A ARTE ESTÁ EM QUEM PRODUZ
“O que
teria acontecido se nos primeiros
séculos - em que não tinham recebido qualquer exemplo - os homens acreditassem
que eles nada deveriam imaginar e nem fazer qualquer coisa da qual eles
ainda não tivessem tido conhecimento? Certamente nunca inventariam nada. Por que
nos seria proibido na atualidade
procurar e encontrar aquilo que ainda não apareceu diante de nós? Que
seria de nós se todo mundo nada tivesse feito além do que fez o povo que nos
precedeu?” Felipe CHAMPAIGNE in MEROT
http://en.wikipedia.org/wiki/Joseph_Beuys
Fig. 01 – As culturas ocidentais colocam a sua ênfase no indivíduo diferente e pautam o agir humano na sua criatividade e na responsabilidade moral dos seus atos. Esta era a lição e o caminho na Arte de Joseph Heinrich Beuys
(1921-1986) . O xamã alemão aponta o
mesmo caminho que o franco belga Felipe Champaigne
ensinava ao escrever que o “gênio
possui suficiente auto competência e os benefícios de se deixar guiar pela liberdade
natural “.
A Maiêutica e Arte se alimentam
da mesma seiva e possuem a mesma raiz genética: o ENTE no seu SER. A Arte induz e desafia ao ENTE humano de
forma perene a vir ao mundo e ali se manifestar no seu modo peculiar de SER,
PENSAR e AGIR. Evidente este PARTO significa fecundação, útero, nascer neste
mundo, floração e fruto para uma nova semente. Semente que encerra em si mesmo
o ciclo vital se for transgênica e clone de um ENTE matriz e que não gera novas
sementes fecundas. Transgênicos que se multiplicam na Pós-modernidade e que são
garantidos por técnicas invasivas e amparados por contratos proprietários exclusivos.
Fig. 02 – As antigas manifestações da Arte Egípcia
estiveram colocadas sob a tutela de sucessivas dinastias de faraós.
Manifestações da Arte controladas, ensinadas e realizadas sob a atenta
vigilância da ortodoxia religiosa. Manifestações
da Arte que mantiveram cânones ao longo de muitos séculos. Cânones resultado
de um rigoroso e atento controle econômico comandada pelo ritmo implacável
do Rio Nilo. As manifestações de arte
resultaram de um rigoroso planejamento, com técnicas experimentadas e profissionais
que agiam e produziam de uma forma impessoal.
No contraditório é cada vez mais evidente a esterilidade e a morte da
criatividade inerente ao ENTE humano e à Natureza. Porém sair deste circulo de
ferro tecnológico, econômico e estético é um desafio cuja superação é cada vez
mais difícil de vislumbrar. O monstro do BIG BROTHER previsto para 1984
infiltrou-se silenciosamente. Silenciou as mentes, os corações e reduziu o
gesto humano a apertar botões. A arte sofreu uma desenfreada invasão do taylorismo.
Taylorismo que estudou, identificou, separou e estandardizou gestos, obras e “gênios”.
O produto ARTE estava pronto para entrar no SISTEMA de ARTE. Neste SISTEMA este
PRODUTO ARTE sofreu hibridagens do que já desejado por repertório pré-formatado
pela cultura média do ambiente. Repertório que facilitou, ao máximo, a
reprodutibilidade do PRODUTO ARTE. Facilitou a circulação com o objetivo da
oferta e venda destes produtos. Este taylorismo explica os “achados” as
“revelações” e “marketing e propaganda” do que se toma como original e “ÚNICO”.
Fig. 03 – O estudo canônico da denominada Arte Gótica
é um produto do início do século XIX. Mais precisamente correspondeu ao projeto
e as buscas no passado de uma identidade nacional distinta do mundo clássico
greco-romano. Apesar de localizar padrões
fixos de identidade é possível surpreender etapas e evoluções. Evoluções e
etapas que ficam evidentes nas duas torres diferentes da Catedral de Chartres,
construídas cada uma numa época, com técnica e uma sociedade distinta entre si.
Uma das saídas é o mundo estético do cultivo da sensibilidade e uso
dos sentidos humanos conectados com a mente. É o espaço no qual o ENTE humano
ainda goza potencialmente do ESPAÇO e do
TEMPO para dar forma e vir ao mundo e ali se manifestar no seu modo peculiar de
SER, PENSAR e AGIR.
AGIR, PENSAR e SER nos quais o ENTE humano pode-se valer da mais
sofisticada e avançada tecnologia, incorporar paradigmas inéditos e produzir
OBRAS de ARTE que os sentidos humanos jamais tinha usufruído.
Fig. 04 –O ser humano, após sua passagem pelo útero
materno, encontrou o seu refúgio e segurança nas grutas naturais.
Segurança questionada por Felipe de Champaigne e que levaria o ENTE humana a “nunca inventar nada. Por que nos
seria proibido na atualidade procurar e encontrar aquilo que ainda não apareceu
diante de nós” A obra de Arte sempre
teve por ênfase o indivíduo diferente e medida da criatividade e na
responsabilidade moral dos seus atos pautou o agir humano.
