).  Este tumulto gráfico é contraponto das sólidas formas fechadas e dos arquétipos, da escultura de Cláudio MARTINS COSTA. O grafismo solto,  empresta,  para estas sólidas formas,  um dinamismo que foge de todo literatismo arcaico e primitivo. Confere nova vida aos arquétipos de figuras equestres presentes desde as mais profundas cavernas das mais antigas anotações plásticas feitas pela humanidade tempos imemoriais  Era a erudição do mestre experimentando e expandindo os  seus limites..

02 A opção pela arte

Nestes traços e expressões, do pensamento de Claudio,  é necessário avisar que a sua escolha pela arte foi contra todos os avisos da família. Pagou caro realizar este seu gosto. Ele levou oito anos para concluir Curso Superior de Artes Plásticas. Esta persistência e certeza da escolha pessoal, no entanto, são índices externos do seu pensamento, da sua mentalidade e daquilo que se passava no seu interior.
O autor, deste texto, perguntou-lhe, ainda ativo como professor do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS, a razão da ausência de fotos de suas obras de estudante de Escultura, nos dois álbuns das obras dos alunos de Escultura do professor Fernando Corona[1]. A resposta encabulou o questionador, que estava colhendo dados sobre a origem do Instituto de Artes da UFRGS[2]. Singelamente o Claudio foi explicando “olha, eu tinha nesta época oito filhos para alimentar, vestir e criar. Não me sobrava nenhum dinheiro para fazer qualquer fotografia da minha obra que, assim, retornava para o tanque de argila para ser amassada .
Esta situação, livremente escolhida,  o fazia trabalhar, dar aulas viajar e conseguir o sustento da família e uns parcos momentos para o desenho e escultura. Porém esta numerosa prole não o impedia de continuar amigo dos índios de sua infância como ele narrou numa certa ocasião. Segundo ele, recebeu um telefonema de um índio, na entrada de uma noite, pedindo que o fosse buscar na Rodoviária de Porto Alegre. A sua surpresa foi total quando se viu rodeado de uma meia tribo de indígenas e que esperavam do amigo dos índios o transporte para um lugar seguro. Claudio passou a noite lotando a seu fusquinha com sucessivas levas de índios. Levou todos para um acampamento num pequeno bosque no sítio da sua família.


[1] ÁLBUNS DE ALUNOS de FERNANDO CORONA e suas OBRAS.
ESCULTURAS dos ALUNOS do CIRSO de ARTES PLÁSTICAS do  INSTITUTO de BELAS ARTES
Álbum no 1 contém fotos e escritos de 1938 até 1956
99 folhas de arquivo: 297 mm X  210 mm  com  332  fotos originais coladas       
Álbum no  2  contém fotos e escritos  de 1957 até 1965
71 folhas de arquivo: 297 mm X  210 mm  com 167 fotos originais coladas              
ARQUIVO GERAL  do Instituto de Artes da.  UFRGS

[2] SIMON, Cirio  - Origens do Instituto de Artes da UFRGS: etapas entre 1908-1962 e contribuições nas constituição de expressões de autonomia dos sistema de artes visuais no Rio Grande do Sul Porto Alegre : Orientação KERN, Maria Lúcia Bastos .PUC - RS, 2003—570 p..- versão 2012. Disponível digitalmente:  http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1

 
Fig. 03 –  A partir das formas plásticas do arquétipo formal do ovo  Claudio Afonso  MARINS COSTA  plasmava, no mundo tridimensional  a sua percepção da cabeça de um indígena. Apesar desta severa ascese estética  ele deixa transparecer  a sua emoção em cada centímetro modelado e distantes de qualquer racionalização formal  . 



Uns dais depois foi visitar a tribo. Encontrou um vizinho falando com um dos índios ali acampados. O vizinho inqueria:

_¿ Vocês são índios de fato, pois conheço e vejo os índios usando cocar e penacho?

