CARTA de LE BRETON ao CONDE da BARCA
O texto, a seguir, teve um curto e obscuro sentido
administrativo nas ARTES do Brasil. Durou de 12 de junho de 1816 até 12 de agosto de 1816. O publicamos, aqui,
pois acreditamos que o PENSAMENTO é o que permanece. Neste caso é o PENSAMENTO
de um PROJETO anterior ao FAZER. É
necessário perceber - no projeto de
Joaquim LE BRETON - que a EDUCAÇÃO INSTITUCIONAL das ARTES só e
possível AVALIAR a partir de um PROJETO. Este texto de LE BRETON constitui um PROJETO acima da estética, da técnica,
da estética, dos agentes e da logística
institucional. Este PROJETO teve origem
na experiência do chefe da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA na sua prática institucional nas ARTES levadas a efeito ao longo da Revolução
Francesa. Por isso ele colocou este projeto no início da ação e do caminho ser feito o NOVO MUNDO. Ele seguiu a lógica de
que não adianta correr, saltar obstáculos realizar rupturas epistêmicas sem ter um
PROJETO de quem sabe para onde ele vai, de gastar fortunas e de realizar
escolhas irreversíveis.
É necessário cotejar este
texto de Joaquim LE BRETON com numerosos
outros escritos da época que se
interrogam em relação à NATUREZA, os CUSTOS e os BENEFÍCIOS das ARTES no âmbito da emergente ERA INDUSTRIAL. Neste sentido para o chefe da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA faziam sentido os escritos, as ações e as
instituições criadas pelos irmãos VON HUMBOLDT,
como declara no início de sua carta.
O caminho apontado por
JOAQUIM LE BRETON, em 1816 - e que foi
abandonado - permite compará-lo com a NATUREZA,
os CUSTOS e os BENEFÍCIOS do outro caminho
escolhido. Outro caminho escolhido, em 12 de agosto de 1816, na criação da Escola Real de Belas Artes e Ofícios e na efetiva
implantação, em 1826, da Imperial Academia de Belas Artes (IABA).
Este texto de LE BRETON ao CONDE da BARCA, foi
traduzido por MÁRIO BARATA (*20.09.1921 +14.09.2007) e por ele publicado, em
1959, na prestigiosa revista do:
MINISTÉRIO da EDUCAÇÃO e CULTURA
REVISTA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL
Nº 14
RIO DE JANEIRO – 1959
REVISTA DO
PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL
Órgão da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional
Diretor Rodrigo
M. F. de ANDRADE
Rua da
Imprensa, 16, 8º andar
MINISTÉRIO da EDUCAÇÂO
e CULTURA
Rio de Janeiro
Brasil
REVISTA
do PATRIMÔNIO ARTISTICO NACIONAL - nº 14 -
1959
REVISTA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL
SUMÁRIO deste NÙMERO
Azulejos no Brasil – Comunicação destinada ao Colóquio de Estudos Luso – Brasileiros na Bahia, 1959. .João MIGUEL dos Santos Simões... p. 9
Azulejos no Brasil – Comunicação destinada ao Colóquio de Estudos Luso – Brasileiros na Bahia, 1959. .João MIGUEL dos Santos Simões... p. 9
Manuel
de Araújo Porto Alegre – Sua influência na Academia Imperial das Belas Artes e
no meio artístico do Rio de Janeiro...Alfredo
Galvão......p.19
Formação urbana do Arraial do Tejuco .........
Sílvio de Vasconcellos.... p.121
O Forte de Santo Antônio da Barra...... ..........................Carlos
OTT.....p.135
Igreja
das Mercês de Ouro Preto – Documentos do seu arquivo... Cônego Raymundo Trindade...161
Manuscrito
inédito de Le Breton – Sobre o estabelecimento de dupla escola de Artes no Rio
de Janeiro, em 1816.......Mário
Barata..... p283
MANUSCRITO
INÉDITO de LE BRETON
SOBRE o ESTABELECIMENTO de DUPLA ESCOLA de ARTES no RIO
de JANEIRO, em 1816.
MÁRIO BARATA (1921-2007)
biografia e obras
Fig. 01 –
Os créditos da descoberta e da divulgação das duas cartas similares, datadas de 1816, de Joaquim LE BRETON ao Conde da BARCA (Antônio
de Araújo e Azevedo 1758-1817) deve-se a MÁRIO BARATA (*20.09.1921 +14.09.2007). O lapso de tempo, entre 1816 até 1959 em
que esta correspondência esteve nos arcanos esquecidos dos documentos brasileiros, certamente é um índice da logística, das
estratégias e das táticas reservados à memória da Arte nacional . Arte entregue aos hábitos e costumes de uma região com uma
cultura fechada ao longo de três séculos, movida com o trabalho
ESCRAVO e com a maioria da POPULAÇÂO ANALFABETA.
Em conferência pronunciada a 26 de março de
1958, por indicação da congregação da Escola Nacional de Bels Arte, em sessão
comemorativa da chegada da Missão Artística Francesa e da vinda de D. João VI
para o Brasil, revelamos publicamente aspectos essenciais de dois inéditos de
Le Breton, sobre a organização do ensino das artes no Rio de Janeiro,
respectivamente datados de 12 de junho de 1816 e de 9 de julho do mesmo ano, e
endereçados ao Conde da Barca. Esses importantes documentos, que renovam
parcialmente a história da vinda e da atuação da Missão Artística, acham-se
desde o século passado no arquivo do atual Palácio Itamarati, aonde,
possivelmente chegaram misturados com outros papeis referentes a Lebreton, em face das complicações
diplomáticas resultantes de certas atividades do entusiástico bonapartista
francês.
Afonso de E. Taunay[1] cita a sua existência,
baseado em relação publicada na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro,
tomo IV, 395[2],
em que também menciona manuscrito de Francisco José Rodrigues Barata, sobre a
Capitania de Goiás.
Taunay não chegou, porém – por motivos que
desconhecemos – a consultar esses planos de Le Breton para o estabelecimento de
uma dupla escola de artes no Rio. Trata-se de versões ou rascunhos de documento
definitivo, que deve ser entregue ao Conde da Barca, pois a ele, como vimos, sã
endereçados.
Vendo a referência de Taunay, foi-nos fácil
encontrar os documentos, e rapidamente compreender sua magna importância para a história de
nossa arte – pela extensão e significado de suas informações – e mesmo para a
história do ensino artístico em geral.
Na conferência da Escola Nacional e Belas
Artes, estendemo-nos sobre as revelações dos citados inéditos, para história da
Missão. Eles indicam, entre outras coisas, que Le Breton quis que o pintor
brasileiro Manuel Dias de Oliveira figurasse como professor na Escola a ser
fundada; que critica levemente o aspecto não clássico do desenho de Nicolau
Antônio Taunay e explica porque coloca,
em relação de professores, abaixo de Debret. É que – diz- seria demasiado
estranhável na Europa que, numa Academia, um pintor de gênero figurasse acima a cima de um pintor de
História. Em várias ocasiões o autor exige e marca o caráter clássico do ensino
a ser ministrado na novel instituição.
