sexta-feira, 27 de julho de 2018

0-235 – ESTUDOS de ARTE






CONCEITOS e CIRCUNSTÂNCIAS das ARTES  INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL

SUMÁRIO
01 –  DIFICULDADES para uma VISÃO ABRANGENTE das ARTES no RIO GRANDE do SUL.   02 – A ARTE está em QUEM  PRODUZ.. 03 – O ENTE no SER  04 – O ESPAÇO, o TEMPO e a SOCIEDADE  05  – COLONIALISMO e HEGEMONIA do OUTRO no RIO GRANDE do SUL  06-  RESISTÊNCIAS ao CENTRALISMO PREDATÒRIO no RIO GRANDE do SUL  07 - A SUPERAÇÂO da ALIENAÇÂO da INSTITUIÇÂO de ARTE  08 - –  A QUALIDADE da ORGANIZAÇÂO e o seu DÉCIMO INTEGRANTE. 09 - A A HIERAQUIZAÇÃO de uma  ORGANIZAÇÂO.  10 - – ESTUDO de CASO –  ACONSTITUIÇÃO de 1989 do ESTADO DO RIO GRANDE do SUL e a LEGALIDADE INSTITUCIONAL-11 - CONCLUSÕES  e NOVOS PROJETOS   FONTES BIBLIOGRAFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS
Fig. 01 –  O prédio do  Liceu LUIS AFONSO de PORTO ALEGRE[1] era o lugar de prestígio no qual se reuniram diversas associações mantenedoras  com o objetivo de criar instituições aos moldes da Lei nº 173 de 1.09.1893   Estas mantenedoras  de instituições se reuniram sucessivamente  para cria, ali, a Faculdade de Medicina, d  Escola de Engenharia, a Faculdade de Direito e,  no dia 22 de abril de 1908, constitui-se, ali,  e se empossou a COMISSÂO CENTRAL do INSTIITUTO de BELAS ARTES com o apoio de 63 Comissões Municipais com o mesmo objetivo, A Comissão Central lançou, em 1909 o Conservatório de Música e em 1910 a ESCOLA de ARTES em prédio alugado da Rua Senhor dos Passos, mais adiante adquirido..

01 –  DIFICULDADES para uma VISÃO ABRANGENTE das ARTES no RIO GRANDE do SUL.   

Na presente postagem, aceita-se, para a compreensão do fenômeno da ARTE, como sendo uma das expressões do SER humano a partir do seu ENTE. Para Aristóteles a ARTE (173: 243 – 114ª 10)[2] era:
uma capacidade de produzir que envolve o reto raciocínio. Toda arte visa a geração e se ocupa em inventar e em considerar as maneiras de produzir alguma coisa que tanto pode ser como não ser, e cuja origem está no que produz, e não no que é produzido. A arte não se ocupa nem com as coisas que são ou que se geram por necessidade, nem com as que fazem de acordo com a natureza. A arte é uma questão de produzir e não de agir.
O fenômeno da ARTE, como sendo uma das expressões do SER humano, a partir do seu ENTE, ganha uma dimensão social na medida das interações deste ENTE com meio e, ali,  socializar as suas obras.


Como as obras - que se deseja descobrir estudar e socializar - estão dispersas por todo território do Rio Grande do Sul há necessidade de alargar o olhar para além de Porto Alegre. Este  alargamento do olhar e a diferenciação dos ambientes, fora da capital, faz sentido na  observação do Buccelli (1905 - 2016, p. 257)[1] para quem:

 “há nações cuja organização centraliza-se de tal maneira numa cidade a ponto de fazer dizer que nessa está toda a síntese da vida nacional; quem viu Paris pode dizer haver conhecido toda a França. Basta ver Buenos Aires e Montevidéu para conhecer a Argentina e o Uruguai. Não se pode dizer o mesmo do Estado do Rio Grande do Sul, porque quando tiveres visitado a sua capital, não conhecereis senão uma parte de sua vida econômica e social; e não se pode tampouco dizer que aquela parte seja a mais absorvente e a mais caraterística da coletividade popular.



[1] BUCCELLI, Vittório (1861-1929) - Uma Viagem ao Rio Grande do Sul; .Brasília:  Senado Federal Conselho Editorial, 2016,  580 p.
Neste o processo ganha uma dimensão e uma consistência crítica na medida em que circula em grupos,  instituições e sociedades normatizadas e contratuais que auferem a sua energia do campo especifico que geram ao se redor.





[2] ARISTÓTELES (384-322). Ética a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural - 1973. 329p.

Sentados 1 - Posidônio Mâncio da Cunha (industrial), 2 - Guilherme Moraes, 3 - Pedro Chaves Barcellos (pres) e 4 -Gen. Manoel Theophilo Barreto Vianna .  De pé: 5 - Benito Ilha Elejalde, 6 - Cônego e pároco Manoel Reis da Costa Neves, 7  José D´Almeida Martins Costa e 8-  Paulino Chaves Barcellos.
Fig. 02 –  Os nomes sublinhados  da COMISSÂO da CONSTRUÇÂO da CATEDRAL de PORTO ALEGRE, também eram membros da COMISSÂO CENTRAL do INSTIITUTO de BELAS ARTES  Ambas as comissões obedeciam, aos imperativos da Lei nº 173 de 1.09.1893   pois esta lei era tanto para associações religiosas com artísticas

02 –  A ARTE ESTÁ em QUEM PRODUZ.
Parte-se da hipótese de que o ENTE HUMANO - ao PRODUZIR ARTE - desvela se no seu MODO de SER. Giulio Carlo Argan escreveu (2005 p,252)[1]  que “a obra de arte é o objeto único, que tem  o máximo de qualidade no mínimo da quantidade”. Qualidade que se refere a “QUEM PRODUZ ARTE”.
Qualidade que necessita de um referencial, de um campo de forças especifica da ARTE e de um meio social que o aceite como valor. 
Este ENTE HUMANO, de outra parte, cujo objetivo é atingir este patamar simbólico, possui necessidades básicas, de meios de sobrevivência físicas e morais que necessitam estar minimamente satisfeitas. No entanto estas duas instâncias não estão separadas ou são antagônicas. Antes, ao contrário, as necessidades básicas satisfeitas este ENTE HUMANO se projetam no   mudo simbólico que lhe empresta os mais imprevisíveis sentidos, dimensões e irradiações. Nestas irradiações encontra outros ENTES HUMANOS estes se apropriam e fazem suas estas projeções do OUTRO.
O grupo nasce com interesses, repertórios e recursos comuns expressas nestas irradiações, socializações e ressonâncias. O passo seguinte é a consolidação, os contratos coletivos e as buscas para que este grupo dure por tempo indeterminado.