O índio não teve dúvidas. Pegou uma galinha que andava pelas proximidades. Arrancou algumas penas e as enfiou entre seus cabelos lisos e pretos. Assim empenachado  se mostrou a vizinho e perguntou categórico:
¿ E AGORA, eu SOU ÍNDIO

Cláudio Afonso MARTINS COSTA  (1932-2008) -Maternidade  Bronze 7.7 x 5 x 7.5 cm b
Fig. 04 –  Afigura materna modelada e fundida por Claudio Afonso  MARINS COSTA remete aos modelos que ele encontrava nas índias sentadas nas esquinas de Porto Alegre.  Se nesta obra existe a limpeza e a clareza as forma dos pequenos objetos da arte indígenas -  oferecidas  aos transeuntes apressados - no entanto o artista as elabora num código erudito na qual a assimetria as fortes diagonais conferem a vida e a originalidade da solução plástica

03 – O PENSAMENTO e a OBRA.

Na sua produção de arte, Claudio era competente para conceber no seu pensamento, extrair de sua mente os arquétipos universais, levá-las, pelo seu DESENHO,  ao mundo dos sentidos e plasmá-los na sua ESCULTURA na terceira dimensão. Para tanto mergulhava a sua linguagem nas contribuições que a espécie humana desenvolveu em todos os tempos. Transitava destas formas universais, presentes na aurora das suas variadas e dispersas  civilizações humanas, para as especificas desenvolvidas ao longo de sua própria existência. Dono desta gramática Cláudio sabia  guardar as mais preciosas descobertas da sua infância e materializá-las em brinquedos e bichos.  Na erudição dominava  as mais variadas técnicas que usava na sua própria obra como para orientar e ensiná-las a um geração. Ensino promovido pelo seu exemplo sem descurar de preciosos conselhos eruditos. Ao seu redor formou-se um halo de escultores que seguiam em todas as direções estéticas, vertentes e obras autorais.
Fig. 05 –  O  DESENHO e a ESCULTURA num diálogo na obra de Cláudio Afonso  MARTINS COSTA. O pensamento precede aquilo que virá ao mundo,  inicialmente numa designação sobre uma superfície. A tridimensionalidade  guarda e materializa deste pensamento.  Se um lado esta oba é coerente com o suporte material da economia do  Rio Grande do Sul de outro lado ela é competente, no mínimo de sua forma, trazer para o presente  conteúdos telúricos. Conteúdos telúricos muito distantes de contrafações e estereótipos estetizados do tradicionalismo de fachada e de desfiles “do já visto” e batido

A escolha de prioridades de vida transparece na sua obra da qual temos rápidos apontamentos feitos nos intervalos e após passar pela prova de fogo do tempo que escorre implacavelmente e sem retorno. A sua ética e modo de ser no mundo torna-se evidente na cadeia ininterrupta de premências inadiáveis. Nos rápidos intervalos desta luta incessante a sua obra encontrou forma sensível em PEQUENOS BRONZES  e  rápidas e sintéticas obas em argila. Este fato abre uma janela avara para o ENTE que se escondia nestes lampejos do seu MODO de ser ESCULTOR.
Fig. 06 –  Os apontamento gráficos de Claudio acusam a ininterrupta busca que ele soube cultivar em toda extensão e profundidade em todos os reinos ..  O reino da fauna brasileira e as suas próprias experiências com os buchos lhe forneciam constantes pretextos parra anotações que estão na busca da tridimensionalidade do escultor. Mas permanece seu pensamento materializados em  fugazes momentos exprimidos entre  aulas e de compromissos de toda ordem que a vida impõe a um artista

04 – As concepções estéticas.

Na amplidão das suas concepções estéticas Cláudio era capaz de se entender e dialogar tanto com o indígena, apenas saído da sua aldeia e ainda com hábitos e costumes ancestrais,  como manter animada interlocução com o mais erudito e experimentado mestre da universidade. Ambos o admiravam, se sentiam bem ao seu lado e aprendiam o tempo todo com o seu saber universal e local.
No entanto não fazia proselitismo ou se exibia sua obra  como  padrão  de alguma fórmula mágica e universal. Não constrangia ou embaraçava qualquer outra vontade que tivesse um projeto competente para vir ao mundo e ali crescer e se sustentar por si mesma. Era a materialização e atualização da maiêutica socrática reinventada no Rio Grande do Sul para o artista aprendiz e para as artes visuais. No seu sorriso e a sua fala ponderada auscultava as potencialidades de quem orientava e praticava. A sua numerosa prole era uma oportunidade para estar muito próximo e acompanhar  a evolução de todas as etapas do nascimento, afirmação da inteligência e da sensibilidade saudável para também, por sua vez,  atingir a sua autonomia.
Fig. 07 –  Raros bichos mereceram de Claudio Afonso  MARTINS COSTA a materialização tridimensional  O tamanduá bandeira mereceu esta honra e tempo.  De um lado a rememoração dos seus jogos e bichos  infantis.  Do outro lado a insistência do adulto nestas formas escultóricas, Com resultado destes dois polos ele consegue originalidade  distante  de muitas contrafações estéticas da época sob o pretexto da arte popular. Neste aspecto ele foge de qualquer alfinete e dos calcinatórios teóricos e carimbadores distraídos que misturam, confundem e colocam a tudo e a todos no mesmo quadro de exposição.  .