Se estes elementos indicam a forte orientação neoclássica
do ensino proposto pela missão, outras partes do texto esclarecem melhor a
largueza da metodologia aconselha aquisição de coleção de telas e, sobretudo, o
entusiasmo com que propugnou pelo que chama de dupla-escola de arte: um ramo – paralelo aos das belas artes –
destinado ao ensino das artes-ofícios, em correspondência com ateliers, cuja
criação sugere, de modo prático. Destaque-se, ainda, que o autor grafava o seu
nome Le Breton.
É extremamente rica a messe de informações que
se podem recolher, nos referidos inéditos. Dá-lhe maior valor a circunstância de
ser fornecida pelo próprio homem que teve a iniciativa da Missão e a primeira
ideia, possivelmente, de criar-se a referida Escola de Artes, no Rio de
Janeiro.
Realmente, nas indicações dadas pelo texto
comprovam a influência de Humboldt sobre Le Breton, no tocante à criação de uma
escola de Artes, mas delas se deduz, definitivamente, o fato de que a Missão
Artística foi concebida pelo antigo secretário do Instituto de França, ficando
com o Conde da Barca e D. João VI o mérito ( já bastante grande) de terem
aceito a proposta e procurado de certo modo realizá-la. O decreto de 12 de agosto, posterior apenas de
um mês e três dias a data do segundo rascunho, já não seguia, porém, as linhas
do plano de Le Breton, nem o projeto de
leu por ele elaborado.
Publicamos, nesta Revista, a convite de seu diretor, a fiel tradução do primeiro manuscrito, datado, como já dissemos, de 12 de junho de 1816. Colocamo-lo, assim, a serviço de todos os estudiosos do assunto.
Publicamos, nesta Revista, a convite de seu diretor, a fiel tradução do primeiro manuscrito, datado, como já dissemos, de 12 de junho de 1816. Colocamo-lo, assim, a serviço de todos os estudiosos do assunto.
O segundo manuscrito é uma variante deste com poucos acréscimos, e que comentaremos em outra
oportunidade, nesta mesma publicação.
[1] - A. .E. Taunay – Missão Artística de 1816,
Rio, publicação nº 18 da DPHAN, p. 72.
[2] - Com o
título “ Relação dos manuscrito a respeito do Brasil, existentes no Arquivo da
Secretaria de Estados dos Negócios Estrangeiros”, pp. 394398. Na p. 395 estão
indicadas “Cartas e Memórias do Mr. Chevalier Jochim (sic) Le Breton para o
estabelecimento das Escola das Belas
Artes no Rio de Janeiro”.
Fig. 02 – Retrato
de Joaquim LE BRETON (1760-1819) realizado pela pintora Adelaïde LABILLE-GUIARD (1749-1803) na época em que ocupava o prestigioso cargo de SECRETÀRIO
PERPÉTUO do INSTITUT de FRANCE. Perdeu este
cargo com o retorno dos Bourbons ao trono francês. Sob a
alta coordenação do Conde da Barca foi convidado para recrutar e chefiar
a MISSÂO ARTÌSTICA ao BRASIL Homem das LUZES e doa ENCICLOPÉDIA FRANCESA,
tentou associar a Arte aos Ofícios e aos primórdios da lógica da ERA INDUSTRIAL .Porém a ERA INDUSTRIAL a ENCICLOPÉDIA e as LUZES da RAZÂO eram vetores absolutamente
estranhos aos hábitos e costumes de uma região cultura fechada ao longo de três
séculos onde o trabalho era ESCRAVO e com a maioria da POPULAÇÃO ANALFABETA.
MEMÓRIA DO CAVALEIRO
JOACHIM LE BRETON PARA O ESTABELECIMENTO DA ESCOLA DE BELAS ARTES, NO RIO DE
JANEIRO[1].
Rio de Janeiro, 12 de
junho de 1816.
A Sua Excelência o Senhor
Conde da Barca[2],
Ministro do Estado.
Senhor.
“Nenhuma cidade do novo Continente, sem excetuar as dos Estados Unidos, oferece estabelecimentos científicos tão grandes, tão sólidos, quanto da capital do México”.
Foi refletindo
sobre este enunciado surpreendente de um viajante célebre, sobre os fatos
citados como prova e sobre conversações aprofundadas com o mesmo viajante, que
eu concebi o projeto de concorrer para dar as mesmas vantagens ao Brasil com
despesas infinitamente menores.
As artes do
desenho, que produziram em poucos, no México, surpreendente melhoria em muitos
ramos da indústria e das Belas Artes, e a propagação simultânea do desenho nas
artes e ofícios que dele podem aproveitar, devem ter em todos os lugares o
mesmo efeito; mas eu proporei não se esperar a sucessão de tempo necessária para
que a influência de vossa principal escola chegue às oficinas do Artesão, e
ofereço-me para organizar, com o ensino das Belas Artes, a propagação
simultânea do desenho nas artes e ofícios que dele podem tirara proveito.
A Academia de
los Nobles Artes do México, deve sua existência ao patriotismo de diversos
particulares mexicanos e à proteção do Ministro Galvez [4].
Pensei que os habitantes do Brasil amariam tanto a sua pátria quanto os
mexicanos, e sabia que no Rio de Janeiro existia um Ministro mais esclarecido
que Galvez e que também inflamado pelo zelo ardente pela prosperidade de sua
nação. Disso conclui que aconteceria no Rio de janeiro como ocorreu na capital
do México, com poucas modificações; que o Rei viria pelo menos consolidar um
estabelecimento no qual o patriotismo de seus súditos poderia dar a primeira
existência. Sua Majestade fez melhor, deu o exemplo.
Mas quer seja
a munificência real quer seja a generosidade dos moradores ricos que venha a
receber os elementos por mim colocados no solo que preferi, indicarei a maneira
pela qual creio que posso colocá-los do modo mais útil para o Brasil.
[1] - O
original não possui título (Nota do tradutor )
[2] - No original está Comte de la Barque (N,
t.)
[3] - O
título do libro está em francês (N.t.)
[4] - “Organisation del Academie de
Mexico, Son Influence” no vol. 2, p. 11,12,13e 14 e vol. 4 nos lugares indicados
Não foram
somente aspectos econômicos que me orientaram quanto a número e emprego dos
artistas que ofereço ao Rei. Tenho a
intenção de não exceder o que é necessário para fundar uma escola, sem impor ao
Governo a carga de um estabelecimento de luxo e de representação; assim, a
Escola das Belas Artes Brasileiras dará inicialmente menos prazer do que o
prepara; não brilhará tanto, quanto útil por sua influência.
Professores de
uma dupla escola das artes do desenho bastarão para todo o ensino dessas ates,
e mesmo de suas aplicações aos ofícios.
Mas é
essencial que se determine bem o emprego de cada um, e não se deixe ao patronato, desprovido de luzes, nem às
pretensões pessoais dos artistas, a possibilidade de intervir ou enfraquecer a
ordem do ensino pela invasão de qualquer Professor medíocre ou não clássico,
pois a escola, desde o início, germes de fraqueza e de torpor que não tardariam
a prejudicá-la.
