A PROVÍNCIA SUL-RIO-GRANDENSE DIANTE do PROJETO IMPERIAL
BRASILEIRO.
01. Os 50 ANOS do REGIME COLONIAL no RIO.
G. do SUL
01.1 – A “VIRADEIRA”
COMO ÚLTIMA ETAPA da COLÔNIA BRASILEIRA 01.2
– A CORTE no BRASIL e o REINO UNIDO. 01.3
– A ABERTURA dos PORTOS e aos PESQUISADORES e ARTISTAS 01.4 – A MISSÃO
ARTÍSTICA FRANCESA e o RIO GRANDE do SUL - 01.5 – O NEOCLÁSSICO NAPOLEÔNICO.
02. A SOBERANIA BRASILEIRA e o RIO GRANDE
do SUL
02.1 – A
CULTURA FALA FRANCÊS e os NEGÓCIOS são em INGLÊS e com LIBRAS ESTERLINAS. 02.2 – O RIO GRANDE do SUL
e a CULTURA PLATINA. 02.3
– ASSINCRONISMO ESTÉTICo no RIO GRANDE
do SUL . 02.4 – TENTANDO
ACERTAR os PONTEIROS no ASSINCRONISMO ESTÉTICA.
03. REPÚBLICA SUL-RIO-GRANDENSE
03.1 – A REPÚBLICA
SUL-RIO-GRANDENSE de 1835 até 1845 como LABORATÓRIO. 03.2 – O SUL-RIO-GRANDENSE
POLÍTICO e o GAÚCHO NATURAL. 03.3 – A CONCEITOS de NAÇÃO e ESTADO da
REPÚBLICA FARROUPILHA pela ERA PÓS-INDUSTRIAL.
04. O RETORNO ao REGIME IMPERIAL e a
REVOLUÇÃO na ARTE LOCAL
04.1 – Um
GARIBALDINO FAZ a REVOLUÇÃO nas ARTES PLÁSTICAS do RIO GRANDE do SUL. 04.2 – Um ARTISTA
PLÁSTICO SUL-RIOGRANDENSE com CARREIRA
LOCAL, NACIONAL e MUNDIAL.
05. Uma ONDA de IMIGRANTES com HÁBITOS
ESTÉTICOS CONSAGRADOS.
05.1 – O IMPÉRIO BRASILEIRO substitui o ESCRAVO pelo
COLONO EUROPEU. 05.2 –
Uma ONDA de ARTISTAS e de APRECIADORES de ARTE
06. PREPARANDO o REGIME REPUBLICANO
06.1 – Os
GRÊMIOS REPUBLICANOS durante o IMPÉRIO BRASILEIRO. 06.2 – As ARES de PARIS
CHEGAM ao RIO GRANDE do SUL 06.3 – As ARTES do PERÍODO IMPERIAL pela ÓTICA
PÓS-INDUSTRIAL
01. Os 50 ANOS do REGIME COLONIAL no RIO. GRANDE do SUL
01.1- A “VIRADEIRA” COMO ÚLTIMA ETAPA da COLÔNIA BRASILEIRA .
Fig. 01
– A capitania de São Pedro do Rio Grande
do Sul foi um território construído árdua e sangrentamente ao longo do Brasil
colonial. Esta construção partiu de
pequenos núcleos urbanos em direção aos campos e ao meio rural.
Por um alvará, datado de 05 de janeiro de 1785[1], a Rainha de Portugal mandou fechar
todo e qualquer projeto de industrialização no Brasil. A corte de Dona Maria I
(1734-1816) de Portugal reconduzia o Brasil ao seu
papel de Colônia ou ‘plantation’.
Este alvará foi um dos atos da política
da “Viradeira” (1777), contrária à do
Marques de Pombal (1699-1782). Alguns raros "iluminados" de Minas Gerais foram os poucos que teimaram em
continuar a perigosa abertura concedida, entre 1750 e 1777, à colônia
brasileira pelo Marquês de Pombal. Estes
"iluminados"
interpretaram tarde a abertura pombalina e a
pagaram com a vida ou o degredo na África ao longo da “Viradeira”. Na arte brasileira o gênio do
Aleijadinho interpretou magistralmente a
loucura da Rainha nos seus escatológicos e lancinantes profetas de Congonhas do
Campo.
[1]
- A indústria (manufatura de bens) foi proibida no Brasil por alvará de
Dona Maria I promulgando em 5 de janeiro de 1785 que escrevia “sejam extintas e abolidas por qualquer parte
em que se acharem em meus domínios do Brasil [ ] manufaturas, ou teares, e das
fazendas que nelas houver..”..
Fig. 02
– A expansão, consolidação e legitimação
da ocupação do atual território político do Rio Grande do Sul a partir da
matriz econômica, cultural e social lusitana foi realizada em sincronia e apoio
de forças externas. Internamente a diacronia seguiu etapas distintas e reelaboradas
com os meios e circunstâncias locais De
outra parte esta sincronia ou diacronia não sã fatos passivos e isentos de
tratados e contratos discutidos antes, durante e após cada nova etapa. O
Tratado de Madrid, de 1750, e de Ponche
Verde, de 1845, podem serem vistos como um destes pactos. .
[Clique sobre o gráfico para
poder ler]
01.2 – A CORTE no BRASIL e o REINO UNIDO.
.
.
O Rio Grande do Sul não
teve participação direta na Inconfidência. Com a intensificação do fisco e
controle central decorrente da Inconfidência alguns fazendeiros e empreenderes
começaram a perceber as oportunidades novas nos antigos Campos de Vacaria das
Missões[1] com posteriores nuclearizações urbanas como a atual cidade de Passo Fundo.
O movimento das
lideranças do Rio Grande do Sul foi fortalecido pela vinda e domicilio
provisório da corte lusitana ao Brasil, entre 1808 e 1821.
Mapa
do Continente do Rio Grande do Sul em 1780
Fig. 03
– O Tratado de Madrid foi rompido pelo Do Pardo de 1761. Espanhóis voltaram a ocupar o território da
Capitania de São Pedro e a sua capital Rio Grande, em 1763. A
Capitania ficou reduzida a língua de terra entre a Lagoa dos Patos, o Atlântico
Sul e as margens esquerdas do estuário do Guaíba. Para marcar as atuais
fronteiras todas as energias foram consumidas entre esta data e a Independência
do Brasileira. Politicamente representa o último meio século do Regime Colonial
lusitano no Rio Grande do Sul e no Brasil.
[Clique sobre o mapa para poder ler]
Neste ambiente de
reforço às lideranças locais se inscreve a definitiva tomada de posse das
terras e núcleos urbanos das antigas Missões jesuíticas. Os diversos confrontos
nas incertas fronteiras desta região era objeto de observação desta Corte e reforço
militar constante[1].
Neste movimento militar e fixação de
população de fala portuguesa a cidade de Rio Pardo foi apoio logístico
permanente. A partir deste município abriu-se a marcha para o Oeste e a
conquista definitiva das antigas Missões jesuíticas. Rio Pardo constituiu-se na
“Tranqueira Invicta” contra as pretensões dos espanhóis.
Fig. 04
– Hipólito José da Costa nasceu em Colônia do Sacramento, passou a sua
juventude em Rio Grande reconquistada dos espanhois. Vigiado, ameaçado
censurado pela inquisição lusitana passou uma temporada nos Estados Unidos.
Com uma formação jurídica e com amplo apoio britânico criou e redigiu o Correio
Braziliense a partir de Londres Além de editar a partir de documentos
internacionais disponíveis neste centro econômico mundial mantinha a esperança
de Portugal pudesse imitar os ingleses na construção de um Commonwealth[1]l
lusitano
01.3 A ABERTURA dos PORTOS e aos PESQUISADORES e
ARTISTAS
O berço de Hipólito José
da Costa (1774-1827) foi a cidade Colônia do Sacramento do atual Uruguai. A
família passou para Rio Grande onde estudou. Completou sua formação em Coimbra, estagiou nos Estados Unidos e
depois se transferiu e fixou-se em Londres a metrópole mundial da economia. Na
Inglaterra foi um arauto da independência do Brasil. Na época da transferência
da corte ao Brasil fundou o Correio
Brasiliense[2]
que fez circular regularmente. Com este jornal ajudou a preparar e manter o
alinhamento do Brasil com o Império Britânico, contra a França de Napoleão.
