sábado, 30 de novembro de 2013

077 – ISTO NÃO é ARTE



TENHO MEDO do HOMEM de UM LIVRO SÓ: ou o ANALFABETO FUNCIONAL.

"O brasileiro fala muito, documenta pouco, analisa menos e conclui definitivamente, a sua moda, na hora que interessa”.
Paixão Cortes, 1984, p.7.


Fig. 01 – O leitor está entre dois caminhos. Aquele que lê sistematicamente tudo e acaba não sabendo nada. Cada autor, cada ideologia, cada grupo social segue um determinado paradigma. Todo paradigma é integral e íntegro. O simples acúmulo de informações acaba gerando um entulho no qual reina o caos e a entropia. No outro caminho está a escolha de um livro só. O paradigma de seu autor vai tomar posse da mente e do coração do seu leitor e que ele joga na mais absoluta heteronomia da vontade e dos sentimentos. Um leitor, sem um projeto pessoal, está perdido.

Todos falam de analfabetismo funcional. Porém poucos  se  atrevem ir um pouco além deste chavão. Em princípio, todos padecem de algum tipo de analfabetismo funcional.  Poucos podem se confessar muito mais do que usuários de todas as suas linguagens dos suportes da era numérica digital.  Na medida em que avançam estas linguagens e os códigos até muitos se recusam a entrar em qualquer ambiente destes. Numa era planetária são cada vez mais raros poliglotas que dominam além de cinco seis códigos escritos e falados. O autor desta postagem é um perfeito analfabeto dos códigos da escrita e da interpretação musical. Também é analfabeto do telefone celular com cujos códigos não quer fazer as pazes.


Fig. 02 – A heteronomia da vontade transforma o ser humano num objeto ao dispor de atravessadores, medidores e de auto titulados da vontade alheia. A imagem acima é de uma atlante de uma fachada de um prédio da Rua da Praia de Porto Alegre. Na atualidade sua função no prédio é meramente semiótica. No entanto nesta função semiótica pode ser vista como uma metáfora do ser humano reduzido às suas circunstâncias da escravidão epistêmica, estética e servil.

A população da faixa escolar e mental e física acima dos 12 anos cronológicos padece cada vez mais para ultrapassar o quadro dos analfabetos funcionais. Analfabetos funcionais são aqueles que, apesar de usarem um único e mesmo código escrito e falado, continuam na heteronomia e incapazes de usar esta ferramenta para uma adequada ruptura epistêmica, estética e servil. Esta população é campo ideal para mediadores, atravessadores, e auto titulados formadores de opinião semear suas mensagens unívocas, lineares e fixas carimbadas pelo  mais baixo marketing e propaganda.

Fig. 03 – Todas as civilizações são cumulativas. Nos seus apogeus não conseguem mais entender a razão destes acúmulos,  muito menos administrá-los e não possuem claro - para si mesmos - as razões pelas quais colocam este acúmulo nas costas da nova geração. Esta civilizações -  que não conseguem entender mais e justiçar as razões este acúmulo antes, durante - e realizar uma adequada ruptura epistêmica, corre o risco de ser abandonada como a civilização  maia, desabar ou simplesmente ser entregue ao fogo como a biblioteca  de Alexandria.

Para perceber esta grave anomalia convém tomar como referência o que Nietzsche pedia (2000, p.27) ao seu leitor.
 “....espero do leitor três qualidades: 1) - deve ser tranqüilo e ler sem pressa; 2) - não deve fazer intervir constantemente sua pessoa e a sua cultura, e 3) - não tem direito de esperar – quase como resultado – projetos”.

O prestar atenção continuada ao fio de uma narrativa escrita é cada vez mais prejudicada pelo acúmulo e concorrência de linguagens parasitas. Parasitas de mediações incoerentes e de reforços bem intencionados mas, que de  fato, constituem possantes ruídos entre escritor e o seu leitor. É muito difícil, senão impossível, exigir do leitor virtuosidades nesta atenção ao OUTRO. A força natural e torrente da entropia já por si provoca a perda e de informações. Informações aparentemente tão singelos que, ou mitificadas ou naturalizadas  pela falta de atenção no seu manejo,  ou não funcionam, ou se revelam mais desastradas. O exercício braçal da cópia ou da redigitação parece ainda ser o alimento e estímulo na criação e construção desta atenção voluntária e dirigida. Este esforço físico consegue prender a atenção do leitor e é semelhante e simétrico daquele do autor que escreveu o texto original. De outra parte há necessidade de atenção redobrada às diversas línguas que se falam no interior do mesmo idioma. Todas as épocas, classes etárias, sociais ou profissionais possuem a sua própria linguagem. Impõe-se o máximo de atenção do leitor aos coloridos, entonações e sentidos que adquire uma única palavra neste trânsito cifrado etário, social, de época ou profissional. De outra parte o desgaste de senti, cultural e técnica alimenta esta entropia linguística Na falta desta atenção regredimos à categoria de analfabetos funcionais
ALZA PRIMA - DEPARTAMENTO ARTES PLÁSTICAS  instalação UdeC - CHILE
Fig. 04 – A monotonia do  mesmo e do múltiplo não só afeta o homem da “Idade Moderna” na sua produção,  mas o consumidor sofre o  mesmo condicionamento.  Se de um lado o livro impresso mecânica, e agora disponível virtualmente, foi um enorme avanço, de outro produziu multidões com o mesmo pensamento e motivações. Multidões que sentem em si mesmos os  mesmos sintomas, sem saber a causa, muito menos como romper com este circulo metal. Corre a metáfora que o texto “Sofrimentos  do Jovem Verter” levaram mais gente ao suicídio do que letras da obra de Goethe.

