quarta-feira, 4 de novembro de 2020

203 – NÃO FOI NO GRITO – novembro de 1820


A SUSTENTAÇÃO da REVOLUÇÃO do PORTO e as suas CONSEQUÊNCIAS.

 

. Na hypothese de que o Governo de Portugal, ou as futuras Cortes, desejem, como nós desejamos, a continuação da uniaõ de Portugal com o Brazil, porque sem a cordeal cooperação d'El Rey, he impossivel que tal uniaõ se possa verificar

  • https://www.bestnetleiloes.com/pt/leiloes/livros-94/revolucao-liberal-de-1820

https://cdlsertania.files.wordpress.com/2011/01/imagem.jpg

Fig. 01 –   A pagina de rosto do DIÁRIO NACIONAL da JUNTA SUPREMO GOVERNO  PROVISÓRIO do REINO pode ser creditada a intensa atividade da imprensa na REVOLUÇÃO FRANCESA de 1789 e a sua sustentação popular pelos jornais.  A  REVOLUÇÂO do PORTO de 1820 continuou esta tarefa de divulgar, comentar e sustentar, pela Imprensa. a opinião do POVO de PORTUGAL. As evidentes corrupções, da primitiva imprensa, davam margem a longos, custosos e demandas matérias, tentando corrigir estas distorções.

 O numero com as observações da manutenção da UNIÃO entre PORTUGAL e BRASIL de novembro de 1820 do CORREIO BAZILIENSE merece a devida atenção. Esta observações, lidas de uma janela eletrônica de novembro de 2020, mostram um longo, especulativo e contraditório texto do que trata das CONSEQUÊNCIAS IMEDIATAS e da SUSTENTAÇÂO CONTINUADA da REVOLUÇÃO do PORTO .

No consistório do editor deste texto é possivel interpretar a REVOLUÇÃO do PORTO, iniciada em 24 de agosto de 1820, como o autêntico movimento que proclamou a INDEPENDÊNCIA de PORTUGAL em relação à sua COLÔNIA BRASILEIRA. Esta COLÔNIA havia crescido, tronou-se adulta e hospedava a corte lusitana e neste meio tempo.

Entre as linhas. do  texto do CORREIO BAZILIENSE de novembro de 1820, pode ser lido que o BRASIL CRESCIDO e já ADULTO pode dispensar, em novembro de 2020, a narrativa doo propalado  “GRITO do IPIRANGA”. As justificativas do “GRITO” pode interpretado para manter as aparência da iniciativa da CASA dos BRAGANÇAS, os privilégios da nobreza além mar e e a forma e manutenção legal da escravidão na América. Estas justificativas - caladas e não ditas - permitiram o sucesso da proclamação da SOBERANIA BRASILEIRA. Porem com o POVO EXCLUIDO e SILENCIADO

Também no contraditório é possível perceber a frustração de Hipólito José da COSTA de ver o seu sonho de manter um sonhado IMPÉRIO LUSITANO  UNO e COESO  para enfrentar o NEO-CLONIALISMO das demais nações europeias que necessitavam e criavam MERCADO e MATÉRIAS PRIMAS seguras para sustentar a ERA INDUSTRIAL na qual estavam apostando e ingressando com toda a energia disponível.

. CORREIO BRAZILINSEem NOVEMBRO de 1820   VOL XXV. N° . 140 4 B 556" Miscellanea pp. 543 até  570

Reflexoens sobre as novidades deste mes. REYNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL E ALGARVES.

Revolução de Portugal

 Este acontecimento he de tal magnitude e importância, para os interesses de todos os Portngnezes, que naõ da lugar a occupar-nos quasi de algum outro, que lhe naõ diga respeito ; nem quando o pudéssemos fazer éra de esperar, que nossos Leitores prestassem devida attençaõ, senaõ a matérias immediatamente connexas com os recentes successos daquelle paiz. Na parte Política e no principio deste N.° trasladamos os documentos, que nos tem chegado á maõ, pelos quaes se vê os progressos da revolução; mas começamos pela patente do Marechal General Lord Beresford, por ser o de data mais antiga; e assim começaremos tambem por ella as nossas observaçoens. Quanto ao Marechal General; vinha elle do Rio-de-Janeiro, munido com os exuberantes poderes, conferidos por esta extraordinária patente, e a bordo da fragata lngleza, em que fazia a viagem para Lisboa, vinham tambem naõ pequenos fundos d'El Rey, destinados ao pagamento das tropas de Portugal. Soube, no mar, do acontecimento da Revolução: mas naõ obstante isso entrou no porto de Lisboa, na fragata em que vinha, e trazia o dinheiro, e tentou desembarcar, e exercitar os poderes, que sua nova patente lhe concedia.

Que o Marechal General desse mostras de querer exercitar sua authoridade, ainda quando a mudança das cousas fazia esse exercício obviamente impracticavel, podia desculpar-se, na consideração de que o Marechal julgaria ser de seu dever o mostrar, que, se naõ entrava no lugar, para que o nomeava a patente, naõ éra isso culpa sita, mas daquelles, que o naõ quizéram receber. 


WLLIAM CARR BERESFORD

https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Carr_Beresford

Fig. 02 –  Enquanto o Rei Dom João Vi  cumulava o   Marechal WIILIAM CAAR  BERESFORD a REVOLUÇÂO do PORTO de 1820, colocava limites  presença continuada deste britânica na política, na economia e no meio militar português. Para este irlandês bastardo ‘os ideais franceses de LIBERDADE, de IGUALDADE e de FRATERNIDADE era algo a ser combatido num estado que se queri livre do controle econômico e militar inglês.

Que o Marechal, sabendo da revolução, e devendo conhecei a irritação universal contra o Governo passado, no que Sua Senhoria tinha tido tanta parte, se viesse metter em Lisboa, também tem desculpa; posto que, n'outras circumstancias, tal passo se pudesse characterízar da mais cega temeridade: terá desculpa aqui; porque S. S. talvez contasse, no que se naõ enganou, com aincomparavel moderação dos revoltados, com a brandura do gênio da naçaõ ; com a generosidade extrema, que haveriam de mostrar, como tem mostrado, para todos aquelles, que olhavam como seus oppressores antigos. Desta brandura de character, desta magnanimidade em perdoar, naõ achará o Marechal, de certo, exemplos na sua terra, mas contava com achar isto, como com effeito achou, em Portugal; e por essa razaõ se lhe pode mui bem desculpar o ir-se metter em Lisboa; aonde lhe naõ fizeram outro mal, senaõ mandállo sair de uma terra, que o abhorrecia; e d'onde, por uma coincidência que o devia ferir, deo a vela no dial8de Outubro, anui versado da morte do illustre e infeliz Gomes Freire


MEMORIAL GOMES FREIRE   http://espacoememoria.blogspot.com/2012/10/evocacao-de-gomes-freire-de-andrade.html

Fig. 03 –  Colina na qual  o  General GOMES FREIRE de ANDRADE foi enforcado, esquartejado, queimado e a suas cinzas jogadas ao mar no dia 28 de outubro de 1817.   A  REVOLUÇÂO do PORTO de 1820 foi uma resposta a esta cruel, injusta e arbitrária pena capital aplicada a um dos portugueses mais ilustrados  e que nunca foi esquecido pelo POVO de PORTUGAL

