ARTE e a POSSE da INFORMAÇÃO MEDIADA.
“Uti possidetis, ita possideatis”,
Núcleo
da tese de ALEXANDRE GUSMÃO para a posse lusitana do Rio Grande do Sul
Fig. 01 – Desde as remotas eras da cultura humana as
manifestações, do hoje de denomina ARTE, foram usadas como sinal humano de posse ou de
simples marcas de seus trânsito pelo local. Os primeiros transeuntes pelo
território do atual Brasil marcaram as rochas com sinais de sua passagem. Nestas
marcas evidenciam os seus interesses e necessidades inclusive poéticas.
Na medida em que o fenômeno da Arte gera, acumula e faz circular
informações cresce o número de
mediadores, atravessadores e falsos tutelares. Falsos tutelares atravessadores
e mediadores que corrompem o próprio poder político[1]
do campo das forças do agir artístico. Corrupção fundada sobre as torrentes
ideológicas, econômicas e técnicas sobre as quais estes mediadores,
atravessadores e falsos tutelares alegam ter o domínio conceitual e prático.
Esta nojenta enxurrada arrasta torrentes
incontroláveis de mediadores e de público desavisado. Mediadores seu
publico que se julga onisciente,
onipotente, eterna e onipresente nos maiores ou menores instrumentos de
divulgação, de produção e nos tribunais das causas estéticas[2].
[1] ESPINOZA, Benedictus. (1632 – 1677). Tratado político. São Paulo: Abril
Cultural (Col. Os pensadores), 1983.
[2] GRAMSCI,
Antônio (1891 – 1937) Os Intelectuais e a Organização da Cultura. São Paulo :
Círculo do Livro, 1980.
Fig. 02 – A apropriação dos meios de mediação
contemporâneos pelo descendente dos primeiros humanos a transitar pelo atual Brasil revalidam os seus suportes
da forme de posse território que um dia
esteve sob o seu inteiro controle para ir e vir. Os primeiros transeuntes continuam a marcar presença por meio de sinais estéticos.
Signos que marcam e evidenciam os seus interesses e necessidades inclusive
poéticas.
O resultado é um descrédito generalizado ou um sorriso complacente dos
artistas quando ouvem, leem ou veem o que falam, escrevem ou produzem estes mediadores,
atravessadores e falsos tutelares. Público que encontra nas obras de arte
concretas algo completamente diferente desta metafísica pseudo mediadora.
Evidente que existem honrosas exceções com aquela de Diderot[1]
cujo objetivo dos seus textos era provocar a ida do observador a ele mesmo
fazer a experiência física da visita da obra de arte. A obra de arte é sempre
primordial neste encontro com um vestígio físico da Arte que está em QUEM produz
e não no QUE produz[2].
Nesta produção é necessário distinguir PESQUISA estética autônoma de ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA.
[1] SALÕES de DENIS
DIDEROT (1713-1784)
____.
Tópicos: dos argumentos sofísticos
(2ª ed.) São Paulo : Abril Cultural. 1983, 197 p.
---------Retórica tradução se
Albero Bernabé Espanha: Alianza
Editorial S.A 1998 – 316 p. ISNB
8420636428, 9788420636429
Fig. 03 – Os lusitanos - movidos pela cobiça e posse fica e simbólica
da nova terra americana. Impondo a ferro e fogo os seus contratos unilaterais
foram empurrando as populações para o interior do vasto continente. Como sinal
de sua posse valeu-se dos pelourinhos físicos e sobre os quais afixava suas
iconografia, leis e aplicava sanções físicas a quemdsafiasse a posse ou
infringisse algumas das suas leis
Quando se trata da identidade da arte que o artista produz num pais
como o Brasil esta mediação é implacável, monstruosa e avassaladora de contingência de reforços[1]
externos `autonomia da Arte. Avassalamento que inicia com a vassalagem
conceitual, técnica e mediática a que
estão submetidos o artista e os seus potenciais apreciadores. Heteronomia
subliminar que possui as suas raízes no colonialismo e na escravidão voluntária[2]
ou física, econômica e social.
[1] SKINNER,
Burrhus Frederico(1904 –1990. Contingências do reforço: uma análise teórica.
São Paulo :
Abril Cultural, 1980, pp.167/394.
