sábado, 25 de novembro de 2017

220 – ESTUDOS de ARTE

O PENSAMENTO de CARLOS SCARINCI (1932-2015).
SUMÁRIO
1 –  Natureza do   PENSAMENTO de  Carlos Scarinci........2 –  Obstáculos sociais e culturais que  Carlos Scarinci teve de enfrentar no cultivo e na divulgação de seu PENSAMENTO  estético ..........3 – O contexto social, econômico e estético do PENSAMENTO de Carlos Scarinci  no Rio Grande do Sul. . .......4 – Carlos Scarinci afirma o seu  PENSAMENTO e colabora na formação da consciência  estética no contexto sul-rio-grandense apesar das fragilidades,  resistências  e silêncio oficial. 5 – Leituras e narrativas  estilísticas do PENSAMENTO de Carlos Scarinci............6 – O profissionalismo, a projeção e as condições da permanência   do PENSAMENTO  de Carlos Scarinci.....7 – Etapas da transição do  PENSAMENTO de Carlos Scarinci o mundo prático e empírico. .....8 -  Permanência do potencial do PENSAMENTO de Carlos Scarinci apesar da sua ausência física, ......09 – O pensamento de Carlos Scarinci introduz outras ESTRATÉGIAS  para se tornar AUTÔNOMO do MUNDO OFICIAL e assim ampliar o seu potencial do intelectual e estético para se aproximar da lógica da livre iniciativa da ÉPOCA PÓS- INDUSTRIAL. .....10 - O PENSAMENTO de  Carlos Scarinci e o seu legado instituciona..............  FONTES BIBLIOGRÁFICAS relativas ... Carlos Scarinci..........FONTES BIBLIOGRÁFICAS TEÓRICAS CITADAS.........FONTES NUMÉRICAS  DIGITAIS

SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre  : Mercado Aberto, 1982, capa interna
Fig. 01 –   Carlos SCARINCI ocupou diversos lugares institucionais nas Artes Visuais  do Rio Grande do Sul. Ele era portador de uma sólida formação filosófica e estética e por esta razão  não se deixou atrelar, aprisionar e fazer o jogo dos grupos e de elogios recíprocos.  Livrou-se destas armadilhas circulando e interpretando  o seu PENSAMENTO na sua linguagem e seu repertório erudito.  Ele percebia, registrava e publicava este PENSAMENTO no âmbito nos diversos lugares e instituições nas quais exercia as suas FUNÇÔES das suas competências.

1 –  Natureza do   PENSAMENTO de  Carlos Scarinci.

É possível PERCEBER e AVALIAR a natureza do   PENSAMENTO de Carlos Scarinci nas suas passagens,  fases e circunstâncias institucionais nos quais evoluiu e se expressou de uma ou outra forma.

A alta formação filosófica do PENSAMENTO  de Carlos Scarinci deu-se no âmbito do esforço da atualização das inteligências que modelaram os primórdios da Universidade do Rio Grande do Sul (URGS) A FACULDADE de FILOSOFIA ainda era a matriz não só do pensamento desta universidade mas estava presente na ADMINISTRAÇÃO e tinha VOZ ATIVA no GERENCIAMENTO INSTITUCIONAL da URGS. Com a intervenção militar este PENSAMENTO – hegemônico até este ponto – se disseminou e se reproduziu em diversas novas unidades e condicionais os intelectuais ao silencio[1] ou as miseras opiniões pessoais e carentes de qualquer repercussão POLITICA, ECONÔMICA ou SOCIAL.
Vasco PRADO (1914-1998) - - Luís Carlos PRESTES – Gravura -  capa da REVISTA HORIZONTE Porto Alegre
Fig. 02 –   Carlos SCARINCI registrou as atividades a técnica e as temáticas da REVISTA HIRIZONTE que se publicou em Porto Alegre ente 1951 e 1954.  Na antítese do dogmatismo ideológico do grupo escreveu (1982, pp.89/90) que “ a partir de 1955, enunciou sua disposição de lutar por um ‘arte nacional’ padeceu, infelizmente do autoritarismo dogmático da esquerda brasileira, transformando a proposta num ‘palavra de ordem’ , num slogan, pretexto para a arregimentação política de assumi-la autenticamente como propósito  de conviver com o sentir, o pensar eo saber populares, nacionais, na medida em que o destino da nação é o próprio destino como maioria e produção .

O INSTITUTO de ARTES (IA) recebeu, da FILOSOFIA da URGS desfeita, o DEPARTAMENTO de ARTE DRAMÀTICA. Enquanto isto o DEPARTAMENTO de ARTES VISUAIS do IA recebeu a pessoa e PENSAMENTO ESTÈTICO de Carlos Scarinci. Ele trazia a experiências da sua passagem pelo CENTRO de ARTES e LETRAS da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)  Porém o PENSAMENTO ESTÉTICO de  Carlos Scarinci não se acomodou aos quadros burocráticos. Expandiu-se para os desafios trazidos por Iberê Camargo e passou a atuar no ATELIER LIVRE de PORTO ALEGRE e nas instituições culturais mantidas pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Realizou a sua formação no programa de pós-graduação da USP.  A posterior e definitiva mudança para SÂO PAULO colocou Scarinci em contato com correntes estéticas que circulavam, neste ambiente, com mais intensidade, velocidade e conexões com os grandes centros ECONOMICOS, POLÍTICOS e ESTÉTICOS. Centros hegemônicos com referências da INFORMÁTICA e reforços técnicos e conceituais da ÈPOCA PÒS-INDUSTRIAL.