Esta arte se
divide em duas partes principais: o gênero
histórico, ou grande gênero, o que se denomina simplesmente pintura de gênero, a qual abrange apaisagem, as
cenas familiares e até os mínimos pormenores da natureza. Ainda que esta
divisão possa parecer ideal, em algumas circunstâncias, e choque o amor próprio
dos pintores ditos de gênero, possui grande fundo de realidade, que não deve se
perder de vista na organização do ensino. É fora de dúvida que a pintura de
gênero é útil agradável; penso ainda que em país como este, ao qual a natureza
prodigalizou todas as riquezas, os Pintores de gênero terão uma mina
inesgotável de assuntos de quadros, e que o gosto dos particulares sentirá e
encorajará de preferência a pintura de gênero, em vez da outra.
Trata-se,
porém, do ensino e dos princípios elementares da arte de pintar em geral.
Desse ponto de vista, é necessário que
todos os amos saiam do tronco que é o gênero histórico. Não houve nunca, nas
grandes escolas da Itália e da França, lições públicas de pintura de gênero, e
as Academias não reservaram senão pequeno numero de lugares honoríficos. O
Instituto de França apenas concedeu dois, ocupados pelo sr. Vanspaendock[1],
que suscitou grande progresso na arte de pintor de flores, e pelo sr. Taunay, que adquiriu bela
reputação, pintando cenas familiares e paisagens, quadros em que algumas vezes
se aproxima do gênero histórico, pela concepção e sentimento. Não é o bastante
para o ensino; cumpre ensinar o aluno pintor a desenhar e a pintar,
inicialmente em grande, podendo descer aos pequenos assuntos, caso deseje.
Então, poder-se-á ter esperança de vir a ocupar um lugar ao lado do Poussin, de
Berhhem, de Waumermans[2]
e de Vernet, o único pintor francês de gênero que é grande desenhista: também
havia ele estudado o gênero histórico e começara mesmo por praticá-lo.
Para todos os
gêneros, portanto, os estudos acadêmicos será os mesmos até o ponto de partida,
que será logo indicado; os dois professores pintores, o escultor e o gravador
farão desenhar, pintar ou modelar figuras acadêmicas, figuras segundo moldagens
do antigo ou segundo modelo vivo. Sem isto teríeis rapidamente, sr. Conde, um
formigueiro de artistas-abortos, saídos de vossa escola, e que seriam mais
importunos que úteis.
O inimitável Claude Lorrain não fez
alunos. Era incapaz de ensinar; pintava
com instinto e o sentimento. Em nossos dias, Greuze fez grande número de
quadros cheios de encanto e de sentimento, e se o gênero e de sentimento, e se
o gênero pudesse confundir-se com a pintura histórica, serie Greuze que se
operaria a fusão. Pois bem. Ela não pôde operar-se, e Greuze não deixou alunos e
não poderia jamais ter sido admitido a lecionar numa escola de França, nem em
qualquer escola bem organizada.
Partindo
destas bases, eis o modo e os graus do ensino: o da pintura se dividiria em
três graus[3].
1º) Elementos
gerais do desenho, desde seus princípios elementares até a academias, e cópias
segundo modelos desenhados pelos professores e assinados por eles.
Caso se usasse
modelos gravados, eles deveriam ser adotados por deliberação conjunta dos
professores. É precaução para o futuro, contra a preguiça e a fraqueza dos
mestres.
2º) Desenho
segundo o vulto, até a figura acadêmica da natureza. Os professores pintores,
escultores e gravadores serão empregados cada um a seu turno, nestes dois graus
do ensino. O escultor poderá começar fazendo modelar na escola, a partir do
segundo grau.
3º) A figura
acadêmica pintada, segundo modelo vivo no atelier do pintor de história. Os
alunos destinados à paisagem fariam pelo menos um ano destes estudo, a fim de
aprender a dar vida e correção às figuras que colocarem em seus quadros.
Os que
pintarem plantas, flores, animais, poderão estudar noções de botânica. O reino
vegetal do Brasil interessa demasiadamente às ciências naturais para que não o
tornemos conhecido com fidelidade, mesmo na pintura. A descrição dos insetos do
Surinã é preciosa, pois a arte, dirigida pela ciência, representou esses pequenos animais, nas plantas de que se
nutrem. Assim, tornou-se gora necessário pintar a história natural. Falo da
pintura de flores e de animais, mesmo a partir da origem da escola, pois M.
Debret está em condições de ensiná-lo; tenho sua permissão para assumir o
compromisso em seu nome.
[1] - Trata-se de Gerada Vanspaendock, nascido em
Tilburgo, na Holanda, e falecido em Paris, em 1822, e comumente incluído entre
os franceses. Antes de 1790 era membro da Academia Real de Pintura; em 1795 foi
eleito para o Instituto, cujos membros, cujos membros eram em número menor que
os da Academia. Foi professor de
Iconografia no “Jardin des Plantes”. Camille Vanspaendock, seu irmão e aluno,
foi também pintor de flores. Cf. , a
respeito dos dois, Ch. Gabet, Dicionaires
des Artistes de l’École Française, au XIX, Siècle. Paris, Chez Madame
Vergne, 1831, pp. 676/7 (N.t.),
[2]
-Assim parece escrito no original. O nome certo é Wouwermans ou Wouwermann.
Conhecemse vários artistas holandeses com esse nome de família, no século XVII,
destacou-se o de prenome Philips, nascido em Harlem, 1619, e ali falecido em
1668; foi pintor de paisagens, batalhas, e d quadro da vida elegante de sua
época. (N.t.) https://en.wikipedia.org/wiki/Philips_Wouwerman
[3] - Na
margem à esquerda, lê-se, escrito pelo autor: Modo e graus do ensino (N.do t)
Este ensino se
compõe dos dois primeiros graus do desenho, sendo que em vez do 3º grau do
estudo dos pintores, os alunos escultores modelarão no atelier do professor de
escultura, segundo os seus conselhos, e, na escola, com modelo vivo.
Consistindo na
ciência do desenho a base desta arte, os alunos, sem exceção, seguirão todos os
curso da escola que tem por finalidade criar bons desenhos.
O trabalho da
gravura só pode ser ensinado no atelier do mestre, mas os estudos de desenho, a
serem feitos nos cursos de ensino público pelos alunos, serão submetidos à
assembleia dos professores em épocas marcadas, e julgados nessa reunião.
O julgamento
será consignado por escrito e dele se dará ciência ao Ministro sob cuja
jurisdição se ache a escola; ocorrerá o mesmo em relação a todos os cursos.
O ensino
completo desta arte, cuja utilidade se aplica a todos os graus da civilização,
seria já por si um benefício para o Brasil, e posso felicitar-me por apresentar
na pessoa de Mr. Grandjean um professor capaz de realizar semelhante tarefa, em
sua vasta extensão, ao mesmo tempo em que poderá reunir os exemplos aos
preceitos.
O curso de
arquitetura poderá ser teórico e prático. A parte teórica se dividirá em três
seções, a saber: história da arquitetura e seus princípios, estabelecidos
segundo os monumentos antigos e modernos; construção e estereotomia. Esta
última parte, assim como a perspectiva, útil também aos outros artistas, se
conterão em um número limitado de lições.
O ensino teórico,
porém, exigirá alunos já um pouco adiantados; em consequência, o professor
começará por formar os primeiros alunos, e exprimir ideias pelo desenho, em
imitar e tomar conhecimento das dimensões. Só colocará diante deles exemplos
escolhidos entre os mais perfeitos modelos da antiguidade e entre os mais belos
monumentos da arquitetura moderna.
