CONDIÇÕES das PRÁTICAS
ARTÍSTICAS no BRASIL
EXPRESSAS por INTELECTUAIS
ESTRANGEIROS.
“Canto o hino da
pátria que permite ganhar o pão para os meus filhos”
José SIMON professor rural de uma comunidade
germânica ao longo do Estado Novo.
Todo imigrante expressa
a sua identidade por meio da Cultura e na Arte que lhe são peculiares e únicas.
A perda, parcial, ou total, desta identidade é prejuízo certo. Prejuízo tanto para
o Brasil, para o imigrante e
principalmente para os seus descendentes. Esta perda diminui a riqueza e a diversidade
do Brasil que perde, assim, uma das suas expressões externas à sua origem.
Perda que condena o Brasil, e a sua população, à endogenia seguida pela
entropia cultural.
Fig. 01 – As noticias de Hans Staden (1525-1579) em
relação aos povos primitivos do Brasil deixaram preciosos registros escritos de
povos cuja cultura era um amostra a ceu aberto de est´gios vividos pela
criatura ao longo do Paleolítico e Neolítico. A grande fortuna de publico que
teve esta obra permitiu ao imigrante europeu o contato com um uma cultura
brasileira. De outra parte os mais expressivos projetos culturais brasileiros
tomam em consideração esta pré-história. Isto aconteceu com os desdobramentos a
Semana de Arte Moderna 1922, o Movimento Antropofágico e as pesquisas de Claude
Lévi-Strauss (1908-2009). A cultura e as etnias ameríndias continuam vigentes
no Brasil em 2012
O imigrante e o seu descendente,
ao não conservarem a atualizar a identidade de sua origem, estarão entregues à
endogenia redutora na qual a Natureza primitiva os conduzirá à entropia e ao
lixo da História. O imigrante e o seu descendente estarão de retorno para a
incultura, senão para a barbárie e a marginalidade técnica, cultural e
estética. Até as mais altas civilizações sofrem declínio e caos ao estilo da
Torre de Babel. Todas as civilizações são sempre construções humanas e sujeitas
à entropia. Esta entropia é vencida enquanto duram os projetos de sua origem.
Projeto que mantém viva uma civilização e a torna funcional, atuante e alimenta
as raízes de todos os seus contratos.
Os intelectuais possuem
um papel primordial no nascimento, na criação destes projetos e na manutenção
destas construções humanas vivas e atuantes. Os intelectuais estrangeiros
possuem esta percepção mais aguçada e mantém os meios e formas neutras, segundo
a concepção de Georg Simmel
(1858-1918), para
expressar e avaliarem estes projetos.
A origem, o desenvolvimento e a manutenção
identidade germânica no Brasil também é devido a um variado número de
intelectuais estrangeiros e nacionais que se debruçaram sobre este processo
vivo. Eles se debruçaram sobre as condições que esta etnia possui de distintivo
no plano da sua mentalidade dos demais imigrantes, identificaram e registraram
estas circunstâncias. O trabalho mais árduo foi o de conferir formas legíveis
para esta identidade
Fig. 02 – O Príncipe
João Maurício de Nassau-Siegen (1604-1679), um século após as noticias
de Hans Staden (1525-1579) em relação ao Brasil - foi um observador atento
ao processo brasileiro e as forças étnicas e culturais que estavam agindo neste
Novo Continente para o Europeu.
Estas formas são necessárias para que outros
intelectuais e instituições possam continuar, acompanhar e distinguir esta
identidade germânica entre as novas circunstâncias e etapas que ela encontra no
seu caminho. Caso contrário seria apenas mais uma etnia européia que ficou no
passado. Seguiria o destino das ricas, distintas múltiplas etnias africanas que
foram absorvidas, homogeneizadas e naturalizadas pela cultura brasileira. Mesmo
a mais forte forma cultural cairia na heteronímia. Heteronímia na qual outros
deliberam e decidem sobre o seu uso desta forma cultural para fins variados e
efêmeros na indústria cultural amorfa e impessoal.