05 – A vida do magistério.

As obras e o ensino de Cláudio estão distantes dos estereótipos e receitas que prendem e não sair a cultura ínsita do conforto primitivo. Reinventa, insiste, abstrai sem perder a infinita experiência que uma natureza onipresente desafiando o artista a criar um novo léxico.
Respeitoso com a cultura alheia tanto do seu concorrente, com a local ou internacional. No entanto como ele possuía  o seu projeto bem consciente, não se desviava do seu próprio caminho a percorrer. Evidente que isto era a expressão de sua autonomia estética arduamente conquistada.
Fig. 08 –  A onda de muralismo e muralistas atingiu também a obra Claudio Afonso  MARTINS COSTA. Ele estava preparado para esta linguagem urbana,.  No entanto teve poucas oportunidades, pois esta onda passou rapidamente pelo   Rio Grande do Sul  Permaneceu o seu pensamento em desenhos e esboços  como  este  acima e o da fig.09.

Como estudante, formado pelo legendário Professor Fernando Corona, tomava  muito a sério o lema deste mestre da Escultura Corona que afirmou reiterada vezes que “DEIXEI de SER ESCULTOR para FORMAR ESCULTORES”. Esta renúncia ao ideal de uma carreira artística pessoal encontro eco e continuidade em Cláudio Afonso MARTINS COSTA como docente. Se muitos devem a este professor um caminho seguro na Escultura, poucos avaliam as renuncias e esforços para este agir profissional. Num dos seus simpáticos colóquios com este escriba ele confidenciou o seu esforço em assumir estas funções de ensino-aprendizagem. Como docente do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS foi designado para lecionar Geometria Descritiva. Cláudio havia sido estudante desta disciplina, como toda a geração da década de 1950, do notável professor Ney Chrysóstomo formado pela “ECOLE de PONTS et CHAUSSES” de Paris[1]. Porém o pedido para lecionar esta disciplina  o pegou desprevenido e esquecido dos princípios desta disciplina. Porém aceitou o desafio e mergulhou nos manuais. Passou dias e noites para entender os princípios da Geometria Descritiva. E,  segundo o seu relato,  num dado momento baixou o Divino Espirito Santo e entendi tudo”. Imagine-se a alegria, confiança e a vontade de socializar, entre seus estudantes, o seu esforço, suas descobertas e suas realizações.
Fig. 09 –  Da mesma maneira dos desenhos do bichos,  Claudio Afonso  MARTINS COSTA desenvolveu uma série de estudos de relevos nos quais predomina uma gramática de formas que deixa entrever o que poderia resultar na sua materialização Coerentes  com esta técnica e a mesmo tempo nos exibem toda uma gramática plástica de um mestre.

06-   Cláudio Afonso MARTINS COSTA no cenário das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL.

No cenário das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL Claudio Martins Costa faz parte de uma pequena e qualificada geração de escultores. A sua carreira iniciou no mítico grupo do ATELIER de ESCULTURA do professor FERNANDO CORONA cujo ensino teórico tinha por suporte material  a  sua própria carreira e a sua multi facetária obra[1].
Fig. 10 –  Uma anotação do álbum de Fernando Corona mostra que  Claudio Afonso  MARTINS COSTA conclui a disciplina de ESCULTURA dentro do tempo regulamentar. O restante das disciplinas do Curso Superior de Artes Plásticas só foi concluído cinco anos depois. No contraponto ele soube perseverar e cultivar em toda extensão a figura serena, voltada integralmente sobre o seu projeto de vida, e de estrar como os OUTROS. Assim a sua pessoa  era acessível e acolhedora. Como pai dedicado, como amigos dos Índios, aos seus estudantes e ao lado de colegas não concorriam e nem buscava prêmios ou reconhecimentos inconsequentes.  Coerente cm as condições de arte que encontrou no Rio Grande do Sul não buscava alhures quando o meio lhe forneciam milhares de estímulos para traduzi-los em arte, em orientações e ajudas de alguém mais experiente até pelo lento e seguro evoluir na vida acadêmica