Esta marcha da humanidade atravessou cavernas, ganhou florestas,
campos, criou indústrias e agora comanda com conhecimentos centrais da produção
e reprodução humana e das suas circunstâncias.
O motor dista marcha é criatividade humana que se manifesta no campo
estético despojada de interesses alienantes.
FRANÇA – Gruta de
CHAUVET http://fr.wikipedia.org/wiki/Grotte_Chauvet
Fig. 05 – Esta gruta foi descoberta em 1994 por
Chauvet de quem recebeu o nome, Foi inscrita como patrimônio da Humanidade pela
UNESCO em 2014. Apesar da Campaigne e os
seus colegas da Academia não conhecerem amplidão das manifestações artísticas
da criatura humana, que a Arqueologia
veio revelar depois deles, permanece
válida e atual a tese nas Artes de que “não se percebe nenhuma criatura humana
igual com outra”. Passa o TEMPO, mudam as
circunstâncias as forma sociais e culturais permanece o desafio do artista
colocar no mínimo de sua obra o máximo de sua sociedade, lugar e tempo. Este
frágil índice da criatividade humana não pode ser copiado ou plagiado em outra
sociedade, tempo e lugar de sua origem. Passa a ser uma informação, um índice e
um testemunho de algo que está no passado da humanidade.
A corrupção e a morte da criatividade humana é a cópia, o plágio e a heteronomia da inteligência, da vontade e
dos sentimentos. A heteronomia, o plágio
e a cópia, além da preguiça,
conduz para a esterilidade e para o clone estéril.
Pecuária em Tassili - Saara - Período neolítico
Fig. 06 – As manifestações artísticas da criatura
humana mudam quando ela passa do seu estágio da calçador para o de pastor. Com
as novas circunstâncias surgem novas forma
sociais e culturais. Esta criatura humana já se representa a si mesma como
indivíduo. Gradativamente esta figuração irá evoluir para códigos de
escrita icônica até atingir os códigos de escrita atual
O plágio e a cópia desferem os golpes mortais no campo político,
econômico e da Arte. Porém a cópia e plágio tornam se mais evidentes no campo
da Arte. Na Arte a heteronomia da
inteligência, da vontade e dos sentimentos mais
sofrem o descrédito e são aniquiladas. O plágio e a cópia tornam a Arte
um campo monótono e repetitivo, a semelhança dos frutos dos clones e da
transgenia. Este tormento do plágio e da cópia possui o seu antídoto nas manifestações artísticas locais. O criador
como o observador e consumidor de Arte retomam
sua proporções humanas no espaço local. As agruras, as mentiras e as
frustrações, sofridas no árido espaço
planetário, transformaram-se em fertilidade, verdade e recompensas no espaço
local proporcional as necessidades e aspirações humanas.
PHILIPPE de CHAMPAIGNE foi dos
doze pares que se reuniram criaram em 01 de fevereiro de 1648 a ‘Académie royale de peinture et de sculpture’[1]. Esta
instituição de Artes Visuais era amparada pelo Estado por meio da Academia Francesa criada
por Richelieu 22.02.1635. Esta tivera os seus estatutos aprovados pelo Parlamento
em 10 de julho de 1637[2].
Estes fundadores tiveram de
reagir contra a força e da tradição
medievais da guildas. Alimentaram esta nascente Academia
Real Francesa de Pintura e de Escultura luta e
a sua identidade própria com ideias e obras a –Uma das
formas era a socialização, em alto nível, das ideias, dos seus projetos e das
suas obras.
Philippe CHAMPAIGNE
1602-1674 - Abadia de Port Royal des Champs
Fig. 07 – Esta obra intimista de Felipe de CHAMPAIGNE
é um índice múltiplo. Índice da origem flamenga do seu autor pela minuciosa
descrição icônica da paisagem. Como imagem de Port-Royal nos remete par um dos
ambientes da elite francesa que ali apresentava e debatia as crcunstâncias da
França do seu tempo. Port Royal era umas das matrizes de jansenstas.
Contrasta com a ênfase no clã, na tribo e no coletivo da sociedades e culturas
orientais para quem
Um dos pontos de sustentação e reprodução medievais da guildas era a
tradição da heteronomia pela qual um aprendiz devia obediência cega ao mestre.
Esta força de heteronomia era alimentada
não só pela heteronomia que fazia com muitos aprendizes envelheciam e morriam
como aprendizes perpétuos. Porém a força da tradição agia mais forte e tomava
corpo na CÓPIA cega e na IMITAÇÃO dos paradigmas estéticos controlados pelo
poder real e eclesiástico.
A Conferência realizada por PHILIPPE de CHAMPAIGNE, no dia 11 de junho
de 1672, Academia Real Francesa de Pintura e de Escultura, tem por alvo estes
COPISTA das MANEIRAS que proliferavam no âmbito da própria instituição.
