O
PENSAMENTO de
ALDO
OBINO (1913-2007).
SUMÁRIO
1 – Natureza
do PENSAMENTO de Aldo OBINO.... 2 – Obstáculos
sociais e culturais que Aldo OBINO teve de enfrentar no cultivo e na divulgação de seu
PENSAMENTO estético_ 3 – O contexto social, político, econômico e estético
do PENSAMENTO de Aldo OBINO no
Rio Grande do Sul_ 4 – Aldo OBINO
afirma o seu PENSAMENTO e colabora na formação da consciência estética no contexto sul-rio-grandense apesar
das fragilidades, resistências e silêncio oficial._ 5 – Leituras e narrativas estilísticas do PENSAMENTO de Aldo OBINO _ 6 – O profissionalismo, a projeção e a permanência do PENSAMENTO de . Aldo OBINO._ 7 – Etapas da
transição do PENSAMENTO de Aldo OBINO o mundo prático e empírico._ 8 -
Permanência do potencial do PENSAMENTO de Aldo OBINO
apesar da sua ausência física, _ 09 – O pensamento de Aldo OBINO introduz
outras ESTRATÉGIAS para se tornar
AUTÔNOMO do MUNDO OFICIAL e assim ampliar o seu potencial do intelectual e
esteta e se aproximar da lógica da livre iniciativa da ERA INDUSTRIAL._ 10 - O PENSAMENTO de Aldo OBINO e
o seu legado institucional . FONTES BIBLIOGRÁFICAS relativas . Aldo OBINO.. FONTES BIBLIOGRÁFICAS TEÒRICAS CITADAS - FONTES NUMÉRICAS
DIGITAIS
Fig. 01 – Aldo OBINO foi um atento e
continuador observador, cronista e crítico de gerações daqueles que se
dedicaram ou transitaram pelas Artes Visuais do Rio Grande do Sul. Ele
iniciou as suas “NOTAS de ARTE” em 1934
e levou este projeto até 1984 quando o jornal passou para outra administração
1
– Natureza do PENSAMENTO de Aldo OBINO
Não é possível atribuir ao pensamento de Aldo OBINO um tom conciliador. Com formação nas Ciências Jurídicas,
em Filosófica, prática de docência e com o exercício do jornalismo manteve um
projeto amplo, fundamentado e com recursos próprios. Com este atividade ampla
reuniu recursos próprios para se desviar de qualquer alfinete classificatório
que alguém quisesse cravar nas suas costas para fazê-lo figurar num quadro rígido
de um museu.
No mundo das artes ele estava aberto à ATUALIZAÇÃO de sua inteligência. De
outro lado, o destino e o endereço do seu pensamento, não ultrapassavam as
fronteiras do Rio Grande do Sul. Nas visuais sul-rio-grandenses e buscando a PESQUISA
ESTÉTICA possível nestas fronteiras. Fazia-se
todo atenção, tempo, ouvidos e olhos para as práticas artísticas dos músicos e
as pesquisas dos produtores locais.
Regeu o seu pensamento pelo humanismo mediterrâneo tributário e
continuador de um pensamento de imigrantes avulsos e com certa erudição
italiana. O avô arquiteto construiu a igreja de Bagé. O pai a Hidráulica
Guaibense de Porto Alegre, passando a ser gerente de Estrada de Ferro para
Gramado e depois do Correio do Povo.
Nesta erudição Aldo OBINO era capaz de prestar atenção[1],
registrar por escrito, qualificar e
discriminar minuciosamente todas as obras de uma exposição de artes visuais. A
sua qualificação dirigia-se mais aos aspectos formais deixando e convidando o
expectador e o leitor para exercer realizar os seus juízos e qualificações
estéticas das obras expostas a um público aberto e indiscriminado. Já pela
escolha do nome de sua coluna jornalística como “NOTAS de ARTE” evidencia-se um
distanciamento e um contorno da “CRÍTICA de ARTE”. Sabia os limites e as
competências de um pensamento muito próximo e interativo com o que se passava
na SOCIEDADE LOCAL e agindo numa tecnologia de um TEMPO em acelerada evolução.
Ficou fiel à tecnologia do seu TEMPO. Criou as suas “NOTAS de ARTE” na sua
máquina de escrever, com textos revistos editados por outros transformados em
chumbo pelas linotipos, com poucas imagens e impressos na linha de montagem do
jornal. A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL encontrou Aldo OBINO como apreciador exigente e
atento de música erudita executada ao vivo e que ele usufruía como ouvinte
atento sem divulgar os seus juízos ou pensamento.
