CONCEITOS e CIRCUNSTÂNCIAS das ARTES INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL
SUMÁRIO
01 – DIFICULDADES para uma VISÃO ABRANGENTE das ARTES no RIO GRANDE do SUL. 02 – A
ARTE está em QUEM PRODUZ.. 03 – O ENTE no SER 04 – O ESPAÇO, o TEMPO e a SOCIEDADE 05 – COLONIALISMO
e HEGEMONIA do OUTRO no RIO GRANDE do SUL
06- RESISTÊNCIAS ao CENTRALISMO PREDATÒRIO no RIO
GRANDE do SUL 07 - A SUPERAÇÂO da
ALIENAÇÂO da INSTITUIÇÂO de ARTE 08 - – A QUALIDADE da ORGANIZAÇÂO e o seu DÉCIMO
INTEGRANTE. 09 - A A HIERAQUIZAÇÃO de uma
ORGANIZAÇÂO. 10 - – ESTUDO de CASO –
ACONSTITUIÇÃO de 1989 do ESTADO DO RIO GRANDE do SUL e a LEGALIDADE
INSTITUCIONAL-11 - CONCLUSÕES e NOVOS PROJETOS FONTES
BIBLIOGRAFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS
Fig. 01 – O prédio
do Liceu LUIS AFONSO de PORTO ALEGRE[1]
era o lugar de prestígio no qual se reuniram diversas associações
mantenedoras com o objetivo de criar instituições aos
moldes da Lei nº 173 de 1.09.1893 Estas mantenedoras de instituições se reuniram sucessivamente para cria, ali, a Faculdade de
Medicina, d Escola de Engenharia, a
Faculdade de Direito e, no dia 22 de
abril de 1908, constitui-se, ali, e se
empossou a COMISSÂO CENTRAL do INSTIITUTO de BELAS ARTES com o apoio de 63
Comissões Municipais com o mesmo objetivo, A Comissão Central lançou, em 1909 o
Conservatório de Música e em 1910 a ESCOLA de ARTES em prédio alugado da Rua
Senhor dos Passos, mais adiante adquirido..
01 – DIFICULDADES
para uma VISÃO ABRANGENTE das ARTES no RIO GRANDE do SUL.
Na
presente postagem, aceita-se, para a compreensão do fenômeno da ARTE, como sendo
uma das expressões do SER humano a partir do seu ENTE. Para Aristóteles a ARTE
(173: 243 – 114ª 10)[2]
era:
“uma capacidade de produzir que envolve o reto raciocínio. Toda arte visa
a geração e se ocupa em inventar e em considerar as maneiras de produzir alguma
coisa que tanto pode ser como não ser, e cuja origem está no que produz, e não
no que é produzido. A arte não se ocupa nem com as coisas que são ou que se
geram por necessidade, nem com as que fazem de acordo com a natureza. A arte é
uma questão de produzir e não de agir.”
O fenômeno
da ARTE, como sendo uma das expressões do SER humano, a partir do seu ENTE,
ganha uma dimensão social na medida das interações deste ENTE com meio e, ali, socializar as suas obras.
Como as obras - que se deseja descobrir estudar e socializar - estão dispersas por todo território do Rio Grande do Sul há
necessidade de alargar o olhar para além de Porto Alegre. Este alargamento do olhar e a diferenciação dos ambientes, fora da capital, faz sentido na observação do Buccelli
(1905 -
2016, p. 257)[1] para quem:
“há nações cuja organização centraliza-se de tal
maneira numa cidade a ponto de fazer dizer que nessa está toda a síntese da
vida nacional; quem viu Paris pode dizer haver conhecido toda a França. Basta ver
Buenos Aires e Montevidéu para conhecer a Argentina e o Uruguai. Não se pode
dizer o mesmo do Estado do Rio Grande do Sul, porque quando tiveres visitado a
sua capital, não conhecereis senão uma parte de sua vida econômica e social; e
não se pode tampouco dizer que aquela parte seja a mais absorvente e a mais
caraterística da coletividade popular” .
[1] BUCCELLI,
Vittório (1861-1929) - Uma Viagem ao Rio Grande do Sul;
.Brasília: Senado Federal Conselho
Editorial, 2016, 580 p.
Neste
o processo ganha uma dimensão e uma consistência crítica na medida em que
circula em grupos, instituições e
sociedades normatizadas e contratuais que auferem a sua energia do campo
especifico que geram ao se redor.
[1] Prédio do Liceu LUIS AFONSO de PORTO ALEGRE http://ronaldofotografia.blogspot.com/2011/04/biblioteca-publica-do-estado-do-rio.html
[2] ARISTÓTELES (384-322).
Ética a Nicômano. São Paulo:
Abril Cultural - 1973. 329p.
Sentados 1 - Posidônio Mâncio da Cunha (industrial), 2 - Guilherme Moraes, 3 - Pedro Chaves Barcellos (pres) e
4 -Gen. Manoel Theophilo Barreto Vianna . De pé: 5 - Benito Ilha Elejalde, 6 -
Cônego e pároco Manoel Reis da Costa Neves, 7
José D´Almeida Martins Costa e 8-
Paulino Chaves Barcellos.
Fig. 02 – Os
nomes sublinhados da COMISSÂO da
CONSTRUÇÂO da CATEDRAL de PORTO ALEGRE, também eram membros da COMISSÂO CENTRAL
do INSTIITUTO de BELAS ARTES Ambas
as comissões obedeciam, aos imperativos da Lei
nº 173 de 1.09.1893 pois esta lei
era tanto para associações religiosas com artísticas
02 – A ARTE ESTÁ em QUEM PRODUZ.
Parte-se da hipótese de que
o ENTE HUMANO - ao PRODUZIR ARTE - desvela se no seu MODO de SER. Giulio Carlo
Argan escreveu (2005 p,252)[1] que “a
obra de arte é o objeto único, que tem o
máximo de qualidade no mínimo da quantidade”. Qualidade que se refere a “QUEM PRODUZ ARTE”.
Qualidade que necessita
de um referencial, de um campo de forças especifica da ARTE e de um meio social
que o aceite como valor.
Este ENTE HUMANO, de outra parte, cujo objetivo é atingir este patamar simbólico, possui necessidades básicas,
de meios de sobrevivência físicas e morais que necessitam estar minimamente
satisfeitas. No entanto estas duas instâncias não estão separadas ou são
antagônicas. Antes, ao contrário, as necessidades básicas satisfeitas este ENTE
HUMANO se projetam no mudo simbólico que
lhe empresta os mais imprevisíveis sentidos, dimensões e irradiações. Nestas
irradiações encontra outros ENTES HUMANOS estes se apropriam e fazem suas estas
projeções do OUTRO.
O grupo nasce com
interesses, repertórios e recursos comuns expressas nestas irradiações,
socializações e ressonâncias. O passo seguinte é a consolidação, os contratos
coletivos e as buscas para que este grupo dure por tempo indeterminado.