PHILIPPE
de CHAMPAIGNE
CONTRA os COPISTAS das MANEIRAS
(Conferência realizada no dia 11 de junho de
1672)[1]
Eu
espero senhores, que vocês não tomem como inútil o objetivo que eu tenho de
procurar o progresso dos jovens que nós nos
esforçamos para formar e que eu vos entretenha num ponto importante ao redor o qual já realizei diversas reflexões.
Ou
seja, senhores, aqueles que se esforçam para melhorar em nossa profissão caem,
às vezes, em alguns vícios devido a falta de uma boa orientação, que os
afastam definitivamente daquilo que eles tencionam atingir. Eles permanecem
copiando e seguindo servilmente o caminho particular de um autor, que projetam
como o seu objetivo e como o único modelo que devem consultar. Eles passam a
julgar todos os outros por um paradigma e uma maneira de um
determinado autor. Eles não têm outros olhos para discernir as várias belezas exigentes e amenas que a Arte
nos propõe.
[1] CHAMPAIGNE Philippe
de - CONTRA os COPISTAS das MANEIRAS
in MEROT,
Alain (edit.) Les conférences de
l’Academie royale de peinture et esculpture
au XVIIe siècle. Paris
: RNSBA, 1996. pp. 224-228
Academia dos CARRACCI - sala de aula
Fig. 08 – A Academia criada pelos Irmãos CARRACCI
deixou registros visuais, regulamento e procedimentos de ensino-aprendizagem
coletivos de artes visuais. Com ênfase no DESENHO, no conhecimento da VIDA e
OBRA dos artistas - escrita por Giorgio Vasari para sua própria Academia - insistiu na concepção de Leonardo da Vinci de
que uma “PINTURA é ALGO MENTAL” antes de chegar ao mundo físico. È este PENSAMENTO
torna legitima esta obra de Arte Obra
de Arte que sobrevive e se projeta no
futuro pelo que permanece legível no corpo físico da obra
Pode-se
perdoar essa inclinação única e exclusiva num jovem estudante que ainda está
sob as asas do mestre. Nestes começos é natural e que não podemos proibir
absolutamente; mas o aquele que busca tornar-se sábio em nossa arte é, como muitas
vezes tenho notado, que os alunos que
começam a avançar e dão, a si mesmos,
muita esperanças, repentinamente se limitam em tudo. Se convencem, a si
mesmos, imitar e fazer puras cópias de um autor
particular. Submetem gratuitamente o seu
gênio, que é livre a esta maneira
particular. Em vez disso deveriam tomar o que há de mais belo de todas as maneiras
e épocas. Formar-se na imitação de abelhas, que buscam o néctar em diversas
flores, presumido que é para o seu
próprio sustento.
É
necessário estarmos de acordo que um dos encantos da pintura é a diversidade
agradável das maneiras particulares daqueles que a professam. Maneiras
particulares adquiridas sem que ninguém seja forçado a isto, tenha ele o
sentimento que tiver e sem que a sua vontade seja curvada. Quanto ao gênio, nós
não temos as rédeas para conduzi-la para onde nos agrada. A Natureza nos conferiu julgamento para
governá-la por meio de canais livres, oferecendo-se como objeto principal de
nossos estudos. A tudo isto é necessário somar os bons costumes daqueles que se
expressaram nobremente e que nos podem acalentar pela sua imitação tender para
a perfeição. Mas aqueles que se querem limitar a isto, pois não se percebe
nenhuma criatura humana igual com outra. Mesmo entre os brutos - da mesma da mesma espécie – existem aqueles
que sejam iguais entre si mesmos? Certamente que não. Por que queremos confinar
e rebaixar o que Deus afastou de nós e nos levantar e fazer admirar em nós o
que ele nos faz produzir. Produção que reflete a abundância e a diversidade de
nosso divino autor, do qual procede tudo o que é realmente bom, seja qual for a
sua natureza?
Mas para
não parecer que eu vá longe demais neste tema, e que eu condeno muito duramente
aqueles que podem estar envolvidos na imitação. Não pretendo, senhores, não
seja permitido a um aluno se propor ser um
homem hábil, cuja forma é coerente com sua genialidade, para ali aplicar as
suas luzes. Ao contrário, isto é mesmo muito necessário. Afirmo apenas que não
se deve concentrar absoluta e positivamente na forma de outro, como se houvesse
apenas um único imitável, o que acontece apenas à pessoas muito baixas luzes; ou para pessoas que estão
carregadas e projetam esta falsa
sensação, na qual eles permanecem somente
até que tenham adquirido suficientes luzes para ver que seu gênio possui
suficiente auto competência e os benefícios de se deixar guiar pela liberdade
natural.
