Uma GERAÇÃO de ARTISTAS SUL-RIO-GRANDENSES no
MEIO DIA das EXPRESSÕES de sua AUTONOMIA.
Uma nova geração de artistas visuais está povoando, produzindo e se
reproduzindo no campo de forças simbólicas do estado do Rio Grande do Sul. Esta geração, no esplendor do seu meio dia criativo, simplesmente afirma “este
é o meu TEMPO e LUGAR”. Esta nova geração de artistas visuais repete este
refrão para si mesma e para todos aqueles que quiserem VER e a ESCUTAR. Este
blog não pode estudar esta massa crítica artística, nomear
e mostrar todo este pequeno contingente que produz ARTE, a distribui e simplesmente É artista. Faltam-lhe documentos sistematizados e arquivos com profissionais especializados e que gostam do que fazem. Estes poucos artistas aceitaram o gigantesco desafio
de conferir sentido visual á toda a região geográfica e cultural da qual
emergem, atuam e produzem a sua obra. Diante destes poucos - enfrentando esta
imensa tarefa - cabe repetir Fernando Corona (1977 p. 166) “Nunca tantos deverão ficar ignorantes de tão poucos”.
Fig. 01 A obra de Claudia SPERB é uma resposta e uma continuidade entre a ação da artista e a natureza
das encostas da Serra o Mar. Ela concebeu e implantou a sua obra a cavaleiro
das nuclearizações urbanas que se desenvolvem na Depressão Central do Rio Grande
do Sul. Ela marca o seu lugar no mundo por meio do uso do mosaico e dos
vegetais. Compõe um cenário proporcional
ao humano por meio das plataformas elevadas. Com elas dialoga com os declives
do terreno. .
O saber, a vontade e a sensibilidade de Cláudia SPERB estão firmemente ancorados firma
num projeto que descobriu na FEEVALE as tesselas dos mosaicos bizantinos. Sob
os desafios do projeto “do aipim ao computador”
do saudoso mestre Sarlet que os brilhantes e coloridos pixels remetiam a mundo
dos mosaicos. Cláudia depois de peregrinar pela Índia voltou aos seu mundo e o
transfigurou em arte e vida.
Fig. 02 A interação com a
vegetação da subida da Serra do Mar confere para a obra de Claudia SPERB uma resposta e uma continuidade entre a NATUREZA, a OBRA FÍSICA
da ARTISTA e as sua CONCEPÇÔES MENTAIS. Este
conjunto é comandado por um PROJET que gera harmonia, proporção e recompõem
um outro todo no qual todos dialogam e acolhem os seus observadores
Não é possível silenciar e simplesmente fazer o que certas
instituições que deveriam estudar, promover, sustentar e adquirir as suas
obras. Pior ainda quando estas tarefas são executadas com soberba, interesses escusos,
desleixo e falta de um projeto.
Todos os dez artistas - aqui selecionados – possui um projeto e uma
obra coerente com esta sua escolha. O seu projeto e escolha não podem contar
com o conforto ou a esperança de um sistema regional consolidado de artes visuais.
Estes artistas sul-rio-grandenses
transformaram este obstáculo numa salutar afirmação de autonomia. Afirmam o seu projeto distante dos centros
culturais mais ativos, consagrados e consistentes. Não se submetem a “MANEIRAS”
nos quais o artista se percebe plagiando a si mesmo. A sua obra é coerente com
o seu projeto de autonomia inclusive para receber contratos para obras públicas
e particulares. Sabem que o colecionador de arte também possui muitas vantagens
na aquisição de obras de qualidade antes de sua consagração. Uma delas é
encontrar obras que se alimentaram e respiram o clima e as condições nas quais
foram concebidas e produzidas. Estes artistas sul-rio-grandenses enfrentam este
projeto definido e o destinam primordialmente como expressão do seu ENTE e do
seu próprio espaço. Diante desta disposição nos é permito falar Projetam, criam
e elaboram os produtos simbólicos ao modo dos alimentos orgânicos, com ‘terroir’ específico.