Quando os
alunos tiverem adquirido bastante conhecimento para passar à composição, haverá
todos os meses um concurso de esboços e de projetos acabados. Estes concursos
serão julgados pelos professores reunidos e dele será dado conhecimento ao
Ministro competente. Todos os anos em época determinada, como o dia do
aniversário do Rei ou de sua chagada ao Brasil, poder-se-ia fazer exposição
pública de todos os trabalhos da escola, tanto de professores como dos alunos,
e distribuir prêmios aos que houvessem demonstrado mais talento ou feito
maiores progressos. Quando o tempo permitir a formação e alunos de nível bastante
elevado para presumir-se que possam tornar-se grandes artistas, será necessário
enviá-los por alguns anos à Itália.
Desejaria que
um bom ensino musical completasse o Instituto, academia ou escola das artes,
porém não há necessidade de meu zelo, nem das minhas fracas luzes para esta
organização. É portanto, um simples voto que exprimo, e retorno às artes que em
o desenho por base.
Creio não
haver omitido nada de essencial no sistema de seu ensino, nem nas proporções
convenentes. Cada arte tem o seu quadro, e as relações entre elas estão
estabelecidas. As funções dos professores são determinadas e é preciso que o
sejam, de maneira tão positiva, que tanto os mestres como os alunos sejam
colocados dentro de uma organização não somente mais forte do que cada um deles
mas também superior a todos o os motivos de relaxamento e de anarquia. A
igualdade de nível e de salário entre professores é indispensável para a
concórdia, sendo também conforme a justiça. Se alguns professores devem
esforçar-se mais do que do que outros, afirmando-se de utilidade mais ampla,
tais como Arquitetura e Pintura histórica, poderão encontrar compensação no
exercício de sua arte.
Resta-me duas
considerações que julgo de grande importância submeter à sabedoria de Vossa
Excelência, antes da organização de uma escola de belas artes: uma relativa aos professores, e
a outra aos alunos.
Tomei das
escolas da Europa – sobretudo a da França, que incontestavelmente é bastante
superior a todas as outras escolas em que se ensinam belas artes – o que existe
de melhor no sistema de ensino; mas quando se faz um estabelecimento
inteiramente novo, haveria perigo na imitação completa daqueles que possuem uma
longa existência, pois o tempo lhes traz abusos, que se enraízam como musgo nas
velhas árvores e que lhes esgotam a seiva, com prejuízo da frutificação. Por
exemplo, para não falar senão da escola francesa, como não se teve o cuidado de
verificar que há certo grau de velhice em que não pode mais lecionar as belas
artes com resultado, ocorreu, necessariamente, que pelo fato de cada professor
falecer em sua função, a maioria se encontra sempre em estado de declínio ou
mesmo de caducidade.
Embora haja em
Paris remédios que não existem aqui, para neutralizar este mal – a saber: um
grande número de artistas hábeis, exposições públicas e observação vitalizante
das obras primas – posso assegurar que sofreríamos com esse inconveniente, tão
grande que já nos ocupamos em fazê-lo desaparecer, quando as últimas desgraças
da França detiverem todos os projetos de melhoria.
Caso isto acontecesse aqui, o que poderia
ocorrer mesmo antes que a escola houvesse alcançado grande força, eu recearia
bastante os efeitos desse mal. Os sentidos são necessários para inspirar e bem
dirigir os alunos das belas artes: a apatia e o gelo da velhice são incompatíveis
com as artes da imaginação. É, pois, prudente cogitar da aposentadoria por
invalidez, tão depressa esta apareça: poder-se-ia atribuir dois salários – um a
título puramente acadêmico, ouro às funções de professor? Quando estas
cessassem, o outro que seria.....[1]
continuaria com o título honorífico. Restaria apenas encontrar um suplemento
que se assegurasse ao professor aposentado o otium cum dignitate do sábio.
Não deve ser
deixado livre ao professor o fazer-se substituir, por sua escolha, no caso de
doença ou de ausência autorizada; seria uma porta aberta por onde a mediocridade
e a intriga se insinuariam nos cargos de professor titular, e um meio
de enfraquecer o ensino.
Não proporei
criar, relativamente a este caso, como na França, adjuntos escolhidos pela congregação
de professores, os quais só são pagos quando no exercício. Aqui, não se teria
como formar esta segunda linha, mas professores podem ser obrigados a
substitui-se entre si, nos casos previstos, deduzindo-se dos honorários do
ausente o salário daquele lhe faz o serviço, se a ausência se prolongar por
tempo demasiado longo.
Após a
primeira organização, a admissão do professor deverá processar-se através de
provas irrecusáveis, isto, é de obras de ordem clássica, que possam garantir
ensino acadêmico rigoroso. O próprio concurso pode ser empregado em caso de
necessidade, sendo os assuntos dados e julgados pela congregação.
A observação relativa aos alunos é igualmente
apoiada em enorme inconveniente da escola da França, inconveniente que tentei
remediar em esforço inútil, junto com dois Ministros dispostos a secundar-me.
Consiste ele
no fato de se admitirem à escola de Paris todos os alunos que se candidatem com
fraco começo de desenho, sem exigir qualquer grau de educação primária, nenhuma
instrução de qualquer ordem.
Como o ensino
é inteiramente gratuito, a pobreza para ali envia seus filhos, em lugar de
coloca-los em oficinas de artesões, onde teriam de para pela aprendizagem. Cedo
a vaidade da criança ou da família o impede de retroceder; entretanto, o maior
número dos que ele imitou e daqueles que por sua vez seguirão seu exemplo
deveriam naturalmente dedicar-se a ofícios.
Imagine-se,
sr. Conde, a quantidade de fermento grosseiro e a falta de liberalidade que,
desta maneira, pode penetrar e que realmente penetra nas belas artes. É de
desejar que esta má semente não se introduza no berço de nossa escola; que, pelo
contrário, a profissão de artista fique, em geral, numa região média da
sociedade: que o pintor e o escultor sintam prazer com a leitura dos poetas e
dos historiadores e se inspirem neles; que o arquiteto seja capaz de erudição e
de penetrar, até certo grau, nas ciências matemáticas.
Como não há
ainda necessidade de grande número de artistas, talvez seja menos difícil
tornar-nos exigentes com relação à qualidade dos alunos, e obriga-lo a adquirir
instrução. Isto seria, pelo menos, bastante desejável no próprio início.
Talvez criando
simultaneamente uma Escola de Belas Artes, los
nobles artes[2],
e uma escola de desenho para as artes e ofícios, se possa preservar a primeira
pela segunda, classificando e mantendo nesta, que não poderia chegar a ser
demasiado frequentada, todos que não conviessem à outra.
[2] - Em
espanhol, no original (N.t.)
[1] - À margem à esquerda deste parágrafo,
escreveu Lebreton, em ocasião posterior, como a tinta o revela, “trabalhos
anuais a dar aos Professores: motivos de utilidade desses trabalhos” (N.t.)
Embora a
distribuição dos professores seja determinada pelo sistema de ensino e pelas
observações que lhe acrescentei, não será útil representá-la de maneira
precisa, e sopesar o mérito e a influência de cada um.