Agora, porém, o ter Sua Senhoria ido metter-se em Lisboa, com o dinheiro que El Rey tinha na fragata, perdoe Sua Senhoria, mas naõ achamos modo de o desculpar. Nisto só vemos um amor próprio, uma confiança em si mesmo, e em sua influencia, que naõ vemos meio de justificar este passo de metter o dinheiro d'El Rey na boca do lobo, por mais que desejássemos fazer este serviço a Sua Senhoria, Quanto á patente, indica ella unia contradicçaõ, que nos parece iiieconciliavel. Taõ extraordinários poderes concedidos ao commandente das tropas, feito assim absoluto e independente dos Governadores do Reyno, mostra a olhos vistos, que taes Governadores naõ gozavam da confiança da Corte; e se a naõ gozavam i pára que conservallos em seus lugares ? Por mais desprezíveis, ou por mais abhorrecidos que fossem os Governadores, a naçaõ se devia sentir humilhada, na pessoa de seus Governantes, vendo uma personagem militar, obrando independente delles, com tam extensos poderes; ainda além da consideração dessa personagem ser um estrangeiro. A demais, o absoluto e independente commando, que se dava ao Marechal, sobre as milicias e ordenanças, punha de tal maneira o Reyno todo á sua disposição, que o desgosto devia ser universalmente sentido; e muito nos enganamos se esta patente ao Marechal Beresford, naõ fizer uma prominente figura, na justificação dos motivos da revolução de Portugal. Sabemos mais, que, mesmo no Rio-de-Janeiro, esta medida encontrou a mais decidida desapprovaçaõ, da parte de personagens da maior graduação e importância, e de facto, de lá se mandaram copias da patente, para Lisboa, e para Londres, acompanhadas das mais amargas queixas contra o Marechal, por ter solicitado, e obtido, os poderes, que a tal patente lhe concedia. Depois deste infeliz documento, publicamos a p. 385, a formalidade de prestarem certos titulares o juramento de obediência ao Governo existente, e á Constituição, que ainda está para vir; mesmo sem saber se essa Constituição os privará dos títulos e privilégios, a cuja consideração deveram o ser chamados a este acto. Aquelles, que, como nós fizemos, tiverem posto uma estrelinha dos nomes dos senhores, que pediram a Bonaparte um Rey para Portugal, poderão agora pôr a alguns dos mesmos nomes segunda estrelinha; que formará nova characteristica, em seus pergaminhos de vanglorias dos antepassados, da coragem com que tem defendido os direitos de seu Soberano, e os seus próprios. Sejam os primeiros notados, como he devido a sua alta graduação, os Governadores do Reyno, e seu Secretario, Conde da Feira, por alcunha, Forjaz, por nome : pois o outro Secretario escapou desta humilhação, provavelmente por sua insigniricancia. Sirva de cabeceira á lista o Eminentíssimo Patriarcha, primaz daquelle Governo, que tam denodadamente ameaçou aos rebeldes do Porto; e agora expedindo no dia 3 de Outubro uma ordem, para que no dia 4 se cantasse um Te Deum em todas Igrejas, em acçaõ de graças, pela reunião do Governo Supremo com o provisório de Lisboa, que o tinha derribado a elle e seus collegas do Governo do li eyno. Venha na cauda o Secretario Conde da Feira, raettendo-se a assignar, como Governador que naõ éra, a proclamaçaõ contra os rebeldes, e agora mandandoseu procurador assignar termo de obediência a esse, que chamou poucos dias antes rebelde Goverdo, e jurar uma Constituição, que naõ sabe qual será. ¿ Que títulos ? ; Que nobreza de Portugal! ¿ E pôde alguém admirar-se de que o povo se apoderasse das rédeas do Governo, vendo-se regido por taes individuos ? Na ordem dos documentos, segue-se depois a provisão, p, 388, expedida pelo Conselho da Fazenda, pela qual se extingue uma arrecadação de certo imposto em Santarém. Tal éra o arranjamento dos senhores empregados naquella repartição, que a somma total do tributo, que pagava o povo, naõ chegava para satisfazer aos que se occupavam na sua cobrança. Estes factos naõ carecem commento, e por isso reraettemos o Leitor para o mesmo documento. Alas se abusos tam escandalosos naõ devem incitar os povos a clamar pelas reformas, naõ ha desarranjo e desordem dos governantes, que se possa desap provar. A administração do Correio e seus abusos, caio ja nas vistas do Governo Provisório, como naõ podia deixar de ser, e a seriedade com que disso cuida apparece, pelo documento p. 486, em que se propõem examinar e indagar o estado desta repartição. Metade destas medidas, que o Governo passado se propuzesse sinceramente adoptar, ninguém teria sequer sonhado na revolução. A portaria de p. 485, sobre os despachos dos navios nas alfandegas vem revogando o Alvará de 25 de Abril de 1818, e ode 30 de Maio deste anno. Este ultimo destinava-se a remediar o abuso com que mercadorias de outras naçoens se abrigavam com o nome de Inglezas, para gozar dos piivilegios, que o celebre tractado de Commercio Roevidico dava a estas. Mas este remédio éra um vexame contra a liberdade do commercio, e portanto um verdadeiro mal, conseqüência do outro mal. Alas por esta amostra já se pôde ver, como o novo Governo olha para o tal tractado, e outro sim, como seraõ recebidas em Lisboa as ordens do Rio-de-Janeiro, que forem oppostas aos interesses de Portugal. Meditem os Ministros do Brazil neste exemplo da contrariedade a dous Alvarás, e conhecerão a necessidade de adoptar desde ja um novo systema, se naõ quizereni ver todos dias com» promettida a authoridade de seu Soberano ; ainda sem mencionar outras conseqüências mais sérias. Temos depois o Avizo, p. 487, sobre os leiloens na Casa da índia, por onde se vé, que ja se attende aos requerimentos dos negociantes, os quaes melhor sabem o que lhes convém, para a expedição de seu trafico, do que os que governam. A portaria sobre o Terreiro, p. 488, tem ja produzido algum bem; porque a Commissaõ annunciou, poucos dias depois de sua creaçaõ, que se podiam começar a vender, sem inconveniente, os trigos do paiz, com os do estrangeiro. A decadência da Agricultura éra tam conhecida em Portugal, que até os mesmos Governadores do Reyno a confessaram por mais de uma vez. Em uma portaria de i) de Maio passado, resolvendo uma Consulta do Conselho da Fazenda, sobre os Camalhoens do rio Mondego, manda continuar a Administração " em quanto durarem as calamidades que arruinam presentemente a agricultura destes lieynos." A Juncta do Commercio, fazendo uma representação ao Governo, sobre este assumpto, produzio as resoluçoens, que mencionamos e criticamos em outros Nºs ., e em que appareceo tanto a dieta Juncta como o mesmo Governo, proferindo as máximas do mais ignorante despotismo. Paia todo o remédio da decadência da agricultura, naõ lembrou aquelle Governo senaõ cai regar de imposiçoens ou prohibir de todo a entrada do gi aõ estrangeiro; naõ se lembrando que o favor e fomento á agricultura, naõ he para segurar o monopólio dos agricultores, mas paia que todo o povo tenha o paõ em abundancia e barateza; ora a mera medida de prohibir o graõ estrangeiro, sem acompanhar isto com outras medidas conrespondentes, éra favorecer o monopólio do agricultor, e causar a carestía do ma*is necessário alimento do povo. 