Escreveu, publicou e fez circular mensalmente, de julho de 1808 até dezembro de
1822, o o seu jornal contra os interesses gauleses e contra o entreguismo ao
primeiro vencedor do Estado Português.
Em consequências da
Abertura dos Portos aos navios das “NAÇÕES AMIGAS” houve um movimento de curiosidade europeia
para conhecer as potencialidades da terra que tinha permanecido fechada aos não
ibéricos ao longo de séculos[3].
As missões científicas partiram de todos os pontos europeus inclusive da Rússia
Czarista. Algumas destas missões foram proibidas de entrar no Brasil como aquela
liderada por Alexander von Humboldt (1769-1859)[4]
e monitorada por Johan Wolfgang von Goethe (1749-1832)[5].
01.4
– A MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA e o RIO GRANDE do SUL
Outras missões foram
convidadas, apesar de grandes resistências e para desgosto de alguns. Foi o caso da Missão Artística Francesa que
chegou no início de 1816. Era formada por artistas e técnicos que haviam
servido a corte decaída de Napoleão Bonaparte. A sua presença física teve de
esperar até 12 de agosto de 1816 para haver algum reconhecimento oficial.
Essas presenças europeias
eram misturadas com interesses em buscas de matérias primas e as possibilidades
de colocação dos produtos da Era Industrial. De outra parte estas
presenças materializavam o que George SIMMEL[6]
escreveu a respeito do papel do estrangeiro numa cultura. Este estranho era percebido
coma alguém neutro e potencial árbitro.
[2] - Correio Braziliense
https://pt.wikipedia.org/wiki/Correio_Braziliense_(1808)
[3] - EXPEDIÇÔES ao BRASIL APÓS a ABERTURA do PORTOS http://www.dezenovevinte.net/artistas/viajantes_mla.htm
[6] SIMMEL,
Georg
Sociología y estudios sobre las formas de
socialización. Madrid:
Alianza. 1986, 817. 2v.
Fig. 05
– O cientista e pesquisador Auguste Saint-Hilaire
percorreu o Rio Grande do Sul de junho
de 1820 até junho de 1621.. Repetiu na província o que já havia realizado
em Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Além da botânica realizou finas observações
antropológicas de usos e costumes das diversas camadas étnicas, culturais e
econômicas e as circunstâncias urbanas e técnicas, as registrou e publicou
posteriormente na França.
O Rio Grande do Sul
recebeu especialmente a visita, as pesquisas e os registros de Auguste Saint
Hilaire[1].
No seu papel neutral e potencial árbitro anotou a total falta de continuidade
de qualquer administração publica no
Brasil. Ele constatou e escreveu em relação a Igreja de São Miguel das Missões.
“João de Deus, um dos primeiros governadores desta província, pretendia
fazer reparação nesse edifício (Igreja de
São Miguel das Missões), tendo para isso
reunido os materiais, dispendendo muito dinheiro, mas, tendo sido substituído,
o sucessor não levou avante seus projetos. As reparações foram interrompidas e
as despesas feitas tornadas inúteis. Tal é ainda um dos inconvenientes do poder
absoluto outorgado aos governadores de província. Cada qual dá início a uma determinada
obra e quase nenhum continua a de seu predecessor; o dinheiro público é
dissipado e as províncias se endividam para sempre”.( 1939 p. .300)
Para esta continuidade
faltava o hábito de um pacto social e um projeto econômico nacional. Seria de admirar se este projeto ou pacto nacional
existisse numa colônia mantida em inteira heteronomia intelectual, econômico e
afetivo de uma terra estranha e distante. A continuidade da Missão Artística
Francesa não teve melhor sorte nesta memoria colonial mergulhada no hábito da heteronomia
internalizada.
[1]
Augusta Saint Hilaire no RS http://www.brasiliana.com.br/brasiliana/colecao/obras/102/Viagem-ao-Rio-Grande-do-Sul
Fig. 06
– Manuel Araújo Porto-alegre não se
limitou a estética dos seus mestres. Partiu destas lições para se atualizar na
fonte europeia e depois fazê-las vingar nas circunstâncias brasileiras. Não
desanimou diante de uns pais carente de indústria e profundamente mergulhado
nos hábitos coloniais. A temeridade e a ousadia de tentar provocar a
mudança desta mentalidade custaram-lhe o cargo de diretor da Imperial Academia
de Belas Artes
Posteriormente a Araújo
Porto Alegre irá ser um dos discípulos e continuadores das sementes dos
ensinamentos da Missão Artística Francesa.
01.5
– O NEOCLÁSSICO NAPOLEÔNICO
A Missão Artística
Francesa, de 1816, trazia o projeto decaído de Napoleão Bonaparte. Esta corte
formalizara a estética do CLASSICISMO sob a etiqueta do NEOCLÁSSICO inspirada
no legado greco-romano. Esta tendência esgotara as suas fórmulas, entrara em
declínio. Era substituída gradativamente
pelo ROMANTISMO na busca das vertentes das raízes nacionalistas. Raízes das
quais emergiam os estados e governos dos
países em construção para a nova realidade técnica da ERA INDUSTRIAL.
O IMPÉRIO BRASILEIRO não
só concedeu ao chefe do novo estado soberano o título de IMPERADOR, ao modelo
napoleônico, mas também cobriu palácios e prédios públicos com as tendências comandadas
pelo NEOCLÁSSICO.
Os hábitos e as mentalidades estéticas no Rio
Grande do Sul deixaram-se abalar pouco por esta mudança do vértice do novo e
cambaleante regime imperial brasileiro.
Fig. 07
– O projeto do Theatro São Pedro - iniciado
em 1833 e inaugurado 27 de junho de 1858 após a Revolução Farroupilha - constitui uma das obras ainda existentes em 2015 que
evidenciam a estética da tendência NEOCLASSICA do Período Imperial Brasileiro. A
sua fachada rima plasticamente a fachada da Igreja da Conceição de Porto Alegre
inaugurada no mesmo ano deste teatro.
Nesta primeira fase da
soberania brasileira pouco puderam
ajudar a entrada de imigrantes do centro
da Europa para uma mudança de mentalidade colonial. Este migrantes eram pobres
e recém-libertos do servidão medieval e feudal,
internamente eram cada vez mais evidentes, na Província Imperial, os intensos
sintomas da revolta e ruptura constitucional farroupilha
02. A SOBERANIA BRASILEIRA e o RIO GRANDE do SUL .
02.1
– A CULTURA FALA FRANCÊS e os NEGÓCIOS são em LIBRAS ESTERLINAS.
A Independência Brasileira foi recebida no
Rio Grande do Sul sem traumatismo externo. Contudo as elites dominantes,
libertas do jugo português, entraram em conflito entre si mesmas.
A cultura, a fala e as
artes eram francesas, os negócios eram em inglês por efeito da PRIMEIRA ERA
INDUSTRIAL EUROPEIA. Essa dicotomia arrastou-se ao longo do todo o Império:
importavam-se os livros, moda e perfumes
franceses, pagos com libras esterlinas.
Fig. 08
– As construções sóbrias dos prédios das
fazendas do interior do Rio Grande do Sul obedecem às rigorosas proibições de
qualquer conforto. Inclusive quanto à lareiras ou qualquer retrato do dono ou
decoração A austeridade da fachada faz uma simbiose com a paisagem do pampa
sul-rio-grandense.