Uma Carta de Maurício de Nassau à Holanda do
ano de 1637 mostra em ação um intelectual na busca de distinções para marcar origem, o desenvolvimento e a
manutenção identidade batava no Brasil.
"Acho este país um dos mais belos do mundo.
Sua tropicalidade não se prende unicamente ao fator climático, mas à personalidade deste povo visualmente empenhado em assentar raízes dentro do aspecto regionalista pátrio de cada região, por um todo. Mesclaram-se etnológica e culturalmente a ponto de sentirem-se brasileiros, mesmo sendo filhos de portugueses. Aceitam-nos por contingência imposta e até conosco convivem socialmente. Porém, jamais nos aceitarão definitivamente.
Sua tropicalidade não se prende unicamente ao fator climático, mas à personalidade deste povo visualmente empenhado em assentar raízes dentro do aspecto regionalista pátrio de cada região, por um todo. Mesclaram-se etnológica e culturalmente a ponto de sentirem-se brasileiros, mesmo sendo filhos de portugueses. Aceitam-nos por contingência imposta e até conosco convivem socialmente. Porém, jamais nos aceitarão definitivamente.
O mesmo não se permite
falar dos portugueses, que não assimilaram esta tropicalidade. Aceitaram a
nossa presença e até reconheceram a nossa posse sobre a terra que lhes
conquistamos. Quanto a estes, nossa administração é mansa e pacífica e
eventualmente óbvia pelo esbulho compulsório, com preços que variam desde um
alto cargo no governo flamengo da colônia, até alguns florins para gastos em
tabernas. É portanto, uma ocupação em caráter "ad infinitum" no que
concerne a eles.
HISTORIA NATURALIS BRASILIAE Gaspra
Barleus capa
Fig. 03 – O Príncipe João Maurício de Nassau-Siegen
(1604-1679), trouxe uma verdadeira
universidade de sábio e artistas que em pleno maneirismo europeu abriram as portas
ao iluminismo que se irá afirmar um século após. As publicações de médicos, de
naturalistas e pintores são amostras esparsas desta pré-universidade
brasileira. Numa leitura iconológica é possível interpretar esta imagem
como o Velho Continente ( na figura do
Rio Nilo da escultura helenística) revigorando-se diante de uma Novo Continente
(transformado no Rio Amazonas) como uma flora e uma fauna que mantém saudáveis
e naturais os corpos humanos.
Quanto aos primeiros,
exige-se uma reflexão minuciosa recheada de precauções, pois estes não têm
preço. Se alguns, de certa forma, a nós se uniram, o fizeram com o único
intuito de abreviar o domínio português na terra para, posteriormente, também
abreviar a nossa permanência. Estes somente com muita diplomacia e, segundo
constatamos, mediante uma miscigenação sociocultural, dividindo-nos com eles e
dividindo-os conosco, se aqui quisermos permanecer.
Os índios, colonos e
negros estão unidos em um espírito de liberdade jamais conhecido nas cortes
européias. Portanto, se aceitarmos este espírito de liberdade como ponto
básico, poderemos, através de uma contribuição cultural, científica e artística,
nos fazer necessários por largo espaço de tempo. Necessito pois da vinda de
artistas, médicos, pintores, músicos e outros doutores para que se possa firmar
a conquista e para que a Campanha Privilegiada das Índias Ocidentais obtenha
lucros correspondentes ao investimento feito.
Estabelecerei comércio
com os redutos chamados Quilombos, povoados por ex-escravos que fugiram das
fazendas. Pois estes, mais do que todos, repudiam os portugueses, podendo
assim, ser nossos aliados contra guerrilheiros que diariamente investem contra
a nossa permanência.