SOPA dos POBRES em ARROIOS (1813) por Domingos Antônio de Siqueira o LUZITANO

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sopa_dos_Pobres_em_Arroios_(Domingos_Sequeira)

Fig. 04 –  A situação de penúria  do POVO de PORTUGAL continuava após REVOLUÇÂO do PORTO.  As novas autoridades da JUNTA SUPREMO GOVERNO  PROVISÓRIO do REINO sabiam do poder explosivo deste POVO quando privado das suas necessidades básicas e que a qualquer momento podia voltar-se contra esta ordem provisória e auto proclamada através da primitiva imprensa

A mania, (que naõ tem outro nome) de querer sustentar em tempo de paz um exercito tanto alem do que podiam supportar as rendas e a população do paiz, éra uma evidente causa da decadência da agricultura; juncto isto com o vexame desnecessário das milicias e ordenanças, dificuldades de transportes, ke. Mas o Governo naõ attendendo a nada disto, julgava tudo remediar cora a prohibiçaõ do graõ estrangeiro. Existia ha pouco tempo nas provincias grande parte da colheita de 1819, e toda a de 1820; e em Lisboa um deposito de graõ estrangeiro de 18.308 moios de trigo, l(j.4U8 moios de milho ; e 3 130 barricas de farinha ; e o arraiei de paõ custava 30 reis, nessa mesma epocha. Isto mostra o defeito da Administração ; porque naõ éra a falta de trigo a que fazia a sua carestia, mas sim as oppressoeus e difiiculdades, que sorTria o agricultor, em conseqüência das quaes lhe ficava o produeto de sua colheita por um preço intrínseco tam subido, que naõ podia baratear o preço do paõ, sem se arruinar, e como os estrangeiros de paizes aonde a agricultura naõ soíliia taes oppressoens, podiam vender em Lisboa o seu trigo mais barato, uaõ éra factível que o graõ Portuguez entrasse em concurrencia com aqnelle, assim se dava occasiaõ ao estrangeiro para subir tambem o seu preço e alçar seu ganho, em mauifesto detrimento do povo. Pela publicação dos mappas do Terreiro Publico de Lisboa se acha, que em uma semana se vendeo ali 539 inoios 34 alqueires Miscellanea. 549 de trigo, dos quaes somente 29 moios 10 alqueires eram do produeto do Reyno ou Ilhas adjacentes. Em outra semana de 1077 moios e 28 alqueires, que se venderam, somente 24 moios e 22 alqueires eram do Reyno e Ilhas. Ein outra semana, de 928 moios e 30 alqueires vendidos, 10 moios e 58 alqueires eram do Reyno e Ilhas; o demais Estrangeiro. Ora todo o mundo sabe, que as preferencias nesta repartição eram effeito de mais corrupta admiaistraçaõ, regulaudo-se tudo por escandalosas peitas. A Commissaõ, pois, agora nomeada pelo Governo, tende a dar e ja deo em parte, como dissemos, remédio a este mal immediato, na Administração do Terreiro • as outras causas da carestiado paõ, e oppressaõ da agricultura, dependem d'outras medidas, que ataquem as raízes dos males. Ultimamente temos de notar a portaria de p. 488, suspendendo a prohibiçaõ, que havia, paia a introducçaõ em Portugal dos Periódicos impressos na língua Portugueza em Paizes Estrangeiros. Pedimos licença ao Senhor Conde de Palmella, e aos passados e presentes Senhores da Legaçaõ Portugueza em Londres, para louvarmos tambem esta medida do novo Governo de Portugal. Soas Excellenciaes e Senhorias, Embaixadores e Secretários mandarão ao Sovela, que nos aceuse de parcialidade neste louvor. Paciência; soffrereinos a accusaçaõ ; mas naõ pudemos reprovar esta medida do Governo, porque até os rapazes da imprensa se ririam de nós ; deixamos essa tarefa da reprovação aos mesmos dictos Senhores ; e o mais que podemos fazer he prometter de lhe naõ responderemos nesta parte. A p. 534 publicamos a lista das embarcaçoens Portuguezas, tomadas ou destruídas pelos corsários em nome d*Artigas , um chefe de bandidos no interior da America Hespanhola, que naõ possue nm só porto de mar, nem vaso algum seu armado. Monta o numero dessas embarcaçoens a 38 tomadas ou destruídas, e 26 roubadas.

  • Fig. 05 –  A invenção de inimigos imaginários e externos sempre foi um expediente da Imprensa para criar bodes expiatórios e culpados de todos os fracassos de governos instáveis. Assim a rebeldia do povo indefeso da Província Cisplatina, liderado por José Artigas, criou um mar juncado de corsários imaginários para encobrir os fracassos da frágil e precária marinha lusitana 

 ¿ Que disculpa nos dam desta perda os Ministros d'El Rey ? ¿Tractarlum tambem disto as negociaçoens do Conde de Palmella com as Potências Estrangeiras

Agora convém dizer alguma cousa, que sem duvida as gazetas de Lisboa naõ diraõ, e que mui provavelmente os ultras d' ambos os partidos lá chamarão deitar agoa na fervura. Mas naõ importa o que diraõ ; porque de contrariedades ao que escrevemos estamos fartos, e por inconvenientes temporários naõ sacrificaremos nunca o que julgamos verdades politicas da primeira importância. Ha duas classes de pessoas, cujos conselhos tem ajudado a perder todos os governos do mundo. Uma classe he a daquelles, que formam certa theoria de um bem ideal; e sem considerar o tempo, o lugar, as circumstancias, querem trazer o mundo todo a coincidir com o seu systema de Governo : estes podem comparar-se com o alfaite, que havendo feito um vestido mui elegante, mas que naõ ajusta ao corpo da pessoa para quem foi talhado, obriga a dar mil tregeitos a ver se o vestido serve; mas arrebenta por tini ou o pano ou as custuras, e queixa-se o alfaiate, que a tal pessoa tem o corpo tam mal feito, que se naõ pôde accommodar a tam bem acabado vestido. A outra classe he composta daquelles, que por indolência, timidez, ou motivos ainda menos perdoaveis, se oppôem a todo o melhoramento ; e para tal gente nada he melhor, que o estado presente das cousas ; tudo vai bem, tudo vai o melhor possível; assim basta deixar ir as cousas como vam ; a deitem se a domir todos os que governam. Para com estes he um louco rematado, quem lhe propõem a menor reforma, ou o mais insignificante melhoramento; e tanto mais patente e convencivel he o melhoramento proposto, ou o abuso atacado, tanto mais se temem do resultado. O argumento desta classe he, que se naõ deixem os custumes antigos; porque desamparallos he corrupção e ruina. Contra este argumento temos a dizer, que até as melhores instituiçoens do mundo estaõ sugeitas a serem pervertidas, simultânea ou gradualmente. Logo as reformas neste caso, naõ saõ desemparo dos custumes antigos, mas uma volta para elles depois da separação ou alheamento, que tinham causado os abusos. No outro caso, em que o melhoramento proposto introduza novo custume, se este he bom, nada ha que reprehender.

Os Romanos, combatendo successivamente todos os povos, que conheceram, largaram sempre seus custumes, para adaptar os dos outros povos, que achavam melhores, e nada contribuio mais para a sua grandeza. Procedendo destes princípios, naõ podemos deixar de dizer, que a reforma em Portugal, he da primeira e da mais absoluta necessidade; mas que o Governo Provisório está mettido numa carreira tremendamente espinhosa, e em que se precisa da mais consumada prudência e de nada de fanatismo politico.