Neste ambiente na
heteronomia estética. intelectual e econômica os artistas ativos no Rio Grande
do Sul, durante o Império Brasileiro, não encontraram as mínimas condições de
um sistema de artes. Não existiam associações, escolas, salões de arte,
professores profissionalizados nem mercado de arte e crítica. A criação
artística não constituía uma necessidade essencial para essa sociedade, que
cultivava de preferência a arte da intriga, dos eventos passageiros e da emoção
prometida pelo barroco e controlada ainda pela contrarreforma
Trindade
- Museu de Arte Sacra de Rio Pardo -
relevo em madeira
Fig. 09
– O entalhe em madeira e a sua
policromia estava reservada ao interior dos templos nos quais o poder publico
colonial e imperial queria ostentar a sua magnificência e onipresença. De outra parte a estética ia buscar temas,
recursos estilísticos no Barroco e no imaginário da Contrarreforma.
Nas províncias afastadas
da corte a persistência das fórmulas e
de tipologias barrocas encravadas em seculares hábitos coloniais. A falta de
vontade de mudanças e sincronia com o novo eram impensáveis nestas províncias
da periferia e refúgio daqueles educadas na estética vigente no período
colonial. Foi o caso do toreuta lusitano João do Couto e Silva (Lisboa? – Porto
Alegre 1883), que trabalhou em Porto Alegre[1]
após a Revolução Farroupilha (1835-1845). As obras assinadas por Couto e Silva nas
Igrejas da Conceição (1858) e das Dores, evidenciam a arte periférica e
descompassada das tipologias estéticas neoclássicas trazidas pela Missão
Artística Francesa aos grandes centros hegemônicos do Brasil. O mesmo aconteceu
em Goiás do Mestre José Joaquim da Veiga Valle (1806-1874), em Minas Gerais do
Mestre Ataíde (1762-1837) e mesmo no
Nordeste.
[1] - DAMASCENO. Athos. Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre :
Globo, 1971, 520 p
Fig. 10
– A imprensa no rio Grande do Sul
começou como recurso do Estado Imperial. Com poucos alfabetizados e menos interessados
em leitura teve um longo período de tentativas e erros. Além de carecer de uma
suporte técnico, profissional e logístico os hábitos coloniais da falta deste
veículo de comunicação teve um longo e árduo período de adaptações, tentativas
e erros que se refletem nos jornais da Revolução de 1835-1845 Assim também ficam restritos os documentos e
as potenciais informações que historiador necessita buscar com evidentes
mitificações e impossibilidade de rever estes feitos, mormente se não eram de
cunho oficial.
02.2
– O RIO GRANDE do SUL e a CULTURA PLATINA.
A estrutura econômica do
Rio Grande do Sul, fundada na pecuária, foi responsável pela abertura e a construção
de uma autonomia cultural e pessoal. Autonomia visível nos passos de Hipólito
José da Costa proveniente da cultura platina. O porto oceânico de Rio Grande,
(a primeira capital entre 1737 e 1763), estava aberto para a nova
economia e também para a cultura do Rio da Prata como Buenos Aires e Montevidéu.
Assim a cidade de Rio
Grande tornou-se pioneira da recém inventada arte industrial da fotografia. Os
artistas ativos em Rio Grande, como os irmãos Caetano, Serafim e Plácido
Ribeiro também possuíam estúdios fotográficos a partir de 1854. Cinco anos
depois, o fotógrafo francês Edouard Timelon Zelony tentou repassar o desenho e
a pintura numa escola de artes fundada durante a administração do Duque de
Caxias em Porto Alegre[1].
Continuava no seu estúdio e firma de importação de produtos fotográficos. Os
germens dessas primeiras escolas de arte apareceram também em Pelotas onde se
tentava dar corpo ao ensino acadêmico de arte[2]
destinado a burguesia e não mais dependente do Estado Brasileiro[3].
[1] - Damasceno,(1971 : 82 /5,
248) descreve a atuação de Zelony em Rio Grande e também a criação, em Porto Alegre, do Liceu em D. Afonso criado pela Lei n° 52,
em 23.05.1852, por Caxias , onde o
mestre de Rio Grande deveria exercer a cadeira de Desenho. Segundo Schneider (1993, p. 94) no ano seguinte o presidente Manoel
Antônio Galvão criou uma escola para meninos anexa a Escola de Artífices do
Arsenal de Guerra. Mas a continuidade da
leitura ( p.95) da mesma autora da descrição das atividades diárias destes
meninos, não podia deixar qualquer margem para a criatividade
[2] O italiano Frederico Alberto Crispin Francisco Arnoldi
Trebbi (1837-1928), além da atividade de pintor, tentou estabelecer uma escola
de artes, na qual estudou Leopoldo Gotuzzo (1887-1984) como se supõe
[3] - Damasceno, 1971 : 220/4.
D.
Pedro II em Porto Alegre - Foto Luigi Terragno 1831-1891 em 10.07.1865 in TOBINO -2007
Fig. 11
– O fotografo Terragno registrou o
desembarque do Imperador Dom Pedro II no
dia 10 de julho de 1865 no cais da Praça da Alfândega. O Imperador estava a caminho da Guerra
com o Paraguai e a rendição do exército deste pais em Uruguaiana
A verdade é que a ERA
INDUSTRIAL europeia visava mais o mercado platino do que o brasileiro. Os novos
regimes republicanos, destes novos estados emancipados da Espanha, como as trocas com produtos agrícolas eram mais vantajosos
do que as brasileiras e atraiam aos portos Rio da Prata e os seus afluentes, tanto o comprador com o vendedor dos produtos
das máquinas europeias
Fig. 12
– O interior do Rio Grande do Sul
manteve a sua arquitetura tradicional. Preservou-se especialmente em terra mais
de mais antiga ocupação lusitana como na cidade de Mostardas. A estética da
tendência NEOCLASSICA do Período Imperial Brasileiro também tardou a chegar a
estes centros urbanos distantes e sem conexões fáceis com a metrópole. Junta-se
a isto razões econômicas e técnicas, inerentes a esta tendência, bem mais caras e de difícil criação e
elaboração.
02.3
– ASSINCRONIA ESTÉTICAS e ECONÔMICAS no
RIO GRANDE do SUL
Sem uma base industrial
o RIO GRANDE do SUL não podia contrapor ao comércio simbólico e físico
comandado pelas nações hegemônicas da ECONOMIA decorrente da ERA INDUSTRIAL. A
cultura alheia entrava como outro produto qualquer pelas fronteiras da
Província que não tinha este suporte material da indústria própria.
HAMBURGO-VELHO
c. 1855 - Lito do Oscar CONSTATT
Fig. 13
– Ao exemplo das vilas e aglomerados
europeus os caminhos das primeiras
colônias alemãs do Rio Grande do Sul se cruzavam em Hamburgo Velho. As oficinas
dos artesãos e lojas de comerciantes começaram a se fixar nestes pontos. e com
residências próximas os sobre as próprias lojas e oficinas. Invertia-se o
processo lusitano de iniciar pelo urbano para se dominar depois o meio rural.
Os caminhos de Hamburgo velho partima da área rural para depois e em
consequência da riqueza rural ganhar o meio urbano
De outra parte a longa da heteronomia colonial
e a persistente escravidão legal inviabilizavam um projeto nacional unitário de
uma indústria própria e uma economia para todos.
02.4
– TENTANDO ACERTAR os PONTEIROS no ASSINCRONISMO ESTÉTICA.
O rio-pardense Manuel
Araújo Porto-alegre[1]
(1806-1879) influenciado por seu mestre Jean Baptiste Debret[2]
passou a trabalhar a temática e as técnicas da Europa. Enquanto isto o toreuta
Couto e Silva continuava trabalhando no interior das tipologias formais que
comandavam os cânones barrocos. Graças
ao seu mestre Manuel Araújo foi se aperfeiçoar e atualizar na Europa. Ali foi
buscar nas fontes aos ensinamentos da Missão Artística Francesa e as novas
tendências após Napoleão Bonaparte. Novas
tendências estéticas que acrescentou ao projeto estético da política imperial
brasileira superando e alargando a tipologia e o suporte ideológico formal do Neoclássico.