Aldo OBINO estava muito consciente do seu TEMPO. Assim
declarou a CIDA GOLIN no final de uma longa entrevista (2002, p 44) que:
“Hoje tudo
está muito sofisticado. Minha formação não chegou a tanto. Meu sobrinho
trabalha em computador. Eu ainda sou da máquina manual de datilografia. Não
estou usando-a no momento mas, a qualquer hora, quero pegá-la novamente. Antes
de ir embora, ainda tenho de escrever alguma coisinha”
[1] _ há
evidentes lapsos nestes registros mentais com aquele em que Fernando Corona o
denomina de “DISTRAÌDO” pelo registro equivocado de um título.
Fonte da
imagem: ALDO OBINO por Cida GOLIN, 2002 - p012
Fig. 02 – O fato de Aldo OBINO ceder para
a jornalista Cida GOLIN é revelador e índice
profundo do PENSAMENTO deste critico da arte. Na mitologia o herói não possui
berço nem túmulo, nas gestas heroicas ou nas narrativas do FAR WEST. Ele
aparece adulto, inteligente e guerreiros conforme o nascimento de ATENAS
emergindo, esplendorosa, da mente de ZEUS, No polo antagônico uma parte do
cristianismo cultua uma CRIANÇA no BERÇO. Pois o VERBO que pé DEUS se FEZ
CARNE. Esta foi a grande contribuição de São Francisco de Assis ao disseminar o
culto do PRESÈPIO. Presépios que se tornou tema recorrente do
RENASCIMENTO contrariando a tradição bizantina do “DEUS na GLÓRIA” (PANTOCRATOR)[1] No plano material, o
cuidado com a infância, é o índice mais expressivos de uma civilização
mediterrânea..
2
– Obstáculos sociais e culturais
que Aldo OBINO teve
de enfrentar no cultivo e na divulgação de seu PENSAMENTO estético
O jornalista, professor e filósofo
Aldo OBINO teve de assimilar,
se definir e continuar um pensamento próprio num ambiente com poucos
mas fortes concorrentes de todas as matizes, forças e densidades.
Na afirmação e sobrevida do seu pensamento próprio não transigia, nem adotava
um ecletismo fácil ou buscava brilhar pelo marketing e propaganda do seu nome.
Esta autonomia do seu pensamento próprio rendeu-lhe raros estudos de sua obra,
pensamento e legado. O pesquisador de sua obra, do seu pensamento e da sua pessoa
necessita sair de sua couraça conceitual para expor-se, explorar os caminhos
que estão fora dos mapas da moda e do pensamento hegemônico, carimbado e
pasteurizado.
Fig. 03 – Aldo OBINO nasceu, se educou e residiu na legendária RUA DO ARVOREDO (Fernando
Machado).. Foi aluno do COLÈGIO ROSÀRIO quando este funcionava ainda no
atual prédio da Cúria Metropolitana
A autonomia e a identidade do pensamento de Aldo OBINO não se desviaram
ou se quebraram diante das torrentes e dos tsunamis - dos mais variados matizes
ideológicos, étnicos e técnicos - que periodicamente varrem cidades periféricas
como Porto Alegre. Este rumo não foi mudado mesmo pelos grandes movimentos
políticos, culturais internos do Rio Grande do Sul. Evidente que trouxeram ATUALIZAÇÃO
da INTELIGÊNCIA e adicionaram contribuições que foram filtrados, aproveitados e
divulgados, por Aldo OBINO. sem que mudassem o seu rumo.
3 – O
contexto social, político, econômico e estético do PENSAMENTO de
Aldo OBINO no
Rio Grande do Sul.
Os produtores e pesquisadores das
artes visuais no Rio Grande do Sul encontraram um interlocutor atento no jornalista, professor
e filósofo Aldo OBINO. Ele levava a sua
presença física constante aos projetos e às práticas estéticas socializadas
pelos artistas visuais, músicos e teatrólogos para um público local. Para quem
o procurava para divulgar a sua obra ele não questionava idade, ideologia,
poder econômico, social ou político. Era presença certa no centro histórico ou
na periferia urbana onde ocorria a manifestação. Bastava um singelo convite.
Aldo OBINO colocava-se como um mediador honesto num mundo da arte ainda ralo. Neste mundo da arte
ele interagia com público social e economicamente em ascensão, porém muito
distante de uma consolidação de uma PESQUISA confiável e de permanência assegurada.