 Naõ he de presumir, que se obtenham trutas a bragas enxutas. El Rey naõ ha de ficar tranquillo espectador do que se passa em Portugal, sem fazer alguns esforços para obstar a torrente da revolução : e que o deve fazer naõ haverá homem cordato, que se atreva a negar. Agora se Sua Majestade terá Ministros que façam essa opposiçaõ a excessos revolucionários, pela maneira que o devem fazer, e seguindo os princípios de justiça e prudencia, que devem guiar tam importantes medidas, he o que só o tempo nos poderá mostrar. Que El Rey deseja pôr as cousas no melhor caminho possível, he o de que nós nunca duvidamos; e com effeito parece, por todas as declaraçoens publicas, que o povo de Portugal disso está tambem persuadido. Ora esta persuaçaõ heja uma grande vantagem, no estado actual das cousas. Mas ; obrarão os Ministros n'um sentido uniforme e combinado, e com as vistas de justiça que dirigem seu Soberano ? Esta he a questão. Dizem ja que, em Londres, o Ministro, que para aqui veio. e que saio de Lisboa, depois de declarada a revolução, trabalha de concerto com seu predecessor, e com um terceiro (todos nas vistas do Embaixador, que está em Paris) para fazerem que o Governo Inglez, e as mais Potências Europeas adoptem certa linha de comportamento, a respeito de Portugal. Notamos, no nosso N.° passado, entre as medidas de alguns dos Ministros Portuguezes em varias Cortes da Europa, á cerca de Portugal, que o Embaixador em Paris negara passaportes a Portuguezes, que queriam ir para Portugal. Um daquelles, a quem o Embaixador fez esta violência, foi o Commendador Sodre, o qual illudio as tramas do Embaixador, e veio ter a Londres. Aqui pedio tombem passaporte ao Ministro, D. Jozé Maria de Souza, o qual, obrando nas mesmas vistas do Marquez de Marialva, negou-se a dar o passaporte. Talvez a Embaixada ache algum Padre Amaro, ou Padre Jozé Agostinho, ou outro qualquer Padre periodista, que negue este facto, em elogio da mesma Embaixada; mas estimaríamos, que a negativa apparecesse, em quanto aqui está o indivíduo, que pôde attestar da verdade do caso. Além disto achamos, em um artigo de Stialsund, de 4 de Novembro o seguinte:— " O Embaixador Portuguez, juncto á Córte Prussiana, informou o Ministério dos acontecimentos do Porto e Lisboa, e requereo," que se expedisse uma ordem a todos os navios destinados a Portugal, para que presentemente naõ saíssem dos portos. " A isto se respondeo, que" ainda que o Governo naõ reconheça a nova ordem de cousas em Portugal, naõ pôde, com tudo, dar passo algum hostil contra aquelle paiz; naõ havendo ainda nenhuma naçaõ dado exemplo de tal cousa. " O Ministério expressou tambem, que uma prohibiçaõ desta natureza encontraria muitas difiiculdades. Os negociantes e donos de navios esperam, que tal cousa se naõ conceda em caso algum, a menos que o Ministro Portuguez naõ se obrigue a todos os vassallos Prussianos, assegurando a indemnizaçaõ das perdas, que possam soffrer, em conseqüência de tal prohibiçaõ." Ora, he evidente, que tudo quanto se fizer, sem ordens do Rio-de-Janeiro, e sem ser fundado nas combinaçoens daquelle Gabinete, naõ pôde deixar de augmentar a confusão, do que tirarão todo o partido, as diversas facçoens, que existem em Portugal. O presente Governo Provisório naõ deve julgar, que tudo isto he bagatella. Se o Governo Provisório puzer inteiramente de parte, o que naõ suppomos, a authoridade d'El Rey, ao ponto de que o Soberano recorra a medidas coercitivas ; como Portugal só de per si naõ pode manter-se, necessariamente chamará em seu auxilio a Hespanha; esta começa ja, como ao diante veremos, a tomar um pretexto nos negócios de Monte-Vedio, para se embaraçar com a Corte do Brazil: ajuncte-se a isto o partido Hespanhol em Lisboa, e ver-se-ha, nesta hypothese, o labyrinto em que se achará o Governo Provisório


Pedro de SOUSA de HOLSTEIN (1781-1850) Duque de PALMELLA
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_de_Sousa_Holstein,_1.%C2%BA_Duque_de_Palmela
na Revolução do Porto

http://mapa.an.gov.br/index.php/publicacoes2/70-biografias/448-pedro-de-sousa-e-holstein-duque-de-palmela

 Fig. 06 –  O CONDE de PALMELLA era um vinculo com as demais cortes europeias e dos círculos de nobreza com que custavam assimilar e praticar os ideais de LIBERDADE, de IGUALDADE e de FRATERNIDADE. Nesta condição permaneceu fiel a poder monárquico absolutista luso. Assdim se tornou akvo da imprensa inclusive do CORREIO BRAZILIENSE da qual  sofreu as culpas dos reveses e o gozo as glórias nas oscilações dos  sucessivos sistemas excludentes e contraditórios do governo da NAÇÂO PORTUGUESA .

 

  1. Os grandes esforços que fez o Conde de Palmella e o Marquez de Marialva, para mostrar ao mundo que naõ havia em Portugal um partido, que queria por o Duque de Cadaval no throno daquelle Reyno ; o nenhum êxito que tiveram esses esforços, em convencer o publico do contrario, como se prova atè mesmo pelas proclamaçoens da Juncta Provisória no Porto .* o facto de serem os Duques de Cadaval e Alafoens os primeiros, que juraram obediência a esse Governo Provisório, e á Constituição, que está para vir, e que nem esses Duques que a juraram sabem qual será: o outro facto de haver sido o actual Embaixador em Paris o tutor, como he o tio, daquelles dous Duques, e seu Conselheiro ; tudo isto mostra, que o Governo Provisório achará difiiculdades em sua carreira, que naõ seraõ tam fáceis de alhanar, com he obvio contemplar. Os aristocratas, que favoreciam esses partidos, e que por seus suppostos interesses deram azas á revolução, claro está que seraõ agora contra ella, em tanto quanto naõ se lhes permitte reger o timaô do Estado. Assim, se até aqui a revolução contou com elles, daqui em diante terá nelles decidida opposiçaõ. Os desse partido uniam-se ao grito da naçaõ, de que eram necessárias as reformas ; mas uniam-se, em quanto esperavam que elles fossem os reformadores. Agora haõ de negar todo o apoio ao Governo Provisório, haõ de apellar para as naçoens estrangeiras ; haõ de intrigar nos Gabinetes da Europa; haõ de fingir mesmo que estaõ da parte d'El Rey, tudo a fim de deitar abaixo a ordem de cousas estabelecidas, em que elles naõ tem parte, a ver se nova combinação se produz, em que tenham a supremacia . E no meio disto, laborando a intriga de Hespanha, para pescar nas águas envoltas, e pretextaudo o Gabinete Hespanhol disputas com El Rey, e offerecendo protecçaõ ao Governo Provisório, chegar ao desejado ponto, que tem sido o objecto por que a Hespanha anhelaia em todos os tempos. ¿ Qual he o remédio disto ? Que El Rey cuide seriamente no remédio dos males, que para com os facciosos serviu de pretexto para fomentar a revolução; e para com os honrados cidadãos foi causa de a approvarem. Que o Governo Provisório sinceramente se preste á obediência d'El Rey, naõ de palavras, mas de facto. Se ambas as partes obrarem neste sentido, poderão desfazer as tramas, que se urdem contra ambas ; do contrario nada vemos senaõ accumuladas difiiculdades, nas quaes por ora o publico naõ pensa; porque está cheio do enthusiasmo, que lhe provem da alegria de ver derribado tam incapaz Governo como éra o passado. Além das razoens geraes, que nos induzem a esta recoramendaçaõ, ha para ella uma particular, que nos obriga a deliberar assim ; e he, na hypothese de que o Governo de Portugal, ou as futuras Cortes, desejem, como nós desejamos, a continuação da uniaõ de Portugal coin o Brazil, porque sem a cordeal cooperação d'El Rey, he impossivel que tal uniaõ se possa verificar; o que ja começa a apparecer, nas diversas opinioens, que se tem manifestado, sobre o modo de representar, em Cortes, as províncias do Brazil. Depois de escripto e estar no prelo este N.°, recebemos noticias de Lisboa, segundo as quaes havia a Juncta do Governo Supremo expedido uma circular aos Magistrados Presidentes das eleiçoens, acompanhando as instrucçoens, para regular as eleiçoens dos Deputados das Cortes Extraordinárias Constituintes. O dia 26 de Novembro, foi o que se fixou para a eleição dos Eleitores; os quaes deviam concorrer nas cabeças das comarcas, para elegerem os Depntados, no dia 3 de Dezembro; e procederem logo para Lisboa, aonde as Cortes se deviam ujunctar aos 6 de Janeiro de 1821; em numero de cousa de cem Deputados. Estas medidas, porém, se tornaram nullas ; por uma opposiçaõ dos militares, que desejavam expulsar da Juncta Provisória alguns de seus membros. 