A imediata e precipitada conversão da leitura no repertório pessoal do leitor compromete inteira e definitivamente tudo aquilo que é proveniente do autor de uma narrativa ou texto. Esta apropriação indevida faz pensar num furto, numa traição ou  num crime de lesa autoria. O professor de Nero  ponderava diante do poder que o seu discípulo acumulava e dos seus  desmando e do pouco juízo com que agia:
“penso que muitos poderiam ter atingido a sabedoria, se não se tivessem imaginado ter chegado até ela, se não se tivessem fingido certas coisas em si mesmos, se não passassem por outras com os olhos fechados
                                                                  SÊNECA Da tranqüilidade do ânimo, p. 08[1]


 O analfabetismo funcional ganhou um poderoso aliado na indolência acadêmica. Este espaço favorece mediadores, atravessadores, e auto titulados formadores de opinião para semear as suas mensagens unívocas, lineares e fixas carimbadas pelo  mais baixo marketing e propaganda. Textos canônicos obrigatórios acadêmicos servem mais para bloquear vontades e sentimentos do que criar  ambientes estimulantes para desenvolver hábitos continuados de leitura. As secas e estéreis dos textos dissertações e teses atulham as ditas bibliotecas para testemunhar estes eficazes projetos de esterilização de vontades e sentimentos de potenciais leitores[2].

O analfabetismo funcional reforçado pela indolência acadêmica atinge seu apogeu quando alguém se fixa num texto e é incapaz de realizar e sustentar o seu contraditório e conferir e admitir o avesso de sua própria construção narrativa. Os latinistas já resumiam a questão quando afirmavam timeo hominem unius libri  (tenho medo do homem de um só  livro)

As ditas universidades dão vexame maior e reforçam a cultura deste homem incapaz de sair desta cegueira ou nem lhe fornece um fio de Ariadne ou escada para sair deste poço.  


[2] - Tese de Filosofia defendida pelo pintor Pedro Américo  diante de 2.000 pessoas. Veja no final da postagem um comentário da recepção, sumiço do texto desta tese e sua  redescoberta recente pela Academia  :


ITCHO HABANUSA 1652-1724  - SETE CEGOS EXAMINAM um ELEFANTE - xilogravura colorida do original  
Fig. 05 – Uma universidade fatiada em diversos saberes estanques se apresenta aos seus estudantes e mesmo aos seus docentes como a metáfora taoista da imagem acima

A tradição secular foi consagrada em outros tempos das ditas universidades. Os seus rituais aceitos sem exame.  Os prêmios e estímulos simbólicos, proveniente delas, constituem instrumentos de controle. Assim tornam-se, já pela própria natureza, um espaço altamente perigoso para qualquer criatividade. Estas formas universitárias bloqueiam e impedem qualquer ruptura epistêmica autônoma do estudante. Tradição, rituais, prêmios esterilizam as mentes e os corações dos seus agentes. A implementação do exercício urgente do aqui e do agora torna-se uma simples utopia. Diante deste mecanismo de inércia e esterilidade mental e prática um dos primeiros atos da Revolução Francesa foi desativar estas universidades inertes. Esta inércia triunfou de novo com volta dos Bourbons, em 1816 e com a força de velhos zumbis.

TENIERS David 1610-1690 - Arquiduque da Áustria -1647 - óleo sobre cobre 106 x 129 cm
Fig. 06 – A força da inércia cumulativa e o horror ao vazio  preenchem TEMPO e ESPAÇO do SABER imaterial. Cada obra de arte é cimenta da sua verdade única. Por isto ela não tolera a concorrência da sua rival. Esta concorrência cumulativa é, de fato, ruído para a sua comunicação que ser quer unívoca, linear e continuada no tempo. Um texto, mesmo uma enciclopédia, necessita deste próprio, esta  linearidade   tempo da fuga do.  Uma universidade fatiada em diversos saberes estanques se apresenta aos seus estudantes e mesmo aos seus docentes como a metáfora taoista da imagem acima