[1] ARGAN, Giulio Carlo (1909-1992) História d a Arte como História da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 2005, 288 p.
MÁSCARA.- Revista  Porto Alegre,  Ano 7, Nº 7, jun. 1925 – Salão de Outono
Fig. 03 –  Salão de Outono de 1926 nasceu de uma agremiação de artistas visuais de Porto Alegre  dedicados à decoração de um Baile de Carnaval de Porto Alegre O evento reuniu artistas, apoiadores e seus expectadores das. Na ocasião foi lançada um sociedade de arte[1] Esta associação promoveu o e vento do Salão de Outono de 1926 de PORTO ALEGRE.   No entanto esta associação não ganhou forma institucional, hierarquia  e nenhum estatuto ou garantissem a sua institucionalização e a realização do Salão de Outono de PORTO ALEGRE  por tempo indeterminado,

03 –  O ENTE no SER.
As obras de Arte -do ESPAÇO e TEMPO do RIO GRANDE do SUL - instigam a reflexão filosófica gerando a oportunidade de compreender, pela RAZÃO, as características e leis imutáveis que regem a identidade do Estado e da Nação. No contraste entre “produzir alguma coisa que tanto pode ser como não ser”, entende-se aquilo que NÃO é DITO, EVITADO e até é o TABU como o lugar onde se refugia o ENTE HUMANO.
Este ENTE HUMANO é absolutamente solitário e não possui sentido enquanto não se manifestar, explodir e se revelar, ao mundo, no seu MODO de SER. Este é o papel desafiador e temerário do ARTISTA entregue a si mesmo e que na sua explosão solitária ilumina o mundo, na metáfora  descrita por Marcel DUCHAMP[2] ao afirmar  que
“sob a aparência, estou tentado dizer sobre o disfarce, de um dos membros da raça humana, o indivíduo é de fato sozinho e único e no qual as características comuns a todos os indivíduos, tomados no conjunto, não possui nenhuma relação com a explosão solitária de um indivíduo entregue a si mesmo”.
A continuidade desta iluminação pertence às associações que se criam, consolidam e se reproduzem por tempo indeterminado. Em consequência destas explosões solitárias, as centelhas do fogo, roubado aos deuses,  iluminam, aquecem e fazem funcionar as culturas e as civilizações.


[1] MÁSCARA.- Revista  Porto Alegre,  Ano 7, Nº 7, jun. 1925 – Salão de Outono

[2] Texto de uma alocução em inglês pronunciada por Marcel Duchamp, num colóquio organizado em Hofstra em 13 de maio de 1960.
    Consta em SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et présentés par.. Paris Flammarrion, 1991, pp. 236-239

Diário de Francis Pelichek – Arquivo do Instituto de Artes da UFRGS
Documento do ARQUIVO GERAL do INSTITO de ARTES da UFGS
Fig. 04 –  O ritual da “VERNISSAGEM” foi implementado  pelo pintor e artista Francis PELICHEK. Este pintor tcheco radicado no Rio Grande do Sul desde 1922 até a sua morte em 1937,  possuía por objetivo chamar e congregar os seus observadores ao redor  de suas obras de arte e atrair  eventuais compradores  . Permaneceu o nome e evento solene da inauguração de uma coleção de obras de arte, porém sem gesto de “ENVERNIZAR as PINTURAS”. Permaneceram também os grupos e eventuais sociedades coo da clientela de Pedro Weingärtner[1].
04 –  O ESPAÇO, o TEMPO e a SOCIEDADE.
A FORMA e o  CONTEUDO da ARTE  modificam-se   conforme o TEMPO e a SOCIEDADE  na qual ela se EXPPRESSA. FORMA e CONTEUDO que possuem um papel relevante nestas mudanças  dos seus suportes do seu ESPAÇO material. Esta relevância decorre da necessidade de trabalhar e de se expressar e serem percebidos pelos sentidos humanos. Estes sentidos humanos são condicionados poderosamente, modelados, reagem e exigem um  tipo de sociedade possível munida com as características e a natureza de um determinado meio ambiente.


[1] - É possível entrever o círculo de amizades de Pedro Weingärtner  no registro de Doberstein  (1999, fl. 91) “em novembro de 1913, no salão nobre do Correio do Povo formou-se o Centro Artístico, uma associação que tinha por finalidade ‘desenvolver o gosto pelas artes’em nosso meio. Estavam presentes na reunião de formação os senhores Victor Silva, Benjamin Flores, Emílio Kemp, Mansueto Bernardi, Leonardo Truda, Raul Totta, Pedro Weingärtner, Dr. Fábio Barros, Irineu Trajano Lima, Lauro de Oliveira e Dr. Mario Totta”. Esse Centro de Artes promoveu uma exposição de Weingärtner, que vendeu quinze das trinta e três  obras oferecidas, segundo as pesquisas de Doberstein. É de supor que aqueles que adquiriram essas obras pertenciam a esse Centro. Mansueto Bernardi, Leonardo Truda, Fábio de Barros e Mário Totta (Ver biografia de Totta in: RAMIREZ, Hugo «Cem anos de vida acadêmica no Rio Grande do Sul» RS letras, Porto Alegre, nos 9/10, Nov.dez 2001 e jan.fev. 2002, suplemento, 4 p) eram na época, ou serão depois, membros ativos da Comissão Central doILBA-RS
Fig. 05 –   A evidência e a projeção do Salão da Escola de Artes de 15 de novembro de 1929 foiram atropeladas e ofuscadas  pela quebra de Bolsa de Nova York acontecida nas vésperas des evento de Porto Alegre.  Este fenômeno econômico  teve repercussão mundiais.  Os agitados e borbulhantes  acontecimentos políticos, militares e econômicos não deixaram decantar e criar uma tradição. Nos meses posteriores, a este Salão,  Porto Alegre irá iniciar e lidera Revolução de 1930 Esta revolução irá sepultar o ENTE da Velha República, sua estética e modo de SER.