  Nas suas próprias palavras Carlos Scarinci conceituou a formação, as competências,  a identidade e a natureza  do seu PENSAMENTO ESTÉTICO  quando escreveu (1982, p.17) que:

identidade, não é senão o próprio processo de formação e desenvolvimento que permite o reconhecimento  íntimo das características próprias, ao mesmo tempo que aceita o confronto positivo com os outros, com outras artes e culturas e povos que a julgam, surgindo daí o sentimento afirmativo que permite assumir-se maduramente, aceito e auto aceito.

Nestas palavras é possível intuir que as crônicas, as críticas de arte, as aulas e orientações de Carlos Scarinci são autobiográficas. O seu ENTE se expõe no seu modo de SER no MUNDO. MUNDO na qual ele orientou as suas energias, conhecimentos e sentimentos para encarnar o PROFISSIONAL do PENSAMENTO dedicado ao CAMPO das FORÇAS das ARTES VISUAIS. Como PROFISSIONAL - consciente da vastidão deste campo - ele se orienta a sua PESQUISA que ele limita à GRAVURA no Rio Grande do Sul e  restringe ao período de 1900 até 1982.
SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre  : Mercado Aberto, 1982, p.82
Fig. 03 –   No Clube de Gravura do Rio Grande do Sul Carlos SCARINCI registra (1982, p.90) que ‘não se pode negar-lhe o mérito de ter despertado um nova consciência de responsabilidade social e profissional do artista, bem como  novas formas para o relacionamento arte e público
2 –  Obstáculos sociais e culturais que  Carlos Scarinci teve de enfrentar no cultivo e na divulgação de seu PENSAMENTO  estético

Num meio cultural, carente de uma identidade, de um projeto e de um contrato, o que ninguém pode esperar o elogio e o aplauso de um PENSADOR que segue a integridade intelectual moral e estética. Nisto Scarinci não poupava ninguém como quando conclui na sua obra gravura (1982,  p.195) que

a redução do sistema de arte ao limitado circuito do mercado, parece sufocar quaisquer pretensões de produzir o novo, de contribuir para o crescimento cultural do país, pronunciando-o ao mundo, dilatando a liberdade. Limitando a prática artística ao atendimento de uma clientela elitista reduzida, transformando-o em objeto de cobiça e de ostentação burguesa, quando não espetáculo, instrumento passivo de massa ou objetualizando-a para consumo turístico, se tem, com efeito, deixando muito pouco espaço para o desempenho criador e renovador da vida

Este pouco espaço, para o desempenho criador e renovador da vida por meio da ARTE, parece ter se reduzido ainda mais o ano de 2017. Os patrulhamentos estéticos, morais e ideológicos encolheram e os artistas são vistos como párias, corruptos e corruptores da juventude....

SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre  : Mercado Aberto, 1982,p. 120
Fig. 04 –   O GRUPO BODE PRETO foi constituído por jovens como uma das formas para expressar `a sua chegada á cena das  Artes Visuais  do Rio Grande do Sul.  Buscaram a sua autonomia  e encontraram em  Carlos SCARINCI que registrou (1982, p. 126) a favor deles que “sem concessões para ninguém – asseguravam o direito ‘à livre pesquisa estética’ no estabelecimento de ensino oficial de arte do Rio Grande, rompendo, de certa modo, a tradição acadêmica que fora o seu ponto de partida

O filósofo, esteta, crítico de artes visuais e professor  Carlos Scarinci debruçou-se sobre do Rio Grande do Sul. Fez dos documentos visuais da gravura e do espaço empírico desta prática o lugar privilegiado para ancorar o seu pensamento


3 – O contexto social, econômico e estético do PENSAMENTO de Carlos Scarinci  no Rio Grande do Sul.

O PENSAMENTO de  Carlos Scarinci  evoluiu, solidificou-se e se socializou na interação e antagonismo aos conceitos estéticos que atingiam ou foram cultivados pelos demais PENSASORES da ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul. No contexto social viveu a crescente urbanização e era da indústria cultural regional. Aumentavam os contingentes de estudantes, de leitores e consumidores de arte provenientes das mais variadas camadas populacionais e que ele atendiam em instituições urbanas dedicadas à ARTES VISUAIS. Populações que eram portadoras de parcos recursos econômicos e que valorizavam a cultura e a arte como meios de ascensão e de prestígio profissional e social.
No plano estético as sucessivas e fortes atualizações com os centros hegemônicos não permitiam mais do que rápidas e superficiais ATUALIZAÇÕES das INTELIGÊNCIAS. Rápidas pois estas  ATUALIZAÇÕES eram tornadas obsoletas pela próxima VAGA o TSUNAMI vindo dos CENTROS HEGEMÔNICOS em conflito e intrigas incompreensíveis no Rio Grande do Sul. Superficiais pois, estas  atualizações,  não permitiam a PESQUISA ESTÉTICA coerente com o meio e muito menos a FORMAÇÃO de UMA IDENTIDADE e uma CONSCIÊNCIA COLETIVA sul-rio-grandense. Nestas etapas Scarinci seguiu os passos que Mario de Andrade expôs na sua antológica palestra feito para a UNE em 1942[1]


[1] ANDRADE, Mário. O movimento modernista. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do  Brasil, 1942, 81 p.

SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre  : Mercado Aberto, 1982, p. 213
Fig. 05 –   Danúbio GONÇALVES  constitui uma figura central e determinante da retomada estética da gravura. A sua presença, pensamento e ação são determinantes no Grupo de Bagé, do Clube de Gravura do Rio Grande do Sul mas especialmente a presença preponderante da gravura na institucionalização do Atelier Livra da Prefeitura de Porto Alegre. Além das diversas imagens das  obras de Danúbio,  Carlos SCARINCI resenha (1982, pp.76/77))  as fases, caminhos e pensamento deste artista e intelectual, mestre da arte da gravura


O PENSAMENTO de Carlos Scarinci supunha um PROJETO que ultrapasse  as cômodas condicionantes  das  rápidas e superficiais ATUALIZAÇÕES das INTELIGÊNCIAS SUL-RIO-GRANDENSES. Neste PROJETO ele percebia a necessidade de RUPTURAS ESTÈTICAS e INTELECTUAIS continuadas e administradas na AUTONOMIA de quem as propunha.
Esta MUDANÇAS CONTINUADA e COERENTE supunha TRABALHO e SACRIFÍCIOS com o objetivo de EXERCER a PESQUISA ESTÉTICA e a FORMAÇÃO de UMA IDENTIDADE e uma CONSCIÊNCIA COLETIVA Com este objetivo ele escreveu (1982 pp. 196/7) que

para isso, talvez, seja necessário sacrificar o isolamento cômodo em que muitos estabeleceram-se, como se, de fato, pudessem permanecer acima dos condicionamentos sociais e à distância de suas emergências. Ora, para verificar o quanto isso é ilusório basta considerar a história, mesmo quando limitada a uma só região do país. E dar-se conta de que as posições conquistadas dependem do esforço, nem sempre feito na mesma direção, por muitos, senão por  quase todos

É de se perceber que neste PENSAMENTO não se trata de um PROJETO LINEAR e UNÍVOCO na lógica do SISTEMA que comanda as MÁQUINAS da ERA INDUSTRIAL. Mas de um CAMPO de FORÇAS MÚLTIPLAS capaz de fazer pulsar, de produzir e de se reproduzir ao modo de algo o mais próximo possível da VIDA. Esta homeostase permanente proposta -  pelo PENSAMENTO de  Carlos Scarinci  - a aproxima da complexa lógica ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL que é múltiplo, simultâneo e de rápidas oscilações entre polos opostos sem se fixar num deles

Fig. 06 –   Na medida em que avança o artesanato, a técnica da impressão os estágio anteriores são preservados como formas de expressão e que as novas tecnologias não conseguiram absorver e incorporar no novo estágio tecnológico.  Assim os artistas do Clube de Gravura do Rio Grande do Sul examinados na obra de Carlos SCARINCI exploram este meio em obras, recursos e motivações  que esta técnica teve na sua fase funcional. Livre da sua função utilitária e pragmática   Scarinci registrou (1982, p 196) que  a gravura permite compreender quanto se torna premente defender aa dignidade do artista e das práticas sociais das artes, elevando-as à sua  verdadeira condição  e criadores de pensamento, de  atividades intelectuais especializante  profissionais, capazes, portanto, de firmar sua autonomia e seu âmbito de competência, sem se submeter a outras instâncias de reconhecimento do que a do seu próprio círculo de autoridades”. 

4 –   Carlos Scarinci afirma o seu  PENSAMENTO e colabora na formação da consciência  estética no contexto sul-rio-grandense apesar das fragilidades,  resistências  e silêncio oficial.

Uma das preocupações primordiais, no PENSAMENTO de  Carlos Scarinci, é a PESQUISA ESTÉTICA e a FORMAÇÃO de UMA IDENTIDADE e de uma CONSCIÊNCIA COLETIVA no Rio Grande do Sul intimamente ligada ao PROJETO CIVILIZATÓRIO BRASILEIRO. Ele propõe que a sua obra (1982, p.09) se  oriente para:

este estudo espera fornecer subsídios significativos para a compreensão do fenômeno artístico no Rio Grande do Sul, no século XX, e mostrar, na medida do que já se consegue conhecer, as ligações acidentais e orgânicas com a história geral nacional das artes

Ele cumpre esta promessa ao longo de sua pesquisa focada na técnica da GRAVURA. Utiliza este FRACTAL e por meio dele descobre, desvela e socializa as conexões técnicas, sociais, econômicas e políticas que se alojaram no âmbito do seu PROJETO de ESTUDO.

Na conclusão, do seu estudo, ele possui elementos para se dar conta do PROCESSO em curso no PROJETO CIVILIZATORIO BRASILEIRO e perceptível nas ARTES VISUAIS.  PROCESSO LEGÍVEL e AVALIÁVEL nas MUDANÇAS que revelam as pulsações do interior do campo da GRAVURA depois de uma minuciosa PESQUISA. Para evidenciar estas MUDANÇAS ele registrou (1862, p195) que:

o processo da sociedade brasileira com tal já deixa entrever mudanças para as quais é preciso confiar que os artistas e os himens ligados a esta atividade no Brasil saberão contribuir com o seu exemplo e liberdade criativa e com a participação generosa no processo de formulação e efetivação de uma nova experiência social 

