TENHO
MEDO do HOMEM de UM LIVRO SÓ: ou o ANALFABETO FUNCIONAL.
"O brasileiro fala muito, documenta pouco,
analisa menos e conclui definitivamente, a sua moda, na hora que interessa”.
Paixão Cortes, 1984, p.7.
Fig. 01 – O leitor está entre dois caminhos. Aquele que lê
sistematicamente tudo e acaba não sabendo nada. Cada autor, cada ideologia,
cada grupo social segue um determinado paradigma. Todo paradigma é integral e
íntegro. O simples acúmulo de informações acaba gerando um entulho no qual
reina o caos e a entropia. No outro caminho está a escolha de um livro só. O
paradigma de seu autor vai tomar posse da mente e do coração do seu leitor e
que ele joga na mais absoluta heteronomia da vontade e dos sentimentos. Um
leitor, sem um projeto pessoal, está perdido.
Todos falam de
analfabetismo funcional. Porém poucos
se atrevem ir um pouco além deste
chavão. Em princípio, todos padecem de algum tipo de analfabetismo funcional. Poucos podem se confessar muito mais do que
usuários de todas as suas linguagens dos suportes da era numérica digital. Na medida em que avançam estas linguagens e os
códigos até muitos se recusam a entrar em qualquer ambiente destes. Numa era
planetária são cada vez mais raros poliglotas que dominam além de cinco seis
códigos escritos e falados. O autor desta postagem é um perfeito analfabeto dos
códigos da escrita e da interpretação musical. Também é analfabeto do telefone
celular com cujos códigos não quer fazer as pazes.
Fig. 02 – A heteronomia da vontade transforma o ser humano num
objeto ao dispor de atravessadores, medidores e de auto titulados da vontade
alheia. A imagem acima é de uma atlante de uma fachada de um prédio da Rua da
Praia de Porto Alegre. Na atualidade sua função no prédio é meramente semiótica.
No entanto nesta função semiótica pode ser vista como uma metáfora do ser
humano reduzido às suas circunstâncias da escravidão epistêmica, estética e
servil.
A população da faixa
escolar e mental e física acima dos 12 anos cronológicos padece cada vez mais
para ultrapassar o quadro dos analfabetos funcionais. Analfabetos funcionais são
aqueles que, apesar de usarem um único e mesmo código escrito e falado,
continuam na heteronomia e incapazes de usar esta ferramenta para uma adequada
ruptura epistêmica, estética e servil. Esta população é campo ideal para
mediadores, atravessadores, e auto titulados formadores de opinião semear suas
mensagens unívocas, lineares e fixas carimbadas pelo mais baixo marketing e propaganda.
Fig. 03 – Todas as civilizações são cumulativas. Nos seus
apogeus não conseguem mais entender a razão destes acúmulos, muito menos administrá-los e não possuem
claro - para si mesmos - as razões pelas quais colocam este acúmulo nas costas
da nova geração. Esta civilizações - que
não conseguem entender mais e justiçar as razões este acúmulo antes, durante -
e realizar uma adequada ruptura epistêmica, corre o risco de ser abandonada
como a civilização maia, desabar ou
simplesmente ser entregue ao fogo como a biblioteca de Alexandria.
Para perceber esta grave
anomalia convém tomar como referência o que Nietzsche pedia (2000, p.27) ao seu
leitor.
“....espero
do leitor três qualidades: 1) - deve ser tranqüilo e ler sem pressa; 2) - não
deve fazer intervir constantemente sua pessoa e a sua cultura, e 3) - não tem
direito de esperar – quase como resultado – projetos”.
O prestar atenção continuada ao fio de uma
narrativa escrita é cada vez mais prejudicada pelo acúmulo e concorrência de
linguagens parasitas. Parasitas de mediações incoerentes e de reforços bem
intencionados mas, que de fato,
constituem possantes ruídos entre escritor e o seu leitor. É muito difícil,
senão impossível, exigir do leitor virtuosidades nesta atenção ao OUTRO. A força
natural e torrente da entropia já por si provoca a perda e de informações.
Informações aparentemente tão singelos que, ou mitificadas ou naturalizadas pela falta de atenção no seu manejo, ou não funcionam, ou se revelam mais
desastradas. O exercício braçal da cópia ou da redigitação parece ainda ser o
alimento e estímulo na criação e construção desta atenção voluntária e dirigida.