Esta tipologia Neoclássica Imperial Brasileira não foi limite intransponível ao artista sul-rio-grandense, pois ele já estava em contato com os poetas
românticos, os incentivou e ela praticava a caricatura para revistas da época.
[1] - Adota-se aqui a grafia Porto-alegre
como o artista assinava os seus textos e suas obras. Deve-se essa grafia a
pesquisadora Cibele Vidal Neto Fernandes (2002 : 29, nota 02) da EBA-UFRJ.
Contudo respeita-se a grafia Porto Alegre, quando são
citações literais de outros autores. O mesmo acontece com Libindo
Ferrás que a maioria dos autores grafa Libindo Ferraz enquanto o
artista assinava na primeira forma.
VIDAL NETO FERNANDES, Cybele. «O ensino de pintura e escultura na Academia
de Belas Artes» in 185 anos da
Escola de Belas
Artes. Rio de Janeiro : Universidade Federal do Rio
de Janeiro, 2000/2002, pp. 09-40.
[2] - GUIDO Ângelo (GNOCCHI)
(1893-1969). Araújo Porto Alegre: o
pintor e a personalidade artística. Porto Alegre: Secretaria de
Educação e Cultura do Rio Grande
do Sul/Divisão de Cultura1 1957 p.29-59
Fig. 14
– O artista plástico, escritor, poeta e
administrador Manuel Araújo Porto-alegre em mais uma incursão pioneira no Brasil
com a primeira caricatura impressa de que se tem notícia. Numa das suas
palestras como diretor da IABA – 1854-1857 prognosticou o uso da fotografia em
artes visuais e a potencialidade de ela ser colorido o que só aconteceu
experimentalmente em 1861[1]
Na geração seguinte o
porto-alegrense Pedro Weingärtner (1853-1929)[2]
seguiu diretamente para a Europa. Ali estudou, circulou e produziu sua obra na
cidade de Roma
Tanto Manuel Araújo, como depois Pedro
Weingärtner, eram artistas de relações pessoais com D. Pedro II, que confiou,
ao primeiro, a direção da Academia Imperial de Belas Artes e ao segundo, uma
bolsa às suas custas. Quando a República foi proclamada o pintor Pedro
Weingärtner retornou ao Estado natal e passou a fixar a paisagem e os hábitos
sulinos numa obra de altíssima qualidade plástica. Mas não existia em Porto
Alegre, da época, nem mercado de arte, nem escola de arte ou crítica que
pudesse divulgar a sua obra.
03. REPÚBLICA SUL-RIOGRANDENSE
03.1 – A REPÚBLICA SUL-RIO-GRANDENSE de 1835 até 1845 como LABORATÓRIO.
A década de 1835 até
1845 do Sul foi um período de distanciamento político do regime imperial
brasileiro. De outra parte foi um ensaio e um laboratório de um possível regime
republicano no Brasil.
No âmbito brasileiro este
regime republicano sul-rio-grandense foi temporão. Especialmente considerando
os profundos e arraigados hábitos do recém-ultrapassado regime Colonial
Brasileiro. No âmbito interno a vigência da escravidão continuou legal e não
abolida formalmente por este regime republicano sul-rio-grandense,.
Porém ao abrir o leque
das repercussões internacionais, além
das influências recebidas de fora, é necessário considerar o que o regime
republicano sul-rio-grandense exportou. A presença pessoal na República
Sul-Rio-Grandense daqueles s que lideraram os longos processos da unificação
italiana com ideias e com ações concretas merecem ainda um estudo além das
citações esporádicas de Alexandre Dumas[3].
[1] 1861 -PRIMEIRA
FOTO COLORIDA https://pt.wikipedia.org/wiki/James_Clerk_Maxwell
[2] - GUIDO Ângelo (GNOCCHI)
(1893-1969) Pedro Weingärtner. Porto
Alegre : Divisão de Cultura- SEC/RS –1956, 228 p
[3] - ALEXANDRE
DUMAS e GARIBALDO no RS http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2709200024.htm
Fig. 15
– O Lenço Farroupilha com as insígnias e
dísticos da Republica Sul-Rio-Grandense. Após a Paz de Ponche Verde em 1845
saiu de moda como objeto de distinção. Retomada com o movimento Republicano foi
queimada em praça publica pelo Esartado Novo. Com a redemocratização e pelo
trabalho dos CTGSs a partir de 1948 ela voltou com toda força e identidade. Na
década de 1961º escudo e bandeira oficial do Rio Grande do Sul se basearam
neste desenho[1]
[Clique sobre a imagem para poder ler]
03.2 – O
SUL-RIO-GRANDENSE POLÍTICO e o GAÚCHO NATURAL
Na ERA PÓS-INDUSTRIAL se
dissipam os nevoeiros conceituais da ERA INDUSTRIAL. Conceitos e hábitos que
encobrem ainda densamente os fatos, as biografias e os resultados dos feitos
praticados entre 1835 e 1845. Um dos conceitos que esta ERA INDUSTRIAL encobre
é aquele que confunde o gaúcho com sul-rio-grandense.
A Revolução Farroupilha
é um marco e uma ocasião para desafazer esta confusão. O gaúcho é um termo
que nasceu pejorativo atribuído, pela sociedade ibérica, ao marginal
incontrolável pelo regime colonial. Com o final desde regime colonial o termo gaúcho
foi atribuído indiscriminadamente à criatura humana naturalizada no ambiente da
bacia do Rio da Prata e com eventuais ultrapassagens deste território
geográfico. O sul-rio-grandense é um termo artificial e voluntário resultante do
feito político da construção de um estado com identidade própria e com
território demarcado por meio de projetos e de acordos consolidados no tempo.
[1] SIMBOLOS OFICIAIS do RIO GRANDE do SUL https://pt.wikipedia.org/wiki/Símbolos_oficiais_do_Rio_Grande_do_Sul
Guilherme
LITRAN - Bento GONÇALVES da SILVA - Museu Julião de Castilho
Fig. 16
– Bento Gonçalves da Silva (1788-1847) [1]
liderou
a Revolução Farroupilha e foi seu presidente. Porém as divisões internas do
movimento e a persistência dos velhos hábitos coloniais e a escravidão - mantida
legal e necessária para grande números de lideres - não permitiram permanência
do projeto da soberania nacional sul-rio-grandense
03.3 – A CONCEITOS de NAÇÃO e ESTADO da REPÚBLICA FARROUPILHA pela ERA
PÓS-INDUSTRIAL.
Com a paz de Ponche
Verde (01.03.1845)[2]
esta concepção do ESTADO REPUBLICANO
SUL-RIO_GRANDENSE - com a sua respectiva NAÇÃO - teve de ser revista, apagada ou, ao menos, escondida sob o denso
nevoeiro conceitual que confundia intencionalmente a concepção natural do “gaúcho”
com o termo político “sul-rio-grandense”.
Antônio
Cândido de MENESES (1826-1908) - Dom Pedro II – Museu Júlio de Castilhos
Fig. 17
– O pintor artista Antônio Cândido de
Meneses foi outro sul-rio-grandense estudante da Imperial Academia de Bels
Artes do Rio de Janeiro. Porém sua pessoa e obra ainda não receberam um
estudo mais acurado e separado. Existe um grande número de pessoas que Damasceno
(1971, p.266) identificou como discípulos deste mestre como aqueles que se
apresentaram na Exposição Comercial e Industrial de 1875.
Os termos ensaiados que tentam envolver conceitos como “NAÇÃO no ESTADO REPUBLICANO SUL-RIO-GRANDENSE”,
entre 1835 e 1845, podem serem remetidos e estudados no âmbito das ideias de
Eric HOBSBAWN[1].