Recife,
3 de fevereiro de 1637
Conde Jon Maurício de Nassau Siegen Governador Geral do Brasil Holandes"
Conde Jon Maurício de Nassau Siegen Governador Geral do Brasil Holandes"
(Extraído
do Livro "Zumbi dos Palmares, A História do Brasil que não foi
contada")
Esta busca começou a declinar quando
as instituições holandesas não encontraram alguém capaz de dar continuidade a
este trabalho intelectual. Como o projeto batavo era o lucro comercial, a
condição dos seus intelectuais caiu na heteronímia na qual outros deliberariam
e decidiriam sobre o seu uso para fins variados e efêmeros em função de uma
indústria em comércio cultural amorfo e impessoal. A entropia tomou conta de
uma possível identidade batava no Brasil. Este voltou para as suas condições
coloniais onde outros decidiam e deliberavam.
Fig. 04 – CARROGIS Louis 1717-1805 - Conde de BUFFON George-Louis Leclerc
1707-1788 aquarela 30.5 x 18.5 detalhe
O Iluminismo francês além de ir
amplamente contra o tabu de discutir e
publicar textos políticos, criou as mais amplas condições intelectuais para as
pesquisas do mundo natural . A projeção deste trabalho intelectual foi sentido
no Brasil Colonial quando Alexandre
Rodrigues Ferreira (1756-1816) empreendeu a Viagem Filosófica pelas Capitanias do Grão-Pará, Rio Negro,
Mato Grosso e Cuiabá entre 1783-1792. Com a abertura dos Portos em 1808 estes
caminhos e outros mais foram percorridos muitas outras expedições com o
objetivo de ampliar o conhecimento de um território fechado pelo colonialismo
lusitano
Não se defende aqui “intelectuais orgânicos”,
pois eles também podem servir também para manter na heteronímia o PODER
ORIGINÀRIO. Em nosso caso trata-se de intelectuais organicamente coerentes com
o os variados traços culturais que compõe e mantém a identidade germânica entre
as mais variadas contradições.
in TUBINO 2007
p.036
Fig. 05 – O cientista
Alexander
von HUMBOLDT (1769-1859)– foi impedido de percorrer o território colonial
do Brasil. pois
após encontrarem-no em terras brasileiras perto da fronteira venezuelana os portugueses consideraram-no um possível espião alemão., Assim as suas
expedições voltaram-se para os territórios americanos que estavam se
emancipando da Espanha.
Dois séculos após o Príncipe de Nassau uma
destas contradições apareceu estampada, ainda em 1812, em plena cultura européia,
denominada culta e esclarecida, foi explicitada
num decreto do General Barão de Pommereul. Este era Conselheiro de Estado,
Diretor Geral das Imprensas e Livrarias de Hamburgo e publicado no Correio
Braziliense, nº 047, em abril de 1812
no setor de Politica, p. 421:
“O direito de publicar artigos sobre a política
não pertence senão ao Governo. Em conseqüência todo jornal cientifico em
que se permitir a sua inserção será sujeito a ser suprimido, e a outros
procedimentos que se intentarão contra o editor e autor. Por outra parte
encerrando-se estritamente na esfera das artes e das ciências, a que os seus
jornais devem ser com sagrados, poderão
contar com o favor e aprovação de um Governo sábio, que protege as ciências, e
as artes verdadeiramente atem, e todo quanto tende a aperfeiçoá-las”.
Fig. 06 – AUGUSTE SAINT-HILAIRE
1776-1853 percorreu o Brasil na
época de sua independência. Visitou, observou, escreveu e publicando as suas pesquisas em particular
o aquelas sobre Rio Grande do Sul e a Província Cisplatina Assim europeu tinha
informações se o seu projeto fosse migrar para esta parte do Novo Mundo e que
não se encontrava em outra fonte,
Este silêncio imposto
oficialmente por um governo germânico dos mais liberais entre os demais e que
se gabava de “sábio e que protegia as
ciências e as artes”, certamente alertou os intelectuais para a dificuldade
de separar as circunstâncias da Arte e da Ciência da política mantida sobre o
mais absoluto controle estatal.
Um dos papeis dos
intelectuais - que pensaram as condições desta etnia no Brasil - foi
transformar estas contradições em complementaridades. Uma destas
complementaridades foi a política, expressa em voz quase unânime, de que o
imigrante alemão deveria aprender a língua portuguesa o mais cedo e rapidamente
possível.
- in TUBINO 2007 p.038
Fig.