Fig. 07 –  Os ideais de LIBERDADE, de IGUALDADE e de FRATERNIDADE jogados repentinamente sobre o PODER ORIGINÀRIO do POVO de PORTUGAL e tornando-o nominalmente responsável pélos destinos da NAÇÂO LUSA. Estes ideais abstratos e metafísicos foram mal assimiladas e sem suporte na vida material preludiam o POPULISMO que se alastrou sobre sobre as pátrias em formação e que continua, a mostrar as suas consequências econômicas, sócias e politicas inclusive  BRASIL de novembro de 2020

No dia 11 de Novembro ajunctaram se as tropas, sob pretexto de uma revista, e debaixo do Conluiando do Marechal Gaspar Teixeira : distribuiram-se cartuchos á infanteria, e a aitilhería accendeo as mechas; e mandaram buscar o Juiz do Povo; por cuja intervenção, em vez de lançar tora da Juncta os seis membros, que se queriam expulsar, se arranjou o negocio introduzindo na Juncta outros mais, que fórum o Conde de Sampaio, Pedro Leite Pereira de Mello, Jozé Manuel Ferreira de Souza, e Francisco de Souza Cinte de Madureira. Além disto, desattendidas as determinaçoens publicadas, sobre o ajunctamento das Cortes, jurou-se a Constituição Hespanhola, e se determinou proceder á eleição de Deputados para as Cortes, segundo ella determina. O pretexto desta revoluçsõ foi a demora que haveria no ajunctamento das Cortes ; mas se se seguirem as formalidades da Constituição Hespanhola, naõ he possível que as Cortes se aj une tem antes dos 6 de Janeiro, como estava determinado. O estar ja este N° na imprensa, quando estas noticias recebemos, nos obriga a differir, para o seguinte, a publicação dos documentos, que respeitam estas importantes transacçoens. Além do dinheiro, que por ordem de S. M. veio para Lisboa, a bordo da náo Ingleza Vengeur, chegaram tambem duas loiras de sessenta contos sobre Londres, e o annuncio desta «idade, que seriam remettidos ao Erário de Lisboa, antes do fim deste anno, mais 180 contos de reis, o que tudo faz a somma d« 400 coutos de reis, ou um milhaõ de cruzados, com que £1 Rey mandava acudir ás principaes urgências do Estado, Partido Roevidico. Appareceo o Manifesto Politico do Partido Oligarchico, em forma de refutaçaõ do Correio-Braziliense, ou justificação do Conde de Palmella, e de um dos comparças desse partido, um Senhor Guerreiro, que pelo nome naõ perca. Naõ quizeram publicar os seus arrazoados em Auto separado e valéram-se de um folheto, que aqui em Londres se imprime ha algum tempo, e que promettêra em sua introducçaõ naõ se metter em altas políticas, por serem cousas fora de seu alcance. Nesse folheto, pois, saio o Partido Roevidico com a sua producçaõ, que sem duvida he preciosa ; porque discute, e nos dá occasiaõ a discutir, o character publico de seus cabeças; pessoas que ha algum tempo tem occupado muitos empregos de alta importância, que nelles se tem portado muito mal; e que no entanto tem querido, e querem ainda, impor ao publico, como pessoas de relevante merecimento, e a quem a naçaõ deve ser obrigada, pelos úteis serviços que lhe tem feito. Quanto ao que dizem do Correiro Braziliense e seu Redactor, naõ convém que lhes façamos por agora a vontade, mixturando o que nos diz respeito particularmente, com os objectos de importância nacional; que he o púnto de que naõ devemos soflrer que nos desviem. E com tudo diremos aqui duas palavras, sobre o Correio Braziliense, em um dos pontos de accusaçaõ ; porque interessa ao publico. Diz este manifesto, em uma parte, que o Correio Braziliense, Adam dos Periódicos Portuguezes em Londres, he a eausa remota da revolução : em outra parte diz, qne os Periódicos arrogam a si o merecimento da revolta : mas que tal naõ ha; porque elles naõ saõ os que tem dirigido a opinião publica; mas sim esta os tem dirigido a elles. Naõ nos lembra, que em parte alguma deste Periódico nos attribuissemos algum mérito ou demérito á cerca da revolução; mas quanto á causa remota, posto que he natural, que um homem tam falto de educação literária, como he o Senhor Gutriciro, naõ entenda esses termos, com tudo, pelo que respeita o publico, declararemos qual rem sido, e he, a nossa opinião, sobre essas causas remotas da revolução, que se fez pelo descontentamento do povo. Era causado descontentamento do povo a mà administração : éra causa desses homens continuarem em sua mà conducta, a falta de responsabilidade publica nos empregados. Eis aqui a série de causas e effeitos, que produziram a revolução ; e como o Correio Braziliense, nunca desejou esta, clamou sempre por uina reforma, que trouxesse com sigoessa responsabilidade; mas como isto nunca se fez, chegou a revolução, como necessariamente havia de chegar, fossem quaes fossem os desejos do Correio Braziliense; continuando a existir a tal falta de responsabilidade. Como naõ havia esta, se o Thesoureiro commettia furtos, se o Governador éra despotico, pouco importava mudar as pessoas; pois o Thesoureiro feito Covernador obraria despotismos, e o Governador feito thesoureiro commetteria os furtos; e se em algumas dessas pessoas havia excepçaõ, isso naõ tirara a necessidade da regra geral, em dever existir uma responsabilidade publica efficaz, que tranquillizasse as suspeitas do povo, a respeito de todos os empregados. Entremos agora no objecto principal do Manifesto. Começaremos pelo Senhor Guerreiro, deserapachando primeiro o monturo, por ser elle o que se raetteo a ser o escriptor do manifesto, a favor desse partido Roevidico, intitulando-se agora o Commendador Guerreiro, talvez porque lhe tenham dado alguma commenda, como se tal commenda a tal indivíduo produzisse mais effeito, em o recommendar ao respeito publico, do que o habito de Criisto ao Gallego Juliaõ da Neve, em Lisboa, elevou aquelle botiquineiro a maior respeitibalidade, do que podia aspirar, seivindo ao publico com boa neve: e como se o mundo ainda naõ soubesse distinguir entre o favor da Corte, e o prêmio do merecimento. Diz este manifesto, que falíamos no Guerreiro, só porque rima com Carneiro, Pelo que respeita a Carneiro, elle que se justifique e se defenda, se achar que lhe convém, emas suas cartas em que o tractou de cogumelo Roevidico, tem mostrado, que naõ teme medir-se com seu antagonista : quanto a nós, só nos julgamos responsáveis pelo que nós mesmos dizemos, e assim declaramos, que a mençaõ de Guerreiro, naõ he porque rime ou deixe de rimar com Carneiro ; he sim porque Guerreiro, he um dos com parcas desse partido, e convém que o publico conheça quem saõ os que o compõem, e se acautelle de suas tramas. Com grande singeleza nos diz o manifesto, que dirá o que souber contra o Senhor Guerreiro; naõ haja medo que elle dê em si, naõ he tam louco que o faça, ainda que seja assas ignorante, para nos dar armas com que o bater. Diz o manisesto, que ignorava a existência de um partido Roevidico. Mui depressa se esqaeceo o Senhor Commendador Guerreiro, que deve as suas promoçoens a ter sido lambe-pratos do Conde de Linhares, e mui ignorante deve ser, se até ignora que aquella familia he conhecida pelo alcunho de Roe-vides. Esse partido, he o mesmo, que o manifesto diz que Re-Portugal, como lho mostraremos ; porque ainda naõ temos acabado com elle. Continua o Manifesto, fatiando como em nome do folheteiro, que se tem callado a respeito do Senhor Commendador Guerreiro; porque " a este ninguém nega os conhecimentos necessários para exercer o lugar que occupa, que naõ chegou a obtello senaõ por accesso, depois de muitos annos de serviços, seguindo sempre a mesma carreira, &c." Isto ninguém o podia dizer do Guereiro senaõ elle mesmo. Que carreira he a sua ?  ¿ quaes os seus conhecimentos ? ¿ Aonde fez os seus estudos ? Começou no mundo, sem educação literária, pois apenas sabe lêr e escrever; teve por emprego ser doméstico do Conde de Linhares : a influencia deste o empalmou em Londres para Secretario de Legaçaõ, e com seu tênue ordenado, se vê um homem rico, pois aqui se declarou em publico, pela imprensa, o que Guerreiro nunca negou, que tinha muitas mil livras no Banco de Inglaterra. Agora se a habilidade Diplomática consiste em um Secretario de Legaçaõ ter ajuuctado muito dinheiro, sem outros meios, do que o seu tênue salário, naõ saõ essas as habilidades de que a naçaõ necessita nesses empregos. Taes saõ os príncipios, taes os degráos de promoção, que tal homem chama accesso, depois de muitos annos de serviço ! Mui pouco importaria qual éra a origem desse indivíduo, se elle tivesse os conhecimentos e a capacidade necessária, para qualquer encargo que occupasse: mas quando estes faltam, e elle provoca a inquirição publica, allegando com o mérito de sua carreira; he essencial que se saiba, qual essa carreira tem sido; e porque espécie de serviços se acha elle mettido na roda, dos que tem arruinado Portugal.