Na conclusão do seu estudo, evidencia-se que jamais deixou de exercer o seu HÁBITO de INTEGRIDADE INTELECTUAL. No termo “ENTREVER” existe uma severa condicionante de que o PROCESSO não é FORTE e LEGIVEL PARA TODOS. Também neste HÁBITO ele também contorna a CRENÇA e a CONFIANÇA no ESTADO para depositar a sua ESPERANÇA nas mãos do ARTISTA. Ele realiza este registro apesar de que ele próprio ser um AGENTE do ESTADO na ESFERA FEDERAL, ESTADUAL e MUNICIPAL. Da mesma forma como esta crítica vem do interior do APARELHO ESTATAL é perceptível neste PENSAMENTO o seu desencanto com a solução de PROJETO LINEAR e UNÍVOCO ESTATAL.
PROJETO ESTATAL, LINEAR e UNÍVOCO que opera na lógica do SISTEMA  comandado pelas MÁQUINAS da ERA INDUSTRIAL

SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre  : Mercado Aberto, 1982, capa 
Fig. 07 –   Como historiador, Carlos SCARINCI deixou uma obra de referência: A Gravura no Rio Grande do Sul 1900 - 1980, publicada em 1982 pela Mercado Aberto. Para além da especificidade de seu objeto de estudo - a gravura -, o volume é consultado ainda hoje por pesquisadores da história da arte no Estado no século 20. Scarinci havia se debruçado sobre o tema em sua dissertação de mestrado em Artes na Universidade de São Paulo, em 1981, sob orientação de Walter Zanini.
5 – Leituras e narrativas  estilísticas do PENSAMENTO de Carlos Scarinci.

O termo “ESTILO” era fundamental no PENSAMENTO de Carlos Scarinci Ele admitia “ESTILO” como um ENTE PRIMITIVO ao qual ele recorria sem estabelecer as competências e limites hermenêuticos. Com esta estratégia - de suspensão conceitual - ele não perde tempo, energias e nem cria intrigas. Vai direto aos objetos sensórios das obras portadoras da Arte. Consulta  os raros textos disponíveis. Na experimentação sensorial das obras de Arte ele os transforma em documentos e signos materiais. Documentos dos quais tenta extrair intenções, projetos e conexões das quais fazem parte e interagem material e conceitualmente. Projeta numa   rede o resultado desta cuidadosa auscultação. Scarinci é cuidadoso no uso do termo “ESTILO”, pois sabe das exigências para que uma obra atinja este patamar da Arte[1].Uma destas exigência é se afastar  o máximo da tentação facilitador do ECLETISMO. Mário de  ANDRADE[2] fustigava este parasita, (1955, fl 13) como “o ecletismo é acomodatício e máscara de todas as covardias

 No seu característico HÁBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL Carlos Scarinci chegava a afirmar  que alguns dos seus concorrentes escreviam verdadeiros TRATADOS de ESTÉTICA sem nunca terem tido uma EXPERIÊNCIA SENSORIAL com uma autêntica OBRA de ARTE.


[1] ESTILO :COERÊNCIA da ORGANIZAÇÃO em Adolpho MORALES de los RIOS http://profciriosimon.blogspot.com.br/2012/11/isto-e-arte-052.html

[2] ANDRADE, Mário.Curso de Filosofia e História da Arte. São Paulo: Centro de Estudos Folclóricos,1955. 119 f.
Uma AULA  de  Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945
Fig. 08 –   Carlos SCARINCI lecionou na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), de 1966 a 1977, e no Instituto de Artes da UFRGS, de 1977 a 1991. Também ocupou a direção do Museu de Arte do Rio Grande do Sul de 1964 a 1967 e em 1987 (em gestão compartilhada com Vasco Prado e Míriam Avruch).

Em consequência deste HÁBITO da INTEGRIDADE INTELECTUAL Carlos Scarinci preferia trabalhar e auscultar a obra de arte. É o que se depreende do projeta que ele apresenta na introdução do seu livre onde escreveu (1982, 09) que ”o levantamento e estudo das artes plásticas neste século se apresentam como indispensáveis para um melhor conhecimento das artes do país”. Com esta auscultação e trabalho ele pretende  um melhor conhecimento das artes do país.  Na sua percepção a  ignorância que cerca  as artes do Brasil permite constituir “um sistema que tem eliminado e neutralizado  gradativamente seus elementos, fazendo da arte um objeto edulcorado e de cobiça social” conforme ele registrou (1982, pp.13/14).

6 – O profissionalismo, a projeção e condições da permanência   do PENSAMENTO  de Carlos Scarinci..

No espaço cultural de do Rio Grande do Sul pode-se atribuir a Carlos Scarinci o termo de PROFISSIONAL do PENSAMENTO das ARTES VISUAIS. PENSAMENTO que tomou os seus 83 anos de existência.  

Como PROFISSIONAL do PENSAMENTO das ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul ele sabe que não basta o voluntarismo, onisciência e onipotência pessoal para qualquer pesquisa. Assim busca e se reveste de uma espécie de  CONSCIÊNCIA COLETIVA das ARTES VISUAIS na de sua investigação. Nesta direção ele registrou (1982, p.10) um:

agradecimento especial vai para os artistas rio-grandenses quem de modo geral, forneceram documentação indispensável para A elaboração do estudo. Em particular, agradeço a Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Carlos Alberto Petrucci e Plínio Bernhardt, que puseram á disposição os seus arquivos particulares

 No sentido projetivo ele está plenamente consciente de suas funções no magistério superior de Arte. Se, com o seu estudo,  não busca  ampliar e consolidar  diretamente conteúdos curriculares, no entanto ele não deixa de apontar vastos campos de PESQUISA.