Fig. 03 A obra de Claudia STERN gera uma identidade visual própria que a destaca da Natureza pela clareza
e objetividade dos materiais técnicas que ela seleciona e usa na sua obra. Escolhas
e depurações comandadas pelo projeto da artista que a aproxima das tendências
do minimalismo e da hard-edge.
As delicadas intervenções das esculturas de Claudia STERN remetem para um universo criativo
que percebe, estuda e seleciona materiais, técnicas e formas plásticas oportunas
e proporcionais ao meio urbano no qual toma sentido pleno e coerente. Isto ela já experimentou e provou em 75 esculturas públicas.
Fig. 04 A relação entre a
luz, a sombra, as formas plásticas, o espaço urbano e da circulação rápida do
observador foram equacionadas na obra de Claudia
STERN A municipalidade desta comunidade flutuante de veranistas
do litoral sul-rio-grandense da provas o seu projeto civilizatório compensador
em propiciar espaço, oportunidade desta representante da geração dos artistas
visuais do Rio Grande do Sul que estão chegando ao meio dia da maturidade de
seus projetos criativos.
De um lado é necessário afirmar que nenhum destes artistas
sul-rio-grandenses representa ou sintetiza toda a sua geração e nem busca ser o
típico artista local. No oposto este conjunto é índice daquilo que é possível, nas
artes visuais, no Rio Grande do Sul e no
seu Tempo. Na presente postagem escolheram-se aleatoriamente 5 mulheres 5
homens. O que importa é que toda esta geração leva a sério sua pesquisa estética
pessoal e local ao mesmo tempo em que atualiza a sua inteligência estética na
rede mundial e não se furta a um precioso diálogo com a contemporaneidade mundial.
Porém nenhum deles se plagia si mesmo ou segue uma “MANEIRA” pessoal e que era
o terror de um Edgar Degas. A obra deles
não poder ser reduzida a uma noticia ou alguma imagem. A obra de todos eles
merece ainda muita atenção, constituição de textos e de extensas narrativas e
não só figurar numa peça num museu. Todos eles teriam material para uma
fundação de sua obra ou um museu próprio. Porém aera numérica digital permite
este material para uma circulação, conhecimento e uma sistematização posterior.
Para nossa sorte há notícias, sites e páginas próprias de cada representação
dos nomes da geração aqui apontada.
Fig. 05 A obra de Eduardo
VIEIRA da CUNHA trabalha a sua temática com o verismo do seu desenho para
revelar camadas arqueológicas da memória do seu autor. Porém esta tensão entre
realidade esonho não deixa indiferente o olhar e o repertório do seu
observador. Artista e observador
que se identificam entre si diante deste projeto criativo singular da era pós-industrial e da
virtualidade
As oceânicas produções de Eduardo
VIEIRA da CUNHA testemunham um universo
autobiográfico. As suas produções estão povoadas de uma poética que conjuga desenho e pintura sem renegar o fotógrafo
Fig. 06 O espaço poético
da memória de Eduardo VIEIRA da CUNHA informa e dirige as cores, o desenho e a
temática de suas obras. Obras visuais competente para prender o olhar do
seu mais exigente observador colocado frente a uma geração dos
artistas visuais do Rio grande do Sul que está chegando ao meio dia da
maturidade de seu projeto criativo.
Todos eles são competentes para praticar, consigo mesmo, a arte da
ruptura estética e epistêmica. Cada obra é a continuidade do seu projeto como
expressão do seu ENTE, mas, contraditoriamente, também é algo novo e único. Esta
geração está fazendo a passagem entre a ERA do MÙLTIPLO NUMERADO e INDUSTRIAL para
o ESPAÇO PÓS_INDUSTRIAL do MÚLTIPLO NUMÈRICO-VIRTUAL e disponível 24 horas do
dia na REDE MUNDIAL A maioria possui site e circula desenvolto no face book. É
uma forma de autonomia em relação à SELECIONAR e IMPORTAR POESIA de ideias e
tendências estéticas que lhes interessam sem os filtros mediáticos de
atravessadores. Ao mesmo tempo os meios NUMÉRICO-VIRTUAIS constituem ferramentas
para “EXPORTAR POESIA” de Oswald de Andrade e da sua produção, divulgação e
reprodução on-line.
