sábado, 23 de abril de 2016

164 – O PENSAMENTO de TASSO CORRÊA

As CIRCUNSTÂNCIAS da FORMAÇÃO do PENSAMENTO de
TASSO BOLÍVAR DIAS CORRÊA


04 - .A  ORIGEM FAMILIAR e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA.

05  - A FORMAÇÃO SUPERIOR de TASSO e ERNANI CORRÊA entre os anos de 1918 -1924

06 - INÍCIO da ATIVIDADE PROFISSIONAL  de TASSO e de ERNANI no RIO GRANDE do SUL

07 -  A REVOLUÇÃO de 1930 e as ARTES

04 – A ORIGEM FAMILIAR e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA 
Fig. 06 –  Na foto ERNANI, OSCAR,  ROSINA e  TASSO.  A origem familiar da família CORRÊA  se constituiu na fronteira do Rio Grande do Sul. Depois  Oscar  migrou, com a família, para o Ceará e ao Rio de Janeiro, na qualidade de funcionário e técnico de portos e canais. No interior de São Paulo existe a vila ROSINA[1].

Ao buscar vestígios do pensamento de Tasso Corrêa não é possível ignorar ou contornar as suas origens familiares. Esta estrutura é pequena para a época, mas adequada ao nomadismo que um funcionário publica se vê compelido de exercer.
Família cujos dois filhos vieram ao mundo ao raiar do século XX. Tiveram por berço Uruguaiana, no extremo sul do Brasil, próximo das fronteiras da Argentina e não muito distante do Uruguai. A conexão com as capitais dos países do Rio da Prata era facilitada pelo Rio Uruguai e os seus afluentes. O exercício da profissão de OSCAR CORRÊA era em função desta conexão fluvial com as capitais do Rio da Prata por meio do Rio Uruguai. Esta profissão levou esta família para o Ceará e depois para a capital federal onde os filhos realizaram a sua formação superior.
Uruguaiana foi a única cidade fundada pelos Farroupilhas. A fidelidade ao regime republicano era um sentimento comum na família Oscar Corrêa. Ernani, na sua resenha biográfica[2] especula sobre conexões de sua família com descendentes de Tiradentes. O que é certo que Tasso Corrêa tinha vínculos familiares com os próceres vitoriosos na Revolução de 1930, especialmente com José Antônio Flores da Cunha (1880-1959). Estes laços familiares e empíricos com todo território brasileiro são significativos na medida em que Tasso Corrêa agiu no âmbito da institucionalização e na reprodução das Artes no Rio Grande do Sul, ação motivada por um sentimento de brasilidade. Ação que se desenvolveu nos picos da onda de nacionalismo brasileiro e cujo ápice político foi o ESTADO NOVO ocasião na qual existia - legalmente e por direito -  apenas um único partido no Brasil.
O seu irmão Ernani Dias CORRÊA (1900-1982) cultivou um espírito especulativo e expresso em extensos textos. Ernani socializava estas suas especulações por meio de teses, textos destinados aos seus estudantes e colegas. Cedo enveredou para o estudo e prática do Esperanto de Ludwig Lejzer Zamenhof[3]. Congregou os colegas arquitetos no IAB-RS do qual foi o primeiro presidente. Porém a sua obra fundamental foi conferir um corpo institucional e universitário ao ensino e aprendizagem da ARQUITETURA e URBANISMO no Rio Grade do Sul.
Ernani esteve presente na criação e ativo na reformulação universitária do CURSO SUPERIOR de ARTES PLÁSTICAS do IBA-RS. Neste ele introduziu, desde 1936, a disciplina de Arquitetura Analítica que ele ministrou e que manteve neste mesmo curso superior. Propôs e fez funcionar, em 1939, o Curso Técnico de Arquitetura. Estas duas iniciativas permitiram ao IBA-RS montar e fazer funcionar, a partir de 1944, o CURSO SUPERIOR de ARQUITETURA e, em 1947, O CURSO SUPERIOR de URBANISMO. Curso diferente da Escola de Engenharia que apenas teve o CURSO de ARQUITETURA e como especialização do seu CURSO SUPERIOR de ENGENHARIA. Ernani integrou o corpo docente da FACULDADE de ARQUITETURA e URBANISMO quando da sua criação na UFRGS.