Sendo a
ciência do desenho a base da arte, os que melhor e de modo mais geral ensinem a
desenhar serão os mais úteis à escola, sobretudo em pintura, escultura, gravura
e ofícios que se ligam ao luxo. A prática de pintar com cores, de modelar
e esculpir com argila ou com matérias
duras, só se alcança posteriormente e deve ser considerada secundária, pois não
é nada sem princípio básicos. O
exercício e o estudo refletido dos bons quadros e dons modelos de escultura,
ajudados pelos conselhos de um mestre farão resto. Isto é, colocam jovem
artista no ponto de seguir o seu talento e imitar a natureza segundo suas
próprias sensações.
Os senhores
Debret e Taunay, o escultor Pradier, como desenhista e o próprio Grandjean,
considerado deste ponto de vista, abstração feita de seu saber e de seu talento
como arquiteto, são, portanto, colunas da escola brasileira, sobre as quais se
pode estabelecer vigoroso ensino do desenho. O talento do sr. Taunay, o mais
velho, embora muito destacado, não pode ser tido como clássico, sob este
ângulo, mas seus conselhos terão utilidade, sobretudo nos primeiros estudos de
paisagem, e seu nome ilustrará a escola.
Há no Rio de
Janeiro um pintor que estudou na Itália e que é capaz de ensinar; cumpre
conservá-lo na escola, por justiça e por utilidade, se estiver em condições de
ensinar desenho de academias; porque, não sendo necessários adjuntos nem
suplentes, que formaram um ninho de mediocridade, seis professores não seriam
demais para o serviço e para se substituírem se fosse preciso. Aliás, esse
mestre já percebe salário, e isso não constituiria despesa inteiramente nova.
Cada um
lecionará na escola alternando, cada mês, elementos e desenho e o estudo
segundo os dois gêneros de modelo, com exceção do arquiteto, cujos cursos serão
separados e mais contínuos.
Não tenho base
suficiente para determinar, com precisão, os salários dos professores, pis
ignoro em quanto s deve orçar aqui uma existência digna, que é necessário
assegurar a todos; considerar como devendo fazer a abastança dos artistas, os
trabalhos de pintura, de escultura e de gravura que os particulares possam
encomendar, isso seria, no mínimo, restringi-la por longo prazo à mediocridade.
Entretanto, para que o primeiro germe das artes s beneficie, em pais
estrangeiro, é de todo necessário que o solo alimente com liberdade, sem o que
perecerá ou se transplantará espontaneamente.
Partindo desta
primeira conveniência e entrosando-a com os aspectos da utilidade para aescola e o Governo e com
os princípio de ordem e de emulação, eis como eu eu organizaria a existência
dos professores
Para o titulo
acadêmico, um salário ad vitam de....
Para as
funções de professor, um salário de.....
Para uma
aposentadoria, um salário graduado de...
Além disso[1],
seria dado, cada ano ou mesmo de dois em dois anos, aos pintores e ao escultor um
quadro, um busto ou um baixo relevo a serem feitos para o Rei ou para a cidade.
Seu preço e dimensões, bem como o assunto, seriam determinados. Tomar-se-iam
estes assuntos, em geral, à história
nacional. O gravador teria do mesmo modo uma prancha a gravar, que constituiria
também propriedade do Governo ou da cidade, e poderia ser vendida em benefício
da escola.
O arquiteto
faria um projeto de monumento ou de edifício de utilidade pública, para
idênticos proprietários, e que no presente ou no futuro pudesse ser executado.
Por este meio
bastante natural, cuja despesa não seria assustadora, a escola brasileira,
desde o nascimento, iniciaria um Museu Nacional interessante, que se
enriqueceria, cada ano, e logo se estenderia até a descrição pitoresca do País.
Tendo os
professores trabalhos lucrativos assegurados, estariam defendidos, para o
futuro e, circunstância que me parece muito importante, não se estiolariam na
inércia. Seriam, pelo contrário,
forçados a estudar por si mesmos e a sustentar a sua reputação. Todos estes
trabalhos se exporiam publicamente no aniversário natalício do Rei. O folheto
explicativo da exposição poderia ser vendido em proveito da escola.
Relativamente
a esta venda observei, sem procurar estabelecer paridade, que no caso da
Academia Real das Belas Artes de Londres, é o produto d exposição anual que faz
inteiramente sua valiosa renda, e ela não possui senão um meio século de
existência. É com este capital acumulado no Banco, que são pagos o Presidente,
os professores da Academia, os modelos, os prêmios, as viagens e a estada dos
alunos enviados à Itália para ali se aperfeiçoarem.
Na véspera do
dia em que as salas da mostra se abrem ao público, a academia oferece um grande
banquete no próprio local em que se acham expostos os trabalhos do ano. Os
Príncipes da família real, os Ministros, os lordes, enfim, desde o zelo ate a
vaidade “tachável”, todos são convidados. Após os toast ao Rei e à propriedade da Academia Real, faz-se coleta cujo
produto, sempre abundante, é depositado em conta de banco da academia.
No dia
seguinte o público começa a pagar seu tributo, na porta, dando um shilling pelo folheto ou catálogo;
todavia é necessário comprar outro, cada vez que a visita se renova. O produto
desta venda é também colocado no Banco. Fez-me a Academia Real, a honra, certo
ano, de convidar-me a ir de Paris ao seu banquete solene. Falo, assim, de visu.
Seria
impossível, Senhor Conde, copiar em ponto pequeno, em benefício da nova escola
das artes, esses hábeis calculistas ingleses?
Onde não se achasse zelo nem gosto, poder-se-ia encontrar a ostentação,
que é de todos os países. E previsto que o exemplo seja dado por aqueles que
gostamos de imitar, poderiam ser feitas úteis coletas para a escola. Confio
esta ideia à sua sabedoria.
Mas, ousaria
recomendar-lhe particularmente uma precaução, sem a qual se perderia um dos
melhores efeitos dos trabalhos dos trabalhos que devem formar a coleção acadêmica.
Trata-se de lhes consignar
um lugar, uma destinação, logo após a exposição pública; sem isto, ficariam de
algum modo coo o diamante talhado que voltássemos a colocar nas entranhas da
mina. Mais frequente, pelo contrário, eles suscitarão por si mesmos o gosto,
contribuindo para fazê-lo nascer.
Caso ainda não
existam locais, poder-se-ia aproveitar recintos provisórios ou mesmo colocar as
obras da escola de belas artes com hóspedes de honra, em casas de ricos
particulares e em corporações.
[1] - À margem à esquerda deste parágrafo,
escreveu Lebreton, em ocasião posterior, como a tinta o revela, “trabalhos
anuais a dar aos Professores: motivos de utilidade desses trabalhos” (N.t.)
Com relação aos
diversos graus do ensino do desenho [1],
falei dos modelos em gesso, moldados do antigo; é necessário voltar aos mesmos
e completar o ponto dos modelos em geral, tirados das belas obras de arte. Diz
o barão de Humboldt que a coleção de gesso transportada para o México, em
benefício da academia, custou ao Rei de Espanha, Carlos IV, perto de 200 mil
francos.... e que não se encontra, em nenhuma parte da Alemanha, uma coleção de
gesso copiada do antigo tão bela[2].