-------------. As Utopias. Barcelona : Salvat. Col. Os Grandes Temas. n.37, 1979. 142p.
[2] BOÉTIE, Etienne La
(1530-1563). Discurso da Servidão Voluntária (1549).
Tradução de Laymert G. dos Santos.
Comentários de Claude Lefort e Marilena Chauí. São Paulo : Brasiliense, 1982. 239 p.
Fig. 04 – As atuais nações indígenas valem-se dos
meios políticos do intruso que tomou posse
física território que um dia esteve sob o seu inteiro
controle. Cientes da mediação dos veículos de comunicação não temem em se apropriar dos meios de mediação contemporâneos
pelo descendente dos primeiros habitantes do atual Brasil Na qualidade de
nações mantém a coerência interna pelo seu imaginário de uma posse simbólica e coletiva por meio da tribo e do
seu clã e subsequentes hierarquias . Externamente os rituais, modos de vestir e
ornar o corpo completa esta mediação interna e externa a esta nação
A redenção desta secular heteronomia pode iniciar pela distinção entre
PESQUISA e INFORMAÇÃO. Distinção tão clara em Mario de Andrade[1].
Evidente que conjunto da pesquisa, levada a efeito no Brasil, foi profundamente contaminado pelas noções de NAÇÃO, RAÇA ou de CLIMA físico ou social[2].
Num percurso rápido podemos alinhavar aqueles que de fato produziram noções de
“uti possidetis, ita
possideatis”[3] e que
permaneceram no tempo . Entre tantos pode-se enunciar Alexandre Gusmão para
desenhar o mapa físico do Brasil. Ele foi antecedido por Antônio Vieira. Ambos
filhos do Brasil entenderam os mecanismo da dominação física, mental e
econômica do colonizador europeu. O
Romantismo tardio, apesar de possuir este projeto nacionalista acabou - de fato
- projetando para o interior da cultura brasileira outra forma de heteronomia,
mediação europeia. Romantismo que transformou o indígena brasileiro numa figura
folclórica e de façanhas muito distantes da taba. Façanhas desencadeadas pelas
buscas da era industrial que necessita deste reducionismo conceitual[4].
Os reduz numa tipificação apropriada para o sistema comandada pelo taylorismos das
linhas de montagem de múltiplos culturais onipresentes ao longo do Estado Novo
brasileiro[5].
Múltiplos que culminam no próprio kitsch de “algo que nasce consumido”[6].
Montanhas e ondas de produtos kitsch anularam e poluíram todo esforço de
“exportação da poesia brasileira”
Nunca como antes o reducionismo para conceitos lineares e unívocos da
arte impediram a autêntica pesquisa estética[7].
[1] ANDRADE, Mário(1893-1945).. O movimento
modernista. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1942, 81 p..
--------- Curso de Filosofia e
História da Arte. São Paulo: Centro de Estudos Folclóricos,1955.119 f.
[2] SIMMEL, Georg Sociología
y estudios sobre las formas de socialización. Madrid : Alianza. 1986, 817.
2v
[3] UTI POSSEDETIS ou uti possidetis,
ita possideatis, http://pt.wikipedia.org/wiki/Uti_possidetis ALEXANDRE
GUSMÃO irmão de
BARTOLOMEU
GUSMÃO o padre voador http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_de_Gusm%C3%A3o
[4] ARENDT, Hannah (1906-1975). Condition de l’homme moderne. Londres :
Calmann-Lévy, 1983. Em Português: A Condição
humana – The human condition (2ªed) Rio de Janeiro: Forense
Universitária 1983, 338 p
[5] GOMES, Ângela de Castro.(org) Capanema: o Ministro e seu ministério.
Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2000. 269 .
NASCE CONSUMISTA http://criancaeconsumo.org.br/consumismo-infantil/
[7] FREUD, Sigmund.(1858-1939).O mal estar na civilização (1930). Rio
de Janeiro : Imago, 1974. pp. 66-150.