Na atualidade, esta força de inercia, usa  os espaços numéricos digitais para ocupa-los, ritualizá-los e corrompe-los. Na verdade estes novos ambientes necessitam 10 vezes mais criatividade, atenção e trabalho. Esta criatividade, atenção e trabalho são incompatíveis aos clássicos discursos de cátedra feitos por cima e por fora. Preenchem TEMPO com estes fáceis, longos e inoportunos discursos  e preenchem ESPAÇOS com estes formalismos rituais e decadentes. Estes não possuem outro objetivo do que camuflar e esconder a indolência acadêmica. O espaço decadente da escola não passa de um lugar ainda preservado do regime imperial. Ali os antigos títulos nobres transformados numa rígida hierarquia. Hierarquia que possui a função de transferir uma série de privilégios da nobreza decaída aos seus portadores. Com esta credencial não permitiam aos usarem as suas mãos e bloquear a entrada  de  qualquer  importuno que não tenha o seu “sangue azul” do títulos ”arduamente” conquistados por méritos inquestionáveis. O escritor Érico Veríssimo era professor convidado das universidades norte-americanas.  Em Porto Alegre não há notícia de alguém lhe confiar uma cátedra para repassar para a nova geração a sua múltipla competência. O  mesmo bloqueio e patrulhamento pelos titulares dos “sagrados direitos dos concursados  não permitia a presença continuidade nas cátedras de Porto Alegre de um Mário Quintana, de um Iberê Camargo e tantos outros que continuam a  constituir verdadeiras referências na identidade do seu tempo no âmbito local e nacional. Para o contrato e a permanência  na academia do arquiteto e escultor Fernando Corona foi necessário um verdadeiro ardil jurídico. Porém quando se criou a Faculdade de Arquitetura no âmbito universitário a guilhotina acadêmica funcionou com toda celeridade e eficiência e não se permitiu a  presença de Corona nesta nova unidade.  Faltou coragem suficiente para enfrentar o patrulhamento da indolência acadêmica e nem tempo para sustentar um longo processo para evidenciar a verdade do hábito da integridade intelectual.

Fig. 07 – Uma imagem pode forçar a aproximação de repertórios. Uma única imagem pode reunir Interesses, necessidades e repertórios  muito diferentes e distantes entre si mesmo sem que haja  a menor interação. Um texto ou um livro pode realizar esta mesma façanha e de uma forma  mais subliminar. Alexandre Dumas revela este perigo subliminar de um texto. Ele demoniza o cardeal Richelieu que dispara “traga-me um texto de três linhas do cidadão mais honesto do reino da França, e eu encontrarei, neste texto,  5 motivos para enforcar o seu autor”. A atenção do leitor ou do observador necessita conhecer os perigos de um texto ou de uma imagem,  por mais inocentes, divertidos e singelos que pareçam.

Porém o bloqueio mais grave acontece quando o leitor espera projetos fornecidos pelo autor do texto. As famosas “receitas de bolos” que só ensinam o seu modo fazê-los na prática. Porém ficam distantes de qualquer informação alimentar, as consequências na saúde do seu consumidor agora e no futuro ou a coerência com o clima, economia e “terroir” dos produtos necessários nestas “receitas”. Receitas são o núcleo e a motivação dos textos  de etiquetas, os manuais de práticas rituais militares e civis ou religiosos. Assim é pouco comum encontrar um artista concepção contemporâneas entre militares, nobres ou religiosos devido a estes projetos impostos pelo autor de manuais militares, de etiqueta e de práticas religiosas. Textos de projetos fornecidos pelo autor do texto colocam o seu leitor na sua heteronomia. Assim Sócrates, Buda ou mesmo Cristo não deixaram textos escritos. Agiam na sua condição de profetas.

Detalhe de IMAGEM de PROPAGANDA da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Fig. 08 – O marketing e a propaganda valem-se do elemento SURPRESA. Abusam, porém, deste expediente até o nível do ridículo e transpassam os limites da moral. O leitor, do outro lado,  considera “fraco” qualquer texto ou imagem que não o SURPREENDER e CHOCAR até o nível da agressão e selvageria. Esta necessidade de SURPREENSER e CHOCAR multidões, levou civilizações ao delírio das execuções públicas ou autoridades que incluíram estes números horripilantes em circos, autos-da- fé ou em touradas sanguinárias. Nas letras, nas imagens em cenas montadas intencionalmente, a  pornografia, a  pederastia e a truculência doméstica e pública são transpostas pelos seus atores em sórdidos estímulos para SURPREENSER e CHOCAR um público ávido por desvios de conduta e que ele não ousa, nem pensar, sem estes estímulos vindos de fora.