[1] ARGAN,
Giulio Carlo (1909-1992) História d a
Arte como História da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 2005, 288 p.
MÁSCARA.- Revista Porto Alegre,
Ano 7, Nº 7, jun. 1925 – Salão de Outono
Fig. 03 – Salão
de Outono de 1926 nasceu de uma agremiação de artistas visuais de Porto Alegre dedicados
à decoração de um Baile de Carnaval de Porto Alegre O evento reuniu artistas, apoiadores e seus expectadores das. Na ocasião foi lançada um
sociedade de arte[1]
Esta associação promoveu o e vento do Salão
de Outono de 1926 de PORTO ALEGRE. No entanto esta associação não ganhou forma
institucional, hierarquia e nenhum estatuto
ou garantissem a sua institucionalização e a realização do Salão de Outono de PORTO ALEGRE
por tempo indeterminado,
03 – O ENTE no SER.
As obras de Arte -do ESPAÇO e TEMPO do RIO GRANDE do
SUL - instigam a reflexão filosófica gerando a oportunidade de compreender, pela
RAZÃO, as características e leis imutáveis
que regem a identidade do Estado e da Nação. No contraste entre “produzir alguma coisa que tanto pode
ser como não ser”, entende-se
aquilo que NÃO é DITO, EVITADO e até é o TABU como o lugar onde se refugia o
ENTE HUMANO.
Este ENTE HUMANO é
absolutamente solitário e não possui sentido enquanto não se manifestar,
explodir e se revelar, ao mundo, no seu MODO de SER. Este é o papel desafiador
e temerário do ARTISTA entregue a si mesmo e que na sua explosão solitária
ilumina o mundo, na metáfora descrita
por Marcel DUCHAMP[2]
ao afirmar que
“sob
a aparência, estou tentado dizer sobre o disfarce, de um dos membros da raça
humana, o indivíduo é de fato sozinho e único e no qual as características comuns
a todos os indivíduos, tomados no conjunto, não possui nenhuma relação com a
explosão solitária de um indivíduo entregue a si mesmo”.
A continuidade desta
iluminação pertence às associações que se criam, consolidam e se reproduzem por
tempo indeterminado. Em consequência destas explosões solitárias, as centelhas do fogo, roubado aos deuses, iluminam, aquecem
e fazem funcionar as culturas e as civilizações.
[1] MÁSCARA.-
Revista Porto Alegre, Ano 7, Nº 7, jun. 1925 – Salão de Outono
[2] Texto de uma alocução em inglês pronunciada por Marcel
Duchamp, num colóquio organizado em Hofstra em 13 de maio de 1960.
Consta em SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et
présentés par.. Paris Flammarrion,
1991, pp. 236-239
Diário
de Francis Pelichek – Arquivo do Instituto de Artes da UFRGS
Documento do ARQUIVO GERAL do INSTITO de ARTES da
UFGS
Fig. 04 – O ritual da “VERNISSAGEM” foi implementado pelo pintor e artista Francis PELICHEK. Este
pintor tcheco radicado no Rio Grande do Sul desde 1922 até a sua morte em 1937, possuía por objetivo chamar e congregar os
seus observadores ao redor de suas obras
de arte e atrair eventuais compradores . Permaneceu o nome e evento
solene da inauguração de uma coleção de obras de arte, porém sem gesto de “ENVERNIZAR
as PINTURAS”. Permaneceram também os grupos e eventuais sociedades coo da
clientela de Pedro Weingärtner[1].
04 – O ESPAÇO, o TEMPO e a SOCIEDADE.
A FORMA e o CONTEUDO da ARTE modificam-se
conforme o TEMPO e a SOCIEDADE na
qual ela se EXPPRESSA. FORMA e CONTEUDO que possuem um papel relevante nestas mudanças dos
seus suportes do seu ESPAÇO material. Esta
relevância decorre da necessidade de trabalhar e de se expressar e serem
percebidos pelos sentidos humanos. Estes sentidos humanos são condicionados poderosamente,
modelados, reagem e exigem um tipo de
sociedade possível munida com as características e a natureza de um determinado meio ambiente.
[1] - É possível entrever o
círculo de amizades de Pedro Weingärtner
no registro de Doberstein (1999,
fl. 91) “em novembro de 1913, no salão
nobre do Correio do Povo formou-se o Centro Artístico, uma associação que tinha
por finalidade ‘desenvolver o gosto pelas artes’em nosso meio. Estavam
presentes na reunião de formação os senhores Victor Silva, Benjamin Flores,
Emílio Kemp, Mansueto Bernardi, Leonardo Truda, Raul Totta, Pedro Weingärtner,
Dr. Fábio Barros, Irineu Trajano Lima, Lauro de Oliveira e Dr. Mario Totta”.
Esse Centro de Artes promoveu uma exposição de Weingärtner, que vendeu quinze
das trinta e três obras oferecidas,
segundo as pesquisas de Doberstein. É de supor que aqueles que adquiriram essas
obras pertenciam a esse Centro. Mansueto Bernardi, Leonardo Truda, Fábio de
Barros e Mário Totta (Ver biografia de Totta in: RAMIREZ, Hugo «Cem anos de
vida acadêmica no Rio Grande do Sul» RS
letras, Porto Alegre, nos
9/10, Nov.dez 2001 e jan.fev. 2002, suplemento, 4 p) eram na época, ou
serão depois, membros ativos da Comissão Central doILBA-RS
Fig. 05 – A evidência e a projeção do Salão da Escola de
Artes de 15 de novembro de 1929 foiram atropeladas e ofuscadas pela quebra de Bolsa de Nova York acontecida
nas vésperas des evento de Porto Alegre.
Este fenômeno econômico teve
repercussão mundiais. Os agitados e
borbulhantes acontecimentos políticos,
militares e econômicos não deixaram decantar e criar uma tradição. Nos meses
posteriores, a este Salão, Porto Alegre
irá iniciar e lidera Revolução de 1930 Esta revolução irá sepultar o ENTE da Velha
República, sua estética e modo de SER.
O meio ambiente e a sociedade formam, informam
e determinam repertórios próprios possíveis. As condicionantes da Era
Industrial formaram, informaram e determinaram
os meios e os ambientes das sociedades dos séculos XIX e XX. O Estado monolítico, nacionalista e
centralizador, desenvolveu-se nas condicionantes
da Era Industrial. No âmbito destas condicionantes da Era Industrial a
sociedade civil teve de renunciar a muitas conquistas, possibilidades e
repertórios possíveis. No contraditório na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL muitas conquistas, possibilidades e repertórios da ERA INDUSTRIA estão sendo reivindicadas
e revividos e que antes haviam sido modificados e reprimidos.