 Evidente que “ALUNO NÃO FAZ ARTE” nas concepções do mestre ADO MALAGOLI. Ele ainda se encontra na heteronímia dos mestres à cujas lições se submete num rigoroso contrato por tempo determinado  Este contrato segue o conselho de Marcel DUCHAMP que recomendava, nesta época, que o “ARTISTA DEVE IR para a UNIVERSIDADE[1]. Vai com o intuito até para aprender, não técnicas nem truques, mas assumir a posição ESPIRITUAL que estava se decompondo e desmanchando até mesmo no interior da RELIGIÃO.
Uma vivência que o autor deste texto teve numa aula do professor Aldo Locatelli. Este propusera que os estudantes representassem as “QUATRO ESTAÇÕES do ANO usando apenas cores e formas sem a menor figuração. O trabalhou de destaque ficou com Claudio Martins Costa. O mestre não parou de elogiar as formas fechadas e dobradas sobre sim mesmas. Plasmadas e cobertas com cores sóbrias, os tons baixos e os matizes do outono. 
  Cláudio teve no experimentado escultor, arquiteto e professor Fernando Corona um referencial seguro[2]. Pode afirmar, deste já lembrado ATELIER de ESCULTURA, que dele partiram  um número elevado de pessoas, que fizeram carreira nesta arte e que disseminaram suas obras mundo afora. Ainda não se realizou esta contabilidade deste pequeno e seleto grupo. Certamente o silencioso e perspicaz Cláudio Martins Costa está entre eles. Ele foi fiel ao conselho de Max WEBER[3] de que a única coisa que uma universidade pode ensinar é a prática do HÁBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL, ESTÉTICA e MORAL até os seus últimos dias. Ao mesmo tempo ia visitar este mestre, já na jubilado do magistério, todos os domingos, após a missa, que Cláudio assistia na Igreja Santa Terezinha de Porto Alegre



[1] DUCHAMP, Marcel, «L’artiste doit-il aller a l‘université?» in Duchamp du signe. Paris:  Flammarion 1991

[3] WEBER, Max. Sobre a universidade. São Paulo: Cortez, 1989.  152 p.
Cláudio Afonso MARTINS COSTA (1932-2008) - cavalos bronze
Fig. 11   O tumulto de uma tropilha de cavalos, num bronze de Claudio Afonso  MARTINS COSTA, no qual rima os rígidos arquétipos plásticos com as dinâmicas formas do grafismo da fig. 02  De outra parte soube trazer, para as artes,  as suas vivências na natureza  e os campos e na lida com estes animais intimamente associados com a Natureza do Rio Grande do Sul. No cenário das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL ele Inova e dinamiza velhos arquétipos de figuras equestres presentes desde as mais profundas cavernas das mais antigas anotações plásticas feitas pela humanidade tempos imemoriais  .


07 - A CONTRIBUIÇÕES de Cláudio Afonso MARTINS COSTA nas ARTES VISUAIS  no RIO GRANDE do SUL

No sua  calma, decidida e  lúcida “Caminhada nas Artes” -  na expressão do seu mestre Fernando Corona[1] -  Cláudio propagou lições de vida, de abnegação e de realizações que motivaram um verdadeira  legião de admiradores.
Deslocando-se silenciosamente para cidades do interior do estado do Rio Grande do Sul  e circulando em estabelecimentos de arte da capital, deixou pegadas indeléveis, tanto na sua própria obra como naqueles que se aproximavam dele e se submetiam voluntariamente `s sua suas severas e austeras lições,
Transpôs para o mundo estético erudito sul-rio-grandense as opções estéticas e de vida da arte indígena. As lições  que ele extraía e sintetizava estavam ao vivo diante dos seus olhos e dos seus sentidos atentos. Evidente que as grandes lições internacionais  de um  Brancusi, de um Henry Moore ou de um Giacometti ou as locais de um Vasco Prado[2] provocavam a atenção e os olhares de Cláudio. No entanto os estímulos - de uma arte com formas despojadas - estavam em cada esquina da capital, toldo indígena a beira de estrada do interior do estado.
Assim concebe as calmas e silenciosas madonas indígenas, carregados de filhos, de cestos e de pequenos lavores para enfeitar as suas singelas vidas (Fig.14). Constituíam provocações plásticas e  eram um motivo mais do que suficiente para compor um mural, criar uma escultura, ou ser um rápido apontamento de um desenho.
O que todos enxergavam, porém não viam,  necessitava  desta centelha nascida do olhar atento de Claudio Martins Costa para orientar e iluminar os caminhos de seus discípulos. Discípulos que não se rendiam ou se transformavam em simples e domesticados prosélitos sem luz própria. Esta condição de heteronímia estética seria contra todos os princípios do mestre e contra a grande tradição da autonomia do qual cada sul-rio-grandense é portador. Não faltavam exemplos e estímulos neste caminho da autonomia  nas artes visuais sul-rio-grandenses como do celebrado GRUPO de BAGÉ[3] entre tantos outros