Aqueles que se dizem os seus prosélitos, súditos e os que se  declaram seus sacerdotes e discípulos  codificavam e estabeleciam textos onde codificavam a ortodoxia canônica destes profetas segundo o seu próprio repertório.  Este tipo de texto poderia derivar facilmente para um projeto de soberania dos discípulos diretos e um passo para a heteronomia para o seu público. Neste sentido cabe a distinção de Petrarca: ”há livros que conduzem para a sabedoria, outros para a loucura – Libri quosdam ad scientiam, quosdam ad insaniam deduxere”. Loucura que, se não desestrutura toda lógica do leitor, congela o pensamento na forma. Para ilustrar esta desestruturação da lógica do leitor Jean Paul Sartre cria, na sua obra a “Náusea”, a metáfora na qual alguém se entrega ao programa da leitura das obras da biblioteca seguindo a ordem alfabética dos títulos das obras. Paul Klee sentencia que “na Arte a forma é morte”.

SPERO LUCEM POST TENEBRAS - da capa do D.  Quixote  1605
Fig. 09 – A edição original da obra Dom Quixote ostentava, em 1605,  os dizeres “ESPERO a LUZ APÓS as TREVAS”. Talvez a confusão,  os ruídos que provocam a falta de atenção do  leitor, ou sua teimosa de se  misturar ao tema e espera de um projeto que SURPREENDA são trevas  muito mais densas do que do  período maneirista do qual emergiu a narrativa do Dom Quixote.

O analfabetismo funcional incapacita para ruptura epistêmica, estética e servil.  É o campo ideal para mediadores, atravessadores e formadores de opinião para jogar a população no caminho da heteronomia da vontade e sentimentos. Semeiam mensagens unívocas, lineares, fixas e carimbadas pelo  mais baixo marketing e propaganda.  Mudam formas, criam ferramentas e mecanismos. Porém mantem o mesmo objetivo de garantir a heteronomia da vontade e dos sentimentos daqueles que colonizaram.

O remédio - para esta heteronomia da vontade e do sentimento, tanto individual como coletiva - foi prescrito,   há dois séculos passados, quando em dezembro de 1813 o Correio Braziliense publicava (p.925) “Os escritos iluminam tanto o povo como o governo”.



FONTES BIBLIOGRÁFICAS

BLOCH, Marc (1886-1944)  Introdução à História.[3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa- América  1976  179 p.



NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900).Sobre el porvenir de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179 p.



PAIXÃO CORTES, João Carlos. Aspectos da música e fonografias gaúchas. Porto Alegre: Repressom   1984     117p.



SALOMON, Délcio Vieira. Como se faz uma monografia : elementos de metodologia do trabalho científico (4ª.ed)Belo Horizonte : Interlivros  1974    301p.          




SARAMAGO José - ENSAIO sobre CEGUEIRA – São Paulo: Companhias das Letras, 2001, 310 p.  

ENSAIO sobre CEGUEIRA BRANCA




SARTE, Jean-Paul (1905-1980) A NÁUSEA – La nausée – (12ª ed.) Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005, 253 p.



FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS



ANTROPOFAGIA no SÉCULO XXI na ALEMANHA.




BELEZA e NATUREZA


CORREIO do POVO - ANO 119 | Nº 57 PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013,  p. 02 DO LEITOR

Renúncia

A renúncia por plágio em doutorado do ministro da Defesa da Alemanha Karl Theodor zu Guttenberg, em 2011, até então forte candidato a suceder Angela Merkel, ocorreu porque  foi descoberto que sua tese de doutorado seria plágio de diferentes autores. Até o título de doutor do ministro Guttenberg foi revogado, fato que aqui daria em nada e já teria prescrevido. Só que lá o primeiro a expulsá-lo foi o seu próprio partido, pois os políticos não querem colegas de caráter duvidoso. Enquanto que aqui só há denúncias de caráter político ou de vingança, e não por honestidade.

Sérgio R. Peglow, S. Lourenço do Sul



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terça-feira, 26 de novembro de 2013

076 – ISTO é ARTE


ÍNDICES do SALÃO de 1929

A investigação histórica admite, desde os primeiros passos, que o inquérito tenha já uma direção. De início está o espírito. Nunca, em ciência alguma, foi fecunda a observação passiva. Supondo, aliás, que seja possível. Marc Bloch 1976, pp. 60/61.[1].

Na busca de índices e vestígios do Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929 - e de qualquer narrativa de ordem estética - é necessário admitir que esta investigação possui a direção do exame das suas circunstâncias culturais políticas e econômicas. No âmbito econômico necessário admitir que ele deu-se quando o mundo se retorcia nos efeitos que  se seguiram ao colapso da Bolsa de  Nova York. Quebradeiras econômicas que provocaram mudanças políticas pelo mundo afora e não pouparam o Rio Grande do Sul e o Brasil. Esta amplidão  histórica certamente ajuda na intenção de encontrar os seus vestígios do Salão da ESCOLA de ARTES. Ao mesmo tempo, permite ganhar dimensões diferentes do que se restringisse apenas aqueles de ordem estética. Porém na presente narrativa se evita a mitificação do evento e do  outro a sua naturalização determinista.


[1] BLOCH, Marc (1886-1944)  . Introdução à História.[3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa- América  1976  179 p.