Fig. 07 As obras de Hélio
FERVENZA seguem uma lógica e uma coerência com a sua formação teórica erudita,
as suas experiências espaciais e de fina e apurada Semiótica. Nas suas obras busca
o “o que foi omitido”, os “silêncios” as representando em formas e em espaços
vazios.
As pesquisas de Hélio FERVENZA remetem ao mundo daquilo que “NÃO PODE SER DITO” na concepção de Wittgenstein. Porém o artista
visual sabe o que fazer com este silêncio e ausências sentidas e reveladoras.
No meio do caos, barulhos insuportáveis a sua obra obriga a “epoqué” um suspensão de juízo.
Assim remete para um problema universal e cada vez mais presente e desafiador.
Fig. 08 Hélio FERVENZA pertence a uma geração dos
artistas visuais do Rio Grande do Sul que
abdicaram de um mercado de arte parasse dedicar e corpo e alma ao seu projeto
criativo. Pagam evidente preço por esta autonomia. Impossível pensar a obra
de FERVENZA na obra, no pensamento e nos gestos de Marcel DUCHAMP. Porém é
outro o TEMPO, o LUGAR e o POVO. Hélio administra esta diferença com maestria,
conhecimento e sensibilidade.
Como o objetivo desta postagem é apenas chamar atenção sobre esta
geração, não se entrará em qualquer biografia individual. Para que circula pelo
campo das artes visuais sul-rio-grandenses conhece e sabe deque poderia ser
realizada qualquer outra escolha dos representas e que isto não alterar o potencial deste
campo estético.
Um dado relevante é que este grupo é constituído de pessoas nascidas,
educadas e que trabalham primordialmente no âmbito do território do Rio Grande
do Sul. Outro é que a sua formação educacional decorre do processo
ensino-aprendizagem - em nível superior
de artes - que se iniciou no estado, em 1908, com a origem do Instituto Livre
de Belas Artes do Rio Grande do Sul.
Fig. 09 Ho MONTEIRO
atualiza a sua inteligência, vontade artística na sensibilidade na cultura
veneziana que faz a ponte entre a cultura oriental e a ocidental e entre o seu
passado glorioso e realizações das esplêndidas das suas bienais contemporâneas nas quais esteve expondo Hélio FERVENZA.
Ho MONTEIRO retoma o que é mais divulgado e
redundante na cultura italiana. Mergulha de cabeça e alma no mundo estético e cultural que Miguel Ângelo
apontava para Francisco de Holanda
(1955,p.22) a Itália como “a
província que é mãe e conservadora de todas as ciências e disciplinas, entre
tantas relíquias dos vossos antigos que em nenhuma outra parte se acham”. Ho MONTEIRO atualiza estas mesmas ciências, disciplinas e relíquias as
transporta deste lado do oceano. a sua
inteligência e sensibilidade e o tranforma em pesquisa estética
Fig. 10 Certamente a geração
de Ho MONTEIRO está longe de se incomodar e mudar o seu projeto pessoal devido
ao patrulhamento estético, ideológico e técnico. Patrulhamentos sofridos pela
geração anterior dos artistas visuais do Rio Grande do Sul. Patrulhamento
alimentado por severas hegemonias de certas culturas que se diziam e provavam
serem “adiantadas e de vanguarda”. Patrulhamento garantido por um denso
bombardeio de informações provenientes destas mesmas culturas. Assim a nova geração dos artistas visuais do
Rio grande do Sul que está chegando ao meio dia da maturidade de seu projeto
criativo presta atenção e realiza homenagens a um dos monumentos equestres que
já figurou em Bizâncio, no Circo Máximo de Roma e coerente com acultura do
cavalo do Pampa
Não se trata do mote de SUBSTITUIR O ARTISTA ESTRANGEIRO PELO
NACIONAL. Trata-se simplesmente de levar adiante o PROJETO CIVILIZATÓRIO
COMPENSADOR no Rio Grande do Sul. Também não se TRATA DO PERSONALISMO DE UM
GÊNIO SINGULAR. Os cargos necessários
para dar vida e reproduzir este PROJETO CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR estão
carregados das energias, das forças e das expectativas estéticas. Estas forças
e energias contagiam e recebem formas estéticas na ação e pessoas que possuem o
projeto de fornecer por meio de suas obras uma resposta adequada e coerente.