Nestas condições precárias mantinha a honestidade consigo mesmo, com os
artistas e com os apreciadores, consumidores e as instituições.
Aldo OBINO mantinha AUTONOMIA política, econômica e estética.
Assim artistas das mais variadas tendências estéticas, níveis econômicos e
ideologias encontravam guarida e acolhida nas suas “NOTAS de ARTE”. Nesta coluna jornalística os estudantes desvalidos e
titubeantes encontravam especialmente uma acolhida segura.
4 –
Aldo OBINO
afirma o seu PENSAMENTO e colabora na
formação da consciência estética no
contexto sul-rio-grandense apesar das fragilidades, resistências
e o silêncio oficial.
Aldo OBINO enfrentou a sua formação humanística no ambiente
de Porto Alegre. Seguiu o caminho de Mário de Andrade que também nunca
atravessou o Atlântico. Certamente teve de pagar um alto preço por esta escolha
diante do olhar superior dos adventícios estrangeiros e pelos representantes
das classes abonadas. Classes abonadas e
estrangeiras que eram contaminadas pela mentalidade colonialista e escravocrata.
Classes abonadas que vinham com as suas valises portadoras dos vírus coloniais ou,
retornavam, com as suas mentes afiadas e municiadas pelas culturas hegemônicas
para remeter os nativos para a servidão conceitual, econômica e política.
Impunha-se a todo o instante
reconstruir e formar uma consciência
estética, o contexto sul-rio-grandense contra
esta servidão política, econômica e conceitual. O trabalho
do jornalista, professor e filósofo certamente estava muito distante de reforçar
estas fragilidades,
vencer as resistências
e convencer o mundo oficial que a ARTE era a EXPRESSÃO MAIOR de um PROJETO
CIVILIZATÓRIO.
Evidente que este PROJETO
CIVILIZATÓRIO ia contra os interesses dos DONOS do PODER no Rio Grande do Sul que podiam continuar a praticar a VIOLÊNCIA
SIMBÓLICA, ECONÔMICA e SOCIAL. A ARTE dos DONOS do PODER, no Rio Grande do Sul, era, e continua sendo, aquela que
seu baixo repertório estético se deixava atropelar por marqueteiros e
propagandistas de qualquer tendência estética. Do único critério do qual
entendiam e queriam admitir que esta
tendência estética estivesse muito bem cotada no MERCADO de ARTE e
abundantemente regada pela mídia diária da grande imprensa internacional.
Fonte da
imagem: ALDO OBINO por Cida GOLIN, 2002 - p014
Fig. 05 – Advogado
formado em ciências JURICAS da FACULDADE de DIREITO sob a direção do
Desembargador Manuel André da ROCHA . Dirigiu
este saber erudito para o magistério na condição de professor de Filosofia,
para o jornalismo voltado para o mudo das ARTES.
5 –
Leituras e narrativas estilísticas do
PENSAMENTO de Aldo OBINO
As “NOTAS de ARTE” de Aldo OBINO
permitem as mais variadas leituras devido a abertura conceitual praticadas pelo
seu autor. Direcionadas para um público de um jornal informativo - tanto urbano
como rural - fixava-se no noticiário das práticas artísticas que ocorriam na
capital de Estado.
Assim o pensamento de Aldo OBINO
orienta-se pelas narrativas jornalísticas praticadas nas demais sessões deste
periódico. Evidentemente que a sua formação filosófica - e a sua prática na sala de aula - permitiam-lhe
contornar intrigas previsíveis. Previsíveis entre os variados e contraditórios
repertórios, formações e profissões praticadas pelos seus leitores, como acontecia
nas suas comunicações em sala de aula. Nas leituras estilísticas da arte,
praticadas em Porto Alegre, havia outros profissionais concorrentes tanto na
Filosofia da sala de aula como na redação do jornal. No magistério conviveu, e
repartia aulas, com Armando Câmara como Ernani Maria Fiori[1].
Na redação do jornal trabalhou ao lado de Fábio de Barros como com Carlos
Scarinci que também era professor de Filosofia e Estética..