Este esforço físico consegue prender a atenção do leitor e é semelhante e
simétrico daquele do autor que escreveu o texto original. De outra parte há
necessidade de atenção redobrada às
diversas línguas que se falam no interior do mesmo idioma. Todas as épocas, classes
etárias, sociais ou profissionais possuem a sua própria linguagem. Impõe-se o
máximo de atenção do leitor aos
coloridos, entonações e sentidos que adquire uma única palavra neste trânsito
cifrado etário, social, de época ou profissional. De outra parte o desgaste de
senti, cultural e técnica alimenta esta entropia linguística Na falta desta
atenção regredimos à categoria de analfabetos funcionais
ALZA
PRIMA - DEPARTAMENTO ARTES PLÁSTICAS
instalação UdeC - CHILE
Fig. 04 – A monotonia do
mesmo e do múltiplo não só afeta o homem da “Idade Moderna” na sua
produção, mas o consumidor sofre o mesmo condicionamento. Se de um lado o livro impresso mecânica, e
agora disponível virtualmente, foi um enorme avanço, de outro produziu
multidões com o mesmo pensamento e motivações. Multidões que sentem em si
mesmos os mesmos sintomas, sem saber a
causa, muito menos como romper com este circulo metal. Corre a metáfora que o
texto “Sofrimentos do Jovem Verter”
levaram mais gente ao suicídio do que letras da obra de Goethe.
A imediata e precipitada conversão da leitura no repertório pessoal do leitor compromete
inteira e definitivamente tudo aquilo que é proveniente do autor de uma
narrativa ou texto. Esta apropriação indevida faz pensar num furto, numa
traição ou num crime de lesa autoria. O
professor de Nero ponderava diante do
poder que o seu discípulo acumulava e dos seus
desmando e do pouco juízo com que agia:
“penso que muitos poderiam ter
atingido a sabedoria, se não se tivessem imaginado ter chegado até ela, se não
se tivessem fingido certas coisas em si mesmos, se não passassem por outras com
os olhos fechados”
SÊNECA Da tranqüilidade do ânimo, p.
08[1]
O analfabetismo funcional ganhou um poderoso
aliado na indolência acadêmica. Este espaço favorece mediadores,
atravessadores, e auto titulados formadores de opinião para semear as suas
mensagens unívocas, lineares e fixas carimbadas pelo mais baixo marketing e propaganda. Textos
canônicos obrigatórios acadêmicos servem mais para bloquear vontades e
sentimentos do que criar ambientes
estimulantes para desenvolver hábitos continuados de leitura. As secas e
estéreis dos textos dissertações e teses atulham as ditas bibliotecas para
testemunhar estes eficazes projetos de esterilização de vontades e sentimentos
de potenciais leitores[2].
O analfabetismo
funcional reforçado pela indolência acadêmica atinge seu apogeu quando alguém
se fixa num texto e é incapaz de realizar e sustentar o seu contraditório e
conferir e admitir o avesso de sua própria construção narrativa. Os latinistas
já resumiam a questão quando afirmavam “timeo
hominem unius libri” (tenho medo do homem de um só livro)
As ditas universidades
dão vexame maior e reforçam a cultura deste homem incapaz de sair desta
cegueira ou nem lhe fornece um fio de Ariadne ou escada para sair deste poço.
[2] - Tese
de Filosofia defendida pelo pintor Pedro Américo diante de 2.000 pessoas. Veja no final da
postagem um comentário da recepção, sumiço do texto desta tese e sua redescoberta recente pela Academia :
ITCHO HABANUSA 1652-1724 - SETE CEGOS EXAMINAM um ELEFANTE -
xilogravura colorida do original
Fig. 05 – Uma universidade fatiada em diversos saberes estanques
se apresenta aos seus estudantes e mesmo aos seus docentes como a metáfora
taoista da imagem acima
A tradição secular foi consagrada
em outros tempos das ditas universidades. Os seus rituais aceitos sem exame. Os prêmios e estímulos simbólicos, proveniente
delas, constituem instrumentos de controle. Assim tornam-se, já pela própria
natureza, um espaço altamente perigoso para qualquer criatividade. Estas formas
universitárias bloqueiam e impedem qualquer ruptura epistêmica autônoma do
estudante. Tradição, rituais, prêmios esterilizam as mentes e os corações dos
seus agentes. A implementação do exercício urgente do aqui e do agora torna-se
uma simples utopia. Diante deste mecanismo de inércia e esterilidade mental e
prática um dos primeiros atos da Revolução Francesa foi desativar estas universidades
inertes. Esta inércia triunfou de novo com volta dos Bourbons, em 1816 e com a
força de velhos zumbis.
TENIERS
David 1610-1690 - Arquiduque da Áustria -1647 - óleo sobre cobre 106 x 129 cm
Fig. 06 – A força da inércia cumulativa e o horror ao vazio preenchem TEMPO e ESPAÇO do SABER imaterial.