 O meio ambiente e a sociedade formam, informam e determinam repertórios próprios possíveis. As condicionantes da Era Industrial formaram, informaram e determinaram  os meios e os ambientes das sociedades dos séculos XIX e XX.  O Estado monolítico, nacionalista e centralizador,  desenvolveu-se nas condicionantes da Era Industrial. No âmbito destas condicionantes da Era Industrial a sociedade civil teve de renunciar a muitas conquistas, possibilidades e repertórios possíveis. No contraditório na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL muitas conquistas, possibilidades e repertórios da ERA INDUSTRIA  estão sendo reivindicadas e revividos e que antes haviam sido modificados e reprimidos. 
Nesta ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL a sociedade civil está  reivindicando os seu protagonismo. Silenciosa e decididamente ela está retomando o protagonismo[1] que ESTADO NACIONAL da ERA INDUSTRIAL havia obscurecido senão sumariamente suprimido. Esta sociedade civil está se desvencilhando  de uma hipotética ordem e de uma hierarquia concebidas pelo sistema fabril nos moldes da linha de montagem  unívoca e linear.
  No RIO GRANDE do SUL as sociedades civis da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL estão sendo fortes apoios e complementos das instituições do Estado. Evidentes que o REGIME REPUBLICANO agiu acertado ao  conferir às sociedades civis as funções que não lhe cabiam.
  Se o ESTADO TOTALITÁRIO  retomou estas funções, da SOCIEDADE CIVIL, logo percebeu que ele criara oportunidades para que gigantescas concentrações de burocráticas ao longo das diversas formas estatais. Gigantescas concentrações burocráticas que se instalaram e parasitaram o seu hospedeiro e que pouco podia fazer de favorável para a desamparada SOCIEDADE CIVIL que sustenta, de fato e de direito, o Leviatã estatal.
LOGO  de Francisco BELLANCA (1895 – 1974) – aluno e professor da ESCOLA de ARTES do IBA-RS
Fig. 06 –  A  frustrada tentativa de criação da ASSOCIAÇÂO RIOGRANDENSE de BELAS ARTES é anterior ao ESTADO NOVO e à ASOCIAÇÂO FRANCISCO LISBOA  . O ESTADO NOVO tirou de ÂNGELO GUIDO, o cargo de professor do IBA-RS. Em compensação este mesmo Estado Nacionalista Brasileiro aproveitou-se  da agremiação profissionais da  ASSOCIAÇÂO FRANCISCO LISBOA para evidenciar sua  política, sem interferências visíveis na SOCIEDADE CIVIL.

05 –  COLONIALISMO e  a HEGEMONIA do OUTRO no RIO GRANDE do SUL .
Neste ponto é necessário distinguir o “Imigrante” como alguém completamente diferente do que o “COLONO”. O "COLONO"  possui uma espécie de missão proveniente de sua cultura de origem. O seu objetivo é propagar, em terras estranhas, a cultura de sua origem. O “COLONO”.  estabelece células humanas e culturais que se regem pelas leis de sua origem. Já o IMIGRANTE deixa sua origem, abraço e se converte em agente de um outro  projeto. O IMIGRANTE adota outras leis que são aquelas da sua sobrevivência em terras estranhas[1].
As sucessivas ondas  estéticas -  dos europeus que vieram ao Brasil - deixaram traços culturais que estão onipresentes. Entre estes estão os traços de desqualificação assumidas pelos brasileiros como seus e próprios. O resultado é que quando estes onipotentes e oniscientes se retiram os nativos retornam a estágios culturais piores do que a sua origem. 
A desmontagem das Missões Jesuíticas[2] não deixou só terra arrasada, mas uma população absolutamente petrificada, apesar de ter sido alfabetizada. Esta entropia é visível, a cada passo,  jogado nas calçado urbanas do Rio Grande do Sul


[2] LANGER , Protásio Paulo. A Aldeia Nossa Senhora dos Anjos: a resistência do guarani   missioneiro no  processo de dominação do  sistema luso. Porto Alegre : EST, 1997, 128 p.

Fig. 07 –  O atual prédio do Instituto de Educação Flores da Cunha foi concebido e construído, em 1934, para ser o PAVILHÂO da EDUCAÇÂO, da CULTURA e da ARTE do RIO GRANDE do Sul na Exposição do Centenário da Revolução Farroupilha[1]. Este evento interagiram o governo estadual, o empresariado e a sociedade civil. Foi o evento com o MARKETING mais exitoso promovido  pela interação destas três forças do Estado do Rio Grande do Sul. Inclusivo na culinária foi oportunidade de lançamento da INSTITUCIONALIZAÇÂO da CHURRASCARIA GAÚCHA na forma que correu mundo.
   
06 –  RESISTÊNCIAS ao CENTRALISMO PREDATÓRIO no RIO GRANDE do SUL.

O ESPAÇO CLIMÁTICO,  do Rio Grande do Sul, oscila entre o POLO QUENTE  do ar amazônico e o POLO FRIO das gélidas  ondas antárticas.  
No ESPAÇO SOCIAL, POLÍTICO, ECOÔMICO e CULTURAL o indígena sul-rio-grandense foi cercado pelos POLOS ANTAGÕNICOS da ESPANHA e de PORTUGAL em fortes contrastes e rivalidades.
Tanto o CLIMA como as dominações rivais ibéricas se comportam conforme CENTRALISMO da sua  ORIGEM impondo pesados tributos PREDATÓRIOS. 
Uma rápida revisão do POLO das ORGANIZAÇÕES CIVIS das ARTES VISUAIS do Rio Grande do SUL na sucessão  das lutas, nas conquistas e nas perdas, se debatendo   face ao CENTRALISMO do ESTADO é esclarecedor. Assim em:
01-15.03.1903 - Salão do Jornal Gazeta do Comercio[2]
22.04.1908 - Comissão Central e 65 Comissões Municipais do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do SUL dissolvida  em 05.01.1939[3]
1913associação com finalidade desenvolver o gosto pelas artes em nosso meio motivado pela exposição das obras de  Pedro Weingärtner[4]
1925 - Salão de Outono[5]
1936 – Associação Rio-grandense de Belas Artes –ARBA[6]
1938 - Associação Francisco Lisboa de Artistas Plásticos do Rio Grande do Sul -  Chico Lisboa[7]
19.03.1948 – criação do Departamento do  Instituto Arquitetos do Brasil – seccional Rio Grande do Sul[8]
1948 – Associação Araújo Porto Alegre[9]
1954 SOCIBA Sociedade Cultural do Instituto de Belas Artes[10]
1958 – Associação de Ex-alunos do IBA e a Escolinha de Artes[11]
1983 - AAMARGS[12]
Algumas destas organizações continuam ativas. Outras são legíveis e frágeis documentos. No entanto, todas estas organizações são temas instigantes e merecem atenção com o objetivo de  perceber recursos, obstáculos e projetos que continuam latentes.
Temas instigantes especialmente na ÉPOCA PÓS-INDUSTIAL quando o ESTADO e as SOCIEDADE CIVIL necessitam responder a novas  circunstâncias, meios de fazer, codificar e fazer circular  as suas expressões estéticas.
Evidente que estas circunstâncias não estão fixas e definitivas. Mas ao longo prazo pertencem a um PROJETO CIVILIZATÓRIO comum. Projeto no qual o ESTADO encontra uma compensação da VIOLÊNCIA que necessita exercer por delegação dos seus cidadãos avulsos.
 No entanto este cidadão é avulso insignificante diante da MÁQUINA ESTATAL. A resposta a esta insignificância individual  está na sua ORGANIZAÇÃO em ASSOCIAÇÕES CIVIS dignos deste nome. ASSOCIAÇÕES CIVIS e que não se rendem à sedução do PODER, dos RECURSOS e das ORDENS emanadas do LEVIATÃ ESTATAL