Nesta ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL a
sociedade civil está reivindicando os
seu protagonismo. Silenciosa e decididamente ela está retomando o
protagonismo[1]
que ESTADO NACIONAL da ERA INDUSTRIAL havia obscurecido senão sumariamente
suprimido. Esta sociedade civil está se desvencilhando de uma hipotética ordem e de uma hierarquia
concebidas pelo sistema fabril nos moldes da linha de montagem unívoca e linear.
No RIO
GRANDE do SUL as sociedades civis da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL estão sendo fortes
apoios e complementos das instituições do Estado. Evidentes que o REGIME
REPUBLICANO agiu acertado ao conferir às sociedades civis as funções que não lhe cabiam.
Se o ESTADO TOTALITÁRIO retomou estas funções, da SOCIEDADE CIVIL, logo percebeu que ele criara oportunidades para que gigantescas
concentrações de burocráticas ao longo das diversas formas estatais. Gigantescas concentrações burocráticas que se
instalaram e parasitaram o seu hospedeiro e que pouco podia fazer de favorável para
a desamparada SOCIEDADE CIVIL que sustenta, de fato e de direito, o Leviatã estatal.
LOGO de
Francisco BELLANCA (1895 – 1974) – aluno e professor da ESCOLA de ARTES do
IBA-RS
Fig. 06 – A frustrada tentativa de criação da ASSOCIAÇÂO
RIOGRANDENSE de BELAS ARTES é anterior ao ESTADO NOVO e à ASOCIAÇÂO FRANCISCO
LISBOA . O
ESTADO NOVO tirou de ÂNGELO GUIDO, o cargo de professor do IBA-RS. Em
compensação este mesmo Estado Nacionalista Brasileiro aproveitou-se da agremiação profissionais da ASSOCIAÇÂO FRANCISCO LISBOA para evidenciar sua política, sem interferências visíveis na
SOCIEDADE CIVIL.
05 – COLONIALISMO e a HEGEMONIA do OUTRO no RIO GRANDE do SUL .
Neste ponto é
necessário distinguir o “Imigrante” como alguém
completamente diferente do que o “COLONO”. O "COLONO" possui uma espécie de missão proveniente de
sua cultura de origem. O seu objetivo é propagar, em terras estranhas, a cultura
de sua origem. O “COLONO”. estabelece
células humanas e culturais que se regem pelas leis de sua origem. Já o
IMIGRANTE deixa sua origem, abraço e se converte em agente de um outro
projeto. O IMIGRANTE adota outras leis que são aquelas da sua sobrevivência em terras estranhas[1].
As sucessivas ondas estéticas - dos europeus que vieram ao Brasil - deixaram
traços culturais que estão onipresentes. Entre estes estão os traços de
desqualificação assumidas pelos brasileiros como seus e próprios. O resultado é que quando estes
onipotentes e oniscientes se retiram os nativos retornam a estágios culturais
piores do que a sua origem.
A desmontagem das Missões Jesuíticas[2] não deixou só terra arrasada, mas uma população absolutamente petrificada, apesar de ter sido alfabetizada. Esta entropia é visível, a cada passo, jogado nas calçado urbanas do Rio Grande do Sul
A desmontagem das Missões Jesuíticas[2] não deixou só terra arrasada, mas uma população absolutamente petrificada, apesar de ter sido alfabetizada. Esta entropia é visível, a cada passo, jogado nas calçado urbanas do Rio Grande do Sul
[1] A FORMAÇÃO do BRASIL e os IMIGRANTES http://naofoinogrito.blogspot.com/2018/07/169-nao-foi-no-grito.html
[2] LANGER ,
Protásio Paulo. A Aldeia Nossa Senhora dos Anjos: a resistência do guarani
missioneiro no processo de
dominação do sistema luso. Porto
Alegre : EST, 1997, 128 p.
Fig. 07 – O atual prédio
do Instituto de Educação Flores da Cunha foi concebido e construído, em 1934, para
ser o PAVILHÂO da EDUCAÇÂO, da CULTURA e da ARTE do RIO GRANDE do Sul na
Exposição do Centenário da Revolução Farroupilha[1].
Este evento interagiram o governo estadual, o empresariado e a
sociedade civil. Foi o evento com o MARKETING mais exitoso promovido pela interação destas três forças do Estado
do Rio Grande do Sul. Inclusivo na culinária foi oportunidade de lançamento da
INSTITUCIONALIZAÇÂO da CHURRASCARIA GAÚCHA na forma que correu mundo.
06 – RESISTÊNCIAS ao CENTRALISMO PREDATÓRIO no RIO GRANDE do SUL.
O ESPAÇO CLIMÁTICO, do Rio Grande do Sul, oscila entre o POLO
QUENTE do ar amazônico e o POLO FRIO das gélidas ondas antárticas.
No ESPAÇO SOCIAL, POLÍTICO, ECOÔMICO e CULTURAL o indígena sul-rio-grandense foi cercado pelos POLOS ANTAGÕNICOS da ESPANHA e de PORTUGAL em fortes contrastes e rivalidades.
No ESPAÇO SOCIAL, POLÍTICO, ECOÔMICO e CULTURAL o indígena sul-rio-grandense foi cercado pelos POLOS ANTAGÕNICOS da ESPANHA e de PORTUGAL em fortes contrastes e rivalidades.
Tanto o CLIMA como as dominações
rivais ibéricas se comportam conforme CENTRALISMO da sua
ORIGEM impondo pesados tributos PREDATÓRIOS.
Uma rápida revisão do POLO das ORGANIZAÇÕES CIVIS das ARTES VISUAIS do Rio Grande do SUL na sucessão das lutas, nas conquistas e nas perdas, se debatendo face ao CENTRALISMO do
ESTADO é esclarecedor. Assim em:
01-15.03.1903 - Salão do Jornal
Gazeta do Comercio[2]
22.04.1908 - Comissão Central e 65
Comissões Municipais do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do SUL
dissolvida em 05.01.1939[3]
1913 – associação com
finalidade desenvolver o gosto pelas artes em nosso meio motivado pela exposição das obras de Pedro Weingärtner[4]
1925 - Salão de Outono[5]
1936 – Associação Rio-grandense de Belas Artes –ARBA[6]
1938 - Associação Francisco Lisboa de Artistas Plásticos do Rio Grande do Sul - Chico Lisboa[7]
19.03.1948 – criação do Departamento
do Instituto Arquitetos do Brasil – seccional
Rio Grande do Sul[8]
1948 – Associação Araújo Porto
Alegre[9]
1954 SOCIBA Sociedade Cultural do
Instituto de Belas Artes[10]
1958 – Associação de Ex-alunos do
IBA e a Escolinha de Artes[11]
1983 - AAMARGS[12]
Algumas destas organizações continuam ativas. Outras são legíveis e frágeis documentos. No entanto, todas estas organizações são temas
instigantes e merecem atenção com o objetivo de perceber recursos, obstáculos e projetos que
continuam latentes.