Fig. 06 – Uma
amostra da coluna NOTAS de ARTE criada
mantida por Aldo OBINO no CORREIO
do POVO. O próprio jornal mantinha uma Galeria de Artes. A matéria e a foto
é o registro e amostra oficial do resultado estético obtido pela Associação
Araújo Porto Alegre na sua gira pelo estado do Rio Grande do Sul
(missões),Bahia (Salvador) e Minas Gerais (cidades históricas)
Nas tentativas de leituras estilísticas dos textos
jornalísticos é necessário dar-se conta de que as “NOTAS de ARTE” são TRABALHOS
de Aldo OBINO destinados ao consumo.
Não desejavam serem OBRAS ao modo de construções estéticas em si mesmas. Não queriam serem construções estéticas e
literárias que se bastam a si mesmas ao modo de uma poesia ou uma crônica
intemporal.
6 – O
profissionalismo, a projeção e a permanência
do PENSAMENTO de Aldo OBINO.
A extensa produção do jornalista Aldo
OBINO reveste-se de um profissionalismo e é marcada pelo contrato não só
com a empresa jornalística como pelo seu público. Público a quem o
professor e o filósofo não sonegava a informação, ao mesmo tempo em
que não fazia proselitismo ou buscava infundir uma determinada estética.
Neste profissionalismo e projeto para alguns era algo chato e “dejá vu”.
Numa reclamação contra ao autor das “NOTAS DE ARTE”, feita ao proprietário da
empresa jornalística, este foi enfático “PODEM
DESPEDIR a MIM, mas não ao Aldo OBINO”.
Fig. 07 – O retrato “Para
o grande amigo Aldo OBINO” assinado
por Iberê CAMARGO é um reconhecimento pelo acompanhamento atento e seguro da carreira deste artista sul-rio-grandense..
Magistério
Se o PENSAMENTO de Aldo OBINO não se consolidou num corpo estético inovador e fora da
curva, em contrapartida o seu trabalho jornalístico constitui-se num imenso
documento daquilo que aconteceu no mundo das artes em Porto Alegre ao longo de
meio século.
Não é possível ignorar o seu trabalho de arquivista
eventual do Correio do Povo e as resenhas anuais daquilo que acontecia ao longo
do ano nas artes em Porto Alegre. Como arquivista, descobriu o pensamento de
Olympio Olinto de OLIVEIRA a quem continuou em outra época e circunstâncias. Conviveu e interagiu com Fábio De BARROS.
Fonte da
imagem: ALDO OBINO por Cida GOLIN, 2002 - p016
Fig. 08 – A
baixa remuneração do magistério de FILOSOFIA - mesmo no prestigioso GINÀSIO JÚLIO de CASTILHOS -
fez com que Aldo OBINO tivesse de exercer
simultaneamente o jornalismo . Sei magistério
era a vocação o jornalismo tornou-s profissão e oportunidade da atingir um
público distante da sala de aula. Profissão que o manteve na casa que seu pai
administrava depois de construir a Hidráulica GUAIBA de Porto Alegre e
empreitado a construção da catedral de Bagé.
7 –
Etapas da transição do PENSAMENTO de Aldo
OBINO e o mundo
da ÉPOCA PÓS-INDUSTRAL
A presente postagem possui todas as características
e a natureza do
mundo da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Neste
mundo NUMÉRICO DIGITAL busca-se refletir sobre o imenso espaço da
fronteira cultural que era o Rio Grande
do Sul na época de Aldo OBINO Este jornalista,
professor e filósofo viu desfilar diante de seus olhos, ouvidos e
mente a mais variadas tendências. Não
tomou outro compromisso além dos profissionais.
Nesta dimensão profissional houve
etapas bem marcadas. Porém toda a sua trajetória profissional ocorreu ao abrigo
técnico e operacional da ERA INDUSTRIAL. Assim esta grande etapa cessa na entrada
da ÉPOCA PÒS-INDUSTRIAL. Cessa quando ingressou a ERA DIGITAL e da INFORMÁTICA
e as REDES SOCIAIS
De outro lado a ERA INDUSTRIAL no Rio Grande do Sul é tardia
e que perdeu forças e hegemonia muito cedo para outros centros culturais mais
informatizados, concentradores de capital, de tecnologia nas mãos de empresas
de mídia.
Esta marginalidade sul-rio-grandense também
silenciou a memória de Aldo OBINO
Um dado certamente interessante para sublinhar é que entre - os
compromissos profissionais de Aldo OBINO - não existe, pelo que
saiba, nenhum LIVRO de sua lavra, edição e divulgação. Certamente intuía o MUNDO de SEBOS, de LIVROS
ENCALHADOS, DESCARTADOS e RECICLADOS que caracteriza o LIVRO no mundo da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Isto não o impediu de adquirir a
biblioteca do médico psiquiatra, jornalista e professor de História da Arte Dr. Fábio
de BARROS.
