As ARTES VISUAIS da
CONTRARREFORMA e
o RIO GRANDE do SUL.
o RIO GRANDE do SUL.
01
- PROJEÇÕES ESTÉTICAS COLONIAIS IBÉRICAS
na AMÉRICA.
01.1
– A Arte da Reforma e Contrarreforma 01.2 – Maneirismo, a Propaganda da Fé e o
Barroco
01.3 – O suporte conceitual da Propaganda da Fé e do Barroco. 01.4 – A Arte da Reforma e Contrarreforma na América.
01.3 – O suporte conceitual da Propaganda da Fé e do Barroco. 01.4 – A Arte da Reforma e Contrarreforma na América.
02
- O AGENTE DAS PROJEÇÕES ESTÉTICAS
02.1
- O jesuíta entre “comandero” e o “bandeirante”. 02.2 – A origem do
jesuíta. 02.3 – O papel do Jesuíta junto ao índio. 02.4 – A ruptura das interações
simbólicas entre o jesuíta e o índio.
03
- LEITURAS da RECEPÇÃO das PROJEÇÕES ESTÉTICAS COLONIAS IBÉRICAS. 03.1 - Os
resultados das Missões para o indígena.
03.2 – O cenário das Missões após o jesuíta 03.3 – A reação do Iluminismo diante do
cenário das Missões
04
– As TARDIAS PROJEÇÕES ESTÉTICAS LUSITANAS COLONIAS no RIO GRANDE do SUL
05
- A RETOMADA das LEITURAS e ESTANCAMENTO
da ENTROPIA
05.1
– As soberanias nacionais e Arte das Missões.
05.2 – A Era Industrial e a Arte das Missões. 05.3 – A Era Pós-Industrial e a Arte das
Missões. 05.4 – As ruínas das Missões e a Época das Incertezas.
Foto
: Edelweiss Bassis
Fig. 01 –
Lintel de porta na Missão de San Ignácio Mini, de
1632, atual Província de Missiones, Argentina -
Patrimônio Mundial da UNESCO em 1984,
cantaria detalhe das ruínas.
01 - PROJEÇÕES ESTÉTICAS COLONIAIS
IBÉRICAS na AMÉRICA..
IBÉRICAS na AMÉRICA..
O Regime Colonial
Ibérico comandou variadas manifestações e expressões das Artes Visuais
sul-rio-grandenses. Estas projeções são índices significativos da heteronomia
estética resultante da dependência social, política e econômica deste Regime
Colonial.
No aspecto estético a
EMOÇÃO e a EUFORIA mediterrânea, cultivadas nos países ibéricos, foram acentuadas
pelas descobertas da América e do Brasil. No contraponto esta EMOÇÃO e a EUFORIA coletiva foi duramente
testada e questionada pela LÓGICA e pela RAZÃO nórdica[1].
A REFORMA LUTERANA, desencadeada em 1519, colocou a LÓGICA individual no mundo
a RAZÃO e comandada pela leitura da Bíblia que Martinho Lutero verteu para o
alemão. Em resposta o mundo mediterrâneo desencadeou a CONTRARREFORMA. Nesta
contraofensiva o Concílio de Trento (1545-1563) moldou conceitualmente, municiou
e ativou o projeto da PROPAGANDA da FÉ.
[1] - Ver o conflito mediterrâneo (Einfülung) e nórdico (Abstraktion) em
WORRINGER, Wilhelm (1881 - 1965). Abstraccion y naturaleza. (1ª.ed. em1908). México :
Fondo de Cultura Econômica,
1953. 137p.
Fig. 02 – A
concepção e a feitura dessa obra das Missões Jesuíticas pode ser remetida a tendência
TENEBRISTA no âmbito do MANEIRISMO.
Porém é apenas uma das sugestões. De fato não é possível remeter qualquer obra das
Missões ao rigor ao puro de uma tendência de um estilo . Por mais distantes e
deslocadas da matriz europeia e surpreendam pelo seu acabamento formal, não
deixam de estar na heteronomia colonial e na qual perdem qualquer legítima
sanção estética. De outra parte não escapam também de um ecletismo e permite
associar a tantos outas tendências estéticas que o colonizador exportou por
diversas vias econômicas, políticas e sociais.
MANEIRISMO
01.2 – O Maneirismo, a Propaganda da
Fé
e o Barroco.
e o Barroco.
A cultura europeia,
dilacerada e dilacerante, neste meio tempo mergulhou de cabeça no MANEIRISMO. No
lado dos países ibéricos e mediterrâneos este MANEIRISMO se configurou pela
EMOÇÃO e pela EUFORIA proveniente dos resultados das riquezas das descobertas
marítimas. Nestes países ibéricos e mediterrâneos as manifestações das Artes
Visuais se expressaram pelos meios
estilísticos conhecidos como BARROCO. Meios estilísticos depurados e intimamente
controlados pelos princípios da CONTRARREFORMA e PROPAGANDA da FÉ.
Projeto da
CONTRARREFORMA e PROPAGANDA da FÉ sustentado humanamente pelo militarismo da
Companhia de Jesus, fundada em 15 de agosto de 1537. Coerente com EMOÇÃO e a
EUFORIA o projeto estético CONTRARREFORMA ganhou o mundo apostando na PROPAGANDA da FÉ com a qual bombardeava os
sentidos humanos. por saturação completa e continuada.
Fig. 03 –
Apesar dos danos do tempo esta escultura em madeira policromada
surpreende pelo acabamento e expressividade humana. Uma das obras
conservadas no Museu das Missões de São Miguel antiga capital dos SETE POVOS do lado esquerdo
do Rio Uruguai
01.3 – O suporte conceitual da
Propaganda da Fé e do Barroco.
Propaganda da Fé e do Barroco.
A leitura dos Exercícios Espirituais, escrito
pelo fundador da ordem dos Jesuítas, fornece preciosos subsídios para entender este
projeto e sua eficácia universal na cultura humana. Os cinco sentidos humanos
ganham a centralidade e deles depende a eficácia do projeto. A leitura de um
trecho deste texto elucida este
princípio e o rumo que a PROPAGANDA da FÉ conferiu à EMOÇÃO e EUFORIA mediterrânea e ibérica.
“QUINTA CONTEMPLAÇÃO
121 – Será aplicar os cinco sentidos sobre a
primeira e segunda contemplação. Depois da oração preparatória e dos três
preâmbulos, aproveita passar aos cinco sentidos da imaginação pela primeira e
segunda contemplação, da maneira seguinte:
122 – Primeiro ponto é ver as pessoas, com vista
imaginativa, meditando e contemplando em particular as suas circunstâncias, e
tirando algum proveito desta vista.
123 -
Segundo ponto: ouvir, com o ouvido, o que falam ou podem falar, e,
refletindo em si mesmo, tirar disso algum proveito.
124 – Terceiro ponto: aspirar e saborear, com o
olfato e com o gosto, a infinita suavidade e doçura da divindade, da alma e das
suas virtudes e de tudo, conforme a pessoa que se contempla. Refletir em si
mesmo e tirar proveito disso.