(Edição standard brasileira de obras psicológicas completas de Sigmund
Freud, v.13)
Plumária indígena brasileira exposta na Bienal de
SP em 1983
Fig. 05 – A ARTE dos mais antigos habitantes do
Brasil é coerente com a sua existência. Como
nômades em permanentes deslocamentos continuados ou cíclicos a arte plumária
possui função como sinal de hierarquia na nação, clã ou tribo. . Arte
plumária e confeccionada e portada como
continuidade da tatuagem do corpo. Esta tatuagem - além da função estética - busca o mimetismo com o animal do qual herdam
o nome e cobre seus corpos cotra as irradiações do Sol.,
A memória dos primeiros habitantes do atual território do Brasil foi
mediada pelas mais variadas ideologias. Ideologias carregadas de espanto e
estranheza dos primeiros europeus, passando pelas teorias da Contra-Reforma e
dos jesuítas. O Iluminismo viu no indígena a redenção do homem decaído europeu
pelo bom selvagem[1]
do novo continente. O romantismo produziu mitos fundantes de um nacionalismo na
qual este índio brasileiro virou tema de novelas, óperas e pinturas que não
tinham nada a ver com as tribos, toldos e hordas de migrantes que queriam
distância do “civilizado”.
Fig. 06 – O pelourinho lusitano era sinal físico da posse
lusitana. O conquistador valeu-se dos pelourinhos físicos e sobre os quais
afixava sua iconografia, suas leis e aplicavam sanções físicas a quem
ignorasse, desafiasse a posse o
poder português ou infringisse algumas
das suas leis. A derrubada e o desmantelamento dos pelourinhos lusitanos
ocorreram como ato contínuo da proclamação da soberania brasileira[1].
O de Alcântara, no Maranhão, foi recuperado do entulho e colocado no seu
primitivo lugar graças a uma testemunha qu tinha visto esta ação, Salvador
preservou apenas o nome da praça na qual ficava este odiado sinal físico da
posse portuguesa.
Ao considerar o fator “POSSE da TERRA” - desenvolvido pelos primeiros
habitantes do atual território do Brasil ao longo das suas milenares migrações
– percebem-se claras distinções não só em relação aos europeus como aqueles
povos que disputaram a posse das terras nos vales da cordilheira dos Antes ou
no final das suas migrações da América do Norte para o Sul.
A criatura humana se moveu e que atravessou as enormes e férteis
terras e águas do atual Brasil produziu uma arte típica do homem nômade. Toda a
sua criatividade estava voltada para o seu próprio corpo e para objetos manuais
que podia transportar facilmente.
[1] Derrubada dos Pelourinhos http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2011/10/nao-foi-no-grito-018.html
Fig. 07 – O gigantesco investimento dos colonizadores
em cercar as fronteiras marítimas e terrestres do Brasil com fortes e
fortalezas e guarnições permanentes é um índice dos lucros que os lusitanos
arrancaram de sua posse americana[1].
Índice material do investimento na mediação e em amostras do sentido que o atual
território do atual Brasil evidencia os
seus interesses e necessidades de Portugal metropolino esperava como retorno. O
fluxo unilateral do pau-brasil, do açúcar e dos produtos das minas enriqueceu
lusitanos, espertos negociantes e
banqueiros europeus
O europeu migrou ao atual
território do Brasil movido por alguma necessidade, sobra social e econômica humana.
Ia com a cabeça feita por longas e milenares ideologias repetidas oralmente.
Mantido durante trezentos anos num colonialismo monocrático e centralizado na
metrópole não tinha acesso[2]
a qualquer outra cultura além daquela do dominador e filtrada pelo Santo Ofício
e Inquisição[3].
A mediação só podia ser realizada por eventos carnavalizados e regulamentados
por uma moral que não contestasse o poder estatal e eclesiástico. A Arte,
praticada ao longo do período colonial brasileiro, voltou-se para espetaculares
sessões carnavalizadas culminando em fogueiras da inquisição, flagelação e
enforcamentos exemplares. As manifestações de arte e a criação eram vedados na
vida privada. A alternativa era a contribuição induzida pelo poder colonial para
manifestações de Arte coletiva, controlada e orientada para o viés do Barroco
como instrumento da Contra Reforma e do poder metropolitano[4].
[1] - O BRASIL e o MILITARISMO e as
INSTITUIÇÕES POLÍTICAS. http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2014/07/099-nao-foi-no-grito.html
[3] CHOMSKY Noam Os caminhos do poder: reflexões sobre a natureza humana e a ordem
social. Porto Alegre : ARTMED 1998, 255 p
[4] HOBBES,
Thomas (1588-1679).Leviatã ou Matéria,
Forma e Poder de um Estado Eclesiástico ou Civil. Col. Os Pensadores. 3ed.