Fig. 09 – Para Aldo OBINO a vocação de arquivista manifestou-se
na conservação do acervo de jornais do Correio do Povo, a sua recensão anual
para publicação no final do ano e organização dos seus próprios documentos . Não publicou um livro autoral confiando
que a sua memória estaria na sua trajetória jornalística cujos originais ajudou
a organizar e preservar.
8
- Permanência do potencial do PENSAMENTO
de Aldo
OBINO apesar da sua ausência física
Não há registro de que Aldo OBINO
tivesse recebido alguma honraria, título ou denominação de um lugar público
com o seu nome. Uma das raras exceções foi o livro lançado em vida
que fez uma estudo, prolongada entrevista e uma seleção de suas “NOTAS de ARTE”
Assim o seu PENSAMENTO - materializado e expresso nas suas “NOTAS de
ARTE” - constitui uma FONTE potencial de permanência física. FONTE potencial entregue
a futuro PESQUISADOR. PESQUISADOR com a sua mentalidade ainda não crestada por
interesses subordinados ao colonialismo e à servidão acadêmica. PESQUISADOR
gozando e exercendo deliberações AUTONOMAS. Estudante escreve não HISTÓRIA nem faz
ARTE. Ele ainda está na HETERONOMIA dos seus orientadores, algemado nas normas
acadêmicas e centralistas de Brasília.
Esta HETERONOMIA é tudo o que PENSAMENTO de Aldo OBINO busca fugir. PENSAMENTO que toma distância destas mentes
domesticadas e servis de algo que elas próprias não suspeitam. Mentalidades
domesticadas pela FAMA ALHEIA, pela REDE MUNDIAL e que não distinguem
“ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA” de “PESQUISA ESTÉTICA”. O PENSAMENTO de Aldo
OBINO é terreno FERTIL para quem souber cercar, descobrir o seu potencial
genético e trabalhá-lo no âmbito das fronteiras do RIO GRANDE do SUL. O
PENSAMENTO de Aldo OBINO poderá chegar para além deste âmbito regional na medida
da fortuna desta PESQUISA, SISTEMATIZAÇÃO, DIVULGAÇÂO e ACEITAÇÂO LOCAL. Como este POTENCIAL desperta muitas dúvidas para
a sua ACEITAÇÃO LOCAL, é sinal de que
ele que exige MUITO TRABALHO.
09 –
O pensamento de Aldo OBINO introduz outras ESTRATÉGIAS para se tornar AUTÔNOMO do MUNDO OFICIAL e
assim ampliar o seu potencial do intelectual e esteta e se aproximar da lógica
da livre iniciativa da ERA INDUSTRIAL.
Aldo viveu no apogeu da ERA INDUSTRIAL e constitui uma das expressões no
Rio Grande do Sul da especialização e da distribuição de papeis no campo das
forças da arte. Aldo OBINO prestava
atenção, registrava por escrito,
qualificava e discriminava minuciosamente todas as obras de uma
exposição de artes visuais. A sua qualificação dirigia-se mais aos aspectos
formais deixando o expectador na autonomia dos seus próprios juízos de valor.
Frente às obras expostas, a um público indiscriminado, as suas narrativas
convidam o leitor para exercer realizar os seus julgamentos e qualificações
estéticas, e abertas ao contraditório. Já pela escolha do nome de sua coluna
jornalística como “NOTAS de ARTE” se evidenciam um distanciamento e um contorno
da “CRÍTICA de ARTE”. Sabia os limites e as competências de um pensamento muito
próximo e interativo com o que se passava na SOCIEDADE LOCAL e agindo numa
tecnologia de um TEMPO em acelerada evolução. Ficou fiel ao seu TEMPO e
tecnologia. Criou as suas “NOTAS de ARTE” na sua máquina de escrever, com raras
imagens, com textos revistos editados
por outros, transformados em chumbo pelos linotipos e impressos na linha de
montagem do jornal. A ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL encontrou Aldo OBINO jubilado e
afastado do campo profissional e técnico das novas mídias e outro público pouco
afeito a prolongadas e profundas leituras críticas.