125 – Quarto ponto: tocar, com o tato, por
exemplo, abraçar e beijar os lugares que essas pessoas pisam e onde sentam;
sempre procurando tirar proveito disso”
Se hoje a ruína deprime
o ser humano, do outro lado, o que sobrou das Missões, demonstra que a criatura
humana torna-se histórica na medida dos seus projetos, incluindo aqueles
fracassados. Esta historicidade é reforçada
pela concepção de Le Corbusier[3] (in Boesiger, 1970, p.168) de que “nada
é transmissível a não ser o pensamento”.
[2] - Ignácio de LOYOLA (1491-1556) EXERCÌCIOS
ESPIRITUAIS[2]
( 1ª impressão em 1548)
Exercícios
Espirituais http://pt.scribd.com/doc/17711972/Exercicios-Espirituais-de-Santo-Ignacio-de-Loyola-1491-1556
[3] BOESIGER, Willy . Le Corbusier Les Derniers œuvres Zurich : Artemis, œuvres complètes 1970, ,
v.8, 208 p.
Fig. 04 – As duas nações ibéricas mantiveram
políticas distintas na colonização da América do Sul Estavam, porém, no
mesmo projeto da CONTRARREFORMA comandada e coordenada por Roma orientada pelas
teses do Concílio de Trento. Como forma de expressão os colonizadores ibéricos
usavam uma agressiva PROPAGANDA da FÈ e se materializava e no BARROCO derivado
dos experimentos estéticos do Maneirismo. Os agentes mais
notáveis e coerentes PROPAGANDA da FÈ foram
os integrantes da Companhia de Jesus e orientados pelos pensamentos e escritos
de Inácio de Loyola - Iñigo López (1491-1556)
[clique sobre o gráfico para ler]
01.4 – A Arte da Reforma e
Contrarreforma na América.
Contrarreforma na América.
A América colonial Ibérica
foi uma imensa reserva humana e religiosa que municiava economicamente a Igreja
Católica no seu projeto da CONTRARREFORMA em confronto com a REFORMA e
REFORMADORES.
O território do Rio
Grande do Sul esteve envolvido no projeto da PROPAGANDA da FÉ tanto pelo lado
lusitano como pelo castelhano. A sua
Arte foi moldada conceitualmente, de ambos os lados, pela CONTRARREFORMA longo
de 330 anos de sua primeira história na versão europeia. Porém - apesar deste
mesmo projeto da PROPAGANDA da FÈ e da CONTRARREFORMA - não é possível imaginar
uma unidade ibérica. Até os dias presentes a
Espanha mantém internamente no seu território profundas tensões nacionalistas e
separatistas. Externamente as tensões e
atritos da Espanha com o limítrofe Portugal se arrastam, também, até os dias atuais[1].
Um projeto estético sempre
anda intimamente associado e interage com o projeto político, econômico e social
no qual se manifesta. As Missões Jesuíticas no Rio Grande do Sul evidenciam como esta relação existe, mesmo que não seja
percebida pelos seus agentes.
Na fronteira oeste do
atual Rio Grande do Sul constituiu-se, nos séculos XVII e XVIII, uma parte de um
vasto laboratório de uma experiência econômica, social e cultural. Experiência que
buscou conectar um projeto transcendente, comandado em nome da religião com o mundo
empírico da percepção dos sentidos humanos.
[1] Um exemplo
desta multissecular tensão é a situação da cidade e região de OLIVENÇA¿
OLIVENÇA ou OLIVENZA.
Fig. 05 – Um dos temas constantes das esculturas missioneiras são as figuras
proeminentes da ordem Companhia de Jesus (jesuítas).. Um dos mais eminentes foi
Francisco Borja (1510-1572) Duque de
Cândia e conselheiro da ordem. Foi canonizado em 20 de junho de1670 Esta obra
escultórica remete à EMOÇÂO e a busca estética da sua EXALTAÇÂO PLÀSTICA por
meio da gesticulação do orador, as diagonais da figura e falta de um eixo
central acentuadas pela intensa carnação.
02
- O AGENTE DAS PROJEÇÕES ESTÉTICAS
02.1 - O jesuíta entre
“comandero” e o “bandeirante”.
Na percepção das estratégicas
do indígena guarani o jesuíta foi acolhido inicialmente por outras razões. Os
caciques e suas tribos adotaram o jesuíta como a sua única saída viável, para
escapar com vida entre duas letais presenças concretas dos “comanderos” espanhóis e dos “bandeirantes” lusos[1].
Neste trágico cenário, que se formou neste confronto entre espanhóis e
portugueses, foi visto como salvação.
Paralelamente o indígena
guarani aderiu ao projeto do qual o inaciano era portador. Ajudou a montar os cenários
das Missões Jesuíticas seduzido pela NOVIDADE, EMOÇÃO e pela EUFORIA. O inaciano era tributário, por sua vez,
da CONTRARREFORMA, das teses do Concílio
de Trento, da PROPAGANDA da FÉ e do MANEIRISMO[2].
Período crítico ao longo do qual Galileu Galilei (1564-1642) reforçou, com a
suas descobertas, a concepção de que “o ser humano não era mais a medida de
todas as coisas e nem a Terra o centro do Universo” como o Renascimento
italiano mais ortodoxo ainda acreditava.
[1] , , como já foi
visto no texto relativo às MANIFESTAÇÔES e EXPRESSÔES das ARTES VISUAIS no RIO
GRANDE do SU Artes visuais indígenas
sul-rio-grandenses http://profciriosimon.blogspot.com.br/2015/06/arte-no-rio-grande-do-sul-03.html
[2] HAUSER,
Arnold (1892-1988) Maneirismo: a crise da renascença e surgimento da modernidade
(2ª ed,) São Paulo: Perspectiva, 1993 463 p. il.
Fig. 06 –
A carnação parcial – cabeça e mãos – desta obra escultórica destaca a
madeira da base e a habilidade em lidar com este material abundantes nas
florestas da América do Sul. Com o tema da figura de Inácio de Loyola - Iñigo López (1491-1556) presta homenagem ao fundador da Companhia de
Jesus (jesuítas). As figuras proeminentes desta ordem são temas constantes
destas esculturas missioneiras..
02.2 – A origem do jesuíta.
A
base operacional da ordem jesuítica vinha de extrações de camadas populares
europeias com poucos recursos conceituais, patrimoniais próprios e
individualmente preso, à uma guilda medieval europeia, pelos seus juramentos,
votos e contratos. Há necessidade de distinguir os membros plenos da ordem e os
“irmãos” coadjuvantes. Com esta parca autonomia pessoal era incapaz de exercer
uma crítica isolada à ’propaganda da fé‘
e flexibilidade para fazer frente a uma cultura construída na dialética entre a
`culpa e o perdão´. Entre os jesuítas
existem diferenças de tendências e gostos entre o luso, o espanhol e o tirolês.
O jesuíta luso dedicou-se às escolas, soube afirmar-se através do formalismo
jurídico apreendido em Coimbra e atuou mais na Colônia brasileira. O jesuíta
espanhol cultivou os hábitos dos nobres hereditários da sua terra, ao exemplo
do fundador da ordem e de
administradores inteiramente devotados ao Rei e a Espanha. O técnico e o
obreiro era o tirolês (austríaco e bávaro). Quanto à disciplina formavam um
exército de ‘Soldados da Companhia de
Jesus’ no qual todas essas tendências foram unidas em rígidas hierarquias e
normas impessoais. Quanto ao trabalho o jesuíta integrava-se a uma macro guilda
medieval onde todos trabalhavam desinteressadamente para a maior glória de
Deus. O índio acabou sendo a base desta guilda e nodalmente presa ao centro das
decisões através dos seus próprios caciques cooptados pelo jesuíta[1].