São Paulo : Abril Cultural, 1983. 420p.
MACHIAVELLI Nicolo (1469-1527) O Príncipe São Paulo: Martin Claret 2003, 189 p. ISBN
8572322671
Wilson TIBÉRIO (1923-2005) - Cena de Candomblé - Grafite e aquarela
Fig. 08 – O afro-brasileiro foi reduzido aos seus
gestos e sons do seu próprio corpo. Neste
condicionamento servil soube evidenciar
o seu mundo imaterial, material e a necessidade de pertencimento.
Privado da liberdade
mais elementar, sem a mínima condição de deliberar pela sua Inteligência e
decidir por sua vontade e cultivar seus sentimentos próprios o banzo e a
saudade de terra de origem encontrava nas manifestações de sua Arte ludibriar o
seu dominador colonial
As diversificadas e tradicionais culturas africanas foram “despejadas
no solo brasileiro” pelos navios negreiros. com o objetivo de romper com suas
tradições tribais e dos seus clã estes passageiros forçados foram disseminados
espertamente na vastidão continental do Novo Mundo. Como cativos foi lhes
impedido de deliberar e decidir sobre o seu corpo e qualquer pertence físico. Culturas
africanas que resistiram à escravidão pelo ritmo codificado do corpo e pelo som
que produzia com este corpo e com som de qualquer objeto que lhe caísse nas
mãos[1].
O seu número e a sua rápida propagação colocaram em cheque a autoridade
ultramarina europeia. Esta reagiu com mais violência, fechamento absoluto ao
olhar estrangeiro e intensificação da exploração do trabalho servil.
Adrien TAUNAY (1803-1828) - buritis
Fig. 09 – O colonizador lusitano estabeleceu a estratégia
de se fixar a beira mar e na segurança e defesa dos fortes ao redor dos quais
criou os seus núcleos urbanos. Protegido por esa tripla segurança iniciou a
conquistas das terras onde estabeleceu precárias culturas. Culturas
agrícolas que sei inspiravam na coivara
indígena que era abandonada no ano seguinte. Após a Abertura dos Portos, em
1808, diversas missões cientificas europeias se aprofundaram no território do
atual Brasil. Uma delas foi uma missão (1825-1829) do império russo - comandada por Langdsdorff -
a qual se engajou o jovem artista Taunay que morreu ao longo de uma destas
travessias. Adrien Taunay era filho de um membro da Missão Artística Francesa[1]
que aportou no Brasil em 1816.
As potenciais mediações realizadas pelo Regime Imperial brasileiro
foram informadas e formatadas internamente pelo lastro das mediações indígenas
somadas com as fortes e dominadoras mediações coloniais e dominação, segregação
e exploração do trabalho de afro-brasileiros. Mediações unilaterais que passavam
distantes de qualquer autêntico contrato social[2]
que discute perdas e ganhos antes,
durante e após qualquer ação coletiva.
[1] A ACADEMIA
de ARTE e a SENZALA http://profciriosimon.blogspot.com.br/2015/03/estudos-de-arte-011.html
[2] ROUSSEAU,
Jean Jacques (1712 -1778). Do
Contrato Social. São Paulo :
Abril Cultural. Col. Os Pensadores, 1979. 192p.
Manuel ARAÚJO PORTO-ALEGRE -
(1809 – 1879) - Bandeira do Divino
Fig. 10 – A permanência das manifestações culturais e
religiosas provenientes dos arcanos da cultura do Brasil Colonial se mantém até
o presente. O artista Manuel Araújo Porto-alegre fornece uma imagem destas
manifestações coletivas de ARTE em
meados do período imperial. Manifestações que mediam as demonstrações do
poder interno do grupo e a hierarquia social e evidenciam os seus interesses e
necessidades imateriais inclusive poéticas.