[1] CORONA, Fernando (1895-1979).. Caminhada nas Artes (1940-1979). Porto Alegre: UFRGS/ IEL/ DAC/ SEC 1977, 241

Fig. 12 –  A ORIGEM do ATELIER LIVRE de PORTO ALEGRE, no ABRIGO dos BONDES de PORTO ALEGRE[1] contou, desde  1960,  com a ativa participação de Claudio Afonso  MARTINS COSTA tanto como estudante como mestre Na foto ele aparece, 30 depois,  como o primeiro do lado direito, de que olha a foto,  como a puxar a turma para adiante e cada vez mais densa. No lado oposto, na esquerda de que olha foto esta Paulo Peres, outro pinheiro integrante d grupo pioneiro dirigido por Danúbio Gonçalves no meio da turma. A flexibilidade, a autonomia e a liberdade, desta instituição, apontam para as potencialidades das artes nas circunstâncias de uma ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Transcende as escolas com rígidos controles lineares e unívocas ainda sob o paradigma taylorista da FÁBRICA e da ERA INDUSTRIAL. Evidente que a sua HISTÓRIA e as suas NARRATIVAS decorrentes necessitam de outros artistas, teóricos, cronistas e historiadores de arte
08 -  A  permanência do PENSAMENTO  de Cláudio Afonso MARTINS COSTA nas ARTES VISUAIS  do RIO GRANDE do SUL.

Após passar por provas de fogo a escolha de prioridades de vida transparece na sua obra. Nesta obra constituem rápidos apontamentos feitos nos intervalos da sua luta pela vida. São DESENHOS materializados em PEQUENOS BRONZES e sintéticas obas em argila. Constituem lampejos que iluminam o seu MODO de ser ESCULTOR e sem TEMPO, sem RECURSOS e ESPAÇOS INSTITUCIONAIS para socializá-los dentro da norma canônicas exigentes do SISTEMA de ARTES da ERA INDUSTRIAL. A prática desta arte, em cadeia ininterrupta de premências inadiáveis,  torna evidente a sua ética e modo de ser no mundo.  O modo de ser, nas suas pegadas rápidas e inconfundíveis, anunciam, de certa forma, um ESCULTOR CONCEITUAL e preparam a arte para a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL  e que orientam as sendas dos escultores que o seguiram.


[1] - ORIGEM do ATELIER LIVRE no ABRIGO do BONDES de PORTO ALEGRE http://profciriosimon.blogspot.com/2012/02/

Fig. 13 –  Oscar BOEIRA (1883-1943)  e Claudio Afonso  MARTINS COSTA possuem muitos traços em comum. O mais notável talvez seja o fato de ambos sacrificarem todo o seu conforto, glória e fama que eles direcionaram para a ARTE. Ambos quietos e ensimesmados encontravam na sua exigente escolha a forma de conviver com o seu lugar, sociedade e tempo.  A herma erguida numa simpática e minúscula praça da III Perimetral de Porto Alegre é um dos poucos monumentos e logradouros da cidade com o nome de algum artista visual.  .

09 - POTENCIALIDADES da OBRA de Cláudio Afonso MARTINS COSTA a serem exploradas nas  ARTES VISUAIS  no RIO GRANDE do SUL na ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL.