CAPA do CATÀLOGO e da  REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23  14.12.1929
Fig. 01 – Logo da capa do catálogo do Salão da Escola de Artes do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul inaugurado no dia 15 de novembro de 1929. Da autoria de Libindo Ferras (1877-1951), o diretor da Escola.

 Porto Alegre estava sob os efeitos políticos do governo de Getúlio Vargas como seu presidente estadual entre  1928 e 1930. Estes efeitos políticos acenavam para a renovação. Contudo os hábitos formados nos intermináveis anos do domínio de Borges de Medeiros não podiam ser rompidos pelos agentes de todas as esferas. Assim um Salão  de Belas Artes na capital do Rio Grande do Sul era um índice de algo novo. Porém poucos o perceberam assim e quase nada indicava esta mudança. Uma nova visão de  mundo era filtrado pelo borgismo como uma expressão regional e na sendo de um castilhismo levado exaustão para.
             Contudo o Rio Grande do Sul preparava a derrubada da República Velha junto com uma série de outros estados motivados por  tendências políticas, sociais, técnicas e estéticas inéditas e ainda sem nome

Fig. 02 – Os primeiros  quarenta anos do Regime  Republicano instalado no Rio Grande do Sul esteve preso aos paradigmas de Júlio de Castilhos (1860-1903- no centro da imagem) e Borges de Medeiros (1863-1961a esquerda da imagem) enquanto Getúlio Vargas realizou a transição não só do regional como liderou Brasil afora as forças diferentes desta matriz. Porém último repercutiu, entre 1930 e 1945, de forma alta e sonoro no cenário nacional carregando a escola e  repertório político e cultural  de suas origens. 
A intelectualidade sul-rio-grandense tinha um ponto de convergência naquilo que naquele momento, a Editora e Livraria do Globo. Nela fluía aquilo que ela podia carrear para Porto Alegre. Carga que circulava no Rio Grande do Sul e no Brasil antes de iniciar a era rádio.  Era uma das últimas  expressões  da indústria cultural e anterior a sua  massiva socialização dos meios eletrônicos tomaram conta da mente e da vontade popular. A Revista do Globo materializou no  papel quinzenal. Ela surgiu dez meses antes de crise de 1929. Sobreviveu à quebra da bolsa de Nova York evitando  o destino das revistas Mascara(1926), Kodak (1912-1923) e Máscara (1918-1928). Ao contrário, aproveitou este ambiente e não só sobreviveu, mas se difundiu  pelo Brasil afora, mantendo-se ativa até 1967.

ILUSTRAÇÂO COLORIDA  AVULS A  do CATÀLOGO e da  REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23  14.12.1929
Fig. 03 – A velha ponte sobre o Arroio Dilúvio numa interpretação  de autoria de Libindo Ferras, o diretor da Escola de Artes. O  Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul foi concebido e criado nos moldes e nas leis republicanas. Por esta razão o dia 15 de novembro de 1929 representava os  40 anos deste regime brasileiro. A ponte pode  ser vista como metáfora desta busca. Porém pesada, estreita e arcaica  para o novo trânsito urbano, era remetida para o museu a ceu aberto como são todas as obras que guardam a forma mas perderam a sua função primeira e original.


O Salão que a Escola de Arte do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul promoveu no foyer do Theatro São Pedro foi uma das últimas manifestações do Velho Regime prestes a cair. A sua realização e divulgação clamavam para uma nova estética, um outro modo de fazer política. O esquecimento e o silêncio que tombaram sobre este evento é um dos numerosos índices da fragilidade da memória de uma cultura periférica fascinada e magnetizada por estéticas provenientes dos centros culturais hegemônicos. No seu conjunto constitui uma amostra das Ates Visuais possíveis esteticamente no  meio do  ambiente de Porto Alegre no final da década de 1920.

Foto Fernado ZAGO
 FOTO do ORIGINAL REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23  14.12.1929 e capa
Fig. 04 – Outro tema tratado é a passagem do velho e hospitaleiro sul-rio-grandense para outras maneiras de ser.  O artista Francis Pelichek (1896-1937) percebeu melhor do que os nativos na sua condição de estrangeiro esta passagem social e cultural. As cores cinzentas e sombrias foram vistos e registrado como uma 4expressão do mundo eslavo. Contudo naõ é possível esquecer que os tchecos eram fornecedores de tecnologia e armas que os revolucionários de 1930 precisavam para  se impor sobre os militares que apoiavam e defendiam o “Regime do Café com Leite”. Esta imagem foi larga longamente reproduzida. O seu criador elaborou uma serie de imagens que circulavam como iconografia desta Revolução de1930 e que liquidou  a República Velha.