No aspecto formal os seus textos são permanentemente reversíveis para as fontes. Formalismo que não se dobra a um formalismo esterilizante de normas e convenções redutores do PENSAMENTO comandado pela lógica do SISTEMA de um PROJETO LINEAR e UNÍVOCO que as MÀQUINAS da ERA INDUSTRIAL dos outros “geralmente importam do estrangeiro”.

 Evidente que o PENSAMENTO de Carlos Scarinci é DATADO e carimbado por eventos próximos a ele tanto no aspecto ideológico, social e econômico. Isto supõe  a atua tarefa de uma transcrição para novas narrativas e coerentes com a ÉPOCA PÒS-INDUSTRIAL. Esta tarefa torna-se mais difícil, complexa e comprometedora na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL onde esta lógica não é mais UNÍVOCA e LINEAR. Nesta ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL as linguagens visuais, escritas e impressas são múltiplas e em rede. A má assimilação - destas mídias e a sua desastrada manipulação - torna-as bem mais alienantes, dispersivas do que a lógica UNÍVOCA e LINEAR das MÀQUINAS. Quanto mais velozes tanto maior é o esforço da sua elaboração, o  custo e a catástrofe das colisões entre si e com outros meios de comunicação.

De qualquer forma o PENSAMENTO de  Carlos Scarinci necessita ser entendido, aceito e respeitado nesta ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL Infelizmente isto não acontece numa incipiente e frágil CONSCIÊNCIA COLETIVA da PERFERIA.  Na "QUEIMA de ETAPAS" se incineram sólidos pensamentos se condena obras de arte ao esquecimento e desleixo físico e conceitual. O PENSADOR e o ARTISTA  - que não acompanham o rebanho  formado pelo marketing, moda e propaganda - são desqualificados, condenados ao silêncio,  senão francamente hostilizados a qualquer pretexto fútil e externo à arte.

Fig. 09 –    Carlos SCARINCI ocupou a direção do Museu de Arte do Rio Grande do Sul de 1964 a 1967 e em 1987 - em gestão compartilhada com Vasco Prado e Miriam Avruch. Nesta gestão de 1987 a ASSOCIAÇÃO dos AMIGOS do MARGS (AAMARGS) já estava em  atividade e Evanice L. PAULETTI  ocupava a sua presidência
 [ clique sobre o gráfico para poder ler]
7 – Etapas da transição do  PENSAMENTO de Carlos Scarinci o mundo prático e empírico.

A interação entre o PENSAMENTO FILOSÓFICO e ESTÉTICO de Carlos Scarinci - com o mundo empírico do seu LUGAR de origem, do seu TEMPO e de sua SOCIEDADE - se desenrolaram em DIVERSAS ETAPAS. A ETAPA de sua FORMAÇÃO FILOSÒFICA e ESTÈTCA, do seu PENSAMENTO,  ocorreu em Porto Alegre com mestrado em São Paulo. Ele  realizou a ETAPA da AFIRMAÇÃO do seu PENSAMENTO FILOSÓFICO e ESTÉTCO no meio do exercício do MAGISTÉRIO, da IMPRENSA e da POLÍTICA com passagem por administrações institucionais de ARTE.

 Evolui cronológica e politicamente do ESTADO NOVO para as condições da RETOMADA e da AFIRMAÇÂO do REGIONALMO SUL-RIO-GRANDENSE.
No âmbito da REVOLUÇÃO de 1964 ele está ativo na  docência na UNIVERSIDADE de SANTA MARIA, no ATELIER LIVRE da PREFEITURA de PORTO ALEGRE e no DEPARTAMENTO de ARTES VISUAIS[1] do INSTITUTO de ARTES da UFRGS. A ETAPA da sua AFIRMAÇÃO EXTERNA ao Rio Grande do Sul deu-se após a ABERTURA POLÌTICA BRASILEIRAA e no meio paulista que também fora o lugar de pós-graduação.

No entanto o seu PENSAMENTO FILOSÓFICO e ESTÉTICO - de crítico de artes visuais e de professor - debruçou-se sobre do Rio Grande do Sul. Fez dos documentos visuais - provenientes da prática do espaço empírico da gravura – o instrumento privilegiado e meio para ancorar o seu pensamento. Com evidente capacidade intelectual desprendia-se deste espaço - e das experiências estéticas materiais das artes visuais – para alçar voos, perceber e registrar o amplo  mundo das ideias. Exercita este trânsito e circulação enriquecedora entre o mundo empírico (ESTÈTICA)  e das ideias (FILOSOFIA). Retoma o projeto e convicção de Leonardo da Vinci para quem “uma pintura é uma coisa mental

Após a sua formação em Filosofia exerceu as funções de critico de arte pela imprensa de Porto Alegre. Orientou os estudos conceituais do Atelier  Livre de Porto Alegre. Foi docente no Centro de Arte e Cultura da UFSM. No seu regresso a Porto Alegre foi docente do IA-UFRS e diretor do MARGS nos anos 1964 a 1967 e depois entre 1987 e 1988.

