A
MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no BRASIL
[sumário]
Publicam-se, a seguir, os sumários de cinco postagens que tratam da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no BRASIL disponíveis
nos endereços eletrônicos na rede mundial. Estas cinco postagens tratam desta
MISSÃO quando, em 2016, completam-se duzentos anos da sua
presença, das suas ações e das repercussões em território nacional.
O
CONDE da BARCA, JOAQUIM LE BRETON e os IRMÃOS von HUMBOLDT.
“ O Conde da Barca foi assaltado, em
todas as gazetas Inglezas, como um partidista Francez. O mesmo Correio
Brazilienie copiou essas infâmias ¿ Quanto nos regogisamos de as poder
contradizer com a authoridade do Soberano¿ ”
Correio Braziliense, fevereiro de
1816, p.191
Fig. 01 –
A Missão Artística Francesa veio ao Brasil graça a mediação de Antônio de
Araújo e Azevedo (1758-1817) - Ministro e
Secretario de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos do Reino
Unido Portugal Algarves e Brasil o 1º Conde da Barca. Esta mediação com a corte
lusitana - hospedada , em 1816, no Rio de Janeiro – teve dificuldades e
drásticas limitações. No entanto quando se rememora dois séculos desta
iniciativa este projeto teve saudáveis projeções e que repercutem até os dias
atuais.
A
MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no BRASIL envolveu a mediação do CONDE da BARCA, de
JOAQUIM LE BRETON e os IRMÃOS von HUMBOLDT. O Conde da BARCA foi responsável
por um amplo projeto civilizatório destinado ao Brasil soberano. Para tanto
manteve contatos continuados pessoais com a intelectualidade de proa como os
IRMÂOS HUMBOLDT e Joaquim LE BRETON. Este último havia sido o Secretário
Perpetuo do “INSTITUT de FRANCE” ao longo da Revolução Francesa e no Império de
Napoleão Bonaparte. Os IRMÃOS von HUMBOLDT haviam criado a UNIVERSIDADE que
leva o seu nome. Alexandre von HUMBOLDT conhecia a realidade da América
enquanto o Barão Johann William von HUMBOLDT era diplomata europeu muito atento
à nova realidade emergente da ERA INDUSTRIAL. Esta nova realidade afetava
diretamente as realidades institucionais da Europa da época. Elas reagiam ao Iluminismo,
à Revolução Francesa e às intensas e gigantescas campanhas napoleônicas. Para
materializar estes contatos, o CONDE da BARCA trouxe ao Rio de Janeiro uma
expressiva biblioteca e obras de arte. Ele cogitou destiná-las a serem sementes
de instituições culturais de uma nova nação soberana.
Eduard
Hildebrandt (1818-1869) Salvador (1844) Bahaia
http://www.cidade-salvador.com/seculo19/hildebrandt.htm + http://www.salvador-antiga.com/fotografos/hildebrandt.htm
Fig. 02 –
Aparência de Salvador BAHIA
um pouco após a época da viagem a
Missão Artística Francesa ao Brasil. A
ambição e a mediação do 1º Conde da
Barca destinava o projeto da Miissão
para todo o território brasileiro Porém com a soberania nacional este hábito
centralista e monocrático da corte lusitana deslocou-se de Lisboa para ao Rio
de Janeiro. Enquanto isto as antigas CAPITANIAS foram transformadas em
PROVINCIAIS IMPERIAIS. De outra parte seguia centralismo monocrático da
tradição da França comandada e dependente de Paris. . .
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As
atividades e os contatos do Conde da Barca com a cultura francesa valeram-lhe reações silenciosas e
persistentes das elites dos favorecidas provenientes da ERA COLONIAL
BRASILEIRA. O editor do CORREIO BRAZILIENSE teve ocasião de perceber esta situação e tentar remediá-la um ano antes da morte de Antônio de Araújo e Azevedo Conforme este registro e
reparação o Conde da Barca e Hipólito José da Costa estavam em lados e regimes
opostos em relação aos franceses. O Conde da Barca sempre se pautou pela
Ciência, cultura e Diplomacia francesas, enquanto Hipólito tinha aderido ao
lado britânico e contra Napoleão Bonaparte. Temos de reconhecer no editor do
CORREIO BRAZILIENSE as virtudes e para conferir qualidades mesmo naqueles que
pertencem e militam num paradigma oposto
ao seu.