O Salão que a Escola de Arte do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul de 1929 deixou indiferente a maioria da população que não guardou e cultivou a sua memória.  Esta indiferença e falta de cultivo da memória podem serem interpretados como aborrecimento pelo oficialismo que queria ver o mais rápido possível num passado irremediável e pelo qual não se guarda saudade. Indiferença e esquecimento voluntários nutridos por índices de uma política que se revelava falha, na maioria dos seus aspectos do final desta década. Para quem 84 anos busca os seus vestígios deste salão só possui noticias e índices mediados e filtrados a sei respeito. Esta filtragem e mediação  continuam a provocar juízos abruptos, lineares e definitivos. Uma narrativa já possui conclusão quando do seu início. Se inicia pelo juízo já formado ou, pior ainda, pela admissão da força da intriga. O desenvolvimento da sua narrativa - a respeito do tema e da tese a  sustentar - serão orientados pelo formalismo  ou pela busca de argumentos aptos para sustentar esta intriga.

FOTO do ORIGINAL CONSTA na  REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23  14.12.1929
Fig. 05 –  Oscar Boeira (1883-1943) foi um mestre  da pintura sul-rio-grandense. Ele  foi competente para registrar os mais fugidios e ricos tons da atmosfera e dos ambientes da gente de Porto Alegre. Competência que demonstrada nos limites naturais da tinta sobre uma superfície. Ele lecionava a sua arte eventual e gratuitamente na Escoa de Artes. Esta não o podia injuriar ao lhe pagar estas preciosas aulas sem preço como declarou o único professor contratado desta Escola. A obra da imagem pertence ao acervo do MARGS e esteve exposta no Salão de1929.

Assim o objetivo da  presente narrativa  irá sustentar o seu tema na medida em que a logística do retorno possível aos poucos índices e documentos que sobreviveram após 1930. Estratégica e taticamente esta narrativa busca afastar preliminarmente os galhos da coivara conceitual que impediram este retorno ao campo aberto da dúvida, da argumentação ampla fundada em documentos. Argumentação comprometida e abreviada pela constatação de Paixão Cortes sentenciou (1984 p.7) de  que "o brasileiro fala muito, documenta pouco, analisa menos e conclui definitivamente, a sua moda, na hora que interessa”. Constatação que  revela uma das causas desta heteronímia e cujos efeitos enfraquecem ou aniquilam a memória local e entre eles a memória estética. Falta de memória que debilitam a formação de uma identidade a partir deste e do conjunto de ainda de um sem número de índices.                  


Foto Fernando ZAGO
Judith FORTES “Retrato”  - s/data..-..TÉCNICA pastel seco...DIMENSÕES  53,0 x 42,0 cm
Fig. 06 – Judith FORTES(1892- ?) foi uma vigorosa figura profissional de artista feminina de Porto Alegre.  Não temos imagem das três obras que ela  apresentou no Salão da Escola de 1929. A obra acima,que pertence ao acervo da Pinacoteca Ruben Berta, permite avaliar o seu domínio técnico dos meios estéticos e narrativos. Ela mantinha atelier na frente do prédio da Escola. Ali dava aulas, preparava candidatos para o vestibular da Escola e aceitava encomendas de trabalhos.

O material do Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929 está disponível apesar de seu esquecimento e falta de cultivo continuado. De um lado está disponível ao pesquisador atento um catalogo especifico. De outro as páginas da Revista da Globo que foi editado e circulou no  período do final de ano e festas natalinas. Nas páginas deste número da revista alternem-se dois excelentes críticos. Eles realizaram textos em cima do evento e que o público poderia ler e decodificar. Decodificação de obras expostas e a serem conferidas num espaço público e gratuito. A recepção destes textos evidente dependia de  um publico de poucos letrados. Público que ainda necessita ser conferido estudado e caracterizado junto com o seu interesse cultural desta época. O critico Ângelo Guido traçou uma narrativa panorâmica deste Salão. Como ele também expunha obras, o seu colega Fabio Barros (1881-1952) escreve um texto sobre as obras do pintor e crítico. 
Porém o vestígio mais importante deste Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929 são as obras expostas.  Muitas delas ainda em franco trânsito no meio cultural como é possível conferir nas imagens que acompanham a presente narrativa. Estas obras tornaram-se verdadeiros totens neste trânsito para indicar alguns dos artistas referências desta época e deste lugar cultural.


FOTO do ORIGINAL CONSTA COMO ILUSTRAÇÂO a  REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23  14.12.1929
Fig. 07 – O silencioso e observador João Fahrion (1898-1970) enviou ao Salão a obra que o se catálogo intitula como “Traje Espanhol”. Esta obra circulou depois com  retrato de Gilda Marinho. Como falecimento  em 1937 de Francis Pelichek - um dos dois únicos professores da Escola de Artes - foi contratado João Fahrion. Além de suas atividade de ilustrador das obras da Editora da Globo ele tornou-se o retratista da sociedade emergente em Porto Alegre.