Este gênero de modelos é indispensável, mas não nos devemos assustar com a
despesa feita pelo Rei da Espanha; inicialmente foi-lhe necessário mandar
moldar na Itália; atualmente têm-se os mesmos gessos em Paris, sem pagar o
custo dos moldes. Por outro lado, o sr.
Marquês de Marialva me disse que o Governo Português possuía alguns muito
belos. Enfim, caso se acredite não dever privar-se Lisboa deles, achar-se-á em
Paris por menos de vinte mil francos[3] tudo que se possa razoavelmente desejar em modelos, seja de figuras, seja baixos relevos,
ornamentos, e esses modelos serviriam não somente para a escola debelas artes,
mas, em parte, para a de artes e ofícios.
É igualmente
necessário possuir modelos para a pintura, pois cada pintor estudou os grandes
modelos de sua arte e se esforçou para deles apanhar alguma coisa; mas nenhum
pintor que ensina pode substituir-se às obras dos grandes mestres. Pelo contrário,
os professores, de alguma maneira, delas tem tanta necessidade quanto os
alunos, para demonstrar os princípios e a fim de se sustentarem a si próprios;
sem isto, nem o mais hábil impediria um estabelecimento de ensino de cair numa
maneira qualquer que tornaria um vício geral de escola, caso os alunos só
tivessem diante dos olhos os seus quadros.
Há mais. O
mestre tem talvez tanta necessidade quanto os alunos de ligar-se, ele próprio,
aos modelos que o inspiram, o retificam, o impedem de desviar-se; aliás,
terminada a aprendizagem, resta ainda ao jovem pintor a tarefa de dar ao seu
talento um caráter, uma fisionomia. E como o faria, se conhecesse somente os
quadros do mestre e aqueles que o acaso lhe oferecesse aqui, em número
demasiado pequeno, e que talvez ainda não fosse suficientemente clássicos?
É portanto
necessário reunir quadros de diversas escolas, telas que possam servir às
lições práticas, como demonstração, ao mesmo tempo em que guiem e mesmo
inspirem professores.
Embora somente
com grande despesa se possa formar uma coleção de quadros para um Soberano, não
é difícil reunir para uma escola, com despesa moderada, o necessário e o útil
em quadros[4],
escolhendo bem e pondo de lado a pretensão e a mania de possuir coisas
demasiados raras.
[1] À margem esquerda deste parágrafo, há esta
indicação do autor ” Modelos necessários para os alunos e para os mestres”
(N.t.)
[2] - Vol.
2, p. 12.
[3] -
Sublinhado pelo autor. (N.t.)
[4] - Como
exemplo de variante, consigna-se que, no texto de julho, o capítulo assim
termina, após a palavra quadros: isto
é, possuir de todas as escolas e em todos os gêneros, excelentes motivos de
estudo e de meditação. Basta apenas não
ter a pretensão de possuir coisas demasiado raras, e evitar fantasias onerosas”
(N.t.)
Este segundo
estabelecimento, embora de natureza diversa do primeiro, se amalgama dos
princípios básicos do desenho até o estudo que diz baseado no vulto; serão os
mesmos professores, a saber, o sr Debret e o professor português, já empregado
que se encarregarão desta parte do ensino; coloco aí o sr. Debret com tendo
grande[1]
experiência do ensino elementar do desenho, bem como do de pintura, porque ele
não somente dirigiu durante 15 anos o atelier dos alunos de David; foi durante
10 anos o único mestre de desenho do melhor e mais numeroso colégio de Paris, o
colégio de Ste. Barbie.
Assim, os
mínimos elementos lhe são familiares e não o atemorizam; aliás, é inútil que na
escola dos ofícios se aprenda a desenhar flores e animais, e Debret concorda em
encarregar-se desse ensino.
Após os
primeiros passos do estudo da figura, vem o desenho de ornatos, de aplicação
tão variada e tão útil em todos os ofícios em que o gosto pode ornamentar e
embelezar, seja pela escolha das formas, seja nos acessórios. Aqui a escola
passa quase inteiramente para a influência do professor de arquitetura; porque
os móveis, vasos, objetos de ourivesaria e bijuteria, marcenaria, etc., são de
sua competência ao mesmo tempo em que ele ensinará ao carpinteiro e ao
fabricante de carroças a traça, com regras de precisão e exatidão que devem
guiar todos os artesões.
Proponho,
assim, que se coloque o sr. Grandjean à frente dessa escola. V. Exc., verá na
bela obra que ele publicou sobre a arquitetura toscana, em sua seleção de
túmulos de Itália e sobretudo nos seus de álbum, com quanto gosto, elegância e
facilidade ele desenha o ornato, e sabe também gravá-lo.
Conviria
juntar-lhe seus dois alunos, pois eles seriam muito úteis em diversas partes de
pormenores, principalmente para os ofícios de pedreiro, marceneiro e
serralheiro. Não seriam professores titulares, mas ajudantes quase
indispensáveis, que permaneceriam ao lado dos alunos, o que seria impossível
exigir do sr. Grandjean, que frequentemente será chamado alhures, pelas suas
ocupações. Estes alunos lhe seguirão a orientação, e por isto se lhes
atribuiria um salário módico[2].
Um pequeno
curso de geometria prática seria bastante útil
essa escola. Poder-se-ia começa-lo pelo ensino da aritmética da qual os
artesões tem diariamente necessidade. Se a academia do México foi estabelecida em escala
maior[3],
do que aquela que terá a do Brasil, afirmo sem hesitação que a segunda escola,
proposta por mim, ligada como imagino à nova academia e ajudada pelos socorros
práticos que exporei mais abaixo, fará caminhar a indústria nacional, bem mais
rapidamente do que a do México. V. Exc. O perceberá daqui a pouco.
É verdade que,
desde 1803, Humboldt encontrou a ourivesaria não só na capital, mas até nas
pequenas cidades do México, em estado de perfeição e de atividade
surpreendentes; grande número de operários brancos, mestiços e índios enchiam
os ateliers, em que se fabricavam
serviços de baixela de prata “no valor de 150 a 200 mil francos e que pela
elegância e acabamento podem rivalizar com tudo que se faz de mais belo nesse
gênero nas partes mais civilizadas da Europa[4]”
Certamente, a
repartição dos benefícios da mão de obra, consideráveis nesse gênero e
indústria, é vantagem digna de inveja, tanto mais quanto, segundo estimação do
mesmo viajante, a fabricação empregou, em média - de 1798 a 1802 - 985 marcos
de ouro e 26.803 marcos de prata[5].
É a influência
da academia de belas artes, que se atribuem, com justiça, todos esses graus de
perfeição. Creio, Senhor Conde, que marchamos para o mesmo objetivo, por três
movimentos no lugar de um só. E esperando que o gosto da magnificência chegue
até aqui, os ofícios se ocuparão das modestas necessidades do estado social.
Estes três
movimentos combinados seriam a grande escol de belas artes e ofícios, e os
ateliers práticos, a respeito dos quais devo explicar-me.
Mas[6]
antes de expor esta parte de meu plano, com os seus meios de execução, devo,
para não inverter a ordem das ideias, formular ainda algumas observações sobre
a influência de uma escola apropriada às artes e ofícios.