Batalha de
Anghiari obra perdida de Leonardo da
Vinci
Fig. 09 – Duas cópias da obra Batalha de Anghiari desaparecida de Leonardo
da Vinci. Uma copia por discípulo e outra por Pedro Paulo Rubens (1577-1640) revela um
artista em plena domínio de sua linguagem que busca motivação em obra alheia. ênfase no indivíduo diferente e medida da
criatividade e na responsabilidade moral dos seus atos pautou o agir humano nas
culturas ocidentais. Contrasta com a ênfase no clã, na tribo e no coletivo
das sociedades e culturas orientais para quem
OBRAS de RUBENS
Para explicar o que quero dizer, eu vou trazer
em algumas palavras e reportar um exemplo do que eu vi na Holanda, onde Pintura
estava há 60 anos na maior reputação nos Países Baixos. Rubens acabava de
conferir-lhe seu último brilho. Este grande pintor, que eu admiro em toda a
extensão da estima que ele merece, e que eu não pretendo remover nada daquilo
que lhe é devido, apagou-se rapidamente das memórias tudo que ele fez até seu tempo Todos os
alunos deste país aspirava em seguir
diretamente caminho de Rubens e fazer apena uma cópia nas suas próprias produções.
Isto mudou imediatamente a face e ao mesmo momento a pintura destes pais é
delimitada pela reputação daqueles que trabalharam com ele como copistas de Rubens. Mesmo
atualmente eles ainda não se situaram no presente e esta baixa imitação ainda
entorpece e retarda todas as forças do seu próprio gênio.
MONA LISA
do Museu do Louvre e cópia do Museu do Prado. Imagem jornal Spíegel de 02.02.2012
Fig. 10 – Numa
atenta observação e comparação - das duas imagens acima – evidencia-se um
abismo formal apesar do mesmo tema. Apesar das dúvidas e dos sucessivos restauros
percebe-se da obra do Louvre que nela ainda permanece vivo o pensamento de
Leonardo da Vinci que afirmava que “que
tudo que é contínuo, pode ser dividido
em infinitas partes”. Neste aspecto a cópia do Museu do Prado é uma
comunicação que se esgota nela mesma e remete para a necessidade de buscar o
mistério das “Infinitas partes” no
original. Porém o mérito - tanto do
original como da cópia - consiste na humildade de não passarem ‘materialmente de tinta sobre uma superfície’,
mantendo-a no projeto da Pintura de Giotto
Depois
de ler este discurso, não havia ninguém na Academia que não aprovasse estas
reflexões específicas por meio de
sentimentos particulares. Concordou-se que,
no início de todas as disciplinas, um jovem estudante, que ainda possui noções
particulares tenha necessidade que fosse obrigado a submeter-se cegamente às
instruções e aos métodos de seu mestre; quando ele possui os bons princípios e
ele fez um estudo do antigo é importante propor-lhe as obras de Rafael devido a
intenção de beleza natural e pela correção do desenho, assim as obras de
Ticiano devido união agradável das cores;
e assim as obras de outros grandes pintores na medida em eles se destacaram em talentos particulares.
Rafael SANZIO (1483-1520) - Cabeça de Madona
Fig. 11 – Felipe de Champaigne atribui às “obras de Rafael a
intenção de beleza natural e correção do desenho”. Apesar de Rafael Sânzio ter sido relegado a segundo plano pela
tendência romântica - que em tudo
necessitava encontrar drama, angústia e intriga entre o bem e mal – a obra do
mestre continua a evidenciar um ENTE humano singular. ENTE que esbanjava alegria de viver, certeza do seu
caminho e expressava o seu SER interior
e único, nos poucos elementos plásticos e visuais que escolheu para a sua
gramática estética
Contudo
na media em que o estudante progride em
alguns dos belos vestígios do passado, necessita exercitar-se em si mesmo sua
natural indústria fazer algo com
sustento das suas luzes, tentar com arrojo os caminhos particulares num país no qual
os tímido jamais irão fazer descoberta alguma. É necessário acrescentar
que não se veria tanta ingenuidade agradável
nas obras das escolas da Itália se ali cada pintor estivesse submetido na
imitação das formas de um outro. Todos
teriam muito de Bellini e de Giorgione.
GIORGIONNE - Giorgio Barbarelli di Castelfranco (1477-1510)
- A Tempestade
Fig. 12 – O
mestre veneziano Giorgione tornou-se
referência no modo de manejar tintas, cores e pinceis sobre uma superfície. Com
esta limitada gramática - acessível a qualquer um em qualquer ferragem - avançava
no cominho da PINTURA apontado por Giotto para expressar o seu próprio LUGAR GEOGRÀFICO da Rainha do Adriático. Lição
que será retomado pelos pintores Impressionistas a beira do Rio Sena.
Todos teriam muito de Veronese. O próprio Rafael teria permanecido o
último da carreira, se ele tivesse permanecido na heteronomia do gosto de
Pierre Perugino, seu mestre. Ainda é necessário considerar os perigos que
correm os copistas de maneiras de outros; porque, como defeitos têm grandes
conexões entre si e uns com os outros, é fácil ser contaminado por estes vícios
ao copiar subliminarmente estas maneiras para a sua própria obra completa.