[1] VILA ROSINA -Caieras - São Paulo https://www.youtube.com/watch?v=036b55vcq2I
[2] ARQUIVO DO INSTITUTO DE ARTES - UFRGS Ficha 1995 a 2000-Tese de Doutoramento de Círio Simon. 148aCURR Currículo de Ernani Dias Corrêa: arquiteto-engenheiro Auto biografia do Professor Ernani Dias Corrêa, com dados sobre o seu irmão Tasso Dias Corrêa s/Data Origem: material existente na pasta profissional do professor Folhas mimeografadas a alcool


Um documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 07 –  Ernani Dias CORRÊA num desenho que João Fahrion realizou em 1945 e que figurou como ilustração de num dos textos editados pelo professor e arquiteto Esta interação entre o alto pensamento expresso nos textos de Ernani e a prática das artes visuais é uma constante desta época do IBA-RS

O pensamento de Ernani CORRÊA constitui um contraste e um complemento do pensamento do seu irmão Tasso. Porém este contraste supõe ainda a recuperação, a contextualização deste pensamento de Ernani visando uma eficaz circulação para uma nova e ampla análise.
Fig. 08 –  A vida de TASSO e ERNANI estiveram sincronizados institucionalmente ao longo de destas suas existências. Isto não impediu caminhos conceituais e profissionais distintos. Tasso Corrêa estava afinado com a vida social e administração das Artes em geral, enquanto Ernani preferia a especificidade da ARQUITETURA e o seu espaço conceitual e profissional.
[ clique sobre o gráfico para ler]

05 - A FORMAÇÃO SUPERIOR de TASSO e ERNANI CORRÊA entre os anos de 1918 -1924

Um traço comum na formação acadêmica, dos dois irmãos, é que ela foi iniciada e concluída no interior da célula cultural brasileira. Ambos dispensaram os tradicionais estágios de formação e legitimação em vetustas instituições superiores europeias.
Esta formação se deu no meio do caminho e na confiança depositada no primeiro ciclo da República. Evidente que em toda parte esta etapa já estava no declínio dos primeiros entusiasmos da Proclamação do Regime Republicano já estavam esmorecendo. Declínio que buscava solução na criação e no funcionamento efetivo da Universidade Brasileira para todo o território nacional. Este projeto de uma Universidade Brasileira, para todo o território nacional, trouxe os dois irmãos Dias Corrêa ao Rio Grande do Sul.

Um documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 09 –  O diploma acima da SOCIEDADE BRASILEIRA de BELAS ARTES[1] do Rio de Janeiro conferido a Tasso CORRÊA é um índice das interações que ele mantinha com artistas da Capital Federal.
O que também uniu os dois irmãos foi o cultivo de estreitos vínculos culturais que construíram na Capital Federal. Vínculos gerados ao longo de sua formação e pelos frequentes contatos posteriores com figuras exponenciais deste centro cultural nacional.
Nestas vivências e contatos é necessário esclarecer que, nesta capital federal brasileira, nenhum dos dois praticou nenhuma franquia a favor do centralismo que colocavam na heteronomia as instituições locais. Ao ingressar no Rio Grande do Sul absorveram rapidamente as consequências da Constituição Republicana de 14 de julho de 1891. Esta Constituição Castilhista  foi coerente com o artigo 3º do Decreto nº 1 do Regime Republicano de 15 de novembro de 1889[2]. A “SOBERANIA” do Estado do Rio Grande do Sul induzia formas institucionais próprias e na autonomia de outros centros políticos, culturais ou sociais brasileiros.

06 - O INÍCIO da ATIVIDADE PROFISSIONAL no
RIO GRANDE do SUL. 1921 -1930.

Outro traço comum na biografia dos dois irmãos é o retorno de ambos ao seu estado natal para exercerem as suas profissões.
Um documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 10 –  A CASA COMERCIAL BEETHOVEN mantinha a SALA BEETHOVEN em Porto Alegre. Uma das mais ativas ações culturais de TASSO CORRÊA como diretor cultural desta sala ao longo de 1931[1]. Tasso Corrêa continuou mesmo depois que administração da casa comercial se desinteressou pelo negócio comercial.