As potenciais mediações realizadas pelo Regime Imperial brasileiro
foram informadas e formatadas externamente pela nova era industrial. O território da nova nação “soberana” um
campo de forças e energias favoráveis para o mercado do produto das máquinas
das nações hegemônicas no século XIX. Regime
Imperial brasileiro facilitou ao máximo
possível a colonização para estes produtos e gente. Cada cultura de um pais -
na fase de industrialização - não só disputou palmo a palmo este quintal[1]
- com enviou migrantes como suas sobras de mão de obra agrícola obsoleta mas
com a secreta esperança de uma colônia no interior de outra colônia maior. Para
estes países exportadores dos “migrantes voluntários” e de mão de obra que - além de carga pesada
para as suas novas leis sociais[2]
- era resistente á logica e mediação da era industrial aferrada aos traços
persistentes do feudalismo agrícola medieval europeu.
[1] CHOMSKY Noam Os caminhos do poder: reflexões sobre a natureza humana e a ordem
social. Porto Alegre : ARTMED 1998, 255 p
[2] COMTE,
Isodore Auguste Marie François Xavier (1789-1857). Opúsculos
de Filosofia Social. Trad. Ivan
Martins. Porto Alegre : Globo. São Paulo : USP, 1972. 230p.
Pedro AMÉRICO de Figueiredo e Mello
1843-1905 Paz e Concórdia 1895
Fig. 11 – A profunda necessidade de demonstrar,
materializar e mediar os sonhos da nascente republica brasileira fez com que o
pintor e cnstitinte republicano, pela Paraíba,
pintasse um esboço e depois o quadro definitivo (1895) denominado “PAZ e
CONCÓRDIA”. Sete anos antes este mesmo artista pintou o Grito do Ipiranga e que
a di0plomacia brasileira imperial fizera percorrer a Europa Assim coube ao
mesmo artista exaltar o início do período imperial e a seguir encontrar uma imagem que mediasse e
cobrisse o luto pelo imperador deposto e
fornecer um orojeto que poderia ser usado par encobrir os violentos de
1893 e depois a fidelidade de Antônio Conselheiro ao regime imperial e violenta
e mortalmente reprimido palas aramas da República
As potenciais mediações realizadas pelo
Regime Republicano brasileiro renderam-se inteiramente ao triunfo e da era
industrial europeia e a capitulação de solidas culturas tradicionais como foi o
caso do Japão em 19 de novembro de 1867[1].
As mediações industriais, econômicas e sociais foram estreitadas pelo taylorismo
e fordismo com linguagens cada vez mais unívocas e lineares[2].
O sistema industrial reduziu as mediações a uma única entrada, um
desenvolvimento que descarta todo que não lhe interessa e uma saída de produtos
prontos para o mercado e já consumidos em cultura alheia.
[1] Abertura
do Japão ao Ocidente http://www.infopedia.pt/$a-abertura-do-japao-a-conquista-do-pacifico
[2] TAYLOR , Frederick Winslow
(1856-1915). Princípios de administração científica. 7ª.
ed. São Paulo : Atlas, 1980, 134 p.
Pavilhão de exposições - Rio de Janeiro 1908
Fig. 12 – O
triunfo e o apogeu da 1ª era industrial mundial fou marcada e mediada por uma
série de feiras mundiais onde se perfilavam e desafiam as nações que tinham
acumulado fortuna e êxitos. As manifestações de ARTE forneceram meios,
motivos e técnicas que foram ousadas para mediar esta ostentação industrial. O
Rio de Janeiro foi sede de algumas estas manifestações. Para tanto reformulou o
seu urbanismo. . Os motivos destas feiras industriais foram transferidas para o
campo das artes plásricas nas quais os diversos SALÔES ACADÊMICOS BIENAIS,
foram sendo reduzidos gradativamente aos termo “BIENAL”
O mercado de arte não resistiu à tentação das normas deste sistema.
Submeteu a Arte a entradas cada vez mais unívocas e lineares Rejeitou qualquer
temerário que discordasse desta estreiteza. Na saída dos seus elaborou listas de “gênios” de “estilos” e
“cânones” de tendências estéticas aceitáveis como “arte”. Sistema industrial que gerou profetas e
sacerdotes auto legitimados ou pela mediação de instituições[1].
Instituições que se renderam, em grande parte, ao sistema industrial da
“profissionalização” convertendo-se em
pseudo eruditas ou singelos carimbadores de diplomas.