Entre os parcos vestígios localizados, nesta BUSCA de um Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929 em PORTO ALEGRE, há evidente necessidade de um grande trabalho continuado de sua ampliação quantitativa e sua apreciação qualitativa. Trabalho de pesquisa de material logístico, de sua reunião, do seu estudo em paradigmas conceituais coerentes  com o seu tempo e  o seu lugar. Trabalho continuado que não pode ser confiado ao trabalho escravo de estagiários e nem ao estudante na busca de sua aprovação escolar. Obtida esta aprovação ele interrompe qualquer projeto e sepulta as suas pesquisas e conclusões na massa cinzenta e bolourada. Os eventos pontuais ou as eventuais bolsas de estudo possuem o mesmo efeito e destino.

Círio SIMON - 2013
Fig. 08 –  A segunda parte do catálogo do Salão da Escola de Artes do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul inaugurado no dia 15 de novembro de 1929 registra o nome dos seus expositores, o nome das obras, seu número de seu código e endereço do artista. A primeira parte registra as fotos das autoridades da época e uma longa e extemporânea descrição de atas da Camara dos Vereadores de Rio Grande.   O gancho é uma obra de Libindo Ferras de uma ruina de um templo religioso cuja pintura vem registrada num foto de página inteira e com a indicação de  que o artista esteve na cidade no início de 1928. Não há indicação de oficina da impressão.

Um dos índices do Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929  e um catálogo que se supõe que seja projeto gráfico de Libindo Ferrás, diretor da Escola de Artes, promotor e curador do evento. Não existem textos críticos do evento, dos seus objetivos ou problemas que deseja enfrentar. Este espaço gráfico é ocupado pelas figuras oficiais na parte final constam as magras lista dos artistas e nomes dos seus quadros expostos. O catálogo intercala entre estes dois extremos uma imagem impressa em cores plenas de uma obra em aquarela de autoria do diretor da Escola. Segue-se  uma ilustração e um texto relativo a uma obra que ele realizou na primeira capital do Rio Grande do Sul. Esta obra é pretexto para a transcrição de atas de 1865 de uma visita do Imperador á cidade



IMAGEM  que  CONSTA como ILUSTRAÇÂO do TEXTO  da REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23  14.12.1929
Fig. 09 –  A Revista do Globo nº 23 reproduz uma  obra pictórica de Ângelo Guido (1893-1969) cujo paradeiro do original não foi possível localizar. Contudo a contribuição capital  deste artista foi o longo artigo descritivo do Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929. A apreciação críticas das dezenas de obras pictóricas deste artista, foi realizada pelo médico psiquiatra Fabio Barros. Este era crítico de Arte no Correio do Povo onde comparecia com o pseudônimo “Vitoriano Serra”.

Entre as ausências certamente estão a obras de Pedro Weingärtner (1853-1929) que residia em Porto Alegre, mas inativo devido a doença da qual viria a a falecer  no final do salão, no dia 26 de dezembro de 1929. Também estava ausente Francisco Bellanca (1895-1974). Toda a Escultura e que  só viria a ser implementada na Escola dez anos depois por Fernando Corona. Assim estava ausente a obra de Antônio Caringi (1906-1981).


Fig. 10 – O artista Martin OBERMAYER, que expunha no Salão de 1929 com arte decorativa, passou a trabalhar em oficinas de vitrais e de cerâmica  artística de Porto Alegre.  João Fahrion confiou-lhe a execução de um mural que figura no bar do prédio inaugurado em 1943  e aqui aparece a assinatura do artista. Fahrion comentava que a execução transferiu para este azulejo  todos os pontos e trações que estavam no original realizado com bastões coloridos de pastel oleoso. A vida e a obra Martin OBERMAYER constam nos estudos das  oficinas de vitrais e de azulejos que se  desenvolveram em Porto Alegre entre 1920 e 1980.

O Salão da Escola de Artes de 1929 pode servir como índice da profissionalização e da carreira como artista visual em Porto Alegre.  Se Oscar Boeira não buscava e não precisava desta profissionalização par viver da  sua arte como Pedro Weingärner, a grande maioria dos que expunha se apoiavam no magistério. Este era o caso dos dois únicos professores da Escola Libindo Ferrás e Francis Pelichek. Judith Fortes mantinha atelier na Frente do prédio da Escola. Ali aceitava encomendas de trabalhos como que é visível na Santa Casa e onde Martin Obermayer – um dos expositores - transformou em vitral um das suas obras. Estas foram estudadas (2009) por Mariana Wertheimer


IMAGEM  que  CONSTA como ILUSTRAÇÂO do TEXTO  da REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23  14.12.1929
Fig. 11 – A obra de Francis Pelichek reproduzida no nº 23 da Revista do Globo,  estava, no dia 15 de novembro de 1929, presente as doze qu enviou ao Salão da Escola de Artes do IBA-RS. Devido á sua pouca saúde o artista se refugiava na Serra Gaúcha e de onde trazia registros pictóricos. Além de sua criteriosa ação pedagógica na Escola e sua atividade gráfica, produzia obras pictóricas que expunha  e colocava ao alcance do seu público em concorridas vernissagens  anuais