Porém
esta reação silenciosa e persistente das elites favorecidas, provenientes da
ERA COLONIAL BRASILEIRA, custou caro para a fortuna, o progresso resultados
práticos que a MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA. O Brasil perdeu a contribuição do
Conde da Barca naquilo que potencialmente esta MISSÃO poderia ter contribuído no
desenvolvimento da Arte da Cultura e da Indústria brasileiras.
No
entanto estavam lançadas as sementes trazidas pela MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA.
Ela continuam germinar e ainda produzir
seus frutos em 2016
LEIA MAIS em:
0-131 NÃO FOI no
GRITO
Fig. 03 –
O texto da carta de Joaquin LE BRETON
(1760-1819)[1] ao CONDE da BARCA guarda ainda a essência do
projeto da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA. O seu pensamento busca interação do PODER ORIGINÁRIO com ESTADO NACIONAL em formação.. Defenestrado
do cargo de Secretário Perpétuo do INSTITUTO da FRANÇA recomeçava no Brasil o
seu ideário. No comando da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA, ofereceu o melhor do seu
pensamento e obra ao Reino Unido com o objetivo da formação de um novo ESTADO NACIONAL soberano.
CARTA de LE BRETON ao CONDE da
BARCA
O
pesquisador Mario Barata (1921-2007)
encontrou no acervo dos documentos do Itamaraty uma carta de Joaquim LE BRETON e a publicou no final da década de 1950[2].
O texto, desta carta, é datado do dia 12 de junho de 1816 e teve um curto
trânsito e foi pouco divulgada e menos estudada. Não temos certeza se o próprio
destinatário o recebeu, o colocou em prática e muito menos se o respondeu.
Neste
documento Joaquim LE BRETON tentou
conferir uma linha de pensamento governamental e um sentido
administrativo e um conteúdo básico para o início institucional das artes no
Brasil. Porém a ênfase maior deste texto recai sobre a SOCIEDADE, o LUGAR e o TEMPO
que deveriam receber uma instituição de
arte nos moldes europeus da época. O seu autor estava impregnado pelas ideais
iluministas enquanto refletia sobre os sucessos e fracassos da Revolução
Francesa e do Império Napoleônico. Le Breton aproveitava a ocasião para tentar dar uma forma à Era Industrial
emergente na época e a adaptá-la ao que seria possível numa terra na qual a ERA AGRÍCOLA reinava ainda hegemônica e inconteste. O pensamento e a experiência do
Secretário Perpétuo do “Institut de France” colocava-se diante desta realidade
nova. Ele comandava uma MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA contratada e ao serviço da
burocracia do BRASIL UNIDO. Na sua carta ele sintetizava as suas
concepções e buscava transferi-las ao Novo Mundo. Porém esta tentativa teve
vida curta. Vida que durou até o dia 12 de agosto de 1816. Nesta data a
burocracia governo do BRASIL UNIDO adotou
um paradigma completamente diferente do sugerido por Joaquim LEBRETON para
criar a “ESCOLA
REAL de BELAS ARTES e OFÍCIOS”.
Acredita-se
que o PENSAMENTO permanece, razão pela
qual publica-se o texto deste documento descartado neste projeto. Destaca-se
que o texto - desta carta de 1816 - expressa o PENSAMENTO de um PROJETO
anterior ao FAZER. Quando este FAZER veio ao mundo, a corte monocrática adotou uma
forma de uma instituição burocrática e patrimonialista. O paradigma adotado
ainda estava mergulhado na ERA AGRÍCOLA e era refém desta lógica.
[2] REVISTA do PATRIMÔNIO ARTISTICO NACIONAL - nº 14 - 1959
http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/RevPat14_m.pdf
D.
Miguel Angel Blasco | Prospectiva da cidade do Rio de Janeiro, 1760
nanquim, aquarela, papel canson telado | 67 x 247 cm
nanquim, aquarela, papel canson telado | 67 x 247 cm
Fig. 04 –
A MISSÂO ARTISTICA FRANCESA como também
LE BRETON estavam no Rio de Janeiro por uma NECESSIDADE objetiva e
determinante. A imigração para os quatro
cantos do mundo era, em 1816, a sina de milhões de europeus compelidos pela nova ERA INDUSTRIAL a mudar hábitos,
modos de produção e domicílios multisseculares.