Cada obra de arte é cimenta da sua verdade única. Por isto ela não tolera a
concorrência da sua rival. Esta concorrência cumulativa é, de fato, ruído para
a sua comunicação que ser quer unívoca, linear e continuada no tempo. Um texto,
mesmo uma enciclopédia, necessita deste próprio, esta linearidade tempo da
fuga do. Uma universidade fatiada em
diversos saberes estanques se apresenta aos seus estudantes e mesmo aos seus
docentes como a metáfora taoista da imagem acima
Na atualidade, esta
força de inercia, usa os espaços
numéricos digitais para ocupa-los, ritualizá-los e corrompe-los. Na verdade estes
novos ambientes necessitam 10 vezes mais criatividade, atenção e trabalho. Esta
criatividade, atenção e trabalho são incompatíveis aos clássicos discursos de
cátedra feitos por cima e por fora. Preenchem TEMPO com estes fáceis, longos e inoportunos discursos e preenchem ESPAÇOS com estes formalismos rituais e decadentes. Estes não
possuem outro objetivo do que camuflar e esconder a indolência acadêmica. O
espaço decadente da escola não passa de um lugar ainda preservado do regime
imperial. Ali os antigos títulos nobres transformados numa rígida hierarquia.
Hierarquia que possui a função de transferir uma série de privilégios da
nobreza decaída aos seus portadores. Com esta credencial não permitiam aos
usarem as suas mãos e bloquear a entrada
de qualquer importuno que não tenha o seu “sangue azul” do títulos ”arduamente” conquistados por méritos
inquestionáveis. O escritor Érico Veríssimo era professor convidado das universidades
norte-americanas. Em Porto Alegre não há
notícia de alguém lhe confiar uma cátedra para repassar para a nova geração a
sua múltipla competência. O mesmo
bloqueio e patrulhamento pelos titulares dos “sagrados direitos dos concursados”
não permitia a presença continuidade nas cátedras de Porto Alegre de um
Mário Quintana, de um Iberê Camargo e tantos outros que continuam a constituir verdadeiras referências na
identidade do seu tempo no âmbito local e nacional. Para o contrato e a
permanência na academia do arquiteto e
escultor Fernando Corona foi necessário um verdadeiro ardil jurídico. Porém
quando se criou a Faculdade de Arquitetura no âmbito universitário a guilhotina
acadêmica funcionou com toda celeridade e eficiência e não se permitiu a presença de Corona nesta nova unidade. Faltou coragem suficiente para enfrentar o
patrulhamento da indolência acadêmica e nem tempo para sustentar um longo
processo para evidenciar a verdade do hábito da integridade intelectual.
Fig. 07 – Uma imagem pode forçar a aproximação de repertórios.
Uma única imagem pode reunir Interesses, necessidades e repertórios muito diferentes e distantes entre si mesmo
sem que haja a menor interação. Um texto
ou um livro pode realizar esta mesma façanha e de uma forma mais subliminar. Alexandre Dumas revela este
perigo subliminar de um texto. Ele demoniza o cardeal Richelieu que dispara “traga-me um texto de três linhas do cidadão
mais honesto do reino da França, e eu encontrarei, neste texto, 5 motivos para enforcar o seu autor”. A
atenção do leitor ou do observador necessita conhecer os perigos de um texto ou
de uma imagem, por mais inocentes,
divertidos e singelos que pareçam.
Porém o bloqueio mais
grave acontece quando o leitor espera projetos
fornecidos pelo autor do texto. As famosas “receitas de bolos” que só ensinam o seu modo fazê-los na prática.
Porém ficam distantes de qualquer informação alimentar, as consequências na
saúde do seu consumidor agora e no futuro ou a coerência com o clima, economia
e “terroir” dos produtos necessários
nestas “receitas”. Receitas são o
núcleo e a motivação dos textos de
etiquetas, os manuais de práticas rituais militares e civis ou religiosos. Assim
é pouco comum encontrar um artista concepção contemporâneas entre militares,
nobres ou religiosos devido a estes projetos
impostos pelo autor de manuais militares, de etiqueta e de práticas
religiosas. Textos de projetos fornecidos
pelo autor do texto colocam o seu leitor na sua heteronomia. Assim Sócrates,
Buda ou mesmo Cristo não deixaram textos escritos. Agiam na sua condição de
profetas.
Detalhe
de IMAGEM de PROPAGANDA da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Fig. 08 – O marketing e a propaganda valem-se do elemento
SURPRESA. Abusam, porém, deste expediente até o nível do ridículo e transpassam
os limites da moral. O leitor, do outro lado,
considera “fraco” qualquer texto ou imagem que não o SURPREENDER e CHOCAR
até o nível da agressão e selvageria. Esta necessidade de SURPREENSER e CHOCAR
multidões, levou civilizações ao delírio das execuções públicas ou autoridades
que incluíram estes números horripilantes em circos, autos-da- fé ou em
touradas sanguinárias. Nas letras, nas imagens em cenas montadas
intencionalmente, a pornografia, a pederastia e a truculência doméstica e
pública são transpostas pelos seus atores em sórdidos estímulos para
SURPREENSER e CHOCAR um público ávido por desvios de conduta e que ele não
ousa, nem pensar, sem estes estímulos vindos de fora.