Temas instigantes especialmente na ÉPOCA PÓS-INDUSTIAL
quando o ESTADO e as SOCIEDADE CIVIL necessitam responder a novas circunstâncias, meios de fazer, codificar e
fazer circular as suas expressões
estéticas.
Evidente que estas circunstâncias não
estão fixas e definitivas. Mas ao longo prazo pertencem a um PROJETO
CIVILIZATÓRIO comum. Projeto no qual o ESTADO encontra uma compensação da VIOLÊNCIA
que necessita exercer por delegação dos seus cidadãos avulsos.
No entanto este cidadão é avulso insignificante diante da MÁQUINA ESTATAL. A resposta a esta insignificância individual está na sua ORGANIZAÇÃO em ASSOCIAÇÕES CIVIS dignos deste nome. ASSOCIAÇÕES CIVIS e que não se rendem à sedução do PODER, dos RECURSOS e das ORDENS emanadas do LEVIATÃ ESTATAL
No entanto este cidadão é avulso insignificante diante da MÁQUINA ESTATAL. A resposta a esta insignificância individual está na sua ORGANIZAÇÃO em ASSOCIAÇÕES CIVIS dignos deste nome. ASSOCIAÇÕES CIVIS e que não se rendem à sedução do PODER, dos RECURSOS e das ORDENS emanadas do LEVIATÃ ESTATAL
[1] FERNANDO CORONA (1895-1979) –
ARQUITETO
[2] - DAMASCENO,
1971 - pp.453´490
[3] Origens
do IBA-RS vol. I Capitulo 1 https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1
[4] in Doberstein
(1999, fl. 91)
[5] MÁSCARA.
Porto Alegre, Ano 7, Nº 7, jun. 1925 –
Salão de Outono
[6] Acervo de
Francisco BELLANCA (1895 – 1974) – aluno e professor da ESCOLA de ARTES do
IBA-RS
[7] AUTONOMIA do
ARTISTA o seu PERTENCIMENTO
[8] Origens do IBA-RS vol. III Capitulo IV, pa.382 https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1
[9] Associação Araújo Porto-alegre Correio do Povo-
Caderno de Sábado Vol.XCI ano VII Nº 597 dia 29.12.1979 pp. 08/10 + AUTONOMIA
do ARTISTA o seu PERTENCIMENTO
[10] SOCIBA Origens do IBA-RS vol. II Capitulo IV, fl. 422 https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1
[11] Protocolo da UFRGS de 24 de junho de 1991 - Processo nº 230.78028061/91.44
Aula de modelo
vivo do professor Francis Pelichek- Catálogo folder do IBA-RS 1928
Documento do ARQUIVO GERAL do INSTITO de ARTES da
UFGS
Fig. 08 – Na ESCOLA de ARTE do IBA-RS toda
formação dos artista visual convergia para o momento do desenho do modelo vivo. Nesta convergência oestudante
passava pela ANATOMIA, desenho dos modelos de gesso das partes do corpo humano
para atingir o corpo inteiro da estátua (VENUS e APOLO) para enfrentar a figura
da pessoa viva e completa vestida, ou não.
07 – A SUPERAÇÃO da ALIENAÇÃO da INSTITUIÇÃO de
ARTE
Na reflexão de Neusa CAVEDON[1] ela se vale do conceito de “TRANSFORMAÇÃO da ALIENAÇÃO” descrito por Jorge
Coli.
"nesta visão ele assevera (1981) que a arte é
uma viagem cujo rumo é imprevisível bem como as consequências desse
empreendimento. Uma vez posta em execução essa proposta de viagem, o que vale
não é a chegada, mas sim a evasão e o prazer obtidos. Evasão e prazer seriam
alienantes apenas em um primeiro momento, pois a posteriori essas concepções
transformam a sensibilidade do sujeito o que faz com que a relação dele com o
mundo se modifique. Então, aquilo que a princípio poderia ser enquadrado como
alienação ganha a conotação de transformação".
Com certeza, a SERVIDÃO VOLUNTÁRIA a ALIENAÇÃO da sua VONTADE, de sua
INTELIGÊNCIA e dos seus SENTIMENTOS são circunstâncias nefastas, tanto para o
artista como para uma instituição de arte.
[1] NO ATELIÊ DOS
CONCEITOS: INSTITUIÇÃO / INSTITUCIONALIZAÇÃO
Neusa Rolita Cavedonhttp://profciriosimon.blogspot.com.br/2018/05/232-estudos-de-arte.html
Olinto de Oliveira - pintura de Francis Pelichek _Acervo da Pinacoteca do Instituto de Artes da UFRGS
Fig. 09 – Olympio
Olinto de OLIVEIRA[1]
tinha a capacidade intelectual, moral e
profissional para arregimentar ,ao seu redor ,a COMISSÂO CENTRAL do INSTITUTO
LIVRE da BELAS ARTES tão bem como as 65 COMISSÔES MUNIICIPAIS. O líder -
competente para socializar as suas ideias, mostrar o seu exemplo pessoal e o
seu evidente êxito profissional – tinha
as credenciais para apontar para SOCIEDADE CIVIL as potencialidades existentes
e os campos de forças ainda não exploradas. No caso do IBA-RS tratava-se. dp
campos de forças estéticas e civilizatórias ainda latentes no âmbito do RIO
GRANDE do SUL. Olympio Olinto de OLIVEIRA irá emprestar esta mesma energia para
a criação da UNIVERSIDADE BRASILEIRA e os SERVIÇOS de ASSISTÊNCIA MATERNA e
INFANTIL no âmbito do MEC.
A autonomia dos SENTIMENTOS, da INTELIGÊNCIA e da VONTADE está presente
e militante no Rio Grande do Sul e expresso no pensamento de Olímpio Olinto de
Oliveira (1866-1956)[2]
Ele afirmou, num artigo publicado[3] em
05.11.1898, que:
“não
posso admitir de modo algum é a alienação do meu próprio juízo, levado ao ponto de acreditar sempre
nas afirmações dos gênios, mesmo quando eles parecem incompreensíveis,
absurdos ou contraditórios releve-me
discordar do gênio de Aristóteles quando este profundo moralista justifica a
escravidão pela degradação nativa de um parte da humanidade”
Evidente que esta
expressão - da autonomia de Olinto OLIVEIRA – é proveniente do mais íntimo,
profundido e pessoal do seu ENTE. O grande desafio é aproximar este ENTE
autônomo de uma organização e de uma instituição na qual terá de interagir com
tantos outros ENTES também AUTÔNOMOS. Esta façanha, aparentemente impossível, só se concretiza em ORGANIZAÇÕES
da QUALIDADE que, mesmo, poderão concordar
do filosofo Aristóteles
[2] O PENSAMENTO de OLYMPIO OLINTO de
OLIVEIRA nas ARTES do RIO GRANDE do SUL.http://profciriosimon.blogspot.com.br/2017/06/0-207-estudos-de-arte.html
[3] Olinto de Oliveira, Correio do Povo, 05.11.1898 (micro-filme
Museu Hipólito da Costa)
CONGREGAÇÂO do
IBA-RS . Porto Alegre: Diário de
Noticias em 08.01. 1939
Fig. 10 – A pose
da Congregação do Instituto de Belas Artes - para o fotógrafo do jornal, no dia posterior à sua exclusão da
Universidade de Porto no dia 05 de janeiro de 1939 - é solidária e desafiadora.. Colocava em
prática no mundo real as ideias e oo discurso desafiador que Tasso Corrêa havia
pronunciado no dia 10 de outubro de 1933[1] onde exigia que a
instituição fosse dirigida por artistas e não por administradores admiradores das artes, nas horas vagas, por
lazer, por marketing pessoal, projeção politica e social.