Citarei um
fato digno de atenção. Em Paris é reconhecido, por todos os homens capazes de
observar as causas e seus efeitos, que é à escola gratuita de desenho,
estabelecida por volta de 1763, que se devem a feliz revolução do gosto, e o
grande aperfeiçoamento experimentado pela indústria francesa em todos os
ofícios relacionados ao luxo. A Academia de Belas Artes não influiu neles, pois
só admitia e só queria formar artistas.
Um de seus
membros, pintor bastante medíocre de flores e animais (Bachelier), mas homem de
espírito e muito ativo, imaginou a escola tal como ainda existe em Paris
(antiga rua des Cordeliers, hoje l’École de Medecin). Fez melhor; persuadido de
que os melhores projetos podem cochilar durante muito tempo e esvair-se antes
que os governos se ocupem ativamente de realiza-los, começou esse a sua custa,
alugou o colégio Autun para situá-lo e finalmente nele investiu os 64.000
francos que ganhara e que constituíam toda a sua fortuna.
A velha
academia, então bem má, se escandalizou porque um de seus membros se abaixava
até os operários, prostituindo assim a nobre arte do desenho. Embora só se
tratasse de um pintor de gênero, jamais lhe perdoaria a ofensa. Ele viveu
bastante e sempre considerado, mas o tempo não apagou esse delito perante os
antigos acadêmicos.
Entretanto, o
estabelecimento venceu e, três anos após a fundação, adquiria existência legal
por meio de carta patente registrada no Parlamento. Mas o governo não lhe deu
dotação de maneira alguma; somente o Rei concedeu três mil francos, no primeiro
ano. Foi o artista Bachelier quem criou a renda, como criara o projeto, e é
neste ponto que o exemplo se torna interessante. Como fui um dos subscritores,
desde 1788, e depois, por mais de 15 anos, lhe presidi a administração, pode V.
Exc. , contar com a exatidão do que lhe exponho.
Em 1789, tinha
essa escola 44.000 francos de renda anual, que o artista lhe havia conseguido a
começar do primeiro escudo. Cada dia, 1.500 alunos, crianças, adultos e mesmo
homens amadurecidos, recebiam ensinamento, renovando-se no auditório e as
lições durante seis horas. Ali eu vi Granadeiros do Regimento das.....[7]
francesas dar exemplo de assiduidade e decência. Quatro professores e dois sub-
inspetores, encarregados somente de manter a ordem, faziam todo o serviço sob a
direção do fundador.
Mas V. Exc.ª
deve estar impaciente para por saber como se constituiu a renda: vou
satisfazê-lo. Bachelier, que sabia viver em sociedade e tinha maneiras
insinuantes, mesmo gastando os seus 64.000 francos, fazia sentir a utilidade
pública de sua escola, o que não lhe era difícil; e quando alguém se mostrava interessado pela mesma, ele
tirava do bolso o livro de subscrições, exibia nomes importantes, ressalvando a
vantagem que cada subscritor tinha de enviar à escola um aluno à sua escolha,
ao qual forneciam lápis, papel, modelos e ensino durante 5 anos, tudo isto pela
soma de 30 francos, dada anualmente pelo subscritor.
Avalie, meu
Senhor, como era então fácil, na França – achar subscritores para essa grande
obra; também a corte, o alto clero, as grandes corporações, toda a gente
qualificada pelo nascimento, posto,
mérito ou opulência, foram seduzidos ou, pelo menos, inscritos. Bachelier
procurou os “Jurandes”[8]
fazendo-lhes ver quanto o estabelecimento era especialmente vantajoso para
corporações de ofício que eles presidiam. Ofereceu-lhes a prerrogativa de
enviar à escola 30 alunos, e obteve que lhe seriam concedidos 50 soldos,
tirados da recepção de cada novo companheiro patenteado; seis francos de cada
mestre, o que dava para e escola um renda anual de 12.000 francos, em média.
A revolução
acabou com subscrições e subscritores, esgotando todas as fontes de renda. A
Assembleia Constituinte, por um honroso derreto, concedeu a dotação provisória
de 16.500 francos, que ficou sendo o recurso definitivo desse estabelecimento,
e com o qual se sustenta, sem que as agitações públicas hajam interrompido o
ensino por uma única semana. Fiz mesmo contratar professor de matemática e de
medidas, que a escola não tivera em seu estado de opulência.
Mas estes
1.500 alunos aprendizes, instruídos anualmente n escola, se tornaram operários
mais hábeis, em todos os gêneros. Pra limitar-me a dois, que são mais
conhecidos no estrangeiro, citarei Odiot e Meunier, os melhores ourives de
Paris, hoje muito ricos; entraram como
alunos pobres na escola, sem terem ainda escolhido ofício determinado; foi o
desenvolvimento de suas aptidões, no estabelecimento, que os dirigiu para a
ourivesaria.
Os Intendentes
e os Bispos abriram várias dessas escolas nas províncias a exemplo de Paris,
com regulamento feito por Bachelier; assim, imprimiu-se à indústria francesa um
movimento de melhora que se fez sentir em toda parte, e que nada custou ao
tesouro público.
Volto ao
terceiro meio enunciado atrás, a indústria prática. Para aumentar e aperfeiçoar
aqui mais prontamente a indústria, para torná-la nacional, desejaria que se
fizesse vir da Europa certo número de operários organizados em oficinas, que
possam subsistir por si mesmos e trabalhar de chegada[9].
Alguns artesões isolados, espalhados entre operários locais, ou estabelecidos
isoladamente em um país cuja língua desconhecem, produzirão poucas vantagens e
sua influência será demasiado fraca, se não for nula. Acho que o Brasil poderia
entrar bem mais frutuosamente na partilha das perdas que experimenta a
indústria francesa, e com as quais se beneficiam o norte da Alemanha, a Bélgica
holandesa e os Estados Unidos. Por uma única operação pode-se tirar de Paris
pelo menos cem operários escolhidos segundo emprego que deles fosse proposto
fazer, e que se repartiriam por oficinas organizadas nos pontos mais úteis.
Haveria um
mestre completo para cada ofício. Os alunos da segunda escola de artes
entrariam como aprendizes nessas oficinas, e em poucos anos tais alunos se
tornariam mestres, fundando e aperfeiçoando a indústria nacional.
Não desejaria
que o governo se encarregasse dessas oficinas, nem de nenhuma outra despesa a
não ser da viagem dos indivíduos que as integrassem; seria dispender demasiado
e triná-los menos ativos. Basta que alguns negociantes lhes assegurem trabalho e
existência, fornecendo-lhes locais para as oficinas e as matérias primas; façam
tais negociantes com que se vendam os produtos de trabalho e deixem parte do
lucro aos chefes das oficinas e o objetivo será alcançado. Quando expirasse o
contrato, que eu fixaria em 5 anos, as oficinas estariam estabelecidas, pois
mesmo supondo – o que certamente não seria geral – que os mestres operários
quisessem trabalhar por conta própria a nação teria adquirido que toda a
indústria, e o estabelecimento isolado não deixaria de ser uma vantagem. Não é
um sonho, sr, Conde, pois um dos negociantes locais, a quem quero bem e estimo,
já começou a realizar parte este plano no Rio de Janeiro, com alguns operários
franceses vindos comigo. Mas para alcançar o problema em extensão conveniente e não deixar que se
escape uma circunstância que possa suscitar modificações; para não ser
decepcionado pelo tempo que tão grandes distâncias exigem, é necessário que
examinemos alguns meios de execução e nos apressemos a aplica-los.