Passaremos agora á historia do tal Partido Oligarchico. O corifeo desse partido, o  1º Conde de Linhares, para se escorar com o apoio Inglez, fez o tractado de Commercio, de 1810, que tem sido a pedra de escândalo, assim como perene fonte de miséria á Naçaõ Portugueza, bem como o tractado de Alliança da mesma epocha. Sobre este diz o manifesto do Senhor Commendador Guerreiro, querendo louvar o Conde de Palmella (a quem ao depois faremos devida acatadura) que " abolio o tractado de Alliança de 1810, do qual alguns artigos eram oppressivos e contrários à independência da Coroa de Portugal. Aqui temos o mesmo Senhor Commendador Guerreiro characterizando o tractado, que fez seu defuncto amo o Conde de Linhares, e declarando que continha artigos oppressivos e contrários á independência da Coroa de Portugal. Que tal era a natureza desse vergonhoso tractado, dessa infame producçaõ de um Ministro d' EI Rey, que se queria apoiar com a protecçaõ da Potência Estrangeira com quem negociava, he o que o Correio Braziliense expoz, logo que elle saio á luz, e pelo que mereceo, que, por um avizo do mesmo Conde de Linhares, se mandassem prohibir em Lisboa, naõ só o Correio Braziliense, mas todas as abras do seu furioso author. Tal he tambem hoje em dia a opinião de todo o Portuguez, que nessas matérias tem meditado. Mas o que admiraria lie a eircumstanciã de fazer tambem agora a mesma declaração o ex-lambe-pratos do Conde de Linhares, fabricador do tal tractado; e porém a admiração deve cessar, quando se considera, que ja naõ ha que esperar do Conde que he morto, por isso se lhe bate, para elogiar o outro Conde, que está vivo, e de quem se esperam ainda algumas rabiscas favoráveis. Pela morte desse 1º Conde de Linhares se seguiram no Ministério do Rio-de-Janeiro dous individuos, que por motivos bem diversos cuidaram em empregar pessoas as mais impróprias, nos lugares da maior ponderação. Foram estes ministros o Bezera, e o Conde da Barca. O Bezerra, como quem tinha sido creatura, em grande parte, dos Roevides, cuidou em empregar tudo quanto pertencia á sua pandilha, e nessa redada foi mui attendido o compai ça Guerreiro.

Fig. 08 –  O CORREIO RAZILINSE transformou  em  alvo[1] o 1º Conde da Barca ou  Antônio de Araújo e Azevedo (1758-1817) - Ministro e Secretario de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos do Reino Unido Portugal Algarves e BrasilPara tanto que opoz   uma feroz resistência e o constante patrulhamento ideológico. Assim silenciou a vinda da Missão Artística Francesa. e a criação deoutras instituições científicas e uma alentada biblioteca de iniciativa do CONDE da BARCA e que continuam ativas no Brasil  em novembro de 2020  