Esta NECESSIDADE não impedia o seu TRABALHO e os seus PROJETOS. Ao contrário
encontravam uma TERRA ONDE HAVIA TUDO a
FAZER. Na institucionalização da ARTE no âmbito governamental no território
brasileiro estava tudo para acontecer ainda.
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Nos
méritos do projeto de Joaquim LE BRETON
é necessário destacar que a AVALIAÇÃO da EDUCAÇÃO INSTITUCIONAL nas
ARTES só e possível a partir de um PROJETO. O texto e o PROJETO, construído por LE BRETON, concebe componentes teóricos e da logística
institucional que sobre passam qualquer estética particular, técnica determinista ou
agentes personalistas e insubstituíveis. Ele mesmo, e o seu patrono, pereceram
pouco tempo após esta carta. Contudo não se perdeu em ideias imponderáveis e
abstratas. Para se alçar a este patamar superior referendou, o seu projeto,
simultaneamente nas suas circunstâncias POLÍTICAS, ECONÔMICAS, TÉCNICAS e
SOCIAIS BRASILEIRAS da ÉPOCA. Colocou este projeto no início do caminho e da
ação a ser concretizado no âmbito do NOVO MUNDO. LE BRETON seguiu a lógica de
que não adianta correr, saltar obstáculos realizar rupturas epistêmicas sem um
PROJETO. Com as suas recentes experiências pessoais na Europa sabia para onde
era possível ir, o que era possível gastar, como realizar e quais escolhas
irreversíveis a serem enfrentadas.
Involuntariamente
o projeto de LE BRETON possui outro mérito. Ele nada ficou a dever ao FAZER
monocrático, eclético e patrimonialista
da corte. Isto porque o seu projeto não foi adotado e nem misturado com
uma instituição burocrática e de curto alcance. Em compensação a matriz das
ideias do Secretário Perpétuo do “Institut de France” pode ser consultada,
criticada e ganhar uma dimensão atual e universal para as culturas em trânsito
como as atuais.
Outro
mérito e não cair na tentação utopista e quixotesca. Nesta ascese LE BRETON silencia
muitas coisas que não podiam ser ditas e nem enfrentadas na época. Em 1816 a
ruptura com um passado colonial e escravocrata era algo impossível no Brasil. O
Regime Colonial e a escravidão impregnavam subliminarmente ideias, hábitos de
sua época e barravam qualquer iniciativa frontalmente antagônica. Talvez este
projeto de LE BRETON ainda é muito
arrojado no Brasil do ano de 2016.
LEIA o TEXTO da CARTA de LE BRETON ao CONDE da BARCA em:
151 – LOGÍSTICA em
ESTUDOS de ARTE: Indústria e Arte no Brasil em 1816
Portal da Imperial Academia no Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Fig. 05 –
O Rio de Janeiro guarda alguns vestígios
da passagem de Dom João VI e da presença da MISSÃO ARTÍSTICA. Cientistas (palmeias
reais) e artistas (pórtico da IABA) de nível internacional acorreram pela
mediação na corte lusitana destinava no Brasil. O DIA da ARTE no Brasil busca
estes vestígios institucionais que se prolongam a partir deste projeto
civilizatório desencadeado no dia 12 de agosto de 1816.
12 de agosto: DIA da ARTE no BRASIL.
O DIA
da ARTE rememora o ocorrido em
12 de agosto de 1816. Nesta data o governo do BRASIL UNIDO criou oficialmente a
“ESCOLA REAL de BELAS ARTES e OFÍCIOS”[1].
Assim o 11 de agosto rememora o dia ADVOGADO devido a criação das Faculdades de
Direito de São Paulo e de Olinda, em 1827.
O DIA
da ARTE de 12 de agosto de 2016 possui um significado
especial, pois esta data marca o bicentenário desta criação do 1º Curso
Superior de Arte no Brasil.
A criação
oficial da “ESCOLA REAL de BELAS ARTES e OFÍCIOS” no Brasil - acima do mérito e
da natureza da instituição possível na época para a Artes - os seus agentes primordiais são o rei Dom
João VI, o CONDE da BARCA, Joaquim LE
BRETON e MISSÃO ARTISTICA FRANCESA.