A  severa missão da UNIVERSIDADE - de fazer que professores e estudantes se pautassem pelo HÁBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL, ESTÉTICA e MORAL – continua e aumenta o seu potencial na medida em que progride e se evidenciam os sinais da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. A UNIVERSIDADE - livre d RELÓGIO e da SIRENE da FÁBRICA, da LINHA de MONTAGEM em SÉRIES e da LÓGICA TAYLORISTA -  ela se abre para plenitude das potencialidades humanas, para o mundo simbólico e para a criatividade inerente à ARTE.
Nestas novas circunstâncias o cultivo dos bens simbólicos coletivos, ao exemplo das OBRAS de ARTE,  nunca teve  tanta urgência e sentido.
Fig. 14 –  Claudio soube cultivar em toda extensão a figura serena, voltada integralmente sobreo o seu projeto de vida, e de estrar como os OUTROS. Assim era acessível e acolhedora. Como pai dedicado, como amigos dos Índios, aos seus estudantes e ao lado de colegas não concorriam e nem buscava prêmios ou reconhecimentos inconsequentes.  Coerente cm as condições de arte que encontrou no Rio Grande do Sul não buscava alhures quando o meio lhe forneciam milhares de estímulos para traduzi-los em arte, em orientações e ajudas de alguém mais experiente

A pessoa de Cláudio, sua obra e a sua carreira constitui um nó e uma passagem segura e evidente de toda uma época e uma geração de produtores, apreciadores nas artes visuais de Porto Alegre. A história de um único faz emergir uma rede repleta de conexões, de realizações e de obras que constitui todo um capitulo de uma civilização. A maioria deles se auto determinou explorar o máximo as competências estéticas possíveis no interior do limite geográfico do Rio Grande do Sul. Por esta razão pouco proveito possui a sua eventual projeção e cultura foras destas fronteiras geográficas e culturais.
Nesta rede de interações Cláudio teve colegas, como CLÉBIO SÓRIA[1] tanto no Atelier Livre de Porto Alegre como nos murais públicos realizados por uma geração de ARTISTAS PROFESSORES. As carreira produtiva destes  ARTISTAS PROFESSORES teve o seu auge em Porto Alegre entre 1970 e 2000.
 No entanto nenhum deles foi tão próximo como  Cláudio nos vínculos com a cultura indígena. Ali ele foi buscar arquétipos plásticos nos quais projetar estes valores no plano erudito. De uma certa forma, este traço cultural, faz pensar nas cotas indígenas que a atual universidade está abrindo para esta cultura originária do BRASIL e do Rio Grande do Sul.
No entanto o seu legado estético e material não se reduziu, amesquinhou ou se deixou dobrar polo viés político, ideológico ou de marketing Ao contrario esta interação, na qual ambos se respeitavam, ampliou o ensino do hábito da integridade intelectual aqueles que seguiram o seu caminho como discípulos.
Fig. 15 –  O impulso recebido pela obra e pensamento de Claudio Afonso  MARTINS COSTA vem sendo cultivado por uma geração de novos escultores sul-rio-grandenses[1], Estes trazem o mesmo impulso interior pela arte do mestre, Porém sabem que é outro o TEMPO, a TÈCNICA e a SOCIEDADE
.  Valem as lições do mestre contra a devastadora onda de consumismo, de eventos e de “prêmios em cima de,,” ,que não atinge só o Rio Grande do Sul, mas esta rugindo, se impondo e colonizando mentes, vontades e corações de tida uma coletividade ainda na heteronomia servil e colonial. Um quique contra esta onda forma-se com um arquivo seguro e reversível para as fontes, um estudo atento e uma nomeações criteriosas com sucessivas e atualizadas narrativas mantém intactas as lições do mestre e as reproduz por tempo indeterminado na busca de uma civilização ou TERRA SEM MAL da cultura indígena


10 – A memória de Cláudio Afonso MARTINS COSTA.

A memória do escultor Cláudio Afonso MARTINS COSTA   permanece como aquele que foi competente para realizar o caminho inverso do dominador. Cláudio foi aprender com indígena sul-rio-grandense o seu mundo imaterial e material. Impregnado deste universo repensou a cultura  europeia, no Instituto de Artes da UFRGS onde foi respeitado e admirado por uma geração de mestres de uma época anterior a 1964. Passou a ser mestre e a peregrinar por instituições, ao modo do indígena nômade, deixando, em cada escola, lições e estudante laboriosos a se enfrentar a si mesmos. A sua fonte de inspiração e modelo podem serem conferidos, a cada dia,  com as indígenas sentadas nas calçadas de Porto Alegre. Sentadas na via pública acarinham, cuidam e ensinam, aos seus filhos dando-lhes lições imemoriais na sua língua de origem, permanecendo fiel à busca da “TERRA SEM MAL”.