A escola de
artes e ofícios custará muito pouco ao Governo, segundo os elementos que
propus; será no máximo um aumento a fazer-se nos salários dos Srs. Debret e Grandjean
e um salário moderado para os dois alunos do professor de arquitetura.
Os operários,
uma vez desembarcados, nada custariam,. Para a viagem haveria, penso eu, um
meio insensível ao Tesouro Real, de fazer esta operação, cujos resultados
seriam tão úteis. Creio fora de dúvida que seria menos dispendioso transportar
esta colônia em um navio português ou brasileiro, do que pagar tantas passagens, e, a mais, o frete dos
móveis e utensílios a um armador. Que se encarregue ainda um negociante desta
comissão, que lhe forneça o navio e que vá até a França, com um carregamento de
produtos de que o Rei possa dispor. O produto do carregamento pagará as
despesas da expedição, ao mesmo tempo que poderia bastar para a aquisição de
todos os gêneros de modelos necessários à duas escolas de artes.
Trata-se de
ocasião especial, que provavelmente, não se apresentará mais, ou, pelo menos,
ocorrerá muito raramente. Nunca, talvez, semelhante circunstância se oferecerá
de novo para se adquirem tantos recursos industriais de uma única vez e para se
poderem escolher todos os elementos que desejáveis.
Seria de
recear obstáculos de parte do Governo francês? Infelizmente, para a desgraça da
França, e mais do que certo que os talentos e
as indústrias escapam quando surgem e procuram, há algum tempo, asilos
de paz, fora de seu seio, para o qual receiam novas feridas. Mas daqui não é
possível escolher os indivíduos convenientes; eles mesmos poderão tirar
passaportes para a Inglaterra ou a Holanda e embarcar para o Brasil, sem que
algum agente acreditado se ocupe disso, em Paris[10].
Eis, senhor
Conde, minha ideia para organizar um sistema completo de instruções das artes,
em sua dupla acepção. Desejaria que o
seu país, com direito a esperar grandes destinos, não ficasse em atraso, quando
só se precisa de calma, que pode nascer rapidamente, para que a América
Espanhola, já populosa e possuidora de elementos preciosos em luzes, em
estabelecimento e em indústrias, inicie um belo surto.
Sei que V.
Exc.ª vê melhor e mais longe que eu, no futuro das nações; que sua alma cívica
ama a pátria e seu Príncipe; e que recomendar-lhe seus interesses seria
desconhecê-lo. Não é portanto a V. Exc.ª que tenho necessidade de persuadir;
mas faço votos sinceros para que suas luzes e seus sentimentos se propagam,
antes que vejamos o fim de uma dessas épocas notáveis e raras e as desgraças
dos ouros. Não importa o que aconteça a estas ideias e a meu voto; ficarei
sempre honrado de tê-los tido, porque tiveram por princípio o amor ao bem, o
desejo de cooperar e minha predileção pelo Brasil. Felicitar-me-ei sobretudo de
haver homenageado V. Exc.ª, a quem já havia aprendido a estimar, na Europa, mas
a quem se ama e se respeita quando se tem a felicidade de chegar perto de sua
pessoa.
CAVALHEIRO JOACHIM LE BRETON.
[1] -
Escrito à esquerda , na margem: “Escola de desenho para artes e ofício” (N.t.)
[2] - A nota
do autor, que reproduzimos a seguir, foi
colocada na margem esquerda,
posteriormente, como o indicam o tio de letra e a tinta: ”Aliás, se esses dois
alunos tivessem sido preparados para
esta função, não seriam mais adequados à
mesma.: um, filho de mestre pedreiro de Pris, foi colocado pelo pai em todas as
aprendizagem da construção, começando pelas primeiras preparações de gesso,
passando para o trabalho de pedreiro e talha das pedras, e acabando nas oficinas
de marcenaria, serralheria e ebanista
O outro dirigiu operários de todos os gêneros,
empregados nos grandes e numerosos trabalhos executados pelo sr. Grandjean para
a corte Cassel.
Não se pode, portanto, ter melhores intermediários
entre arquitetura e os ofícios que com ela se relacionam..
[3] - A renda anual da Academia de Belas Artes do
México é de 123.000 francos, dos quais o Rei dá 60.000, o Corpo de Mineiros
cerca de 25.00; os negociantes da cidade 15.000. Um palacete espaçoso foi-lhe
concedido para o ensino e para as coleções.
[4] - Vol.
4, p. 311
[5] - Ibid.
; para os outros ofícios, que ligam ao luxo, p. 323.
[6] -
Escrito à esquerda na margem: “Escola para artes e ofícios estabelecida em
Paris; sua organização e seus sucessos” (N.t.)
[7] -
Palavra em parte desaparecida, por se achar roído o papel nesse ponto (N.t.)
[8] -
Jurados que velavam pela execução dos regulamentos das corporações extintas
durante a Revolução Francesa, e pela preservação dos interesses comuns (n.t.)
[9] - A
margem esquerda, está escrito: “ instrução prática nas oficinas”. (N.t.)
[10] -
Lebreton fez importante acréscimo lateral, para ser colocado no texto “Não
preciso observar a V. Excia. Que o resultado do meu plano, executado em todas
as suas partes, é uma resta que me
parece peremptória às objeções dos que pretendem que o Brasil não está maduro
para as belas artes; pois enquanto estas criarão raízes, as artes e ofícios e a
indústria darão seus ramos e frutos por influência das próprias belas
artes”. (nota do tradutor)
Fig. 01 – Antônio de Araújo e Azevedo (1758-1817) - Ministro e Secretario de Estado dos Negócios da Marinha e
Domínios Ultramarinos do Reino Unido Portugal Algarves e Brasil o
1º Conde da Barca – dedicou-se pessoalmente aos estudos,
às pesquisas e ao pensamento erudito. Por
meio do seu cargo tentou reverter os efeitos devastadores de três séculos
coloniais e a proibição da indústria pelo Alvará de 1785 da Rainha Dona Maria.
Para tanto manteve oportunos contatos sociais e culturais nos países europeus
em vias de industrialização. Mas todo em vão após o seu desaparecimento
físico. . .
ALEXANDER von
HUMBOLDT – no México
BACHELIER, Jean Baptiste (1724-1806)
BUENOS
AIRES: uma ESCOLA de ARTES ABANDONADA
pela UNIVERSIDADE
COLLÈGE SAINTE BARBIE
- PARIS
CONDE da BARCA, JOAQUIM LEBRETON e os IRMÃOS
von HUMBOLDT.
DECRETO
REAL do dia 12 de AGOSTO de 1816 cria a ESCOLA REAL de BELAS ARTES e OFÍCIOS
DOCUMENTOS da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no BRASIL
GRANDJEAN MONTIGNY: um projeto de estudo
LE
BRETON, Joaquim (1760- 1819)
MÁRIO BARATA (*20.09.1921 +14.09.2007)
Manuel DIAS de
OLIVEIRA
(1764-1837)
MISSÂO ARTÌSTICA FRANCESA
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