Este autor afirma (1990: 31) que “o significado de “nação”, e também o mais
frequentemente ventilado na literatura, era político”. Como foi político o
Decreto Nº 01, de 15 de novembro de 1889[2]
da Republica Brasileira ao declarar, no seu artigo 3º, que as antigas
Províncias imperiais como “ESTADOS SOBERANOS”.
Esta perigosa e
explosiva carga politica irá se arrastar, ao longo de toda a REPÚBLICA VELHA e
foi incinerada em novembro de 1937 com a queima física das bandeiras de todos
os ESTADOS REGIONAIS “SOBERANOS”.
Para elucidar um pouco
esta contradição e tentar transformá-la
em complementariedade - é necessário retornar para HOBSBAWN quando ele adverte (1990: 215) que:
“nação” e “nacionalismo” não são mais termos adequados para descrever as entidades políticas descritas como tais, e muito menos para analisar sentimentos que foram descritos, uma vez, por essas palavras” .
Esta observação nos coloca no campo aberto pelas dúvidas e incertezas que acompanham o cortejo da ERA PÓS-INDUSTRIAL
“nação” e “nacionalismo” não são mais termos adequados para descrever as entidades políticas descritas como tais, e muito menos para analisar sentimentos que foram descritos, uma vez, por essas palavras” .
Esta observação nos coloca no campo aberto pelas dúvidas e incertezas que acompanham o cortejo da ERA PÓS-INDUSTRIAL
No que concerne aos
índices visuais, provenientes da década
revolucionário sul-rio-grandense de 1835 a 1845, são raros e cobertos das mais
variadas leituras. Eles necessitam serem buscados a partir dos jornais, objetos
e raríssimas construções visuais das armas e escudos. Estes de nítida
inspiração maçônica, foram trabalhados e oficialmente adotados nos usos
oficiais de um ESTADO REGIONAL AUTÔNOMO federado. ESTADO
REGIONAL AUTÔNOMO no seio de um ESTADO NACIONAL BRASILEIRO SOBERANO em 2015.
[1] HOBSBAWN
Eric J, (1917-2012)– Nações e nacionalismos desde 1780: programa, mito e realidade Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1990, 230 p.
[2] - Decreto nº 1 de 15 de novembro de 1889 - http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=91696
04. A REVOLUÇÃO CONTINUA na ARTE após RETORNO do REGIME
IMPERIAL .
04.1
– Um GARIBALDINO FAZ a REVOLUÇÃO nas ARTES PLÁSTICAS do RIO GRANDE do SUL.
Fig. 18
– O monumento ao Conde de Porto Alegre é
considerado coma a primeira estátua publica erigida em Porto Alegre. Há
controvérsias sobre a sua elaboração. Mas o que é certo que é da Oficina de
Adriano Pittanti que inclusive gravou o nome de sua oficina na obra. Elas
se inscreve nunuma série de oficinas de escultura que contratavam mestres,
artesões e artistas tanto para obras publicas, prédios como para túmulos em
necrópoles.
Giuseppe Garibaldi (1807-1883) depois da sua
experiência farroupilha e da Unificação da Itália, aconselhou a Adriano
Pittanti (1837-1917) a escolher o Rio Grande do Sul. Após seguir o conselho exerceu a sua arte de escultor numa oficina
comandada por ele. Como bom artista e empresário do ramo da escultura Pittanti
pesquisou 75 tipos diferentes de mármores sul-rio-grandenses. Com esse material
local, Pittanti erigiu a 1ª estátua pública de Porto Alegre na Praça da Matriz[1].
Tratava-se da estátua do Conde Porto Alegre que se encontra, hoje, na praça do
mesmo nome. Pittanti dedicou-se depois à arte tumular. O seu público foi a
burguesia do ‘Fin-du-siècle’ que
aspirava, como última vontade, perpetuar-se em túmulos aparatosos.
Fig. 19
– A vida os hábitos e os feitos de
Adriano Pittanti, como antigo soldado garibaldino da Unificação da Itália,
estão sendo reconhecidos, nesta foto de 1913, quando o cônsul italiano o visita
no seu retiro em Hamburgo Velho Os
dizeres do seu túmulo na cemitério
publico de Hamburgo Velho, que ele mesmo elaborou, são índices do seu espírito
libertário e que o distanciavam da sociedade e da cultura de uma terra estranha.
De outra parte abriu o caminho para uma legião
de escultores e oficinas de escultura
estudados por Arnoldo Doberstein[1].
Ao construir o seu próprio ‘mausoléu’,
o próprio Pittanti, como bom anarquista, zombou desse hábito. Gravou em
mármore, no centro do seu túmulo, a frase ‘aqui
os felizardos Francisco Meyerhefer, Adriano e Júlia Pittanti estão a espera de
tutti quanti’. Num medalhão arrematou com um pedido aos vivos ‘orae
por vós’[2].
Porém a semente da arte
da península italiana era forte, consistente e fecunda. O artista paraibano Pedro
Américo - que residiu e produziu na Itália - escreveu em carta de Milão[1],
no dia 24 de julho de 1884, que:
“Mais do que
isto: [os artistas italianos] são os
benfeitores da pátria, a qual sem a gloria do nome deles, e sem os magníficos
monumentos saídos do seu engenho, nunca passaria, talvez, de uma grande peça de
retalhos, destinada a pertencer a muitos déspotas poderosos, e cegos diante de
uma simples expressão geográfica”.
[1] CARTAS de PEDRO AMÉRICO FIGUEIREDO
http://www.dezenovevinte.net/txt_artistas/cartas_pedroamerico.htm
Estes artistas e
imigrantes italianos que vieram avulsos e antes da Grande Imigração de 1875
foram estudados pela pesquisadora Núncia Santoro[3].
Ela lhes conferiu o título de “italianos
da Esquina”.
[1] DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. Porto Alegre 1900-1920: estatuária e
ideologia. Porto Alegre : Secretaria Municipal de Cultura, 1992, 102 p. il.
____________. Porto
Alegre(1898-1920): estatuária fachadista e
monumental, ideologia e sociedade. Porto Alegre: PUC-IFCH, 1988, Dissert 208 f..
_____________. Rio Grande do Sul
(1920-1940): estatuária, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre:
PUC-Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1999, Tese 377 f.
[2] - O mausoléu de Adriano Pittanti encontra-se no
Cemitério Maçônico ao fundo do Cemitério Católico de Hamburgo Velho. Ao lado do
mausoléu de Adriano está o túmulo de Domenico Pittanti.
[3] CONSTANTINO, Núncia Maria
Santoro (1944-2014) Italianos em núcleos urbanos e na capital do Rio Grande do Sul 1986
4 p.
-----------------O
italiano da esquina: meridionais na sociedade porto-alegrense e permanência da
identidade entre moranenses. São Paulo
1990 389 f. http://www.revistaitaliagaucha.com.br/comunidade-se-despede-de-nuncia-santoro-de-constantino/
Fig. 20
– O titulo “TEMPORA MUTANTUR” é um dos
temas escolhidos pelo pintor Pedro Weingärtner são coerentes com a terra, sociedade cultura que os imigrantes
europeus encontraram no Rio Grande do Sul. Ele mesmo da segunda geração destes imigrantes
traz para suas telas as narrativas orais, as frustrações e as celebrações
daqueles que viviam distantes de sua origem.
No entanto a fidelidade ao desenho, à tinta e ao pincel sobre uma
superfície plana, revelam um mestre que conhece, respeita e valoriza os limites
formais que este meio, de sua escolha, lhe impõe.
04.2
– Um ARTISTA PLÁSTICO SUL-RIOGRANDENSE
com CARREIRA LOCAL, NACIONAL e MUNDIAL.