07 – O Karl Friederich Philipp von MARTIUS (1794-1868)
veio ao Brasil na comitiva que trouxe a Princesa Dona Leopoldina da Áustria
para o se casamento com Dom Pedro I
Estamos criando uma
narrativa escrita e icônica em relação ás condições das artes em São Leopoldo
nos seus primórdios.
Assim nada melhor do que
fazer um congresso de mentalidades que elaboraram textos próximos desta época
ou nos quais é possível perceber as circunstâncias que as arte deveriam encontrar
neste ambiente inaugural.
Fig. 08 – O cientista Johann Baptiste Von SPIX (1781-1826) também veio ao Brasil na
comitiva que trouxe a Princesa Dona Leopoldina da Áustria para o se casamento
com Dom Pedro I e aqui permaneceu de 1817-1820. Percorreu o Brasil
junto com Von Martius.
A grande imigração do
decênio de 1824 a 1834 não foi só um impulso romântico rumo a um mundo
desconhecido e exótico. Desde a sua descoberta houve uma busca de informações dos
povos germânicos relativas ao Brasil e experimentos inclusive de imigrações. As
informações germânicas sobre o Brasil vinham desde as fabulosas noticias de
Hans Staden (1525-1579) e depois dos numerosos alemães que estiveram envolvidas,
direta ou indiretamente, com a colonização holandesa. Entre estes estava o Príncipe
João Maurício de Nassau-Siegen (1604-1679) com profundos vínculos e interesses na
Alemanha e que trouxe, ao Brasil, uma
verdadeira corte de artistas e de cientistas.
Fig. 09 – O Johann Wolfgang von GOETHE 1744—1832 nunca
atravessou o Atlântico. Contudo mantinha-se informado sobre a meteorologia, a
formação geológica do Brasil além da sua flora e da sua fauna o por meio de
seus amigos. Assim avaliava as condições que os imigrantes encontrariam na nova
terra e o tempo, o sentido e os esforços
que deveriam empreender para levar a civilização aos trópicos estimulando-s
para esta mudança radical de suas vidas..
Estas informações se
avolumaram e se consolidaram, nos primórdios do século XIX, com a abertura dos
Portos e o casamento (1817) de Dona Leopoldina (1797-1826) com Dom Pedro I. Ainda
que Alexandre Humboldt tenha sido impedido de efetivar pesquisas de campo em
território brasileiro houve uma legião de outros intelectuais, artistas e
cientistas que reuniram, estudaram e fizeram circular as informações mais precisas sobre o Brasil, a sua diversidade e
os seus recursos efetivos.
in TUBINO 2007
p.074b
Fig. 10 – O Conde
russo Jorge Henrique LANGSDORFF (1774-1852) e Carlos Engler (c.1800-1855-).
A expedição entre os anos de 1824 a 1828 contou com aquarelas de Johann Moritz Rugendas, Aimé-Adrian
Taunay e Hercules Florence e mapas de
Néster Rubtsov,
Os conhecem e sentem o
dia a dia das condições para a pratica ARTE no Brasil sabem que nos primórdios
da soberania brasileira era infinitamente mais difícil numa colônia no extremo Sul do Brasil.
Fig. 11 – Jean Baptiste DEBRET 1768-1848 integrava a Missão Artística Francesa que
veio ao Brasil no final da era napoleõnica.. Em relação ao Rio Grande do Sul
fez vários registros ic iconográficos e produziu texto inclusive sobre a
Colônia de São Leopoldo
Em 1830 as notícias
da Colônia de São Leopoldo chegavam a corte do Rio de Janeiro de onde Jean
Baptiste DEBRET as levou para a Europa onde as incluiu quando da impressão em 1839. Ali consta (Vol. II, p. 138)[1]
que:
“na Província do
Rio Grande do Sul, citava-se, em 1830 - entre os felizes resultados os
progressos da cultura colônia alemã de São Leopoldo, fundada em 1826 (sic) - a
importação de lúpulo, que alimentava uma fábrica de cerveja: bebida útil que
antes era importada da Inglaterra; e os produtos das artes mecânicas como a
maravilhosa execução de toda obra de madeira de uma capela recentemente construída em Porto
Alegre, sob a direção e patrocínio do Visconde de São Leopoldo distinto
historiador, literato e ex-ministro do Interior do Brasil”
[1] DEBRET Voyage pittoresque et histórique au Brésil Volume II
disponível integralemnte http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/00624520
Fig. 12 – O comerciante francês Arsène ISABELLE (1807-1888)
realizou observações no Rio Grande do Sul um ano antes de Revolução
Farroupilha. É notável o registro e o que publicou em relação ao trabalho
germânico a partir de 1824 a partir de São Leopoldo
A visita Arsène ISABELLE ao núcleo colonial de São Leopoldo ganhou cores e vida na narrativa
por ele produzida e publicada na Europa (p. 261).