Afirma-se também que para um pintor seria mais glorioso ser o autor de um
original medíocre do que ser um feliz copista e um homem excelente maneirista.
Tanto isto é verdade que a imitação é
índice de uma alma desenfreado, limitada e refém dos preguiçosos. Ela só
necessita contentar-se em seguir os outros. Nem sequer é suficiente igualar-se
aos outros. É necessário tentar superar-se e alcançar os primeiros lugares,
pois quem segue os outros é a último necessariamente
Fig. 13 – Apenas é de se lamentar que a senhora
Cecília, de 80 anos, tenha feita a sua “releitura” sobre o original. Mas certamente seria uma obra “original” se
tivesse procedido como os outros artistas que produziram as suas “releituras”
sobre um suporte diferente do original. A obra da “restauradora” faz pensar
na frase de Champaigne que “para um pintor seria mais glorioso ser o
autor de um original medíocre do que ser um feliz copista e um homem excelente
maneirista” O aforismo se Aristóteles de que “a Arte está em QUEM produz e não no QUE produz” certamente cabe à pessoa da Sra Cecília.Giménez.
Ao menos não é possível acusa-la de
cóipia servil e acadêmica. O que não é possível negar é que sua intervenção projetou o seu repertório estético sobre a
obra de Elías García Martínez(1858-1934)
. Este nunca havia tido esta
projeção e circulação de sua criação que teve após a intervenção de sua “restauradora”
Quintiliano,
um dos grandes retóricos da antiguidade, mostra que a parte principal em toda a
arte ainda é invenção. Ele decide a questão contra imitadores e copiadores, por evidências extraídas da mesma pintura. O que
teria acontecido, ele disse em algumas passagens espalhadas, embora nos
primeiros séculos em que não tinham recebido qualquer exemplo, os homens
acreditassem que eles deveriam imaginar nada e nem fazer qualquer coisa da qual eles ainda não tivessem tido conhecimento? Certamente nunca inventariam nada. Por que nos seria proibido na atualidade procurar e encontrar aquilo que ainda não
apareceu diante de nós? Que seria de nós se todo mundo nada tivesse feito além
do que fez o povo que nos precedeu? Não teríamos poeta melhor do que Lívio
Andrônico, Teríamos toda a história reduzida aos anais dos pontífices, não seríamos
capazes de navegar a não ser que com ajuda de remos e pintura ficaria limitada
ao simplesmente desenhar as linhas que formam as sombras de um corpo em frente ao
sol.
REGNAULT Jean-Baptiste (1754-1829) – Moça de
Corinto pinta o retrato do seu amado pastor –1786 – óleo 105 x 140 cm Castelo de Versalhes
Fig. 14 – A cultura de Felipe CHAMPAIGNE estava muito
distante das descobertas das pré-helênica e mesmo romana. Isto explica a
aceitação destas culturas como matrizes e paradigmas dos seus julgamentos e
aceitação da origem da Pintura na jovem
copiando o perfil do seu namorado ao por do sol. Isto não invalida a sua
tese de que a Arte busca a criatividade e a originalidade. Ao contrário coloca
este paradigma para qualquer artista viver e expressar o seu TEMPO LUIGAR e
SOCIEDADE
Nesta
última circunstância, devemos rastrear a origem da pintura inventada em Sicione
e feita de simples sombras do sol de uma cabeça frente uma parede e esboçada
numa tela. Mas, finalmente, este excelente retórico aconselha não imitar um único homem. Em seguida, ele
supõe que é questionável em termos de eloquência, não é o suficiente falar como
Cícero. Ele sugeriu que seria muito bonito, se tivéssemos a certeza de isto seria
capaz de capturar toda a beleza; mas que
mal haveria de acrescentar algo estilo vigoroso de Cesar, algo de caráter
veemente Celio, algo para a precisão da Pólio e, finalmente, algumas ideias de
julgamento Catão? O que deve ser aplicada à pintura, em favor do discurso do
Sr. Champaigne e sentimentos da Academia.
Marcel DUCHAMP (1887-1968) fumando diante de
suaobra denominada “A FONTE”
Fig. 15 – A figura, obras e ideias do francês Marcel
DUCHAMP possui no seu repertório uma gigantesca tradição cultural, estética e
intelectual. As avalanches de cópias, imitações e plágios de suas ideais,
suas obras e gestos -fora do seu TEMPO e
do seu LUGAR e sua SOCIEDADE - pouca vezes atingem a coerência entre forma e
conteúdo. Esta coerência é necessária procurar no seu texto e pergunta “O artista deve ir à universidade?”