A burguesia emergente acenava com
longínquas promessas de um mercado no qual o artista poderia exercer sua
autonomia e se profissionalizar. A burguesia, de origem germânica[1],
afirma-se através da indústria familiar. Foi o que aconteceu com a família
Weingärtner. Aproveitando a litografia, inventada, em 1796, por Aloys
Senenfelder (1771-1834), os Weingärtner, com destaque para Inácio (1845-1908),
criaram uma gráfica industrial que fornecia etiquetas a ilustrações coloridas
para a incipiente publicidade local[2].
Pedro criou-se neste meio local e depois
europeu.
[1] Nesta burguesia
emergente destacavam nomes da 2ª e 3ª geração de imigrantes de origem e fala
alemã Algumas INTERAÇÕES de TENDÊNCIAS ARTÍSTICAS
GERMÂNICAS e BRASILEIRAS nas CICUNSTÂNCIAS da CULTURA da ERA INDUSTRIAL http://profciriosimon.blogspot.com.br/2012/05/arte-brasilidade-e-germanidade-008.html
[2] - PESAVENTO.
Sandra Jatahy. História da indústria
sul-rio-grandense. Guaiba : RIOCEL, 1985, 123 p.
Litografia
WEINGÄTNER - Cartaz de Concerto Pelotas
- pesquisa Isabel Nogueira 2005
Fig. 21
– Uma das litografias da oficina dos
irmãos Inácio (1845-1908) e Miguel (1869-1928) Weingärtner é índice da
crescente industrialização - não só dos meios gráficos - mas de fábricas,
comércio e eventos sociais com desta apresentação de obra musical da imagem
acima e Ao mesmo tempo este meio
gráfico irá propiciar a abertura de trabalho e manutenção de um expressivo
numero de ilustradores, publicitários e criação de obras visuais para diversas
finalidades estéticas.
O primoroso desenho,
necessário para essa indústria, o levou a abrir horizontes e procurar mestres
do desenho e do pincel na Alemanha dos seus antepassados. Percorreu a Europa
com mil sacrifícios e trabalhos pessoais, para depois fixar-se em Roma[1].
A queda do Império, as perdas da sua bolsa e da sua cadeira na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), como a
chegada da República não afetou a sua arte, pois era sólida e consciente dos
seus valores. Apoiado pela economia da burguesia ascendente no Estado, em São
Paulo[2]
e Rio de Janeiro, ele manteve o mesmo nível de suas exigências estéticas,
progredindo como artista profissional autônomo. A temática e a técnica refinadíssima[3]
fizeram da sua obra até hoje um dos investimentos mais seguros entre os
pintores nascidos no Rio Grande do Sul.
[1] - Guido, 1956
[2] TARASANTCHI, Ruth Sprung – et alii PEDRO WEINGÄRTNER 1853-1929 um artista
ente o Velho e o Novo Mundo. São Paulo : Pinacoteca do Estado de São Paulo
209-2010 - 264 p. ISBN 978-85-999117-15-6
[3] O centenário de uma PINTURA 1911 - 2011 de Pedro Weingärtner http://profciriosimon.blogspot.com.br/2011/12/isto-e-arte-016.html
Casa de
Enxaimel dos Richter - Lajeado RS- ZH 03.10.2008
Fig. 22
– Movidos pels hábitos os imigrantes
europeus trouxeram ao Rio Grande do Sul maneiras diferentes dos lusitanos de se
organizar no seu espaço existencial. Além do jardim na frente da casa distante
da via pública e da horta doméstica adotaram os velhos hábitos medievais de
construir as suas residências somados aos recursos locais e industriais
disponíveis neste novo meio. Ao mesmo tempo propiciou formações de
profissionais construtores que aos poucos caminharam para a sua autonomia e
diferenciação da ocupação dos demais.
05. Uma ONDA de
IMIGRANTES com HÁBITOS ESTÉTICOS CONSAGRADOS.
05.1
– O IMPÉRIO BRASILEIRO substitui o
ESCRAVO pelo COLONO EUROPEU.
Logo após a Guerra do Paraguai e da
Unificação Italiana o território do Rio Grande do Sul recebeu uma onda
migratória que estava acostumada com as Artes Plásticas que impregnava dias e
impregnava seus pensamentos, sua vontade
e seus sentimentos. Provinham da pátria que, em 1540, Miguel Ângelo já descrevera (1955, p. 22)[1]
para o português a Francisco de Holanda:
[Na Itália..] .. nasceis na província que é mãe e
conservadora de todas as ciências e disciplinas, entre tantas relíquias dos
vossos antigos, que em nenhuma outra parte se acham, que já de meninos, a
qualquer cousa que a vossa inclinação ou gênio se inclina, topais ante os olhos
pelas ruas muita parte daquelas, e costumados sois de pequenos a terdes vistas
aquelas cousas que os velhos nunca viram noutros reinos”
Ninguém nega as
condições econômicas mínimas e as longas
noites medievais e de servilismo que esta população suportara durante século na
sua pátria de origem. Porém esta mesma população migratória convivia e
respirava que impregnava a cultura Italiana. Uma vez instalado num dos pontos
mais difíceis do território do Rio Grande do Sul encontraram pretextos e
motivações para dar corpo a esta cultura material e imaterial de que eram
portadores
[1] HOLANDA, Francisco de (1517-1584) Diálogos
de Roma: da pintura antiga. Prefácio de
Manuel Mendes. Lisboa : Livraria Sá da Costa, 1955, 158 p.
Conde
Tito Lívio ZAMBECCARI 1802-1862
Fig. 23
– O projeto da ERA INDUSTRIAL era
decorrente da lógica prática e sustentada pela razão teórica liberta das
compulsões medievais. Desta razão teórica aberta saltavam as mais variadas
concepções que se engalfinhavam em lutas econômicas, políticas e sociais ao
longo do século XIX. O Rio Grande do sul não ficou infenso aos teóricos
como do Conde ZAMBECARI e seus companheiros que orientavam o pensamento, os
projetos e as ações da Revolução Farroupilha
05.2
– Uma ONDA de ARTISTAS e de
APRECIADORES de ARTE.
APRECIADORES de ARTE.
Desta Itália desembarcou
no ano de 1875 aqui a massiva imigração italiana[1].
Vinham nas pegadas de Adriano Pittanti, de Garibaldi e Tito Livio Zambecari
(1802-1867). Os italianos acostumados, havia séculos, no convívio e na produção da arte da mais
alta qualidade, continuaram aqui a sua atividade criativa[2],
apesar do ambiente desfavorável. Geraram condições e ambientes humanos
favoráveis à emergência no Rio Grande do Sul dos bens simbólicos para que a
beleza e a criatividade não fossem abandonadas pelos imigrantes[3].
[1] - ZAMBELLI, Irma Buffon. A Arte nos
primórdios de Caxias do Sul. Porto Alegre : EST/EDUCS,
1986, 146 p
[2] - ZAMBELLI, Irma Buffon.. A retrospectiva da arte ao longo de um
século. Caxias do Sul : EDUCS, 1987,
220 p. il.
-------------. Os filhos da arte.: documentário de uma família de imigrantes.
Caxias do Sul : Ed. Da Autora, 1990, 280
p.
[3] - Cultura Italiana – 130 anos = Cultura italiana – 130 anni / org.
Antônio Suliani e Frei Rovílio Costa - ed bilíngüe – Porto Alegre :
Nova Prova, 2005,
340 p. il. 25 x 29 cm.
Giuseppe
GARIBALDI 1807-1882
Fig. 24
– Os deslocamentos provocados pela ERA INDUSTRIAL seguia a lógica prática da
mudança e da experimentação teórica e prática. O líder iteliano Giuseppe
Garibaldi foi protagonista devárias mudanças tanto no Novo Mundo como no Velho
Continente. Engajado fisicamente na Revolução Farroupilha levou desta
experi~encia lições que lhe foram valiosas na unificação da Italia e que que
vem sendo rememoradas até o presente.
06. PREPARANDO o REGIME
REPUBLICANO BRASILEIRO.
06.1 – Os GRÊMIOS
REPUBLICANOS durante o IMPÉRIO BRASILEIRO.