Como não se tem certeza e nem uma visão unívoca e linear deste pacto social,
político e cultural nacional e regional a resposta e as obras destes mesmos
artistas não pode ser unívoca e linear como numa civilização que atinge o seu
apogeu e coerência interna e externa. Num PROJETO CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR
existem forças e energias independentes do conhecimento, da vontade e do
sentimento de um determinado artista. Na medida em que uma comunidade de
criadores aceita, trabalha e consegue dar forma em sua obras a estas forças e
energias recebe respostas que lhe vão fornecendo estímulos para continuar,
corrigir e Porém não se trata de um
simples espelhamento ou mimetismo ao ambiente cultural. A obra do arte sempre
esteve na vanguarda de uma civilização. Como tal ela aponta para vazios, erros
do passado e para novos campos intelectuais, de trabalho e de sentimentos a
cultivar.
Fig. 11 A pesquisa
estética de Jorge Hermann demonstra o seu domínio gráfico nomanejo das linhas e
sua busca de luz e sombra reduzida ao branco e preto. Esta habilidade adquirida
comandou aexperimentação visual figurativa do autor. Longe de se dobrar a
reagir apenas no sentido mimético, Jorge permaneceu fiel à superfície, ao traço
sobre a superfície e que demonstra nas suas apropriações visuais, em preto e
branco, das suas CONFLUÊNCIAS na Praça da Redenção de Porto Alegre.
Como formando do iA-UFRGS Jorge
HERMANN já cumpriu o seu dever e compromisso com a herança acadêmica ao pedir passagem ao Barão
de Santo Ângelo (Manuel Araújo Porto-alegre) para seguir o seu caminho autônomo. A sua exposição de formatura “Dá Licença,
Barão!”
encerrava uma etapa de sua heteronomia contratualmente aceita e cumprida
até o último requisito. A sua arte, sua vontade e sua sensibilidade peculiar
sobreviveram aos ao vazio do terceiro semestre do seu pertencimento
institucional. Firmou-se numa obra polimorfa e em plena expansão.
Fig. 12 Jorge Hermann especulou
visualmente em relação às remotas paisagens do Rio Grande do Sul em eras anteriores à vida de animais
terrestres. Trabalhou partir dos
vestígios fossilizados de plantas e dos sedimentos do carvão de pedra presentes
o subsolo do estado. A interação entre as motivações da Arte e as hipóteses
da Ciência constitui campos de acertos, de erros e de correções continuadas fecundas
para ambos na medida em que cada uma é
capaz de manter os seus limites e suas competências
Um PROJETO CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR da complexidade e da grandeza
atual necessita de pessoas altamente especializadas e que dediquem a sua
existência para estas especialidades profissionais e que nenhum amador ou temerário
pode assumir sem esta dedicação integral. Assim o artista atual necessita optar
cedo por esta dedicação integral como o necessitam fazer o operário
especializado, o empresário e empreendedor.