Na leitura atenta da Conferência de PHILPPE de CHAMPAIGNE, no dia 11
de junho de 1672, Academia Real Francesa de Pintura e de Escultura,
tendo por alvo estes COPISTA das MANEIRAS que proliferavam no âmbito da própria
instituição certamente tiveram pouco efeito. Na distância mais de três séculos
é possível verificar que a SERVIDÃO VOLUNTÁRIA determinada pela imitação sem
limites e a cópia cresceu graças especialmente na proporção do mercado de arte
capitalista, do marketing e propaganda impondo padrões estéticos e intelectuais
cada vez mais estreitos. Especialmente a rede de comunicação planetária permite
a cópia imediata
A atualização da inteligência estética planetária certamente é indispensável
para regular a proporção das necessidades e das aspirações humanas no espaço
local. Contudo a inteligência, a INFORMAÇÃO e o saber estético não produzem a
obra de arte. Esta obra supõe PESQUISA estética a partir do seu TEMPO e
SOCIEDADE LOCAL.
A obra de ARTE é primordial para os sentidos humanos, a experiência e
reflexão fundamentada para retornar ao MUNDO das ideais, meios e sociedade de
QUEM a PRODUZIU. Um plágio e uma imitação constituem uma falsa chave, desviam
deste caminho, mentem e são moralmente condenáveis como intenção de dolo, furto
e preguiça para enfrenar a VERDADE.
Obras de Han Van MEEGEREN (1889-1947) falsos
Vermer
Fig. 16 – O falsário Han Van MEEGEREN tomou a
gramática do artista Johannes VERMEER (1632-1675) produziu uma série de obras
que impingiu ao mercado de arte como autênticas. Porém este copista estava fora
do TEMPO, do LUGAR e da SOCIEDADE e o
seu embuste foi desfeito por ele mesmo para a surpresa e vergonha dos que se
deixaram seduzir pelo truque. Contudo a mentira espalhou-se em avalanches de
cópias, imitações e plágios de ideais. Mesmo Porto Alegre foi refúgio do
falsário Salomon SMOLANOFF (1897-1976)[1].
A partir da obra de ARTE é possível a metafísica e a projeção - via inteligência - desta experiência para
outras áreas.
O CONTEÚDO da PESQUISA estética - a partir do seu TEMPO e SOCIEDADE LOCAL
- raramente encontra a sua FORMA coerente. Na maioria das vezes este eterna
luta entre CONTEÚDO e FORMA fracassam. O remédio deste fracasso transfora-se em
veneno e mata qualquer germe de criatividade no plágio e na cópia de eventuais
fortunas obtidas em obras ditas exemplares. O TEMPO, o LUGAR e a SOCIEDADE no
qual a interação entre FORMA e CONTEÚDO teve algum êxito.
Copiar e plagiar OBRAS de ARTE - incensadas pelo marketing e pela
propaganda, por mais atuais que sejam - só piora e confunde mais.
O plagio e a cópia de a si mesmo - de eventuais obras de passado
pessoal recente e com êxito de recepção pública - é suicídio certo do artista.
Claude MONET 1840-1926 - duas das 25 versões da
Catedral de Rouen -
Fig. 17 – Os pintores Impressionistas a beira do Rio Sena retornaram
para a limitada gramática - acessível a qualquer um em qualquer ferragem – e avançaram
no cominho da PINTURA apontado por Giotto e retomado por Giorgioni para
expressar o LUGAR em Veneza. Claude MONET
expressou o seu LUGAR ao tomar como seu projeto registrar 25 vezes a fachada
da Catedral de Rouen a partir do seu quarto de hotel.
Contra estes plágios - e as cópias de si mesmo servem de referência as
séries de pinturas da Catedral de Rouen de Claude Monet que exploram o mesmo
CONTEÚDO em variações constantes de FORMA PICTÓRICA sob o IMPULSO da LUZ do Sol
em permanente mudança no TEMPO.
Las Meninas de Diego Velásquez (1599-1660) e sua
releitura por Pablo Picasso (1881-1973)
Fig. 18 – A motivação e busca de alternativas em
obras de arte já consagradas em outro TEMPO e LUGAR não são privilégios de
estudantes jovens e no início de carreira artística. Pablo Picasso (1881-1973) como artista já consagrado no apogeu ou no
final da vida visitava as obras dos mestres europeus como os africanos e as traduzia na sua própria
forma e gramática.. Diego Velásquez foi
contemporâneo de Philipe Champaigne
A produção ininterrupta de Pablo Picasso serve de referência as
constantes mudanças das suas próprias maneiras. Circulando livremente na sua
própria biografia e obra ele também dialogava permanentemente com seus
contemporâneos como Cezanne como com as obras de artistas africanos e
europeus.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
MEROT, Alain (edit.) Les conférences de l’Academie royale de peinture et
esculpture au XVIIe siècle. Paris : RNSBA, 1996. 533p.