A semente do Regime
Republicano havia sido plantada antes da origem lusitana do Rio Grande do Sul
no âmbito das Missões jesuíticas. Outras sementes vinham dos ideários dos
Estados soberanos que se formaram ao seu redor na Bacia do Rio da Prata haviam
adotado o Regime Republicano. Este
conjunto foi reforçado com a República Sul-Rio-Grandense do Sul da Revolução
Farroupilha. A distância geográfica, econômica e cultural da Província da corte
do Rio de Janeiro não amenizava o rompimento com a de Lisboa. Ao contrário, a
aumentava.
Os filhos de famílias
mais abastados frequentavam a Faculdade de Direito de São Paulo e retornavam
propagandistas ardentes do ideal republicano[1].
Com estes contatos os grêmios republicanos de São Paulo também começaram
proliferar na Província de São Pedro[2].
06.2 – Os ARES de
PARIS CHEGAM ao RIO GRANDE do SUL.
Os ares de Paris da III Republicana
(1870-1940)[3]
ganhavam nas artes doo Rio Grande do Sul cada vez mais adeptos, defensores e agentes
dispostos a enfrentar a forma republicana do exercício do poder imperial e estatal.
Assim o dia 15 de novembro de 1889 não teve resistências significativas no Rio
Grande do Sul. O Governo de Carlos Barbosa conferiu, no período até 1908 a 1913,
a este regime uma forma visual. Estética ainda inspirada em variadas tendências
europeias entretecidas pelo positivismo
comtiano.
[1] - GREMIOS REPUBLICANOS PAULISTAS e GRÊMIOS https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Republicano_Paulista
[2] - Joaõ Cezimbra Jacques
(1848-1922) http://www.paginadogaucho.com.br/pers/jcj.htm
PALÁCIO do GOVERNO PIRATINI Perspectiva do projeto de Maurice
Gras -
Fig. 25
– A cultura e estética francesa ganharam
corpo no governo de Carlos Barbosa da Silva e de seu Secretário de Obras
Cândido José de Godoy. Ambos com formação superior na França. O presidente
Barbosa na área de Medicina[1]
enquanto Godoy com formação com louvor e emprego garantido na “École de Ponts e
Chausses”[2].
Porto Alegre guarda testemunho desta mentalidade no atual Palácio Piratini e no
monumento à Júlio de Castilhos na Praça da Matriz
06.3 – As ARTES do PERÍODO IMPERIAL
pela ÓTICA PÓS-INDUSTRIAL.
pela ÓTICA PÓS-INDUSTRIAL.
As expressões de Arte no
Rio Grande do Sul deste período imperial brasileiro vistas pela ótica da ERA PÓS
INDUSTRIAL constitui um fractal no qual a monocultura colonial brasileira
começou a receber contribuições culturais extras ibéricas. De outra parte estas
mesmas contribuições culturais extra
ibéricas, na realidade para a construção de uma identidade diferente, também
exótica dependiam de uma mentalidade cientificista e racionalista ordenadora e
legitimadora. O Rio Grande do Sul imperial era ainda dominado pelo ritmo
implacável de uma Natureza entrópica e com a incipiente monetização, a linearização de um tempo
industrial e contratual. As chaves deste processo estavam muito distantes deste
horizonte a ser ainda racionalizado, domada e manejado com maestria com as
culturas hegemônicas da época.
APRENDIZAGENS desta POSTAGEM
Trata-se de mais uma
narrativa cujo tema é relativo às ARTES PLÁSTICAS do RIO GRANDE do SUL ao longo de REGIME IMPERIAL BRASILEIRO. Narrativa criada com os recursos da ERA PÓS-INDUSTRIAL
e distinta de uma obra manuscrita da ERA AGRÍCOLA e daquela IMPRESSA na ERA
INDUSTRIAL. Logo adiante esta mesma narrativa, elaborada no presente, necessita
ser reelaborada e com novos recursos de uma nova época, técnica e de
mentalidade diferente que ainda não nasceram. Não existe HISTÓRIA [3]
e nem a ARTE existe. Existem narrativas a partir de documentos e obras, ditas
de ARTE, que se valem do TEMPO e dos meios de circunstâncias de sua criação.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS.
CONSTANTINO, Núncia Maria Santoro (1944-2014) Italianos
em núcleos urbanos e na capital do Rio Grande do Sul 1986 4 p.
-----------------O italiano da esquina:
meridionais na sociedade porto-alegrense e permanência da identidade entre
moranenses. São Paulo 1990 389
f.
Cultura Italiana – 130 anos = Cultura
italiana – 130 anni / org. Antônio Suliani e Frei Rovílio Costa - ed bilíngüe –
Porto Alegre :Nova Prova, 2005, 340 p. il. 25 x 29 cm.
DAMASCENO, Athos
(1902-1975) Artes plásticas no Rio
Grande do Sul (1755-1900). Porto Alegre : Globo,
DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. Porto Alegre 1900-1920: estatuária e ideologia .Porto Alegre :
Secretaria Municipal de Cultura, 1992, 102 p. il.
____________. Porto Alegre(1898-1920): estatuária
fachadista e monumental, ideologia e sociedade. Porto Alegre : PUC-IFCH, 1988, Dissertação 208 f..
_____________. Rio
Grande do Sul (1920-1940): estatuária, catolicismo e gauchismo. Porto
Alegre : PUC-Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1999, Tese 377 f.
GUIDO Ângelo
(GNOCCHI) (1893-1969). Araújo Porto
Alegre: o pintor e a personalidade artística. Porto Alegre: Secretaria de
Educação e Cultura do Rio Grande do
Sul/Divisão de Cultura1 1957 p.29-59
----------Pedro Weingärtner. Porto Alegre :
Divisão de Cultura- SEC/RS –1956, 228 p.
HOBSBAWN Eric J,
(1917-2012)– Nações e nacionalismos desde 1780: programa, mito e realidade Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, 230
p.
HOLANDA, Francisco de (1517-1584) Diálogos de
Roma: da pintura
antiga. Prefácio de Manuel Mendes. Lisboa :
Livraria Sá da Costa, 1955, 158 p.
PESAVENTO. Sandra
Jatahy. História da indústria
sul-rio-grandense. Guaiba : RIOCEL, 1985, 123 p.
SAINT-HILAIRE, Auguste (1776-1853). Viagem
ao Rio Grande do Sul (1820-1821) tradução Leonam de Azevedo Pena (2ª
ed.) São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1939, 404 p
SCHNEIDER, Regina Portlela A instrução pública no Rio Grande
do Sul (1770-1889) Porto Alegre: Universidade/UFRGS/EST Edições
1993,496 p.
SIMMEL, Georg Sociología y estudios sobre las formas de
socialización. Madrid: Alianza. 1986, 817.
2v.
TARASANTCHI,
Ruth Sprung – et alii
PEDRO WEINGÄRTNER 1853-1929 um artista ente o Velho e o Novo Mundo. São
Paulo : Pinacoteca do Estado de São Paulo 209-2010 - 264 p.
ISBN 978-85-999117-15-6
VIDAL NETO FERNANDES, Cybele. «O ensino de pintura e escultura na Academia de Belas Artes» in 185 anos da Escola de Belas
Artes. Rio de Janeiro : Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2000/2002, pp. 09-40
ZAMBELLI, Irma Buffon. A Arte nos primórdios de Caxias do Sul.
Porto Alegre : EST/EDUCS, 1986, 146 p
------------.
A retrospectiva da arte ao longo de um
século. Caxias do Sul : EDUCS, 1987,
220 p. il.
------------.
Os filhos da arte.: documentário de
uma família de imigrantes. Caxias do Sul : Ed.
Da Autora, 1990, 280 p.
FONTES NUMÉRICAS
DIGITAIS.