Aqueles que se dizem os
seus prosélitos, súditos e os que se
declaram seus sacerdotes e discípulos
codificavam e estabeleciam textos onde codificavam a ortodoxia canônica
destes profetas segundo o seu próprio repertório. Este tipo de texto poderia derivar facilmente
para um projeto de soberania dos discípulos diretos e um passo para a
heteronomia para o seu público. Neste sentido cabe a distinção de Petrarca: ”há livros que conduzem para a sabedoria,
outros para a loucura – Libri quosdam ad scientiam, quosdam ad insaniam
deduxere”. Loucura que, se não desestrutura toda lógica do leitor, congela
o pensamento na forma. Para ilustrar esta desestruturação da lógica do leitor Jean
Paul Sartre cria, na sua obra a “Náusea”, a metáfora na qual alguém se entrega
ao programa da leitura das obras da biblioteca seguindo a ordem alfabética dos
títulos das obras. Paul Klee sentencia que “na
Arte a forma é morte”.
SPERO
LUCEM POST TENEBRAS - da capa do D.
Quixote 1605
Fig. 09 – A edição original da obra Dom Quixote ostentava, em
1605, os dizeres “ESPERO a LUZ APÓS as
TREVAS”. Talvez a confusão, os ruídos
que provocam a falta de atenção do
leitor, ou sua teimosa de se
misturar ao tema e espera de um projeto que SURPREENDA são trevas muito mais densas do que do período maneirista do qual emergiu a
narrativa do Dom Quixote.
O analfabetismo
funcional incapacita para ruptura epistêmica, estética e servil. É o campo ideal para mediadores,
atravessadores e formadores de opinião para jogar a população no caminho da
heteronomia da vontade e sentimentos. Semeiam mensagens unívocas, lineares,
fixas e carimbadas pelo mais baixo
marketing e propaganda. Mudam formas,
criam ferramentas e mecanismos. Porém mantem o mesmo objetivo de garantir a heteronomia
da vontade e dos sentimentos daqueles que colonizaram.
O remédio - para esta
heteronomia da vontade e do sentimento, tanto individual como coletiva - foi
prescrito, há dois séculos passados, quando em dezembro
de 1813 o Correio Braziliense publicava (p.925) “Os escritos iluminam tanto o povo como o governo”.
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS
BLOCH, Marc (1886-1944) Introdução à História.[3ª ed] Conclusão de
Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa- América
1976 179 p.
NIETZSCHE, Frederico
Guillermo (1844-1900).Sobre el porvenir
de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179 p.
PAIXÃO CORTES, João Carlos. Aspectos da música e fonografias gaúchas. Porto
Alegre: Repressom 1984 117p.
SALOMON, Délcio Vieira. Como se faz uma monografia : elementos
de metodologia do trabalho científico (4ª.ed)Belo Horizonte : Interlivros 1974
301p.
SARAMAGO José - ENSAIO sobre CEGUEIRA – São Paulo: Companhias das Letras, 2001, 310
p.
ENSAIO sobre CEGUEIRA BRANCA
SARTE, Jean-Paul (1905-1980) A NÁUSEA – La nausée – (12ª ed.) Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2005, 253 p.
FONTES NUMÉRICAS
DIGITAIS
ANTROPOFAGIA
no SÉCULO XXI na ALEMANHA.
BELEZA
e NATUREZA
CORREIO do POVO - ANO 119 | Nº 57 PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013, p. 02 DO
LEITOR
Renúncia
A
renúncia por plágio em doutorado do ministro da Defesa da Alemanha Karl Theodor
zu Guttenberg, em 2011, até então forte candidato a suceder Angela Merkel,
ocorreu porque foi descoberto que sua
tese de doutorado seria plágio de diferentes autores. Até o título de doutor do
ministro Guttenberg foi revogado, fato que aqui daria em nada e já teria
prescrevido. Só que lá o primeiro a expulsá-lo foi o seu próprio partido, pois
os políticos não querem colegas de caráter duvidoso. Enquanto que aqui só há
denúncias de caráter político ou de vingança, e não por honestidade.
Sérgio R. Peglow, S. Lourenço do Sul
FILMES
para MACACOS
INDOLÊNCA ACADÊMICA
QUEREM O CARGO, mas NÂO as FUNÇÔES
RICHELIEU e os LIVROS de
ALEXANDRE DUMAS
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