[2]  - DAMASCENO, 1971 - pp.453´490

[4] in Doberstein  (1999, fl. 91)

[5] MÁSCARA. Porto Alegre,  Ano 7, Nº 7, jun. 1925 – Salão de Outono

[6] Acervo de Francisco BELLANCA (1895 – 1974) – aluno e professor da ESCOLA de ARTES do IBA-RS


[9] Associação Araújo Porto-alegre Correio do Povo- Caderno de Sábado Vol.XCI ano VII Nº 597 dia 29.12.1979 pp. 08/10  + AUTONOMIA do ARTISTA o seu PERTENCIMENTO


[10] SOCIBA Origens do IBA-RS vol. II  Capitulo IV, fl. 422 https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1

[11] Protocolo da UFRGS de 24 de junho de 1991 -  Processo nº 230.78028061/91.44

Aula de modelo vivo do professor Francis Pelichek- Catálogo folder do IBA-RS 1928
Documento do ARQUIVO GERAL do INSTITO de ARTES da UFGS
Fig. 08 –  Na ESCOLA de ARTE do IBA-RS toda formação dos artista visual convergia para o momento do desenho do  modelo vivo. Nesta convergência oestudante passava pela ANATOMIA, desenho dos modelos de gesso das partes do corpo humano para atingir o corpo inteiro da estátua (VENUS e APOLO) para enfrentar a figura da pessoa viva e completa vestida, ou não.

07 –  A SUPERAÇÃO da ALIENAÇÃO da INSTITUIÇÃO de ARTE
Na reflexão de Neusa CAVEDON[1] ela  se vale do conceito de “TRANSFORMAÇÃO da ALIENAÇÃO” descrito por Jorge Coli.
 "nesta visão ele assevera (1981) que a arte é uma viagem cujo rumo é imprevisível bem como as consequências desse empreendimento. Uma vez posta em execução essa proposta de viagem, o que vale não é a chegada, mas sim a evasão e o prazer obtidos. Evasão e prazer seriam alienantes apenas em um primeiro momento, pois a posteriori essas concepções transformam a sensibilidade do sujeito o que faz com que a relação dele com o mundo se modifique. Então, aquilo que a princípio poderia ser enquadrado como alienação ganha a conotação de transformação".
Com certeza, a SERVIDÃO VOLUNTÁRIA a ALIENAÇÃO da sua VONTADE, de sua INTELIGÊNCIA e dos seus SENTIMENTOS são circunstâncias nefastas, tanto para o artista como para uma instituição de arte. 


[1] NO ATELIÊ DOS CONCEITOS: INSTITUIÇÃO / INSTITUCIONALIZAÇÃO
Olinto de Oliveira - pintura  de Francis Pelichek _Acervo da  Pinacoteca do Instituto de Artes da UFRGS
Fig. 09 –  Olympio Olinto de OLIVEIRA[1]  tinha a capacidade intelectual, moral e profissional para arregimentar ,ao seu redor ,a COMISSÂO CENTRAL do INSTITUTO LIVRE da BELAS ARTES tão bem como as 65 COMISSÔES MUNIICIPAIS. O líder - competente para socializar as suas ideias, mostrar o seu exemplo pessoal e o seu evidente  êxito profissional – tinha as credenciais para apontar para SOCIEDADE CIVIL as potencialidades existentes e os campos de forças ainda não exploradas. No caso do IBA-RS tratava-se. dp campos de forças estéticas e civilizatórias ainda latentes no âmbito do RIO GRANDE do SUL. Olympio Olinto de OLIVEIRA irá emprestar esta mesma energia para a criação da UNIVERSIDADE BRASILEIRA e os SERVIÇOS de ASSISTÊNCIA MATERNA e INFANTIL no âmbito do MEC.

A autonomia dos SENTIMENTOS, da INTELIGÊNCIA e da VONTADE está presente e militante no Rio Grande do Sul e expresso no pensamento de Olímpio Olinto de Oliveira (1866-1956)[2] Ele afirmou, num  artigo publicado[3] em 05.11.1898, que:
 não posso admitir de modo algum é a alienação do meu próprio  juízo, levado ao ponto de acreditar  sempre  nas afirmações dos gênios, mesmo quando eles parecem incompreensíveis, absurdos ou contraditórios  releve-me discordar do gênio de Aristóteles quando este profundo moralista justifica a escravidão pela degradação nativa de um parte da humanidade
Evidente que esta expressão - da autonomia de Olinto OLIVEIRA – é proveniente do mais íntimo, profundido e pessoal do seu ENTE. O grande desafio é aproximar este ENTE autônomo de uma organização e de uma instituição na qual terá de interagir com tantos outros ENTES também AUTÔNOMOS. Esta façanha, aparentemente impossível,  só se concretiza em  ORGANIZAÇÕES da QUALIDADE que, mesmo,  poderão concordar do filosofo  Aristóteles


[1] GONÇALVES VIANNA (Raymundo).Olinto de Oliveira. Porto Alegre: Globo,1945. 161p

[2] O PENSAMENTO de  OLYMPIO OLINTO de OLIVEIRA nas ARTES do RIO GRANDE do SUL.http://profciriosimon.blogspot.com.br/2017/06/0-207-estudos-de-arte.html

[3] Olinto de Oliveira, Correio do Povo, 05.11.1898 (micro-filme Museu Hipólito da Costa)
CONGREGAÇÂO do IBA-RS . Porto Alegre:  Diário de Noticias em 08.01. 1939
Fig. 10 –  A pose da Congregação do Instituto de Belas Artes -  para o fotógrafo do jornal,  no dia posterior à sua exclusão da Universidade de Porto no dia 05 de janeiro de 1939 - é  solidária e desafiadora.. Colocava em prática no mundo real as ideias e oo discurso desafiador que Tasso Corrêa havia pronunciado no dia 10 de outubro de 1933[1] onde exigia que a instituição fosse dirigida por artistas e não por administradores  admiradores das artes, nas horas vagas, por lazer, por marketing pessoal, projeção politica e social.