ADMINISTRAÇÃO
CARLOS BARBOSA – 1908-1913
ARES
de PARIS em RIO PARDO
Decreto
nº 1 de 15 de novembro de 1889 –
PROCLAMA a REPUBLICA no BRASIL
EXPOSIÇÂO PROVINCIAL de 1875 em PORO
ALEGRE
EXPOSIÇÃO e AMBIENTE de PORTO ALEGRE
em 1900
GARIBALDI
no RS por ALEXANDRE DUMAS
IMAGENS
de PORTO ALEGRE
Invasões
espanholas e a reconquista de Rio Grande
LENÇO
FARROUPILHA 1835
MAPAS ANTIGOS do RIO GRANDE do SUL
MARQUÊS de POMBAL Sebastião José de
Carvalho Mello (1699-1782)
PAZ de PONCHE
VERDE – 01 de março de 1845
PEDRO
WEINGÄRTNER no presente BLOG
09 - PEDRO
WEINGÄRTNER e a ESCOLA de ARTES. 1 – Pedro Weingärtner e a Pinacoteca do IBA-RS
09 - PEDRO
WEINGÄRTNER e a ESCOLA de ARTES. 2 - Pedro Weingärtner e o sentido da formação
institucional de um artista
09 - PEDRO WEINGÄRTNER e a
ESCOLA de ARTES. 3 - Pedro
Weingärtner na passagem entre o regime imperial e o regime republicano
brasileiro.
O centenário de uma PINTURA 1911 - 2011 de Pedro Weingärtner http://profciriosimon.blogspot.com.br/2011/12/isto-e-arte-016.html
RELATÒRIOS dos PRESUIDENTES da PROVÌNCIA do RIO GRANDE do SUL
REPÚBLICA
SUL-RIO-GRANDENSE 20.09.1835 -01.03.1845
https://pt.wikipedia.org/wiki/República_Rio-Grandense
.RIO GRANDE em JULHO de 2015
http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/560682/Fechado-acordo-para-construcao-de-plataformas-da-Petrobras-em-Rio-Grande
http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/560682/Fechado-acordo-para-construcao-de-plataformas-da-Petrobras-em-Rio-Grande
VIRADEIRA com DONA MARIA I
-
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viradeira
Anexo:
Texto integral do alvará de
05 de janeiro de 1785 sobre indústrias no Brasil e que proibiu a
indústria (manufatura de bens)
“Eu a rainha faço saber aos
que este alvará virem:
Que sendo-me presente o grande número de fábricas
e manufaturas que de alguns anos por esta parte se têm difundido em diferentes
capitanias do Brasil, com grave prejuízo da cultura, e da lavoura, e da
exploração de terras minerais daquele vasto continente; porque
havendo nele uma grande, e conhecida, falta de população, é evidente que,
quanto mais se multiplicar o número dos fabricantes, mais diminuirá o dos cultivadores;
e menos braços haverá que se possam empregar no descobrimento, e rompimento de uma grande parte daqueles
extensos domínios que ainda se acha inculta, e desconhecida.
Nem as sesmarias, que formam outra considerável parte desses mesmos domínios, poderão prosperar, nem florescer, por falta do benefício da cultura, não obstante ser esta a essencialíssima condição com que foram dadas aos proprietários delas. E até nas terras minerais ficará cessando de todo, como já tem consideravelmente diminuído, a extração de ouro, e diamantes, tudo procedido da falta de braços, que devendo-se empregar nestes úteis e vantajosos trabalhos, ao contrário os deixam, e abandonam, ocupando-se de outros totalmente diferentes, como são as referidas fábricas e manufaturas. E consistindo a verdadeira e sólida riqueza nos frutos e produções da terra, os quais somente se conseguem por meio de colonos e cultivadores, e não de artistas e fabricantes. E sendo além disso as produções do Brasil as que fazem todo fundo e base, não só das permutações mercantis, mas da navegação e comércio entre meus leais vassalos habitantes destes reinos, e daqueles domínios, que devo animar, sustentar em benefício comum de uns e outros, removendo na sua origem os obstáculos que lhes são prejudiciais e nocivos. Em consideração de todo o referido, hei por bem ordenar que todas as fábricas, manufaturas ou teares de galões, de tecidos, de bordados de ouro e prata, de veludos, brilhantes, cetins, tafetás, ou qualquer outra espécie de seda; de belbuts, chitas, bombazinas, fustões, ou de qualquer outra fazenda de linho, branca ou de cores; e de panos, droguetes, baetas, ou de qualquer outra espécie de tecido de lã; ou que os ditos tecidos sejam fabricados de um só dos referidos gêneros ou misturados, e tecidos uns com os outros; excetuando-se tão somente aqueles ditos teares ou manufaturas em que se tecem, ou manufaturam, fazendas grossas de algodão, que servem para o uso e vestuário de negros, para enfardar, para empacotar, e para outros ministérios semelhantes; todas as mais sejam extintas e abolidas por qualquer parte em que se acharem em meus domínios do Brasil, debaixo de pena de perdimento, em tresdobro, do valor de cada uma das ditas manufaturas, ou teares, e das fazendas que nelas houver e que se acharem existentes dois meses depois da publicação deste; repartindo-se a dita condenação metade a favor do denunciante, se houver, e outra metade pelos oficiais que fizerem a diligência; e não havendo denunciante, tudo pertencerá aos mesmos oficiais”.
SÉRIE
de POSTAGENS ARTE no RIO GRANDE do SUL
[esta série desenvolve o tema “ARTE no RIO
GRANDE do SUL” disponível em http://www.ciriosimon.pro.br/his/his.html ]
123 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 01
GUARDIÕES das SEMENTES das ARTES
VISUAIS do RIO GRANDE do SUL
124 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 02
DIACRONIA e SINCRONIA das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL nos seus
ESTÁGIOS PRODUTIVOS.
PRIMEIRA PARTE
125 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 03
Artes visuais indígenas sul-rio-grandenses
126 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 04
O projeto civilizatório jesuítico e a Contrarreforma
no Rio Grande do Sul
127 – ARTE no RIO GRANDE do SUL – 05
Artes visuais afro--sul-rio-grandenses
128 – ARTE no RIO GRANDE do SUL – 06
O projeto iluminista contrapõe-se ao projeto da
Contrarreforma no Rio Grande do Sul.
129 – ARTE no RIO GRANDE do SUL – 07
A província sul-rio-grandense diante do projeto imperial brasileiro
130 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 08
A arte no Rio Grande do Sul diante de projeto
republicano
131 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 09
Dos primórdios do ILBA-RS e a sua Escola de Artes até a Revolução de 1930
132 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 10
A ARTE no RIO
GRANDE do SUL entre 1930 e 1945
133 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 11
O projeto da
democratização da arte após 1945.
134 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 12
A ARTE e a ARQUITETURA em AUTONOMIA no RIO GRANDE do SUL
135 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 13
A ARTE no RIO
GRANDE do SUL entre 1970 e 2000
SEGUNDA PARTE
Iconografia e Iconologia das artes visuais de diferentes projetos políticos do
Rio Grande do Sul.
136– ARTE no RIO GRANDE do SUL - 13
As obras das artes visuais indígena do atual
território do o Rio Grande do Sul.
137 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 14
Obras das artes visuais afro-sul-rio-grandense
138 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 15
Obras de arte dos Sete Povos das Missões Jesuíticas
como metáfora da Contrarreforma
139 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 16
A “casa
do cachorro-sentado” como índice açoriano no meio cultural do Rio Grande do Sul .
140 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 17
Obras de Manuel Araújo Porto-alegre
141 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 18
Obras de Pedro Weingärtner
142 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 19
Obras de Libindo Ferrás
143 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 20
Obras de Francis Pelichek
144 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 21
Obras de Fernando Corona
145 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 22
Obras de Ado Malagoli
146 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 23
Obras de Iberê Camargo
[1] - Hospital da Residência Médica da Carlos Barbos da
Gonçalves http://www.defense.gouv.fr/sante/sante-publique/hopitaux-militaires/val-de-grace-paris-75
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