Porém Scarinci insistia no ideal e na coerência do sentido de um “estilo artístico” sob cujo conceito orientava o seu pensamento e guiado pelo hábito da integridade intelectual. Esta elevação conceitual, sua coerência e seus hábitos da integridade estética e intelectual tiveram raros prosélitos e muito menos constituíram uma escola.


[1] PROFESSORES e EX PROFESSORES do DAV-IA- UFRGS https://www.ufrgs.br/institutodeartes/index.php/corpo-docente/
Fig. 10       Walter ZANINI (1925-1913) [1]foi não só o orientador da pesquisa de  Carlos SCARINCI como foi o seu vínculo paulista e brasileiro ZANIN foi um profissional do PENSAMENTO com gande capacidade de articular ao seu redor uma constelação de pesquisadores que se distruiram rede em todo território brasileiro Deste rede nasceu uma das mais sintéticas e ilustrativos livros das ARTES VISUAI do Brasil  A ZANINI é possível aplicar a sentença de  Compagnon, 1996, p. 65/9. “A escrita só é possível quando um sujeito a sustenta:  ela e as suas consequências” ,

Durante três décadas, Scarinci consolidou-se como cronista de diferentes gerações de artistas gaúchos, escrevendo sobre Xico Stockinger (com quem fundou o Atelier Livre de Porto Alegre, em 1961), Iberê Camargo, Henrique Fuhro e Karin Lambrecht, entre outros. Nascido na capital gaúcha, foi integrante de uma geração de intelectuais formados antes da ditadura militar (sua graduação foi em Filosofia, na UFRGS, em 1963), como Gerd Bornheim, Enéas de Souza e Ruy Carlos Ostermann,  que representou uma resistência cultural nos anos de chumbo e serviu de referência para os que vieram depois. Ao longo dos anos de chumbo  tiveram de integrar o SILENCIO[2] OBSEQUISO do exército dos INTELECTUAIS BRASILEIROS sob severo patrulhamento militar.

Apesar de muito apreciado no Rio Grande do Sul ele preferiu mudar-se para São José dos Campos em São Paulo[3] e recomeçar ali a sua atividade e que ainda não era possível no seu estado natal. Impossível para suas próprias exigências, devido a elevação continuada do seu PENSAMENTO além dos raros feed-baks que encontrava no meio  sul-rio-grandense de sua época.



A escrita só é possível quando um sujeito a sustenta:  ela e as suas consequências , Compagnon, 1996, p. 65/9.

[3] Em São Paulo  Carlos Scarinci foi da Comissão de premiação (Premiação) 6º Panorama de Arte Atual Brasileira: Jacob Klintowitz.  Paulo Mendes de Almeida e Quirino Campofiorito. Evento realizado em 1974 no MASP
Além disto  Carlos Scarinci foi Júri (Premiação) da 12ª Bienal Internacional de São Paulo  junto Antônio Alves Coelho


Fig. 11 –   Pode-se atribuir a Carlos SCARINCI o papel de príncipe em dois sentidos. Num sentido de PRINCIPIAR uma rigorosa e respeitosa aproximação entre o PENSADOR de ARTE e o ARTISTA. Ele sabe que o ARTISTA também é um PRINCIPE na medida em que ele instaura o novo, o  inédito e original uma civilização e que estes signos serão que de mais nobre esta civilização irá legar para a humanidade. Ou como Scarinci sentenciou (1982, p. 196)  elevando-os à sua  verdadeira condição  e criadores de pensamento, de  atividades intelectuais especializante” Num segundo sentido ele é  PRINCIPE em se coloca na posição de não se render ao fácil, ao imediato e aquilo que já pertence ao senso comum mantendo as suas competência dos limites do seu principado filosófico e estético.   

8 -  Permanência do potencial do PENSAMENTO de Carlos Scarinci apesar da sua ausência física,

A permanência do PENSAMENTO de Carlos Scarinci é apenas potencial. Com a sua mudança para São Paulo foi condenado ao silêncio no Rio Grande do Sul. Citado por muitos, entendido por poucos e estudado e colocado em evidência por muito menos. Assim o seu PENSAMENTO está a espera de novas narrativas competentes para uma reavaliação, contextualização e projeção para novos e atuais patamares. Nestes novos e atuais patamares legados ao seu é um  PENSAMENTO que está a espera de uma criteriosa avaliação, uma reescrita para vir a tona e dialogar com novos PENSAMENTOS da ARTES VISUAIS.

Certamente isto é pedir muito quando o “FAZER ESTÈTICO NÂO PSSSA de UM FAZER por FAZER” com os olhos postos em outros interesses.

Porém neste ponto o PENSAMENTO de Carlos Scarinci possui todo o seu potencial. Ele resulta de um HÀBITO de INTEGRIDADE INTELECTUAL, de um TRABALHO CONTINUADO de um processo continuidade de adiantar a TESE, buscar perceber a ANTÍTESE para atingir a SÍNTESE.