08 – A QUALIDADE da ORGANIZAÇÂO e o seu DÉCIMO
INTEGRANTE
Neusa CAVEDON[2] conduz as suas reflexões com o apoio em autoridades. CAVEDON destaca o conceito
de ORGANIZAÇÕES da QUALIDADE confirme LAPASSADE, (1983), Deste autor ela destacou
"Lapassade
alerta para a importância da qualidade
em detrimento da quantidade. Numa configuração seriada, o décimo integrante
representa uma ordenação, já no grupo o décimo integrante é todo mundo daquele
coletivo e também é ninguém pois cada pessoa é relevante para a constituição
dos dez participantes daquele conjunto, “cada um, no grupo, é agente
totalizador, que a totalização se encontra, ao mesmo tempo, em todo lugar e em
nenhum lugar” (LAPASSADE, 1983, p. 230). Essa busca pela totalização é
processo, nunca acaba, descuidar-se das relações pode significar a volta da
dispersão, portanto, a luta do grupo entre a força da unidade e a da dispersão
é perpétua".
A unidade, a coerência
interna e eficácia - neste GRUPO que
busca preservar a QUALIDADE - serão possíveis enquanto tiver OBJETIVOS para ATINGIR. No caso da Congregação do IBA-RS, no
dia 06 de janeiro de 1939, o objetivo era atingir o NIVEL UNIVERSITÁRIO nas
ARTES INTITUCIONALIZADAS. Para tanto deveriam manter em funcionamento um
projeto de uma sociedade que se autodissolvera no dia anterior.
O campo das ARTES que
mais aproveitou esta ocasião foram as ARTES PLÁSTICAS por meio de mestres de
reconhecido currículo e disposição de correr o risco desta aposta. Arquitetura,
Urbanismo, Escultura, Pintura e Desenho somaram-se com a TEORIA e HISTÒRIA da
ARTE e logo foi necessário ampliar o espaço físico para atender esta demanda.
[1] A UNIVERSIDADE BRASILEIRA e a ARTE no
PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA
[2] NO ATELIÊ DOS
CONCEITOS: INSTITUIÇÃO / INSTITUCIONALIZAÇÃO
Neusa Rolita Cavedonhttp://profciriosimon.blogspot.com.br/2018/05/232-estudos-de-arte.html
Fig. 11 – O
gesto de Ado Malagoli - de entregar protocolarmente o convite e o folder do
Museu de Arte do Rio Grande do Sul ao Governador Ildo MENEGHETTI - pode ser
inscrito nu contexto de um PROJETO CIVILIZATÒRIO COMPEMPENSADOR da VIOLÊNCIA
que o Estado se vê constrangido a usar contra os transgressores das Leis.. Este
pensamento - defendido por Afonso Calos Marques Santos[1] - encontra nesta visita e gesto de Ado Malagoli, a sua correspondente no
Rio Grande do Sul
Esta aposta nas ARTES
VUSUAIS eruditas, expandiu-se na cidade, no Estado e no Brasil. Os sucessivos
Salões ganharam apoios institucionais, a partir de 1952, com a contratação do
artista e professor Ado Malagoli. Este trouxe o projeto e a semente do Museu de
Arte do Rio Grande do Sul. Neusa CAVEDON ensina:
O grupo
mantém-se unido enquanto tiver objetivos a atingir. Sendo assim, a unidade do
grupo é prática e não de cunho ontológico. No grupo cada um é ele e o outro.
Nesse momento não há um chefe, todos podem deliberar em nome do grupo.Na fase
do juramento, a luta contra a dispersão será implementada mediante o poder de
cada integrante do coletivo sobre todos e de todos os integrantes sobre cada
um, a liberdade do próprio sujeito será controlada, bem como a liberdade do
outro. Os sujeitos aceitam a regra do jogo e assumem o compromisso de não
sabotar a experiência coletiva.
Os próprios integrantes
da Congregação do Instituto de Artes foram vitimas deste personalismo. Ao
recapitular a “fase do
juramento” cada
membro, desta organização, se conduzia pelo projeto de elevar, manter e
expandir as ARTES INTITUCIONALIZADAS ao NIVEL UNIVERSITÀRIOS. Assim qualquer
desvio, personalização ou ruptura com este juramento tinha consequências. O
próprio Tasso Corrêa foi vitima e se ato excluiu desta organização juramentada.
[1] MARQUES dos
SANTOS, Afonso Carlos «A Academia Imperial de Belas Artes e o projeto Civilizatório do Império» in 180 anos de Escola de Belas Artes Anais do
Seminário EBA 180. Rio de Janeiro : UFRJ, 1997, pp. 127/146.
Documento do ARQUIVO GERAL do INSTITO de ARTES da
UFGS
Fig. 12 – Uma
turma de estudantes de Ado Malagoli no ano de 1962. A década de 1960 e de 1970 se caracterizou pelo abandono de
hierarquias rígidas que cederam lugar par o informal e criativo prenunciando o
fim de ERA INDUSTRIAL e a vinda das condições e circunstâncias da ÉPCA
PÓS-INDUSTRIAL.. A ênfase no ENTE humano e as suas potencialidades
necessitavam de mobilidade, de circulação de ideias fora das normativas
acadêmicas. Assim a ARTE passa a ter uma maior ênfase no lazer pessoal, projeções
politicas e sociais novas a serem experimentadas em grupos, associações
coerentes com esta nova sociedade, lugar e tempo sem abrir mão da busca
constante de uma qualidade diferente.
.