Fig. 10 – Uma imagem de Aldo OBINO e Francisco RIOPARDENSE de MACEDO
num evento da Associação Francisco Lisboa
de final de ano de 2002.. Dois mundos profissionais, políticos e
ideológicos opostos em muitos pontos, porém unidos pela profissão de escreve em relação à ARTE.. Ambos conduziram
até o final de suas existências esta
dedicação a mundo estético e humanista.
10 -
O PENSAMENTO de Aldo
OBINO e o seu legado institucional
Para os produtores das artes visuais no Rio Grande do Sul Aldo OBINO continua a se constituir numa referência externa incontornável.
Ele era presença física e ocular junto aos projetos e as práticas estéticas
levadas ao público pelos artistas visuais, pelos músicos e pelos teatrólogos.
Ao longo seu tempo investia-se do papel
de um mediador honesto com os apreciadores, com os consumidores e com
as instituições.
Aldo Obino viveu numa época na qual se geraram e
distribuíram os papeis das expressões no campo das forças da arte no Rio
Grande do Sul. Ao longo de sua vida ele circulou
e foi respeitado simultaneamente na MÚSICA, no TEATRO e nas ARTES VISUAIS.
Enquanto exercia estas funções estes campos se dividiram e se especializaram.
Se não é possível atribuir ao
pensamento de Aldo OBINO um tom
conciliador também está muito distante de afirmar que se fechou sobre si mesmo
e se bastou a si mesmo. Com a sua formação nas Ciências Jurídicas, em
Filosófica, na prática de docência e com o exercício do jornalismo não era
fácil admitir qualquer capricho intelectual, delírio mental e/ou ideológico. Se
um lado permanecia na defensiva contra estas investidas extemporâneas, do outro
lado sabia que por mais evidente que fosse a contradição, sempre existia um
TEMPO e um LUGAR para transfigurar estas energias contrárias em complementares.
Com este amplo projeto manteve um PENSAMENTO fundamentado e com recursos
próprios
.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS relativas a
Aldo OBINO
FONTE
BIBLIOGRÁFICA
OBINO, Aldo. Notas de arte. Org,
Cida Golin. Porto Alegre : MARGS/Caxias
do Sul : Nova Prova EDUCS, 2002, 152 p.
https://www.ucs.br/site/editora/catalogo/artes/aldo-obino-notas-de-arte/
DEPOIMENTOS ao
AUTOR DESTA POSTAGEM
OBINO, Aldo. Depoimento informal na APLUB em 1999 1) em relação ao
seu pediatra dr. Olinto de Oliveira que atendeu na sua especialidade de uma
paralisia infantil. 2) confirmou que foi testemunho do discurso de Tasso Corrêa
no Theatro São Pedro no dia 24 de outubro de 1933 e das consequentes
repercussões
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
O ÙLTIMO FUNDADOR da ARI
“Quem” fez? “o
que”? “onde”/ “quando?” “como?” “por que?”
http://www.nonada.com.br/portal/2015/10/para-cartografar-a-arte-local-aldo-obino-e-as-notas-de-arte/
PLÁGIO é CRIME
Ernani Maria FIORI
http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/ufrgs-pretende-republicar-obras-do-professor-ernani-maria-fiori
PROPOSTA de
ESTUDO dos PENSADORES das ARTES VISUAIS do RS
Estudado, no dia
24.08.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 03
Olinto Olympio de
OLIVEIRA (1866-1956)
Estudado, no dia
19.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 09
Fábio de BARROS
(1881-1951)
Estudado, no dia
28.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 07
Ângelo GUIDO GNOCCHI ( 1893-1969)
Estudado, no dia
21.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 06
Fernando CORONA (1895-1979)
Estudado, no dia
14.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 05
Tasso Bolívar Dias CORRÊA (1901-1977)
Estudado, no dia
05.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 08
Athos DAMASCENO
FERREIRA (1902-1975)
Estudado, no dia 31.08.2017,
pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 04
Herbert CARO
(1906-1991)
Estudado, no dia
26.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 10
Alice SOARES
(1917-2005)
Estudado, no dia
16.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 12
Francisco
Rio-pardense MACEDO (1921-2007)
Estudado, no dia
23.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 13
Frei Antônio do
Carmo CHEUICHE (1927-2009)
Estudado, no dia
07.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 15
Carlos SCARINCI (1932-2015)
Estudado, no dia
30.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 14
Walmir AYALA
(1933-1991)
Estudado, no dia
14.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 16
João Carlos
TIBURSKY (1950 -+17.04.2011)
Estudado, no dia
21.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 17
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