Em 1834, calculava-se a população
total de província em 160.000 habitantes, sendo que os alemães representavam um
décimo desse total. Só na nova colônia de São Leopoldo contava oito mil.[...]
Até agora, ela tem feito tudo o que dela se podia esperar, e já são tantos os
melhoramentos introduzidos nas artes e na cultura, que o aspecto da província
se transformou, a ponto de torná-la irreconhecível aos olhos
daqueles que a tinham percorrido antes da guerra do Brasil com a
república Argentina. É agora província indispensável ao Brasil, pois é a única
que pode fornecer carne, sebo, couros,
cavalos, mulas, milho e até trigo, ao passo que poderia, se houvesses
necessidade, prescindir-se das outras, pois as culturas de mandioca, algodão,
arroz, açúcar, etc. Produzem o suficiente ao seu consumo.
Arsène
ISABELLE encontroa ali um artista na pessoa
do médico do núcleo colonial de São
Leopoldo conforme é possível ler na p.254
Fomos recebidos pelo doutor João
Daniela Hillebrand, jovem muito instruído, que reúne à sua grande modéstia,
excelentes maneiras e muita amabilidade. Adquiriu este gosto quase apaixonado
quando acompanhou, durante muito tempo, o doutor Sellow. Mostrou-nos suas
coleções, já numerosas, de pássaros, insetos e madeiras úteis, e também muitos
objetos curiosos, tais como armas de
bugres, vasos, etc... Excelente desenhista, pintou uma coleção de lepidópteros
da colônia. Fiquei encantado com a exatidão do desenho e as frescura do
colorido desses lindos insetos.
Confirma-se que a ARTE
acompanha a CIÊNCIA especialmente quando interagem e se complementam. Neste momento
e nestas circunstâncias a ARTE confere corpo a um pensamento e é competente
para fazer circular a mentalidade que lhe deu origem. Caso contrário é mera
decoração, lazer e algo exótico. A Arte - movida apenas pela decoração, lazer
ou exotismo - compromete seriamente a identidade da mentalidade única peculiar
da cultura e da Arte do imigrante e estaria aberta para heteronímia. Heteronímia
na qual outros deliberam e decidem sobre o seu uso desta forma cultural para
fins variados e efêmeros na indústria cultural amorfa e impessoal.
Na próxima postagem
iremos examinar a fortuna de intelectuais que permaneceram mais próximos ou se
debruçaram com mais intensidade sobre as CONDIÇÔES das PRÁTICAS ARTISTICAS no
BRASIL
ALGUMS FONTES
de IMAGENS do presente TEXTO
HANS STADEN
DEBRET, Jean Baptiste (1768 – 1848) - Voyage pittoresque et histórique au Brésil
ou séjour d’un Artiste Français au Brésil depuis 1816 jusqu’en 1831
inclusivement. Dédié à l’Académie des Beaux-Arts de l’Institut de France par
J.B.Debret, premier Peintre et Professeus de l’Academie Impériale Brésilienne
des Beaux-Arts de Rio de Janeiro, Peintre particulier de la Maison Imprériale,
Membre correspondant de la Classe des Beaus-Arts de l’Institut de France, et
Chevalier de l’Orde de Crist. Paris : firmin Didot Frères, impremeurs de
l »Institut de France, 1839, 3 vol.