08 –  A QUALIDADE da ORGANIZAÇÂO e o seu DÉCIMO INTEGRANTE
Neusa CAVEDON[2] conduz as suas reflexões com o apoio em autoridades. CAVEDON destaca o  conceito de ORGANIZAÇÕES da QUALIDADE confirme LAPASSADE, (1983), Deste autor ela destacou 
"Lapassade  alerta para a importância da qualidade em detrimento da quantidade. Numa configuração seriada, o décimo integrante representa uma ordenação, já no grupo o décimo integrante é todo mundo daquele coletivo e também é ninguém pois cada pessoa é relevante para a constituição dos dez participantes daquele conjunto, “cada um, no grupo, é agente totalizador, que a totalização se encontra, ao mesmo tempo, em todo lugar e em nenhum lugar” (LAPASSADE, 1983, p. 230). Essa busca pela totalização é processo, nunca acaba, descuidar-se das relações pode significar a volta da dispersão, portanto, a luta do grupo entre a força da unidade e a da dispersão é perpétua".
A unidade, a coerência interna e eficácia - neste GRUPO que busca preservar a QUALIDADE - serão possíveis enquanto tiver OBJETIVOS para  ATINGIR. No caso da Congregação do IBA-RS, no dia 06 de janeiro de 1939, o objetivo era atingir o NIVEL UNIVERSITÁRIO nas ARTES INTITUCIONALIZADAS. Para tanto deveriam manter em funcionamento um projeto de uma sociedade que se autodissolvera no dia anterior.
O campo das ARTES que mais aproveitou esta ocasião foram as ARTES PLÁSTICAS por meio de mestres de reconhecido currículo e disposição de correr o risco desta aposta. Arquitetura, Urbanismo, Escultura, Pintura e Desenho somaram-se com a TEORIA e HISTÒRIA da ARTE e logo foi necessário ampliar o espaço físico para atender esta demanda.


[1] A UNIVERSIDADE BRASILEIRA e a ARTE no PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA

[2] NO ATELIÊ DOS CONCEITOS: INSTITUIÇÃO / INSTITUCIONALIZAÇÃO
Fig. 11 –  O gesto de Ado Malagoli - de entregar protocolarmente o convite e o folder do Museu de Arte do Rio Grande do Sul ao Governador Ildo MENEGHETTI - pode ser inscrito nu contexto de um PROJETO CIVILIZATÒRIO COMPEMPENSADOR da VIOLÊNCIA que o Estado se vê constrangido a usar contra os transgressores das Leis.. Este pensamento - defendido por Afonso Calos Marques Santos[1] - encontra nesta visita e  gesto de Ado Malagoli, a sua correspondente no Rio Grande do Sul  
Esta aposta nas ARTES VUSUAIS eruditas, expandiu-se na cidade, no Estado e no Brasil. Os sucessivos Salões ganharam apoios institucionais, a partir de 1952, com a contratação do artista e professor Ado Malagoli. Este trouxe o projeto e a semente do Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Neusa CAVEDON ensina:
O grupo mantém-se unido enquanto tiver objetivos a atingir. Sendo assim, a unidade do grupo é prática e não de cunho ontológico. No grupo cada um é ele e o outro. Nesse momento não há um chefe, todos podem deliberar em nome do grupo.Na fase do juramento, a luta contra a dispersão será implementada mediante o poder de cada integrante do coletivo sobre todos e de todos os integrantes sobre cada um, a liberdade do próprio sujeito será controlada, bem como a liberdade do outro. Os sujeitos aceitam a regra do jogo e assumem o compromisso de não sabotar a experiência coletiva. 
Os próprios integrantes da Congregação do Instituto de Artes foram vitimas deste personalismo. Ao recapitular a “fase do juramento” cada membro, desta organização, se conduzia pelo projeto de elevar, manter e expandir as ARTES INTITUCIONALIZADAS ao NIVEL UNIVERSITÀRIOS. Assim qualquer desvio, personalização ou ruptura com este juramento tinha consequências. O próprio Tasso Corrêa foi vitima e se ato excluiu desta organização juramentada.


[1] MARQUES dos SANTOS, Afonso Carlos «A Academia Imperial de Belas Artes e o projeto   Civilizatório do Império»  in  180 anos de Escola de Belas Artes Anais do Seminário EBA 180. Rio de Janeiro : UFRJ, 1997, pp. 127/146.




Documento do ARQUIVO GERAL do INSTITO de ARTES da UFGS


Fig. 12 –  Uma turma de estudantes de Ado Malagoli no ano de 1962. A década de 1960  e de 1970 se caracterizou pelo abandono de hierarquias rígidas que cederam lugar par o informal e criativo prenunciando o fim de ERA INDUSTRIAL e a vinda das condições e circunstâncias da ÉPCA PÓS-INDUSTRIAL.. A ênfase no ENTE humano e as suas potencialidades necessitavam de mobilidade, de circulação de ideias fora das normativas acadêmicas. Assim a ARTE passa a ter uma maior ênfase no lazer pessoal, projeções politicas e sociais novas a serem experimentadas em grupos, associações coerentes com esta nova sociedade, lugar e tempo sem abrir mão da busca constante de uma qualidade diferente.
 .
Na recapitulação dos OBJETIVOS a  ATINGIR o GRUPO no rumo da  QUALIDADE polarizado e imantado pelos  em nova etapa irá atingir o patamar de uma ORGANIZAÇÃO.   A  preocupação, nesta etapa  é, para   a sua própria REPRODUÇÂO e EXISTÊNCIA  para além das personalidades individuais coerência interna e eficácia. Nesta etapa será possível enquanto tiver ocorre nesta construção vale a concepção de Neusa CAVEDON para quem: 
"ao se estruturar e se burocratizar o grupo constitui-se em uma organização. O grupo busca se trabalhar para garantir a sua existência. Na estrutura definida, as pessoas receberam funções, a cada integrante será atribuída uma tarefa a ser cumprida. O risco que se apresenta nessa instância é a de que os objetivos que motivaram a construção da organização sejam relegados e a organização se torne um fim em si mesma, isto é, ela figura como sendo o objetivo".
Esta etapa foi uma das primeiras preocupações dos membros fundadores do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL. Assim registraram, no dia 01 de maio de 1908, num registro na folha 3, verso, no seu primeiro livro de atas (Fig.18), buscaram uma forma consensual para expressar publicamente e  imprimir o conceito de “POR TEMPO INDETERMINADO” que: 