[1] - - Langer escreveu que “ a instância política de maior expressão na
sociedade tribal, o `cacicazo´, teve as suas antigas prerrogativas respeitadas
pelos jesuítas “ Ver também Meyer, 1960
Fig. 07 – A
grande maioria das implantações doas Missões Jesuíticas, do lado
esquerdo do Rio Uruguai, deu-se ao longo da UNIFICAÇÂO IBÈRICA. Neste período estavam sendo implementadas as ORDENAÇÕES FILIPINAS e transpostas para as urbanizações do “Império onde o Sol Nunca se Punha”.. O comerciante francês Arsène Isabelle, fez, em 1834, uma descrição ( 2006; p. 195-196) deste planejamento aplicado nos Sete Povos das Missões do atual Rio Grande do Sul
esquerdo do Rio Uruguai, deu-se ao longo da UNIFICAÇÂO IBÈRICA. Neste período estavam sendo implementadas as ORDENAÇÕES FILIPINAS e transpostas para as urbanizações do “Império onde o Sol Nunca se Punha”.. O comerciante francês Arsène Isabelle, fez, em 1834, uma descrição ( 2006; p. 195-196) deste planejamento aplicado nos Sete Povos das Missões do atual Rio Grande do Sul
02.3 – O papel do Jesuíta junto ao
índio.
O jesuíta exercia a
função de sacerdote e burocrata, não o xamã, ou o profeta competente para
transformar a partir das vivências concretas do meio indígena. Como sacerdote
ele tinha apenas a administração formal da religião e comportou-se como
burocrata até o último momento, sem capacidade pessoal de discutir as razões de
sua expulsão do Rio Grande do Sul. Como soldado obedeceu cegamente, sem
raciocínio pessoal e sem sentir empatia humana de quem deixava atrás de si. A
ascensão do jesuíta às funções de mando e de hegemonia cultural, entre os
índios, com o poder de uma ação pedagógica institucionalizada, levou esse homem
para um exercício burocrático e formal da autoridade que de fato não era dele, mas
que permitia somente limitadas formas de interação humana com a base.
Na divisão contemporânea
do trabalho o jesuíta cumpria papel semelhante ao administrador e ao designer
do sistema de entrada, elaboração e saída de produtos da linha de montagem da
fábrica. O indígena deveria ser preparado, treinado e comandado em todos os
passos deste processo produtivo.
A estrutura urbanística de cada
concentração urbana [REDUÇÃO] obedecia a um plano superior foi observado in
loco em 1834 pelo olhar francês Arsène Isabelle ( 2006; p. 195-196)
“...as Missões do Uruguai são todas,
mais ou menos, construídas sobre o mesmo plano, basta descrever-se uma para se
ter ideia das outras.
Sobre três lados de uma praça, de
quinhentos pés de comprimento por quatrocentos de largura, são construídas
pequenas casas térreas de argila ou madeira, distribuídas de maneira a formarem
habitações mais ou menos semelhantes. Um teto de telhas cobre essas habitações
e avança sobre a fachada, formando na
praça uma espécie de peristilo ou galeria aberta, sustentado, de distância em
distância, por pilastras quadradas, feitas de cantaria cor-de-rosa.
No lado norte da praça, estava situada
a igreja, verdadeiro teatro,
quanto ao luxo de ornamentos e de detalhes interiores. Por fora, nada tinha de
notável; viam-se, simplesmente, quatro muralhas de cantaria, encimadas por um
teto de telhas, e por uma pequena torre quadrada que formava internamente uma
cúpula. Só o frontispício destacava-se do resto, por ter sido esculpido
artisticamente pelos índios, sob a direção dos jesuítas, e por não ter entrado
em sua construção, como também na das outras habitações, nenhuma guarnição de
ferro.
Um pórtico, sustentado por colunas de
madeira dura, ocupava a fachada da igreja, em cujo recinto se entrava por uma
escada quadrada, de poucos degraus.
À esquerda da igreja estava situado o
colégio, atrás do qual estendia- se um soberbo jardim plantado de laranjeiras,
limoeiros, figueiras, plantas indígenas, etc., e cercado de um muro de pedras em
toda a sua tensão.
O colégio, como é de imaginar, era
confortável e solidamente construído.
Ao lado, ficava um hospital e viam-se
em seguida oficinas públicas,
lojas públicas, cozinhas públicas, etc., etc....”
Neste cenário as Artes
Visuais tinham um papel preponderante na pauta da ‘propaganda da fé’. No âmbito
destas “REDUÇÕES” o indígena transformou-se num típico artesão[1]
de uma guilda medieval sob a orientação jesuítica de fala espanhola. A sua
autonomia artística é duplamente limitada pela sua posição de base dentro dessa
guilda, na qual é um eterno aprendiz, e do outro um objeto de
ideológica-proselitista da Contrarreforma Inaciana, que temia o seu retorno no
mundo mágico.
Museu
Júlio de Castilhos de Porto Alegre.
Fig. 08 – A fecundidade feminina e a sua
sensibilidade para com a sua prole são cultivadas pelas mulheres descendentes
indígenas e que ocupam as calçadas e praças das atuais cidades
sul-rio-grandenses. Encarregadas da alimentação cumprem também o papel do
ensino à nova geração emergente da língua da tribo. O autor, desta escultura
missioneira sul-rio-grandense, transferiu estes virtudes femininas para o plano
místico, conservando nítidos traços étnicos destes povos.
02.4 – A ruptura das interações
simbólicas
entre o jesuíta e o índio.
entre o jesuíta e o índio.
O índio não teve menor
condição de acreditar e a descobrir a si mesmo ao longo do período missioneiro.
O arcabouço do poder das Missões não havia entrado em interação humana com ele
e nem repassado o efetivo núcleo do poder político efetivo. Os índios acabaram
incorporando-se à cultura europeia filtrada, que o soldado da Companhia de
Jesus lhe impunha como preço da sua
salvação. A cultura, imposta ao guarani, acabou se ritualizando e formalizando.
A capacidade imitativa e a natural curiosidade humana, fizeram com que o índio
sul-rio-grandense acabasse se perdendo no oco da Contrarreforma Inaciana que
primava pela propaganda e publicidade dirigida aos sentidos humanos, e não para
a lógica, a razão e a autonomia.
Depois de 1756, quando o
jesuíta foi extirpado do comando, o índio missioneiro não teve condições de
continuar o processo produtivo e da civilização que o comandava, treinava e
preparava política efetivamente. O indígena já não tinha condições de retornar aos
próprios valores destruídos e aniquilados por inúmeros argumentos e vertentes
coloniais. Restou o seu silenciamento perceptível nos seus descendentes
espalhados por praças e cidades contemporâneas.