O Conde da Barca, que éra inimigo da tal facçaõ, escorou-se, empregando, e protegendo muitos dos Afrancezados, porque assim cubria tambem suas mazelas, e favorecia o partido da Casa de Ponte de Lima, e Marialva, que tinham abraçado a causa dos Francezes contra El Rey, Mortos, porém, aquelles Ministros, seus respectivos sequazes déram-se as maõs, para se poderem mutuamente suster: uns defendiam o que faziam os outros, e no meio disto continuavam os males de uma péssima administração em Portugal, aproximava-se a crise da revolução, e quando EI Rey dava ordens contavam-lhe historias, como se tem demonstrado, em infinitos exemplos. Se continuamos a chamar a esse partido assim amalgamado, pelo nome de Roevidico. he porque teve seu principio nos três Gerioens irmaõs, um no Rio-de-Janeiro, outro em Londres, outro em Lisboa. Triumvirato tam poderoso, que nem depois de demonstrados os males, que tinham feito á Naçaõ, principalmente com o desaventurado tractado de Commercio, tiveram Miscellanea. 561 outro castigo mais do que a continuação de mercês, a elles e a seus apaniguados. Vamos agora ao Conde de Palmella, Corifeo dos Aristocratas em nossos dias, e principal objecto dos louvores deste manifesto. A primeira vez, que appareceo este indivíduo na vida publica, foi assignandoa petição a Bonaparte para que desse um Rey a Portugal. Ninguém supporia, que tal qualificação servisse a este fidalgo, paraintroducçaõ ao serviço de S. M. Fidelissima; mas, por efeito daquella fatal estrella, que tem perseguido Portugal ha tantos annos, foi pouco depois este mesmo homem nomeado para Ministro de seu Soberano, juncto ao Govemo Hespanhol, durante as Cortes de Cadiz. Ja se vê, que o Conde com tal nodoa, havia bem guardar-se de abrir a boca contra aquella classe de inimigos da Pátria; e supposto que entre elles houvese uns mais, outros menos criminosos; julgou-se mais prudente fechar os olhos a todos, fazendo-se de vez em quando excepçoens parciaes, sem nunca se estabelecer uma inquirição geral, pela qual se fizessem as devidas distincçoens, tanto nos castigos, como nas absolviçoens. Esta máxima servia a homens poderosos no Rio-de-Janeiro, que tinham seus parentes implicados na mesma derrota, e assim passou o Conde sem a menor observação. Depois de sua residência de em Cadiz, foi nomeado para a Enviatura em Londres. Todo o mundo sabe, que he verdade o que disse o Correio Braziliense, que o Conde de Funchal uaõ quiz entregar o lugar ao Conde de Palmella, quando aqui chegou a Londres. A resistência do Conde de Funchal foi tam grande, que até lhe veio um Aviso de ameaça, lançado em termos de lhe fazer as faces vermelhas; e sáe-nos agora o Senhor Commendador Guerreiro, neste manifesto, declarando, que se o Conde de Palmella, quando veio para Londres naõ insistio em entrar no lugar, foi porque teve ordem da Corte para o naõ fazer. Quizeramos agora, que este láiube-pratos do Conde de Linhares nos explicasse ¿ para que mandou El Rey o Conde de Palmella a Londres, se lhe deo ordem para que naõ insistisse em entrar no seu lugar ? Isto seria uma contradicçaõ manifesta no proceder d'El Rey ; mas uaô impoita ao Senhor Commendador Guerreiro, que El Rey appareça contradictorio, com tanto que se explique decentemente a pertinácia do Conde de Funchal, e a suhinissa paciência do Conde de Palmella ; salve-se a apparente consistência de ambos, e recaia a culpa em quem recair. De Londres foi o Conde de Palmella inundado ao Congresso de Vienna, e faz aqui o Senhor Commendador Guerreiro o uutcm genuit dos serviços do Conde. Naõ entraremos por agora no exame miúdo desses serviços. em nutra occasiaõ d irem os mais alguma cousa, que ttiuus a dizer sobre esse ponto. Mas, perguntaremos, ao Senhor Couimendador Guerreiro; ¿ porque carga d'agua attribue elle Guerreiro todos os suppostos serviços, uo Congresso de Vienna, somente ao Conde de Palmella, quando eram três os Plenipotenciarios de Portugal? A resposta está á maõ; porque he do Conde de Palmella, que o Senhor Commendador Guerreiro tem recebido, e naõ dos outros, os favores, que olha como parle, e espera pelo resto, do prêmio de seus muitos annos de wn viço. Falle-se logo no Conde de Palmella, e os outros fiquem-lhes os nomes no tinteiro, quando se tracta de louvores. Continuando; diz o Senhor Commendador Guerreiro, que " bem longe de dizer só A no Congressso, foi o Conde de Palmella lá declarar, que El Rey nuò ratificava o tractado de Paris." Bem, Senhor Commendador Guerreiro Diplomático ¿ quem fez o tractado de Paris ? O seu passado amigo e protector, irmaõ de seu amo. ¿ E que castigo teve, como devia ter, por fazer esse miserável tractado, que El Rey desappiovou ? Nenhum, nem nisso julga o Senhor Commeudador Guerreiro, que he preciso fallar; porque isso atiraria com um dus priucipaet> Roevidts de pernas ao ar ; as.,im calou-se nisto o Seuhor Commendader Guerreiro como nabo em saco; mas mette-se a discutir o character individual do Adam dos periódicos Portuguezes, o que tanto importa ao estado politico de Portugal, como a questão sobre a qualidade da folha, de que foram feitos os primeiros calçoens do Adam primitivo. Justifica o Senhor Commendador Guerreiro, neste manifesto, o Conde de Palmella, por haver andado de viagem entre Londres e Paris, por vários annos, depois de nomeado Secretario de Estado; justificação que se fez necessária, porque o Correio Braziliense o aceusou de se deixar ficar na Europa, em de vez de ir para o seu lugar, que éra no Rio-de-Janeiro. A Justificação consiste, em que o Conde se oecupou, neste período, em negociar com a Hespanha á cerca da restituição de Olivença[2], e o ajuste da disputa sobre Monte-Vedio. Nada disso podia ser tam importante, como ir o Conde ao Rio-de-Janeiro representar a El Rey, que o aspecto das cousas em Portugal éra tam medonho, que requeria o por-se sobre bazes novas todo o edifício social. O estabelicimento de taes novas bates éra sem duvida matéria de assas transcendência, para o levar ao Rio-de-Janeiro. Mas diz o Senhor Commendador Guerreiro, que o Correio Braziliense e outros inimigos do Conde, naõ o suppunham capaz de fazer bem algum no Rio, e assim naõ foi o Conde. Ora mui obrigado, pela parte que nos toca, ao Senhor Conde, por naõ ter elle ido, em conseqüência da má opinião que delle tínhamos. Naõ exigíamos delle tam condescendente sacrifício. Mas passe; ficou na Europa, para cuidar do negocio de Olivença e Monte Vídeo. Entaõ, Senhor Commendador Guerreiro ¿ aonde esta Olivença ? Aonde dantes estava; porque com todas as negociaçoens do Conde de Palmella, e sua habilidade diplomática, Olivença ficoq como d'antes. ¿ Ou estará combinando novas bates ao edifício social, que sejam mais conformes a suas vistas liberaes?. Isto he o que o manifesto naõ declara, mas o Senhor Commendador Guerreiro, ainda aqui se acha, apezar de ter chegado o Ministro, que deve residir em Londres ; e naõ foi até esta data para a Enviatura de Suécia, a que fora nomeado por seus serviços, e sua capacidade, como elle mesmo, e mais ninguém, diz. Talvez espere para ir de Secretario da missaõ extraordinária a Troppau, se para ali for o Marechal General Juncto á Real Pessoa, exigir os bons officios das Potências Aliadas. Temo-nos demorado nm pouco mais do que permittiam nossos limites, com esta matéria ; mas naô he possível sempre reprimir o ardor, quando se vê a impudencia de taes empregados públicos, e suas fataes conseqüências no destino da Naçaõ, na gloria do Soberano, e na honra da Pátria. Se os males soffridos durante a administração de taes empregados, se o êxito que tiveram as cousas em Portugal, se o mais triste ainda futuro que apresentam os destinos da Monarchia, naõ fazem abrir os olhos a quem pode remediar taes misérias, e a mesma gente continua a governar ; entaõ naõ ha remédio que esperar senaõ o que vier na torrente da revolução ; e .... quo fata trabunt retrahunt que sequamur. Gazetas em Lisboa. A prohibiçaõ dos jornaes e papeis periódicos, naõ éra nm dos pequenos males, que soffria Portugal, posto que esta falta seja commum a outros muitos paizes da Europa ; mas cada qual queixa-se do mal que lhe dóe. A experiência tem demonstrado, como diz Mr. Bentham, que as gazetas saõ um dos melhores meios de dirigir a opinião; de acalmar os movimentos ardentes, de fazer desvanecer as mentiras, e os rumores artificiosos, pelos quaes alguns inimigos do Estado tentem realizar seus máos desígnios. Nestas gazetas a instrucçaõ pode descer do Governo ao povo, ou subir do povo ao Governo; quanto maior for a liberdade, que nisso houver, e tanto melhor o Governo poderá julgar do curso da opinião, tanto mais estará ao facto de obrar com certeza. A revolução de Portugal soltou os diques a esta sorte de escriptos ; e entre os que nos tem chegado á maõ, saõ O Patriota; O Liberal; O Portuguez Constitucional; O Observador Imparcial; A Mnemosine Constitueional; o Pregoeiro Luzitano ; A Regencraçõ de Portugal; e um sem numero de Poesias avulsas, no que tambem naõ falhou, com sua Ode, Jozé Daniel. Seria em vaõ esperar, que em uma naçaõ naõ accustumada a esta sorte de escriptos, se pudessem achar de repente muitos jornalistas, capazes de desempenhar bem tal occupaçaõ : mesmo na Inglaterra, aonde as gazetas fazem tam essencial parte dos escriptos públicos, pôde dizer-se que se naõ contam maisde meia dúzia, em Londres, que tenham bem merecida reputação, Os diversos microscópios, que se tem impresso em Portuguez, na Inglaterra, tem servido de mostrar, que ainda havendo a faculdade de imprimir, naõ se segue logo que haja muito quem imprima bem. Cora tudo, da multiplicidade de jornaes, que se tem começado a imprimir em Lisboa, naõ pôde resultar senaõ muito bem; Porque, os que forem bem conduzidos, se acreditarão pouco a pouco, até que estabelecerão sua reputação e sua influencia, no publico, o que pôde ser de sumraa utilidade ao Governo; os que naõ forem apoiados por igual merecimento,, annihilar-sehaõ por sua própria insignificancia, e em fim achar-se-haõ os jornaes sufficientcs para o numero de leitores que os deseje, e esses jornaes conduzidos por pessoas, cujos estudos e experiência os qualifique, para tal tarefa, mais cheia de difiiculdades do que pode conhecer a multidão dos que se arrojam a essa sorte de trabalhos. Para conhecer bem a utilidade dos jornaes, escriptos com liberdade, principalmente quando seus redactores tiverem adquirido a experiência, necessária, he preciso trazer á lembrança o tempo, em que taes jornaes naõ existiam, e as imposturas corriam surdamente, mas sem contradicçaõ, e o Governo naõ tinha meio algum nem de saber, quanto mais de contradizer as falsidades, que se espalhavam. Nem se poderá dizer, que basta que o Governo tenha a sua gazeta, para por ella instruir o Povo. Primeiramente, o Governo naõ tem meios de poder descobrir o homem mais capaz, para a redacçaõ de sua gazeta : o publico, entre a multidão de gazetas, discernirá em breve quaes saõ as bem e as mal conduzidas. Depois, ninguém dá credito a elogio, desculpa ou justificação do Governo, na sua gazeta ; porque lhe falta o character mais essencial para ter credito, que he a imparcialidade, Dahi, esse mesmo redactor da gazeta do Governo está sugeito a um Censor, que lhe tira até o pouco de independência de raciocínio, que podéra empregar, e sem essa independência, naõ ha gênio que possa desenvolver as ideas, nem escrutinizar a verdade, de maneira que seja útil. Os charlataens, os pretensos mágicos e feiticeiros, os impostures de toda a sorte, faraõ sempre fraca colheita, aonde os jornaes instruírem quotidianamente o povo nos seus interesses: sem os jornaes mal poderá governo algum pôr o seu povo ao abrigo de taes fraudes, que se nutrem da credulidade dos enganados, e que estes mesmos, sepultados em sua ignoraucia, procuram occultar ás pesquizas da mais exacta policia; mas os jornaes, abrindo os olhos aos ignorantes, podem prevenir males desta natureza, que nenhum poder do Governo he capaz de remediar. Quanto aos abusos, a imprensa livre remedeia-se a si mesma; porque naõ pôde haver razaõ para que a mentira, sendo igualmente livre como a verdade, prevaleça contra esta; a discussão livre fará sempre succumbir o erro. Restam ainda alguns casos, em que as leys devem interpor sua authoridade sobre a imprensa, assim como a impõem sobre os manuscriptos e sobre a falia : mas esses casos saõ poucos, bem conhecidos, e de fácil remédio.