[1] GAUER, Ruth Maria Chittó. A construção do Estado-nação no Brasil: a contribuição dos egressos de
Coimbra . Curitiba : Juruá. 2001. 336 p
Artur BISPO do ROSÁRIO (1909-1989) - foto
Fig. 13 – A permanência e o culto da memória dos
esplendores físicos, conceituais e rituais, do período colonial, emergem no
inconsciente coletivo e individual e se materializam em eventos, em objetos e
em textos Apesar de sua anacronia
não podem ser ignorados ou pio recalcados de retorno a esta inconsciente
coletivo e individual. O sábio trabalho da psiquiatra Nisia Silveira oportunizou esta emergência no
paciente Bispo do Rosário. Uma mediadora das manifestações de Arte em todas as
condições humanas que mercê respeito, estudo e divulgação. Distante do mercado,
da propaganda e do marketing conduziu uma existência humana a fazer as pazes
consigo mesmo.
As atuais narrativas e mediações - que se querem HISTÓRIA[1]
– são facilitadas pela informática. Esta multiplica ao infinito a logística para
registrar, apreciar, estudar e multiplica cópias de DOCUMENTOS de forma nunca
vista antes.
Esta mediação numérica digital está seriamente comprometida no Brasil
por ser mero usuário, dependente licenças e de matrizes formais de informática
cuja propriedade esta fora do seu território físico, econômico e cultural. Sem
recursos espaciais é esquadrinhado a cada momento e consome produtos sobre os
quais não possui domínio jurídico, técnico e cultural. Em outros termos chegam
e impõe seu poder[2]
ao brasileiro como produtos já consumidos por outras culturas.
[2] FAORO, Raymundo (1928-2003). Os donos do poder: formação do
patronato político brasileiro. Porto Alegre – São Paulo : Globo e USP,
1975. 2v.
Rubem GRILLO 1946 - Gula 1984
Fig. 14 – O ecletismo da ‘devoração’ das culturas
alheias – empurradas pelas culturas hegemônicas
goela abaixo do brasileiro -
encontrou expressão nas gravuras de Rubem Grillo. Produção gráfica
focada no regime militar (1964-1979) percebeu esta complacência da tirania em
relação a tudo aquilo que não atingisse diretamente o PODER CENTRAL hegemônico
e discricionário. As manifestações de arte, as suas mediações estapafúrdias e o seu mercado eram
toleradas inclusive subsidiadas para seu esvaziamento e oportunizar as suas
contradições e afastamento do poder político.
A situação de heteronomia jurídica, técnica e cultural brasileira é
redutora e não favorece nem mesmo ao contraditório e muito menos a soma com
outras culturas hegemônicas. A ‘exportação da poesia brasileira”[1]
é mera curiosidade de “feira internacional” inaugurado pela era industrial e
tornado permanente pela informática e corrida espacial de povos hegemônicos e
que possuem e cultivam profundos pactos
sociais, políticos e econômicos.
Cildo MEIRELLES – Missões - 1985
Fig. 15 – O significado da instalação de Cildo
Meireles - inspirada nas Missões jesuíticas - pode ser ampliada para muitos
outros aspectos das mediações europeias nas três Américas. A ARTE
foi usada como sinal de posse e para
escamotear o feroz regime colonial. Autores e mediadores anglos saxões
buscam s ignorar ou então condenar severamente todas as manifestações do que se
pretende como ARTE COLONIAL BRASILEIRA>
Uma das criticas que cabem ao presente texto é que ele acumula ainda mais informações do
fenômeno da Arte e das suas diversas formas da circulação de sua mediação.
Permanece o desafio ao leitor desta postagem verificar na bibliografia fundante
do presente texto se estes poucos autores referenciados também podem serem
incluídos entre os falsos tutelares,
atravessadores interesseiros e mediadores ineptos do fenômeno da Arte.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS MEDIADORES do PRESENTE TEXTO
ANDRADE, Mário (1893-1945).. O movimento modernista. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do
Brasil, 1942, 81 p..
--------- Curso
de Filosofia e História da Arte. São Paulo: Centro de Estudos
Folclóricos,1955.119 f.
ARENDT,
Hannah (1906-1975). Condition de l’homme
moderne. Londres :
Calmann-Lévy, 1983. Em Português: A Condição
humana – The human condition (2ªed) Rio de Janeiro: Forense
Universitária 1983, 338 p
ARISTÓTELES (384-322). Ética a Nicômano. São Paulo: Abril
Cultural1973. 329p.