Exposição de obras missioneiras no Museu de Arte do Rio Grande
do Sul em setembro de 200 com itinerância por outras capitais do MERCOSUL
Fig. 09– As esculturas missioneiras - despojadas do
seu cenário e função - possuem a mesma dificuldade de toda produção estética
arrancada de sua origem, sociedade e suporte econômico. É a mesma
dificuldade das esculturas africanas num museu antropológico numa metrópole
colonial ao exibir os troféus das suas conquistas. No contraponto estas obras
deslocadas cumprem o mesmo papel civilizatório, avisos e mensagens da cultura
grega nas mãos dos conquistadores romanos. Nestes termos fazem pensar na época
helenística das duvidas e incertezas. Na cultura pós-industrial as obras das
Missões Jesuíticas são índices da necessidade de não perder a continuidade de
uma civilização mesmo que estejam no extremo oposto. Assim os extremos se tocam
e garantem a possibilidade da continuidade.
03 - LEITURAS da RECEPÇÃO
das PROJEÇÕES ESTÉTICAS
das PROJEÇÕES ESTÉTICAS
03.1 – As Missões nas interações
entre a política e a Arte
A queima da etapa das
Missões Jesuíticas no Rio Grande do Sul é exemplar para evidenciar como o
projeto político e o estético andam intimamente associados e interagem em
profundidade, mesmo que essa relação não seja percebida e elaborada pelos seus
agentes.
A imagem das obras de
arte das Missões Jesuíticas[1]
não foge de uma posição crítica proveniente das suas desproporções e
rusticidade, por mais especular que seja.
A imagem isolada de um anjo ilustra bem estas desproporções e
rusticidade, apesar da sua cor que ostenta. Esta desproporção possui sentido
didático e expressivo para o seu observador
do qual não se conhece nenhuma crítica do que recebia.
Na erudição
dos inacianos, aprendidos nas melhores escolas de sua época, percebem-se nas
suas obras os padrões da escultura europeia que mergulha as suas raízes na
escultura gótica e soma elementos que chegam ao Maneirismo como é o caso de
José Brasanelli.
A
academia e a erudição não fizeram mal a este jesuíta e nem o colocaram em
conflito com a sua fé. Ao contrario, do alto de sua formação erudita pode
contemplar o panorama da mesopotâmia formada pelos rios que deságuam no Rio da
Prata e descer a planície com projetos consistes e coerentes com o meio físico
e cultural. Isto incluía a desproporção intencional, a cor das carnações e do panejamento.
Recursos estilísticos que mostram o alto grau de sensibilidade plástica e ao
mesmo tempo a sobriedade que lhe confere todo o cunho devocional. Muitos dos
rostos de santos, parecem inspirados no “Belo Deus” do mainel da catedral de
Amiens, do qual possuem os traços fisionômicos.
RUINAS
da REDUÇÃO de SÃO MIGUEL ARCANJO litografia de Alfred DEMERSAY em 1846
Fig. 10 –
Logo após e Revolução Farroupilha as ruinas da capital da Missões
Jesuíticas encontravam-se no meio da vegetação e registrada pelo médico francês
Alfred Demersay em litografia. A intervenção de Lúcio Costa aconteceu um século
após ser realizada esta gravura
Visitas às MISSÔES de ROBERT
AVÉ-LALLEMANT ás MISÔES em 1858
03.2 – O cenário das Missões
após os jesuítas
após os jesuítas
Depois de 1756[1],
quando o jesuíta foi extirpado do comando, o índio missioneiro não teve
condições de continuar o processo civilização. A destruição dos valores
indígenas possui inúmeras vertentes e argumentos que impulsionaram o seu
silenciamento. O índio não teve, ao longo do período missioneiro, menor
condição de acreditar em si mesmo. O arcabouço do poder das Missões não havia
entrado em interação humana com ele e nem repassado o efetivo núcleo do poder. Os
índios haviam se incorporando à cultura europeia filtrada, que o soldado da
Companhia de Jesus lhe impunha como
preço da sua salvação. A cultura, imposta ao guarani, acabou se ritualizando e
formalizando. O índio sul-rio-grandense acabou se perdendo no oco da Contrarreforma
Inaciana mantida pela propaganda e publicidade, dirigida aos sentidos humanos,
e não a LÓGICA, a RAZÃO com o objetivo
de permitir contratos e a autonomia ao indígena. Nestas condições a ruína do
projeto civilizatório inaciano em solo do atual estado do Rio Grande do Sul era
inevitável.
[1] GOLIN, Tau.
A Guerra Guaranítica: como os
exércitos de Portugal e Espanha
destruíram os Sete Povos dos
jesuítas e índios guaranis no Rio Grande do Sul. (1750-1761). Passo Fundo : PUF e Porto Alegre :
UFRGS, 1998. 624 p.
Fig. 11 – A
ocupação progressiva, oficial lusitana do atual território do Rio Grande do Sul
já se fez sob a política comandada pelo iluminismo. Ganhou impulso e visibilidade sob o marquês
de Pombl ministro do Rei Dom José. Um dos
agentes foi MANUEL
JORGE GOMES de SEPÚLVEDA (*16.04.1735 +28.04.1814) foi duas vezes governador do
Rio Grande do Sul
entre 1769 até 1780. Conhecido sob o heterônimo de JOSÉ MARCELINO FIGUEIREDO em Porto Alegre. No princípio do
seu governo ele estava sem comunicação com o mar devido à ocupação, a partir
12. 05.1763, pelos castelhanos
comandados por Dom Pedro Ceballos da 1ª capital a cidade de Rio Grande. Dom
Sepúlveda transferiu a Capital para Viamão (2ª capital) . Em 1773 alojou a
capital para Porto Alegre (3ª capital). A parir deste ponto reconquistou São
José do Norte para Portugal em 06.06.1776. Graças a um tratado ibérico ele
retomou definitivamente a cidade de Rio Grande
03.3 – A reação do Iluminismo diante
do cenário das Missões.
do cenário das Missões.
A
cultura europeia reagiu por meio
do ILUMINISMO guiado pela RAZÃO e pela LÓGICA. ILUMINISMO que se opôs ao MANEIRISMO e às TENDÊNCIAS ESTÉTICAS BARROCAS. Denunciou a PROPAGANDA da FÉ pelo uso imoderado da EUFORIA e da EMOÇÃO.
Este polo oposto se expressou por meio da politica e pelos denominados TIRANOS ILUMINADOS.
do ILUMINISMO guiado pela RAZÃO e pela LÓGICA. ILUMINISMO que se opôs ao MANEIRISMO e às TENDÊNCIAS ESTÉTICAS BARROCAS. Denunciou a PROPAGANDA da FÉ pelo uso imoderado da EUFORIA e da EMOÇÃO.
Este polo oposto se expressou por meio da politica e pelos denominados TIRANOS ILUMINADOS.
Nesta
outra face do Regime Colonial as expressões e as manifestações das Artes
Visuais sul-rio-grandenses tiveram da abandonar, desqualificar e esquecer as
Missões Jesuíticas e as suas manifestações estéticas.