[1]  CONDE da BARCA e HIPÒLITO JOSÉ da COSTA   http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2016/02/131-nao-foi-no-grito.html

[2] ¿ OLIVENÇA ou OLIVENZA ? NÃO FOI NO GRITO nº121

http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2015_06_01_archive.html

  • Fig. 09 –   Conforme Maquiavel é da natureza “da memõria humana guardar e cultivar os benefícios, por MENORES que tenham sido.  e busca esquecer e desqualificar os malefícios,  por MAIORES  que tunham sido”  O CORREIO BRAZILIENSE tornou-se filtro, mediador e atravessador tanto dos BENEFICIOS  da REVOLUÇÂO do PORTO como da corte do RIO de JANEIRO enquanto obscurece e cala o que ele considerava MALEFÍCIOS

 

O CORREIO BAZILIENSE, de novembro de 1820, , tinha por objetivo maior a manutenção da UNIÃO entre PORTUGAL e BRASIL. Para tanto coloca-se como filtro tanto dos benefícios potencias da REVOLUÇÃO do PORTO  como da CORTE do RIO DE JANEIRO. Este objetivo transparece entre as linhas quando escreveu que “os que forem bem conduzidos, se acreditarão pouco a pouco, até que estabelecerão sua reputação e sua influencia, no publico, o que pôde ser de suma utilidade ao Governo”.

Com a janela digital de novembro de 2020, este objetivo maior foi frustrado ao longo dos dois séculos que nos separam de novembro de 1820.

No entanto, o  longo e detalhado texto do que ele trata das CONSEQUÊNCIAS e da SUSTENTAÇÂO CONTINUADA, vale pelas lições benéficas e pela prevenção dos malefícios que cresceram e se acentuaram com a imprensa da ERA INDUSTRIAL, mas especialmente pela sua disseminação incontrolável realizada pelos meios digitais da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL

 

IMPRENSA e PROPAGANDA

https://www.rafaelhoffmann.com/aula/arquivos/tipografia/conteudo_03_historia_da_tipografia.pdf

 

¿ OLIVENÇA ou OLIVENZA ? NÃO FOI NO GRITO nº121

http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2015_06_01_archive.html

 

O PENSAMENTO de ARTIGAS PERMANECE NÃO FOI NO GRITO nº 149 -

http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2017/03/149-nao-foi-no-grito.html

 

REVOLUÇÂO PERNAMBUCANA de 1817 NÃO FOI NO GRITO nº 151 -

http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2017/05/155-nao-foi-no-grito.html

Em JUNHO de 1817 o GOVERNO foi enfraquecido pelos ABUSOS para enfrentar a REVOLUÇÃO em PERNAMBUCO e manter MONTEVIDEU NÃO FOI NO GRITO nº 152 -

http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2017/06/152-nao-foi-no-grito.html

 

GOMES FREIRE de ANDRADE:  O JUDICIÁRIO e o SISTEMA de GOVERNO em NOVEMBRO de 1817 e em 2017.  NÃO FOI NO GRITO 1 nº 58 –

http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2017/11/158-nao-foi-no-grito.html

CONDENADOS POR UM CRIME SEM PROVAS MATERIAIS NÃO FOI NO GRITO nº 172 –

http://naofoinogrito.blogspot.com/2018/09/172-nao-foi-no-grito.html

 

CONDE da BARCA e HIPÒLITO JOSÉ da COSTA   http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2016/02/131-nao-foi-no-grito.html

 


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