SANOULLET, Michel. DUCHAMP
DU SIGNE réunis et présentés par Michel Sanouillet Paris Flammarrion, 1991, pp. 236-239 O
artista deve ir à universidade?[1]
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
Philippe de CHAMPAIGNE (1602-1674)
Jean-Baptiste
CHAMPAIGNE (1631-1681) sobrinho de Philippe
ORIGENS da PINTURA
REGNAULT Jean-Baptiste (1754-1829) – Moça de Corinto
pinta o retrato do seu amado pastor –1786 – óleo 105 x 140 cm Castelo de Versalhes
CATEDRAL
de ROUEN de Claude MONET
FALSIFICADORES
FAMOSOS
Han
Van MEEGEREN 1889-1947
JANSENISMO
Não
TENHO TEMPO para FAZER mingas próprias OBRAS
SAINDO
da CAVERNA
CONTRE les COPISTES des MANIÈRES
PHILPPE de CHAMPAIGNE
(11 juin 1672)
J’espère, Messier, que vous ne trouverez paz inutile que
dans le dessein que j’ai de orcurer l’avancement des jeunes gens que nou
tâchons de former, je vous entretienne d’un point important sur lequel j’ai
souvent fait diverses reflexionds.
C’est, Messiers, que ceux qui s’efforcent de se
perfectionner dans notre profession tombent quelquefois, faute bonne conduite,
dans un certain abus, que les éloigne infiniment de cette perfeccion à laquelle
ils tendent. Ils s’arrêtent servilement à copier la manière partilière d’un
autor, se proposant comme leur but et comme l’unique modèle qu’ils doivent consulter.
Ils jugent par ce seul auteur la maniérede tous les autres et ils n’ont point d’autres yeux pou
faire le discernement des beautés et des divers agréments que la nature nous
propos à imiter.
Cette inclination se peut pardonner à un jeune étudiant qui
est encore sous l’aile du maître et elle est naturelle dans ces commencements
qu’on ne doit pas prétendre l’interdire absolument; mais ce qui empêche tout à
fait de se rendre savant dans notre art est, comme je l’ai souvent remarqué,
que des éléves qui commencent à s’avancer et qui donnent eux-m~emes beaocoup
d’espérances se bornent tout d’un coup et s’entêtent d’imiter et de faire des
copies toutes pures de la manière d’un auter particulier, en assujetissant
ainsi leur génie, qui est si libre, à cette manière particulièr, au lieu qu’ils
devraient prendre ce qu’il y a de plus beau dans toutes les manière
particulières et se former, à l’imitation des abeilles,un suc, cést á dure une
beuaté qui leur fût propre.
Car il faut demeurer d’acord qu’un des sensibles charmes
de la peinture dans les agréable diversité des manières des ceux qui la
professent par les beauttés particulières qu’ils se sont acquises en faisant
propre dans aucun homme à être forcé, quelque désir qu’il en ait, parce que l’on ploie à sa volonté. Mais quant au
génie, nous n’en tenons pas les rênes
absolument pou les conduire où il nou plait. L’auteur
de la nature nous a donné le jugement pou governer par voies libres en
lui proposant la belle nature pou l’objet principal de ses études. Il faut
joindre à cela les belles maniéres de ceux qui l’ont noblement exprimée, qui nous peuvent écchaffer et donner de l’imitation à
tendre à perfection. Mais ceusx qui se veulent ainsi borner s’opposent à ce que
toute la nature nous enseigne. Car ceux qui se voit’il un seul homme ressembler
à un autre ? Y a-t-il m~eme des brutes, quoique d’une même espéce, qui se
ressemblent ? Non certes. Pourquoi donc
voulons-nous borner et avilir ce que Dieu nous a départi pou l’élever,
et pour faire dmirer, dans ce qui’il nous fait produire, l’abondance et la
diversité de notre divin auteur, duquel procéde tout ce qui est véritablement
bien, de quelque nature qu’il soit?
Mais afin qu’il ne semble pas que j’aille trop loin sur
cette matiére, et que je condamne trop durement ceux qui pourraient être
engagés dans la imitations, je ne prétens
pas, Messieurs, qu’il ne soit pas permis à un élève de se proposer um
habile homme, dont la manière se trouve conforme à son génie, pour emprunter de
ses lumiéres; au contraire, cela est même très necessaire. Je pretends
seulement dire quíl ne faut pas s’attacher absolument et posetivement à la
manière d’un autre, comme s’il n’y en
avait qu’une seule imitable, ce qui n’arrive jamais qu’à des personnes très peu
éclairées; ou si des personnes qui ont
du génie sont prévenues de ce faux sentiment, ils n’y demeurent que jusqu’à ce
qu’ils aient acquis assez de lumière pour
s’apercevoir que leur génie a assez d’avantage de soi pour être laissé
dans la liberté naturelle. Pour mieux faire comprendre ce que je veux dire, je
rapporterai un peu mots un exemple de ma
proposition, que je vu aux Pays-Bas où la Peinture était, il y a soixante ans,
dans une reputation plus grande qu’en aucun pays de deçà le monts. Rubens a
achevé de lui donner son dernier lustre. Ce grand peintre, que j’admire dans toute l’étendue de l’estime
qu’il mérite, et auquel je ne prétends rien ôter de ceque lui est dû, effaça em
peu de temps dans les esprits tout ce qui s’etait fait jusqu’à son temps. Tous
les élèves de ce pays-lá aspirèrent à l’envi de suivre directement sa manière
et d’en faire une juste copie dans leurs productions, ce qui a changé de face
en même temps toute la peinture de ce pays-lá, est borné la reputation de ceux
qui ont travaillé depuis lui à celle des copistes de Rubens. Ils n’en sont pas
même encore bien revenus à present, et
cette basse imitation émousse encore et ralent toutes forces de leur génie.