A leitura ILUMINISTA das MISSÕES
JESUÍTICAS - realizada pela RAZÃO cultura europeia LÓGICA e a sua viva
desqualificação - possui variadas fontes e argumentos. Para uma única amostra
desta denúncia basta ler o registro da viagem às Missões, realizada no primeiro
semestre de 1834 pelo comerciante francês Arsène Isabelle. Ele descreveu ( 2006:197)[1] uma
visita à antiga igreja missioneira abandonada de São Borja:
“ Hesitamos
algum tempo, antes de visitarmos a igreja, porque temíamos que seu teto
desabasse de um momento para outro. Cada vez que o vento sopra, desprendem-se
do alto enormes vigas que, rolando com estrondo, sacodem o resto do antigo
edifício, cuja forma é um quadrado longo sem corpo lateral nem campanário. À
entrada do coro, sobre a tribuna, elevava-se a cúpula de madeira, de que falei,
decorada de belas pinturas. Duas filas de colunas também de madeira, de ordem
toscana ou rústica, sustentavam o teto e formavam uma nave. Os ornamentos
tinham sido retirados. Restavam, apenas, dois altares laterais; mas encontramos
grande parte dos ornatos do coro, amontoados desordenadamente em duas peças,
que serviam outrora de sacristia. Os dourados ainda estavam em bom estado; os
jesuítas tinham sido pródigos com eles, como também com as imagens e pinturas.
Esse conjunto de capitéis, de frontões, de colunas torcidas, estriadas ou
lisas; esses quadros, esses ornamentos sobrecarregados de dourados finos, essas
pinturas notáveis e delicadas esculturas, esses santos de todos os tamanhos, de
todas as ordens monásticas, destinados a representarem um papel importante no
meio de um povo de neófitos facilmente crédulos, tudo isso nos deu a impressão
de um depósito de teatro e nada mais... Senti uma grande piedade, pensando na
condição miserável dos cristãos, cuja sorte se decide num concílio de Trento ou
na cela de um discípulo de Loiola, sobre este tema fundamental: todos os meios
são bons para fascinar os povos!... Mas da piedade passei prontamente à
indignação, vendo santos em tamanho natural, cujos olhos móveis dentro das
órbitas podiam derramar lágrimas de sangue!... enquanto outros santos tinham
por missão especial fazer sinais negativos ou de aprovação com a cabeça ou com
as mãos!!! “
Este
registo da Viagem ao Rio da Prata e ao
Rio Grande do Sul é um dos contrapontos do
uso exagerado e imoderado da EUFORIA,
da EMOÇÃO e da PROPAGANDA da FÉ.
Rio Grande do Sul é um dos contrapontos do
uso exagerado e imoderado da EUFORIA,
da EMOÇÃO e da PROPAGANDA da FÉ.
[1] - ISABELLE,
Arsène (1807-1888) Viagem ao Rio da Prata e ao Rio
Grande do Sul ; tradução e nota sobre o autor Teodemiro Tostes ;
introdução de Augusto Meyer. -- Brasília: Senados Federal, Conselho Editorial,
2006. XXXII+314 p. -- (Edições do Senado Federal ; v. 61)
Fig. 12 – Em relação ao atual território do Rio Grande Sul era pequena
faixa de terras controladas pelos lusitanos no início do governo de MANUEL
JORGE GOMES de SEPÚLVEDA Na área efetivamente controlada pelo
castelhanos se instalaram e ocuparam os campos as Sete Povos das Missões. Esta
ocupação ocorreu ao longo do período da UNIFICAÇÂO IBÈRICA ( 1580-1640). O
comerciante francês do Havre.
Arsène Isabelle ( 2006; p. 198) as
enumerou em 1834 como “as sete Missões, da margem esquerda do
Uruguai, estavam assim distribuídas: São Borja,
a uma légua do Uruguai e a três léguas, ao sul, do rio Camaquã; São Nicolau,
na margem direita do Piratinim, a três léguas, mais ou menos, de sua
confluência com o Uruguai; São
Luís, São
Miguel, São
Lourenço e São João,
entre os rios Piratinim e Ijuí, e Santo
Ângelo nos ervais,4
na margem direita do Ijuí. São Miguel era a capital das Missões do Uruguai”.
04 – AS TARDIAS PROJEÇÕES ESTÉTICAS
LUSITANAS COLONIAS no
RIO GRANDE do SUL
O Rio
Grande do Sul como província de fronteira perigosa, de poucos interesses
inicias e de colonização tardia não conheceu as manifestações estéticas da
EMOÇÃO e da EUFORIA mediterrânea cultivadas nos países ibéricos. A ausência doa
Maneirismo e do Barroco o distingue do Nordeste brasileiro, do Centro e de
Minas Gerais que conheceram usufruíram na época e cultivaram reflexos do
triunfo do Barroco lusitano metropolitano.
Fig. 13 – O
Museu de Arte Sacra da 1ª capital do Rio Grande do Sul fornece um índice de uma
estétca que já se afasta das tendências barrocas e retorna para um lógica
classicizante e característico das reformas pombalinas pós destruição de Lisboa
pelo terremoto de 1755. O parco patrimônio do museu de Rio
Grande disposto contra paredes nuas e com cores controladas-
já estão longe da EMOÇÃO e EUFORIA da Contrarreforma e do mergulho de todos os
sentidos humanos em cenários propícios à Propaganda da Fé.
Nos
dois primeiros séculos após aa descoberta do Brasil uma porção mínima do atual
território do Rio Grande do Sul recebeu a cultura lusitana. A linha divisória
entre Portugal e Espanha passava pela atual cidade Laguna, fundada em 29 de
julho de 1676. Assim, a maioria das expressões e as manifestações das Artes
Visuais sul-rio-grandenses do Regime Colonial, já pertencem à LÓGICA e da RAZÃO
do período conhecido como ILUMINISMO e da politica dos chamados “TIRANOS
ILUMINADOS”.
Fig. 14 – O
próprio prédio do Museu de Arte Sacra da cidade de Rio Grande reflete a estética das reformas pombalinas pós
destruição de Lisboa pelo terremoto de 1755.
Esta obra foi entregue para a
Irmandade de São Francisco em 1794. Este prédio faz fundo e se comunica com a
catedral de Rio Grande entregue ao culto antes da Invasão espanhola e saqueada
por estes, conforme a tradição local
Catedral
de São Pedro de Rio Grande
Os
lusitanos ocuparam lenta, silenciosa e continuamente o atual território
sul-rio-grandense a partir da Unificação das duas coroas ibéricas (1580 1640).
Ocupação e infiltração portuguesa que foi violentamente contestada pela coroa
espanhola e que apostava nas Missões Jesuíticas para a sua efetiva e ocupação e
integração ao mundo castelhano.
Fig. 15 – O
antigo palácio do Governo da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul foi
uma das obras iniciadas no governo de MANUEL JORGE GOMES de SEPÚLVEDA
Composto estilisticamente nas
tendências classicizantes do período pombalino e cujos raros enfeite são as
vergas curvas introduzidas e difundidas
pelo militar e mestre José Fernandes Pinto Alpoin (1700-1765)
Diante desta reação espanhola
as atuais fronteiras físicas do Rio Grande do Sul lusitano começaram a se
definir e sob a pressão da soberania brasileira. Porém o estancamento da
entropia do mundo físico e a retomada do
mundo imaterial tiveram de esperar mais de um século para se efetivar e tomar
conhecimento do que se havia passado no interior destas fronteiras.