Ambos experimentaram e tiveram êxito na prática daquilo que eles iriam levar para a sala de aula ou para a administração institucional das Artes[2], antes de se entregarem ao ENSINO e CONDUÇÃO institucional das Artes.
 Ernani montou, em Porto Alegre, um escritório de arquitetura que ele anunciou na Revista Madrugada do ano 1926 junto a um seleto grupo destes profissionais estabelecidos na capital do Estado do Rio Grande do Sul.



[1] ROSA SIMÕES Júlia da A SALA BEETHOVEN (1931-32) Música e Cultura em Porto Alegre; Porto Alegre: Departamento de História da FFCH- PUC-RS 2008 Orientação de Maria Lúcia BASTOS KERN – 116 fl   file:///C:/Users/Simon/Downloads/5038-16240-1-PB%20(1).pdf

Escritório de Ernani CORRÊA - anúncio revista Madrugada 1926
Fig. 11 –  O anúncio comercial de Ernani Dias CORRÊA - oferecendo seus préstimos como arquiteto e construtor em Porto Alegre - era paralelo à sua ação na Secretaria de Obras do Governo do Rio Grande do Sul. A somatória destas experiências foi gradativamente vertida para jornais, revistas e finalmente em livro impresso pela Editora do Globo.

Por meio esta atividade profissional os dois irmãos, ao escolherem este ambiente, vincularam-se aos grupos sociais, econômicos e políticos os mais expressivos de sua época. Para Ernani o lugar ideal da época era a prestigiosa SECRETARIA de OBRAS do Rio Grande do Sul. Ali teve ocasião de experimentar as recentes concepções que trazia desta fase da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Concepções que produziram o pensamento de Lúcio Cotas, de Atílio Corrêa e do próprio Oscar Niemeyer. Com este pensamento em mente participou dos projetos urbanísticos de Arroio do Meio, de Irai cidade para qual irá projetar em 1930 o atual prédio do Balneário. Na Capital participou do projeto da Hidráulica dos Moinhos de Vento, dos equipamento necessário para a atual Praça Otávio Rocha e a Vila Floresta. Estas experiências se cristalizaram na obraManual do Engenheiro Corrêa-Barcellos e que ganhou, em 1939, forma impressa na Editora do Globo. Neste meio tempo pontilhou as suas observações em artigos estampados na imprensa e nos órgãos jornalísticos locais. 
Um documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 12 –  A foto da SALA BEETHOVEN[1] no acervo dos DOCUMENTOS do ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UFRGS.  Além de oferecer os pianos brasileiros fabricados em Curitiba pela firma Essenfelder[2] este ambiente era uma sala de Música Erudita de iniciativa particular no coração da Rua da Praia frente à atrativa Praça da Alfândega. Nesta Sala o pensamento de Tasso Corrêa podia se expressar numa nutrida seleção de músicas e de intérpretes do repertório brasileiro

Enquanto isto, o pensamento mais pragmático, do seu irmão Tasso Corrêa, ganhava os salões da elite porto-alegrense. Ali as suas opiniões e conceitos musicais eram respeitados especialmente no que tangia à PESQUISA ESTÉTICA MUSICAL BRASILEIRA. Expresso na escolha do repertório nacional tão bem como na seleção de intérpretes locais competentes para conferir corpo a este conjunto que se avolumava.
Júlio GRAU deu m documento da administração Tasso Corrêa aos cuidados  e guardados no Arquivo do IA-UFRGS
Fig. 13 –  O músico Júlio GRAU era do circulo dos profissionais de Música de Porto Alegre e ativo na Sala Beethoven ao lado de Tasso Corrêa O seu nome foi atribuído à Escola de  Ensino Fundamental e Médio localizada no Quarto Distrito de  Porto Alegre[1].