Esta três etapas - sucessivas e antagônicas - podem ser percebidas quando descreve a experiência do CLUBE da GRAVURA de levar a sua mostra para exposição PÚBLICA e ABERTO no PARQUE FARROUPILHA: Scarinci comentou (1982, p. 186) que

não repetida, não avaliada, a mostra ficou na memória dos participantes e no contentamento dos mais votados. Se trouxe alguma melhoria para a consciência estética popular, isso não se pode saber. Aprendeu-se, contudo que se podia tentar formas não ortodoxas de popularização de arte

 No texto é possível perceber uma auto avaliação do seu próprio trabalho de PENSADOR das ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul e na sua expectativa de retornos significativos do se esforço

Apesar de se tratar de uma dissertação escolar a narrativa da sua pesquisa possui a sua TESE expressa na frase “este estudo espera fornecer subsídios significativos...” (p10). Contempla a ANTÍTESE quando se depara lidando realmente com: “a redução do sistema de arte...”(p. 195). Atinge a  SÍNTESE  de sua narrativa ao registrar (p.197) que “a História da Arte num pais como o Brasil se faz menos atravessando sequências das estéticas históricas estabelecidas em outras partes do que pela prática social da ARTE” Assim é de supor que “fornecer subsídios significativos” seja centrar a sua tenção na “prática social da ARTE” Por meio desta SINTESE indica ao seu leitor refazer o seu caminho. O induz a percorrer os seus documentos para atingir as suas próprias conclusões e eventuais retomadas por meio de seus próprios  paradigmas, conceitos e conclusões.

Assim este PENSAMENTO rende homenagem à dialética hegeliana. Dialética que adota uma TESE em si mesma. Busca um estranhamento na ANTÍTESE (p.197) ao tentar “criar uma linguagem atualizada”. Culmina na SINTESE que “ assegurem tanto sua autoconsciência crítica, como seu nível internacional de entendimento

Sob este prisma SCARINCI criou um patamar de reflexão de uma exposição social e de uma abertura para a crítica continuada do PENSAMENTO  entre TESE-ANTÍTESE e SINTESE para recomeçar o ciclo da vida mental e física. Neste ciclo ele concretiza  o lema do arquiteto LE COURBUSIR Le Corbusier[1]  (in Boesiger, 1970, p.168) de Nada é transmissível a não ser o pensamento



 BOESIGER, Willy .  Le Corbusier Les Derniers  œuvres  Zurich : Artemis, œuvres complètes 1970, , v.8,  208 p
                .
SCARINCI, Carlos A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre  : Mercado Aberto, 1982, p.208
Fig. 12 –   Leo DEXHEIMER foi um dos integrantes do GRUPO BODE PRETO. Carlos SCARINCI percebeu nele e registra (1982, p.126) que “as gravuras de Leo Dexheimer revela a mesma personalidade do corte, um sentido caotizado da composição, que lhes dão uma dimensão tanto dramática como surreal [..] pode-se afirmar que sua linguagem já se aproximava, no início dos 60, da violência dos novos expressionistas da arte internacional, dado paroxismo do se corte”"

09 – O pensamento de Carlos Scarinci introduz outras ESTRATÉGIAS  para se tornar AUTÔNOMO do MUNDO OFICIAL e assim ampliar o seu potencial do intelectual e estético para se aproximar da lógica da livre iniciativa da ÉPOCA PÓS- INDUSTRIAL.

O PENSAMENTO de Carlos Scarinci não foi pioneiro no Rio Grande do Sul em relação ao campo de forças das ARTES VISUAIS. No entanto  ele cumpriu no sentido projetivo deste campo o desígnio do mesmo LE CORBUSIER “de oferecer os seus ombros para que outros possam ver mais longe”. Para tanto este ombro necessita ser forte, sólido e confiável.

 O PENSAMENTO de Carlos Scarinci foi inovador na medida em que este se moveu e não ofereceu tratados fechados, amarrados e prontos. De outro lado esta liberdade é assustadora quando oferece esquemas mentais aparentemente inconclusos, dinâmicos e abertos. Assim na medida em ele oferece estes esquemas mentais aparentemente inconclusos, dinâmicos e abertos não é de estranhar não ter tido discípulos, prosélitos ou continuadores da linha de pesquisa que abriu. De outra parte é necessário registrar que a sua ação é anterior aos programas Stricto Sensu nas artes visuais  no Rio Grande do Sul.

Como tudo flui e “ninguém se banha duas vezes no ‘MESMO RIO” o PENSAMENTO de Carlos Scarinci é uma porta aberta par a ÈPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Neste PENSAMENTO ficam para trás mitos, couraças ideológicas, sistemas unívocos e lineares.

Com resultado desta e autonomia do seu PENSAMENTO conduz as suas especulações em relação a arte para VIDA, para a LIBERDADE e para a FECUNDIDA da qual ela é filha  e irmã dileta. Nesta elevação ela não estranha ou se esconde da  lógica da livre iniciativa da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Ao contrário    amplia o seu potencial intelectual a espera de novas mudanças, criações e afirmações estéticas.

Fig. 13 –   Não tendo formação nem experiência com a prática de um técnica artística específica   Carlos SCARINCI centrava a atenção do seu olhar em demorados exames das obras físicas de arte. Desta observação demorada e atenta resultavam juízos e narrativas que refletiam o seu amplo repertório filosófico. Juízos que tomavam em conta as circunstâncias da produção e circulação destas obras. Assim não contornava e se dirigiam direto na direção de gerar uma  nova consciência de responsabilidade social e profissional do artista, bem como  novas formas para o relacionamento arte e público

10 - O PENSAMENTO de  Carlos Scarinci e o seu legado institucional  .
O pensamento de Carlos Scarinci foi gerado, se firmou e se reproduziu no ambiente institucional. A sua ação preferencial também ocorreu no âmbito institucional. Nesta ambiente, até o momento, não foi realizado um levantamento objetivo dos seus estudantes, o que pensam e o que permaneceu de suas aulas.