____. Tópicos: dos argumentos sofísticos (2ª ed.) São Paulo :
Abril Cultural. 1983, 197 p.
---------Retórica tradução se Albero Bernabé
Espanha: Alianza Editorial S.A 1998 –
316 p.
ISNB 8420636428, 9788420636429
BLOCH, Marc (1886-1944). Introdução à
História. (3ª ed).Lisboa :Europa- América
1976 179 p.
BOÉTIE, Etienne La (1530-1563). Discurso da Servidão Voluntária (1549). Tradução de Laymert G. dos Santos. Comentários de Claude Lefort e Marilena
Chauí. São Paulo : Brasiliense, 1982.
239p
CHOMSKY Noam Os
caminhos do poder: reflexões sobre a natureza humana e a ordem social.
Porto Alegre : ARTMED 1998, 255 p
COMTE, Isodore Auguste Marie François Xavier
(1789-1857). Opúsculos de Filosofia Social.
Trad. Ivan Martins. Porto Alegre : Globo. São Paulo : USP, 1972. 230p.
ESPINOZA, Benedictus. (1632
– 1677). Tratado político. São Paulo:
Abril Cultural (Col. Os pensadores), 1983.
FAORO, Raymundo (1928-2003). Os donos
do poder: formação do patronato político brasileiro. Porto Alegre – São
Paulo : Globo e USP, 1975. 2v.
FOUCAULT, Michel(1926-1984). Microfísica do poder. Rio de
Janeiro : Graal, 1995. 295
FREUD, Sigmund.(1858-1939).O mal estar na civilização (1930). Rio de Janeiro : Imago, 1974.
pp. 66-150. (Edição standard brasileira
de obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v.13)
GAUER, Ruth Maria Chittó. A construção do Estado-nação no Brasil: a contribuição dos egressos de
Coimbra . Curitiba : Juruá. 2001. 336 p
GOMES, Ângela
de Castro.(org) Capanema: o Ministro e seu ministério.
Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2000. 269 .
GRAMSCI, Antônio (1891 – 1937) Os
Intelectuais e a Organização da Cultura.
São Paulo : Círculo do Livro, 1980.
HOBBES, Thomas
(1588-1679).Leviatã ou Matéria, Forma e
Poder de um Estado Eclesiástico ou Civil.
Col. Os Pensadores. 3ed. São Paulo : Abril Cultural, 1983. 420p.
MACHIAVELLI Nicolo (1469-1527) O Príncipe
São Paulo: Martin Claret 2003, 189 p. ISBN 8572322671
ROUSSEAU, Jean Jacques
(1712 -1778). Do Contrato Social. São Paulo : Abril Cultural. Col. Os
Pensadores, 1979. 192p.
SIMMEL, Georg Sociología y estudios sobre las formas de
socialización. Madrid : Alianza. 1986, 817.
2v
SKINNER, Burrhus Frederico(1904 –1990. Contingências do reforço: uma análise
teórica. São Paulo :
Abril Cultural, 1980, pp.167/394.
-------------.
As Utopias. Barcelona : Salvat.
Col. Os Grandes Temas. n.37, 1979. 142p.
TAYLOR, Frederick Winslow (1856-1915). Princípios de administração científica. 7. ed. São Paulo : Atlas, 1980, 134 p.
FONTES NUMÈRICAS DIGITAIS
ACADEMIA de ARTE e a SENZALA
ANGOLA: etnografia 1934 na ótica do colonizador
lusitano e francês
DERRUBADA
dos PELOURINHOS
KITSCH
NASCE CONSUMISTA
MILITARISMO BRASILEIRO
POESIA BRASILEIRA de EXPORTAÇÃO de Oswald de Andrade
SALÕES de DENIS DIDEROT (1713-1784)
ROUSSEAU
Jean Jaques – EMÍLIO, ou DA EDUCAÇÂO
1762
ALEXANDRE GUSMÃO irmão de BARTOLOMEU GUSMÃO o padre voador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_de_Gusm%C3%A3o
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divulgado em língua nacional brasileira e respeita a formação histórica deste
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Referências para Círio SIMON
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