Fig. 13 A obra “CORPO SANTO” de Karin LAMBRECHT é uma
espécie de épura espacial deago que ela esconde uma comunicação unívoca, linear
e discursiva. As conotações assumem a dimensão de algo que do qual ela
necessita guardar segredo e manter distância de uma banalização naturalista.
O caminho autônomo de Karin
LAMBRECHT, também formada do iA-UFRGS. Ela dedicou uma parte de sua
obra para visitar os ambientes de vida e de morte dos Pampas sulinos entre
tantas opções. Esta sensibilidade trouxe
os vestígios do sangue dos cordeiros
sacrificados nos Pampas numa referência místicas presentes em vário rituais
místicos e religiosos
Fig. 14 As cores soturnas
e robustas de Karin podem ser associadas aos diversos movimentos
expressionistas ao mesmo tempo em que ela coerente com o que existe de mais
trágico da vida natural dos campos do Rio grande do Sul. Tragédias e dramas
das quais ela recolhe os vestígios, índices e as transfigura em obras como
testemunhas das sensações, gestos e sensações pessoais
Todos estão presentes e ativos também no espaço numérico-digital é
necessária atenção e trabalho redobrado numa época de rápida e tirânica
obsolescência programada. O os riscos da entropia cultural aumentam em relação
aos documentos manuais ou impressos da era industrial. Tecnicamente qualquer
hacker, ou desastrada tecla errada, deleta ou corrompe definitivamente gigantescos arquivos.
Liana
TIMM - Atelier Incessante- 2014
autorretrato e observadores
http://www.timm.art.br/ https://www.facebook.com/pages/Liana-Timm-Atelier/173551229379923?ref=profile
Fig. 15 - Liana TIMM
constrói a sua obra com s redes dos
pixels das imagens virtuais, em continuidade das retículas das matrizes de
gravura industrial e das granulações da fotografia analógica. O projeto criativo de Liana destaca-se por
esta multiplicidade de apropriações visuais, estéticas e científicas. Outra parte tenta construir uma ponte entre a
ARTE e a COMUNICAÇÂO HUMANA.
Os múltiplos, coloridos e dinâmicos caminhos visuais de Liana TIMM remetem para uma densa rede de interações entre diversos campos
de forças e energias estéticas que estão se constituindo no Rio Grande do Sul.
http://www.timm.art.br/ https://www.facebook.com/pages/Liana-Timm-Atelier/173551229379923?ref=profile
Fig. 16 Leonardo da Vinci
afirmava que “tudo o que é contínuo” pode ser dividido em infinitas partes” .
Esta afirmação é a base teórica na qual estão mergulhadas as raízes técnica das
redes dos pixels das imagens virtuais, em continuidade virtual das retículas
das matrizes de gravura industrial e nas granulações da fotografia analógica. Liana
TIMM explora este infinito e as atualiza para as artes visuais do Rio Grande do
Sul que estão chegando ao meio dia da maturidade de seu projeto criativo
destaca-se
A revelação desta dispersão estética e a inexistência de uma “maneira”
comum é altamente revelador do aspecto político cultural. Esta dispersão
estética é índice da falta de um autêntico PACTO NACIONAL Forçar
e um falso PACTO NACIONAL é extremamente favorável para os PACTOS ESCRAVOCRATAS e
COLONIAIS.
Um autêntico PACTO NACIONAL fundamenta-se numa identidade legível e
que se reproduz à maneira de um fractal em cada gesto, atitude e obra de um
povo. Obras, gestos e mentalidades que brotam como uma segunda natureza sem que
sejam impostos de cima para baixo. Mentalidades, gestos e obras isentas de interesses escusos e
pseudo-contratuais. Porem esta gratuidade, elevação mental e altruísmo
interessam para tuteladores, atravessadores e mediadores na medida em que
encontram um campo de forças no qual podem exercer os seus interesses
inconfessáveis.