Fig. 16 –
As metrópoles coloniais
estimulavam o retorno daqueles que enriqueciam nas colônias. Isto aportava
recursos para as respectivas coroas e evitava os levantes autóctones. O
Solar Lopo Gonçalves de Porto Alegre, NÂO é do período colonial Contudo conserva os
traços austeros desta arquitetura controlada pelas metrópoles. A
parte superior a residência dos donos e a inferior, sem janelas era a senzala
05 - A RETOMADA das LEITURAS e
ESTANCAMENTO da ENTROPIA.
05.1 – As soberanias nacionais e
Arte
das Missões
das Missões
A
retomada da leitura das expressões e as manifestações das Artes Visuais das
Missões Jesuíticas foi lenta titubeante e ainda não demonstrada ao grande
público.
Com
a as sucessivas independências e soberanias das Nações banhadas pelo Rio da
Prata e o seus afluentes e sob a estética nacionalista do Romantismo. Com a
conquista desta soberania terminou oficialmente
regime colonial. Permaneceram os hábitos da heteronímia e a própria
escravidão legal no Brasil imperial.
Os PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA destas
nações platinas e do BRASIL tiveram de enfrentar as privações, as lutas e os
trabalhos inerentes a conquista da liberdade. Privações que iniciavam nos
erários do PODER ORIGINÁRIO BRASILEIRO - que mesmo na ausência física dos
antigos dominadores - tinham dívidas astronômicas a saldar com os seus novos
parceiros mundiais. Dívidas que inclusive financiavam os seus próprios inimigos desta soberania.
No
ambiente erudito os próprios arquivos e os registros da Companhia de Jesus na
sua ação nas MISSÕES na América do Sul e no sul-rio-grandenses ao longo do
Regime Colonial tiveram de ser mantidos e fragmentados logo após a extinção
oficial da Companhia. Com as soberanias nacionais se reequilibrando foi
possível voltar os olhos para este passado colonial A preservação desta
documentação foi lenta insegura e ainda pouco conhecida.
O
movimento romântico brasileiro buscou, apos a Independência, motivos nacionais
para construir o imaginário do novo Estado soberano. Neste imaginário entrou o
indígena e inclusive a figura doa gaúcho sul-rio-grandense. Porém a memória das
Missões Jesuíticas não mereceu a mesma atenção neste movimento de construção
simbólica. Isto só aconteceu após os movimentos desencadeados na décadas e de
1920 e 1930. A memória das Missões Jesuíticas iniciou figurar como patrimônio
material. Porém o patrimônio imaterial necessitou esperar para após o Estado
Novo e com a força dos movimentos regionalistas.
O
patrimônio material, das Missões do Rio Grande do Sul, figurou, em 1937, na obra dos pioneiros da preservação o
Patrimônio Artístico em solo nacional. Lúcio Costa conseguiu evidenciar as
amostras e procurou estagnar o processo de entropia natural que significa
qualquer abandono físico.
Fig. 17 –
Uma das peças escultóricas mais conhecidas e divulgadas da produção
missioneiras presta tributos materiais ao elemento vegetal das madeiras das
matas ciliares dos afluentes do Rio Uruguai. A sugestão do tronco a ser
esculpido para livrar esta figura do
imaginário cristão A
figura era parte de um todo que não se conhece pois os vestígios dos encaixes
neste todo são visíveis na peça.
A abundância da madeira - como matéria prima da
criação artística - também apresentava
problemas. Um deles é madeira tropical, carregada de variadas substância que se
modificavam ao longo do ressecamento, rachavam as peças e repasto de insetos
xilófagos. Uma das soluções era tronar ocas estas peças. Isto permitia o ressecamento
sem rachaduras, o seu transporte fácil e seu uso cênico.
Nas
mais variadas formas dos movimentos de construção simbólica cabe uma amostra da
pesquisa de Athos Damasceno. Este escreveu (1971, pp. 13-15) [1]
em relação a um dos artistas visuais
ativos nas Missões jesuíticas:
“José
Brasanelli nasceu em Milão a 06 de janeiro de 1659 e faleceu a 17 de agosto de
1728, aos sessenta e nove anos, no Povo de Candelária, tal como João Batista
Primoli. Antes de ingressar na Companhia de Jesus, tendo estudado com os
melhores e mais afamados arquitetos e escultores romanos, já se tornara
conhecido e reputado. Em 1696, com a idade de trinta e sete anos, portanto,
encontra-se no Povo de São Borja, cujas construções ele projeta, orienta e
administra, ali revelando extraordinária capacidade de trabalho.’ O
incomparável Ir. Brasanelli – escreve Aurélio Porto em sua História das Missões
Orientais – se desdobra em todos os setores de sua arte, construindo o templo,
erguendo o Povo pelo risco que traçara, abrindo em talha os magníficos altares
e adornando-os de estátuas formosíssimas, pois era notável escultor, e
transmitindo a sua arte a índios que mais tarde se notabilizaram’. Brasanelli serviu a diversas reduções. Mas
principalmente ao núcleo missioneiro a que aludiu Aurélio Porto, ou seja, a de
São Borja, Brasanelli daria o melhor de seus esforços fazendo-se admirara tanto
quanto é certo que, nas árduas e complexas empreitadas a que se devotou, duas
circunstâncias poderosas ser-lhe-iam francamente adversas – A escassez e mesmo
a falta de muitos materiais indispensáveis à obra e a já conhecida incapacidade
dos nativos para qualquer tipo de atividade continuada. A despeito de todos os
obstáculos, Brasanelli cumpriu exemplarmente a tarefa que lhe foi confiada. E
no desempenho dela se empregou fundo, levando a bom termo uma obra de porte
notável. [..] Mas há de ser, sobretudo, na edificação e ornamentação da igreja
que o artista se imporá, revelando de modo cabal, nos menores detalhes da obra,
suas qualidades singulares. [..] A obra é digna de maior apreço, quer em seus
aspectos arquitetônicos, quer no que toca a peças de talha e escultura que a
decoram e enriquecem e das quais ainda existem exemplares de indiscutível valor artístico, como,
além das estátuas, alguns retábulos, uma
pia batismal trabalhada em pedra e medindo cerca de um metro e meio de altura e
diversas imagens de santos. De um grande quadro a óleo, pintado por Brasanelli,
figurando o padroeiro da Redução, bem como dos painéis da cúpula da igreja, há
apenas notícias”
Na
medida em que avançam as integrações, técnicas, políticas e especialmente as
econômicas do MERCOSUL, o patrimônio material
e imaterial das Missões das Missões jesuíticas constituem uma ponte e um
elo comum na preservação do Patrimônio Artístico.
Porém
também é necessário perceber as competências das contribuições lusitanas,
brasileiras e regionais sul-rio-grandenses podem significar nos amplos limites
deste contexto de um projeto civilizatório.
[1] DAMASCENO. Athos. Artes plásticas no Rio Grande do Sul
(1755-1900). Porto Alegre : Globo, 1971, 520 p
Fig. 18 – A remessa para a museificação do Patrimônio material humano e a
sua transformação em recurso turístico é decorrente da lógica da Era Industrial que percebe possibilidades
econômicas do lazer e do ócio que as máquinas permitem ao ser humano. Esta
tendência constitui uma potencial fonte de rendas econômicas, cultuais e
sociais. Tendência que ganhou o reforço
e a legitimidade mundial da UNESCO RESENHA TURÌSTICA das MISSÔES. Porém acima
destes valores sociais culturais e econômicos está o projeto civilizatpírio
empreendido pelo PODE ORIGINÀRIO, orientado pelo Estado e que subsidiariamente
colhe as raízes d a identidade de uma nação e que diz ser o legitimo
representante.