Na recapitulação dos OBJETIVOS a ATINGIR o GRUPO no rumo da QUALIDADE polarizado e
imantado pelos em nova etapa irá atingir o patamar de uma
ORGANIZAÇÃO. A preocupação, nesta etapa é, para a sua
própria REPRODUÇÂO e EXISTÊNCIA para além das
personalidades individuais coerência interna e eficácia. Nesta etapa será possível
enquanto tiver ocorre nesta construção vale a concepção de Neusa CAVEDON para quem:
"ao se
estruturar e se burocratizar o grupo constitui-se em uma organização. O grupo
busca se trabalhar para garantir a sua existência. Na estrutura definida, as
pessoas receberam funções, a cada integrante será atribuída uma tarefa a ser
cumprida. O risco que se apresenta nessa instância é a de que os objetivos que
motivaram a construção da organização sejam relegados e a organização se torne
um fim em si mesma, isto é, ela figura como sendo o objetivo".
Esta etapa foi uma das
primeiras preocupações dos membros fundadores do INSTITUTO de BELAS ARTES do
RIO GRANDE do SUL. Assim registraram, no dia 01 de maio de 1908, num registro na folha 3, verso, no seu primeiro livro de atas (Fig.18), buscaram uma forma
consensual para expressar publicamente e imprimir o conceito de “POR TEMPO
INDETERMINADO” que:
“nada impede que o Instituto se
constitua já. Figurando como associados os membros de que se compõe a comissão que
aqui se acha reunida. Pensa igualmente, que não chaveta necessidade de
eleger-se na a Diretoria, podendo a que atualmente se acha em exercício e que
merece toda a mossa confiança. Como o demonstramos, elegendo-a, encarregar-se
de dirigir os destinos do Instituto na sua primeira fase, administrando todos
os seus negócios e representando-o cativa e passivamente, pelo período que for
determinado pelos Estatutos. Mas, a nossa associação é constituída para durar
por tempo indeterminado, por consequência devemos pensar, desde já, no meio de
substituir ou renovar os seus atuais membros”
Por este texto é
possível verificar que agiam sem melindres, personalismos ou facções. Com esta
UNIDADE ASSEGURADA o seu PROJETO se encaminhavam para
uma
HIERAQUIZAÇÂO de sua ORGANIZAÇÂO.
Mantinha os OBJETIVOS a ATINGIR visando
a QUALIDADE da coerência interna e
eficácia do GRUPO que iniciara o projeto
Fig. 13 – A
organização espacial e a distribuição simétrica do mobiliário e decoração ao
redor de eixo central, revela e impõe uma hierarquia independente da pessoa que
venha exercer as funções da chefia.. A imagem é do gabinete de do
Presidente do Estado na sala nobre da Biblioteca Pública enquanto se aguardava
a conclusão do atual Palácio do Piratini. O Cargo presidencial também se
reproduz nas outras instâncias subordinadas. Assim o REGIME REPUBLICANO se
caracteriza pela HIERARQUIA PRESIDENCIALISTA que se reproduz, qual fractal, nos TRÊS PODERES FEDERAIS, nos estados
regionais e nos municípios..
09 – A HIERAQUIZAÇÃO de uma ORGANIZAÇÃO.
A unidade, a coerência
interna e eficácia nesta ORGANIZAÇÂO - que
busca preservar a QUALIDADE -serão possíveis, segundo CAVEDON enquanto tiver OBJETIVOS para ATINGIR nesta
construção:
"quando a
organização se transforma em uma hierarquia, as funções passam a ser obrigações
previamente definidas, as pressões, via terror, se fazem presentes, há um poder
centrado na autoridade de comando em detrimento do consenso do grupo, emerge
então a instituição. O poder instituído vai se dar pela força do terror. As
instituições tendem a manter a ordem dominante através de ameaças.Importante
salientar novamente que Lapassade não entende esses diferentes fenômenos
sociais como cristalizados, sempre haverá uma tensão inerente aos movimentos de
unidade e de dispersão tanto nos grupos, como nas organizações e também nas
instituições".
Este
novo patamar das organizações sociais - em vias de se consolidarem e pretenderem serem ativas e
atuantes por TEMPO INDETERMINADO - exigem mudanças que por sua vez supõem um capital simbólico competente para
fazer frente às novas circunstâncias como aquelas das circunstâncias da ÉPOCA
PÓS-INDUSTRIAL.
SALÂO NOBRE da PREFEITURA de PORTO ALEGRE c. 1900
Fig. 14 – O
SALÂO NOBRE da PREFEITURA ( INTENDÊNCIA) de PORTO ALEGRE apresenta
idêntica organização espacial e a
distribuição simétrica do mobiliário e decoração ao redor de eixo central, da
BIBLIOTECA PÚBLICA.. Esta hierarquia e ordem refletem e traduzem a
mesma imagem do gabinete de do Presidente do Estado na sala
nobre da Biblioteca Pública enquanto se aguardava a conclusão do atual Palácio
do Piratini. O Cargo presidencial também se reproduz nas outras instâncias
subordinadas. Assim o REGIME REPUBLICANO se caracteriza pela HIERARQUIA
PRESIDENCIALISTA que se reproduz nos TRÊS PODERES FEDERAIS, nos estados
regionais e nos municípios.
Certamente as
instituições tradicionais - que migraram das circunstâncias da ERA INDUSTRIAL
para as novas condicionantes da ÉPOCA-PÒS-INDUSTRIAL - possuem suficiente
flexibilidade e experiência para reordenar os seus projetos e objetivos num NIVEL
COERENTE e enfrentar esta etapa de
mudanças
Fig. 15 – Uma
Constituição para os Estados do Brasil significa identidade, projeto comum e um
contrato coletivo.. A criação e sua promulgação,
no dia 03 de outubro de 1989 da
CONSTITUIÇAÃO DE ESTADO do RIO GRANDE do SUL significava a superação do Golpe Militar de
1964 e uma homenagem ao dia do início da Revolução de 1930 que superou a ANTIGA
REPUBLICA BRASIELRA ainda eivada de
hábitos, de mentalidade e prerrogativas imaginadas como continuidade do Regime
Imperial..
10 – ESTUDO de CASO: a CONSTITUIÇÃO de 1989 do
ESTADO DO RIO GRANDE do SUL e a LEGALIDADE INSTITUCIONAL.
Os CONCEITOS e as CIRCUNSTÂNCIAS das ARTES INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL são passíveis de serem pesquisados
nos meandros da CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL do ano de 1989.
Este texto legal - do ESTADO do RIO GRANDE do SUL, elevado a topo da hierarquia das
demais leis - não evidencia para as INTITUIÇÔES de PESQUISA ESTÉTICA qual o
lugar, o papel e o suporte.
A ênfase cabe- no texto, do ano de 1989,
da CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE do SUL - aos produtos sociais, culturais e principalmente econômicos da
CULTURA. A ARTE, nem ao menos é mencionada a não ser em algum recanto
secundário na forma de confusão involuntária
entre ARTE e CULTURA ou como quase lapso do legislador. Ado MALAGOLI sentenciava
que diante do ESTADO, a “ARTE é a PRIMA POBRE da CULTURA”
Recomenda-se a leitura
completa deste texto legal disponível em: .