A data de 12 de agosto de 1816 constitui uma
espécie de prelúdio, ou um ensaio, da SOBERANIA BRASILEIRA de PORTUGAL. A concepção
da “ESCOLA REAL de BELAS ARTES e OFÍCIOS” foi realizada no âmbito do NOVO MUNDO,
concretizou-se e consolidou a expressão da sua autonomia, sem depender da
antiga metrópole lusitana.
LEIA MAIS em:
0-158 - ESTUDO das ARTES – O DIA da ARTE
Fig. 06 –
Os restos do pórtico da Imperial Academia
de Belas Artes deslocados, no início do
século XX, para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro marcam simultaneamente os
vestígios da passagem de Dom João VI e da presença da MISSÃO ARTÍSTICA. Cientistas
de nível internacional passaram a dar atenção redobrada ao potencial vegetal do
Brasil em função das exigências de insumos cada vez mais volumosos e
específicos exigidos pela lógica da ERA INDUSTRIAL. Esta cobiça internacional a
apátrida exigia a contrapartida de um projeto civilizatório nacional do Brasil. para
cuja lógica e visibilidade a Arte e os seus agentes qualificados eram
convocados, institucionalizados e remunerados. O dia 12 de agosto de 1816 representa um ponto no tempo que marca este
contexto de busca do mundo simbólico brasileiro.
PINTURA HISTÓRICA.
“Cada pintor estudou os grandes modelos de
sua arte e se esforçou para deles apanhar alguma coisa; mas nenhum pintor que
ensina pode substituir-se às obras dos grandes mestres. Pelo contrário, os
professores, de alguma maneira, delas tem tanta necessidade quanto os alunos,
para demonstrar os princípios e a fim de se sustentarem a si próprios”
MEMÓRIA do CAVALEIRO JOAQUIM LE BRETON
para o ESTABELECIMENTO da ESCOLA de BELAS ARTES, no RIO DE JANEIRO[1].
Fig. 07 –
Jean Baptiste DEBRET trazia para os trópicos os aparato simbólicos colocado em
circulação pela imprensa da ERA INDUSTRIAL O seu referencial eram as descobertas e retomadas
do mundo Greco-romano empreendido pelo iluminismo e adotado na corte de
Napoleão Bonaparte. No dia 06 de
fevereiro de 1818, dois anos após a chegada ao Rio de Janeiro
Debret teve ocasião de projetar e montar a decoração do Palácio no qual Dom
JOÃO VI tomava posse como REI de REINO UNIDO de PORTUGAL, BRASIL e ALGARVES.
As
concepções de PINTURA HISTÓRICA, presentes no projeto de Joaquim LE BRETON, são
bem mais amplas do que a simples narrativa pictográfica de um tema ou de
assunto do passado. Referem-se a
capacidade do artista situar-se no seu TEMPO, LUGAR e SOCIEDADE para construir
algo original e novo que por sua vez é origem de uma tradição, de outra escola
e produzir obras únicas.
Estas
concepções de PINTURA HISTÓRICA buscam evitar o que na CIÊNCIA e TECNOLOGIA
seria a “reinvenção da roda”. Em última análise esta concepção de PINTURA
HISTÓRICA busca gerar um campo de pesquisas estéticas nas quais o artista está
na autonomia intelectual, sente-se como proponente de algo novo. Assim PENSA e
AGE com nome próprio como alguém responsável que principia algo (príncipe).
Para
a cultura colonial e escravocrata brasileira esta concepção de PINTURA
HISTÓRICA era algo impensável. Esta revolução deve-se à MISSÃO ARTÍSTICA
FRANCESA e está evidente em cada linha da carta escrita por Le Breton para o
Conde da Barca e datada do dia 12 de junho de 1816.
LEIA MAIS em:
0-159 - ESTUDO das ARTES – PINTURA HISTÓRICA
A MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA e a ERA INDUSTRIAL no BRASIL
“Criando simultaneamente uma Escola de Belas Artes, ‘los nobles
artes’, e uma escola de desenho para as artes e ofícios, se possa preservar a
primeira pela segunda”. Le Breton, 12 de junho de 1816.