“nada impede que o Instituto se constitua já. Figurando como associados os membros de que se compõe a comissão que aqui se acha reunida. Pensa igualmente, que não chaveta necessidade de eleger-se na a Diretoria, podendo a que atualmente se acha em exercício e que merece toda a mossa confiança. Como o demonstramos, elegendo-a, encarregar-se de dirigir os destinos do Instituto na sua primeira fase, administrando todos os seus negócios e representando-o cativa e passivamente, pelo período que for determinado pelos Estatutos. Mas, a nossa associação é constituída para durar por tempo indeterminado, por consequência devemos pensar, desde já, no meio de substituir ou renovar os seus atuais membros”   
Por este texto é possível verificar que agiam sem melindres, personalismos ou facções. Com esta UNIDADE ASSEGURADA  o seu PROJETO se encaminhavam para uma  HIERAQUIZAÇÂO de sua  ORGANIZAÇÂO.   Mantinha os OBJETIVOS a ATINGIR visando a QUALIDADE da coerência interna e eficácia do  GRUPO que iniciara o projeto
Fig. 13 –  A organização espacial e a distribuição simétrica do mobiliário e decoração ao redor de eixo central, revela e impõe uma hierarquia independente da pessoa que venha exercer as funções da chefia.. A imagem é do gabinete de do Presidente do Estado na sala nobre da Biblioteca Pública enquanto se aguardava a conclusão do atual Palácio do Piratini. O Cargo presidencial também se reproduz nas outras instâncias subordinadas. Assim o REGIME REPUBLICANO se caracteriza pela HIERARQUIA PRESIDENCIALISTA que se reproduz, qual fractal,  nos TRÊS PODERES FEDERAIS, nos estados regionais e nos municípios..

09 –  A HIERAQUIZAÇÃO de uma  ORGANIZAÇÃO.
A unidade, a coerência interna e eficácia nesta ORGANIZAÇÂO - que busca preservar a  QUALIDADE -serão possíveis, segundo CAVEDON  enquanto tiver OBJETIVOS para  ATINGIR nesta construção: 
"quando a organização se transforma em uma hierarquia, as funções passam a ser obrigações previamente definidas, as pressões, via terror, se fazem presentes, há um poder centrado na autoridade de comando em detrimento do consenso do grupo, emerge então a instituição. O poder instituído vai se dar pela força do terror. As instituições tendem a manter a ordem dominante através de ameaças.Importante salientar novamente que Lapassade não entende esses diferentes fenômenos sociais como cristalizados, sempre haverá uma tensão inerente aos movimentos de unidade e de dispersão tanto nos grupos, como nas organizações e também nas instituições".
  Este novo patamar das organizações sociais - em vias de se  consolidarem e pretenderem serem ativas e atuantes por TEMPO INDETERMINADO - exigem  mudanças que por sua vez  supõem um capital simbólico competente para fazer frente às novas circunstâncias como aquelas das circunstâncias da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL.
SALÂO NOBRE da PREFEITURA de PORTO ALEGRE c. 1900
Fig. 14 –  O SALÂO NOBRE da PREFEITURA ( INTENDÊNCIA) de PORTO ALEGRE apresenta idêntica  organização espacial e a distribuição simétrica do mobiliário e decoração ao redor de eixo central, da BIBLIOTECA PÚBLICA.. Esta hierarquia e ordem refletem e traduzem a mesma  imagem  do gabinete de do Presidente do Estado na sala nobre da Biblioteca Pública enquanto se aguardava a conclusão do atual Palácio do Piratini. O Cargo presidencial também se reproduz nas outras instâncias subordinadas. Assim o REGIME REPUBLICANO se caracteriza pela HIERARQUIA PRESIDENCIALISTA que se reproduz nos TRÊS PODERES FEDERAIS, nos estados regionais e nos municípios.
Certamente as instituições tradicionais - que migraram das circunstâncias da ERA INDUSTRIAL para as novas condicionantes da ÉPOCA-PÒS-INDUSTRIAL - possuem suficiente flexibilidade e experiência para reordenar os seus projetos e objetivos num NIVEL COERENTE  e enfrentar esta etapa de mudanças



Fig. 15 –  Uma Constituição para os Estados do Brasil significa identidade, projeto comum e um contrato coletivo.. A criação e  sua promulgação, no dia 03 de outubro de  1989 da CONSTITUIÇAÃO DE ESTADO do RIO GRANDE do SUL  significava a superação do Golpe Militar de 1964 e uma homenagem ao dia do início da Revolução de 1930 que superou a ANTIGA REPUBLICA BRASIELRA ainda  eivada de hábitos, de mentalidade e prerrogativas imaginadas como continuidade do Regime Imperial..

10 –  ESTUDO de CASO: a CONSTITUIÇÃO de 1989 do ESTADO DO RIO GRANDE do SUL e a LEGALIDADE INSTITUCIONAL.

Os CONCEITOS e as CIRCUNSTÂNCIAS das ARTES  INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL são passíveis de serem pesquisados nos meandros da  CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL do ano de 1989.
Este texto legal - do ESTADO do RIO GRANDE do SUL, elevado a topo da hierarquia das demais  leis - não evidencia para as INTITUIÇÔES de PESQUISA ESTÉTICA qual o lugar, o papel e o suporte.  
A ênfase cabe- no texto, do ano de 1989,  da  CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE do SUL - aos produtos sociais, culturais e principalmente econômicos da CULTURA. A ARTE, nem ao menos é mencionada a não ser em algum recanto secundário na forma de confusão involuntária  entre ARTE e CULTURA ou como quase lapso do legislador. Ado MALAGOLI sentenciava que diante do ESTADO,  a “ARTE é a PRIMA POBRE da CULTURA
Recomenda-se a leitura completa deste texto legal disponível em: .
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Texto constitucional de 3 de outubro de 1989 com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais de n.º 1, de 1991, a 73, de 2017.

Para efeito dos objetivos, da presente  postagem, focados nos CONCEITOS e CIRCUNSTÂNCIAS das ARTES  INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL selecionou0se e se publica alguns artigos e tópicos.




Fig. 16 –  A formação do patrimônio para a criação do INSTITUTO LIVRE do RIO GRANDE do SUL foi liderado pelo governo Carlos Barbosa e se personalizou numa COMISSÂO CENTRAL e as 63COMISSÕES MUNICIPAIS nas quais cada membro recebeu a incumbências de contribuir com CINQUENTA MIL REIS.. Era a contrapartida da SOCIEDADE CIVIL às sucessivas subvenções que o próprio Estado solicitava anualmente para a ASSEMBLEIA dos REPRESENTANTES mediante a apresentação de detalhados relatório do próprio IBA-RS[1] incorporados aqueles  do GOVERNO do ESTADO 

Na Constituição do Rio Grande do Sul a Educação Escolar encabeça Cultura, Desporte, Ciência e Tecnologia, Comunicação Social e Turismo.
Estas funções e  competências estatais motivaram a criação e a manutenção de uma única secretaria estadual. Evidente sinal de CENTRALISMO além de satisfazer a possibilidade de arrecadação de tributos que tornem este setor produtivo e com retornos econômicos e empresariais. Não há nada nesta Constituição que possa impedir ou embaraçar a Educação Escolar em negócio lucrativo e rendoso.

CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA, DO DESPORTO, DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, DA COMUNICAÇÃO SOCIAL E DO TURISMO.

Art. 196.  A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, baseada na justiça social, na democracia e no respeito aos direitos humanos, ao meio ambiente e aos valores culturais, visa ao desenvolvimento do educando como pessoa e à sua qualificação para o trabalho e o exercício da cidadania.
´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´
Existe uma longínqua possibilidade de associações civis e organizações que de fato aliviam o erário público de muitas despesas e intervenções funcionais.
Art. 212.  É assegurado aos pais, professores, alunos e funcionários organizarem-se, em todos os estabelecimentos de ensino, através de associações, grêmios ou outras formas.
Parágrafo único.  Será responsabilizada a autoridade educacional que embaraçar ou impedir a organização ou o funcionamento das entidades referidas neste artigo.
Art. 213.  As escolas públicas estaduais contarão com conselhos escolares, constituídos pela direção da escola e representantes dos segmentos da comunidade escolar, na forma da lei.
 No entanto as funções e  competências estatais se reservam o exercício do poder político nas escolas vedando eleições de direções de estabelecimentos de ensino
§ 1.º  Os diretores das escolas públicas estaduais serão escolhidos, mediante eleição direta e uninominal, pela comunidade escolar, na forma da lei. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 578/STF, DJ de 18/05/01)


[1] OLIVEIRA, Olinto de.  Relatórios de 1909 a 1912 do Instituto de Bellas Artes  do Rio Grande SuL apresentados pelo Presidente Dr. Olinto de   Oliveira. Porto Alegre: Globo, 1912. 41 p. + estatísticas





Documento do ARQUIVO GERAL do INSTITO de ARTES da UFGS

Fig. 17 –  Mesmo no auge intervenção politica do Estado Provedor  o apelo para a contribuição e interação da SOCIEDADE CIVIL deixou de se manifestar e ter um corpo legível. O carnê dos  DOIS MIL LEGIONÀRIOS da CONSTRUÇÂO do PREDIO do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE dos SUL  teve subscritores em rodo o Brasil.  O mote foi sugerido do movimento civil que apoio os ALIADOS contra o EIXO em plena SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. O movimento dos  DOIS MIL LEGIONÀRIOS teve êxito e até o presente é perceptível e palpável no PRÈDIO do IA-UFRGS

A ampla e indeterminada conceituação de CULTURA permite as mais variadas interpretações e práticas de toda natureza. Assim empresários, a indústria cultural e áudio visual dominam este cenário e estabelecendo formas de retornos econômicos e monetários. Pelo artigo 220 não lhes faltará apoio estatal e nem lucro.
Como a Educação Escolar encabeça Cultura, Desporte, Ciência e Tecnologia, Comunicação Social e Turismo, estas funções e  competências estatais motivaram a criação e a manutenção de uma única secretaria estadual. Evidente sinal de CENTRALISMO além de satisfazer a possibilidade de arrecadação de tributos que tornem este setor produtivo e com retornos econômicos e empresariais. Não há nada nesta Constituição que possa impedir ou embaraçar a Educação Escolar em negócio lucrativo e rendoso.
Art. 220.  O Estado estimulará a cultura em suas múltiplas manifestações, garantindo o pleno e efetivo exercício dos respectivos direitos bem como o acesso a suas fontes em nível nacional e regional, apoiando e incentivando a produção, a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Parágrafo único.  É dever do Estado proteger e estimular as manifestações culturais dos diferentes grupos étnicos formadores da sociedade rio-grandense.

´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´
Art. 226.  As entidades da administração indireta do Estado sujeitas a tributos federais, quando a lei facultar a destinação de parte destes, a título de incentivo fiscal, às atividades culturais, deverão aplicá-los nas instituições e entidades dos diversos segmentos de produção cultural vinculadas ao órgão responsável pela cultura, sob pena de responsabilidade, sem prejuízo da dotação orçamentária à cultura.
Art. 227.  O Estado promoverá, apoiando diretamente ou através das instituições oficiais de desenvolvimento econômico, a consolidação da produção cinematográfica, teatral, fonográfica, literária, musical, de dança e de artes plásticas, bem como outras formas de manifestação cultural, criando condições que viabilizem a continuidade destas no Estado, na forma da lei.
Art. 228.  O Estado colaborará com as ações culturais dos Municípios, devendo aplicar recursos para atender e incentivar a produção local e para proporcionar o acesso da população à cultura de forma ativa e criativa, e não apenas como espectadora e consumidora.
Art. 229.  O Estado preservará a produção cultural gaúcha em livro, imagem e som, através do depósito legal de tais produções em suas instituições culturais, na forma da lei, resguardados os direitos autorais, conexos e de imagem.
Art. 230.  O Estado e os Municípios propiciarão o acesso às obras de arte, com a exposição destas em locais públicos, e incentivarão a instalação e manutenção de bibliotecas nas sedes e Distritos, dedicando ainda atenção especial à aquisição de bens culturais, para garantir-lhes a permanência no território estadual.
Confirma-se  que este texto da Constituição de 1989 não evidencia qual o lugar, o papel e o suporte das INSTITUIÇÔES DE PESQUISA ESTÈTICA A ênfase cabem aos produtos sociais, culturais e principalmente econômicos da CULTURA. A ARTE, nem ao menos é mencionada a ser algum recanto secundário como quase um lapso do legislador.
Os termos PROTEGER e ESTIMULAR MANIFESTAÇÔES CULTURAIS coloca o ESTADO como um OBSERVADOR EXTERNO ou eventualmente um GURDIÂO PATRIMONIAL.
Documentos do ARQUIVO GERAL do INSTITO de ARTES da UFGS
Fig. 17 –  Na imagem os três livros da COMISSÂO CEBTRAL do INSTUTO de ARTES da UFRGS abrangendo o período de 1908 até 1939. A logística da pesquisa em documentos de época teve um exagero em certas épocas e culturas. Em outras predomina a narrativa apenas orientado por doutrinas ideologias, concepções abstratas e herméticas ao publico mais amplo. Isto se não sã autobiografias de conceitos pessoais e pontuais. A  evidente MITIFICAÇÂO da TESE não ENCONTRA o justo equilíbrio numa ATÌTESE  A ausência desta dialética ou NATURALIZA as INSTITUIÇÔES ou do outro LADO as JOGA num UNIVERSO MÌTICO e insustentável