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
Texto constitucional de 3 de outubro de
1989 com as alterações adotadas pelas Emendas
Constitucionais de n.º 1, de 1991, a 73, de 2017.
Para
efeito dos objetivos, da presente
postagem, focados nos CONCEITOS e
CIRCUNSTÂNCIAS das ARTES
INSTITUCIONALIZADAS no RIO GRANDE do SUL selecionou0se e se
publica alguns artigos e tópicos.
Fig. 16 – A formação
do patrimônio para a criação do INSTITUTO LIVRE do RIO GRANDE do SUL foi
liderado pelo governo Carlos Barbosa e se personalizou numa COMISSÂO CENTRAL e as 63COMISSÕES MUNICIPAIS nas quais cada membro recebeu a incumbências de
contribuir com CINQUENTA MIL REIS.. Era a contrapartida da SOCIEDADE CIVIL
às sucessivas subvenções que o próprio Estado solicitava anualmente para a
ASSEMBLEIA dos REPRESENTANTES mediante a apresentação de detalhados relatório
do próprio IBA-RS[1]
incorporados aqueles do GOVERNO do
ESTADO
Na Constituição do Rio Grande do Sul a Educação Escolar
encabeça Cultura, Desporte, Ciência e Tecnologia, Comunicação Social e Turismo.
Estas funções e competências estatais motivaram a criação e a
manutenção de uma única secretaria estadual. Evidente sinal de CENTRALISMO além de satisfazer a possibilidade de arrecadação
de tributos que tornem
este setor produtivo e com retornos econômicos e empresariais. Não há nada nesta
Constituição que possa impedir ou embaraçar a Educação Escolar em negócio
lucrativo e rendoso.
CAPÍTULO
II
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA,
DO DESPORTO, DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, DA COMUNICAÇÃO SOCIAL E DO TURISMO.
Art. 196. A educação, direito de todos e dever do Estado e
da família, baseada na justiça social, na democracia e no respeito aos direitos
humanos, ao meio ambiente e aos valores culturais, visa ao desenvolvimento do
educando como pessoa e à sua qualificação para o trabalho e o exercício da
cidadania.
´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´
Existe
uma longínqua possibilidade de associações civis e organizações que de fato
aliviam o erário público de muitas despesas e intervenções funcionais.
Art. 212. É assegurado aos pais, professores, alunos e funcionários
organizarem-se, em todos os estabelecimentos de ensino, através de associações,
grêmios ou outras formas.
Parágrafo
único. Será responsabilizada a autoridade educacional que embaraçar ou
impedir a organização ou o funcionamento das entidades referidas neste artigo.
Art. 213.
As escolas públicas estaduais contarão com conselhos escolares,
constituídos pela direção da escola e representantes dos segmentos da
comunidade escolar, na forma da lei.
No
entanto as funções e competências estatais
se reservam o exercício do poder político nas escolas vedando eleições de
direções de estabelecimentos de ensino
[1] OLIVEIRA,
Olinto de. Relatórios de 1909 a 1912 do
Instituto de Bellas Artes do Rio Grande
SuL apresentados pelo Presidente Dr. Olinto de
Oliveira. Porto Alegre: Globo, 1912. 41 p. + estatísticas
Documento do ARQUIVO GERAL do INSTITO de ARTES da
UFGS
Fig. 17 – Mesmo
no auge intervenção politica do Estado Provedor
o apelo para a contribuição e interação da SOCIEDADE CIVIL deixou de se
manifestar e ter um corpo legível. O carnê dos DOIS MIL LEGIONÀRIOS da CONSTRUÇÂO do PREDIO
do INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE dos SUL teve subscritores em rodo o Brasil. O mote foi sugerido do movimento civil que
apoio os ALIADOS contra o EIXO em plena SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. O movimento
dos DOIS MIL LEGIONÀRIOS teve êxito e
até o presente é perceptível e palpável no PRÈDIO do IA-UFRGS
A ampla e indeterminada
conceituação de CULTURA permite as mais variadas interpretações e práticas de
toda natureza. Assim empresários, a indústria cultural e áudio visual dominam
este cenário e estabelecendo formas de retornos econômicos e monetários. Pelo
artigo 220 não lhes faltará apoio estatal e nem lucro.
Como a Educação Escolar
encabeça Cultura, Desporte, Ciência e Tecnologia, Comunicação Social e Turismo, estas funções e competências estatais motivaram a criação e a
manutenção de uma única secretaria estadual. Evidente sinal de CENTRALISMO além de satisfazer a possibilidade de arrecadação
de tributos que tornem
este setor produtivo e com retornos econômicos e empresariais. Não há nada nesta
Constituição que possa impedir ou embaraçar a Educação Escolar em negócio
lucrativo e rendoso.
Art. 220. O Estado estimulará a cultura em suas múltiplas
manifestações, garantindo o pleno e efetivo exercício dos respectivos direitos
bem como o acesso a suas fontes em nível nacional e regional, apoiando e
incentivando a produção, a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Parágrafo único. É dever do Estado proteger e estimular as
manifestações culturais dos diferentes grupos étnicos formadores da sociedade
rio-grandense.
´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´
Art. 226. As entidades da administração indireta do Estado sujeitas
a tributos federais, quando a lei facultar a destinação de parte destes, a
título de incentivo fiscal, às atividades culturais, deverão aplicá-los nas
instituições e entidades dos diversos segmentos de produção cultural vinculadas
ao órgão responsável pela cultura, sob pena de responsabilidade, sem prejuízo
da dotação orçamentária à cultura.
Art. 227. O Estado promoverá, apoiando diretamente ou através das
instituições oficiais de desenvolvimento econômico, a consolidação da produção
cinematográfica, teatral, fonográfica, literária, musical, de dança e de artes
plásticas, bem como outras formas de manifestação cultural, criando condições
que viabilizem a continuidade destas no Estado, na forma da lei.
Art. 228. O Estado colaborará com as ações culturais dos Municípios,
devendo aplicar recursos para atender e incentivar a produção local e para
proporcionar o acesso da população à cultura de forma ativa e criativa, e não
apenas como espectadora e consumidora.
Art. 229. O Estado preservará a produção cultural gaúcha em livro,
imagem e som, através do depósito legal de tais produções em suas instituições
culturais, na forma da lei, resguardados os direitos autorais, conexos e de
imagem.
Art. 230. O Estado e os Municípios propiciarão o acesso às obras de
arte, com a exposição destas em locais públicos, e incentivarão a instalação e
manutenção de bibliotecas nas sedes e Distritos, dedicando ainda atenção
especial à aquisição de bens culturais, para garantir-lhes a permanência no
território estadual.
Confirma-se que este texto da Constituição de 1989 não evidencia qual o lugar, o papel e o suporte das
INSTITUIÇÔES DE PESQUISA ESTÈTICA A ênfase cabem aos produtos sociais,
culturais e principalmente econômicos da CULTURA. A ARTE, nem ao menos é
mencionada a ser algum recanto secundário como quase um lapso do legislador.