Roteiro turístico das Missões em: http://confins.revues.org/8501
05.2 – A Era Industrial e a Arte das
Missões.
A
transformação dos vestígios no RIO GRANDE do SUL da CONTRARREFORMA, MANEIRISMO
e BARROCO ganhou um suporte econômico por meio do turismo. Este trabalho que ganhou impulso e visibilidade ao longo do
Estado Novo Brasileiro (1937-1945) que
notou nas Ruínas da Missões Jesuíticas um ponto de identidade nacional. O regime governamental
também não tardou em perceber um valor simbólico de um potencial PROJETO
CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA que este Estado Novo praticava.
Violência que o Estado Novo praticava contra outras etnias e culturas com as
quais entrou em confronto repressivo aberto. Neste sentido civilizatório este
projeto nacionalista unitário foi adequado e regionalizado após o Estado Novo a
partir de 1947. Regionalismo alimentado pelos movimentos missioneiros que também
emergiram do interior dos Centros de Tradições Gaúchos. Estes cultivavam um
espaço generoso para a estética que expressava a EMOÇÃO e a EUFORIA
mediterrânea herdada dos países ibéricos. As fronteiras dos países
limítrofes platinos não foram obstáculos
maiores para figura do gaúcho e cultivo
dos seus hábitos e a sua economia.
Porém
toda escolha é uma perda, no mínimo. Em relação à Artes Visuais, especialmente
para as obras de escultura, por mais intenso fosse a recuperação de uma obra
isolada de escultura , e talvez por isto mesmo, ela perde o seu sentido essencial
de SER UMA PEÇA se um CENÁRIO. Na sua criação original ela não era concebida e
realizada para ser percebida, admirada e
estudada como uma peça separada. Peça em condições de suportar o seu sentido
fora do lugar, da proporção e da função para qual ela havia sido concebida,
elaborada e instalada. No contraponto, na medida em que esta obra de escultura,
atinge o estatuto de uma obra de arte ela é competente para sugerir, ou mesmo
exigir, o ambiente, a mentalidade e a época na qual ela foi concebida, elaborada e colocada.
Exposição de obras missioneiras no Museu de Arte
do Rio Grande do Sul em setembro de 200 com itinirância por outras capitais do
MERCOSUL
Fig. 19 –
A interação de um publico de interesses grau de instrução e recurso econômicos heterogêneos e que ambiente museológico vincula a uma OBRA de ARTE pelos recursos dos CINCO SENTIDOS HUMANOS é
um projeto em plena expansão na ERA PÓSINDUSTRIAL. A PROPAGANDA da FÈ é
substituída pela PROPAGANDA, PEBLICIDADE e EVENTOS
05.3 – A Era Pós- Industrial e
a Arte das Missões
a Arte das Missões
Nas ruínas das Missões é
possível vislumbrar a antecipação da ideia da franquia, em cima de um produto
testado e o deslocamento de sua produção
para a periferia dos centros de decisão.
O projeto PROPAGANDA da
FÉ - moldado conceitualmente CONTRARREFORMA - foi laicizado, nos dais atuais e ganhou impulso na cultura
contemporânea pós-industrial, Os seus templos atuais são os centros comerciais e
que respondem pelos mesmos princípios e pela mesma logística e estratégias da Propaganda. Os centros comerciais encerram
os seus clientes estrategicamente em ambientes sem janelas para o mundo
exterior. A parafernália logística não deixa imune nenhum dos CINCO SENTIDOS
HUMANOS do bombardeio, sem misericórdia, da Propaganda. Fazem respirar o ar
condicionado e bombardeiam. Bombardeio que lida com o princípio e a munição
conceitual provocado pelo conflito da CULPA (pecado) e do PERDÂO (redenção).
Perdão concedido generosamente no momento em que o cliente adquire os produtos
da PROPAGANDA.
Fig. 20 –
A metáfora do arcanjo fiel
(Miguel) enfrentando os arcanjos rebeldes,
liderados pelo Portador das Luzes (Lúcifer)
motivou e produziu nas Missões
Jesuíticas uma elucidativa escultura. O patrono da principal centro e da
capital das sete Reduções das Missões Jesuíticas As formas soltas e policromada desta
escultura em madeira é coerente com as tendências barrocas enquanto não deixa
inderente as EMOÇÔES diante da luta do BEM e do MAL e que o jesuítas conduzia
na sua interação com público indígena. Porém o ambiente museológico possibilita
expandir esta interação sensorial para um publico de interesses grau de instrução e
de recursos econômicos heterogêneos. A ERA PÓS-INDUSTRIAL permite a plena expansão da
vinculação e releitura de uma OBRA de ARTE do passado especialmente ao
recorrer aos estímulos dos CINCO SENTIDOS HUMANOS como Cildo Meireles
(fig. 22) e Vik Muniz já provaram em várias instalações plástico-visual.
VIK
MUNIZ e CARAVÀGIO
.
05.4 – As ruínas das Missões e a
Época das Incertezas.
Época das Incertezas.
As Missões Jesuíticas do
Rio Grande do Sul podem ser interpretadas como um experimento inaugural da Era
Industrial. Nas Missões estão presentes as crenças do estágio da cultural
material humana que se confiou na linha de montagem, na padronização universal
e num sistema regulado por um saber superior e externo. Estágio que se traduziu
em normativas, procedimentos sistêmicos e sentimentos adotados como padrão de
eficácia material e simbólica. A ruína das Missões como da Era Industrial
escancararam um mundo de incertezas. Incertezas nas quais se debate a Era Pós
Industrial.
Fig. 21 –
Uma obras de Plínio Bernhardt realizada em 2001 resgata a memória do
próprio artista ao se defrontar em 1947 com as Missões Jesuíticas. Numa tela
quadrada ( 8o x 80 cm) e pintada com tinta acrílica o arista evoca a forte
atmosfera mística qu orientou a materialização deste projeto humano policromada interação de um
As ruínas desta
experiência são testemunhas mudas e que anteciparam a visão das ruínas atuais
da era industrial e da informática. Ruínas que mostram, com toda crueza, a obsolescência cada vez mais acelerada, do
mundo da linha de montagem, da fábrica e da Era Pós-Industrial. Ruínas que
prefiguram a entropia a que estão sujeitos os apelos aos sentidos humanos dos
recursos mediáticos agora reforçados e possíveis com a eletrônica. Meios que
transfiguram lugares, com um estacionamento provisório, em cenários virtuais
nos quais ocorrem eventos. Eventos não deixam nada atrás de si mais do que ruínas e memórias nebulosas e de múltiplas leituras.
Contemplando o cenário
contemporâneo não existe nada tão atual e eficiente do que a conexão entre as
obras de arte e os sentidos humanos do que as Missões Jesuíticas foram uma amostra
acabada desta conexão. O novo cultivo da
EMOÇÃO explicita e imediata, proveniente dos sentidos humanos, deixou de lado, nos
dias atuais, a primazia da RAZÃO e comanda novamente a nossa civilização
ocidental. Os seus templos contemporâneos são os ‘shopping centers’, estádios
esportivos e lugares de celebrações coletivas.