As eventuais INSTITUIÇÕES DE PESQUISA ESTÉTICA são tratadas como parasitas e não como as orquídeas hospedadas na árvore contanto que NÃO parasitem ou suguem qualquer recurso do erário público. A pesquisa estética  não é parasita do Estado e nem se alimenta de sua seivas Estas epífitas[1]  aproveitam-se da altura, da sombra e do microclima propiciado pela hospedeira.
Esta autonomia das organizações estéticas, de pesquisa e de reprodução as mantém o mais distante possível dos governos seguindo  Platão no  seu aviso (1985, p.84)[2] de que:
cada governo estabelece as leis para a sua própria vantagem: a democracia leis democráticas, a tirania leis tirânicas e os outros procedem do mesmo modo; estabelecidas estas leis, declaram justa, para os governados, esta vantagem própria e punem quem transgrida como violador da lei e culpado de injustiça
A dimensão social, econômica, técnica e política,  do fenômeno da ARTE, passa pelo filtro expressões do SER humano.  A partir do seu ENTE as obras de ARTE - deste SER humano - estabelecem a ARTE com suas leis e suas vantagens. Esta tensão gera um campo de forças suficientemente esclarecido para avaliar, estimular ou se opor a qualquer governo externo a este campo da ARTE.  Por esta razão  os mais variados governos censuram, se imiscuem ou valorizam  o campo de forças da ARTE
 O processo ganha uma  sólida consistência - e dimensões contratuais e hierárquicas -  na medida em que grupos, instituições e sociedades valorizam e normatizam  crítica este campo de forças da ARTE.  O indivíduo artista aufere a sua energia do campo de forças do CAMPO da ARTE especifico que gera, circula e se reproduz a partir do seu núcleo cada vez mais denso e autônomo.
 No início do terceiro milênio, o Rio Grande do Sul assiste, participa e contribui para o adensamento do se próprio núcleo de forças do CAMPO da ARTE. Este fenômeno ganha visibilidade e materialidade  avaliável em  grupos, em instituições e em sociedades normatizadas e hierarquizadas.


FONTES BIBLIOGRÁFICAS.



BUCCELLI, Vittório (1861-1929) - Uma Viagem ao Rio Grande do Sul; .Brasília:  Senado Federal Conselho Editorial, 2016,  580 p.
COLI. Jorge. O que é arte. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Círculo do Livro, 1981. v. 7, p. 11-90.

DAMASCENO. Athos (1902-1975) Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre : Globo, 1971, 520 p

DOBERSTEIN, Arnoldo Walter Rio Grande do Sul (1920-1940): estatuária, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre : PUC-Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1999, Tese 377 f.

GONÇALVES VIANNA (Raymundo).Olinto de Oliveira. Porto Alegre: Globo,1945. 161p

LANGER , Protásio Paulo. A Aldeia Nossa Senhora dos Anjos: a resistência do guarani
       missioneiro no  processo de dominação do  sistema luso. Porto Alegre : EST, 1997, 128 p.

LAPASSADE, Georges. Grupos, Organizações e Instituições. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983.

MARQUES dos SANTOS, Afonso Carlos «A Academia Imperial de Belas Artes e o projeto   Civilizatório do Império»  in  180 anos de Escola de Belas Artes Anais do Seminário EBA 180. Rio de Janeiro : UFRJ, 1997, pp. 127/146.

 MÁSCARA.- Revista  Porto Alegre,  Ano 7, Nº 7, jun. 1925 – Salão de Outono

OLIVEIRA, Olinto de.  Relatórios de 1909 a 1912 do Instituto de Bellas Artes  do Rio Grande SuL apresentados pelo Presidente Dr. Olinto de   Oliveira. Porto Alegre: Globo, 1912. 41 p. + estatísticas

PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J. Guinsburg  1º volume . São Paulo : Difusão Européia do Livro, - 1985 - 238 p.

SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et présentés par.. Paris Flammarrion, 1991, pp. 236-239
Texto de uma alocução em inglês pronunciada por Marcel Duchamp, num colóquio organizado em Hofstra em 13 de maio de 1960

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
NO ATELIÊ DOS CONCEITOS: INSTITUIÇÃO / INSTITUCIONALIZAÇÃO
Neusa Rolita Cavedon
.

PENSAMENTO de  OLYMPIO OLINTO de OLIVEIRA  nas ARTES do RIO GRANDE do SUL.
EPIFITA
Origens do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul - vol. I -Capitulo 1 https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1

Prédio do Liceu LUIS AFONSO de PORTO ALEGRE
FERNANDO CORONA (1895-1979)  – ARQUITETO

A UNIVERSIDADE BRASILEIRA e a ARTE no PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA

FICHA LIMPA do BRASIL e suas REPERCUSSÕES no CHILE em 22.07.2018

 O QUE é CULTURA?


CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” de sua CONSTITUIÇÂO
_
_
A FORMAÇÃO do BRASIL e os IMIGRANTES

HABITOS CULTURAIS do PORTO-ALEGRENSE

ESTUDOS de CASOS
1 – ORIENTAÇÕES GERAIS para o ESTUDO da ARTE
2 – O RIO GRANDE do SUL como REALIDADE LATINO-AMERICANA

3 - O RIO GRANDE de PÉ pelo BRASIL

4 - A CONSTITUIÇÃO do RIO GRANDE do SUL e as ARTES

5 - MUSEU de ARTE SACRA RIO GRANDE

6 – HISTÓRIA do MUSEU JÚLIO da CASTILHOS



[2] PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J. Guinsburg  1º volume . São Paulo : Difusão Européia do Livro, - 1985 - 238 p.

Este material possui uso restrito ao apoio do processo continuado de ensino-aprendizagem
Não há pretensão de lucro ou de apoio financeiro nem ao autor e nem aos seus eventuais usuários
Este material é editado e divulgado em língua nacional brasileira e respeita a formação histórica deste idioma.


ASSISTÊNCIA TÉCNICA e DIGITAL de  CÌRIO JOSÉ SIMON

Referências para Círio SIMON
E-MAIL
SITE desde 2008
DISSERTAÇÃO: A Prática Democrática
TESE: Origens do Instituto de Artes da UFRGS
FACE- BOOK
BLOG de ARTE
BLOG de FAMÌLIA
BLOG “ NÃO FOI no GRITO “ - CORREIO BRAZILENSE 1808-1822
BLOG PODER ORIGINÁRIO 01
BLOG PODER ORIGINÁRIO 02 ARQUIVO
VÌDEO
                     CURRICULO   LATTES