Os termos PROTEGER e
ESTIMULAR MANIFESTAÇÔES CULTURAIS coloca o ESTADO como um OBSERVADOR EXTERNO ou
eventualmente um GURDIÂO PATRIMONIAL.
Documentos do ARQUIVO GERAL do INSTITO de ARTES da
UFGS
Fig. 17 – Na
imagem os três livros da COMISSÂO CEBTRAL do INSTUTO de ARTES da UFRGS
abrangendo o período de 1908 até 1939. A logística da pesquisa em documentos de
época teve um exagero em certas épocas e culturas. Em outras predomina a
narrativa apenas orientado por doutrinas ideologias, concepções abstratas e
herméticas ao publico mais amplo. Isto se não sã autobiografias de conceitos
pessoais e pontuais. A evidente
MITIFICAÇÂO da TESE não ENCONTRA o justo equilíbrio numa ATÌTESE A ausência desta dialética ou NATURALIZA as
INSTITUIÇÔES ou do outro LADO as JOGA num UNIVERSO MÌTICO e insustentável
As eventuais INSTITUIÇÕES
DE PESQUISA ESTÉTICA são tratadas como parasitas e não como as orquídeas hospedadas na árvore
contanto que NÃO parasitem ou suguem qualquer recurso do erário público. A
pesquisa estética não é parasita do
Estado e nem se alimenta de sua seivas Estas epífitas[1] aproveitam-se da altura, da sombra e do microclima
propiciado pela hospedeira.
Esta autonomia das
organizações estéticas, de pesquisa e de reprodução as mantém o mais distante
possível dos governos seguindo Platão no seu aviso (1985, p.84)[2] de que:
“cada governo estabelece as
leis para a sua própria vantagem: a democracia leis democráticas, a tirania
leis tirânicas e os outros procedem do mesmo modo; estabelecidas estas leis,
declaram justa, para os governados, esta vantagem própria e punem quem
transgrida como violador da lei e culpado de injustiça”
A
dimensão social, econômica, técnica e política, do fenômeno da ARTE, passa pelo filtro expressões do SER humano. A partir do seu ENTE as obras de ARTE - deste
SER humano - estabelecem a ARTE com suas leis e suas vantagens. Esta tensão gera um
campo de forças suficientemente esclarecido para avaliar, estimular ou se opor a
qualquer governo externo a este campo da ARTE. Por esta razão
os mais variados governos censuram, se imiscuem ou valorizam o campo de forças da ARTE
O processo ganha uma sólida consistência - e dimensões contratuais e
hierárquicas - na medida em que grupos, instituições e sociedades valorizam e normatizam crítica este campo de forças da ARTE. O indivíduo artista aufere a sua energia do
campo de forças do CAMPO da ARTE especifico que gera, circula e se reproduz a
partir do seu núcleo cada vez mais denso e autônomo.
No início do terceiro milênio, o Rio Grande do
Sul assiste, participa e contribui para o adensamento do se próprio núcleo de
forças do CAMPO da ARTE. Este fenômeno ganha visibilidade e materialidade avaliável em grupos, em instituições e em sociedades normatizadas
e hierarquizadas.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS.
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Viagem ao Rio Grande do Sul; .Brasília:
Senado Federal Conselho Editorial, 2016,
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(1755-1900). Porto Alegre : Globo, 1971, 520 p
DOBERSTEIN, Arnoldo Walter Rio Grande do Sul (1920-1940): estatuária,
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VIANNA (Raymundo).Olinto de Oliveira. Porto Alegre:
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LANGER , Protásio Paulo. A Aldeia Nossa Senhora dos Anjos: a resistência do guarani
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LAPASSADE, Georges. Grupos,
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MARQUES dos SANTOS, Afonso Carlos «A Academia Imperial de Belas Artes
e o projeto Civilizatório do
Império» in 180 anos de Escola de Belas
Artes Anais do Seminário EBA 180. Rio de
Janeiro : UFRJ, 1997, pp. 127/146.
MÁSCARA.- Revista Porto Alegre,
Ano 7, Nº 7, jun. 1925 – Salão de Outono
OLIVEIRA, Olinto de. Relatórios de 1909 a 1912 do Instituto de
Bellas Artes do Rio Grande SuL
apresentados pelo Presidente Dr. Olinto de
Oliveira. Porto Alegre: Globo, 1912. 41 p. + estatísticas
PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J.
Guinsburg 1º volume . São Paulo :
Difusão Européia do Livro, - 1985 - 238 p.
SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et présentés
par.. Paris
Flammarrion, 1991, pp. 236-239
Texto de uma
alocução em inglês pronunciada por Marcel Duchamp, num colóquio organizado em
Hofstra em 13 de maio de 1960
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
NO ATELIÊ DOS CONCEITOS: INSTITUIÇÃO / INSTITUCIONALIZAÇÃO
Neusa Rolita Cavedon
.
AUTONOMIA do ARTISTA o seu PERTENCIMENTO http://profciriosimon.blogspot.com.br/2013/05/004-expressoes-de-autonomia-na-arte.html
PENSAMENTO de OLYMPIO OLINTO de
OLIVEIRA nas ARTES do RIO GRANDE do SUL.
EPIFITA
Origens
do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul - vol. I -Capitulo 1 https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2632/000323582.pdf?sequence=1
Prédio
do Liceu LUIS AFONSO de PORTO ALEGRE
FERNANDO
CORONA (1895-1979) – ARQUITETO
A UNIVERSIDADE BRASILEIRA e a ARTE
no PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA
FICHA LIMPA do BRASIL e
suas REPERCUSSÕES no CHILE em 22.07.2018
O QUE
é CULTURA?
FORMAS
de TRAJAR e as suas NORMATIVAS http://www.elmercurio.com/blogs/2018/07/22/61921/Politica-y-corbata.aspx
CUBA ELIMINA A PALAVRA “COMUNISMO” de sua CONSTITUIÇÂO
_
_
A FORMAÇÃO do BRASIL e os
IMIGRANTES
HABITOS CULTURAIS
do PORTO-ALEGRENSE
ESTUDOS
de CASOS
1 –
ORIENTAÇÕES GERAIS para o ESTUDO da ARTE
2 – O RIO
GRANDE do SUL como REALIDADE LATINO-AMERICANA
3 - O RIO
GRANDE de PÉ pelo BRASIL
4 - A
CONSTITUIÇÃO do RIO GRANDE do SUL e as ARTES
5 - MUSEU de
ARTE SACRA RIO GRANDE
6 – HISTÓRIA
do MUSEU JÚLIO da CASTILHOS
[2] PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J.
Guinsburg 1º volume . São Paulo :
Difusão Européia do Livro, - 1985 - 238 p.
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