Evidente se constitui um profundo processo, cuja diferenciação torna-se mais evidente no uso e recurso ao contraste. Contraste necessário inclusive entre a presente postagem eletrônica e os documentos e textos disponíveis deste filósofo, esteta, crítico de artes visuais e professor  debruçou-se sobre do Rio Grande do Sul.

A presente postagem pretende ser apenas uma singela indicação do importante e gigantesco PENSADOR das ARTES VISUAIS do Rio Grande do Sul.  Para atingir o PENSAMENTO de Carlos Scarinci remete-se o leitor para que ele confira, com seus próprios olhos. leia e julgue, os documentos no quais  se ancoraram as superficiais e resumidas indicações da presente postagem.


FONTES BIBLIOGRÁFICAS relativas a Carlos Scarinci
SCARINCI, Carlos «Da Francisco Lisboa ao Pseudo-Salão Moderno de 1942» in Correio do Povo, Caderno de Sábado, Volume CVI, Ano VIII, no 606, 08.03.1980, pp 8/9.
SCARINCI, Carlos. A gravura contemporânea no Rio Grande do Sul (1900-1980). Porto Alegre : MARGS, 1980 27 fl.

_________ A gravura no Rio Grande do Sul (1900-1982). Porto Alegre  : Mercado Aberto, 1982 224 p. il. Color.

Fig. 14 –   O CLUBE dos AMIGOS da GRAVURA de PORTO ALEGRE numa das noticias de Carlos SCLIAR . Este CLUBE foi um movimento entre tantas  para  estabelecer CONEXÔES  entre os produtores de arte entre si e com um publico. Porém parece que lhe cabe a primazia de escolher a GRAVURA para materializar estas CONEXÔES. Como filósofo e esteta, Scarinci ampliou  as dimensões conceituais e a projetou no âmbito erudito fixando a sua permanência no âmbito do PENSAMENTO.

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FONTES BIBLIOGRÁFICAS TEÓRICAS CITADAS
ANDRADE, Mário. O movimento modernista. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do  Brasil, 1942, 81 p.
 ____. Curso de Filosofia e História da Arte. São Paulo: Centro de Estudos Folclóricos,1955. 119 f.

BOESIGER, Willy .  Le Corbusier Les Derniers  œuvres  Zurich : Artemis, œuvres complètes 1970, v.8,  208 p

COMPAGNON, Antoine.  O trabalho da citação. Belo Horizonte: Editora UFMG.  1996.  115p.

ZANINI, Walter. História geral  da arte no Brasil ( org. Zanini) São Paulo: W.M. Salles, 1983, v.2.  1095p.

FONTES NUMÉRICAS  DIGITAIS
CURRÍCULO de CARLOS SCARINCI
CARLOS SCARINCI  na UFRGS
GRAVURA no RS

GRAVURA e GRUPO de BAGÉ
MARILENE PIETA
Círio SIMON

CIRCUNSTÂNCIAS do ARTISTA VISUAL no RS

O SILÊNCIO dos INTELECTUAIS

CARLOS SCARINCI  na NOTÌCIA

Itaú Cultural CARLOS Scarinci. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural . http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21446/carlos-scarinci.
·          
CARLOS SCARINCI  no FACE BOOK

Carlos SCARINCI e a distribuição de remédios

PROFESSORES e EX PROFESSORES do DAV-IA- UFRGS

Uma AULA  de  Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945

ESTILO :COERÊNCIA da ORGANIZAÇÃO em Adolpho MORALES de los RIOS http://profciriosimon.blogspot.com.br/2012/11/isto-e-arte-052.html

WALTER ZANINI [*1925 -+2013]
A escrita só é possível quando um sujeito a sustenta:  ela e as suas consequências , Compagnon, 1996, p. 65/9.


FACE BOOK


PROPOSTA de ESTUDO dos PENSADORES das ARTES VISUAIS do RS
Estudado,  no dia 24.08.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 03
Olinto Olympio de OLIVEIRA (1866-1956)
Estudado,  no dia 19.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 09
Fábio de BARROS (1881-1951)
Estudado,  no dia 28.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 07
Ângelo GUIDO GNOCCHI ( 1893-1969)
Estudado,  no dia 21.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 06
Fernando CORONA (1895-1979)
Estudado,  no dia 14.09.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 05
Tasso Bolívar Dias CORRÊA (1901-1977)
Estudado,  no dia 05.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 08
Athos DAMASCENO FERREIRA (1902-1975)
Estudado,  no dia 31.08.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 04
Herbert CARO (1906-1991)
Estudado,  no dia 26.10.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 10
Aldo OBINO (1913-2007)
Estudado,  no dia 09.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 11
Alice SOARES (1917-2005)
Estudado,  no dia 16.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 12
Francisco Rio-pardense MACEDO (1921-2007)
Estudado,  no dia 23.11.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 13
Frei Antônio do Carmo CHEUICHE (1927-2009)
Estudado,  no dia 07.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 15

Walmir AYALA (1933-1991)
Estudado,  no dia 14.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 16
João Carlos TIBURSKY (1950 -+17.04.2011)
Estudado,  no dia 21.12.2017, pelo GRUPO de PESQUISA - Registro na ata nº 17
SINTESE das postagens dos PENSADORES das ARTES VISUAIS do RS
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