[1] ESCULTORES do RIO GRANDE do SUL SABEM FAZER a SUA HORA
Fig. 16 –  A  sólida obra de Claudio Afonso  MARINS COSTA amplia-se para o “MUNDO do NOMEAR as COISAS”. A língua indígena, os seus termos nomearam gente, bichos, plantas, rios e acidentes do Rio Grande do Sul e do Brasil.  O caudal subterrâneo e silencioso desta cultura, não se limita  a nomear estes acidentes. Constitui um modo de vida, uma forma de ver e sentir o mundo. A língua é a base de qualquer cultura. O espanto da resistência indígena - após cinco séculos de dominação europeia no Brasil e no Rio Grande do Sul – nasce deste universo simbólico e no qual Claudio se envolveu desde a infância e continuou ao longo da vida como demonstram os seus apontamentos.   

A maior lição que Cláudio assimilou, lenta e constantemente com a cultura ameríndia, foi a continuidade do sentimento de segurança e pertencimento que uma geração transmite à próxima. Sentimento de segurança e pertencimento sem sentimentalismo e presentinhos pontuais oportunistas e como descarga do complexo de culpa.
Esta memória de Cláudio Afonso MARTINS COSTA esta limpa e intacta de PRÊMIOS em CIMA[1] com o objetivo de promover o PODER de quem concede a HONRARIA. Na maioria das vezes,  estes PRÊMIOS em CIMA de..., encenam um SOLENE e DEFINITIVO SEGUNDO FUNERAL que mitifica, afasta, corrompe e bloqueia a memória da vítima.
 No caso da memória de Cláudio Afonso MARTINS COSTA cabe à sua família e aos mais próximos e afins  reunir, estudar e eventualmente tornar publico muitos aspectos da vida, do pensamento e  da obra deste artista basilar para arte sul-rio-grandense, Nunca é demais lembrar que a memória do Renascimento Italiano passou pelas memórias familiares dos descendentes e herdeiros dos artistas e que Giorgio VASARI[2] sistematizou  na VIDA e OBRA dos PINTORES, ESCULTORES.
Esta interação entre os mais próximos do artista e o historiador neutro e isento de elogios fáceis é um projeto que ainda não ganhou forma e visibilidade no Rio Grande do Sul .


[2] VASARI, Giorgio (1511-1571) Vidas dos artistas –edição Lorenzo Torrentino 1550 São Paulo: WMT Martins Fontes São Paulo. 2011 824 p
Fig. 17 –  Muito distante de “GAÚCHINHOS de DESFILE” ele ia à essência do seu POVO, TERRA em BUSCA de UM TEMPO que a TODOS ENVOLVE e CONDUZ , A esculturas de  Claudio Afonso  MARTINS COSTA possuem muito de experiências ancestrais revividas  por ele e os  seus  filhos.  As férias de final de ano eram passadas nos lombos de cavalos. Cavalgavam  do Morro da Glória de Porto Alegre  até o litoral.  Seguiam pelas antigas trilhas e caminhos de tropeiros ancestrais.  Passava por Viamão, seguia para  Passinhos contornando a lagoa do Quadros pelo lado do litoral. .Ali em tropilha estes animais  reviviam o campo e espaço livre além de crianças e adultos ter outro modo a modo de viver

11 – A logística do estudo da vida, obra e memória de Cláudio Afonso MARTINS COSTA