Fig. 17 O tema da
obsolescência dos prédios industriais - visíveis em toda paisagem do Rio Grande
do Sul – motiva e inspira uma série
de gravuras de Maristela Salvatori. A exploração consciente da inversão da
imagem - necessária para oferecer o positivo nasua cópia múltipla - possui uma série de conotações estéticas,
culturais e técnicas específicas e fascinantes
neste processo de criação visual
Maristela SALVATÓRI confia o seu conhecimento, sua
vontade e os seus sentimentos ao mundo dos recursos ilimitados que a gravura lhe
oferece. Porem não se isola e proclama a sua soberania numa ilha solitária e
inacessível. Ao contrário cerca-se de uma rede
de forças e energias estéticas que emergem das interações entre diversos
campos que estão se constituindo no Rio Grande do Sul.
Fig. 18 As fortes
evocações do mundo clássico do RAPTO da EUROPA motiva esta gravura de Maristela
SALVATORI a atualizar o tema para as artes visuais do Rio Grande do Sul que
estão chegando ao meio dia da maturidade de seu projeto criativo destaca-se
PORÉM o que é inquestionável que não basta um simples ato voluntário ou
um PAC cultural para gera uma identidade nacional ou regional. Na concepção de
Mario de Andrade (1942, p.45.)[1] esta
identidade supõe PESQUISA ESTÉTICA autônoma e soberana. Soberania e autonomia
que contraditoriamente supõe ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA. Porém ATUALIZAÇÃO em
função da PESQUISA ESTÉTICA e não para
instalar outro tipo um colonialismo ou escravidão intelectual de culturas
hegemônicas. Inteligência e pesquisa que constituem as forças de uma cultura
onde pode fluir, se ampliar e reproduzir o poder desta nova cultura.
Países - como a França e tantos outros - que vivem em função e dos bens simbólicos
continuado atrair a afluência de milhões de turistas imantados por este campo
de forças construídos ao longo de séculos de pesquisa motivada pela atualização da inteligência com seu tempo e
seu lugar. Estas culturas já souberam colocar no seu devido lugar o MITO de um
ESTADO provedor absoluto e eterno. Culturas amadurecidas que - de um lado - não se confiam à Natureza
entrópica e do outro também não substituem os mitos religiosos pela crença
indiscriminada e absoluta no Estado.
[1] Na
sua propostas Mário de Andrade para a
UNE, ele escrevia -. “O direito
permanente à pesquisa estética; a atualização da inteligência artística
brasileira; e a estabilização de uma consciência nacional [..] A novidade
fundamental, imposta pelo movimento, foi a conjugação dessas três normas num
todo orgânico da consciência coletiva”.
Fig. 19 A tinta, os
pinceis e as grandes superfícies constituem o universo da PINTURA. Marciano SCHITZ aceita estes severos limites
formais que foram suficientes para desafiar, motivar e revelar a criatura
humana para expressar o seu universo sensível, intelectual e estético desde as
cavernas até as tendências mais
contemporâneas da PINTURA. Ele também sabe que a ARTE está em quem a
produz e não naquilo que produz. Assim para “matar a ARTE e a PINTURA” é necessário aniquilar o artista e a sua
pessoa.
Fiel à sua terra,
gente Marciano SCHMITZ continua um projeto que descobriu e firmou na FEEVALE de Novo Hamburgo.
Instituição que é uma das numerosas projeções do Instituto Livre de Belas Artes
do Rio Grande do Sul.
Fig. 20 A obra de
Marciano SCHMITZ reflete a sua condição de moradar do VALE e próximo das
escarpas da serra do MAR. Neste ambiente de PASSAGEM ele colhe os elementos
plásticos que transfigura e projeta nas suas obras. e estão chegando ao
meio dia da maturidade de seu projeto criativo destaca-se
Entre estes extremos da Natureza e do Mito cabe alertar ainda o contra atravessadores,
mediadores de culturas hegemônicas e pseudo tuteladores que se julgam
oniscientes, onipotentes, onipresentes e eternos. Tuteladores. Mediadores atravessadores
cuja função é a desqualificação, a intriga e campo arrasado para nele plantar
os seus interesses e o seu poder que não teria vez com a concorrência das
forças e energias internas do campo estético sul-rio-grandense. Porém isto não
significa que a membrana - que envolve os artistas sul-rio-grandense – esteja
lacrada e lhe seja vedada a atualização de sua inteligência e exportação da sua
poesia.