Evidente tanto Tasso como Ernani escolheram e estavam num espaço da periferia, não só internacional, mas também em relação aquilo que acontecia no Rio de Janeiro como em São Paulo. Província que preferia viver ainda de uma ATUALIZAÇÃO de UMA INTELIGÊNCIA do que era produzido e consumido em outros centros culturais. Centros culturais que trabalham e desejam a hegemonia, para si mesmos, na sua PESQUISA e PRODUÇÃO ESTÉTICA.
A ERA INDUSTRIAL encontrou na padronização e na estandardização uma ALIADA IMPLACÁVEL para ARRASAR e para desqualificar os produtos da pesquisa estética alheia e ainda dependentes da PEÇA ÚNICA do ARTESANATO. A ERA INDUSTRIAL destinava as migalhas - descartadas pelas suas linhas montagem unívocas - para os OUTROS como consolo e como prêmio por esta submissão. Os direitos autorais da pesquisa estética permaneciam na matriz e com o dono da franquia.
Os centros hegemônicos eram favorecidos e alimentados pela acumulação e pela apropriação de capitais monetários e humanos de um sistema avassalador de qualquer candidato concorrente. Na Música em Porto Alegre seria de citar a CASA ELÉTRICA e a experiência do próprio Tasso como diretor artístico da Casa e Sala Beethoven. Na área de Ernani estava viva, aos olhos e  memória de todos, as ideias e as obras de Teodor WIDERSPHAN (1878-1951) e Jacob Aloys FRIEDERICHS (1868-1950). Ambos foram descartados por uma ATUALIZAÇÃO de uma INTELIGÊNCIA vazia e incompetente para colocar uma PESQUISA ESTÉTICA mais atual, própria e coerente com o seu TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE local.
Nestes termos qualquer tentativa de IMPLEMENTAR o DIREITO à UMA PESQUISA ESTÉTICA AUTÔNOMO em Porto Alegre esbarrava na muralha da heteronomia INTELECTUAL, ESTÉTICA e SOCIAL. Prosseguir nesta autonomia era pedir GUERRA. GUERRA que significava enfrentar a mais ferrenha desqualificação ou, então, ver o seu PENSAMENTO amesquinhado e esterilizado pela cultura entrópica local ainda muito próxima da NATUREZA implacável.
Numa das revisões dos estatutos e do regimento do IBA-RS os borgistas incluíram Borges de Medeiro como MEMBRO de HONRA da COMISSÃO CENTRAL do IBA-RS. Foi um gesto simbólico e coerente com a mentalidade do final da REPÚBLICA VELHA.

07 -  A REVOLUÇÃO de 1930 e as ARTES

A década de 1920 - colocada simetricamente entre duas Guerras Mundiais e com grandes problemas econômicos e sociais - encontrou nas manifestações das ARTES uma forma para visualizar e materializar esta instabilidade. Sucederam-se tendências estéticas sem que nenhuma delas fosse hegemônica e universalmente aceita. Não foi diferente em Porto Alegre apesar de carregadas por ATUALIZAÇÕES de INTELIGÊNCIA sem mergulhar numa PESQUISA ESTÉTICA própria e única. Estas ATUALIZAÇÕES de INTELIGÊNCIA alimentaram o consumo interno sul-rio-grandense sem atingir o estado crítico da PESQUISA ESTÉTICA AUTÔNOMA. As revistas KODAK, Máscara ou Madrugada eram locais. Apesar de sua excelente qualidade gráfica para a sua época tinham uma parca circulação. A Revolução de 1930 foi precedida de numerosas manifestações de insatisfação, também em Porto Alegre, com personagens da Primeira República, que  poderiam ser aplicadas aos dirigentes da época do ILBA-RS. Uma nova geração de intelectuais foi porta-voz dessa insatisfação como aquela expressa, em 1926, pelos articulistas da revista Madrugada[2]. Eles escreveram “a mudança do regime monarchico foi apenas, entre nós, uma substituição de accento grave por agudo, na personagem governativa, o que vale dizer uma pura questão gramatical”. Os articulistas constatavam “passamos do governo dos reis ao império dos reis, entidades perfeitamente concretas, bem soantes, amadas e poderosas”.  Personagens sustentadas, não pela sua competência política, cultural ou ideológica, mas pelas puras forças do regime patrimonialista do estamento de dominadores do estado imperial transfigurado apenas semanticamente em república. Succedendo à aristocracia complicada dos brazões com corôa, os aristocratas do dinheiro formam um núcleo de cabeças ocas e barrigas fartas enchendo as ruas das mesmíssimas carroagens doiradas e vistosas nas quais os condes de antanho descansavam a indiscutível nobreza dos seus assentos”. A economia patrimonialista imperial encontrou apenas outras formas de escravidão no uso do ‘pátrio poder’ corrompido, permitindo a esses personagens, travestidos de republicanos, viver sem precisar trabalhar e para produzir algo honesto.Os Paes da pátria’ como esses Paes que notando na filha um Dom que a faz preciosa, exploram-na em seu próprio benefício, dormem regaladamente, na metade do anno, para na outra metade fruirem os milreis que a coitada ganhou a custa do seu trabalho”.
Este grupo de jovens intelectuais editorialistas[3] da Madrugada[4] foi comandado por Theodomiro Tostes, Augusto Meyer, João Sant’Anna[5] e Azevedo Cavalcante. Estes não podiam ser mais enfáticos na necessidade de mudar regime da Velha República. Mudança necessária devido aos fundamentos corrompidos pela permanência dos hábitos imperiais, coloniais além da escravidão disfarçada nos hábitos e latentes nos pensamentos políticos, econômicos e sociais.