A “VIDA é BREVE a ARTE é LONGA” ganha materialidade no documento. Para a logística da memória de Cláudio Afonso MARTINS COSTA nada mais importante doe a  sistematização, o registro e a localização das sua OBRA de ARTE. A OBRA de ARTE é PRIMORDIAL  e livra  de elogias fáceis.
  Nesta logística a migração da OBRA de ARTE do espaço privado para o mercado de arte e deste para o espaço público possui descaminhos e surpresas, furtos e deteriorações.  
Com vivemos uma época de contratos, nada melhor do que o registro escrito e visual de cada obra na direção de um CATALOGUE RAISONÉE das OBRAS de ARTE  de Cláudio Afonso MARTINS COSTA. Mesmo que permaneça ao nível de um projeto que ainda não ganhou forma e visibilidade no Rio Grande do Sul. Não existe nenhum vestígio de alguma obra, deste artista fundamental do Rio Grande do Sul, nem no Acervo do Instituto de Artes da UFRGS, nem no Museu de Arte do Rio Grande do Sul e nem da Prefeitura de Porto Alegre. Repete-se a sina da falta de fotos das suas obras nos álbuns de Fernando Corona. Resta  a potencial interação entre os mais próximos do artista e o historiador neutro e isento que necessita desta logística documental. Ninguém deseja e a ninguém interessa uma MITIFICAÇÃO que desaba no primeiro contratempo, na mudança inevitável de mentalidade ou de outro suporte técnico desta memória. Nesta memória séria e objetiva impõe-se a qualificação de qualquer narrativa garantindo a reversibilidade à fontes documentais.
Esta providência pode nascer uma biografia deste cidadão, artista e professor incontornável nas artes visuais do Rio Grande do Sul.  Aqui apenas se anotaram-se alguns traços e expressões do pensamento que alimentava o magistério, a  arte e o  modo singular de Cláudio Afonso MARTINS COSTA ser neste mundo. Com o objetivo de ressaltar e preservar a sua memória de esperam-se  outros textos, intervenções, correções e ampliações.
Quanto à  obra de Cláudio fica o convite ao leitor de descobrir algumas obras originais deste escultor. Convida-se circular ao redor destas obras e verificar se os apontamentos e imagens, aqui disponíveis, correspondem a este legado estético sul-rio-grandense.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

CORONA, Fernando (1895-1979).. Caminhada nas Artes (1940-1979). Porto Alegre: UFRGS/ IEL/ DAC/ SEC 1977, 241 https://www.estantevirtual.com.br/ladeiralivros/fernando-corona-caminhada-nas-artes-1940-76-248670138

DUCHAMP, Marcel, «L’artiste doit-il aller a l‘université?» in Duchamp du signe. Paris:  Flammarion 1991

VASARI, Giorgio (1511-1571) Vidas dos artistas –edição Lorenzo Torrentino 1550 São Paulo: WMT Martins Fontes São Paulo. 2011 824 p.

WEBER, Max. Sobre a universidade. São Paulo: Cortez, 1989.  152 p.

ÁLBUNS DE ALUNOS de FERNANDO CORONA e suas OBRAS.

ESCULTURAS dos ALUNOS do CIRSO de ARTES PLÀTICAS do  INSTITUTO de BELAS ARTES
Álbum no 1 contém fotos e escritos de 1938 até 1956
99 folhas de arquivo: 297 mm X  210 mm  com  332  fotos originais coladas       

Álbum no  2  contém fotos e escritos  de 1957 até 1965
71 folhas de arquivo: 297 mm X  210 mm  com 167 fotos originais coladas              
ARQUIVO GERAL  do Instituto de Artes da.  UFRGS

FONTES NUMÉRICAS  DIGITAIS

Claudio MARTINS PROFESSOR da ESCOLA SANTA CECÚILIA de CACHOEIRA incentiva ESTUDANTE de ESCULTURA
+

MONUMENTO a OSCAR BOEIRA e OBRA de Cláudio Martins Costa

Escultura
+
+

Exposição de Claudio Martins Costa

ADOÇÂO da PRAÇA OSCAR BOEIRA com obra de CLÁDIO MARTINS COSTA


Obra de CLÁUDIO MARTINS COSTA no mercado de Arte
+

O GRUPO de BAGÉ

FERNANDO CORONA (1895-1979)  como ESCULTOR

FERNANDO CORONA (1895-1979)  PROFESSOR
CLÉBIO SÒRIA 1934=1989)

VASCO PRADO e a sua CIRCUNSTÂNCIA.
ESCULTORES do RIO GRANDE do SUL SABEM FAZER a SUA HORA
PRÊMIO em CIMA de...

SIMON, Cirio  - Origens do Instituto de Artes da UFRGS: etapas entre 1908-1962 e contribuições nas constituição de expressões de autonomia dos sistema de artes visuais no Rio Grande do Sul Porto Alegre : Orientação KERN, Maria Lúcia Bastos .PUC - RS, 2003—570 p..- versão 2012. em DVD

ORIGEM do ATELIER LIVRE no ABRIGO dos BONDES de PORTO ALEGRE

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