Fig. 08 –
Jean Baptiste DEBRET desceu e registrou a vida diária da metrópole do REINO
UNIDO de PORTUGAL, BRASIL e ALGARVES. As
lojas comerciais eram extensões diretas das oficinas e dos ofícios artesanais Assim estão distantes de qualquer produto
da ERA INDUSTRIAL Tanto os produtores como os consumidores conservam esta
mediação direta e pessoal característica da ERA AGRÍCOLA apear de a cena ser urbana. A imagem ainda esta isenta de qualquer representação de algum produto
resultante da ABERTURA dos PORTOS para as nações amigas, além de alguns panos e
tecidos dos personagens..
Os
milhões dos deslocados da Europa, do início do século XIX, estavam afetados, de
uma ou outra forma, pela emergente ERA INDUSTRIAL. Alguns eram sobras rurais da
ERA AGRÍCOLA e que não se enquadravam na vida urbana exigida por esta nova
etapa tecnológica. Outros buscavam insumos, mercado e trabalho nesta nova e
desconhecida infraestrutura tecnológica.
Fig. 09 –
Jean Baptiste DEBRET registrou de
forma implacável as práticas
técnicas da ERA AGRÍCOLA que moviam o
Brasil em 1816 A força motriz ainda é confiada as braços humanos dos
escravos. Os instrumentos do trabalho e os seus matérias são aquelas da Idade
Média. O DESENHO - apregoado na carta de LE BRETON - ainda está no devir, pois tudo
dependia da tradição oral, das práticas e hábitos dos mestres formados no rígido
e intransmissível exercício pessoal e profissional.
A
ERA INDUSTRIAL exige a concepção, o domínio e a leitura do DESENHO técnico. Nesta
etapa o processo de produção é DESENHADO e comandado por um sistema com
ENTRADA, ELABORAÇÃO e SAÍDA.
Neste sistema da LINHA de MONTAGEM cabe ao operário um lugar fixo e único, com um tempo e uma operação comandada por um projeto. Projeto DESENHADO sobre o qual ele não tem mais a concepção do todo e o controle do conjunto das operações técnicas, como ele estava acostumado no artesanato.
Neste sistema da LINHA de MONTAGEM cabe ao operário um lugar fixo e único, com um tempo e uma operação comandada por um projeto. Projeto DESENHADO sobre o qual ele não tem mais a concepção do todo e o controle do conjunto das operações técnicas, como ele estava acostumado no artesanato.
A
incipiente indústria e comércio franceses estavam arruinados e sem perspectivas
concretas após as Guerras Napoleônicas. Uma das ações da Missão Artística
Francesa visava canalizar para o território brasileiro esta capacidade ociosa industrial
francesa. Le Breton e o Conde da Barca planejavam meios para que estes
experientes profissionais europeus preparassem tanto os intelectuais artistas como
os técnicos capazes de prever, conduzir mão de obras especializada para os
primórdios da ERA INDUSTRIAL. Planejavam interessar a INICIATIVA CIDADÃ dos
empreendedores para que capitalizassem, disseminassem a ERA INDUSTRIAL para
todo vasto território do Brasil e colhessem os seus resultados.
LEIA MAIS em:
0-160 - ESTUDO das ARTES – ARTE e INDÚSTRIA no BRASIL
Antônio
Cândido de MENESES (1826-1908) - Dom
Pedro II - 1872 – Museu Júlio de
Castilhos
Fig. 10 –
A imagem hierática do Imperado Dom Pedro II[1]
pintada pelo artista sul-rio-grandense Antônio Cândido de Menezes[2]
. Coma aluno da IABA, ele devia o seu repertorio simbólico e o se fazer técnico da pintura a óleo que a Missão
Artística Francesa trouxe ao Brasil A Missão
Artística Francesas estendeu - no extremo oposto desta produção oficial,
hierática e simbólica - a pintura do
retrato à óleo para a imagem cidadã sem
restrições. Por muito tempo a fotografia foi a base técnica destes retratos a
tinta de óleo de cidadãos avulsos.. Mas
o que é notável nesta obra é o NOME do ARTISTA preservado conforme a tradição
da AUTONOMIA do ARTISTA e cultivado no legado da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA implantada
oficialmente no BRASIL a partir do ano de 1816 . Antes desta data a pintura
brasileira era anônima e sem assinatura pessoal do artista.
A MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA e a INICIATIVA CIDADÃ no
BRASIL
“Basta que alguns negociantes lhes assegurem trabalho e
existência, fornecendo-lhes locais para as oficinas e as matérias primas; façam
tais negociantes com que se vendam os produtos de trabalho e deixem parte do
lucro aos chefes das oficinas e o objetivo será alcançado”.
Le Breton em 12 de junho de 1816 ao Conde da
Barca,
Fig. 11 –
A bandeira brasileira[1]
desenhada por Jean Baptiste DEBRET
(1768-1848)[2],
membro da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA, marcou simbolicamente todo o REGIME IMPERIAL e
teve pequena alteração no REGIME REPUBLICANO desenhado por Décio VILLARES [3]
outro discípulo da Imperial Academia debelas Esta mediação na corte
lusitana destinava ao Rio de Janeiro. Contudo a ambição era para todo o
território brasileiro
A cultura brasileira continua a dever para a MISSÃO ARTÍSTICA
FRANCESA a deflagração da faísca inicial da movimentação coletiva a favor da
ARTE proveniente do ESTADO BRASILEIRO somada à INICIATIVA CIDADÃ. Como foi
visto no texto acima, esta energia inicial ainda é perceptível. Como é perceptível, nesta iniciativa francesa, os ecos das vozes, dos textos, das imagens e dos monumentos deixados pelos 1.000 intelectuais e artistas que Napoleão Bonaparte conduziu ao Egito, com expressivos resultado culturais ainda visíveis nas duas culturas.
Percepção
possível apesar da distância no tempo, do evento parecer microscópico e pontual.
MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA esquecida no meio dos ruídos das mudanças de regimes,
da obsolescência e da entropia. Entropia e obsolescência provocadas pelas
sucessivas eras tecnológicas e pelos antagonismos econômicos e políticos que se
colocam entre o ano de 1816 e o e 2016.
NAPOLEÃO no EGITO
LEIA MAIS em:
0-161 - ESTUDO das ARTES – ARTE e INICIATIVA CIDADÃ
[1] - Bandeiras brasileiras e a MISSÂO ARTÌTCA
FRANCESA https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_do_Brasil
Fig. 12 –
São Paulo tornou-se a metrópole econômica do Brasil. Colocou na prática o projeto da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA. Sem vínculos
diretos com este projeto a INICIATIVA CIDADÃ PAULISTA criou, equipou e mantém
ativo, até o presento, o seu LICEU de ARTES de OFICIOS[1].
Manteve os contatos diretos com a origem e cultura da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA.
Avançou decidido para a mentalidade e as práticas da ERA INDUSTRIAL sem se prender ou mitificar as fontes das recomendações da carta datada do
sai 12 de junho de 1816.de Joaquim Le
Breton ao Conde da Barca.
Na
cultura brasileira qualquer processo de atualização é barrado pela entropia de
uma terra próxima das leis implacáveis da NATUREZA que continua a militar a implacavelmente
contra esta mudança. Qualquer processo de atualização é desviado e corrompido
por uma ANTROPOFAGIA que devora tudo sem processo seletivo e sem digestão. A própria
ERA INDUSTRIAL - em fase de migração para a ERA PÓS-INDUSTRIAL – impõe uma
rápida e implacável obsolescência programada. Este processo de atualização é
impensável numa cultura não afeita a estas rupturas de paradigmas e
mudanças coerentes com o seu TEMPO, o
seu LUGAR e a sua SOCIEDADE
Fig. 12 –
A presença do pensamento e da simbólica da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA é mais visível
na capital do Reino Unido, do Império e
de grande parte do regime Republicano. O regime Republicano não teve duvidas em
adotar o pensamento e a imagem da Atenas, quando da criação da primeira
Universidade brasileira, em 1931, para
todo território nacional. Imagem que era proveniente em linha direta do do iluminismo e do
Neoclássico e trazida ao Brasil pela
Missão Artística Francesa. Foi esta mesma universidade que recebeu e acolheu a herança e acultura da MISSÃO ARTÌSTICA FRANCESA. Institucionalizados sucessivamente na “Escola Real, de Belas Artes e Ofícios” (REINO UNIDO), na “Imperial Academia de Belas Artes”
e na “Escola Nacional de Belas Artes”
A “ESCOLA de BELAS ARTES da UFRJ”
responde, hoje, pela herança destes nomes e do seu patrimônio simbólico e
material da MISSÂO ARTÌSTICA FRANCESA.
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