Veja o
SAINT HILAIRE, Auguste 1779-1853
Aperçu d'un voyage dans l'intérieur du Brésil, la province Cisplatine
et les missions dites du Paraguay Correspondant de l’Académie des Sciences. ( Extrait des Mémoires du Muséum d'Histoire Naturelle,
5e. année, t. 9.}, Imprimerie de
A. Belin : Paris, l823, 73 p Dedicatória
de Saint-Hilaire ao Monsieur L'Abbé Correa
Disponível na Coleção Brasiliana
USP - http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/01417800
VIAJANTES do século XIX e
PORTO ALEGRE
Preparação oficial da
ocupação de Real Feitoria do Linho Cânhamo pelos imigrantes
Correio do
Povo
ANO 117 Nº 183 - PORTO ALEGRE, SÁBADO, 31 DE MARÇO DE 2012 Há um século
FERREIRA,
Alexandre Rodrigues. (1756-1816) Viagem Filosófica. Memórias (zoologia
e botânica). Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1972.
____. Viagem Filosófica. Memórias (antropologia). Rio de Janeiro:
Conselho Federal de Cultura, 1974.
____. Viagem Filosófica. Iconografia v.1: geografia e
antropologia; v.2: zoologia. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1971.
ISABELLE. Arsène (1807-1888)[1],
- Viagem
ao Rio da Prata e ao Rio Grande do Sul tradução e nota sobre o autor
Teodomiro Tostes; Introdução de Augusto Meyer [2ª reimpressão] Brasília :
Senado Federal 2010 , XXXI p. + 314 p.( Ed. Senado Federal v.61)
TUBINO, Nina A
germanidade no Brasil Porto
Alegre: Sociedade Germânia, 2007, 208, il
Goethe no Brasil
Grande interessado em culturas, Goethe não deixou de observar
aspectos da cultura brasileira. Em sua biblioteca constavam 17 títulos de obras
que tratavam do Brasil, além de estarem registrados empréstimos de livros do
tema na biblioteca de Weimar. Goethe conheceu canções tupinambás através
da leitura de Dos
Canibais de Montaigne e
mantinha um intercâmbio de informações científico com Carl Friedrich Philipp
von Martius, o qual costumava chamar o "brasileiro" Martius. Esse e
Ness Von Esenbeck o homenagearam batizando Goetha uma espécie de malvácea brasileira.
O médico Carlos Engler nasceu em Viena d'Áustria
em 1800 e faleceu em Itu, em 1855. Veio para o Brasil em 1821 e estabeleceu-se
em Itu, São Paulo, onde clinicou e viveu. Casou-se nessa cidade com uma senhora
brasileira, da qual teve vários filhos, dentre os quais um que se formou em
medicina e residiu em Campinas, SP. Chamava-se igualmente, Carlos Engler.
A avaliação de um sábio médico austríaco
e o registro de Hercules Florence (1804-1879), do infortúnio na recepção de sua ciência em ITU
no início da Independência Brasileira e enquanto forma-se a Colônia de São
Leopoldo
Travei conhecimento com o Dr. Engler, austríaco, homem
todo voltado para a ciência. Sua biblioteca qualificada, e assinaladamente
alemã, acompanhava-se de um gabinete de Física e um laboratório, assim como de
instrumentos de astronomia. Todo esse aparelhamento lhe assegura a estima de
minguado número de pessoas; quanto à generalidade da população, em relação a
ele, prevalece a indiferença e, não raro, a censura. Assim se mede a
inteligência por estes lados. Mas não é a inteligência um dom da divindade? A
comprovar que o mérito e o talento frequentemente sofrem a ação do desdém, não
seria demais afirmar que um dos gêneros de bem estar preferido pelos homens se
traduz por excentricidade, práticas frívolas e, até, atos hostis.
Em
relação a HERCULES FLORENCE ver
SIMMEL, Georg (1858-1918) Sociología y
estudios sobre las formas de socialización. Madrid : Alianza. 1986, 817 p..
2v
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