Em resumo o conhecimento, a contemplação da obra desta geração de
artistas sul-rio-grandenses que está atingindo o seu meio criativo e da
expressão de sua autonomia é um índice e que eles não estão sozinhos. Eles
renovam a esperança de que - juntos com
os seus observadores e apoiadores expressam um extenso mundo de outras
profissões, vontades inteligências e sentimentos – são capazes de conceber,
construir e reproduzir um PROJETO CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR coerente
como o seu TEMPO e LUGAR.
Permanece o desafio de selecionar, justificar e socializar outras
listagens de artistas sul-rio-grandenses questão cursando o seu meio dia
criativo.
FONTES BIBLIORÁFICAS.
ANDRADE, Mario O
movimento modernista: Conferência lida no salão de Conferências da
Biblioteca do Ministério das Relações Exteriores do Brasil no dia 3 de abril de
1942. Rio de Janeiro :Casa do Estudante do Brasil, 1942, 81p..
ANDRADE, Oswald (1890-1954). Pau Brasil. 5ª.ed. São Paulo: Globo, 1991. 145p.
CORONA, Fernando (1895-1979).«Caminhada nas Artes (1940-1979). Porto Alegre : UFRGS/ IEL/ DAC/
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.
DUCHAMP, Marcel, «L’artiste doit-il aller a l‘université?»
in Duchamp du signe. Paris: Flammarion 1991.
HOLANDA, Francisco de (1517-1584) Diálogos de Roma: da
pintura antiga. Prefácio de Manuel Mendes. Lisboa : Livraria Sá da
Costa, 1955, 158 p.
KRAWCZYK , Flavio O espetáculo da legitimidade: os salões de artes plásticas em Porto
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do Instituto de Artes da UFRGS Dissertação orientação Avamcini, José Augusto
Costa, 1997, 416 – Bibliografia fls 387-416
PIETA., Marilene. A modernidade da pintura no Rio Grande do Sul.
Porto Alegre : Sagra-Luzzato. 1995,
273 p Il. Color
ROSA, Renato et PRESSER, Décio. Dicionário
de Artes Plásticas no Rio Grande do
Sul. (2a ed)
Porto Alegre : Editora da Universidade/ UFRGS, 2000, 527 p.
SIMON,
Círio
ORIGENS DO
INSTITUTO DE ARTES
DA UFRGS: etapas entre 1908-1962
e
contribuições na
constituição de expressões de autonomia no sistema de artes visuais do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre : PUCRS: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.
Tese 2002. 561 f.
WITTGENSTEIN, Ludwig. (1889-1951)Tractatus
Logico-Philosophicus. Trad. Luiz Henrique Lopes dos Santos. São Paulo:
EDUSP, 1994.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS.
Cláudia
SPERB - CAMINHO das SERPENTES
Claudia
STERN: 75 esculturas públicas
Eduardo
VIEIRA da CUNHA: e os campos neutrais
Hélio
FERVENZA: na Bienal de Veneza
Ho
MONTEIRO retoma a interação com terra que é mãe de todas as artes
Jorge
HERMANN: “Dá Licença, Barão!”
Karin
LAMBRECHT o sangue nos Pampas
Liana
TIMM: na outra rede de interações
Maristela
SALVATÓRI escolha pela gravura
Marciano
SCHMITZ fiel à pintura, à sua terra e ao seu povo
http://www.marcianoschmitz.com.br/site/
http://www.marcianoschmitz.com.br/site/
GERAÇÂO
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