As ruínas no RIO GRANDE
do SUL da CONTRARREFORMA, do MANEIRISMO e do BARROCO são testemunhas mudas para
os dias atuais. Testemunhas cuja experiência
e abandono anteciparam a visão das atuais ruínas e o abandono da era
industrial e da era da informática cercada de imensas dúvidas. Conceitualmente as atuais projeções da
CONTRARREFORMA, do MANEIRISMO e do BARROCO são coerentes com Era Pós-Industrial
que se tornou uma época as profundas dúvidas e incertezas. Estas dúvidas e
incertezas alimentam cultura, uma economia e uma sociedade virtual. A
identificação do código genético humano, os conhecimentos fluindo sem
fronteiras nos satélites e descoberta incessante de novas fontes energéticas
incorporaram as mais diversas informações aos “motores” da informática. Entre
estes os campos da comunicação, da propagando, do marketing e da economia,
proveniente da indústria cultural, conhecem este caminho que constrói e
reconstrói incessantemente o mundo empírico da percepção humana.
Espera-se que este
imenso acervo de informações seja incorporado ao presente e se decante em nova
civilização. Acervo que evite os erros do passado, possa fornecer energias
imateriais e as forças simbólicas de um
projeto civilizatório competente para administrar o mundo material do aqui e do
agora.
FONTES BIBLIOGRÀFICAS
ISABELLE, Arsène(1807-1888) Viagem
ao Rio da Prata e ao Rio Grande do Sul ; tradução e nota sobre o autor
Teodemiro Tostes ; introdução de Augusto Meyer. -- Brasília: Senados Federal,
Conselho Editorial, 2006. XXXII+314 p. -- (Edições do Senado Federal ; v. 61)
MOREIRA ,
Altamir A Morte e o Além . Porto
Alegre : programa de Doutoramento em Artes Visuais- Instituto de Artes – UFRGS
março de 2006 – alt2mir@yahoo,com.br http://althamir.googlepages.com/artes
HAUSER, Arnold (1892-1988) Maneirismo: a crise da renascença
e surgimento da modernidade (2ª ed,) São Paulo: Perspectiva, 1993 463
p. il.
SPINELLI,
Teniza, Escultura Missioneira em Museus do Rio Grande do Sul. ; Alf , 2008, 103 p.
TREVISAN, Armindo Escultura
Missioneira. Porto Alegre : Movimento, 1978, 112p
CILDO MEIRELLES
“MISSÃO – MISSÔES” http://blog.blantonmuseum.org/2011/05/sharing-wonders-of-art-one-student-at.html
Fig. 22 – Uma das instalações da arte brasileira contemporânea
foi buscar sua motivação nas dúvidas e incertezas das Missões Jesuíticas. Esta
instalação originalmente criada numa visita á Missões foi montada na metade da
década de 1980 na UFRGS. Composta de uma piscina de moedas, e um céu de ossos
descarnados que são conectados por uma coluna vertical de hóstias Após esta mesma instalação percorreu e foi
remontada em vários países e culturas. Na presente imagem é mostrada no site de
educação norte-americana.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
ARQUITETURA em
PORTUGAL
ARQUITETURA
POMBALINA
COLÔNIA do
SACRAMENTO
FUNDADA em 22.01.1680
CONTRARREFORMA
e PROPAGANDA da FÈ
CRONOLOGIA
da MISSÕES JESUÍTICAS do RS
ESCULTURA no
BRASIL e ESCULTURA MISSIONEIRA
FRANCISCO
BORJA (1510-1572) Duque de Cândia
GUERRA
GUARANÍTICA
IDENTIDADE MISIONEIRA
INÁCIO
de LOYOLA
– Iñigo López (1491-1556)
MARGS e ARTE MISSIONEIRA
MUSEU da ARTE SACRA
da PREFEITURA da CIDADE de RUO GRANDE
MUSEU de ARTE SACRA
de RIO PARDO
MUSEU de ARTE de São
MIGUEL das MISSÔES
Cruz da igreja e São Miguel
OFICINA MISSIONEIRA e IMAGENS
ORDENAÇÕES
FILIPINAS
MUSEU JÚLIO de
CASTILHOS e ARTE MISSIONEIRA
REINO de DOM JOSÈ
I
ROTEIRO das
MISSÔES
RESENHA
TURÌSTICA do ROTEIRO das MISSÕES JESUÍTICAS
RUINAS
TRATADO de MADRID 13.01.1750
O BARROCO MISSIONEIRO o filme
SÉRIE
de POSTAGENS ARTE no RIO GRANDE do SUL
[esta série desenvolve o tema “ARTE no RIO
GRANDE do SUL” disponível em http://www.ciriosimon.pro.br/his/his.html ]
123 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 01
GUARDIÕES das SEMENTES das ARTES
VISUAIS do RIO GRANDE do SUL
124 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 02
DIACRONIA e SINCRONIA das ARTES VISUAIS do RIO GRANDE do SUL nos seus
ESTÁGIOS PRODUTIVOS.
PRIMEIRA PARTE
125 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 03
Artes visuais indígenas sul-rio-grandenses
126 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 04
O projeto civilizatório jesuítico e a Contrarreforma
no Rio Grande do Sul
127 – ARTE no RIO GRANDE do SUL – 05
Artes visuais afro--sul-rio-grandenses
128 – ARTE no RIO GRANDE do SUL – 06
O projeto iluminista contrapõe-se ao projeto da
Contrarreforma no Rio Grande do Sul.
129 – ARTE no RIO GRANDE do SUL – 07
A província sul-rio-grandense diante do projeto imperial brasileiro
130 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 08
A arte no Rio Grande do Sul diante de projeto
republicano
131 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 09
Dos primórdios do ILBA-RS e a sua Escola de Artes até a Revolução de 1930
132 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 10
A ARTE no RIO
GRANDE do SUL entre 1930 e 1945
133 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 11
O projeto da
democratização da arte após 1945.
134 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 12
A ARTE e a ARQUITETURA em AUTONOMIA no RIO GRANDE do SUL
135 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 13
A ARTE no RIO
GRANDE do SUL entre 1970 e 2000
SEGUNDA PARTE
Iconografia e Iconologia das artes visuais de diferentes projetos políticos do
Rio Grande do Sul.
136– ARTE no RIO GRANDE do SUL - 13
As obras das artes visuais indígena do atual
território do o Rio Grande do Sul.
137 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 14
Obras das artes visuais afro-sul-rio-grandense
138 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 15
Obras de arte dos Sete Povos das Missões Jesuíticas
como metáfora da Contrarreforma
139 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 16
A “casa
do cachorro-sentado” como índice açoriano no meio cultural do Rio Grande do Sul .
140 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 17
Obras de Manuel Araújo Porto-alegre
141 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 18
Obras de Pedro Weingärtner
142 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 19
Obras de Libindo Ferrás
143 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 20
Obras de Francis Pelichek
144 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 21
Obras de Fernando Corona
145 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 22
Obras de Ado Malagoli
146 – ARTE no RIO GRANDE do SUL - 23
Obras de Iberê Camargo
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Referências para Círio SIMON