[2]  Revista Madrugada Porto Alegre, ano 1, nº 5. Dia 04 de Dezembro 1926 (sem paginação).
[3]  -   Direção da Revista Madrugada, ano .1 nº3 1926.     .
[4]  -   COSME, Sotero. Capa n.º 1 da Rev.Madrugada e  COSME, Sotero . Capa da Revista Madrugada nº 3 1926  .
[5] - João Sant’Anna era secretário da Sociedade Rio-grandense de Bellas Artes que promoveu em Porto Alegre, o Salão de Outono, de maio a junho de 1925, e que pretendia institucionalizar o evento e lhe dar continuidade. Ficou num único evento. A Sociedade tinha por presidente honorário Borges de Medeiros e Otávio Rocha. O presidente efetivo era Francisco Bento Junior. Vice-Presidente Fabio de Barros e o tesoureiro era Bernardo Jamardo. A abertura do Salão de Outono de 1925 foi no Paço Municipal e presidida por Manuel André da Rocha, membro do CC-ILBA-RS.    Revista Máscara, Porto Alegre, ano 7, nº 7, jun.1925.                                       
SEELINGER Hélios (1878-1965)- “PELO RIO GRANDE PELO BRASIL” (1925-1930)  Óleo sobre tela Museu de Piratini
Fig. 09 –  O artista visual Hélios SEELINGER[1] foi o intermediário informal entre a ENBA e o IBA-RS. Porém tal qual no Rio de Janeiro não permaneceu preso ao ambiente acadêmico e institucional. Em 1925 estava em Porto Alegre onde ajudou a organizar o Baile de Carnaval e depois o Salão de Outono[2]. Nesta oportunidade apresentou um cartão intitulado “PELO RIO GRANDE PELO BRASIL para um mural para o paco Piratini que foi publicado na Revista Máscara de junho de1925[3]. Recebeu a encomenda definitiva no meio da efervescência dos preparativos da Revolução de 1930 que adotou o lema do seu quadro para mobilizar forças.  Não se encontrou documentos que o associem a Tasso CORRÊA. Porém ambos se moviam no ambiente da SOCIEDADE BRASILEIRA de BELAS ARTES do Rio de Janeiro. Hélios procurou o Rio Grande do Sul até nos seu últimos dias.
Pode-se perceber na revolta destes jovens, de 1926 de Porto Alegre, um dos reforços externos ao pensamento de Tasso Corrêa.  Reforços que irão se materializar na sua repulsa e luta ao Regime da VELHA REPÚBLICA e aquele continuísmo que irá emergir no Rio Grande do Sul após 1930. Este continuísmo, que num primeiro momento  apoiou externamente a Getúlio Vargas. Porém a mentalidade desta gerontocracia refluiu aos canais anteriores à Revolução. Era o caso das figuras da Comissão Central do IBA-RS, e, em muitos aspectos, do próprio Vargas que se movia em ambos os lados. Ecleticismo fulminado por Mário da Andrade, em 1938,  na época do Estado Novo, como “acomodatício e máscara de todas as covardias”[4].
Não há motivo para desqualificar ou ignorar o pensamento de TASSO CORRÊA como estranho, extemporâneo e contraditório para o pensamento nascido  e cultivado nas circunstâncias e recursos da ERA PÓS-INDUSTRIAL. Esta nova etapa da civilização e da cultura humana possui os meios e amplidão conceitual para entender, incorporar e usar tudo aquilo que proveniente da ERA INDUSTRIAL e, inclusive, aperfeiçoá-lo e divulgá-lo na rede mundial. Isto pode ser efetivado sem resvalar para o ecleticismo e pagar por soluções acomodatícias.
Evidente que o trabalho da ERA PÓS-INDUSTRIAL é dez vezes mais intenso e exigente do que na da ERA INDUSTRIAL. Especialmente se este pensamento e ações se guiam pela PESQUISA ESTÉTICA PERMANENTE e não se limitam e se esgotam numa mera ATUALIZAÇÃO a partir da INTELIGÊNCIA ALHEIA.
O pensamento de Tasso Corrêa respondeu ao seu próprio meio SOCIAL, ECONÔMICO e POLÍTICO. Assim atingiu o seu ponto crítico na sua formação PERMANENTE na PESQUISA ESTÉTICA. Evidente que estas competências tinham os seus limites. Assim não pode ser mitificado ou naturalizado. Impõe-se seu estudo e compreensão no seu TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE.