O ambiente estético  será sacudida indiretamente um ano apos Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929. Porem a sacudida estética direta deveria esperar o 24 de outubro de 1933. Esta sacudida foi encenada com a crítica ácida e direta do jovem pianista Tasso Bolívar Dias Corrêa (1901-1977)[1]. Ele aproveitou o ensejo do cenário do palco do Theatro São Pedro onde estavam sentadas as emplumadas autoridades que se julgavam serem o seu domínio absoluto total, ao estilo da Republica Velha.  Esta autoridades não havia entendido, ou não queriam entender  o recado do 24 de outubro de 1930. Na contramão das intenções do jovem pianista também foi jogada pela janelão  logo após os 22 anos que permaneceu no comando absoluto do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Para começar a sua obra defenestrou o diretor da Escola e sepultou a memória do seu Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929. Instituiu salões oficiais deste instituto e iniciou a sua numeração pelo nº 1 como sendo esta uma nova e absoluta criação sua. Apagou toda  a memória daquilo que aconteceu antes dos eventos de sua administração. Em consequência jogou pela janela a agua suja que encontrou junto com a criança.


IMAGEM e TEXTO  que  CONSTAM como ILUSTRAÇÂO do CATÀLOGO do SALÂO da ESCOLA de ARTES de  15.11.1929
Fig. 12 –  O Salão da Escola de Artes teve um alerta solitário e temporão da preservação do patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. Esta obra  de Libindo Ferras consta também no catálogo deste Salão junto com a transcrição de atas de 1865 da Câmara de Vereadores de Rio Grande, a primeira capital da Província de São Pedro. , fundada em 1737. O diretor da Escola de Artes também desempenhava as funções de “CONSERVADOR” desde a fundação do Instituto de Belas Artes em 1908. Não suspeitava que a sua própria obra fosse vista como ruína pela direção que se seguiu neste mesmo Instituto.

As busca dos índices do Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929 revelam um conjunto de fontes que continuam a jorrar entre as suas ruinas. Fontes competentes para evidenciar, conectar, criar e reproduzir uma imensidade permanente e inesperada de índices e vestígios de seu tempo e lugar. A obra de arte possui esta potencialidade de gerar dimensões diferentes e que vão muito além daqueles de ordem estética. A obra de arte carrega - no mínimo da sua materialidade-  o máximo da imaterialidade de uma civilização.  Esta amplidão  histórica certamente ajuda na intenção de encontrar os vestígios da civilização que a produziu.  Ao mesmo tempo continua  a produzir e reproduzir - no aqui e no agora - a verdade, a justiça e o belo dos quais ela é a portadora material.

FONTES em OBRAS  IMPRESSAS
BARROS, Fábio Pintor da Vida. Porto Alegre  REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23  14.12.1929, pp 06-07

Catalogo do Salão da ESCOLA de ARTES do IBA-RS de 1929. Porto Alegre: Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, 1929,s/ editora e paginação

GUIDO Ângelo O Salão da Escola de Artes – Porto Alegre: REVISTA da GLOBO -Ano I - nº 23  14.12.1929 pp.04-06

KERN, Maria Lúcia Bastos. Les origines de la peinture "Moderniste” au Rio Grande do Sul - Brésil. Paris : Université de Paris  I- Panthéon.Sorbonne , tese, 1981. 435 fls
.KRAWCZYK, Flávio. O espetáculo da legitimidade: os salões de artes plásticas em  Porto Alegre. Porto Alegre : Programa de Pós Graduação em Artes Visuais, 1997. 526 fls.. (dissertação)

PAIXÃO CORTES, João Carlos. Aspectos da música e fonografias gaúchas. Porto Alegre: Repressom   1984   117p.

PELICHEK,  Francis  Gaúcho Chimarreando Porto Alegre :REVISTA do GLOBO, ano II, nº 01  - 11 de janeiro de 1930 – Capa

PETTINI, Ana Luiza et KRAWZYK, Flavio – Pinacotecas Aldo Locatelli e Rubem Berta: acervo artístico da Prefeitura de Porto Alegre. Porto Alegre: Pallotti 208, 216 color.

REVISTA do GLOBO. Porto Alegre : Editora Globo, Ano I nº 001- 04 de janeiro de 1929 – Capa de Sotero Cosme e uma página sobre a EA do ILBA-RS.

FONTES NUMÈRICAS DIGITAIS.

ACERVO da PINACOTECA BARÃO de SANTO ÂNGELO – IA-UFRGS

ASSOCIAÇÔES de ARTISTAS em PORTO ALEGRE


LIBINDO FERRÀS

PINACOTECAS ALDO LOCATELLI e RUBEN BERTA

WERTHEIMER,  Mariana - Estudo do Patrimônio de Vitrais produzidos em Porto Alegre no período de 1920-1980Porto Alegre: Mitra Arquidiocesana - apoio  Petrobras -  2009 – DVD.

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