Après la lecture de ce discours, il n’y eut personne dans
l’Académie n’en approuvât les sentimentspar des reflexions particulières. On
convint que dans le commencement de toutes les disciplines, un jeune éco9lier,
encore privé des notions dont il abesoin, est obligé de se soumettre aveuglelément aux
instructions et aux méthodes de son maitre; quand il posède bien les principes
et qu’il a fait une étude de l’antique il lui est important de se propser les
ouvrages de Raphaël poula intention du beau naturel et pour la correctino du
dessin, ainsi des ouvrage3s du Titien
pour l’agreable union des couleurs;
ainsi des ouvrages des autres grandas peintres, selon qu’ils ont excellé dans
les talents particliers. Mais après que l’écolier aura fait quelque progrès sur
les belles traces, il doit exciter son industrie naturelle, entreprendre quelque chose delui-même, se soutenier de ses
oropres lumières, tenter avec
hardiesses des chemins particuliers dans un pays où les timides ne feront jamais de découvertes. On ajouta qu’on ne verrait
point tant d’agreables naïvetés dans les ouvrages sortis desécoles d’Italie, si
chaque peintre s’y átait assujetti à imiter la maniére d’un autre: tous
auraient été autant de Bellini et de Giorgione ; tous auraient été autant
de Véronese, Raphaël lui-même serait demeuré des derniers dans la carrière,
s’il s’était pontuellement attaché au
gout de Pierre Pérugin, son maitre. On considéra même les dangers que couraient
les copistes des manières; car comme les vices ont des grand
enchaînements les uns avec les autres, on passe aisément de cette habitude de
copier les manières à la coutume de noter les figures complètes. On dit encore
qu’il serait plus glorieux à un peintre d’être l’auteur d’un médiocre original
que le l’heureux copiste d’un excelent
homme, tant il est vrai que l’imitation
marque une âme rampante ee bornée, et qu’elle est purement la partage
des paresseux. Il ne se faut pas contenter de suivre les autres ; il ne
suffit pas même de les égaler; il faut tâcher d’aller au delá, car
nécessairement celui qui suit est le dernier.
Quinteilien, un des plús excellents rhétoriiciens de
l’antiquté, montre que dans tous les art l’invention est toujours la principale
partie, et il décide la questin contre les imitateurs et les copistes par la
preuves tirés de la peinture même. Que serait-il arrivè, dit-il en quelques
passages disperses, si dans les premiers siècles où l’on n’avait encore reçu
aucun exemple, les hommes eussent cru qu’ils ne devaient rien imaginer ni rien
faire dont ils n’eusent déjá eu la conaissance? Certainement on n’aurait jamais
rien inventé. Pourquoi nous serait-il don fefendu de chercher et de trouver ce
qui n’a pas encore paru devant nous ? où en serions-nous si chacun n’eût
rien fait au-dessus des personnes qui l’ont précédé? Nous n’aurions point de meilleur poète que Livius
Andronicos ; nous serions réduits pour toute l’histoire aux annales des
pontifes, à ne pouvoir naviguer que par le secours des rames, et la peinture
serait bornée à tirer simplement les traits que forment les ombres d’un corps
opposée au soleil. Par cette cette dernière circonstance, il nous faut remonter
à l’origine de la peinture que fut inventée à Sicyone par simples contour des
ombres qu’une tête opposée au soleil format contre une muraille. Mais enfin cet
excelent rhétoricien conceille partou de
ne pas s’atacher à imiter un homme seul. Il suppose ensuite qu’on lui vient demander si en matiére d’éloquence, il
ne suffit pas de parler comme Cicéron. Il repond que ce serait véritablement assez, si on
était certain d’en pouvoir attraper
toutes les beautés; mas quel mal y aurait-il d’y ajouter quelque chose du style vigoureux de Cesar,
quelque chose du caractère véhément de Celius, quelque chose de l’exactitude de
Pollion et enfin quelques idées du jugement de Caton ? Ce qui doit être
appliqué à la peinture en faveur du discours de M. Champaigne et des sentiments
de l’Académie.
[1] - Texto de uma alocução em
inglês pronunciada por Marcel Duchamp, num colóquio organizado em Hofstra em 13
de maio de 1960.
Consta em SANOULLET, Michel. DUCHAMP
DU SIGNE réunis et présentés par.. Paris Flammarrion, 1991, pp. 236-239
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Referências para Círio SIMON
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