[3] - Revista MÁSCARA. Porto Alegre,  Ano 7, Nº 7, jun. 1925 – Salão de Outono
[4] “..ecletismo, em todo o mau sentido que possa ter esta pala­vra: o ecletismo, que é acomodatício e máscara de todas as covardias. Mas a limitação dos conceitos estéticos, a aquisição de uma verdadeira atitude artística, deverá evitar os ma­les do ecletismo”. [in Andrade, 1955, fl. 13]


SUMÁRIO dos

TEMAS da SÉRIE de POSTAGENS RELATIVAS ao PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA

Epígrafe: Uma AULA de AUTONOMIA de um ARTISTA.

163 – INTRODUÇÃO


01O PROBLEMA..

02 - HIPÓTESESE...

03 –.. OBJETIVOS

164 - FORMAÇÃO


04 - .O PENSAMENTO de TASSO CORRÊA e a sua ORIGEM FAMILIAR

05  - A FORMAÇÂO SUPERIOR de TASSO e ERNANI entre os anos de 1918 -1924

06 - INÍCIO da ATIVIDADE PROFISSIONAL  de TASSO e de ERNANI no RIO GRANDE do SUL

07 -  A REVOLUÇÃO de 1930 e as ARTES

165 - A UNIVERSIDADE BRASLEIRA e a ARTE


08 - A UNIVERSIDADE no HORIZONTE do BRASIL

09 - O CONFRONTO de 1933 - no THEATRO SÃO PEDRO

10 – O DISCURSO de TASSO CORRÊA como PARANINFO no THEATRO SÃO PEDRO em 24/10/1933

166 - PASSANDO para PRÁTICA


11 – A UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA) e o PENSAMENTO de TASSO CORRÊA

.12 – APOIO DOCENTE a TASSO CORRÊA e à UNIVERSIDADE de PORTO ALEGRE (UPA)

167 – O PENSAMENTO de TASSO BOLIVAR DIAS CORRÊA EXPRESSO em CONTRATO INSTITUCIONAL


-13 – A LAVRA de um CONTRATO INSTITUCIONAL

-14 – A COMISSÃO  CENTRAL  RETIRA-SE  do CENÁRIO do IBA- RS

168 - ASSUMINDO as FUNÇÕES


. 15  – APOIO DISCENTE a TASSO CORRÊA

..16 - O CONTRATO CONTROVERSO de  FERNANDO CORONA

. 17 - O DIRETOR ASSUME suas EFETIVAS FUNÇÕES.

169 - O CONSTRUTOR


...18 - TASSO CORRÊA o CONSTRUTOR

. 19 - TASSO CORRÊA  CONSELHEIRO de EDUCAÇÂO e CULTURA do RIO GRANDE do SUL

  20 - TASSO CORRÊA PROPÔE a UNIVERSIDADE das ARTES

170- CULMINÂNCIA


   21 – A CULMINÂNCIA da ADMINISTRAÇÂO de TASSO CORRÊA

   22 – O 1º SALÃO PAN-AMERICANO e o 1º CONGRESSO BRASILEIRO de ARTE

   23 – Um DESFECHO INESPERADO

171 – CONCLUSÕES e LOGÍSTICA


CONCLUSÕES
FONTES BIBLIOGRÁFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS

SIMON, Círio -  Pensamento de Tasso Corrêa  (1901-1977)– Porto Alegre: monografia,  2016 ,
     130 fls -  com DVD,  nº do sistema bibliotecas as UFRGS 000994363


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